Mundo em Mutação
Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
segunda-feira, 18 de março de 2024
ETNOGRAFIA
Lua, em tua magnitude e simplicidade,
Nos lembras da vastidão do universo,
E ao mesmo tempo, da conexão íntima,
Entre o céu, a terra e o ser imerso.
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THE PATIENT Trailer Legendado BR (2022) | Steve Carell, Domhnall Gleeson
ALPHA Media
há 1 ano
THE PATIENT Trailer (2022) Steve Carell, Domhnall Gleeson
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"'Paciente situacional': uma narrativa desprovida de muletas de consciência. O que expressa um texto sensível sem recorrer a jargões psiquiátricos ou outros conectivos, como 'aí', 'e', 'que', 'golpe', 'golpismo' e 'golpistas'."
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Só Morto (Burning Night)
Jards Macalé
Nessa manhã de louco
O olho do morto
Reflete o fogo
Nessa manhã de louco
Todo mistério é pouco
Pedras rolam pro mar
Nessa manhã de louco
Todo mistério é pouco
Nessa manhã de louco
Todo mistério é pouco
Espuma de sangue a brilhar
Nessa manhã de louco
Todo mistério é pouco
Esse sol tão forte
É um sol de morte
Esse sol tão forte
De mil mortes
Esse sol
Há quanto tempo
Eu não via
Um dia...
Um dia...
Tão bonito, tão...
Tão maldito, tão...
Um dia...
Um dia...
Oh, see the city lights
I never seen you so bright
Let this burning
Let this burning
Burning night
Compositores: Jards Macale / Duda Machado
https://www.letras.mus.br/jards-macale/so-morto-burning-night/
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Política
As incursões de Mauro Cid à casa do ex-comandante do Exército
Ex-ajudante de ordens contou que ia à residência do general Freire Gomes após reuniões de Bolsonaro no Palácio da Alvorada
Por Marcela Mattos
16 mar 2024, 15h44
No período em que assessorava Jair Bolsonaro, o ajudante de ordens Mauro Cid praticamente morava no Palácio da Alvorada e tinha até um quarto exclusivo caso quisesse dormir na residência oficial do pr...
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/politica/as-incursoes-de-mauro-cid-a-casa-do-ex-comandante-do-exercito
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O autor discute a tentativa de golpe liderada pelo presidente Jair Bolsonaro, comparando-a com eventos históricos anteriores no Brasil. Ele destaca as semelhanças entre a atual crise política e a história do país, especialmente em relação ao Plano Cohen, um evento fictício que foi usado como pretexto para justificar medidas autoritárias durante o governo de Getúlio Vargas.
A tentativa de golpe de Bolsonaro, ocorrida em 8 de janeiro de 2023, é descrita como uma farsa, pois não teve o apoio necessário das Forças Armadas e enfrentou resistência tanto dentro do governo quanto na sociedade em geral. O autor destaca os depoimentos dos comandantes militares à Polícia Federal, que revelaram os planos golpistas de Bolsonaro após as eleições de 2022.
O texto também faz uma análise histórica do Plano Cohen durante o Governo Constitucional de Getúlio Vargas na década de 1930. Esse evento fictício foi usado por Vargas como justificativa para impor medidas autoritárias e reprimir opositores políticos. O autor destaca como o Plano Cohen foi instrumentalizado para fortalecer o controle do governo sobre a população e justificar a suspensão de direitos civis.
Ao comparar a tentativa de golpe de Bolsonaro com o Plano Cohen, o autor ressalta os perigos do autoritarismo e da manipulação política na história do Brasil. Ele sugere que, embora a tentativa de golpe de Bolsonaro tenha sido frustrada, é importante permanecer vigilante contra ameaças à democracia e aos direitos civis.
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Luiz Carlos Azedo - A história como farsa na tentativa de golpe de Bolsonaro
Correio Braziliense
Bolsonaro foi aconselhado a recuar para não ser preso. Esses conselhos também vieram de ministros do Supremo, de generais legalistas e do governo dos Estados Unidos
Alguém já disse que a história se repete como farsa ou como tragédia. No caso da tentativa de destituição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 8 de janeiro de 2023, uma semana após a posse, poderia ter sido uma tragédia, com a implantação de uma ditadura militar que enfrentaria grande resistência e, para se impor, teria que fazer como os militares argentinos, em 1976, quando o general Jorge Rafael Videla, o almirante Emílio Eduardo Massera e o brigadeiro Orlando Ramón Agosti tomaram o poder e dissolveram o Congresso. Bolsonaro teria que promover uma repressão ainda mais brutal e intensa do que a que ocorreu no Estado Novo e durante o regime militar implantado após o golpe de 1964, que completará 60 anos no próximo dia 31.
Ainda bem, o golpe de 8 de janeiro está mais para uma farsa, um Plano Cohen frustrado. Segundo os depoimentos dos comandantes das Forças Armadas à Polícia Federal — cujo teor integral foi liberado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes —, após as eleições de 2022, Bolsonaro chamou a cúpula militar para reuniões que articulariam um golpe de Estado. O ex-comandante do Exército Freire Gomes disse que o próprio ex-presidente apresentou uma minuta golpista e discutiu seu teor em duas reuniões. O da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, confirmou. Ambos não embarcaram na aventura. O ex-comandante da Marinha Almir Garnier, que ficou calado em seu depoimento, assim como o ex-presidente Jair Bolsonaro, supostamente, só não moveu suas tropas porque seu comandante supremo não deu a ordem.
A tese de que as eleições de 2022 foram fraudadas, que ainda é acalentada por corações e mentes bolsonaristas, e os malabarismos jurídicos do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, ao estilo de Francisco Campos, principal autor da Polaca, a Constituição fascista do Estado Novo, nunca ganharam o apoio do mundo político, escaldado pelo que ocorreu após o golpe de 1964, nem do alto comando das Forças Armadas. Bolsonaro foi aconselhado a recuar para não ser preso. Esses conselhos também vieram do Supremo Tribunal Federal, dos generais legalistas e do governo de Joe Biden. A ala política do próprio governo trabalhou contra o golpe.
Plano Cohen
E o Plano Cohen? O Governo Constitucional (1934-1937) de Getúlio Vargas já tinha viés autoritário e enfrentava grande oposição. As pressões partiam da Ação Integralista Brasileira, de inspiração fascista, e da Aliança Nacional Libertadora, frente antifascista que cada vez mais era controlada por comunistas. Antigos aliados de Vargas denunciavam seus planos continuístas, como o governador do Rio Grande do Sul, Flores da Cunha
Em novembro de 1935, a Aliança Nacional Libertadora, liderada por ex-capitão Luís Carlos Prestes, que havia aderido ao comunismo, tentou tomar o poder, episódio conhecido como Intentona Comunista. Vargas obteve a justificativa para reformar a Lei de Segurança Nacional, que havia sido criada em 4 de abril de 1935, e modificar a Constituição de 1934. Impôs o Estado de Sítio e o Tribunal de Segurança Nacional (TSN). Milhares de oposicionistas foram presos, entre eles, muitos militares que integraram o movimento tenentista.
Na mesma época, as campanhas para as eleições de 1938 já estavam nas ruas, com o ex-governador de São Paulo Armando Sales concorrendo como candidato da oposição, contra José Américo de Almeida, um candidato laranja do governo. Parecia o retorno à normalidade, mas era tudo fake. Em 1937, quando o Estado de Guerra foi suspenso, José Macedo Soares, ministro da Justiça há apenas quatro dias, repentinamente, ordenou a imediata libertação de 300 presos políticos, que se encontravam detidos sem processo formado, muitos militares.
A libertação dos presos políticos ficou conhecida como a “Macedada” e se prolongou até setembro, apesar dos protestos de Filinto Müller e dos integralistas. Era tudo encenação para justificar o golpe, que seria mais difícil de se justificar com os militares presos. A maioria, inclusive, foi lutar na Guerra Civil Espanhola, nas Brigadas Internacionais. Entretanto, os confrontos entre grupos de esquerda e de direita voltaram a acontecer, alguns com mortes. Pedro Ernesto, ex-prefeito do Distrito Federal, preso em abril de 1936, fora libertado no dia 14 de setembro. Livre, faria violento discurso contra o governo federal, ao declarar apoio à candidatura do governador paulista Armando de Sales Oliveira à Presidência da República. Um mês depois seria novamente preso — dessa vez, na companhia do filho.
Em 30 de setembro de 1937, o governo anunciou a descoberta do Plano Cohen, um suposto projeto comunista para promover novas insurreições e tomar o poder no Brasil. O texto era completamente falso, mas serviu de justificativa para o retorno do Estado de Guerra, em 1º de outubro, e novas perseguições e prisões políticas. O golpe continuísta de Vargas, em 10 de novembro de 1937, criaria o Estado Novo, nome copiado da ditadura de António de Oliveira Salazar (1933-1974) em Portugal. Estava anunciado em artigos na imprensa desde meados de 1936, como os de Bolsonaro, nas redes sociais, desde setembro de 2021."
Lua 🌜 ó lua 🌝 como está? Crescente …. Minguante 🌙 ó lua 🌑
Que teu brilho ilumine nossos passos,
Que tua sabedoria nos guie em cada jornada,
Consigliere Lua, fonte de inspiração eterna,
Aceita nossa reverência sob o manto estrelado.
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Significado de Etnografia
Equipe da Enciclopédia Significados Equipe da Enciclopédia Significados Criado e revisado pelos nossos especialistas
O que é Etnografia:
Etnografia é o estudo descritivo da cultura dos povos, sua língua, raça, religião, hábitos etc., como também das manifestações materiais de suas atividades. É a ciência das etnias. Do grego ethos (cultura) + graphe (escrita).
A etnografia estuda e revela os costumes, as crenças e as tradições de uma sociedade, que são transmitidas de geração em geração e que permitem a continuidade de uma determinada cultura ou de um sistema social.
Etnografia é inerente a qualquer aspecto da Antropologia Cultural, que estuda os processos da interação social: os conhecimentos, as ideias, técnicas, habilidades, normas de comportamento e hábitos adquiridos na vida social de um povo.
A Etnografia é também parte ou disciplina integrante da etnologia, que se ocupa com o estudo descritivo, classificatório e comparativo da cultura material, ou seja, dos artefatos encontrados nas diversas sociedades.
A pesquisa etnográfica tem bases antropológicas ou etnográficas, baseia-se na observação e levantamento de hipóteses, onde o etnólogo procura descrever o que, na sua visão, ou seja, na sua interpretação, está ocorrendo no contexto pesquisado. Uma das características da Etnografia é a presença física do pesquisador e a observação in loco.
Etnografia virtual
Etnografia virtual é a metodologia de pesquisa que busca a coleta de dados através do ambiente virtual, utilizando os diversos materiais disponíveis na rede. É uma tendência para todos que buscam novos processos de pesquisa e aprendizagem.
A etnografia virtual permite que se obtenham algumas respostas às questões levantadas. O pesquisador pode fazer uma análise, interpretar e observar uma comunidade, mesmo que seja no ciberespaço. É um complemento metodológico para diversos estudos.
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Maria Bethânia - É de Manhã - (Com Letra na Descrição) - Legendas
JC Pasquini
É de Manhã
"É de manhã
Vou buscar
Minha flor
A barra do dia vem
O galo cocorocô
É de manhã
Vou buscar
Minha flor
É de manhã
É de madrugada
É de manhã
Não sei mais de nada
É de manhã
Vou ver meu amor
É de manhã
Vou ver minha amada
É de manhã
Flor da madrugada
É de manhã
Vou ver minha flor
Vou pela estrada
E cada estrela
É uma flor
Mas a flor amada
É mais que a madrugada
E foi por ela
Que o galo cocorocô
Que o galo cocorocô."
