quinta-feira, 25 de novembro de 2021

MEMORIAL DA DEMOCRACIA

viver é preciso ***
*** Navegar é preciso - Lula Pena ( Os Argonautas, de Caetano Veloso) ***
*** Ulyssess Guimarães, o novo presidente do MDB, ladeado por Oscar Pedroso Horta (à esq.) e Nelson Carneiro (ponta direita) *** 1971 FEVEREIRO ULYSSES ATUA PARA RESGATAR OPOSIÇÃO Ulysses Guimarães assume MDB para construir nova frente oposicionista Compartilhar Ulysses Guimarães assume a presidência do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), substituindo Oscar Passos, no momento mais difícil da existência do partido. Derrotado pela Arena e pelo voto nulo nas eleições de 1970, o MDB caminhava para a autodissolução, posição defendida por vários de seus membros. O deputado, que inicialmente havia apoiado o golpe de abril de 1964, distanciara-se do regime militar logo depois. Ao assumir a presidência do partido, insistiu na luta parlamentar, mas procurou aproximar o MDB da sociedade civil. Fundou o Instituto de Estudos Políticos e Sociais (Iepes), que promoveu os primeiros debates sobre a situação do país. Criou o Setor Jovem do MDB, estimulando líderes estudantis a participar das eleições municipais marcadas para 1972. Em 1973, num lance de ousadia, Ulysses se lançaria anticandidato na sucessão de Médici. Seu objetivo era aproveitar a eleição de cartas marcadas em favor do general Ernesto Geisel para percorrer o país denunciando a ditadura e reorganizando as oposições. O discurso de lançamento da anticandidatura, “Navegar é Preciso”, é uma das melhores peças da oratória política brasileira. *** *** http://memorialdademocracia.com.br/card/ulysses-presidente-da-oposicao *** *** ***
*** Brasil Escola - UOL O que é polarização? - Brasil Escola ***
*** quinta-feira, 25 de novembro de 2021 Merval Pereira - Brecha na polarização O Globo Nos tempos pré-internet, eram três os pilares das “estruturas de poder” que viabilizavam uma disputa eleitoral exitosa para presidente da República: as oligarquias nos grotões, os pastores pentecostais e políticos populistas na periferia e a classe média urbana escolarizada. Esses grupos influenciavam as eleições desde a redemocratização, e foi por isso que Fernando Henrique procurou o PFL, não apenas para governar, mas para vencer a eleição, pois o partido era formado pelas oligarquias nos grotões. O PSDB conquistou a classe média escolarizada e as capitais com o Plano Real e uma postura ética que se contrapunha ao PT. Venceu duas eleições no primeiro turno e disputou o segundo turno em quatro outras. A partir de 2014, quando quase derrotaram o PT, os tucanos perderam o rumo de casa, passaram a votar contra os próprios fundamentos do Plano Real, aproximaram-se excessivamente do governo Michel Temer e acabaram marcados pela relação promíscua de seu líder Aécio Neves com empresários corruptos, perdendo a aura de defensores da ética. A verdadeira revolução político-partidária provocada pela vitória de Jair Bolsonaro na eleição presidencial em 2018 teve como bases o uso da internet como instrumento político-eleitoral e a transferência do eleitorado tucano em massa para aquele que se apresentou como alternativa para derrotar o PT, jogando justamente no terreno da defesa da ética na política, do combate à corrupção e de uma economia liberal. Parte desse eleitorado está hoje órfã, em busca de alternativa, por isso nunca houve chance tão clara de que uma terceira via seja trilhada. Se o PSDB conseguir sair dessas prévias com uma unidade política razoável, talvez volte a ser essa alternativa, mais provavelmente com Eduardo Leite, que reflete o paradoxal novo na política, pois defendeu Bolsonaro em 2018 e hoje é apoiado por Aécio Neves. Já o governador João Doria mescla o bom gestor com o político aguerrido, que acredita que pode representar o eleitorado paulista na Presidência. O PSDB costumava sair de São Paulo com uma diferença entre 5 milhões e 7 milhões de votos, e essa tem de ser a meta, difícil de alcançar hoje. Minas é um retrato estatístico do Brasil, e as eleições provam que quem vence em Minas vence no Brasil. Aécio apoia Leite, mas é inimigo de Doria. Se não se acertarem depois, será difícil vencer a eleição. Em São Paulo, se Eduardo Leite vencer as prévias, é possível que Geraldo Alckmim continue no PSDB, fortalecendo os tucanos. É nessa brecha entre os órfãos de Bolsonaro e os dos tucanos que o ex-juiz Sergio Moro pode se criar. Já aparecendo nas pesquisas em terceiro lugar, na frente de Ciro Gomes, o objetivo de chegar ao próximo ano na casa dos 15% parece factível. Já está sendo atacado pelos dois lados. Bolsonaro disse que Moro nunca se mostrou confortável em seu governo, e o ex-ministro Ricardo Salles simplesmente chamou-o de “comunista”. Os petistas dizem que ele e Bolsonaro são a mesma coisa e o acusam de ter perseguido Lula, tese corroborada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao declará-lo parcial, anulando todos os processos, inclusive