domingo, 28 de abril de 2024

ESSES MOÇOS

'- o País está parado e não voltará a caminhar se continuarmos a transferir responsabilidades para os inimigos internos e a culpar o “capitalismo insaciável” pelos males que nos fazem sofrer.' ---------- "(...) Contudo, analogias são meras aproximações e não traçam o rumo inexorável das coisas. Cárceres que pareciam eternos, como o Aljube, a depender de engenho e arte, podem se tornar ocasião de catarse e, também, de esperança." -----------
----------- _________________________________________________________________________________________________________ O texto reflete sobre a trajetória histórica de Portugal, especialmente no contexto do 25 de abril, destacando o papel do Aljube como um símbolo das transformações pelas quais o país passou. O autor, Luiz Sérgio Henriques, explora a ideia de que lugares como o Aljube, que antes foram associados à opressão e à violência, podem se tornar espaços de redenção e renovação. Ele descreve como o Aljube, um edifício histórico em Lisboa, mantém as memórias sombrias do passado, incluindo tortura e morte durante o regime autoritário. No entanto, agora transformado em museu e local de memória, o Aljube evoca não apenas o sofrimento humano, mas também a esperança e o desejo de liberdade que emergiram daqueles tempos difíceis. O texto também discute o impacto do 25 de abril na história de Portugal, destacando as transformações sociais e políticas que se seguiram à revolução. Henriques analisa as diferentes correntes políticas e ideológicas que surgiram após o evento, incluindo os embates entre comunistas e socialistas, e a subsequente consolidação da democracia. Além disso, o autor aborda os desafios contemporâneos enfrentados pela democracia, tanto em Portugal quanto em outros lugares do mundo. Ele adverte sobre o surgimento de forças políticas de extrema direita que ameaçam minar as conquistas democráticas alcançadas ao longo das últimas décadas. No entanto, ele também expressa otimismo, sugerindo que mesmo os lugares mais sombrios da história podem se tornar fontes de esperança e renovação. Em suma, o texto oferece uma reflexão profunda sobre a história e o futuro de Portugal, destacando a importância de lembrar do passado enquanto se olha para frente, em direção a um futuro de liberdade e democracia. ________________________________________________________________________________________________________ -----------
------------ Opinião Estadão @opiniao_estadao #EspaçoAberto | Luiz Sérgio Henriques: 'Portugal em abril - Cárceres que pareciam eternos, como o Aljube, a depender de engenho e arte, podem se tornar ocasião de catarse e, também, de esperança' http://estadao.com.br/opiniao/luiz-sergio-henriques/portugal-em-abril/ 📸Rafael Marchante/Reuters _________________________________________________________________________________________________________ -----------
----------- domingo, 28 de abril de 2024 Luiz Sérgio Henriques* - Portugal em abril O Estado de S. Paulo Cárceres que pareciam eternos, como o Aljube, a depender de engenho e arte, podem se tornar ocasião de catarse e, também, de esperança Edifício maciço que ladeia a milenar Sé Patriarcal de Lisboa, o Aljube é um destes lugares que desafiaram os séculos, mantendo-se absurdamente fiel à soturna vocação de abrigar tortura e morte. Uma modesta placa na fachada adverte que do silêncio das suas gavetas ou curros, celas obscenamente exíguas, bem como dos corpos desfigurados pela polícia política iria florir abril há exatos 50 anos. Cravos vermelhos e versos admiráveis pelas paredes redimem o ambiente, que agora, como museu e lugar de memória, evoca não só o ilimitado sofrimento humano, mas também o anseio de liberdade que brota de cada chaga e cada grito de dor. A revolução quase sem sangue de 25 de abril não iria mudar só Portugal. Na conhecida visão de Samuel Huntington, ali teve início uma nova onda forte de democratização – uma onda que se espalharia na direção do Brasil e da América Latina, bem como dos países do Leste Europeu, antes do atual refluxo “desde-mocratizador”. O caso português, naturalmente, teve características específicas. Tratava-se, antes de mais nada, de estancar a sangria provocada pela guerra colonial tardia de um regime contemporâneo dos fascismos clássicos – e ele mesmo fascista à sua maneira. O grupo de oficiais médios envolvidos na guerra – reunidos no Movimento das Forças Armadas – apresentou ao país um programa constituído de lema simples e forte: descolonizar, democratizar, desenvolver. A insurreição militar acabaria por deflagrar um agitado processo de transformações sociais e políticas que ainda hoje têm valor paradigmático. As Hipóteses de Abril – termo cunhado por Eduardo Prado Coelho à semelhança das famosas Teses de Abril formuladas por Lenin pouco antes da revolução bolchevique – logo implicariam basicamente a via revolucionária, sob o signo de assembleias e estatizações, e a via reformista, preconizada por sociais-democracias que então regulavam com êxito os capitalismos nacionais. O duro confronto entre estas duas hipóteses de mudança encarnou-se nas figuras do comunista Álvaro Cunhal e do socialista Mário Soares, como que a repetir situações críticas anteriores na Europa e fora dela, opondo forças rivais da esquerda, suas diferentes alianças e visões de futuro. Façamos um pulo arriscado entre contextos díspares. Na Rússia, em 1918, a dissolução da Constituinte pelos bolcheviques representaria um marco na configuração do regime ditatorial a seguir implantado a ferro e fogo. Em Portugal, impensável uma solução dessa natureza. Em eleições livres e justas para a Constituinte de 1975, os socialistas recolheram cerca de 38% dos votos, ante 12% dos comunistas, sem falar no terço de eleitores, ou pouco mais, que preferiu um dos dois partidos moderados e conservadores. Ao contrário do que supuseram os mais afoitos, nem por isso se deteve a profunda renovação política, econômica e cultural, rumo a um Estado de bem-estar suportado pelas possibilidades do país, de resto plenamente integrado nos anos 1980 à Comunidade Europeia. O voto democrático tem consequências de toda ordem, como o comprovam, entre outros feitos, um sistema nacional de saúde e uma rede educacional pública de qualidade. Um estável centro político, ocupado alternativamente pela esquerda socialista e por um partido de centro-direita, nominalmente socialdemocrata, deu razoável conta de crises e vicissitudes das últimas cinco décadas. À esquerda, porém, ficaram as marcas do conflito inaugural: só em 2015, os comunistas e um mais recente Bloco de Esquerda entraram na área de governo com os socialistas. Não por acaso, a instável aliança de uma legislatura recebeu na pia batismal um nome surpreendente, a “geringonça”. Hoje podemos compreender que a democracia, por “ser viagem, e não destino”, como dizem as praças deste abril, supõe mobilização permanente em sua defesa. Dispensável aqui falar da mudança epocal que perpassa nossas sociedades, bem como o correspondente mal-estar generalizado que ela implica. Na política emergem forças francamente subversivas, em geral de extrema direita, cuja meta é a destruição daquele centro que, regulando institucionalmente a luta social, confere estabilidade e define o terreno comum em que duelam adversários mutuamente legitimados. Como em tantas outras partes, também em Portugal um aspecto crucial é saber se a direita constitucional cruzará a fronteira que a separa daquelas forças da subversão, constituindo um bloco não exatamente conservador, mas reacionário, avesso às conquistas individuais e coletivas que assinalaram todo este tempo de vida em liberdade. Não faltam analogias com a época dos velhos fascismos, entre os quais o Estado Novo salazarista, e com o cerco à democracia liberal que estabeleceram, simulando substituí-la com regimes alegadamente menos individualistas e mais orgânicos. Contudo, analogias são meras aproximações e não traçam o rumo inexorável das coisas. Cárceres que pareciam eternos, como o Aljube, a depender de engenho e arte, podem se tornar ocasião de catarse e, também, de esperança. *Tradutor e ensaísta, é um dos organizadores das obras de Gramsci no Brasil _________________________________________________________________________________________________________ ----------- -------------- A Turma Do Balão Mágico - Tem Gato na Tuba ---------------- ---------- V.BELLINI - Abertura da Ópera "Norma" OCCO Orquestra 1.971 visualizações 23 de abr. de 2013 ORQUESTRA DE CÂMARA de CASCAIS e OEIRAS V.BELLINI - Abertura da Ópera "Norma" Maestro, Nikolay Lalov OCCO, Concerto de Ano Novo 2013 Auditório Senhora da Boa Nova, Galiza, Estoril, Portugal, 06-01-2013 ----------- ------------ ☝️28-Tuba ou Bombardão? Tuba no YouTube _________________________________________________________________________________________________________
------------- _________________________________________________________________________________________________________ ============ "CONSELHEIRO - Eu duvido muito... REI - Meu nobre Conselheiro, eu não te contratei para duvidar, mas para acreditar. Você tem que acreditar. Chame agora mesmo o Arauto Real." BLACKOUT / FIM DA CENA 1 _________________________________________________________________________________________________________ --------------- [PDF] Literatura destinada às crianças: uma possível discussão de gênero Literature for children: a possible gender discussion No livro de Leo Cunha, O reino adormecido (2012), a história começa descrevendo um rei e uma rainha com características bem associadas a estereótipos, ou seja, uma rainha que, mesmo querendo expressar suas vontades, se cala diante do autoritarismo de seu marido, um rei que governa soberano. O rei faz prevalecer sempre suas decisões, mandando e desmandando, mesmo que suas ordens ou atitudes possam prejudicar os outros. Somente no final do livro a rainha rompe com o silêncio e posiciona-se diante da situação de subalternidade que ela e o restante do reino estavam assujeitados. Essa rainha pode despertar a crítica sobre as relações culturalmente estabelecidas a partir de uma hierárquica entre os gêneros nas sociedades patriarcais. Neste sentido, O sexo feminino é, portanto, também o sujeito que não é uno. A relação entre o masculino e o feminino não pode ser representada numa economia significante em que o masculino constitua o círculo fechado do significante e do significado. Paradoxalmente, Beauvoir prefigurou essa impossibilidade em O segundo sexo, ao argumentar que os homens não podiam resolver a questão das mulheres porque, nesse caso, estariam agindo como juízes e como partes interessadas. (BUTLER, 2018, p. 33) _________________________________________________________________________________________________________ ------------ O Reino ADORMECIDO Leo Cunha Ilustrações André Neves peça em 3 atos galerinha RECORD Rio de Janeiro 2019 _________________________________________________________________________________________________________