Compositores - Caetano Veloso e Gilberto Gil
https://www.youtube.com/watch?v=MazD6YcK60o
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Vinicius + Bethânia + Toquinho full album
rpmusicvideo
112.918 visualizações 18 de out. de 2018
Vinicius + Bethânia + Toquinho
La Fusa (Mar del Plata)
(1971)
https://www.youtube.com/watch?v=L4s0DNe1E8U
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Jards Macalé - Só Morto (Ao Vivo) [Áudio Oficial]
Som Livre
Letras
Nessa manhã de louco
O olho do morto reflete o fosso
Nessa manhã de louco
Todo mistério é pouco
Nessa manhã de louco
Todo mistério é pouco
Pedras rolam pro mar
Nessa manhã de louco
Todo mistério é pouco
Nessa manhã de louco
Todo mistério é pouco
Espuma de sangue a brilhar
Nessa manhã de louco
Todo mistério é pouco
Esse sol tão forte
É um sol de morte
Esse sol tão forte
De mil mortes
Esse sol
Há quanto tempo eu não via
Um dia, um dia
Tão bonito, tão
Tão maldito, tão
Maldito dia
Há quanto tempo eu não via
Um dia, um dia, um, um dia
Tão bonito, tão
Tão maldito, tão
Bonito dia
See the city lights
I never seen you so bright
Let this burning
Let this burning
Burning night
Oh, city, city, oh, city, city, city lights
I never seen you so bright
Let this burning
Let this burning, burning
Há quanto tempo eu não via
Um dia, um dia
Tão bonito, tão
Tão maldito, tão bonito
Bonito dia
Há quanto tempo eu não via
Um dia, um dia
Tão bonito, tão bonito
Tão maldito
Maldito, maldito dia
Oh, see the, oh, city lights
I never seen you so bright
Let this burning
Let this burning
Burning night
Fonte: Musixmatch
Compositores: Jards Macale / Duda Machado
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sábado, 16 de março de 2024
O COMEÇO DO FIM.
OS ANÚNCIOS CONTNUAM
Os anúncios de Eurípedes relacionados à próxima desencarnação continuaram como um preparo invevitável para os corações amigos.
(...) Prosseguindo, Eurípedes informa:
- E agora, D. Amália, vejo chegar um número incalculável de cartas e telegramas...a senhora talvez tenha de tomar um secretário para auxiliá-la na tarefa de agradecimento.
O sono sorambúlico chegara ao fim. Havia decorrido meia hora.
Nesta altura, D. Amália coloca-se em expectativa, sem saber se o despertaria ao leve toque de suas mãos ou se o chamaria.
Optou pelo vocativo:
- S'Eurípedes! S'Eurípedes!
- Senhora! Estou desperto...
Ele sorriu de leve.
Retomaram posição para os serviços de rotina.
O calendário marcava: 25 de abril de 1918.
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Fascinação
Elis Regina
Letra
Significado
Os sonhos mais lindos sonhei
De quimeras mil, um castelo eu ergui
E no teu olhar, tonto de emoção
Com sofreguidão, mil venturas previ
O teu corpo é luz, sedução
Poema divino, cheio de esplendor
Teu sorriso prende inebria entontece
És fascinação, amor
Teu sorriso prende inebria entontece
És fascinação, amor
Composição: M. de Feraudy / F.D. Marchetti.
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Eurípedes - O homem e a missão Capa comum – 7 janeiro 2019
Edição Português por Corina Novelino (Autor)
“Uma vida marcantemente apostolar, como a de Eurípedes Barsanulfo, merece ser evocada nas suas linhas soberbas, em que o Missionário se impõe de maneira fulgurante. Trazer a lume episódios do dia-a-dia, iluminados pela constante do Bem, da Verdade, da Justiça, da Lógica e da Ordem – eis o dever inadiável e imperioso dos que conheceram de perto a obra missionária de Eurípedes.” Do Prefácio da Autora.
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Fascination
Nat King Cole
Letra
Tradução
Significado
Fascinação
Fascination
Foi fascinação
It was fascination
Eu sei
I know
E poderia ter terminado
And it might have ended
Bem ali, no início
Right then, at the start
Apenas um olhar de relance
Just a passing glance
Apenas um breve romance
Just a brief romance
E eu poderia ter seguido
And I might have gone
Meu caminho
On my way
De coração vazio
Empty hearted
Foi fascinação
It was fascination
Eu sei
I know
Vendo você sozinha
Seeing you alone
À luz do luar
With the moonlight above
Então eu toquei sua mão
Then I touch your hand
E nesse momento
And next moment
Eu te beijei
I kiss you
Fascinação tornou-se amor
Fascination turned to love
Foi fascinação
It was fascination
Eu sei
I know
Vendo você sozinha
Seeing you alone
À luz do luar
With the moonlight above
Então eu toquei sua mão
Then I touch your hand
E nesse momento
And next moment
Eu te beijei
I kiss you
Fascinação tornou-se
Fascination turned
Amor
To love
Composição: Fermo Dante Marchetti / Dick Manning.
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21 - O COMEÇO DO FIM.
OS ANÚNCIOS CONTNUAM
Eurípedes - o Homem e a Missão pp. 224-225
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Cap.45 - ESTUDANDO O LIVRO PÃO NOSSO - Quando Orardes - Chico Xavier e Emmanuel
Rabi Raboni
12 de fev. de 2017
Estudo do livro PÃO NOSSO psicografado por Francisco Cândido Xavier através do espírito de Emmanuel - Áudio e Comentário de Lúgero Souza
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45
Quando orardes
“E, quando estiverdes orando, perdoai.” — Jesus. (MARCOS, 11.25)
1 A sincera atitude da alma na prece não obedece aos movimentos mecânicos vulgares. 2 Nas operações da luta comum, a criatura atende, invariavelmente, aos automatismos da experiência material que se modifica de maneira imperceptível, nos círculos do tempo; 3 todavia, quando se volta a alma aos santuários divinos do Plano superior, através da oração, põe-se a consciência em contato com o sentido eterno e criador da vida infinita.
4 Examine cada aprendiz as sensações que experimenta em se colocando na posição de rogativa ao Alto, compreendendo que se lhe faz indispensável a manutenção da paz interna perante as criaturas e quadros circunstanciais do caminho.
5 A mente que ora, permanece em movimentação na Esfera invisível.
6 As inteligências encarnadas, ainda mesmo quando se não conheçam entre si, na pauta das convenções materiais, comunicam-se através dos tênues fios do desejo manifestado na oração. 7 Em tais instantes, que devemos consagrar exclusivamente à zona mais alta de nossa individualidade, expedimos mensagens, apelos, intenções, projetos e ansiedades que procuram objetivo adequado.
8 É digno de lástima todo aquele que se utiliza da oportunidade para dilatar a corrente do mal, consciente ou inconscientemente. 9 É por este motivo que Jesus, compreendendo a carência de homens e mulheres isentos de culpa, lançou este expressivo programa de amor, a benefício de cada discípulo do Evangelho: — “E, quando estiverdes orando, perdoai.”
Emmanuel
Texto extraído da 1ª edição desse livro.
http://bibliadocaminho.com/ocaminho/txavieriano/livros/Pn/Pn117.htm
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CAPÍTULO IV
NINGUÉM PODERÁ VER O REINO DE DEUS SE NÃO NASCER DE NOVO
Tema. — Ressurreição e reencarnação. — A reencarnação fortalece os laços de família, ao passo que a unicidade da existência os rompe. — Instruções dos Espíritos: Limites da encarnação; Necessidade da encarnação.
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VideoAula 31 – Capítulo IV – Ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo
Cosme Massi
Estreou em 22 de dez. de 2020 Últimos Lançamentos
Estudo sequencial inédito da obra "O Evangelho Segundo o Espiritismo”.
VideoAula 31 – Capítulo IV – Ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo - Ressurreição e reencarnação – Parte 1 - Item 1 a 6
Esta aula, disponível integralmente nos aplicativos do KARDEC Play, apresenta:
• Os fundamentos da reencarnação no pensamento de Jesus.
Nas próximas aulas continuaremos estudando o VideoAula 32 – CAPÍTULO IV - Ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo – Ressurreição e reencarnação – Parte 2 - Item 7 a 17
https://www.youtube.com/watch?v=kZtgoRAingI
https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/887/o-evangelho-segundooespiritismo/2057/capitulo-iii-ha-muitas-moradas-na-casa-de-meu-pai
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Com boa vontade é fácil viver.
Fazer e principalmete refazer a
vida é assunto que não se pode
deixar para depois.
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As Forças da Natureza
Clara Nunes
Letra
Significado
Quando o Sol
Se derramar em toda sua essência
Desafiando o poder da ciência
Pra combater o mal
E o mar
Com suas águas bravias
Levar consigo o pó dos nossos dias
Vai ser um bom sinal
Os palácios vão desabar
Sob a força de um temporal
E os ventos vão sufocar o barulho infernal
Os homens vão se rebelar
Dessa farsa descomunal
Vai voltar tudo ao seu lugar
Afinal
Vai resplandecer
Uma chuva de prata do céu vai descer, la la la
O esplendor da mata vai renascer
E o ar de novo vai ser natural
Vai florir
Cada grande cidade o mato vai cobrir, ô, ô
Das ruínas um novo povo vai surgir
E vai cantar afinal
As pragas e as ervas daninhas
As armas e os homens de mal
Vão desaparecer nas cinzas de um carnaval (2X)
Composição: João Nogueira / Paulo César Pinheiro.
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CONSTRIÇÃO
"Constrição é um método de abate de presas usado por vários espécies de serpentes. Apesar de também ser usado por algumas serpentes peçonhentas para imobilizar suas presas, a maioria das serpentes que constrigem não são peçonhentas. Ao contrário do mito, as serpentes não sufocam a presa ou quebram seus ossos." Wikipédia
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"... gramática e lei, ainda nos podemos mexer”.
“Liberdade completa ninguém desfruta: começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas, nos estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei, ainda nos podemos mexer.”
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Poesia | O escrivinhador de peças, de Bertolt Brecht
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Coisas Do Mundo, Minha Nega - Teresa Cristina e Grupo Semente
Deck
Faixa 4 do CD "A Música de Paulinho da Viola -- 1" da Teresa Cristina e Grupo Semente.
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"Amigos,
Você deveria se preocupar mais com a China drenando seus dados pessoais e manipulando seus pensamentos através do TikTok, ou com bilionários americanos drenando seus dados pessoais e manipulando seus pensamentos através do TikTok?
Pessoalmente, eu não confio em nenhum dos dois.
Por isso, a atual confusão em Washington sobre o destino da plataforma popular é completamente irrelevante."
Robert Reich
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Graciliano Ramos: observador perspicaz, é também exímio decodificador do nosso labirinto existencial (Foto: Kurt Klagsbrunn)
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Graciliano Ramos entre “a gramática e a lei”
João Paulo Ayubdisse:
2 de março de 2021
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“Toda palavra tem sempre um mais-além, sustenta muitas funções, envolve muitos sentidos. Atrás do que diz um discurso, há o que ele quer dizer, há ainda um outro querer-dizer, e nada será nunca esgotado…”
Jacques Lacan
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A prisão do escritor alagoano Graciliano Ramos pela ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas completa 85 anos nesta quarta, dia 3 de março. O “velho Graça”, como era chamado pelos amigos, muitos deles também escritores, como José Lins do Rego e Raquel de Queiroz, foi encarcerado pela polícia sem formalização de acusação ou mesmo apresentação de provas de seu envolvimento com grupos opositores do regime ditatorial. Graciliano foi vítima de um antiquíssimo e infelizmente tantas vezes repetido ritual de exclusão pelo poder do estado. Coube ao escritor a narrativa do período em que esteve preso e que resultou na publicação póstuma do livro Memórias do cárcere, em 1953, ano da morte de Graciliano, aos 60 anos. A violência deixou marcas profundas em seu corpo, traços irremediáveis que também foram testemunhados pelo arranjo escrito da palavra.
Observador fino e perspicaz, Graciliano é também um exímio decodificador das mazelas sociais e do labirinto existencial no qual nos encontramos. Coisa muito enredada, complicação inextricável: o labirinto, suas salas subterrâneas e superfícies vertiginosas, porão de navio sujo e fétido, metáfora da vida tantas vezes derrotada e afogada num mar de sofrimento psíquico.
Essa escritura é uma tarefa que exige cuidado, pois as armadilhas no caminho são muitas: o gesto preciso da decodificação carrega, de certo modo, a magia da transposição dos sentidos de um lugar para outro. A gramática responde às tramas da lei, linguagem de águas turvas, mas a vida desde sempre atravessada não se deixa apagar: na pele do texto carimbado pela ordem social cabe à palavra revelar os segredos que se escondem na sutileza de seus interstícios. Na pena do escritor alagoano, o trânsito da experiência que deságua na linguagem – linguagem da experiência – não embaralha os sentidos da passagem que resulta na experiência da linguagem. “Resolvo-me a contar, depois de muita hesitação, casos passados há dez anos.” Assim se inicia o relado das Memórias…
Para a composição de suas memórias do período em que foi preso e sequestrado pela ditadura do Estado Novo, nos anos 1936-37, Graciliano não pôde contar com os registros escritos no tempo/espaço do cárcere. Ele temia por complicações maiores com as autoridades militares: “Não resguardei os apontamentos obtidos em largos dias e meses de observação: num momento de aperto fui obrigado a atirá-los na água.”