aqueles em que Lula fora condenado, mas não o inocentando. A união de Bolsonaro com Valdemar Costa Neto e o PL tornou-se coerente com o tipo de governo praticado. Bolsonaro fará com que o PL se transforme no maior partido da Câmara, garantindo o maior fundo partidário e uma bancada importante no Congresso. Um partido envolvido em todos os casos de corrupção de que tivemos notícia nos últimos anos, como petrolão e mensalão, com seu “dono” tendo sido preso. Poderá fazer uma campanha rica, com bastante tempo de televisão. Num partido grande e com capilaridade, o Bolsonaro de 2022 terá condições de ser competitivo, pois nos grotões estão 44% do eleitorado, em municípios de até 50 mil eleitores, e, nesses “campos de batalha”, são as máquinas partidárias que atuam. Todas essas especulações valem para o caso de se confirmar que Lula já está no segundo turno, e a disputa é pela segunda vaga. A conferir. *** *** https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/11/merval-pereira-brecha-na-polarizacao.html *** *** ***
***
*** quinta-feira, 25 de novembro de 2021 José Serra* - Aventureirismo político pode ser evitado O Estado de S. Paulo Somada à percepção do caráter deliberado da polarização, a proativa busca de convergência é mais um passo para superar 2018 A eleição de Fernando Collor, em 1989, parece ter aberto uma sequência de sucessões presidenciais em que era inevitável escolher por rejeição. Collor, que obtivera, no primeiro turno, pouco menos de 30% dos votos, derrotou Lula, que recebeu pouco mais de 15%, também no primeiro turno. Mais de metade dos cidadãos deixou de expressar seus verdadeiros interesses e ideais, forçados a optar, no segundo turno, entre candidatos que não representavam sequer metade dos votos. Foi eleito um candidato sem partido, sem equipe de governo com experiência de gestão pública, sem carreira política que evidenciasse convergência entre suas promessas de mudanças radicais e sua habilidade para realizá-las. Lula, sem nenhuma experiência executiva, escapou dessa sina porque liderava um partido com eleitorado relevante, conseguiu cercar-se de quadros competentes, de fora e de dentro de seu partido. Empenhou-se em conciliar as bandeiras esquerdistas do PT com interesses conservadores e orientações liberais. A despeito de suas reconhecidas habilidades, não conseguiu integrar as expectativas radicais de seu partido à gestão eficaz da política econômica e, na contramão do crescimento da economia mundial, entregou à sua sucessora uma economia em perigosa retração. Dilma não teve a mesma ventura que seu tutor, que lhe deu um partido, mas não a licença para liderá-lo, nem a habilidade para conciliar as pretensões extremistas de facções do PT com os interesses conservadores e as preferências liberais dos quadros que haviam dado, inicialmente, equilíbrio fiscal ao mandato de Lula. Faltou-lhe, também, uma experiência executiva relevante, que lhe granjeasse credibilidade. Com isso, entregou ao seu sucessor um país gravemente dividido e profundamente insatisfeito com partidos e governos e, desta vez, com a economia em recessão. Michel Temer, em que pesem as importantes reformas que marcaram seu curto mandato, e a retomada da estabilidade e do crescimento econômico que proporcionou, repetiu o cenário político polarizado e extremista da sucessão de Sarney e do ocaso do lulismo. Este cenário reúne o ambiente eleitoral ideal para candidaturas aventureiras e o pano de fundo para a fragmentação partidária que propiciaram a eleição do atual governo. Parte não desprezível da opinião pública, das lideranças políticas, das redações, dos institutos de pesquisa de opinião e da academia parece encarar como fatalidade a repetição da disputa entre Bolsonaro e o lulismo, atribuindo-lhe a inevitabilidade de uma escolha por rejeição. As aparências de repetição refletem a estratégia deliberadamente adotada pelos que se beneficiam desta crença sem fundamento em nossa história política. Vejamos em que diferem o atual processo sucessório e a campanha de 2018. Em primeiro lugar, já se tornou patente que Lula e Bolsonaro se escolheram como parceiros ideais de uma polarização, e se empenham em torná-la inevitável. Contudo, se deu certo em 2018, por que não daria em 2022? Segundo, porque as lideranças partidárias e seus candidatos já perceberam que a fragmentação partidária não era um efeito da polarização, mas sim de decisões equivocadas das lideranças políticas. Isso levou um número relevante de partidos a reunir-se para discutir a sucessão, embora sem buscar alguma convergência programática e sem avançar para uma coalizão. Somada à percepção do caráter deliberado da polarização, essa busca proativa de convergência é mais um passo para superar 2018. Nenhuma das condições já mencionadas seria decisiva se não se refletisse nas atitudes das candidaturas que são, afinal, quem disputa o voto do eleitor. Ambas, no entanto, contribuem para duas diferenças com relação ao