Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sábado, 20 de novembro de 2021
EXTREMA-DIREITA ESTREMA NA AL
"Eles compartilham contatos. Contam com sites que, antes das eleições, compartilham conspirações e conteúdos falsos. Obtêm dinheiro dos mesmos fundos. Usam o mesmo vocabulário. E estão convencidos de que, juntos, algum dia, vencerão"
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ElPais - EL PAÍS
Os segredos da estratégia da extrema direita: Vox com a cartilha de Trump e Bolsonaro |
sábado, 20 de novembro de 2021
Pablo Ortellado – Ultradireita sobe na América Latina
O Globo
Nas últimas semanas, a América Latina assistiu à ascensão de duas novas lideranças populistas de extrema direita: Javier Milei, na Argentina, e José Antonio Kast, no Chile. A coalizão de Milei conseguiu 17% dos votos nas eleições parlamentares em Buenos Aires, consagrando-se como a terceira força política da região. Kast desponta como favorito para vencer o primeiro turno das eleições presidenciais no Chile amanhã. Ambos tiveram um desempenho política fulminante, num movimento que lembra muito Bolsonaro em 2018.
Milei é um economista de 51 anos que se autodenomina anarcocapitalista e que concorreu pela primeira vez a um cargo público. Ele ganhou projeção nacional como comentarista e polemista em programas de TV — um pouco como Bolsonaro, que ganhou notoriedade em aparições nos programas de Luciana Gimenez, Pânico e CQC. Também como Bolsonaro, sua postura desrespeitosa e um pouco ultrajante despertou a simpatia da juventude, que o transformou num ícone politicamente incorreto e rebelde.
Ao contrário de Bolsonaro, suas convicções antiestatais são antigas, enraizadas e muito radicais. Ele defende a extinção do Banco Central, o corte de impostos e a pluralidade de moedas, levando a uma eventual dolarização da economia. Milei expressa sua postura antiestatal numa linguagem populista agressiva, prometendo expulsar a “casta” política a patadas.
É predominantemente liberal nos costumes: a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, da legalização das drogas e se diz praticante do amor livre. Por outro lado, é contrário ao aborto, que vê como a interrupção de uma vida. É também a favor da posse de armas e contrário à “ideologia de gênero”. Enquanto as lideranças políticas tradicionais da extrema direita costumam temperar o conservadorismo moral com liberalismo econômico, Milei tempera seu anarcocapitalismo com pitadas de conservadorismo — tudo em linguagem populista anticomunista e antielitista.
Kast é uma liderança mais típica do novo populismo de extrema direita. Ele vem de uma família tradicional católica, com muitos políticos (seu irmão foi ministro e presidente do Banco Central no governo de Pinochet). Fez sua carreira na União Democrática Independente, partido de direita, lançou-se depois como candidato independente à Presidência em 2017 (chegando a surpreendentes 8% dos votos) e concorre agora com sua própria agremiação, o Partido Republicano.
Kast reivindica o legado econômico do governo Pinochet, propondo desregulamentar os mercados e promover privatizações. Embora tente matizar seu apoio à ditadura com o reconhecimento pontual de crimes contra os direitos humanos, gosta de lembrar que Pinochet conduziu o país à democracia. Seu slogan “Atreva-se a fazer do Chile um grande país” é obviamente inspirado no “Make America Great Again” de Donald Trump. Em 2018, quando visitou o Brasil, presenteou o então candidato Jair Bolsonaro com uma camisa da seleção chilena de futebol.
No campo dos costumes, Kast é ultraconservador como Bolsonaro. Fortemente ligado ao conservadorismo católico, denuncia a “ideologia de gênero”, é contrário ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e se opõe à legalização do aborto. Defende o endurecimento da política de segurança pública, com a militarização de certas regiões do país. Adota também uma postura fortemente anti-imigração, prometendo fechar as fronteiras para conter a chegada de venezuelanos.
Como Bolsonaro, Kast denuncia o “globalismo” e propõe abandonar instituições internacionais como o Conselho de Direitos Humanos da ONU, a que acusa de “ativismo ideológico”.