A tonalidade da experiência vivenciada pelo escritor em seus longos dias de confinamento está de tal forma incrustada no contorno das palavras que se arriscam em dizê-la que, no fim das contas, palavra da experiência, experiência da palavra, acontecimentos separados no curso do tempo, confundem-se no movimento indistinto que revela sua profunda condição de desamparo. Decodificação alquímica que vai além da simples intenção de registro dos fatos; a palavra escrita transborda em sua precisão fugidia a vida do escritor em tempos sombrios.
“Liberdade completa ninguém desfruta: começamos oprimidos pela sintaxe e acabamos às voltas com a Delegacia de Ordem Política e Social, mas, nos estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei, ainda nos podemos mexer.”
Se o trecho das Memórias explicita a natureza do obstáculo, em que Graciliano compara a gramática à lei (reduzindo-as ao gesto comum da opressão), há que se levar em conta também a liberdade proporcionada pelo fato de que ainda assim “nos podemos mexer”. A vida não se apaga no estreito encadeamento que irmana as regras da sintaxe e o regime de poder legal. Nestas poucas palavras, nos deparamos com um universo vastíssimo de significados que ilumina toda a obra do escritor. Por tudo isso, as Memórias do Cárcere ocupam o lugar que converge num mesmo ponto testemunho político e testamento literário.
Nos “estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei, ainda nos podemos mexer”: o final da frase se revela um tanto enigmática e sinaliza para o que aqui se enxerga como a grande questão que anima a obra deste autor: enquanto houver linguagem, para o bem ou para o mal, “ainda nos podemos mexer”. Mas que linguagem? Certamente, não se trata do discurso dos quartéis, dos silêncios que residem atrás de cada ameaça. Um cano de ferro de uma arma prensada às costas da vítima pode “falar” a mais profunda verdade sobre a condição na qual se encontra: a pistola do soldado nas costas de Graciliano, à entrada no porão do barco Manaus, embarcação que o levou, junto a centenas de presos, da cidade do Recife ao Rio de Janeiro, revelou, de súbito, sua total precariedade, até então velada pela monótona rotina do quartel nos primeiros dias de prisão. A linguagem de que fala Graciliano, sintaxe singular, é aquela capaz de “dizer” o idioma do sujeito lançado à experiência de si mesmo, como diria Lacan, um “mais-além” da palavra.
Enfim, se quisermos acessar o idioma em que nos “fala” o escritor, devemos mergulhar em sua própria experiência de libertação: a palavra que reinscreve no texto as cores e os traços de seu universo existencial. Tal mergulho nos ajuda a enxergar mais de perto o modo como a dimensão do humano se realiza no âmbito da palavra. Entre uma infinidade de obstáculos, violências desmedidas, identificamos as leis e a gramática em que o escritor esteve enredado. Resta buscar em sua morada, sua linguagem, o momento em que seu ser transcende as amarras do texto e faz da palavra um gesto genuíno de transformação. Esse momento configura o encontro do ser com a linguagem que o constitui. Encontro em que os sentidos da existência realizam-se num modo de ser que é essencialmente palavra. Em suas Memórias, o escritor realiza a palavra que lhe restitui a capacidade de revelação, de levantar-se do golpe que intencionava suprimi-lo.
João Paulo Ayub Fonseca é psicanalista e doutor em Ciências Sociais pela Unicamp com tese intitulada “Arte é sangue, é carne – a riqueza e a miséria da palavra no romance de Graciliano Ramos”. Autor de Introdução à analítica do poder de Michel Foucault (Intermeios, 2015).
https://revistacult.uol.com.br/home/graciliano-ramos-entre-a-gramatica-e-a-lei/#:~:text=%E2%80%9CLiberdade%20completa%20ningu%C3%A9m%20desfruta%3A%20come%C3%A7amos,%2C%20ainda%20nos%20podemos%20mexer.%E2%80%9D
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"A constrição à liberdade para alguns costuma iniciar-se na linguagem, gramática, léxico, acentuação, pontuação, concordâncias e terminar com os costados dando na cadeia de correção." Graciliano Ramos o disse em suas Memórias do Cárcere, a cavaleiro.
Essa citação de Graciliano Ramos, extraída de suas "Memórias do Cárcere", sugere uma reflexão profunda sobre como a restrição à liberdade muitas vezes começa de maneira sutil e aparentemente inócua, na linguagem e em suas diversas manifestações, como gramática, léxico, acentuação, pontuação e concordâncias. A observação de que isso pode culminar na privação física da liberdade, representada pela "cadeia de correção", é uma metáfora poderosa que nos faz pensar nas formas complexas e variadas pelas quais o controle social pode ser exercido, inclusive através da linguagem. Essa é uma reflexão que ressoa em muitos contextos históricos e contemporâneos, destacando a importância da liberdade de expressão e da consciência crítica em uma sociedade livre.
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Memórias do Cárcere: Literatura e Testemunho Capa comum – 1 janeiro 2017
por Hermenegildo Bastos (Autor)
Uma interpretação bifocal de Graciliano Ramos - Com Memória do Cárcere, literatura e testemunho, Hermenegildo Bastos realiza um dos trabalhos mais fundamentais e originais, sobre a obra de Graciliano ramos. O traço mais característico de sua investigação constitui em dar voz ao texto analisado, em primeiro lugar. A qualificação literária de Graciliano Ramos deriva do complexo de informações colhidas das diferentes obras do autor de Memórias do Cárcere, buscando entre estas a associatividade e a reiteração dos princípios unificadores. Enfim, obteve-se, assim, a partir da obra memorialística, o conteúdo poemático do conjunto. Em segundo lugar, o ensaísta capta os ecos do contexto em que a obra operou, restaurando, no interior daquela, o que foi projeto e o que se realizou concretamente como textualidade. A parte e o todo se questionam e iluminam, remetem-se a um projeto que se recusa. E mais uma característica se apresenta à leitura do ensaio de Hermenegildo Bastos: a argumentação em tessitura, ou seja, a articulação dos argumentos como um processo cumulativo, a maquinação, em andamento, de um saber globalizador. A lucidez do ensaio de Hermenegildo Bastos reside no estabelecimento dos pontos básicos da tese que se lhe ofereceu. Ou melhor: do princípio que decidiu explorar. E, à medida que o trabalho se desenvolve, voltam as referências básicas, numa dança especulativa como que a compor o arcabouço do edifício conceitual. O leitor logra atingir o final da leitura perfeitamente conquistado pela força argumentativa do ensaísta, acompanhando-lhe o encadeamento lógico. O que é mais interessante é que tal procedimento se realiza como imitação do método narrativo de Graciliano Ramos, que, no vai-e-vem das microunidades do texto, vai tecendo o tapete mesclado de memórias e de imaginação, de crítica social e confissão, de factum e fictum. Talvez a melhor parte teórica do ensaio sejam as considerações sobre a autobiografia. Além de rica e pertinente bibliografia, Hermenegildo Bastos demonstra momentos felizes de pesquisa e observação. Como, por exemplo, aqueles em que compara a cena do menino mais velho, no capítulo "Mudança" de Vidas Secas, com o episódio biográfico de Memórias do Cárcere, capítulo da 3ª parte, em que o autor/personagem caminha arquejando, sob a vigilância dos soldados, em sua mudança para a Colônia Correcional. Ao mesmo tempo, na linha do diálogo da obra com as esferas contextuais, Hermenegildo Bastos aponta, no projeto de Graciliano ramos, o interesse em fixar as personagens excluídas pelo sistema, ou seja, os dominados, sem tintas róseas ou românticas, como era do seu estilo.
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A citação está bem redigida em termos de linguagem, gramática, léxico, acentuação, pontuação e concordância. Aqui está a análise detalhada:
Linguagem e Léxico: A linguagem é clara e precisa, e o léxico é apropriado para o contexto.
Gramática: Não há erros gramaticais.
Acentuação: Não há erros de acentuação.
Pontuação: A pontuação está correta e ajuda a transmitir o significado desejado. O ponto final no final da citação encerra a frase adequadamente.
Concordância: Não há erros de concordância. O sujeito "constrição" está no singular, concordando com o verbo "costuma" e o pronome possessivo "seus" concorda com "costados", ambos no plural.
Portanto, a citação está correta em todos esses aspectos linguísticos.
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Memórias do cárcere Capa comum – 9 março 2020
Edição Português por Graciliano Ramos (Autor)
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Sim, a frase citada realmente encapsula uma reflexão presente nas "Memórias do Cárcere" de Graciliano Ramos. Neste livro, Graciliano Ramos relata suas experiências pessoais enquanto esteve preso durante o Estado Novo no Brasil, devido ao seu envolvimento com movimentos políticos de esquerda.
O trecho em questão reflete a percepção do autor sobre como a restrição à liberdade pode começar de maneira sutil na linguagem e nas normas gramaticais impostas pela sociedade, e como isso pode evoluir para uma privação mais direta e física da liberdade, como estar preso na prisão.
Embora a frase em si não seja uma citação direta das "Memórias do Cárcere", ela encapsula bem o tema central do livro, que é a reflexão profunda sobre liberdade, poder, opressão e resistência, sob a perspectiva pessoal do autor durante seu período de encarceramento político.
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The Billionaire Keeping TikTok on Phones in the U.S. - WSJ
Jeff Yass, WSJ
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Whom do you trust more with TikTok — China, or American billionaires?
I don’t trust either. Congress needs a totally different approach to giant social media platforms.
ROBERT REICH
15 DE MAR. DE 2024
Friends,
Should you be more worried about China siphoning off your personal data and manipulating your thoughts via TikTok, or American billionaires siphoning off your personal data and manipulating your thoughts via TikTok?
Personally, I don’t trust either.
Which is why the current brouhaha in Washington over the fate of the popular platform is utterly beside the point.
Rich Americans now lining up to buy TikTok, if the Senate goes along with the House and bans the platform from our shores as long as it’s owned by Chinese investors, include a hit parade of irresponsible billionaires — such as the corrupt former Trump Treasury Secretary Steven Mnuchin, Trump lapdog investor Kevin O’Leary, and right-wing megadonor Bobby Kotick.
Not to forget multibillionaire Republican megadonor Jeff Yass, who already owns a $15 billion (yes, billion) stake in TikTok’s parent company, ByteDance.
Yass is the biggest Republican donor in the 2024 election cycle so far, having spent $46.4 million. (He was the fourth-largest donor in the 2022 midterms, spending $56.2 million. In 2020, he donated $25.3 million, all to Republican candidates.)
According to ProPublica, Yass has focused on candidates pushing for lower taxes, charter schools, campaigns against so-called critical race theory, abortion bans, and candidates who deny Biden won the 2020 election.
He also spends on Trumpish “think tanks.” In 2020, he donated $20.7 million to the Club for Growth. And he and one of his partners, Arthur Dantchik — who, not incidentally, sits on the board of ByteDance — are responsible for a large portion of the donations to the Kohelet Policy Forum, a conservative right-wing Israeli think tank.
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Not surprisingly, Yass has given generously to politicians who have opposed restrictions on TikTok. And his Club for Growth is right behind him.
After Trump recently attended a donor event in Palm Beach, organized by the Club for Growth, he reversed his position and said he opposed the TikTok ban.
The Club for Growth has also hired former Trump aide Kellyanne Conway to lobby lawmakers to oppose the ban. Vivek Ramaswamy also reversed himself after a super PAC supporting his failed bid for the Republican nomination received money from Yass.
Yass is not the only big American investor who has already plunked down billions for pieces of TikTok. The Carlyle Group, KKR, and General Atlantic have all invested, according to data provider PitchBook.
The contretemps over the TikTok ban shows the power of America’s billionaires over public policies, even policies purporting to protect national security. It also shows the global reach of American billionaires over giant corporations, regardless of where they are headquartered — even ones like ByteDance that appear to be linked to the Chinese government.
True, America’s billionaires aren’t in a global race with the United States for world dominance. But they’re in a race with the rest of America to dominate the United States — a race which should be of no less concern. The lure of unfathomed wealth can be as corrosive to the common good as a competing nation’s determination to beat us.