ambiente eleitoral de três anos atrás. A primeira é o surgimento do que se tem chamado de “novos políticos”, por oposição à suposta “nova política” – praticada pelas mesmas velhas raposas. São candidatos mais próximos dos eleitores jovens, mais receptíveis às novas pautas sociais, ambientais e identitárias, entre outras, o que lhes permite atrair o voto de um eleitorado que tende a repudiar a representação política em geral e, com isso, competir contra os que se valem da insatisfação popular para se dizerem contra tudo e contra todos. A outra é o que alguns chamam de “despolarização”, isto é, em vez de competir por oposição a um dos protagonistas, o candidato o desafia em seu próprio campo. Isso poderia se aplicar a Ciro Gomes, competindo com Lula para melhor atrair os moderados contra Bolsonaro, ou a Sergio Moro, competindo com Bolsonaro para atrair o centro contra o lulismo. O risco que correm é o de dividir, de tal modo, o eleitorado mais à esquerda ou mais à direita, levando ambos a se inviabilizarem para o segundo turno. Parece razoável pensar que alianças partidárias formais entre legendas de centroesquerda ou de centro-direita cumpririam esse papel melhor do que candidaturas solo. A campanha sucessória não pode ser decidida antes de começar. A derrota do aventureirismo político está ao alcance das mãos. *Senador (PSDB-SP) *** *** https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/11/jose-serra-aventureirismo-politico-pode.html *** ***
*** quinta-feira, 25 de novembro de 2021 William Waack - A armadilha para candidatos O Estado de S. Paulo Nenhum governa nas condições atuais. Sergio Moro entendeu? Se sim, guardou para si Dois fatores de peso parecem “contratados” para o cenário após as eleições de 2022. Não importa quem seja o vencedor, a economia não terá condições de crescimento sustentável e será afetada pela também já “contratada” gastança em ano eleitoral. E não importa o vencedor, a piora do já ruim sistema de governo trará enormes dificuldades de governabilidade. Economia fraca e governo desarticulado serão os principais legados de Jair Bolsonaro, embora não tenha sido ele o “inventor” nem de um nem de outro. Os pré-candidatos compreendem a dimensão da armadilha que os espera na questão de governabilidade, sem a qual não mexem na economia? Lula, sim. Se vitorioso, declarou, vai reverter os ganhos de poder conquistados pelo Legislativo, leia-se orçamento secreto. Bolsonaro, se entendeu sua posição de boneco do Centrão, cala a boca por motivos óbvios. Nesse sentido Ciro Gomes continua apresentando discurso eleitoral bem articulado em suas partes, batendo na tecla favorita do nacional desenvolvimentismo. Os outros ainda estão envolvidos em brigas internas de péssima repercussão (PSDB), passam pelo estágio embrionário de campanha (PSD e Rodrigo Pacheco, mas também o MDB). Estão distantes de apresentar um “perfil” de candidatura bem delineado. Inflação, renda e desemprego já são tidos como fatores dominantes para os eleitores. Premissa que está clara no comportamento de Sérgio Moro, a sensação política do momento. Seu principal ativo político, o combate à corrupção, perdeu em importância relativa e ele mesmo reconhece isso, embora continue mencionando em primeiro lugar a Lava Jato como seu principal trunfo eleitoral. Os marqueteiros de campanha terão difícil missão ao tentar transformar o juiz durão em simpático campeão do combate à pobreza, mas o conjunto de declarações bem ensaiadas de Moro sobre macro economia está causando impacto nas elites dirigentes, e não só as da economia. Está “chegando”, como se diz. Neste momento a figura política de Moro se beneficia de dois aspectos. Populistas tipo Lula ou Bolsonaro são rejeitados ao longo de amplo espectro de elites. E, em contraste com a de seus principais adversários, a figura do ex-juiz começa a preencher a condição subjetiva de “confiável” (nada tem a ver com fatos passados). Sinal preocupante para seus concorrentes, Moro está ganhando projeção pelo que possa vir a ser, e não apenas por aquilo que já foi ou fez (correto ou não). Resta saber se ele entende o tamanho da armadilha à espera do vencedor em 2022. Se compreendeu, até aqui guardou para si, e não disse ainda em público como vai se livrar dela. *** *** https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/11/william-waack-armadilha-para-candidatos.html#more *** *** ***
*** quinta-feira, 25 de novembro de 2021 Malu Gaspar - O debate interditado em 2022 O Globo Não há no Brasil nenhum cidadão de boa-fé que diga que Lula, quando presidente, fez qualquer movimento para instituir um regime autoritário e sufocar a democracia. Ninguém tampouco discorda que o petista foi eleito democraticamente e entregou uma democracia à sucessora. Mas também ninguém ignora que, justamente por causa do golpismo de Jair Bolsonaro, a saúde da nossa democracia será tema central na campanha de 2022. Nos últimos dias, seguidores de Lula tentam fazer valer