As semelhanças entre Milei, Kast e Bolsonaro mostram que vivemos uma onda internacional conservadora e que esses fenômenos políticos devem ser compreendidos para além de seus contextos nacionais. Há uma raiz comum desse novo populismo de extrema direita que se assenta na mão firme para combater a criminalidade, nas campanhas das igrejas contra a ideologia de gênero e no combate ao “marxismo cultural” e ao “globalismo” que estariam impregnando instituições.
*** *** https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/11/pablo-ortellado-ultradireita-sobe-na.html *** ***
Ditaduras latino-americanas
HISTÓRIA GERAL
No século XX, uma série de ditaduras, sobretudo militares, desenvolveram-se na América Latina. Diferentes países do Caribe, América Central e América do Sul tiveram experiências ditatoriais marcadas pelo terrorismo de Estado, quando o próprio Estado promove ações de terrorismo contra a sociedade.
Essas ditaduras foram fortemente influenciadas pelos Estados Unidos, que encontraram nesse caminho uma forma de manter o continente americano sob a sua influência e evitar que a experiência cubana se repetisse em outros locais. Um dos primeiros golpes a serem apoiados pelos norte-americanos foi o que aconteceu no Brasil, em 1964.
Leia mais: Corrida espacial - como se deu a disputa entre EUA e URSS no campo da tecnologia
Contexto das ditaduras
A segunda metade do século XX ficou marcada na história da América Latina pela grande quantidade de ditaduras militares implantadas em diferentes países da região. Esse modelo consolidou-se na década de 1960, sobretudo quando o golpe civil-militar de 1964 instaurou-o no Brasil.
Diferentes países do continente americano, como o Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Bolívia, Guatemala, República Dominicana, entre outros, contaram com ditaduras conservadoras conduzidas em sua maioria por militares. A implantação delas está diretamente associada com o cenário de disputas da Guerra Fria.
Após a Segunda Guerra Mundial, a rivalidade entre Estados Unidos e União Soviética ganhou dimensão planetária e a disputa por influência aumentou consideravelmente. Num primeiro momento, os Estados Unidos focaram seus esforços para evitar o crescimento da influência soviética na Europa e Ásia.
A partir do final da década de 1950, o governo norte-americano percebeu a necessidade de aumentar sua influência sobre o próprio continente, e isso deu início às ações em países latino-americanos. O objetivo era enfraquecer os movimentos de esquerda por meio da instauração de ditaduras militares de viés conservador.
A grande virada para a mudança na postura norte-americana em relação às nações latino-americanas deu-se com a Revolução Cubana, em 1959. Essa revolução, conduzida por Fidel Castro e Che Guevara, foi uma revolução de caráter nacionalista que acabou se aproximando da União Soviética por conta da hostilidade norte-americana contra o novo governo cubano.
A aproximação de Cuba com a União Soviética era considerada pelos Estados Unidos como um precedente perigoso para o continente. Antes da Revolução Cubana, os Estados Unidos haviam procurado criar um caminho para intervir diplomatica e economicamente na América Latina por meio da Operação Pan-Americana.
Os desdobramentos da situação em Cuba fizeram com que a ação norte-americana sobre a América Latina se tornasse mais agressiva, e um dos primeiros casos dessa abordagem foi o Brasil.
Interferência dos EUA na política brasileira
O caso brasileiro foi o primeiro de uma fase de ditaduras em toda a América do Sul. A interferência norte-americana em nosso país deu-se a partir da posse de João Goulart como presidente. Goulart era enxergado com maus olhos pelo governo norte-americano porque ele havia se voltado contra os lucros excessivos de multinacionais dos Estados Unidos no Brasil, além de ter sido um político apoiado pela esquerda e que defendia a realização de reformas socioeconômicas no país.
O governo de João Goulart, assim como o cenário político e social do Brasil, era visto como contrário aos interesses norte-americanos, assim, por meio do serviço de inteligência, os Estados Unidos começaram a enviar incentivos financeiros a grupos de oposição e políticos conservadores. O objetivo era desgastar profundamente o governo de João Goulart.