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We need to have a totally different conversation about TikTok — as well as the other giant platforms now scraping up our personal data and feeding us dangerous lies. Is TikTok really any more worrisome than X (formerly Twitter), Google, Facebook, and Amazon, and their billionaire owners?
The real issue here isn’t whether China or some American billionaire should own these platforms. It’s how to make them publicly responsible, regardless of who owns them.
These social media platforms have become so large and powerful they should be treated as public utilities or common carriers — and regulated in the public interest.
That’s my two cents. What do you think? (Here’s my interview with Joy Reid on MSNBC last night, on the subject.)
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https://robertreich.substack.com/p/who-do-you-trust-more-with-tiktok
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quinta-feira, 14 de março de 2024
EQUILÍBRIO DO MEDO
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Um Inimigo do Povo
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"Tem gente que nasce para mandar. Tem gente que nasce para obedecer. Eu vou fugir daqui." - disse Ivani Ribeiro em "Mulheres de Areia".
"Você é esperto, Donato." - Trecho de "Mulheres de Areia", de Ivani Ribeiro.
"A arte de vencer um debate sem ter razão." - Schopenhauer.
"O Inimigo do Povo", de Henrik Ibsen.
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O que o autor quis dizer com a expressão equilíbrio do medo?
O equilíbrio do terror foi a expressão designada para se referir ao momento em que União Soviética e Estados Unidos passavam por uma corrida armamentista de forma tão acirrada que nenhum dos dois poderia vencer o conflito.
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Análise: A constante ameaça de Putin sobre um conflito nuclear | WW
CNN Brasil
13 de mar. de 2024 #CNNBrasil
Às vésperas das eleições que vão reconduzí-lo a um quinto mandato, o presidente russo Vladimir Putin disse que o arsenal nuclear do país está pronto para ser usado. A declaração foi dada no mesmo dia em que o exército ucraniano intensificou os ataques em território russo. O analista de Internacional Lourival Sant’Anna e o professor de relações internacionais Carlos Gustavo Poggio comentam sobre a ameaça de um conflito nuclear.
https://www.youtube.com/watch?v=EvlNShbktxs
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O fascismo é uma besta com capacidade de renascer e se
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'Os direitos das palavras: fascista
Abusos de um expediente retórico
Por Jorge Almeida Fernandes 19 de fevereiro de 2021
« (...) Umas vezes, abusamos das palavras através de um preguiçoso expediente retórico para exprimir sentimentos fortes, fazer crescer a indignação e empolar acontecimentos.(...) »
Publiquei há anos uma crónica sobre Os direitos das palavras, prevenindo contra os abusos. «Se com as palavras pensamos e por elas nos entendemos, necessário é reconhecer-lhes alguns direitos, designadamente o de não serem objecto de abuso, de forma substantiva ou adjectiva. E reconhecer mesmo, a algumas delas, o direito à sua particular identidade: são únicas por designarem coisas únicas» (Público, 25/9/1996).
Umas vezes, abusamos das palavras através de um preguiçoso expediente retórico para exprimir sentimentos fortes, fazer crescer a indignação e empolar acontecimentos. Em linguagem jornalística, uma matança facilmente se torna num massacre (matar selvaticamente e em massa pessoas indefesas), tal como um massacre rapidamente passa a genocídio (extermínio metódico de um grupo humano). Outras vezes, por ignorância. Outras ainda, no caso da palavra fascista, como mero instrumento para insultar o adversário.
Genocídios e Holocausto
Referia, em 1996, alguns exemplos. O genocídio dos tutsis pelos hutus, em 1994, não deixa dúvidas. Houve o desígnio de exterminar toda uma comunidade ou etnia. No entanto, a aplicação da mesma palavra – genocídio – aos posteriores massacres de hutus por tutsis era abusiva, não pela exponencial diferença dos números, mas pela distinta natureza das coisas: não havia da parte das milícias tutsis o desígnio de eliminação da etnia hutu, mas vingança. A legítima vontade de exprimir o horror não justifica a falta de rigor nas palavras, sob pena de falsificação dos factos. O abuso das palavras não é apenas uma falta contra a verdade. Tem o efeito político de banalizar.
Prosseguia a crónica registando outros abusos. Na celebração dos 500 anos do édito de 1496 de D. Manuel I – da expulsão ou da conversão forçada dos judeus – um alto dignitário do Estado de Israel qualificou, em Lisboa, a expulsão dos judeus como um «primeiro Holocausto». A derrapagem obedecia a um objectivo político. Mas constituía também um acto de absoluta irresponsabilidade perante a memória histórica, a judaica e a da Humanidade.
Nem os pogroms antijudaicos – da Idade Média aos princípios do século XX – nem o crime da expulsão e da conversão forçada no século XVI foram um Holocausto. A vontade de enfatizar a intolerância acaba, afinal, por banalizar o que não pode ser banalizado. O Holocausto é um genocídio único, em que um Estado moderno procurou eliminar um povo inteiro de forma industrial.
Nos dias de hoje, o leitor pode ainda apreciar a referência a terrorismo na acusação a Bruno de Carvalho. Também a Justiça desconhece o peso das palavras.
Fascismo
Vem isto a propósito do «milagre da multiplicação dos fascistas» nas eleições brasileiras. «Na blogosfera ideológica, fascista virou feijão com arroz», escreveu o analista Fernando Schüller. Não é um fenómeno brasileiro. Observa o historiador francês Frédéric Le Moal: «Nunca houve tantos antifascistas desde que o fascismo desapareceu.» Sempre existiu na Europa a crença num «fascismo eterno».
A palavra fascismo deve ser respeitada como “única”, por designar uma das monstruosidades que fabricaram a trágica primeira metade do século XX. Não pretendo discutir aqui as teorias do fascismo. Limito-me a aconselhar a leitura de “clássicos”, como Renzo De Felice ou Emilio Gentile. Tendemos a banalizar o fascismo como ditadura reaccionária. Mas o fascismo nunca se identificou como conservador ou reaccionário, antes denunciava o espírito burguês, cobarde e egoísta, tal como visou substituir o capitalismo liberal por um capitalismo e uma economia submetidos ao Estado. Nascido em contraponto ao comunismo, reivindicava-se como revolucionário e tinha também como meta um «homem novo». Daí a sua virulência.
Cito Gentile: «Uma ideologia (...) que se proclama antimaterialista, anti-individualista, antiliberal, antidemocrática, antimarxista, tendencialmente populista e anticapitalista, que se exprime mais estética do que teoricamente, através de um novo estilo político e através de mitos, ritos e símbolos de uma religião laica, instituída em função de um processo de aculturação, de socialização e de integração fideísta das massas para a criação do "homem novo".»
Visa realizar, através do Estado totalitário, a «fusão do indivíduo e das massas na unidade orgânica da nação, (...) adoptando medidas de discriminação e perseguição dos que se mantêm fora desta comunidade». Implica «a subordinação absoluta do cidadão ao Estado, (...) o espírito guerreiro». Tal como o comunismo, denunciava as oligarquias e a corrupção parlamentar. Intimidava os inimigos pela força e com milícias paramilitares – o squadrismo. Mussolini mobilizou sindicalistas e socialistas revolucionários, antigos combatentes, muitos jovens. Seduziu milhões de europeus entre as duas guerras.
Assim foi o fascismo italiano — deixo de lado o nazismo, «a versão mais patológica do fascismo», ou os regimes reaccionários que se inspiraram em Mussolini. Deixo também de lado os compromissos a que Mussolini foi forçado pela burguesia industrial ou pela Igreja Católica.
A nossa época
O fascismo é inseparável de uma época. Nasce dos escombros da I Guerra Mundial e da “brutalização” (George Mosse) a que foi submetida a população europeia, do seu cortejo de matanças, do culto da violência e do desprezo pela vida. Nasceu no cataclismo das classes médias depauperadas e na crise da modernidade liberal do fim do século XIX. Este mundo desapareceu em 1945.
Os actuais populismos são fenómenos radicalmente distintos do fascismo. O fascismo era uma ideologia estruturada. Os populismos são mais um estilo do que uma ideologia. Hoje ninguém se propõe criar o «homem novo». Comparando os dois fenómenos, escreve o historiador Nicolas Lebourg, especialista na extrema-direita: «O sistema económico da época [do fascismo] é o da idade industrial, com massas proletárias. (...) O nosso sistema presente é o de uma economia planetária e financeira.» Passámos da idade das massas para o tempo das identidades. Persistem, certamente, muitos nostálgicos do fascismo, mas não passam de grupúsculos, como os italianos Forza Nuova ou Casa Pound.
Insiste Gentile: «A democracia não está em risco por causa de um fascismo que não existe. Hoje, o perigo é o suicídio da democracia. O que há de novo, em todo o mundo, é um novo poder de direita, nacionalista e xenófobo. (...) Uma política nacionalista democrática iliberal. O fascismo sempre negou a soberania popular, enquanto o nacionalismo populista de hoje reivindica o sucesso eleitoral. Estes políticos de agora dizem-se representantes do povo, pois foram eleitos pela maioria. Coisa que o fascismo nunca fez.»
«As ditaduras descaradas – sob forma de fascismo, comunismo ou regime militar – desapareceram de quase todo o mundo. Os golpes militares e outras tomadas violentas do poder são raros. A maioria dos países realiza eleições. As democracias ainda morrem, mas de maneira diferente» (Steven Levitsky e Daniel Ziblatt).
O palavrão fascista apenas serve para desviar a atenção do problema de hoje, o risco de degeneração da democracia.
Fonte
Artigo transcrito d jornal do Público de 17 de novembro de 2018, escrito segundo a norma ortográfica de 1945.'
in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/artigos/rubricas/idioma/os-direitos-das-palavras-fascista/4405 [consultado em 14-03-2024]
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OUTUBRO 4, 2018INSTITUTOASTROJILDOPEREIRA
O fascismo é uma besta com capacidade de renascer e se reproduzir.
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'Os direitos das palavras: fascista
Abusos de um expediente retórico
Por Jorge Almeida Fernandes
«Os actuais populismos são fenómenos radicalmente distintos do fascismo. O fascismo era uma ideologia estruturada. Os populismos são mais um estilo do que uma ideologia.» A destrinça é de Jorge Almeida Fernandes, redator principal do jornal Público, acerca da banalização e risco de esvaziamento do termo fascista quando usado fora de contexto.
Artigo incluído na edição do Público de 17 de novembro de 2018.'
in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/autores/jorge-almeida-fernandes/939/pagina/1 [consultado em 14-03-2024]
https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/autores/jorge-almeida-fernandes/939/pagina/1
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" - Tem gente que nasce para mandar. Tem gente que nasce para obedecer. Eu vou fugir daqui. - Você é esperto, Donato." Mulheres de Areia, Ivani Ribeiro. 'A arte de vencer um debate sem ter razão.' Schopenhauer. O Inimigo do Povo, Henrik Ibsen.
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Essas citações que são interessantes e revelam diferentes aspectos da natureza humana e da dinâmica social.
A primeira citação, de "Mulheres de Areia" de Ivani Ribeiro, sugere uma reflexão sobre as diferentes inclinações das pessoas: algumas nascem com uma disposição para liderar, enquanto outras têm uma inclinação mais natural para seguir. A personagem expressa sua vontade de escapar dessa situação, indicando um desejo de liberdade ou de romper com uma dinâmica que não lhe convém.
A citação de Schopenhauer sobre "A arte de vencer um debate sem ter razão" é uma observação perspicaz sobre as estratégias retóricas que podem ser usadas para persuadir ou manipular, mesmo quando os argumentos são fracos ou inconsistentes. Isso destaca como a persuasão nem sempre está ligada à verdade ou à lógica, mas muitas vezes à habilidade de manipular emoções e percepções.
Por fim, a citação de Henrik Ibsen, retirada de "O Inimigo do Povo", aborda questões de coragem, ética e confronto com a verdade. A peça explora temas como a integridade individual em face da oposição da sociedade e as dificuldades enfrentadas por aqueles que buscam revelar verdades inconvenientes ou impopulares.
Cada citação oferece uma perspectiva única sobre aspectos da natureza humana, da interação social e das lutas individuais, demonstrando a profundidade e a diversidade das obras literárias que as originaram.