a tese segundo a qual ele não pode ser cobrado sobre o que diz e pensa de ditaduras de esquerda ao redor do mundo. Na origem da celeuma estão as declarações do ex-presidente ao El País sobre a Nicarágua. A Corte Interamericana dos Direitos Humanos atribui ao regime de Daniel Ortega a morte de 300 opositores e a prisão de outros 500 nos protestos de 2018. Só neste ano, mais de 30 foram presos, entre eles sete candidatos que disputariam a eleição no último dia 7. Depois de afirmar ser favorável à alternância de poder, Lula se enrolou. Disse que podia até ser contra o regime, mas que era preciso “defender a autodeterminação dos povos”. E emendou: “Por que a Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder e o Daniel Ortega não? Por que o Felipe González pode ficar 14 anos no poder?… Qual é a lógica?”. A diretora do El País, Pepa Bueno, expôs a lógica: nem Merkel nem González se mantiveram no poder colocando opositores na cadeia. Depois da exibição desse trecho da entrevista nas redes sociais, os lulistas acusaram os críticos de ser desonestos. Isso porque, mais à frente, o ex-presidente diz que não sabe o que “as pessoas fizeram para ser presas” e acrescenta que “se Daniel Ortega prendeu a oposição para não disputar a eleição, como fizeram no Brasil contra mim, ele está totalmente errado”. Quem quiser que acredite que Lula não sabe o que se passa na Nicarágua. Mas, já que o problema é reproduzir na íntegra suas falas, vale a pena comentar o que veio depois. Questionado sobre a ordem da ditadura cubana que proibiu protestos contra o governo, em outubro, o ex-presidente se saiu com uma justificativa no mínimo esdrúxula para quem já foi preso por fazer greve e comandou protestos contra a ditadura: “Olha, não é só em Cuba que protestos são proibidos. No mundo inteiro, protestos são proibidos… Greves são proibidas, a polícia bate em muita gente, a polícia no mundo inteiro é violenta”. E continuou:“Agora é engraçado, porque a gente reclama de uma decisão que evitou protestos em Cuba e não reclama que os cubanos estavam preparados para dar vacina e não tinha seringa, e os americanos não permitiram que entrasse a vacina em Cuba”. Pepa Bueno de novo o confrontou com o óbvio: “Mas se podem fazer as duas coisas: condenar o bloqueio e pedir liberdade nas ruas para os opositores”. Lula não se rendeu: “Você não vai resolver o problema da democracia em Cuba instigando os opositores a criar problemas para o governo. Você vai conquistar a democracia em Cuba terminando com o bloqueio”. Não se pode dizer que as posições de Lula e do PT quanto a ditaduras de esquerda sejam novidade. Em 2018, ao ser questionado a respeito, o candidato Fernando Haddad admitiu que nem a Venezuela nem a Nicarágua podiam mais ser consideradas democracias. Assim demonstrou que tais questões eram relevantes, principalmente para alguém que disputava uma eleição contra um defensor da ditadura. Hoje, lulistas de todos os calibres consideram uma afronta questionar ou criticar o ex-presidente pelo que diz e pensa a respeito. Com o argumento de que criticar Lula pode acabar dando vantagem a Bolsonaro, seus seguidores já decretaram que é golpista questioná-lo sobre os casos de corrupção no governo do PT, uma vez que suas condenações foram anuladas no STF. Afinal, mais grave do que alguns bilhões desviados dos cofres públicos é a ameaça à democracia que Bolsonaro representa. Só que, agora, a questão é justamente o que o líder nas pesquisas de opinião considera uma democracia saudável e funcional. Tanto Daniel Ortega como Nicolás Maduro sufocaram suas Cortes superiores para se perpetuar no poder. Não é relevante saber o que Lula pensa disso, quando o bolsonarismo e o Centrão fazem gol de mão na Câmara para tentar garantir ao presidente nomeação de mais dois ministros do Supremo Tribunal Federal? Numa democracia de verdade, é legítimo e esperado que todos os candidatos sejam cobrados sobre todos os assuntos. Se queremos que a eleição de 2022 nos restitua uma democracia sólida e vibrante, é preciso antes de mais nada reavivar o debate plural, leal e consistente. Se os que se dizem democratas acham razoável interditar alguns assuntos em nome de um bem maior, talvez a tarefa de regenerar nossa democracia se revele ainda mais complexa do que parece. *** *** https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/11/malu-gaspar-o-debate-interditado-em-2022.html *** *** ***
*** quinta-feira, 25 de novembro de 2021 Luiz Carlos Azedo - Ao comparar Merkel a Ortega, Lula baixou a guarda para Moro Correio Braziliense “É muito preocupante que não tenhamos clareza nas credenciais democráticas de um candidato à Presidência da República”, disse o ex-ministro sobre a fala de Lula O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva baixou a guarda para seus adversários ao comparar a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, ao presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, ao em entrevista