Marco Aurélio Nogueira - Parados no tempo O Estado de S. Paulo Não avançaremos se a lógica política continuar a ser vivida exclusivamente como contraposição mal qualificada entre esquerda e direita O Brasil estacionou. Tudo transcorre como se as cartas já tivessem sido lançadas e o antagonismo se reduzisse ou a ruídos congressuais ou a embates retóricos entre a esquerda oficial, devidamente entronizada no Palácio, e a direita extremada, agarrada a seus fantasmas e à fustigação moralizante contra tudo o que possa exalar direitos e democracia. No meio disso tudo, a economia fica como a joia da Coroa. Se avança e é alcançada pelas reformas pontuais do ministro Haddad, os ares melhoram. Se trava, é um Deus nos acuda. O que há de agitação vem dos guetos identitaristas, indiferentes à política prática e aos sentimentos das maiorias silenciosas. São guetos que conversam para dentro, não para fora. Produzem atritos contraproducentes, que quase nada acrescentam à luta política propriamente dita. Flutuam na esfera moral, de onde imaginam disparar flechas que conscientizem a população. Os guetos trabalham com temas inegavelmente importantes – racismo, feminismo, reconhecimento, desigualdade, direitos –, mas traduzem isso em termos de guerra cultural, como se sua missão fosse forçar a população a interiorizar plataformas que não são didáticas e se perdem em teorizações acadêmicas. Como decorrência, alimentam as pautas da extrema direita, terminando por funcionar como se fosse seu sparring inconsciente. O País continua o mesmo, só que, agora, não há quem organize os conflitos e a contestação social. Fica tudo meio solto, exacerbado, ao sabor dos ódios, dos afetos e das paixões que se compõem nas redes sociais. É fácil imaginar por que não se formam consensos. O que tem havido de progresso vem dos influxos externos (da dinâmica incessante do capitalismo, da revolução tecnológica dos nossos dias), não da ação explícita do Estado ou de sujeitos nacionais. Lula 3 não consegue repetir o que houve de avanço em seus dois governos anteriores. Governa agarrado ao fisiologismo do Legislativo e sob as asas do Judiciário. Como não há uma oposição democrática que o chame à razão política e o ajude a privilegiar o fundamental – boas políticas públicas, um programa claro e consistente de governo –, o governo justifica sua inação alegando que está cercado pela extrema direita. É um argumento falso, especialmente porque a variante extremista está mais preocupada com manter ativos seus nichos de seguidores fiéis, sem se importar muito com o que faz ou deixa de fazer o governo, confiante de que se sairá bem nas eleições municipais e valorizará seu passe para as presidenciais de 2026. A palavra de ordem deveria ser renovação. Trocar modos de pensar, abandonar o vocabulário de gueto, convergir para algum centro de coordenação da democracia progressista, que traga consigo uma nova forma de comunicação política, novos hábitos e procedimentos. Seria ótimo se surgisse um centro democrático que misturasse progressistas sensatos e direitistas liberais, que civilizasse a política nacional e desse um rumo de longo prazo ao País. Isso poderia compensar a presença atabalhoada de uma esquerda oficializada, sem inserção social, sem pegada programática, aprisionada a jargões antigos e a flertes inconsequentes com atores internacionais pouco confiáveis, como se a guerra fria não tivesse terminado e as relações internacionais fossem as mesmas de antes. A esquerda brasileira ainda não processou o que há de novo no mundo e em cada sociedade. Não consegue interagir com os personagens da vida digitalizada (os empreendedores, os trabalhadores de aplicativos, os uberizados), com as novas igrejas e com as multidões de pessoas em estado de angústia, decepção e sofrimento. Soube atrair vários partidos para sua base legislativa, mas não consegue governar sem sobressaltos e com resultados efetivos. Uma esquerda envelhecida e sem programa, quando chega ao poder, transfere ao governo mais problemas do que soluções. A esquerda não se viabilizará dizendo à população que sua tarefa é impedir a volta da extrema direita. Precisa entregar mais do que isso. Se a direita tem crescido ao prometer Deus, pátria, família, propriedade e “liberdade de expressão”, o que a esquerda pode oferecer no lugar disso tudo? Defender-se da virulência bolsonarista? É muito pouco. A ameaça direitista nada oferece em termos de políticas públicas. Seu alvo é a destruição institucional. Há um espaço enorme para que a esquerda democrática se recomponha, se modernize, amplie sua articulação e diga qual seu papel no Brasil atual. Tudo isso é fácil de ser proclamado e muito difícil de ser levado à prática. Mas não deveríamos fechar os olhos para a realidade que se descortina: o País está parado e não voltará a caminhar se continuarmos a transferir responsabilidades para os inimigos internos e a culpar o “capitalismo insaciável” pelos males que nos fazem sofrer. Não avançaremos se a lógica política continuar a ser vivida exclusivamente como contraposição mal qualificada entre esquerda e direita. Há muito mais coisas no céu do que aviões de combate. O, ô , ô, ô, ô, ô / O trem tá atrasado ou já passou Composição: Sérgio Porto ------------ ------------- O Samba do Crioulo Doido Quarteto em CY Foi em Diamantina / Onde nasceu JK Que a princesa Leopoldina / Arresolveu se casá Mas Chica da Silva / Tinha outros pretendentes E obrigou a princesa / A se casar com Tiradentes Lá iá lá iá lá ia / O bode que deu vou te contar Lá iá lá iá lá iá / O bode que deu vou te contar Joaquim José / Que também é Da Silva Xavier / Queria ser dono do mundo E se elegeu Pedro II Das estradas de Minas / Seguiu pra São Paulo E falou com Anchieta / O vigário dos índios Aliou-se a Dom Pedro / E acabou com a falseta Da união deles dois / Ficou resolvida a questão E foi proclamada a escravidão/ E foi proclamada a escravidão Assim se conta essa história/ Que é dos dois a maior glória Da.Leopoldina virou trem / E D.Pedro é uma estação também O, ô , ô, ô, ô, ô / O trem tá atrasado ou já passou Composição: Sérgio Porto _________________________________________________________________________________________________________ ------------ Ronnie Von - BANDA DA ILUSÃO - Alberto Luiz luciano hortencio 23.851 visualizações 13 de jun. de 2015 Ronnie Von - BANDA DA ILUSÃO - Alberto Luiz. Álbum: A Voz de Ronnie Von. Foto ilustrativa: Banda de Música de Tatui-SP. É dia de fanfarra e eu não posso me atrasar Se digo que não vou a banda vem pra me buscar No meio da retreta vou tocar meu bombardão Num cano de saudade vou soprando a solidão Garrafas atiradas no caminho já deixei Vazias da certeza que com elas procurei Na banda da ilusão tocando bombardão Eu digo sim, a vida disse não São tantos instrumentos pela vida E essa gente distraída vai levando a sua cruz Tem uns que tocam tudo e outros nada Vai tocando nessa estrada, quem não toca não traduz Eu toco essa amargura atravessada, essa dor desesperada Essa vontade sem vontade de viver É a lei da vida amor, tocar pra não morrer É grande a minha história, nem dá tempo de escrever No meio de uma frase qualquer dia eu vou morrer E as contas que ficarem no meu terço vou rezar São versos de um poema que eu nem pude terminar À noite eu sempre durmo na esperança de morrer Mas logo vem a banda me acordando pra viver. luciano hortencio https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=1jF30nvL9rE Logo da Editoria ÉPOCA POLÍTICA Picante autobiografia de José Dirceu expõe o lado Don Juan do líder petista Entre histórias da infância, da clandestinidade e da chegada do PT ao poder, Dirceu dedicou bom espaço às próprias conquistas amorosas. Os relatos fazem jus aos apelidos de "Ronnie Von das Massas" e "Alain Delon dos Pobres", que o acompanharam no movimento estudantil Bernardo Mello Franco 25/08/2018 - 15:00 / Atualizado em 27/08/2018 - 18:57 ------------
------------ O então líder estudantil José Dirceu, apelidado de Ronnie Von das Massas, na Galeria do Rock em São Paulo Foto: FolhaPress O então líder estudantil José Dirceu, apelidado de Ronnie Von das Massas, na Galeria do Rock em São Paulo Foto: FolhaPress O ex-ministro José Dirceu, de 72 anos, escreveu na cadeia o que diz ser o primeiro tomo de Zé Dirceu – Memórias (Geração Editorial). Rascunhou o texto à mão, em letra miúda, com o papel e a caneta esferográfica que tinha à disposição nos quase dois anos em que esteve preso em Pinhais, no Paraná. O original passava de 400 páginas. [ LEIA AQUI um capítulo do livro ] Dirceu já foi preso quatro vezes. A primeira, na ditadura militar, com cerca de 1.000 estudantes que participavam do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Ibiúna. As outras três, na democracia. Ele foi condenado por corrupção no mensalão e na Lava Jato. O juiz Sergio Moro assinou as últimas duas sentenças. Nelas, as penas somam 32 anos de prisão. O petista chegou a dizer a amigos que temia passar o resto de seus dias numa cela. Foi salvo em maio, quando a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal mandou soltá-lo. A decisão foi confirmada na última terça-feira. Nas memórias redigidas no cárcere, o ex-ministro preferiu pular a fase mais recente e polêmica de sua biografia. Interrompeu as lembranças em 2006, quando ainda não havia sido julgado pela compra de apoio político ao governo Lula. O resultado é um relato engajado, com muitos ataques a adversários e a quem chama de perseguidores — entre eles, a imprensa. Entre histórias da infância, da clandestinidade e da chegada do PT ao poder, Dirceu dedicou bom espaço às próprias conquistas amorosas. Os relatos fazem jus aos apelidos de “Ronnie Von das Massas” e “Alain Delon dos Pobres”, que o acompanharam no movimento estudantil. No livro, o memorialista emerge como um maoista entre lençóis. “As mulheres conseguem sustentar metade do céu”, dizia o líder comunista chinês Mao Tsé-tung. ÉPOCA pinçou os trechos mais apimentados de Zé Dirceu — Memórias e os reproduz a seguir. SAIBA MAIS ÉPOCA Leia um capítulo da autobiografia de José Dirceu: "Zé Dirceu – Memórias" Logo da Época ÉPOCA Fernando Haddad, o vice que não é vice, mergulha na política como ela é O ex-prefeito Fernando Haddad diante de foto de Lula durante encontro nacional do PT. A possível candidatura o transformou num “político político Foto: Léo Pinheiro / FramePhoto/Agência O Globo ÉPOCA Luiz Estevão conta como exerce sua influência na penitenciária de Brasília O ex-senador e empresário Luiz Estevão durante entrevista na Papuda Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo TRANSAS FANTÁSTICAS A Baixada do Glicério, onde ficava o Parque Shangai de diversões e a Igreja Nossa Senhora da Paz, era um ponto de encontro e namoros para nós. Lá também vivia um conterrâneo de Passa Quatro, o José André Motta. Foi nessa época que tive um longo relacionamento com