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Maria Cristina Fernandes - A frase que Lula não quer mais repetir
Valor Econômico
Conflitos de interesse dentro do governo evitam que presidente seja informado sobre as decisões que toma
“Vocês estão querendo f... meu governo”. Foi assim que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a reunião da última segunda sobre a Petrobras. Queixou-se de que não tinha sido informado de que a retenção dos dividendos extraordinários levaria as ações da Petrobras a despencar no mercado como o fizeram na semana passada.
É a segunda vez, em dois meses, que isso acontece. '
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Equilíbrio do Medo: Conquistando a Harmonia entre Razão e Emoção
Na interseção entre a psicanálise de Jacques Lacan, a teoria do lapso de Sigmund Freud e a habilidade de Machado de Assis para dissecar a alma humana, encontramos um terreno fértil para explorar a tese de que conquistar o equilíbrio entre razão e emoção é o maior desafio do ser humano. Essa tese reflete a complexidade inerente à condição humana, em que conflitos internos e externos nos confrontam constantemente.
Jacques Lacan, ao analisar a linguagem e a estrutura do inconsciente, destaca a importância da linguagem na construção da subjetividade e na regulação dos desejos. Ele argumenta que o ser humano é essencialmente dividido, com o eu consciente e o inconsciente em constante diálogo. Nesse contexto, a razão e a emoção emergem como forças em constante conflito, cada uma buscando dominar o outro.
Freud, por sua vez, introduz o conceito de lapso, ou ato falho, como uma manifestação do inconsciente interferindo no consciente. Esses lapsos revelam os desejos reprimidos e os conflitos psíquicos subjacentes. Em nossas interações diárias, nossas ações e palavras muitas vezes traem nossos verdadeiros sentimentos e desejos, mostrando a luta entre a razão e a emoção.
Machado de Assis, mestre em explorar os abismos da psique humana, retrata essa luta interior de maneira magistral em suas obras. Personagens como Capitu, Bentinho e Brás Cubas são exemplos vívidos dessa tensão entre a razão e a emoção, onde a mente racional tenta justificar ou suprimir os impulsos emocionais, muitas vezes sem sucesso.
Ao conectar esses conceitos à tese proposta, torna-se claro que o equilíbrio entre razão e emoção é um desafio monumental. A razão busca a estabilidade, a lógica e o controle, enquanto a emoção anseia pela expressão, pela paixão e pela autenticidade. Encontrar um ponto de equilíbrio não significa eliminar uma em favor da outra, mas sim integrá-las de maneira saudável e produtiva.
No entanto, como evidenciado na citação de Maria Cristina Fernandes sobre Lula, a busca por esse equilíbrio é frequentemente obstruída por forças externas e internas. Os conflitos de interesse, a falta de comunicação e a impulsividade podem desestabilizar nossas decisões e nos afastar do caminho do equilíbrio.
Em conclusão, conquistar o equilíbrio entre razão e emoção é, de fato, o maior desafio do ser humano. Requer autoconhecimento, autodisciplina e uma compreensão profunda da complexidade de nossa psique. Somente através desse equilíbrio podemos alcançar uma vida plena e satisfatória, onde a razão e a emoção se complementam em harmonia.
A análise do texto de Maria Cristina Fernandes nos leva a refletir sobre como os conflitos internos e externos podem interferir na busca desse equilíbrio. A falta de informação, a falta de transparência e a ausência de comunicação eficaz podem levar a decisões precipitadas e consequências indesejadas. Assim, a história de Lula serve como um lembrete contundente dos desafios enfrentados na jornada em direção ao equilíbrio entre razão e emoção.
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JORNAL DO BRASIL
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JORNAL DO BRASIL 27 de julho de 1997
Sarney se queixa, mas SNI
Vela pela paz com Ulysses
Jorge Bastos Moreno
BRASILIA — O ministro-chefe do SNI,
general Ivan de Souza Mendes, é um dos mais
ciosos defensores das relações entre o presidente
Sarney e o deputado Ulysses Guimarães. Mas,
utilizando a maneira como Ulysses denomina
essas relações, Sarney diz que tem se sentido
como o namorado traído, por ser sempre o
ultimo a saber das coisas. Por exemplo: Sarney
estranhou muito não ter sido procurado no final
da convenção do PMDB, até porque o presidente e Ulysses se falaram pelo telefone durante a
votação.
Sarney queixa-se de ter tomado conhecimento dos resultados através de terceiros e não
pelo próprio Ulysses. Já o deputado costuma
dizer que no último momento fica sempre ao
lado do seu partido. No entanto, o relacionamento entre os dois deve permanecer estável até
o fim do governo, e, de acordo com o general
Ivan, a transição depende dele. "O PMDB tem
vários grupos, mas nos momentos difíceis todos
eles correm para debaixo das asas do doutor
Ulysses", diz o general.
Aos que, dentro do PMDB, insistem em que
ele deve romper com Sarney, Ulysses diz que
não poderá fazê-lo. Primeiro, por não ter motivos, segundo, porque assinou um compromisso
com a nação e se considera "fiador" tanto do
que Sarney faz quanto do que deixa de fazer.
Em baixa — Essa relação oscilante está
em baixa, já que um vive se queixando do outro.
"Esse, Ulysses...", diz Sarney, balançando as
pernas, sempre que seu parceiro tenta pregar-lhe alguma peça. "Esse Sarney não é sopa",
rebate Ulysses.
O presidente Sarney admite ter queixas de
Ulysses, mas reconhece que ele, apesar de tudo,
ajuda muito mais do que "certas pessoas". Um
dos seus interlocutores diz que essas "certas
pessoas" são os principais líderes do PFL que o
indicaram para vice na chapa de Tancredo.
"Sarney não está assistindo de camarote à
briga dentro da Aliança Democrática: "Eu me
preocupo muito porque eles brigam, já que
quem paga as faturas sou eu", diz Sarney. O
presidente ficou, "chateado" com Ulysses, mas,
acima de tudo, ficou "magoado" com o PMDB.
Dentro desse partido, ele não quer nem ouvir
falar no nome do senador Affonso Camargo
(PR), atualmente um dos principais líderes dos
progressistas. Seus amigos não escondem que
üm dos principais defeitos do presidente é o
ressentimento. O senador Fernando Henrique
Cardoso (PMDB-SP), por exemplo, amarga até
hoje as conseqüências de uma entrevista em que
criticou o governo do qual era líder, às vésperas
do Plano Cruzado.
"É gozado " — Fernando Henrique
mandou um recado ao presidente Sarney, negando que então o tivesse comparado a um
"touro cansado". "Manda ele desmentir diretamente aos jornais", retrucou o presidente. "Esse Fernando Henrique é gozado. Vem aqui, me
trata bem e depois sai falando de mim. Qualquer
dia faço com ele o mesmo que o doutor Ulysses
fez com o João Cunha." Citava o antológico
episódio entre Ulysses e o deputado João Cunha
(PMDB-SP). Cunha costumava entrar no gabinete de Ulysses aos gritos de "meu grande
estadista". Na saída, chamava os jornalistas
para criticar o presidente do PMDB. Deixou de
fazê-lo quando recebeu um pedido de Ulysses:
"Por favor, eu prefiro que você me xingue aqui
dentro e me chame de estadista lá fora."
Já do líder Mário Covas, que, no dia sete de
agosto, sobe ao palanque em Caruaru (PE) para
pedir eleições em 88, Sarney diz reconhecer seu
direito de discordar do governo.
Chega a declarar que não apenas o respeita,
como o admira. Atualmente, o presidente não
tem se referido sequer ao senador José Richa
(PR), que já convidou para ser seu chefe do
Gabinete Civil. Quando ele não fala no nome, é
porque está profundamente ressentido, observa
um auxiliar, que, no entanto, desconhece os
motivos de Sarney, embora assegure: "Ele gosta
tanto do Richa que daqui a uns dias esquece
tudo."
Reforma — Dos ministros do PMDB, ao
contrário do que se diz, Sarney não quer as
cabeças dos mais ligados a Ulysses. Ele diz que
até gosta de Raphael de Almeida Magalhães
(Previdência) e de Renato Archer (Ciência e
Tecnologia), seu conterrâneo do Maranhão.
Sarney admite porém que, com a promulgação
da nova Constituição, terá que fazer um novo
ajuste em sua equipe de governo, e não será
porque tenha antipatias com ministros do
PMDB ou PFL. Será a terceira e, talvez, última
reforma ministerial de seu governo. E aí o
critério de saída e de entrada será determinado
pelo que tiver recebido na Constituinte.
Dos governadores, os namoros mais recentes de Sarney são com Álvaro Dias (PR) e
Henrique Santillo (GO), com quem inclusive
almoçou na sexta-feira, quebrando um recorde
da semana: o almoço demorou quase três horas
e o presidente chegou atrasado ao palácio, bom
humor, numa semana em que havia sido dominado pelos aborrecimentos da convenção do
PMDB. Sarney está, a contragosto, se distanciado de Miguel Arraes (PE), cuja relação tende a
se agravar, dependendo dos desdobramentos do
affair Joaquim Francisco (ministro do Interior) e
Dorany Sampaio (superintendente da Sudene).
Antipatias — Esse é um dos maiores complicadores do momento, pois Ulysses já se definiu:
nessa briga, fica com Arraes. O presidente do
PMDB e o ministro Ronaldo Costa Couto estão
evitando o agravamento da crise. Sarney gosta
de Waldir Pires, que foi um dos seus melhores
ministros, só que o acha "um pouco brizolista".
O presidente, que no início do governo não
gostava de seu ministro de Agricultura, Pedro
Simon, hoje tem idéia diferente: acha que o
governador do Rio Grande do Sul é uma peça chave no esquema de Ulysses, até porque é um
dos políticos de mais bom senso dentro do
PMDB.
O encontro de uma hora e meia, no sábado,
serviu para quebrar o gelo entre Sarney e
Ulysses. Para cicatrizar mais rápido as feridas,
evitaram assuntos desagradáveis, como a decisão da convenção e os votos secretos dos ministros. Eles fizeram as pazes por causa de um
amigo comum: o ex-ministro Dilson Funaro.
Ulysses, na verdade, foi ao Pericumã mais para
interceder em favor de Funaro, envolvido no
noticiário sobre o inquérito que apura irregularidades na importação de alimentos.
Sarney se queixa, mas SNI vela pela paz com Ulysses Jorge Bastos Moreno JORNAL DO BRASIL 27 DE JUL DE 1987
https://www2.senado.leg.br/bdsf/handle/id/441529
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Nas entrelinhas: Mentes naufragadas no passado e no presente
Publicado em 14/03/2024 - 08:48 Luiz Carlos Azedo
Brasília, China, Comunicação, Congresso, Economia, EUA, Europa, Governo, Guerra, Memória, Militares, Partidos, Política, Política, Ucrânia, Violência
As forças liberais não são capazes de dar respostas imediatas às demandas da sociedade, e a tendência da esquerda é retroalimentar a polarização, sem oferecer soluções novas
O espírito reacionário difere muito do conservador. Segundo o cientista político norte-americano Mark Lilla, no livro A mente Naufragada (Record), trata-se de invocar o passado para nele viver sem transformações, o que é muito diferente da atitude do conservador, que tem o passado e suas tradições como referência para agir no presente e construir o futuro.
Foi o que aconteceu entre 1918-1939, em razão da enorme frustração gerada pela carnificina da Primeira Guerra Mundial e o fracasso da ordem democrática em bases iluministas (penso, logo existo) e aristocráticas. A ordem liberal tecida na virada do século estava em contradição com o sujeito moderno da sociedade industrial, sociológico, estruturado em classes bem definidas. A rica experiência da Social-Democracia Alemã, um partido operário de orientação marxista, sucumbiu ao nacionalismo. A emergência dos partidos comunistas, após a Revolução Russa de 1917, não foi capaz de barrar a ascensão do fascismo na Itália, na Alemanha e outros países europeus.
Três pensadores do século XX destacam-se nesse período como protagonistas do pensamento reacionário: Franz Rosenzweig, Eric Voegelin e Leo Strauss. Lilla conclui que olhavam para os destroços de um passado que lhes parece ameaçado, quando já ultrapassado, e lutavam para salvá-lo, por não conseguirem se adaptar às mudanças. Por uma ironia da História, é isso que hoje faz do reacionarismo um fenômeno “moderno” e resiliente no mundo, inclusive nas grandes democracias do Ocidente.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e as forças que o apoiam, principalmente os “patriotas” e evangélicos, defendem, respectivamente, a volta do regime militar e uma regressão nos costumes (criminalização do aborto, do casamento gay e da maconha). São parte de um fenômeno que surge do agravamento das desigualdades, das mudanças nas estruturas de produção, da crise de representação política dos partidos, da velocidade, desregulamentação e horizontalidade das redes sociais, sem grandes reflexões.