ao prestigiado jornal espanhol El País. Todo o sucesso de seu périplo pela Europa, no qual se encontrou com as principais lideranças do continente, para efeito da sua narrativa de campanha eleitoral, foi zerado pela declaração infeliz. Lula começou bem: “Todo político que começa a se achar imprescindível ou insubstituível, começa a virar um pequeno ditador. Por isso, eu sou favorável à alternância de poder”, afirmou. No meio do caminho, pisou na bola: “Posso ser contra, mas não posso ficar interferindo nas decisões de um povo. Nós temos de defender a autodeterminação dos povos. Por que a Angela Merkel pode ficar 16 anos no poder, e o Daniel Ortega não?” Lula foi contestado pela entrevistadora, que lembrou ao petista que Merkel não mandava prender seus opositores, como Ortega. Lula ainda tentou consertar, mas o estrago já estava feito. Merkel governou a Alemanha por 16 anos, num regime parlamentarista, no qual dependia de resultados eleitorais e das alianças no Congresso para se manter no cargo. Ortega se reelegeu, pela quarta vez sucessiva, depois de mandar prender sete candidatos de oposição e inventar candidatos laranjas. As alianças de Lula na América Latina, principalmente com Nicolás Maduro, na Venezuela, e Daniel Ortega, na Nicarágua, além da defesa do regime comunista em Cuba, são pontos fracos da candidatura de Lula, porque sinalizam falta de compromisso com a democracia representativa. Provocado por jornalistas, o petista levantou suspeitas sobre suas intenções: “Não é só em Cuba que protestos são proibidos. No mundo inteiro protestos são proibidos. Greves são proibidas. A polícia bate em muita gente, no mundo inteiro, a polícia é muito violenta”, argumentou. Existe muita ambiguidade nas posições do PT em relação à democracia representativa. O partido fez autocrítica pela esquerda em relação ao governo da presidente Dilma Rousseff, que foi afastada pelo impeachment, o que os petistas classificam como um “golpe de Estado”. Na resolução que analisou as razões do impeachment, o PT defende posições do tipo: não controlamos a mídia, fizemos concessões demais aos aliados do Centrão e à oposição, erramos nas indicações para o Supremo Tribunal Federal (STF). Essa postura abre espaço para todos os adversários, não somente ao presidente Jair Bolsonaro. Já vinha sendo atacada pelo candidato do PDT, Ciro Gomes, que representa uma barreira à ampliação das alianças petistas em direção ao centro político. Mas são a narrativa contrária à Operação Lava-Jato e a falta de autocrítica em relação ao escândalo da Petrobras que revelam uma nova ameaça: a pré-candidatura do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. O ex-ministro criticou Lula: “É muito preocupante que não tenhamos clareza nas credenciais democráticas de um candidato à Presidência da República.” A jornada do herói O ex-juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, que comandou a Lava-Jato e condenou Lula, voltou dos Estados Unidos, onde trabalhava como consultor num grande escritório de advocacia, e entrou na cena eleitoral com muita força. Moro avança na faixa dos indecisos para ocupar espaços desejados por outros candidatos: o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM); o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); a senadora Simone Tebet (MDB-MS); e o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) se enrolaram nas prévias do PSDB e disputam uma partida de soma zero. No hemisfério das paixões políticas, houve uma mudança de cenário. O choque principal da eleição era entre dois políticos carismáticos com passagens pelo poder, que permitem comparações objetivas sobre suas realizações passadas, e candidatos que se esforçavam por trazer a disputa para o terreno da racionalidade de propostas exequíveis de futuro. Moro pôs em cena o mito da jornada do herói, cujo padrão é aquele da odisseia grega de Ulysses. O herói se aventura de um mundo familiar para terras estranhas e, às vezes, ameaçadoras: a passagem pelo deserto, a tempestade no oceano ou a travessia da floresta escura. Com isso, atrai aqueles que estão se sentindo perdidos e desorientados, mas que podem mudar de vida e se beneficiar se aventurando a segui-lo, por não terem quase nada a perder. *** *** https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/11/luiz-carlos-azedo-ao-comparar-merkel.html *** *** ***
*** A frase afamada por Fernando Pessoa foi originalmente proferida pelo general romano Pompeu Brasil Escola - UOL Navegar é preciso, viver não é preciso - Brasil Escola *** “NAVEGAR É PRECISO. VIVER NÃO É PRECISO” 22/09/2016 - 11:03 No dia 22 de setembro de 1973, há exatos 43 anos, Ulysses Guimarães proferiu o seu histórico discurso “Navegar é preciso. Viver não é preciso” na Convenção do MDB, em Brasília, lançando-se como ‘anticandidato’ à presidência da República e começando a abrir o caminho para a redemocratização do Brasil. Confira o discurso na íntegra: O paradoxo é o signo da