uma mulher mais velha que eu, mulata, paixão dos domingos com almoço e transas fantásticas. Guardei na minha memória a lembrança da primeira mulher que fumava maconha, como se fosse normal. Na verdade, a Baixada já era a boca quente dos anos 1970. MAÇÃ DOURADA Havia um pouco de tudo, festivais de rock, muita música e alegria, além de debates, disputas políticas e amores como era próprio de nossa geração. Muito se falou de meus namoros na sala de aula de grego — um pouco de lenda. A realidade é que estávamos vivendo o auge do “amor livre”, da pílula anticoncepcional, da vida independente e longe da casa dos pais, uma época em que todos namoravam e muito. Fiquei com a fama, nem sempre verdadeira. Uma das histórias que contam dessa época, com várias versões, cada qual de um jeito, é que fui seduzido e espionado por uma jovem a serviço do Deops que tinha o codinome de Maçã Dourada. A história é verdadeira, mas bastante simples. Começou assim: quase todos os dias dávamos entrevistas à imprensa. Há, inclusive, uma foto famosa, da lousa negra onde se vê escrito “Imprensa burguesa, fique sentadinha”, algo assim. Sempre fizemos tudo abertamente. Numa dessas entrevistas, notei uma linda jovem de cabelos longos, com umas costas maravilhosas, pernas longas, um pedaço de perdição, sentada numa das cadeiras, lendo e pouco ouvindo a entrevista. Naquele momento fiquei intrigado, mas depois acabei me esquecendo. Mas, de novo, lá estava ela. Aí me interessei, abordei e comecei a “ficar” com ela numa das escapadas para a sala de grego. O seu nome era Heloisa Helena Magalhães. Chegamos à sala, que na verdade era um quarto, para eu descansar e dormir em segurança. Fomos nos despindo, eu de olho nas suas lindas costas, um fetiche, e não prestei atenção, num primeiro momento, na forma como ela pegou meu revólver 22, abriu o tambor e olhou as balas. Mas, logo em seguida, meu instinto me alertou que havia algo de errado ali. Como uma menina de 19, 20 anos maneja uma arma com essa intimidade? Não deu outra, chamei a segurança, e Heloísa, depois de negar e negar, confessou. A CHINESA Meu trabalho com Vicente terminou no dia em que, mais uma vez, atrasei-me para o trabalho, causando sérios prejuízos para a rotina dele; eu andava encantado com uma nova namorada chinesa, a Lee. O sonho de trabalhar com ele acabou ficando para trás, deixando-me sem trabalho e sem a namorada que, anos depois, reencontrei no Crusp, o Conjunto Residencial de Estudantes da USP, com um jovem estudante, certamente seu novo amor. SEXO NO CINEMA Fiz também algo surreal, um curso de projetista de filmes num cinema, o Cine Yara, na Calle 23 com a 27. Toda noite eu trabalhava algumas horas treinando, até que um dia fui chamado e, com cuidado, me pediram que parasse de namorar dentro da cabine durante a exibição dos filmes. Era meu aviso prévio. A TCHECA Durante um outro período, trabalhei no Instituto de Cinema organizando a biblioteca da presidência e auxiliando na versão dos filmes brasileiros para o espanhol, na verdade, para o cubano, com todas as suas idiossincrasias e modo de falar próprio. Era uma função que me agradava e dava oportunidade de rever o nosso Cinema Novo. Também, como era filho de gráficos, trabalhei numa gráfica e empresa de revistas em quadrinhos, onde conheci uma tcheca, técnica em HQ, simplesmente encantadora, mas que não cedeu aos meus encantos, um tanto juvenis para ela. A MULATA, A JUDIA E A BASCA Esse período foi de poucos amores e namoradas, por medida de segurança. Tragicamente mal recordo o nome, apesar da lembrança fotográfica de cada uma: da mulata santiagueira que conheci na Biblioteca Municipal Abel Santamaria Cuadrado — dirigente do Diretório Revolucionário, herói e comandante do assalto ao palácio presidencial em 1957 —, da cidade de Santiago de Cuba, na província Oriental de Cuba, a Bahia cubana, terra do rum, da santería, cidade rebelde, berço da revolução e onde se situa a famosa Sierra Maestra. Depois, a mulata mudou-se para Havana para ficar mais perto de mim, para desespero dos meus assistentes do Departamento América do PCC. Zarattini e eu éramos assíduos frequentadores da Biblioteca de Santiago, local ideal para ler, pesquisar e paquerar. Outro namoro foi com uma judia que perdi no tempo, mas não no esquecimento, névoas do passado. Morava nos fundos da sinagoga de Havana entre 13 e 15, Calle l, se não me engano. Passamos momentos maravilhosos no aconchego do seu minúsculo apartamento, atrás da sinagoga. Namoros e romances-relâmpagos, como com a basca, do ETA, que conheci no hotel de trânsito do Icaic, quando me restabelecia da depressão e do acidente (que contarei mais adiante), e que logo voltou para seu país, Euskal Herria — o nome do País Basco. ANA Minha parceria com Ana foi decisiva para nossa volta e para criar relações no exterior. Ana domina o espanhol e o francês, além de se virar com outras línguas como o inglês e o italiano. Ela fez de tudo para eu retomar a fala e a leitura que aprendera com os padres franceses em Passa Quatro, uma perda de tempo devido a minha indisciplina para o estudo de línguas, que se repetiria em 2006-7. Éramos parceiros no estudo e nas pesquisas, na produção de avaliações sobre o Brasil e sua economia e política. Ana é de uma disciplina e vontade política únicas. Com o tempo e a convivência diária, além da atração mútua, acabamos mantendo uma relação afetiva com altos e baixos, natural naqueles tempos em que a vida e a luta uniam e separavam pessoas, assim de repente. Nessa fase, meus namoros eram raros pela necessidade de compartimentação e semiclandestinidade, já que nossas identidades não eram as reais. Tive alguns casos no prédio em que morávamos, no Vedado, depois que fui liberado, e nada mais. DONA DO HOTEL Depois de algumas peripécias, como o namoro com a filha do dono do hotel em Placas e a amizade com o dono de uma boate, foi ele que se apaixonou por mim, mas não foi correspondido. Fui ao encontro de um senhor na rodoviária do Crato, a caminho de Salgueiro. Vestido como sertanejo, terno de linho, camisa branca sem colarinho, sandálias boas e bonitas, ele me pareceu triste e ensimesmado. Buscando puxar conversa e ter uma companhia na viagem — medida básica de segurança —, descobri que ele tinha sido roubado e, envergonhado, não pedira socorro a ninguém. IARA E SUZANA Meu namoro com Iara foi uma volta à adolescência perdida, ela era uma menina, mas já adulta pela luta e politizada pelo exemplo dos pais, Zilda e João Batista. Apaixonada pelos irmãos, dura na discussão política, às vezes sectária, tivemos um breve namoro, uma luz na solidão e no banzo que me atacava de tempos em tempos. Nosso relacionamento era de passeios, idas ao cinema, a parques de diversão e “pousadas” que, na verdade, eram pequenos motéis, já que não morávamos juntos. Nosso namoro não era bem-visto e aceito pela mãe e irmãos, creio que mais pelas questões políticas do que pelo namoro propriamente dito ou por mim mesmo. Acabou de repente, Iara se afastou, sofri muito, mas nada como a luta, o treinamento e outros amores para curar as dores da paixão. Também no CBA e no escritório de Airton Soares conheci Suzana Lisboa, gaúcha, judia, viúva de Luiz Eurico Lisboa, outro assassinado pela ditadura. Suzana lutava para esclarecer o assassinato de seu companheiro. Acabou localizando os restos mortais de Luiz Eurico e foi uma parceira constante dos pais de Sônia de Moraes Angel, em busca do paradeiro da filha e de seu companheiro, Stuart Angel, filho da estilista Zuzu Angel, também assassinada pela ditadura em um acidente forjado de carro no Rio, em 1976. Artista da moda brasileira, Zuzu granjeara fama internacional. Desfilava suas criações em Nova York, onde sua clientela incluía personalidades do show business como Liza Minelli e Joan Crawford. Impetuosa, denunciou a crueldade do regime militar ao secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger e ao senador democrata Edward Kennedy. Representava uma ameaça à tirania e, por isso, foi perseguida e morta. Suzana foi minha primeira namorada em São Paulo. Não chegamos a morar juntos e nos tornamos grandes amigos. Sua dedicação à luta pela anistia e à busca dos mortos e desaparecidos me impactou para além de sua beleza e coragem. ÂNGELA Foi minha primeira saída com Ângela, empurrando uma Brasília ladeira abaixo e correndo o risco de ser preso. Só seria pior na noite em que a convidei para jantar. Preparei uma macarronada à carbonara, cheia de bacon, e, surpreso, descobri que Ângela era vegetariana. Ela morava sozinha numa casinha branca e azul, na Rua Harmonia, Vila Madalena, em São Paulo, um bairro ainda bucólico, sem prédios, uma pequena comunidade libertária, de esquerda, musical e alegre, na esquina de uma pizzaria da outra sócia da escola, Gisela. Mudei-me para lá após meses de namoro. Ângela era filha de uma militante política sindical, Irene Terras Saragoça, perseguida pela ditadura. Seu pai, Manuel, português de Aveiro, vivia no litoral sul de São Paulo, e a mãe, em Santos. Seu irmão, também Manuel, era médico nefrologista no Hospital São Paulo. Começava uma nova relação, uma nova família. PEDRO CAROÇO A aproximação de Clara mudou tudo e deu um sentido a minha vida no Paraná. Era uma loira alta dirigindo seu carro, sempre ativa, conversando, entrando e saindo dos bancos, farmácias, lojas, e dona de pequenas boutiques, uma em Cruzeiro, na rua atrás da minha alfaiataria. Toda vez que a via descer do carro, com seu sorriso, os olhos claros, botas de cano longo e saia rodada, me prendia a atenção. Nós nos fitávamos, estudávamos, mas não ousávamos trocar uma palavra. Até que, no cair de uma tarde, quando seguia para jantar na pensão, perdi minha lente de contato. Anoitecia e não conseguia encontrá-la no asfalto escuro. Eis que surge um carro com farol aceso. Dele alguém desce e, pelas botas e pernas, vi que era Clara. “O que procuras?”, perguntou. Minha vida se ligaria à de Clara, não somente uma vida afetiva e familiar — de que sentia falta —, mas também profissional. Logo a cidade percebeu que o “estrangeiro” roubara de seus filhos uma de suas flores, no caso uma mulher independente, bem-sucedida, bonita e dona de quatro pequenas boutiques. Desconfiança e inveja foram as primeiras reações. Algo como “esse aventureiro vai roubar nossa jovem empresária e depois a abandonará ou, pior, dará um golpe e desaparecerá. Ou vai se casar com ela”. Logo me colocaram o apelido de “Pedro Caroço”, alusão à letra da música cantada por Genival Lacerda, “Severina Xique Xique” — que traz este verso: “Ele tá de olho é na boutique dela!”