Em 1962, dezenas de candidatos de viés conservador tiveram suas candidaturas nas eleições daquele ano financiadas com dinheiro norte-americano. Além disso, os Estados Unidos, por meio da Aliança para o Progresso, liberaram ajuda econômica para estados governados por opositores de João Goulart; o embaixador norte-americano no Brasil, Lincoln Gordon, apoiou as articulações do golpe contra o presidente brasileiro; e os Estados Unidos, por meio da Operação Brother Sam, interviriam militarmente no Brasil, caso o golpe dos militares não tivesse dado certo em 1964.
Ditaduras latino-americanas
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De 1954 a 1989, o Paraguai foi governado pelo ditador Alfredo Stroessner, responsável pela violação dos Direitos Humanos de 20 mil pessoas.[1]
De 1954 a 1989, o Paraguai foi governado pelo ditador Alfredo Stroessner, responsável pela violação dos Direitos Humanos de 20 mil pessoas.[1]
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O caso do Brasil é muito simbólico porque se trata do maior país e do mais populoso da América Latina, portanto, do ponto de vista estratégico norte-americano, era fundamental que o avanço de pautas progressistas fosse barrado e que o alinhamento da política brasileira com os interesses conservadores dos Estados Unidos se estabelecesse.
Nesse momento, algumas ditaduras pela América Latina já estavam em vigor, mas, a partir do golpe no Brasil, iniciou-se uma fase em que as ditaduras militares ganharam todo o cone sul do continente. Elas ficaram marcadas pela prática do terrorismo de Estado. Dentro dessa ideia, considera-se os sequestros de cidadãos, o uso da tortura, os atentados à bomba e o desaparecimento de cadáveres — práticas executadas contra os opositores e que resultaram na morte de milhares de pessoas.
Na década de 1950, um país sul-americano já estava em ditadura: o Paraguai. A ditadura civil-militar paraguaia estendeu-se de 1954 a 1989, sendo governada durante todo esse período pelo general Alfredo Stroessner. A ditadura de Stroessner instaurou-se por um golpe contra o presidente constitucional do país, Federico Chaves.
A consolidação da ditadura de Stroessner contou com o apoio direto dos Estados Unidos, que forneceram ajuda econômica ao novo governo paraguaio. Ao longo de 35 anos de regime militar, estima-se que cerca de 20 mil pessoas foram vítimas de violações de Direitos Humanos. Os casos mais conhecidos são os de garotas sequestradas por agentes do governo para serem estupradas por Stroessner.
Com a consolidação da ditadura no Paraguai e o golpe civil-militar no Brasil, outras ditaduras criaram-se pela América. Na década de 1960, Bolívia, Peru e Argentina caíram nas mãos dos militares; na década de 1970, foi a vez de Chile, Uruguai e novamente a Argentina. Todos esses regimes fizeram uso de práticas como a tortura.
Nas décadas de 1970 e 1980, houve uma grande articulação de seis nações sul-americanas para ampliar-se o combate a opositores e “subversivos” por todo o cone sul. Essa articulação recebeu o nome de Operação Condor e contou com o envolvimento de Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Bolívia, Uruguai, sendo também apoiada pelos Estados Unidos.
No restante da América Latina, ainda existiram ditaduras civis e militares na República Dominicana, Haiti, Panamá, Nicarágua, Honduras, El Salvador e Guatemala. Vejamos agora dois exemplos delas: a chilena e a argentina.
Acesse também: História do Chile - um pouco sobre um dos principais países da América do Sul
Ditadura chilena
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Homenagem às vítimas da ditadura chilena no Museu da Memória e dos Direitos Humanos, em Santiago, capital do Chile.[2]
Homenagem às vítimas da ditadura chilena no Museu da Memória e dos Direitos Humanos, em Santiago, capital do Chile.[2]
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A ditadura chilena estendeu-se de 1973 até 1990, sendo governada durante todo esse período por Augusto Pinochet. A construção da ditadura chilena ocorreu como estratégia para derrubar o governo de Salvador Allende, o primeiro socialista eleito por voto popular na América do Sul. Ele foi o vencedor da eleição presidencial de 1970 estando à frente de uma coalizão de partidos de esquerda conhecida como Unidade Popular.