presente sucessão presidencial brasileira. Na situação, o anunciado como candidato em verdade é o presidente, não aguarda a eleição e sim a posse. Na oposição, também não há candidato, pois não pode haver candidato a lugar de antemão provido. A 15 de janeiro próximo, com o apelido de “eleição”, o Congresso Nacional será palco de cerimônia de diplomação na qual senadores, deputados federais e estaduais da agremiação majoritária certificarão investidura outorgada com anterioridade. O Movimento Democrático Brasileiro não alimenta ilusões quanto à homologação cega e inevitável, imperativo da identificação do voto ostensivo e da fatalidade da perda do mandato parlamentar, obra farisaica de pretenso Colégio Eleitoral em que a independência foi desalojada pela fidelidade partidária. A inviabilidade da candidatura oposicionista testemunhará perante a nação e perante o mundo que o sistema não é democrático, de vez que tanto quanto dure este, a atual situação sempre será governo, perenidade impossível quando o poder é consentido pelo escrutínio direto, universal e secreto, em que a alternatividade de partidos é a regra, consoante ocorre nos países civilizados. Não é o candidato que vai recorrer o país. É o anticandidato, para denunciar a antieleição, imposta pela anticonstituição que homizia o AI-5, submete o Legislativo e o Judiciário ao Executivo, possibilita prisões desamparadas pelo habeas corpus e condenações sem defesa, profana a indevassabilidade dos lares e das empresas pela escuta clandestina, torna inaudíveis as vozes discordantes, porque ensurdece a nação pela censura à imprensa, ao rádio, à televisão, ao teatro e ao cinema. No que concerne ao primeiro cargo da União e dos estados, dura e triste tarefa esta de pregar numa república que não consulta os cidadãos e numa democracia que silenciou a voz das urnas. Eis um tema para o teatro do absurdo de Bertolt Brecht, que, em peça fulgurante, escarnece da insânia do arbítrio prepotente ao aconselhar que, se o povo perde a confiança do governo, o governo deve dissolver o povo e eleger um outro. Não como campanha, pois isto equivaleria a tola viagem rumo ao impossível, a peregrinação da oposição pelo país perseguirá tríplice objetivo: I – Exercer sem temor e sem provocação sua função institucional de crítica e fiscalização ao governo e ao sistema, clamando pela eliminação dos instrumentos e da legislação discricionários, com prioridade urgente e absoluta a revogação do AI-5 e a reforma da Carta Constitucional em vigor. II – Doutrinar com o programa partidário, unanimemente aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral, conscientizando o povo sobre seu conteúdo político, social, econômico, educacional, nacionalista, desenvolvimentista com liberdade e justiça social, o qual será realidade assim que o Movimento Democrático Brasileiro for governo, pelo sufrágio livre e sem intermediários do povo. III – Concitar os eleitores, frustrados pela interdição, a 15 de janeiro de 1974, de eleger o presidente e o vice-presidente da República, para que a 15 de novembro do mesmo ano elejam senadores, deputados federais e estaduais da oposição, etapa fundamental para atuação e decisões parlamentares que conquistarão a normalidade democrática, inclusive número para propor emendas e reforma da Carta Constitucional de 1969 e a instalação de comissões parlamentares de inquérito, de cuja ação investigatória e moralizadora a presente legislatura se encontra jejuna e a atual administração imune, pela facciosa intolerância da maioria,situacionista. Hoje e aqui serei breve. Somos todos cruzados da mesma cruzada. Dispensável, assim, pretender convencer o convicto, converter o cristão, predicar a virtude da liberdade a liberais, que pela fé republicana pagam o preço de riscos e sofrimentos. Serei mais explícito e minudencioso ao longo da jornada, quando falarei também a nossos irmãos postados no outro lado do rio da democracia. Aos que aí se situaram por opção ou conveniência, apostasia política mas rebelde à redenção. Prioritariamente, aos que foram marginalizados pelo ceticismo e pela indiferença, notadamente os jovens e os trabalhadores, intoxicados por maciça e diuturna propaganda e compelidos a tão prolongada e implacável dieta de informações. Quando a oposição clama pela reformulação das estruturas político-sociais e pela incolumidade dos direitos dos cidadãos, sua reiteração aflige os corifeus dos poderosos do dia. Faltos de razão e argumentos, acoimam-na de fastidiosa repetição. Condenável é repetir o erro e não sua crítica. Saibam que a persistência dos abusos terá como resposta a pertinácia das denúncias. Ressaltarei nesta convenção a liberdade de expressão, que é apanágio da condição humana e socorre as demais liberdades ameaçadas, feridas ou banidas. Ressaltarei nesta convenção a liberdade de expressão, que é apanágio da condição humana e socorre as demais liberdades ameaçadas, feridas ou banidas. É inócua a prerrogativa