. Isso me aborrecia, mas, ao mesmo tempo, me tornava uma pessoa da cidade, “um dos nossos”, desaparecendo o distanciamento com o “intruso e concorrente”. LEIA AQUI um capítulo do livro . O Globo, um jornal nacional: Fique por dentro da evolução do jornal mais lido do Brasil MAIS LIDAS NA ÉPOCA 1. Coluna | ''O homem invisível', de Leigh Whannell e o perigo de subtrair os clássicos Thiago B. Mendonça 2. Lula conheceu namorada no tempo das caravanas e cultiva amizade há décadas Guilherme Amado 3. Zigurats, a comunidade brasileira que se prepara para o dia do Apocalipse Guilherme Caetano, de Corguinho, Mato Grosso do Sul 4. Como nosso sistema imunológico envelhece e como podemos interromper esse processo BBC News Brasil 5. Na cadeia, Lula admite possível derrota e diz que deixou seu legado para o Brasil Bela Megale e Natália Portinari MAIS DE ÉPOCA VER MAIS Portal do Assinante Agência O Globo Fale conosco Expediente Anuncie conosco Trabalhe conosco Política de privacidade Termos de uso © 1996 - 2022. Todos direitos reservados a Editora _________________________________________________________________________________________________________ ------------- ------------ Adriana Calcanhotto - Esses Moços (Ao Vivo) _________________________________________________________________________________________________________ -------------- Esses Moços Lupicínio Rodrigues Coisas Minhas: Lupicínio Rodrigues 90 Anos Esses moços , pobre moços Ah se soubessem o que eu sei Não amavam não passavam Aquilo que eu já passei Por meus olhos, por meus sonhos Por meu sangue, tudo enfim É que eu peço a esses moços Que acreditem em mim Se eles julgam Que há um lindo futuro Só o amor Nesta vida conduz Saibam que deixam o céu Por ser escuro E vão ao inferno À procura de luz Eu também tive Nos meus belos dias Essa mania que muito me custou Pois só as mágoas que eu trago hoje em dia E essas rugas O amor me deixou Esses moços , pobre moços Ah se soubessem o que eu sei Composição: Lupicinio Rodrigues _________________________________________________________________________________________________________ ------------
------------- _________________________________________________________________________________________________________ O artigo de Luiz Carlos Azedo publicado no Correio Braziliense oferece uma análise histórica que lança luz sobre a relação entre o governo e o Congresso no Brasil, especialmente destacando a situação atual sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A narrativa começa com uma revisão das reformas propostas durante os anos 1960, especialmente as reformas de base sob a presidência de João Goulart, que enfrentaram forte resistência do Congresso, dominado por uma maioria conservadora na época. O texto destaca como a falta de apoio legislativo acabou contribuindo para a instabilidade política e, eventualmente, para o golpe militar de 1964. A partir desse contexto histórico, Azedo faz uma transição para o presente, argumentando que a relação entre o governo de Lula e o Congresso conservador enfrenta desafios semelhantes. Ele adverte contra a ideia de uma aliança entre o Executivo e o Supremo Tribunal Federal (STF) para subjugar o Congresso, enfatizando a independência dos poderes e a importância do Legislativo como representante dos votos dos cidadãos. O autor também critica a postura de Lula de recorrer à prerrogativa institucional de questionar a constitucionalidade das decisões do Congresso, argumentando que isso pode levar a um cenário de "iliberalismo" político. Ele enfatiza que, nas regras do jogo democrático, é o Congresso que tem o poder de destituir o presidente em situações de crise, através do processo de impeachment. Em resumo, o artigo de Azedo oferece uma análise perspicaz sobre a dinâmica política brasileira, destacando a importância do equilíbrio de poderes e a necessidade de respeitar as instituições democráticas para garantir a estabilidade e a governabilidade. _________________________________________________________________________________________________________ ----------
------------ domingo, 28 de abril de 2024 Luiz Carlos Azedo - Com o Congresso, tudo; sem o Congresso, nada Correio Braziliense Um passeio pela história serve para reflexão sobre Lula e a maioria conservadora do Legislativo. É um equívoco imaginar uma aliança entre o Executivo e STF para domar o Congresso Na década de 1960, as reformas de base eram um conjunto de mudanças de caráter liberal-social, faziam sentido diante das necessidades de modernização do país. Consistiam nas reformas agrária (distribuição de títulos de terras, desapropriação de terras improdutivas e produção para o mercado interno), administrativa (sistema de compras, meritocracia e regras orgânicas), eleitoral (voto para militares de baixa patente e analfabetos), bancária (controle da inflação por órgão central), tributária (sistema de arrecadação e combate a fraudes e evasão fiscal) e constitucional (necessária para viabilizar as demais). Algumas foram parcialmente realizadas durante o regime militar, a maioria foi consagrada na Constituição de 1988 e a tributária, agora, está na ordem do dia. Era um programa herdado do governo Juscelino Kubitschek (1956-1961), que fora reapresentado pelo PTB, partido do vice-presidente João Goulart, como plataforma eleitoral. Na época, a vice-presidência era disputada separadamente. Entretanto, o vitorioso nas eleições foi Jânio Quadros, que tinha um projeto oposto e, na Presidência, tomava decisões muito contraditórias. Realizou uma reforma cambial ultraliberal e, ao mesmo tempo, condecorou o revolucionário Ernesto Che Guevara, um dos líderes da Revolução Cubana. A instabilidade e contradições políticas de seu governo levaram Jânio à renúncia. Os ministros da Guerra, general Odílio Denis; da Marinha, vice-almirante Sílvio Heck; e da Aeronáutica, brigadeiro Gabriel Grün Moss, porém, tentaram impedir a posse de Goulart. O Congresso Nacional não aceitou o golpe dos militares, mas impôs uma solução parlamentarista, para dar posse ao vice em 7 de setembro de 1961. No poder, as reformas de base passaram a ser seu programa de governo, com apoio das forças de esquerda, agrupadas na Frente de Mobilização Popular (FMP), na União Nacional dos Estudantes (UNE), o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), no Pacto de Unidade e Ação (PUA) e na Frente ParlamentarNacionalista (FPN). Em 6 de janeiro de 1963, por meio de um plebiscito, o regime presidencialista foi restabelecido. Logo a seguir, Goulart enviou ao Congresso os projetos de reforma agrária e bancária. A reforma agrária, proposta pelo PTB, foi rejeitada pelo Legislativo, que também rechaçou a lei de remessas de lucros proposta por Jango. A maioria no Congresso não aceitava as reformas de base. À época, era um dogma da esquerda brasileira a tese de que o país não se desenvolveria com monocultura de exportação e sem nacionalizar as empresas de capital estrangeiro. Era uma incompreensão do que estava ocorrendo no Brasil, onde o capitalismo no campo já era uma realidade, liderado pelo agronegócio, e a industrialização se dava com forte presença do capital estrangeiro, sobretudo no setor de bens de consumo duráveis. A radicalização política se deu muito mais em bases ideológicas, sem que a esquerda levasse em conta a real correlação de forças na sociedade nem prever a via de modernização conservadora que seria posta em prática, em marcha forçada, pelos governos militares. Em vez de recuar em ordem, com apoio popular, Goulart apostou na radicalização. A grande contradição Em 13 de março de 1964, foi realizado o Comício da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, que reuniu cerca de duzentas mil pessoas, no qual Goulart anunciou a desapropriação de terras improdutivas e a estatização de refinarias. O comício serviu de pretexto para que militares e políticos de direita, com forte apoio do clero católico e da classe média, intensificasse a conspiração golpista, que foi financiada pelos Estados Unidos. A tentativa de mobilizar a sociedade para fazer a reforma agrária por decreto, como fizera com a lei de remessa de lucros em janeiro de 1964, resultou na crise política com o Congresso e no golpe de estado que destituiu Goulart, há 60 anos. Por ironia da História, foi um Congresso transformado em colégio eleitoral, de maioria conservadora, o mesmo que barrou a emenda das eleições diretas, que viria a pôr fim ao regime militar, ao eleger Tancredo Neves, em 1985, com respaldo amplo da sociedade civil. Derrotados, os militares se retiraram em ordem, num processo político iniciado aos trancos e barrancos, e muita repressão, pelo presidente Ernesto Geisel, na segunda metade da década de 1970, porém, sendo mais bem-sucedido do que o seu projeto de capitalismo de estado nacional-desenvolvimentista, autárquico e concentrador de renda. A última prova desse sucesso político talvez tenha sido o fracasso do projeto golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro, que não teve respaldo do alto-comando das Forças Armadas, cujo profissionalismo é uma herança de Geisel. Mas, voltando o Congresso Nacional, esse passeio pela história serve para reflexão sobre a contradição existente entre o governo Lula e a maioria conservadora do Legislativo, que flerta com o semipresidencialismo. É um equívoco imaginar uma aliança entre o Executivo e o Supremo Tribunal Federal (STF) para domar o Congresso. Não cabe ao Supremo legislar sobre as políticas públicas, embora tenha o dever de zelar pela constitucionalidade das leis e pelos direitos dos cidadãos. Se toda vez que for derrotado no Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorrer à sua prerrogativa institucional de argüir a inconstitucionalidade das decisões tomadas pelo Legislativo, como no caso da derrubada dos vetos às desonerações fiscais, mesmo que tenha o respaldo daquela Corte, estaremos nos trilhos traiçoeiros que levam ao “iliberalismo” político. Nas regras do jogo, os poderes são independentes e harmoniosos, mas é o Congresso que representa a totalidade dos votos dos cidadãos. Tanto que pode, em situações de grave crise, destituir o presidente da República, por meio do impeachment. _________________________________________________________________________________________________________ ------------
---------- _________________________________________________________________________________________________________ O artigo publicado pela Revista Veja traz uma análise contundente do cientista político Alberto Aggio sobre a atual situação política e econômica do Brasil. Aggio argumenta que o país está submerso em uma política do "eu quero o meu", na qual os setores mais organizados, como o Judiciário, exercem grande influência na definição do orçamento, enquanto outros segmentos, como os professores, recebem aumentos salariais irrisórios. Ele ressalta que mesmo partidos e líderes políticos tradicionais, como o PT e o ex-presidente Lula, perderam a capacidade de articular alianças e democratizar o orçamento. Aggio aponta que Lula e o PT são obrigados a fazer alianças com diversos interesses, inclusive aqueles representados pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, para evitar um isolamento político semelhante ao que levou ao impeachment de Dilma Rousseff. O cientista político também destaca a falta de renovação e lideranças no PT, que continua sendo um partido de "cabeças brancas". Ele argumenta que, na ausência de uma administração eficaz por parte do presidente, prevalece a política do interesse próprio, na qual o governo Lula se torna uma "barafunda" na qual o interesse partidário é priorizado. No entanto, Aggio reconhece que o cenário econômico pode não ser totalmente desfavorável, com melhorias em termos de emprego, mas ressalta que isso não é suficiente para superar os desafios estruturais enfrentados pelo país. Em suma, o artigo deixa claro que o Brasil está em uma encruzilhada política e econômica, onde as velhas estruturas de poder ainda exercem influência significativa, enquanto a capacidade de liderança e renovação no cenário político parece estar em declínio. _________________________________________________________________________________________________________ -----------