Tanto liberais como a esquerda têm dificuldades para enfrentar essas questões. O avanço das novas tecnologias não pede licença. Transforma a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, já é diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes. Diante de sua imprevisibilidade, a reação mais natural é se agarrar ao que já existe, ou seja, a tomada de atitudes conservadoras. É aí que está o nó da conjuntura política.
Reformas aprovadas pelo Congresso para atender os agentes econômicos não equacionam os problemas políticos e sociais do país. Há um divórcio entre as forças políticas que protagonizam essas mudanças e a maioria da sociedade, que não compreende direito o que está acontecendo e repudia as práticas políticas dominantes. E o custo social dessa mudança, objetivamente, não pode ser revertido a curto prazo, o que alimenta a insatisfação social e as soluções populistas.
Modelo ultrapassado
Nesse ambiente, as forças liberais não são capazes de dar respostas imediatas às demandas da sociedade, e a tendência da esquerda é retroalimentar a polarização, sem oferecer soluções novas. Tece o seu fracasso ao buscar no próprio passado alternativas derrotadas em razão da correlação de forças políticas desfavorável, mas que hoje, mesmo que fosse favorável, levariam ao fracasso, porque suas propostas já são ultrapassadas. Com sinal trocado, também são mentes naufragadas.
O slogan do governo Lula, União e reconstrução, subliminarmente reproduz o ambiente de radicalização e sugere uma volta ao passado. Que passado é esse? O dos nosso capitalismo de laços, que já produziu a política de “campeões nacionais” e a chamada “nova matriz econômica? Esgotaram-se os efeitos do boom das commodities e do bônus demográfico (a redução do número de dependentes em relação à população economicamente ativa), que alimentaram as altas taxas de crescimento no segundo mandato de Lula. A realidade é outra.
A redução de ritmo de crescimento da China e a nova guerra fria, que virou guerra quente na Ucrânia e em Gaza, encerraram a grande onda de expansão da economia global e provocaram uma crise nas cadeias de valor do comércio mundial, que estão sendo reestruturadas. Essa foi uma variável do fracasso da política de capitalismo de Estado do governo Dilma Rousseff, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ensaia retomar. A tentativa de adensamento da cadeia produtiva nacional, em vez de sua transnacionalização, serviu muito mais à formação de cartórios e à corrupção sistêmica do que à salvação da indústria nacional.
O nacional desenvolvimentismo não morreu nos corações e mentes de uma parcela da população brasileira, assim como o milagre econômico do regime militar. Os dois projetos foram ancorados no capitalismo de Estado e numa economia autárquica. O resultado é que a industria nacional entrou em decadência e ficou fora das cadeias de valor, enquanto a produção de commodities de alimentos e minérios, uma vocação natural do Brasil na divisão internacional do trabalho, deslocou o eixo de nossas relações comerciais dos Estados Unidos para a China.
A chave para o Brasil é a integração às novas cadeias de valor, que estão se regionalizando, sob a liderança dos Estados Unidos e da União Europeia, mas isso somente será possível com uma economia aberta e competitiva. Fatos e declarações recentes do presidente Lula e seus ministros sinalizam a direção contrária.
Colunas anteriores no Blog do Azedo: https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/
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Lama
Clara Nunes
Letra
Pelo curto tempo que você sumiu
Nota-se aparentemente que você subiu
Mas o que eu soube a seu respeito
Me entristeceu, ouvi dizer
Que pra subir você desceu
Você desceu
Todo mundo quer subir
A concepção da vida admite
Ainda mais quando a subida
Tem o céu como limite
Por isso não adianta estar
No mais alto degrau da fama
Com a moral toda enterrada na lama
Composição: Mauro Duarte.
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Poesia | Extravio, de Ferreira Gullar
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EXTRAVIO
Ferreira Gullar
Onde começo, onde acabo, se o que está fora está dentro como num círculo cuja periferia é o centro?
Estou disperso nas coisas, nas pessoas, nas gavetas: de repente encontro ali partes de mim: risos, vértebras.
Estou desfeito nas nuvens: vejo do alto a cidade e em cada esquina um menino, que sou eu mesmo, a chamar-me.
Extraviei-me no tempo. Onde estarão meus pedaços?
Muito se foi com os amigos que já não ouvem nem falam.
Estou disperso nos vivos, em seu corpo, em seu olfato, onde durmo feito aroma ou voz que também não fala.
Ah, ser somente o presente: esta manhã, esta sala.
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O poema “Extravio” mostra uma pessoa fazendo uma reflexão sobre sua vida atual. Na primeira estrofe, o eu lírico faz reflexões, onde ele começa, ele acaba; o que está fora, está dentro; em um círculo cuja periferia é o centro. Na segunda estrofe, diz que está disperso em lugares e coisas e que, de vez em quando, encontra suas partes dispersas. Na terceira, o personagem diz que está disperso nas nuvens e que, de lá, vê várias crianças chamando por ele, só que esses meninos são ele mesmo. Na quarta estrofe, complementa que muitos de seus pedaços se foram com seus amigos que já morreram. Na quinta estrofe, afirma estar presente no corpo dos seres vivos também. Por fim, na sexta estrofe, fala que é melhor somente prestar atenção no presente e esquecer o passado.
O poema apresenta quatro estrofes de dois versos e uma de dois. Nos dois versos iniciais, encontramos uma antítese em
“começo-acabo” e no terceiro, uma comparação em “como num círculo”. Notamos, ainda, o polissíndeto na gradação “disperso nas coisas, nas pessoas, nas gavetas”.
Ferreira Gullar foi um dos poetas mais relevantes para a literatura brasileira, suas obras ficaram conhecidas principalmente pelas questões sociais e políticas. Certamente influenciado por seu contexto, “Extravio” fala do quanto podemos nos perder em situações que são impostas para nós e isso faz do texto um poema
muito interessante."
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terça-feira, 12 de março de 2024
TRADUÇÃO
O caminho além da sina, a nova sina.
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Djavan - Sina (Áudio Oficial)
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Nas vielas do tempo, se entrelaçam
As tramas do destino em sinuoso curso,
Onde promessas vãs, em vão, se desfazem,
E a verdade se esconde em obscuro discurso.
Entre nomes e letras, segredos se enlaçam,
Em anagramas que revelam o verso adverso.
Na dança das palavras, se descortina
O caminho além da sina, a nova sina.
Não Tem Tradução
Noel Rosa
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O cinema falado é o grande culpado da transformação
Dessa gente que pensa que um barracão prende mais que o xadrez
Lá no morro, se eu fizer uma falseta
A Risoleta desiste logo do francês e do Inglês
A gíria que o nosso morro criou
Bem cedo a cidade aceitou e usou
Mais tarde o malandro deixou de sambar, dando pinote
Na gafieira dançando o Fox-Trote
Essa gente hoje em dia que tem a mania da exibição
Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês
Tudo aquilo que o malandro pronuncia
Com voz macia é brasileiro, já passou de português
Amor lá no morro é amor pra chuchu
A gíria do samba não tem I love you
E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny
Só pode ser conversa de telefone..
Composição: Noel Rosa. ___________________________________________________________________________________
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O texto de Paulo Fábio Dantas Neto aborda a complexa relação entre prudência e voluntarismo na política moderna e contemporânea, com foco especial na "questão" militar. Aqui está um resumo do texto e sua análise:
Resumo:
O autor explora a ambiguidade da prudência na política, destacando como ela pode ser usada para justificar ações politicamente motivadas, mesmo que não sejam moralmente aceitáveis.
Ele argumenta que a prudência política verdadeira deriva de um saber prático que busca escolher meios adequados para fins que nunca são absolutos, destacando a importância da preservação de um mundo comum e regras desapegadas dos fins individuais.
O texto examina exemplos históricos e contemporâneos de prudência e voluntarismo na política brasileira, incluindo a transição democrática, o governo de Fernando Henrique Cardoso e os desafios enfrentados pelo governo de Lula.
O autor destaca a importância de reconhecer e enfrentar os voluntarismos políticos dissimulados que podem minar a prudência política e prejudicar a democracia.
Análise:
O texto oferece uma análise perspicaz da dinâmica política brasileira, destacando como a prudência política é muitas vezes subestimada ou ignorada em favor do voluntarismo político.
Ele destaca a importância de distinguir entre prudência verdadeira e voluntarismo disfarçado, especialmente em momentos de crise política.
O autor faz um apelo à reconstrução de um consenso conciliador na política brasileira, alertando contra os perigos do voluntarismo político que podem minar os fundamentos democráticos.
Ao examinar a "questão" militar, o texto destaca a necessidade de uma abordagem prudencial para lidar com os desafios enfrentados pelas forças armadas, evitando tanto a excessiva complacência quanto a repressão excessiva.
No geral, o texto de Paulo Fábio Dantas Neto oferece uma análise perspicaz e provocativa da política brasileira, destacando a importância da prudência política e os perigos do voluntarismo político em tempos de crise e transição.
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Paulo Fábio Dantas Neto* - Prudência, voluntarismos e a “questão” militar
Nos contextos da política moderna e contemporânea a noção de prudência assumiu, assume, ou pode assumir significados os mais diversos, até mesmo para disfarçar flertes com a noção oposta de voluntarismo. Geralmente celebrada como habilidade para escolher meios adequados a determinados fins, a prudência, como um bom senso racional, pode ser alegada, inclusive, como atributo de condutas destituídas de boa vontade. É quando a vontade política tenta agir como soberana, politizando tudo. Se a ação quer prevenir o agente e/ou seus supostos beneficiários contra efeitos de ações “dos outros”, pode ganhar, levianamente, a qualificação de prudente, ainda que dos conflitos potencializados por essa racionalidade autocentrada advenha a dilaceração do mundo comum, sem o qual toda razão cambaleia.
Perde-se aí o sentido original da prudência política como qualidade do agir, derivada de um saber prático capaz de escolher meios adequados a fins que nunca são absolutos, primeiro porque sua validade é sempre discutível em sociedades onde a pluralidade é fato; segundo, porque os movimentos que a mesma pluralidade legitima e estimula pressupõem compromisso das partes com a conservação de um mundo comum, onde valem regras e procedimentos desapegados dos vários fins de cada agir.
A confusão não é pouca. Sente-se no ar tanto a escassez gritante desse saber prático, quanto a indiferença para com esse déficit, decorrente da percepção resignada de que um saber virtuoso seria impotente e inócuo no mundo político real. Gradativamente a ideia de prudência política sucumbe e confunde-se com um pragmatismo escravo de vontades de uma realeza que fabrica fatos. Elites políticas são canceladas em favor de mitos-guia e partidos viram times. Alega-se, num “positivismo” tosco, que se trata de nova configuração da política. O que é mesmo novo nessa evidente regressão?
Desde que se tornou estado nacional o Brasil é um rico laboratório para estudo dessa universal e secular contenda entre a prudência que racionaliza a vontade e a vontade que desconsidera a prudência. Diferente do que um raciocínio raso pode concluir, não é uma contenda entre amantes da conservação e da mudança, entre direita e esquerda. Como sabemos, há modos prudentes e voluntaristas de defender ou criticar uma ordem política, resultando em diferentes modos de ser direita ou esquerda. Atitudes políticas reacionárias e revolucionárias são exacerbações equivalentes de voluntarismo, simétricos opostos que entram em evidente contraste com qualquer atitude moderada.
Contudo, os extremismos não são os únicos filhotes do voluntarismo. Se são os mais imediatamente perigosos quando, apesar de caricatos, adquirem base social (como ocorreu no Brasil com a emergência do bolsonarismo), combatê-los é menos complexo do que localizar voluntarismos políticos dissimulados e alertar contra os riscos de sua imprudência, porque esses não ousam dizer seu nome e até condenam os extremismos. Os disfarces servem-se de crenças arraigadas na cultura política para apresentarem-se como praticantes realistas de um ceticismo distópico que deslegitima toda política prudencial, de vocação estratégica, como um passeio nas nuvens. Entre as crenças sociais manipuladas pela comunicação política da antipolítica estão as de que políticos profissionais são cupins e que não há saída para interesses das pessoas comuns senão confiar sua salvaguarda a um chefe ou corporação que combata essa praga. Apelando a tais crenças constrói-se e constroem-se castas, mitos e heróis. Se todos os políticos são abomináveis, sigamos os mais eficazes, eis a moral que emerge dessa atitude blasé.