que faculta falar em Brasília, não podendo ser escutado no Brasil, porquanto a censura à imprensa, ao rádio e à televisão venda os olhos e tapa os ouvidos do povo. O drama dos censores é que se fazem mais furiosos quanto mais acreditam nas verdades que censuram. E seu engano fatal é presumir que a censura, como a mentira, pode exterminar os fatos, eliminar os acontecimentos, decretar o desaparecimento das ocorrência indesejáveis. A verdade poderá ser temporariamente ocultada, nunca destruída. O futuro e a História são incensuráveis. A informação, que abrange a crítica, é inarredável requisito de acerto para os governos verdadeiramente fortes e bem-intencionados, que buscam o bem público e não a popularidade. Quem, senão ela, poderá dizer ao chefe de Estado o que realmente se passa, às vezes de suma gravidade, na intimidade dos ministérios e dos múltiplos e superpovoados órgãos descentralizados? Quem, senão ela, investigará e contestará os conselhos ineptos dos ministros, as falsas prioridades dos técnicos, o planejamento defasado dos assessores? Essa a sabedoria e o dimensionamento da prática com que o gênio político britânico enriqueceu o direito público: oposição do governo de Sua Majestade, ao governo de Sua Majestade. A burocracia pode ser preguiçosa, descortês, incapaz e até corrupta. Não é exclusivamente na Dinamarca, em qualquer reino sempre há algo de podre. Rematada insânia tornar impublicáveis lacunas, faltas ou crimes, pois contamina a responsabilidade do governante que a ordena ou tolera. Eis por que o poder absoluto, erigido em infalível pela censura, corrompe e fracassa absolutamente. É axiomático, para finalizar, que sem liberdade de comunicação não há, em sua inteireza, oposição, muito menos partido de oposição. Como o desenvolvimento é o desafio da atual geração, pois ou o Brasil se desenvolve ou desaparecerá, o Movimento Democrático Brasileiro, em seu programa, define sua filosofia e seu compromisso com a inadiável ruptura da maldita estrutura da miséria, da doença, do analfabetismo, do atraso tecnológico e político. A liberdade e a justiça social não são meras consequências do desenvolvimento. Integram a condição insubstituível de sua procura, o pré-requisito de sua formulação, a humanidade de sua destinação. A liberdade e a justiça social conformam a face mais bela, generosa e providencial do desenvolvimento, aquela que olha para os despossuídos, os subassalariados, os desempregados, os ocupados em ínfimo ganhapão ocasional e incerto, enfim, para a imensa maioria dos que precisam para sobreviver, em lugar da escassa minoria dos que têm para esbanjar. A liberdade e a justiça social conformam a face mais bela, generosa e providencial do desenvolvimento, aquela que olha para os despossuídos, os subassalariados, os desempregados, os ocupados em ínfimo ganhapão ocasional e incerto, enfim, para a imensa maioria dos que precisam para sobreviver, em lugar da escassa minoria dos que têm para esbanjar. Desenvolvimento sem liberdade e justiça social não tem esse nome. É crescimento ou inchação, é empilhamento de coisas e valores, é estocagem de serviços, utilidades e divisas, estranha ao homem e a seus problemas. Enfatize-se que desenvolvimento não é silo monumental e desumano, montado para guardar e exibir a mitologia ou o folclore do Produto Interno Bruto, inacessível tesouro no fundo do mar, inatingível pelas reivindicações populares. É intolerável mistificar uma nação a pretexto de desenvolvê-la, rebaixá-la em armazém de riquezas, tendo como clientela privilegiada, senão exclusiva, o governo para custeio de tantas obras faraônicas e o poder econômico, particular ou empresarial, destacadamente o estrangeiro, desnacionalizando a indústria e dragando para o exterior lucros indevidos. É equívoco, fadado à catástrofe, o Estado absorver o homem e a nação. A grandeza do homem é mais importante do que a grandeza do Estado, porque a felicidade do homem é a obra-prima do Estado. O Estado é o agente político da nação. Além disso e mais do que isso, a nação é a língua, a tradição, a família, a religião, os costumes, a memória dos que morreram, a luta dos que vivem, a esperança dos que nascerão. Liberdade sem ordem e segurança é o caos. Em contraposição, ordem e segurança sem liberdade é a permissividade das penitenciárias. As penitenciárias modernas são minicidades, com trabalho remunerado, restaurante, biblioteca, escola, futebol, cinema, jornais, rádio e televisão. Os infelizes que as povoam têm quase tudo, mas não têm nada, porque não têm a liberdade. Delas fogem, expondo a vida ou aguardam aflitos a hora da libertação. Do alto desta convenção, falo ao general Ernesto Geisel, futuro chefe da nação. As Forças Armadas têm como patrono Caxias e como exemplo Eurico Gaspar Dutra, cidadãos que glorificaram suas espadas na defesa da lei e na proteção à liberdade. O general Ernesto Geisel a elas pertence, dignificou-as com sua honradez, delas sai para o supremo