------------ domingo, 28 de abril de 2024 Para cientista, o país está sob o domínio da política do ‘eu quero o meu’ Para o professor Alberto Aggio, da Universidade Estadual de São Paulo, o governo e o PT são parte desse sistema Por Hugo Marques / Revista Veja Diante de um orçamento apertado, o Congresso está em vias de aprovar a PEC do Quinquênio, que vai engrossar aumentar as despesas em estimados 42 bilhões de reais em vantagens que serão pagas a juízes e outras categorias do serviço público. Reportagem de VEJA desta semana mostra este descompasso com o mundo real. No município baiano de Dias D’Ávila, por exemplo, os professores foram “agraciados” com um reajuste salarial de inacreditáveis 46 centavos. Para o cientista político Alberto Aggio, da Universidade Estadual Paulista, os setores mais organizados têm prevalecido cada vez mais na definição do Orçamento, inclusive porque atores políticos importantes do passado perderam força. Para ele, o próprio PT não tem mais a capacidade de articular com segmentos da sociedade para tentar democratizar o Orçamento. Essa é a realidade. E o governo Lula é parte dela. O Senado pode aprovar uma lei que vai destinar 42 bilhões a juízes e outras categorias. Enquanto isso, na Bahia, os professores recebem aumento de 46 centavos. Qual a razão dessa disparidade? Os setores mais organizados, com peso estrutural no estado brasileiro, como o Judiciário, acabam mostrando sua força nessa dinâmica da montagem orçamentária. Mesmo um partido como o PT e lideranças como o Lula não conseguem mais cimentar acordos como faziam antes. Quem fez a carreira política valorizando associativismo, o mundo dos interesses, como o Lula e o PT, não conseguem mais controlar isso, a não ser fazendo alianças. O governo e o PT, então, são reféns desse sistema? Lula e o PT são obrigados a fazer alianças com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e com todos os interesses que ele representa. Caso não faça essas alianças, Lula pode seguir um caminho igual ao da então presidente Dilma Rousseff, que se isolou e sofreu impeachment. Mas não reféns. As coisas não estão difíceis para o presidente Lula porque o mundo é mau, mas porque Lula participou da construção desse mundo, do qual ele faz parte. Um sociólogo do Rio de Janeiro disse que o Lula ‘está sendo acossado pela Faria Lima’. Não, o Lula não está sendo acossado pela Faria Lima, pelo Judiciário, pelo Arthur Lira. Ele é parte desse mundo. O senhor vê alguma perspectiva de mudança nesse cenário? O Brasil está desafiado a enfrentar um momento de reestruturação da dinâmica da sociedade com o Estado. O PT perdeu o controle disso, não mostra mais para a sociedade capacidade para fazer isso. O partido não tem novas lideranças. Aliás, as lideranças que tentam emergir vivem sob a batuta do presidente. Veja o que o Lula fez com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que foi cobrado em público. O PT envelheceu, é um partido de cabeças brancas. Qual é a consequência disso na prática? A partir do momento em que há uma incapacidade de administração do grande ator democratizador, que é o presidente, o que fica é a marca do PT, na qual o interesse do partido é o que prevalece. Na democracia lulista, o meu interesse vale tudo. Se o meu interesse vale tudo, é legítimo o que fazem os homens do Judiciário, por exemplo. É a política do ‘eu quero o meu’. O governo Lula é uma barafunda, e só não está pior porque as circunstâncias econômicas melhoraram — em termos. O emprego aumentou, mas todo mundo sabe que isso não pode ser considerado nem um voo de galinha. _________________________________________________________________________________________________________

sábado, 27 de abril de 2024

TENHAMOS PAZ

------------ “Tende paz entre vós.” — Paulo. (1 TESSALONICENSES, 5.13) ------------- ----------- Pão Nosso - Capítulo 65 Tenhamos paz - por Wildete Mayrink ---------- 1 Se não é possível respirar num clima de paz perfeita, entre as criaturas, em face da ignorância e da belicosidade que predominam na estrada humana, é razoável procure o aprendiz a serenidade interior, diante dos conflitos que buscam envolve-lo a cada instante. 2 Cada mente encarnada constitui extenso núcleo de governo espiritual, subordinado agora a justas limitações, servido por várias potências, traduzidas nos sentidos e percepções. 3 Quando todos os centros individuais de poder estiverem dominados em si mesmos, com ampla movimentação no rumo do legítimo bem, então a guerra será banida do Planeta. 4 Para isso, porém, é necessário que os irmãos em humanidade, mais velhos na experiência e no conhecimento, aprendam a ter paz consigo. 5 Educar a visão, a audição, o gosto e os ímpetos representa base primordial do pacifismo edificante. 6 Geralmente, ouvimos, vemos e sentimos, conforme nossas inclinações e não segundo a realidade essencial. 7 Registramos certas informações, longe da boa intenção em que foram inicialmente vazadas, e, sim, de acordo com as nossas perturbações internas. 8 Anotamos situações e paisagens com a luz ou com a treva que nos absorvem a inteligência. 9 Sentimos com a reflexão ou com o caos que instalamos no próprio entendimento. 10 Eis por que, quanto nos seja possível, façamos serenidade em torno de nossos passos, ante os conflitos da esfera em que nos achamos. 11 Sem calma, é impossível observar e trabalhar para o bem. 12 Sem paz, dentro de nós, jamais alcançaremos os círculos da paz verdadeira. Emmanuel Pão nosso — Emmanuel 65 Tenhamos paz Texto extraído da 1ª edição desse livro. http://bibliadocaminho.com/ocaminho/txavieriano/livros/Pn/Pn65.htm _________________________________________________________________________________________________________ ----------- ------------ 1:15 / 58:30 Eurípedes Barsanulfo e as bem-aventuranças - Artur Valadares NEPE Paulo de Tarso 17.601 visualizações 17 de jan. de 2021 Palestra online realizada durante a 21ª Semana Espírita de Perdizes/MG, no dia 16/01/2021. https://www.youtube.com/watch?v=4kkUonBaI9A _________________________________________________________________________________________________________ ------------- _________________________________________________________________________________________________________ "A palavra de Eurípedes, eivada de serenidade e imantada de vibrações poderosas, atingiu as fibras emocionais dos entes queridos, que o ouviam. Lágrimas banharam as faces dos velhos pais, dos familiares e dos amigos. Nos corações instalava-se, mais segura que nunca, a certeza de que o serviço ao próximo tem força de lei, em todos os domínios da Criação, em todos os momentos." 17 - O TESTEMUNHO EURÍPEDES O HOMEM E A MISSÃO CORINA NOVELINO pp. 185-195 _________________________________________________________________________________________________________ -------------- ------------ Bem aventurados os aflitos - Estudo do Evangelho à Luz do Espiritismo FEBtv 37.958 visualizações 2 de ago. de 2019 Haroldo Dutra Dias conduz este estudo que, neste episódio, segue o capítulo V, de O Evangelho Segundo o Espiritismo: Bem aventurados os aflitos. Os convidados elucidam o tema e ampliam reflexões às nossas vidas. As obras mencionadas neste episódio são encontradas no site www.febeditora.com.br https://www.youtube.com/watch?v=gCtnoSJC714 _________________________________________________________________________________________________________ ------------
--------------- CAPÍTULO V BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS Tema. — Justiça das aflições. — Causas atuais das aflições. — Causas anteriores das aflições. — Esquecimento do passado. — Motivos de resignação. — O suicídio e a loucura. — Instruções dos Espíritos: Bem e mal sofrer; O mal e o remédio; A felicidade não é deste mundo; Perda de pessoas amadas; mortes prematuras; Se fosse um homem de bem, teria morrido; Os tormentos voluntários; A desgraça real; A melancolia; Provações voluntárias; o verdadeiro cilício; Dever-se-á pôr termo às provas do próximo?; Será lícito abreviar a vida de um doente que sofra sem esperança de cura?; Sacrifícios da própria vida; Proveito dos sofrimentos para outrem. 1. Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados. — Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justiça, pois que serão saciados. — Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois que é deles o reino dos céus. (S. Mateus, 5:4, 6 e 10.) 2. Bem-aventurados vós, que sois pobres, porque vosso é o reino dos céus. — Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. — Ditosos sois, vós que agora chorais, porque rireis. (S. Lucas, 6:20 e 21.) Mas, ai de vós, ricos! que tendes no mundo a vossa consolação. — Ai de vós que estais saciados, porque tereis fome. — Ai de vós que agora rides, porque sereis constrangidos a gemer e a chorar. (S. Lucas, 6:24 e 25.) _________________________________________________________________________________________________________ ----------------
----------- Conheça o bom da vida. Não meça esforços para navegar no oceano de felicidade que há dentro de você. _________________________________________________________________________________________________________ ------------ ----------- Canto Chorado Billy Blanco No jogo se perde ou se ganha Caminho que leva Que traz Trazendo alegria tamanha Levando, levou minha paz Tem gente que ri da desgraça Duvido que ria da sua Se alguém escorrega aonde passa Tem riso do povo Na rua O que dá pra rir, dá pra chorar Questão só de peso e medida Problema de hora E lugar Mas tudo são coisas da vida O que dá pra rir, dá pra chorar O que dá pra rir, dá pra chorar. Composição: William Blanco. ________________________________________________________________________________________________________ ------------
----------- O QUE DÁ PRA RIR DÁ PRA CHORAR. QUESTÃO SÓ DE PESO E MEDIDA. PROBLEMA DE HORA E LUGAR. MAS TUDO SÃO COISAS DA VIDA. O QUE DÁ PRA RIR DÁ PRA CHORAR. "UNIR O ÚTIL AO AGRADÁVEL", CONDENSARIA HENFIL. COM A CERTEZA, DE SEU MANO BETINHO, 'DE QUE UM DIA A GENTE SE VÊ'. ------------