Já se vê que o déficit de saber prudencial, quando dissimulado, não é próprio apenas do pensamento de "esquerda negativa", aquela que, nos termos de San Tiago Dantas, coloca o seu valor de mudança social como política e moralmente superior a compromissos com a coesão nacional, a manutenção do estado de direito e da democracia política, embora possa falar a favor da última e não confesse abertamente objeção aos dois primeiros. Ele também aparece em voluntarismos de outras cepas ideológicas, entre as quais algumas que habitam o assim chamado - muito a grosso modo - “campo liberal”.
A preocupação também não é de hoje. Eis exemplos não remotos de voluntarismos políticos que não pregavam extremismo, mas ainda assim subordinavam a questão dos meios mais adequados à primazia substancial dos seus fins: do campo liberal (ou de alguns de seus recantos) saiu, na década dos 70, a ideia de “extinguir” o antigo MDB ou dele expurgar os adesistas, por se achar moralmente impossível a convivência com eles naquele espaço, mesmo sem descuidar da luta interna. Tratava-se de atitude seletivamente afim com posições de esquerda que, não mais defendendo a luta armada, denunciavam, porém, o MDB como um dos partidos da ditadura e viriam a criar o PT. Mais tarde, no mesmo campo liberal circularam teses jurídico-politicas como a da "Constituinte exclusiva”, doutrinariamente assentada em que nada de efetivamente democrático poderia sair de um Congresso Constituinte, por ser ele um corpo viciado pelo auto interesse. Posição afim à da esquerda negativa que renunciara ao extremismo, mas não ao voluntarismo. Sem falar em críticas a "imperfeições" da lei da anistia, seja (para alguns políticos e juristas liberais) por anistiar "crimes de sangue" de militantes da luta armada, seja (para outros) por perdoar torturadores, restrição também compartilhada com aquela esquerda.
Ulisses Guimarães fez, no atacado (embora fizesse também concessões de varejo), ouvidos moucos a todos esses reclamos saídos da sua cozinha. Por isso, pôde fazer o barco da frente democrática navegar quando, como e por onde foi preciso. Pagou por isso alto preço pessoal, quando precisou de torcida nas eleições de 1989 e até para conseguir sua última reeleição à Câmara. Mas com ele a prudência venceu a batalha da transição, com a construção de um sistema político guiado pela bússola constitucional. Evidência dessa vitória foi o modo como, logo a seguir, o voluntarismo foi expelido do topo do sistema. O país dividido na eleição de Collor, uniu-se, por aquela mesma bússola, para atalhar seu mandato
Fernando Henrique Cardoso, com perfil menos épico, foi ainda mais resoluto no tapar de ouvidos ao mal-estar tucano, devido à aliança estratégica com o PFL. Assim conseguiu que o Plano Real não só tivesse êxito político presencial, como adquirisse força de instituição nacional que ainda hoje é uma referência através da qual a obra de uma geração passada ajuda a atual a conduzir pactos que incluem as do futuro também. Mais que pactos de governabilidade imediata (que também foram) era um pacto de gerações, que um conservadorismo de luzes reconhece como o que sustenta uma nação no tempo.
FHC é reconhecido por isso, assim como Ulisses o foi pela condução da transição democrática. Assim como Ulisses, nem ele nem seu partido tiveram apoio das torcidas pósteras de cada dia. Mas durante seus governos a prudência venceu o voluntarismo mais difícil de enfrentar, qual seja, aquele que se abriga em grupos moderados e até adota a moderação como bandeira política.
Atual século adentro, a contenda continua. Nos anos do PT no poder a prudência seguiu vencendo, a princípio. Começou a inflexionar ainda com Lula, perdeu-se na sua própria trilha e o processo desembocou no voluntarismo forte dos governos Dilma. A ruptura do impeachment sinalizou novo pacto para retomar o fio condutor do plano Real. O governo Temer, tal qual o de Itamar Franco, ergueu uma pinguela, mas dessa vez a ela não sucedeu ponte. Outro voluntarismo, oposto simétrico ao decaído, dinamitou a passagem por onde a prudência supostamente poderia retornar. A Lava-jato guindou o voluntarismo à condição de catarse política e abriu a picada para a eleição de Bolsonaro. Com ela, o acesso ao palácio não mais de um voluntarismo que, a seu modo, assimilara a democracia. Aflorava aquela versão extremista, reacionária, bomba relógio fácil de detectar e perigosa de desativar, o que foi consumado entre outubro de 22 e janeiro de 23. A saga é recente, todos lembramos e não faltam atores e instituições empenhados, dia e noite, em prolongá-la, para não nos deixar esquecer. Nem perdoar.
Arenas do embate atual
Este é um problema atualíssimo: o que fazer com a derrota do voluntarismo da extrema-direita. A ele sucederá /está sucedendo uma política prudencial, ou seu lugar será/está sendo ocupado por alguma versão de voluntarismo dissimulado por alguma reputação, ou auto qualificação, de “moderado”? O jogo do poder ainda não foi suficientemente jogado, mas já está em pleno curso, no âmbito dos três poderes e das corporações relevantes da República. Boa peleja, até aqui travada como luta interna ao espaçoso governismo lato sensu que periga fazer a política brasileira revisitar sotaques regionais da I República. A oposição é, até aqui, em sua maior parte, inimigo comum e, noutra parte, mais invisível, coadjuvante.
Na cúpula do Legislativo, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira são arquétipos do prudencial e do voluntarista. O barco do Judiciário tem adernado para o segundo polo, por invisibilidade (espera-se momentânea) de manejo prudencial de timões, após a gestão e aposentadoria de Rosa Weber. No governo, o contraste entre ministros é capítulo à parte. Apesar da luta interna, movem-se todos, por ora, ao redor de Lula, como candidatos a gênio da lâmpada de Aladim. O que não impede distinguir os arquétipos. Dentre outros, Fernando Haddad, Camilo Santana e José Mucio estão claramente postados no polo prudencial.
Haverá tempo, com o correr das semanas, para justificar, além de outros, cada um desses “enquadramentos”, feitos, a princípio, de modo arbitrário. Mas não se espere que comentários aos embates travados pelos quadros do polo prudencial refiram-se a pelejas binárias. Os voluntarismos que se interpõem às suas ações frequentemente formam coalizões de veto muitas vezes por motivações ad-hoc. Vale lembrar, a esse respeito, a múltipla pressão sofrida pela estratégia do ministro da Fazenda, vindas de interesses da liderança da Câmara, do PT, de setores reticentes do empresariado e de quadros técnicos e acadêmicos desenvolvimentistas, pressões que se fazem diretamente ao ministro, ou por meio de outras pastas e órgãos do governo, ou pelo seu próprio chefe. Na Educação, a resistência do corporativismo do movimento docente do Ensino Médio, simultânea às críticas e pretensões das universidades federais e de setores do empresariado, tudo isso a cobrar do ministro mais e mais “vontade política”, na contramão dos limites prudenciais que adota. Além desses limites, uma onda desestabilizadora vinda de setores ruralistas tornados ou em vias de se tornarem governistas.
A questão militar
Sem espaço para desdobrar agora cada um desses tópicos, finalizarei comentando desafios oferecidos à estratégia prudencial do ministro da Defesa com vistas à pacificação e distensão do ambiente das forças armadas. Por todos os ângulos que se analise, tem sido uma estratégia claramente exitosa. Desde a operação de desmonte, iniciada antes da posse de Lula, em entendimento com os comandos militares, dos acampamentos de protesto contra os resultados das urnas, os quais estavam significativamente esvaziados quando aconteceram os atos golpistas de 8 de janeiro. Igualmente eficaz nas substituições realizadas nos comandos, as quais geraram um clima de menos tensão e mais confiança e cooperação entre o poder civil e as corporações militares, com subordinação das segundas ao primeiro.
A mensagem conciliadora marca um tipo de êxito que incomoda o ânimo de voluntaristas. O afã de punir exemplarmente tanto militares golpistas como supostos prevaricadores - o que atestaria uma cumplicidade das forças armadas com a tentativa de golpe - difunde um tipo de percepção que tende a confundir joio e trigo. A partir de critérios de investigação discutíveis, a Polícia Federal induz a sociedade a pensar que os comandantes militares poderiam ter evitado a conspiração e não o fizeram porque eram cúmplices, ou coniventes, ou simplesmente covardes. Nessa discussão sobre intenções, perde-se o que é objetivamente essencial, isto é, o comando do Exército não evitou a conspiração, mas evitou o golpe. Com eficácia discreta, sem tumultuar a eleição, que era o objetivo da extrema-direita.
É plenamente pertinente dizer que é inseguro confiar a proteção da democracia a decisões contingentes de comandantes militares. Eles não devem ter possibilidade de escolha. Devem ser institucionalmente obrigados a obedecer à ordem constitucional e aos poderes constituídos que a regulam, operam e garantem, poderes esses todos de caráter civil, como reza o constitucionalismo liberal. Bem vindas, portanto, as iniciativas de reformas, legislativas ou não, que assegurem essa subordinação. Nada disso, porém, justifica que articulistas de formação liberal embarquem na tese da prevaricação e não reconheçam como positivas condutas de quem agiu corretamente, mesmo sob ambiguidade institucional, instabilidade e avarias na cadeia de comando, provocadas por insídia política continuada.
Esse ângulo de argumentação vem sendo amplamente questionado por opiniões de articulistas e especialistas acadêmicos em assuntos militares. As objeções acenam a uma desconstrução dos objetivos da pacificação e da conciliação, como se nelas estivesse embutido o vírus da impunidade (o que é falso). Quanto à esquerda negativa, contrapõe a tese da oportunidade “histórica” de um acerto de contas com o golpismo não apenas “nas”, também “das” forças armadas. Típico argumento voluntarista pelo qual se pretende extirpar uma atitude entranhada na nossa cultura política, como se militares fossem ETs que se impuseram a uma sociedade democrática. Se o golpismo pudesse ter tratamento cirúrgico, o bisturi teria que cortar muito mais embaixo, até onde a metástase corporativa contaminou a própria sociedade. Se não queremos nos automutilar nem descer aos infernos, a prudência sugere o tratamento conservador do ministro Múcio. Oxalá Lula o conserve e proteja de lógicas faxineiras (as liberais e as esquerdistas) que estão na praça num momento em que um espírito lavajatista de sinal ideológico trocado e incitado desde cima volta a emburrecer, politicamente, o país.
O polo prudencial tem adquirido voz no debate. Marcelo Godoy, jornalista do Estadão, especializado no assunto, tem escrito artigos instigantes desde o 8 de janeiro de 2023, alguns já citados nesta coluna, como faço agora com o mais recente (“Cúpula bolsonarista tentou dividir Exército para dar golpe, mas fracassou” – Estado São Paulo/coluna Opinião/08.02.24). Tiberio Canuto, também jornalista e coordenador da Roda Democrática, acaba de contribuir com um artigo interpretativo de importância estratégica (“O inimigo do meu inimigo é meu amigo - Reflexões do cabo conscrito Portela, 417” – Facebook / Página “Roda Democrática” - 15.02.2024), que recebeu tratamento detido por Luiz Carlos Azedo na sua coluna “Entrelinhas”, no Correio Braziliense e no Estado de Minas (“Preservar as forças armadas faz bem à democracia” – 16.02.2024).
Essas vozes esperam que o presidente Lula continue a não dar ouvidos e torne vãos os reclamos de parte de sua cozinha, a que crê ser a muralha de aço do poder civil que exorcizará os militares da política nacional. Se mantiver sua atual conduta, o exorcismo reclamado terá desfecho similar ao que parte dos "autênticos' do MDB queriam fazer com os "adesistas" ou àquele que o tucanato-raiz, de São Paulo, imaginava fazer com o "atraso patrimonialista" de "coronéis" nordestinos do PFL. Cabe dúvida porque se essa prudência política tiver um preço eleitoral relevante, Lula tende a não pagar porque não aceitará tranquilamente a hipótese de um poente eleitoral. É muito suscetível às urnas, o que, para muitos assuntos, é uma virtude democrática, mas para "resolver" a questão militar, decididamente não. Sem me deter nesse ponto tão subjetivo, digo apenas que é prudente reconstruir o consenso conciliador no Brasil sem depender apenas do tirocínio de Lula. Ao contrário, a reconstrução é, também, para conter, monitorar e governar (ou neutralizar) esse tirocínio.