comando político e militar do Brasil. A História assinalou-lhe talvez a última oportunidade para ser instituído no Brasil, pela evolução, o governo da ordem com liberdade, do desenvolvimento com justiça social, do povo como origem e finalidade do poder e não seu objeto passivo e vítima inerme. Difícil empresa, sem dúvida. Carregada de riscos, talvez. Mas o perigo participa do destino dos verdadeiros soldados. A estátua dos estadistas não é forjada pelo varejo da rotina ou pela fisiologia do cotidiano. Não é somente para entrar no céu que a porta é estreita, conforme previne o evangelista São Mateus, no capítulo XXIII, versículo 24. Por igual, é angustiosa a porta do dever e do bem, quando deles depende a redenção de um povo. Esperemos que o presidente Ernesto Geisel a transponha. A oposição dará à próxima administração a mais alta, leal e eficiente das colaborações: a crítica e a fiscalização. Sabe, com humildade, que não é dona da verdade. A verdade não tem proprietário exclusivo e infalível. Porém sabe, também, que está mais vizinha dela e em melhores condições para revelá-la aos transitórios detentores do poder, dela tantas vezes desviados ou iludidos pelos tecnocratas presunçosos, que amaldiçoam e exorcisam os opositores, pelos serviçais de todos os governos, pelos que vitaliciamente apoiam e votam para agradar ao príncipe. A oposição oferece ao governo o único caminho que conduz à verdade: a controvérsia, o diálogo, o debate, a independência para dizer sim ao bem e a coragem para dizer não ao mal, a democracia em uma palavra. Srs. Convencionais, do fundo do coração, digo-lhes que não agradeço a indicação que consagra minha vida pública. Missão não se pede. Aceita-se, para cumprir, com sacrifício e não proveito. Como presidente nacional do Movimento Democrático Brasileiro, agradeço-lhes, aí sim, o destemor e a determinação com que, ao sol, aos ventos e desafiando ameaças, desfilam pela pátria o lábaro da liberdade. Minha memória guardará as palavras amigas aqui proferidas, permitindo-me reportar às da lavra dos grandes líderes senador Nélson Carneiro e deputado Aldo Fagundes, parlamentares que têm os nomes perpetuados nos anais e na admiração do Congresso Nacional. Significo o reconhecimento do partido a Barbosa Lima Sobrinho, por ter acudido a seu empenhado apelo. Temporariamente deixou sua biblioteca e apartou-se da imprensa, trincheiras do seu talento e de seu patriotismo, para exercer perante o povo o magistério das franquias públicas, das garantias individuais e do nacionalismo. Sua vida e sua obra podem ser erigidas em doutrina de nossa pregação. Por fim, a imperiosidade do resgate da enorme injustiça que vitimou, sem defesa, tantos brasileiros paladinos do bem público e da causa democrática. Essa justiça é pacto de honra de nosso partido e seu nome é anistia. Srs. Convencionais, a caravela vai partir. As velas estão pandas de sonho, aladas de esperanças. O ideal está ao leme e o desconhecido se desata à frente. No cais alvoroçado, nossos opositores, como o Velho do Restelo de todas as epopeias, com sua voz de Cassandra e seu olhar derrotista, sussurram as excelências do imobilismo e a invencibilidade do establishment. Conjuram que é hora de ficar e não de aventurar. Mas, no episódio, nossa carta de marear não é de Camões e sim de Fernando Pessoa ao recordar o brado: “Navegar é preciso. Viver não é preciso”. Posto hoje no alto da gávea, espero em Deus que em breve possa gritar ao povo brasileiro: Alvíssaras, meu capitão. Terra à vista! Sem sombra, medo e pesadelo, à vista a terra limpa e abençoada da liberdade. *** *** https://www.fundacaoulysses.org.br/blog/noticias/%E2%80%9Cnavegar-e-preciso-viver-nao-e-preciso%E2%80%9D/ *** *** *** Navegar é preciso - Lula Pena (Os argonautas, de Caetano Veloso ) 40.499 visualizações3 de jun. de 2012 Xálima 5,27 mil inscritos O barco Meu coração não agüenta Tanta tormenta, alegria Meu coração não contenta O dia O marco Meu coração O porto Não Navegar é preciso Viver Não é preciso O barco Noite no teu tão bonito Sorriso solto, perdido Horizonte e madrugada O riso O arco Da madrugada O porto Nada Navegar é preciso Viver Não é preciso O barco O automóvel brilhante O trilho solto, barulho Do meu dente em tua veia O sangue O charco Barulho lento O porto Silêncio Navegar é preciso Viver Não é preciso. El barco. Mi corazón no aguanta tanta tormenta, tanta alegría. Mi corazón no se contenta. El día, el límite. Mi corazón. El puerto. No. Navegar es necesario, vivir no es necesario. El barco. La noche en tu sonrisa tan hermosa, solitaria, perdida, perdida madrugada y horizonte. La risa, el arco de la madrugada. El puerto, nada. El barco: el automóvil brillante. El camino abandonado, ruido de mi diente en tu vena. La sangre, el charco. Ruido lento. El puerto. Silencio. Navegar es necesario; vivir, vivir no es necesario. *** *** https://www.youtube.com/watch?v=tlPIf5vCvgc *** ***

Nenhum comentário:

Postar um comentário