------------ Essa citação poética captura a dualidade da vida de uma maneira simples, porém profunda. Ela nos lembra que, assim como há momentos de alegria e riso, também há momentos de tristeza e lágrimas. A chave está em entender quando é apropriado rir e quando é apropriado chorar, reconhecendo que ambas as emoções são partes naturais da experiência humana. A expressão "unir o útil ao agradável", atribuída a Henfil, sugere a importância de encontrar maneiras de combinar eficiência e prazer em nossas vidas. Isso nos leva a refletir sobre como podemos buscar o equilíbrio entre nossas responsabilidades e nossos prazeres, buscando formas de tornar nossas atividades diárias mais gratificantes. A referência a "um dia a gente se vê", atribuída a Betinho, ressalta a esperança e a confiança no reencontro futuro. Isso nos lembra que, apesar das adversidades e das separações que possamos enfrentar ao longo da vida, sempre há a possibilidade de nos reconectarmos com aqueles que amamos e nos importamos. Essa citação nos convida a abraçar a complexidade da vida, aceitando tanto os momentos de felicidade quanto os de tristeza, e a encontrar maneiras de integrar o útil com o agradável em nossa jornada. E, acima de tudo, nos lembra da importância da esperança e da crença no poder do reencontro e da conexão humana. _________________________________________________________________________________________________________

sexta-feira, 26 de abril de 2024

MEMÓRIAS MILITANTES

------------ Em 1964, brasileiros foram exilados para o exterior por uma ditadura com o lema "Ame-o ou deixe-o". Em 2024, brasileiros lembram os 60 anos da irrupção do autoritarismo antidemocrático e anticonstitucional. Em 2020, brasileiros se autoexilaram no interior pela vida, com a frase "Ame-a e proteja-a". Em 2022, os cidadãos expressaram seu apoio contundente à democracia, à salvaguarda da Constituição e à preservação da vida como pilares fundamentais de nossa sociedade. _________________________________________________________________________________________________________ --------- -----------
----------- A cassação dos direitos políticos, hoje proibida no Brasil, já foi prática comum, notadamente no período em que vivemos sob a égide da ditadura militar. Embora a cassação dos direitos políticos tenha sido rechaçada pelo ordenamento jurídico, cabe destacar que a perda e a suspensão de tais direitos são perfeitamente possíveis, nos termos do mesmo Art. 15. ------------
----------- Espetáculo teatral FUXICO em Juiz de Fora - Sympla ------------
------- Espetáculo “Fuxico” estreia temporada no Teatro Paschoal, nesta quinta, 18 Portal de Notícias PJF | Espetáculo “Fuxico” estreia temporada no Teatro Paschoal, nesta quinta, 18 | FUNALFA - 16/4/2024Uma harmoniosa miscelânea de textos, memórias e sentimentos compõe o espetáculo “Fuxico”, que estreia nesta quinta-feira, 18, no Teatro Paschoal Carlos Magno, localizado na Rua Gilberto de Alencar, atrás da Igreja São Sebastião Centro. A temporada segue nos dias 19, 20, 21, 25, 26, 27 e 28, com apresentações sempre às 20h. Primeira produção do Esquadros Grupo Artístico Temporário, a montagem mescla teatro, música e literatura, reunindo quatro artistas veteranos: Andrea Ventura, Carlinha Assis, Adriana Pereira Paes e Toninho Dutra. Os ingressos podem ser adquiridos pelo Sympla ou diretamente na bilheteria do Paschoal, nos dias de espetáculo. Pessoas com idade igual ou maior que 60 anos têm direito a desconto especial, com ingressos a R$ 10, mediante apresentação de documento de identificação pessoal na portaria do teatro. “Fuxico” está dividido em quadros - prólogo, primeiro ato, segundo ato, terceiro ato e epílogo. Com concepção, dramaturgia e direção de Toninho Dutra, o espetáculo costura textos assinados pela trupe com produções assinadas por diversos autores, como Mario Quintana, Carlos Drummond de Andrade, James Thurber e Cora Coralina. Entre as músicas escolhidas para o repertório estão sucessos de Caetano Veloso, Carlinhos Brown, Arnaldo Antunes e Gilberto Gil. Figurinos, cores e elementos cênicos foram minuciosamente pensados para impactar o público, transmitindo toda a emoção do reencontro dos quatro amigos artistas, que desencadeou o processo de trabalho. Além da equipe principal, o projeto mobiliza um grande grupo de trabalhadores da cultura. :: Serviço :: - Espetáculo “Fuxico” | Esquadros Grupo Artístico Temporário - Teatro Paschoal Carlos Magno (Rua Gilberto de Alencar - Centro) - Apresentações: 18, 19, 20, 21, 25, 26, 27 e 28/04, sempre às 20h - Ingressos: Sympla e na portaria do teatro, em dias de espetáculo, uma hora antes do início das apresentações - Classificação indicativa: livre :: Ficha Técnica :: - Concepção, dramaturgia, direção cênica, direção de arte e produção executiva: Toninho Dutra - Assistente de direção e preparação corporal: Andrea Ventura - Elenco: Adriana Paes, Andrea Ventura, Carlinha Assis e Toninho Dutra - Direção musical e arranjos: Thadeu Grizendi - Músicos: Cordas - Thadeu Grizendi, Cordas - José Augusto Miranda, Flauta - Neli Aquino e Percussão - Vinicius Ventura - Preparação musical dos atores: Adriana Paes e Laura Delgado - Figurino: Labibe Simão - Cenário: Toninho Dutra e Daniel Rodrigues - Programação visual: Daniel Rodrigues - Produção: Grupo Artístico Temporário Esquadros, Daniel Rodrigues, Labibe Simão, Thadeu Grizendi e Sebastião Villela - Assistentes de produção: Adriana Paes, Carlinha Assis, Laís Mianna, Lucas Oliveira e Rosângela Bargiona Larcher - Assistentes de comunicação: Caru Resende, Hussan Fadel e Laís Machado - Confecção de objetos cênicos e adereços para figurino: Grupo Artístico Temporário Esquadros, Daniel Rodrigues, Gláucia Dutra Vieira, Lúcia Martins, Maria de Lourdes Siqueira Dutra, Rosângela Bargiona Larcher e Sebastião Villela - Iluminação - criação e execução: Sebastião Villela, Marquinhos Black - Equipe de apoio: Denise Oliveira, Geferson Matos Mendonça, Laís Mianna Lilian Dhany, Lucas Oliveira e Thalita Carvalho - Gerência: Rosângela Bargiona Larcher - Fotos e registro fotográfico: Taís Marcato - Criação de conteúdo para redes sociais: Carlinha Assis e Laís Mianna - Confecção da maquete: Diego Godoi Foto: Taís Marcato _________________________________________________________________________________________________________
---------- ENTRETENIMENTO “A ideia nasceu enquanto comemorava o retorno à vida”, diz Toninho Dutra sobre o espetáculo FUXICO ------------ 18 de abril de 2024 Redação Compartilhe “A ideia do espetáculo nasceu na minha festa de aniversário de 59 anos enquanto comemorava o retorno a vida”. É assim que o diretor Toninho Dutra explica o ponto de partida do espetáculo FUXICO. Nesta quinta-feira (18), será a estreia no Teatro Paschoal Carlos Magno para convidados. A temporada de apresentações continua nos dias 19, 20, 21, 25, 26, 27 e 28 às 20h. O diretor e ator Toninho Dutra conversou com o Itatiaia Entrevista sobre as expectativas, apresentação da peça e o acesso ao espetáculo. Ouça. A partir de sexta (19) o espetáculo vai estar aberto ao público. Os ingressos estão à venda na farmácia de manipulação homeopatia Arcanjo Miguel, de forma online pelo Sympla. https://radioitatiaiajf.com.br/a-ideia-nasceu-enquanto-comemorava-o-retorno-a-vida-diz-toninho-dutra-sobre-o-espetaculo-fuxico/ _________________________________________________________________________________________________________ ----------
------------ Gracias a la vida Capa comum – 10 outubro 2013 Edição Português por Cid de Queiroz Benjamin (Autor) “Neste Gracias a la vida - memórias de um militante, Cid Benjamin faz um relato de suas ricas experiências pessoais, mesclado com oportunas reflexões sobre as venturas e desventuras da esquerda brasileira nas últimas décadas. Sua militância política incorpora acertos generosos, mas também evidencia o franco reconhecimento dos erros cometidos. Líder estudantil, figura destacada na guerrilha urbana contra a ditadura militar, um dos idealizadores do sequestro do embaixador americano, Charles Burke Elbrick – do qual participou ativamente – e dirigente do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8), Cid viveu o movimento de massas em 1968, a prisão, a tortura e a clandestinidade. Em seu longo exílio, trabalhou como engenheiro numa fábrica de confecções em Cuba, e ganhou a vida como funcionário administrativo numa escola e professor numa creche na Suécia. De volta ao Brasil, em setembro de 1979, Cid Benjamin foi fundador e dirigente do PT, partido do qual acabou se afastando para filiar-se ao PSOL. Jornalista, desenvolveu suas qualidades de escritor, tornando-se um dos grandes contadores da história de sua geração. Com memória implacável – e, eventualmente, até com senso de humor –, Cid mobiliza na linguagem seu poder de contar as muitas esperanças e alguns dos horrores que atravessam a obra literária do século XX. Assim como não se reduz um grande escritor a seu tempo, os ensaios críticos de Cid não se limitam a imprimir seus anseios e seus protestos ao movimento da história contemporânea. Eles são um valioso instrumento para a luta daqueles que querem uma sociedade mais humana. Cid Benjamin nunca desiste de lutar para fazer justiça.” Cristina e Leandro Konder _________________________________________________________________________________________________________ ----------- ------------ 50 anos do golpe militar no Brasil: visões militantes - Cid Benjamin (3/3) Compartilhar: No dia 30 de abril, a Comissão Nacional da Verdade da Reforma Sanitária (CVRS) e a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz) promoveram o debate '50 anos do golpe militar no Brasil: visões militantes'. O evento teve por objetivo aprofundar a reflexão a respeito dessa experiência histórica e seu legado para o presente e futuro próximo O debate foi coordenado por Anamaria Tambellini, presidente da Comissão da Verdade da Reforma Sanitária, e Eduardo Stotz, pesquisador da ENSP. Participaram como palestrantes o jornalista Cid Benjamin, o professor da Faculdade de Saúde Pública da USP e membro da Comissão da Verdade da Associação Paulista de Saúde Pública, Carlos Botazzo, e o engenheiro eletricista e assessor técnico aposentado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Ceici Kameyama. Produção: Núcleo Audiovisual -- Coordenação de Comunicação Institucional (CCI/ENSP) Local: Salão Internacional da ENSP Data: 30/4/2014 Data do vídeo: 05/05/2014 - 17:08 Canal do vídeo: Ensp Fiocruz https://portal.fiocruz.br/video/50-anos-do-golpe-militar-no-brasil-visoes-militantes-cid-benjamin-3/3 _________________________________________________________________________________________________________ ------------- ------------ Gracias a La Vida Violeta Parra Letra Tradução Significado Gratidão À Vida Gracias a La Vida Gratidão à vida, que tanto tem me dado Gracias a la vida que me ha dado tanto Deu-me dois brilhantes olhos, que quando os abro Me dio dos luceros, que