À parte esse detalhe que pode ser posto na conta da minha rabugice, penso que a análise de Tibério Canuto ecoa - como comentou Luiz Sergio Henriques e ele próprio confirmou - uma tradição de esquerda positiva da qual San Tiago Dantas foi o anunciador e o comunista prudencial, Armênio Guedes, a referência política e moral estelar. Mas o espírito da análise revela também, acredito, uma sugestiva aproximação (por afinidade mais do que por estratégia política comum) dessa tradição com outra, de uma certa disposição conservadora de um iluminismo prudencial que preserva os edifícios construídos pela experiência, da hubris reformadora de racionalismos voluntaristas liberais.
Esse clássico contencioso político inglês - outrora tão presente entre nossas elites e antropofagicamente metabolizado pelas ambiguidades de Joaquim Nabuco - volta a fazer sentido hoje, quando a sociedade civil namora o identitarismo e entrega-se a outros flertes anti-iluministas como forma de se rebelar contra uma "modernização por cima" da qual, ao fim e ao cabo, ela própria resulta. Modernização por cima, nacional e estatal, que setores de esquerda (mas não só), alguns instalados no governo com visível conforto, querem reeditar. A luta interna travada no âmbito do governismo lato sensu transborda para a sociedade por osmose política, como uma "briga de branco" (sem trocadilho além da ironia).
Dois voluntarismos conspiram, em paralelo, para interditar o caminho de uma nova sinergia entre estado e sociedade. República platônica e democracia de mitos, quando incursionam pelo campo da ação e interação políticas podem produzir justiça de catões e política de aventureiros miúdos.
A questão militar pode cair nessa cilada involuntária de infortúnios voluntaristas. Tratados como virtuais criminosos pela PF, como réus confessos pela Justiça e como espantalhos por políticos de parca visão, os militares não terão terceiro caminho além da rendição sem honra ou do entrincheiramento ressentido na corporação. Dois riscos de infortúnio grave para a República, que o saber prático latente em análises prudenciais pode ajudar a evitar. É preciso sim, difundir e aprofundar essa visão, até ser possível servir o resultado final em compotas, para ser consumido pela elite política que aí está.
*Cientista político e professor da UFBa.
https://gilvanmelo.blogspot.com/2024/02/paulo-fabio-dantas-neto-prudencia.html
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TRÊS DEPOIMENTOS DECISIVOS DÃO NOVOS CONTORNOS AO GOLPISMO NO GOVERNO BOLSONARO
MyNews
Transmissão iniciada há 47 minutos #segundachamada #MyNews
#segundachamada
No Segunda Chamada desta terça-feira, 12 de março de 2024, o que disse Mauro Cid em depoimento à Polícia Federal.
Nessa segunda-feira(11), o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro prestou depoimento à PF por mais de oito horas. A oitiva de Cid ganhou ainda mais relevância após dois outros ex-comandantes confirmares reuniões para tratar da minuta golpista.
Afonso Marangoni e o comentarista João Bosco Rabello, recebem o jornalista Genésio Araújo, do Portal Política Real e o advogado e ex-deputado, Maurício Rands para repercutir o caso.
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"Pai e mãe
Ouro de mina
Coração
Desejo e sina
Tudo mais
Pura rotina
Jazz..."
Letra de "Sina"
(Djavan)
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'Estrofe 1
As armas e os Barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca dantes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;'
Estrofe 2
Desvende-se o enigma, além do véu,
Onde palavras ecoam a verdade,
No tecer de anagramas, o fiel,
Em mistérios que a mente invade.
No enlace das letras, o papel
Da negação e do jogo, na idade,
De versos entrelaçados se forjam
Novos mundos, que a mente alarga.
Estrofe 3
Nas vielas do tempo, se entrelaçam
As tramas do destino em sinuoso curso,
Onde promessas vãs, em vão, se desfazem,
E a verdade se esconde em obscuro discurso.
Entre nomes e letras, segredos se enlaçam,
Em anagramas que revelam o verso adverso.
Na dança das palavras, se descortina
O caminho além da sina, a nova sina.
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Jornal da Cultura | 12/03/2024
Jornalismo TV Cultura
Transmissão iniciada há 36 minutos #JornaldaCultura #JC
No Jornal da Cultura desta terça-feira (12), você vai ver: O que está por trás do conflito entre a atual e antiga cúpula do União Brasil; Manobra dos governistas adia votação de pautas conservadoras na CCJ da Câmara; Crise dos dividendos da Petrobras faz governo anunciar rodízio no conselho das estatais; Homem se entrega após fazer 17 reféns dentro de ônibus no Rio de Janeiro.
Para comentar essas e outras notícias, Karyn Bravo recebe a jornalista Bianca Santana, doutora em ciência da informação, e o cientista político Sergio Fausto, diretor-executivo da Fundação FHC.
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O livro-reportagem "Longa jornada até a democracia — Volume II" de Eumano Silva, lançado pela Fundação Astrojildo Pereira, lança luz sobre a história subterrânea do Partido Comunista Brasileiro (PCB) durante o período de resistência ao regime militar no Brasil, entre 1967 e 1992. O autor revela os bastidores da atuação do PCB, destacando sua estratégia de resistência dentro dos espaços legais disponíveis, como sindicatos, associações de moradores e participação nas eleições em aliança com os liberais do MDB.
Diferenciando-se de outras organizações de esquerda que optaram pela luta armada, o PCB adotou uma postura moderada e reformista, buscando promover mudanças dentro do sistema político existente. O livro mergulha nas minúcias dessa jornada, confrontando documentos oficiais, entrevistas e vasto material bibliográfico para reconstruir os eventos e os personagens dessa época conturbada da história brasileira.
Entre os aspectos abordados no livro estão a perseguição implacável sofrida pelo PCB, com prisões, torturas, assassinatos e o constante cerco dos órgãos de segurança do regime militar. Além disso, são reveladas relações entre políticos destacados, como Amaral Peixoto, Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e José Sarney, e os comunistas, evidenciando a complexidade do cenário político da época.
O autor também explora o submundo da ditadura militar, descrevendo a estruturação dos órgãos de repressão, como o DOI-Codi, e os métodos utilizados para perseguir e aniquilar os opositores do regime. Episódios marcantes, como o resgate espetacular de Giocondo Dias e a investigação da gráfica clandestina da Voz Operária, são relatados com riqueza de detalhes, revelando os bastidores da resistência comunista.
Ao conectar eventos históricos, testemunhos pessoais e análises políticas, o livro oferece uma visão abrangente e esclarecedora sobre o papel do PCB na luta pela democracia no Brasil. Sua narrativa envolvente e detalhada lança luz sobre um período pouco explorado da história do país, contribuindo para uma compreensão mais profunda dos desafios enfrentados pelos militantes comunistas e sua contribuição para o processo de redemocratização.
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Nas entrelinhas: A história subterrânea do PCB na frente democrática
Publicado em 12/03/2024 - 08:40 Luiz Carlos Azedo
Brasília, Comunicação, Congresso, Eleições, Literatura, Memória, Militares, Partidos, Política, Política, Terrorismo, Violência
Personagens destacados da política brasileira, Amaral Peixoto, Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e José Sarney também se relacionavam com os comunistas
O jornalista Eumano Silva lança nesta terça-feira, a partir das 19h30, no tradicional Bar Beirute, em Brasília — reduto de artistas, estudantes, intelectuais e jornalistas —, o livro-reportagem Longa jornada até a democracia — Volume II, publicado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), que conta a história do Partido Comunista Brasileiro (PCB) nos subterrâneos da resistência ao regime militar e seu papel na construção da ampla frente democrática que viria a eleger o governador mineiro Tancredo Neves (MDB) à Presidência da República, no colégio eleitoral, em 1985.
Ao contrário de outras organizações de esquerda, a maioria formada a partir de suas dissidências, como o PCdoB de João Amazonas, o MR-8 de Carlos Lamarca e a ALN de Carlos Marighella, “rachas” registrados no livro, o então chamado “Partidão” não aderiu à luta armada. Era a maior organização comunista à época, mas defendeu a resistência ao regime militar nos espaços legais nos quais era possível alguma vida política: sindicatos; associações de moradores; cineclubes; diretórios estudantis; instituições, como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); e a participação nas eleições em aliança com os liberais, na legenda do MDB (Movimento Democrático Brasileiro).
Moderado e reformista, o velho PCB completaria 102 anos no próximo dia 25 de março, não fosse a mudança de seu nome e sigla, sob a liderança do então deputado federal Roberto Freire, o candidato comunista à Presidência em 1989. Proscrito desde 1947, sofreu implacável perseguição dos órgãos de segurança do regime militar. Foram assassinados 12 integrantes de seu Comitê Central, a maioria dos sobreviventes foi forçada ao exílio, centenas de dirigentes foram presos, e milhares de militantes, em todo o país, permanentemente perseguidos ou vigiados.
Eumano Silva escreveu um livraço, nos dois sentidos. Suas 843 páginas parecem o roteiro de um filme noir ambientado na Guerra Fria. Misturam-se a complexa trama de relações e ações políticas do PCB na sociedade e a luta pela sobrevivência de seus quadros clandestinos, sob a perseguição sistemática. Não é uma obra de ficção, tudo é verdade.
Para recompor a trajetória do PCB entre 1967 e 1992, o livro confronta documentos oficiais inéditos, entrevistas com seus personagens e farto material bibliográfico. O jornalista pesquisa os arquivos dos órgãos de segurança há décadas. Um deles, o do Centro de Informações da Marinha (Cenimar), era especializado em infiltrações no PCB e chegou às mãos do repórter Leonel Rocha, que gentilmente cedeu informações para o livro, o segundo volume de uma trilogia.
Longa jornada até a democracia — Volume I foi lançado em 2022. Escrito pelo jornalista Carlos Marchi, autor das biografias de Carlos Castelo Branco e Teotônio Vilela, aborda o período compreendido entre a fundação do PCB, em 1922, e seu VI Congresso, em 1967, quando a legenda assumiu seu compromisso com a democracia e rechaçou a luta armada. Marchi será o autor do volume III, que compreenderá o aggiornamento da legenda, com a mudança de sigla e nome para PPS, sob a liderança de Roberto Freire, que resultou no Cidadania. A Fundação Astrojildo Pereira (FAP) até hoje é mantida pela legenda.
Cercar e aniquilar
O clima sombrio da Guerra Fria, relatos minuciosos sobre a vida clandestina de dirigentes e militantes, fugas, prisões, torturas, mortes e desaparecimentos de comunistas. Os personagens parecem saídos dos romances policiais, como os espiões e informantes infiltrados pela repressão nas organizações de esquerda. O livro mostra o trabalho silencioso de caseiros, motoristas e distribuidores da Voz Operária e outras publicações clandestinas. A CIA e a KGB aparecem em vários episódios, um deles o do “Agente Carlos”, um assessor do então secretário-geral do PCB, Luiz Carlos Prestes, que trabalhava para o SNI e a CIA.
Personagens destacados da política brasileira, Amaral Peixoto, Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e José Sarney, entre outros, se relacionavam com os comunistas. O livro percorre também o submundo da ditadura, cuja cúpula decidira “cercar e aniquilar” o PCB. Registra o passo a passo da estruturação dos Departamentos de Operações de Informação — Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) — e descreve disputas entre o Exército e a Marinha pelo controle desse aparato.
A audaciosa transferência dos arquivos de Astrojildo Pereira para a Itália, o espetacular resgate de Giocondo Dias cercado e isolado no Rio de Janeiro, os 10 anos de investigações para se chegar à gráfica clandestina que imprimia a Voz Operária e o misterioso “Ouro de Moscou” são alguns episódios relatados no livro, além da infiltração de um militante do PCB da PM de São Paulo no tenebroso aparelho do DOI-Codi da Rua Totóia, na capital paulista.
Em tempo: na quinta-feira, o livro será lançado no Rio de Janeiro, a partir das 17h, na tradicional Taberna da Glória, ao lado da autobiografia do ex-dirigente sindical bancário Roberto Percinoto, Uma vida bem vivida (Aquarius), um dos personagens de destaque do livro.
Colunas anteriores no Blog do Azedo: https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/
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