cuando los abro Perfeitamente distingo o preto do branco Perfecto distingo lo negro del blanco E o fundo estrelado do céu alto Y en el alto cielo su fondo estrellado E, nas multidões, o homem que amo Y en las multitudes el hombre que yo amo Gratidão à vida, que tanto tem me dado Gracias a la vida que me ha dado tanto Deu-me o ouvido, que em toda sua amplitude Me ha dado el oído que en todo su ancho Grava noite e dia os grilos e canários Graba noche y día, grillos y canarios Martelos, turbinas, latidos e temporais Martillos, turbinas, ladridos, chubascos E a tão terna voz do meu bem amado Y la voz tan tierna de mi bien amado Gratidão à vida, que tanto tem me dado Gracias a la vida que me ha dado tanto Deu-me o som e o alfabeto Me ha dado el sonido y el abecedario E com ele as palavra que penso e declaro Con el las palabras que pienso y declaro Mãe, amigo, irmão e luz que ilumina Madre, amigo, hermano, y luz alumbrando A rota da alma daquele que estou amando La ruta del alma del que estoy amando Gratidão à vida, que tanto tem me dado Gracias a la vida que me ha dado tanto Deu-me a marcha de meus pés cansados Me ha dado la marcha de mis pies cansados Com eles andei por cidades e alagados Con ellos anduve ciudades y charcos Praias e desertos, montanhas e planícies Playas y desiertos, montañas y llanos E por sua casa, e sua rua, e seu quintal Y la casa tuya, tu calle y tu patio Gratidão à vida, que tanto tem me dado Gracias a la vida que me ha dado tanto Deu-me o coração flamula seu lábaro Me dio el corazón que agita su marco Quando olho o fruto do cérebro humano Cuando miro el fruto del cerebro humano Quando olho o bom tão longe do mau Cuando miro al bueno tan lejos del malo Quando olho no fundo dos teus olhos claros Cuando miro al fondo de tus ojos claros Gratidão à vida, que tanto tem me dado Gracias a la vida que me ha dado tanto Deu-me o riso e deu-me o pranto Me ha dado la risa y me ha dado el llanto Assim distingo a alegria da tristeza Así yo distingo dicha de quebranto Os dois materiais que formam meu canto Los dos materiales que forman mi canto E canto de vocês que é meu próprio canto Y el canto de ustedes que es mi mismo canto E o canto de todos que é meu próprio canto Y el canto de todos que es mi propio canto Gratidão à vida, que tanto tem me dado Gracias a la vida que me ha dado tanto Composição: Violeta Parra. _________________________________________________________________________________________________________ --------------- ------------ Chico Buarque - Vai Passar Em 2014, diversas atividades estão programadas ao longo do ano para lembrar os 50 anos do golpe que instalou uma ditadura civil-militar no país. São seminários, palestras, exposições e lançamentos de livros e filmes que têm por objetivo lembrar uma “página infeliz da nossa história”, que começou no dia 1º de abril de 1964, durou oficialmente 21 anos e até hoje deixa marcas profundas na sociedade brasileira. Foi tempo de violências, perseguições, desaparecimentos, medos, e também de muita luta e resistência. Uma das obras lançadas recentemente que possibilitam entender melhor esse período é Gracias a la vida: memórias de um militante, de Cid Benjamin, publicado no final de 2013 pela José Olympio. Como diz o jornalista Milton Temer no prefácio, o livro é “fundamental para o conhecimento do que se passou em nosso país e do que foi a vida no exílio de uma geração de brasileiros que não se dobrou ao assalto às instituições republicanas no golpe de 1964” (2013, p. 11). As lembranças reunidas em cerca de 300 páginas relatam acontecimentos que marcaram a trajetória pessoal do autor e de toda uma geração de lutadores, como a opção pela luta armada, a vida na clandestinidade, a prisão, a tortura, a perda de companheiros assassinados pela repressão, a saída do Brasil, as dificuldades de recomeçar a vida em outros países, o retorno à terra natal com a Lei da Anistia em 1979 e o engajamento em novas possibilidades de sonho. Além das passagens individuais, no livro estão acontecimentos que ficaram registrados na história do nosso país, como o sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick em 4 de setembro de 1969. Cid Benjamin, na ocasião integrante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), foi um dos executores da ação, relatada em um capítulo intitulado ‘Golpe de mestre’ (p. 105), recheado de curiosidades e cenas dignas de um filme de ação. Tudo isso contado com uma linguagem bastante acessível, como se o autor batesse um papo sério e ao mesmo tempo descontraído com seu leitor. No entanto, Gracias a la vida não pode ser definido simplesmente como uma biografia, como alerta o próprio Cid Benjamin na ‘Apresentação’ do livro. As memórias muitas vezes servem de incentivo para que o autor promova reflexões críticas acerca do passado e do presente também. Os capítulos finais, por exemplo, tratam da esperança com a criação do Partido dos Trabalhadores (PT) e da desilusão com a “estrela” que aos poucos perdeu seu brilho e, para o autor, se apagou. Na sua opinião, “a dura verdade é que, em dez anos no governo federal, o PT não tomou uma só medida que se chocasse frontalmente com os interesses da classe dominante” (p. 270). Cid Benjamin reconhece certos avanços no país, mas lamenta a continuidade da política econômica herdada dos tucanos, citando as privatizações, a falta do avanço no importante debate sobre a regulamentação da mídia e o combate aos monopólios no setor de comunicação, a manutenção da injusta política tributária etc. Apesar do desapontamento, o autor afirma que “navegar é preciso” e, portanto, aqueles que acreditam num país justo e solidário devem continuar a batalha por construí-lo. Arrependimento? Cid Benjamin deixa claro que não há. O título escolhido para o livro, referência à bela canção da chilena Violeta Parra, mostra que o autor tem motivos de sobra para agradecer à vida, apesar das críticas e autocríticas apresentadas em muitos momentos de sua obra. Ele nos diz: “Tenho orgulho de fazer parte de uma geração que tentou alcançar as estrelas e mudar o país e o mundo, que viveu com ardor a política no seu sentido mais nobre. Que não hesitou em tomar partido e, de forma corajosa, se jogou em defesa das propostas mais generosas para a humanidade” (p. 18). Gracias a la vida. Cid Benjamin. Editora José Olympio, 2013. Por Sheila Jacob, jornalista do Núcleo Piratininga de Comunicação e mestre em Literatura e Língua Portuguesa. https://www.epsjv.fiocruz.br/gracias-a-la-vida-memorias-de-um-militante _________________________________________________________________________________________________________ ----------
---------- Les défis de la démocratie ----------- Titre: Réflexions sur les Défis Démocratiques et la Préservation des Principes Constitutionnels au Brésil Lead: Au fil des décennies, le Brésil a été témoin de moments cruciaux de son histoire, marqués par des défis au tissu démocratique et aux principes constitutionnels. Du l'exil forcé pendant la dictature aux réflexions actuelles sur l'autoritarisme et le sacrifice de soi pour la vie, les Brésiliens ont navigué sur des eaux agitées à la recherche d'une société juste et libre. Résumé: Ce texte explore les événements historiques qui ont façonné la trajectoire politique et sociale du Brésil, de l'exil pendant la dictature aux récentes manifestations de soutien à la démocratie et à la Constitution. Nous analysons comment les expériences passées influencent les perceptions et les actions des citoyens brésiliens, en mettant en lumière l'importance de la préservation des valeurs démocratiques et des droits constitutionnels pour l'avenir du pays. Título: Reflexiones sobre los Desafíos Democráticos y la Preservación de los Principios Constitucionales en Brasil Lead: A lo largo de las décadas, Brasil ha sido testigo de momentos cruciales en su historia, marcados por desafíos al tejido democrático y a los principios constitucionales. Desde el exilio forzado durante la dictadura hasta las reflexiones actuales sobre el autoritarismo y el sacrificio por la vida, los brasileños han navegado por aguas turbulentas en busca de una sociedad justa y libre. Resumen: Este texto explora los eventos históricos que han moldeado la trayectoria política y social de Brasil, desde el exilio durante la dictadura hasta las recientes manifestaciones de apoyo a la democracia y a la Constitución. Analizamos cómo las experiencias pasadas influyen en las percepciones y acciones de los ciudadanos brasileños, destacando la importancia de preservar los valores democráticos y los derechos constitucionales para el futuro del país. Title: Reflections on Democratic Challenges and the Preservation of Constitutional Principles in Brazil Lead: Over the decades, Brazil has witnessed crucial moments in its history, marked by challenges to the democratic fabric and constitutional principles. From forced exile during the dictatorship to current reflections on authoritarianism and self-sacrifice for life, Brazilians have navigated through turbulent waters in search of a just and free society. Abstract: This text explores the historical events that have shaped Brazil's political and social trajectory, from exile during the dictatorship to recent expressions of support for democracy and the Constitution. We analyze how past experiences influence the perceptions and actions of Brazilian citizens, highlighting the importance of preserving democratic values and constitutional rights for the country's future. -----------
------------ Dia seguinte após invasão dos terroristas ao Congresso Nacional - (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A.Press) ---------- 8 DE JANEIRO Resistência democrática: reescrever o 8 de janeiro Um ano depois, temos a oportunidade de criar uma narrativa para a data impulsionada pelo contexto de união dos setores que marcou os últimos 365 dias, para repudiar e coibir novos ataques ---------- Reflexões sobre os Desafios Democráticos e a Preservação dos Princípios Constitucionais no Brasil Entrada: Ao longo das décadas, o Brasil tem sido palco de momentos cruciais em sua história, enfrentando desafios ao seu tecido democrático e aos fundamentos constitucionais. Desde o exílio forçado durante a ditadura até as atuais ponderações sobre autoritarismo e o sacrifício pela vida, os brasileiros têm navegado por mares agitados em busca de uma sociedade justa e livre. Resumo: Este artigo examina os eventos históricos que moldaram a trajetória política e social do Brasil, desde os dias sombrios do exílio durante a ditadura até as recentes manifestações de apoio à democracia e à Constituição. Analisamos como as experiências passadas influenciam as percepções e ações dos cidadãos brasileiros, enfatizando a importância da preservação dos valores democráticos e dos direitos constitucionais para o futuro do país. _________________________________________________________________________________________________________ ------------
------------ 8 DE JANEIRO 8 de janeiro: veja o que a imprensa internacional está dizendo sobre o atentado NY Times comparou a invasão da Praça dos Três Poderes com o ataque ao congresso americano em 6 de janeiro de 2021; El País destacou a desconfiança de Lula em relação aos militares Por Agência O Globo 08/01/24 às 18H43 atualizado em 08/01/24 às 18H48 ouça este conteúdo Ato golpista 8 de Janeiro Ato golpista 8 de Janeiro - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil ----------- Faz um ano que manifestantes bolsonaristas invadiram a Praça dos Três Poderes, em Brasília, na esperança de impedir a posse do presidente Lula. As imagens de depredação do Congresso, Supremo Tribunal Federal e Palácio Presidencial chocaram o Brasil, mas também causaram consternação no exterior. Muitos veículos estrangeiros cobriram os eventos do 8 de janeiro de 2022 e retomaram a pauta nesta segunda-feira (8), aniversário desse ataque à democracia. O New York Times comparou a invasão da Praça dos Três Poderes à invasão do congresso americano, em Washington, no dia 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores do ex-presidente Donald Trump tentaram impedir a posse do atual presidente, Joe Biden. O veículo identificou que ambos os eventos representaram desafios semelhantes à democracia de cada país, mas provocaram respostas políticas completamente opostas. Leia também • 8 de janeiro: Moraes diz que democracia não permite confundir "paz e união" com "impunidade"• Ibram reúne em site histórico dos atos de 8 de janeiro• ONU cobra punição aos que "ordenaram, financiaram ou facilitaram" os ataques de 8 de janeiro "Nos Estados Unidos, o apoio à campanha de Donald Trump para regressar à Casa Branca está aumentando. Trump defende a ideia de que a sua derrota nas eleições de 2020 foi a verdadeira insurreição e chamou o dia 6 de janeiro de “um belo dia”", observou Jack Nicas, do NY times. "Ao mesmo tempo, o seu homólogo no Brasil, o antigo presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, rapidamente desapareceu em irrelevância política. Seis meses depois de deixar o cargo no ano passado, as autoridades eleitorais proibiram-no de concorrer novamente até 2030, e muitos líderes de direita o evitam", continuou Nicas. O jornal americano cita algumas razões para essa diferença de desdobramento. Enquanto os líderes da direita brasileira condenaram enérgicamente a invasão de 8 de janeiro, os políticos do partido Republicano dos Estados Unidos votaram contra a posse de Biden após os atos de 6 de janeiro. Além disso, muitos brasileiros estavam vivos durante a ditadura civil-militar de 1964-1985 e não desejam retornar a um regime parecido. Por sua vez, os Estados Unidos não tiveram experiência semelhante, de forma que os Republicanos se sentem confortáveis em tentar reformular a invasão do congresso americano como um "ato patriótico" ou até mesmo um "autoatentado da esquerda". Outra razão listada pelo NY Times é que "a fragmentação política do Brasil – 20 partidos diferentes estão representados no Congresso – torna os políticos mais dispostos a confrontar-se e a expressar uma gama mais ampla de opiniões, enquanto os conservadores americanos estão em grande parte confinados ao Partido Republicano". Já o jornal El País ressaltou a "relação tensa e delicada entre Lula e militares um ano após a tentativa de golpe de Bolsonaro em Brasília". O veículo citou o jornalista Fabio Victor, autor do livro Poder Camuflado, que escreveu que, após o 8 de janeiro, "a desconfiança de Lula em relação aos militares aumentou exponencialmente". "O jornalista dá dois exemplos: o presidente decidiu não decretar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem, que teria mobilizado os militares para pôr ordem no caos, mas sim uma intervenção de segurança sob controle civil. Três horas e mais de mil prisões depois, a ordem foi restaurada", escreveu Naiara Gortázar do El País. "Depois veio a segunda decisão. Demissão fulminante de dezenas de soldados que serviram como assistentes de ordens na Presidência. Lula colocou sua segurança nas mãos da Polícia Federal", continuou Naiara. _________________________________________________________________________________________________________ ---------
----------- Bolsonaro participa de ato de apoiadores em Brasília e causa aglomeração — Foto: Reprodução/TV Globo ---------- Bolsonaro rebate STF, usa helicóptero da Presidência para sobrevoar ato de apoio e participa de aglomeração em meio a pandemia Aeronave partiu da residência oficial e pousou no Planalto. Durante o voo, presidente transmitiu ato por meio de perfil em rede social. Depois, foi a pé até os manifestantes. Por Guilherme Mazui, G1 — Brasília 24/05/2020 12h55 Atualizado há 3 anos Imagem aérea mostra protesto de apoiadores de Bolsonaro em Brasília às 12h15; presidente foi ao ato — Foto: Reprodução/TV Globo Imagem aérea mostra protesto de apoiadores de Bolsonaro em Brasília às 12h15; presidente foi ao ato — Foto: Reprodução/TV Globo O presidente Jair Bolsonaro participou na manhã deste domingo (24) de mais um ato na Praça dos Três Poderes, em Brasília, a favor do governo. O presidente deixou o Palácio da Alvorada, residência oficial, de helicóptero, às 11h32. Primeiro, Bolsonaro sobrevoou a Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes. Durante o sobrevoo, o presidente publicou um vídeo mostrando a vista que tinha do helicóptero, focada na manifestação. Aglomeração em frente ao Planalto: apoiadores de Bolsonaro fazem manifestação em Brasília Depois de alguns minutos, o helicóptero pousou no prédio anexo do Palácio do Planalto, e Bolsonaro se dirigiu a pé para a Praça dos Três Poderes. Presidente Jair Bolsonaro participa de manifestação pró-governo em Brasília — Foto: Guilherme Mazui/G1 Presidente Jair Bolsonaro participa de manifestação pró-governo em Brasília — Foto: Guilherme Mazui/G1 Bolsonaro chegou ao ato a pé e de máscara. Depois, retirou a máscara, acenou para os manifestantes, apertou as mãos de apoiadores e chegou a abraçar os manifestantes. Em pelo menos dois momentos, o presidente também carregou crianças no colo. O ato provocou aglomeração, e muitas pessoas estavam sem máscara, contrariando as orientações das autoridades de saúde em meio à pandemia do novo coronavírus. Presidente Jair Bolsonaro volta a participar de manifestação em Brasília Decreto do governo do Distrito Federal estabelece que pessoa física que desrespeitar as regras de isolamento social pode ser advertida, sofrer multa e ser enquadrada no crime de infração de medida sanitária preventiva. Há outro decreto do governo local que prevê multa de R$ 2 mil para quem descumprir a regra de uso de máscara em locais públicos. Em caso de reincidência, conforme o decreto, o valor passa a R$ 4 mil. Bolsonaro participa de ato de apoiadores em Brasília e causa aglomeração — Foto: Reprodução/TV Globo Bolsonaro participa de ato de apoiadores em Brasília e causa aglomeração — Foto: Reprodução/TV Globo Pouco antes de se dirigir para o ato, Bolsonaro publicou em uma rede social a reprodução de uma imagem sobre a Lei de Abuso de Autoridade. Na imagem, foi publicado o seguinte texto: "Divulgar gravação ou trecho e gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado: pena - detenção de 1 (um) a 4 (quatro) anos". Na última sexta, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo da gravação da reunião ministerial de 22 de abril, apontada pelo ex-ministro Sergio Moro como prova de que o presidente tentou interferir na Polícia Federal (leia detalhes mais abaixo). O G1 procurou a assessoria do STF e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem. Na manifestação, havia uma pessoa com um cartaz com a seguinte frase: "Abaixo a ditadura do STF". Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores em ato na Esplanada — Foto: Guilherme Mazui/G1 Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores em ato na Esplanada — Foto: Guilherme Mazui/G1 Durante o ato deste domingo, Bolsonaro estava acompanhado de alguns aliados, entre os quais os ministros do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). Bolsonaro tem ido a manifestações pró-governo todos os fins de semana. Em todas as ocasiões, costuma contrariar as orientações das autoridades de saúde, ora não usando máscara, ora cumprimentando apoiadores e participando de aglomerações. Bolsonaro critica sistema de informações e revela que tem sistema particular que funciona Reunião ministerial A ida ao ato deste domingo acontece dois dias após o ministro Celso de Mello ter retirado o sigilo da gravação da reunião ministerial de 22 de abril. A gravação é apontada por Moro como prova de que Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal, o que o presidente nega. O vídeo foi incluído no inquérito que apura o caso. Na reunião, Bolsonaro disse que poderia trocar a "segurança" no Rio de Janeiro. Segundo Moro, o presidente se referia à Superintendência da PF no estado. Bolsonaro, por sua vez, disse que se referia à segurança pessoal. Ainda na reunião, Bolsonaro olhou para Moro quando disse que iria "interferir" nos ministérios, não para o ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, responsável pela segurança do presidente. Como mostrou o Jornal Nacional, em vez de demitir o segurança no Rio de Janeiro, Bolsonaro o promoveu. VÍDEO DA REUNIÃO ENTRE BOLSONARO E MINISTROS Celso de Mello liberou íntegra da reunião e manteve sigilo apenas nas citações a países Leia a íntegra do que disseram Bolsonaro e ministros Veja os principais pontos da reunião ministerial que teve gravação divulgada pelo STF Veja as principais frases de Bolsonaro durante reunião ministerial que teve gravação divulgada pelo STF Leia a transcrição do vídeo da reunião que Moro diz provar a interferência de Bolsonaro na PF Em reunião ministerial, Bolsonaro diz: ‘Eu não vou esperar foder a minha família toda’; assista Bolsonaro reclama de pressão para mostrar exames de Covid-19 e que abrir impeachment por isso seria 'babaquice' Bolsonaro chama Doria de 'bosta' e Witzel de 'estrume' durante reunião ministerial; veja vídeo Weintraub: 'Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF' Paulo Guedes: 'China é aquele cara que você sabe que tem que aguentar' Salles diz que governo deveria aproveitar crise do coronavírus para fazer 'baciada' de mudanças na área ambiental _________________________________________________________________________________________________________ ----------- ---------- Recordar é Viver - Aldacir Marins e Macedo (Carnaval de 1955) Estúdio Térreo Composição: Aldacir Louro A. Marins e Macedo, Infelizmente Não achei o interprete mas, espero que curtam. Imagens de Antigos Carnavais. Recordar é Viver Eu Ontem Sonhei Com Você Recordar é Viver Eu Ontem Sonhei Com Você Eu Sonhei Meu Grande Amor Que Você Foi Embora, Logo Voltou _________________________________________________________________________________________________________