A vitória de Allende imediatamente chamou a atenção do governo norte-americano, temeroso de que a vitória de um socialista no Chile pudesse arrastar outros países da América do Sul nesse caminho. O escritor Elio Gaspari demonstrou a preocupação dos Estados Unidos por meio de uma fala do presidente Richard Nixon em 1970:
Se o Chile for na direção que estamos prevendo e sair incólume […] encorajará os outros latino-americanos que estão em cima do muro. […] Se deixarmos que os líderes potenciais da América do Sul pensem que podem ir na direção em que vai o Chile, mantendo relações normais conosco, teremos problemas. Eu quero trabalhar nisso, e nas relações militares — botando dinheiro|1|.
A partir de então, a ação secreta dos Estados Unidos criou um cenário para a desestabilização política e econômica do governo chileno e fomentou um golpe militar. Em 11 de setembro de 1973, militares cercaram e bombardearam o Palácio La Moneda, centro do poder no Chile. O presidente Allende resistiu ao golpe e, para não ser preso, cometeu suicídio.
A ditadura chilena foi uma das mais agressivas de toda a América Latina e responsável por cerca de 40 mil casos de tortura em 17 anos de regime. Locais como o Estádio Nacional, principal estádio de futebol de Santiago, foram transformados em prisão e local de tortura. Heraldo Muñoz, político chileno, afirmou que, desde o primeiro dia da ditadura, Pinochet autorizou a perseguição de marxistas, defensores de Allende, opositores dos militares etc.|2|
Um dos casos significativos do modo de operação da ditadura chilena deu-se contra a estudante Lumi Videla. Ela foi presa pelo Dina, o serviço de inteligência da ditadura chilena, em 1974, por ser membro de um grupo de esquerda revolucionária. Lumi Videla foi torturada até a morte (assim como seu marido) e seu corpo foi lançado no interior da embaixada italiana, local que dava abrigo a pessoas perseguidas pela ditadura. No dia seguinte, 4 de novembro de 1974, o governo chileno acusou a embaixada italiana de ter provocado a morte de Lumi Videla em uma orgia|3|.
A partir da década de 1980, a ditadura chilena começou a enfraquecer-se porque o apoio dos Estados Unidos foi retirado devido à grande quantidade de violações dos Direitos Humanos realizadas pelo governo de Pinochet. Em 1988, sob os olhos vigilantes de representantes internacionais, foi realizado um plebiscito para decidir a permanência de Pinochet no poder.
O resultado desse plebiscito mostrou que 56% da população chilena desejava o fim da ditadura. Ele abandonou o poder em 1990, mas seguiu como figura influente na política chilena durante toda aquela década. Além das violações dos Direitos Humanos, o ditador chileno também ficou conhecido por enriquecer-se via tráfico internacional de cocaína. Para saber mais sobre esse período sombrio da história do Chile, leia: Ditadura chilena.
Ditadura argentina
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Até hoje, grupos da sociedade argentina realizam ações em homenagem aos mortos da sua ditadura.[3]
Até hoje, grupos da sociedade argentina realizam ações em homenagem aos mortos da sua ditadura.[3]
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O século XX foi de crise crônica para a Argentina e marcado por diferentes golpes de Estado. Em 1966, a Argentina tinha passado por um golpe que instaurou uma ditadura militar que se estendeu até 1973 e se encerrou com a ascensão de Perón ao poder. O retorno do peronismo, no entanto, foi curto, e logo os militares retomaram o poder do país com outro golpe, em 24 de março de 1976.
Todo esse período que incorporou as décadas de 1960 e 1970 foi marcado por convulsão social em resposta ao autoritarismo e à crise econômica. A crise do regime peronista (1973-1976) intensificou-se a partir de 1975 e levou grandes empresários, direitistas e militares a unirem-se para organizar um novo golpe.
Com a vitória desse golpe, foi formado o Processo de Reorganização Nacional, nome que os militares deram à ditadura que existiu de 1976 a 1983. A ditadura argentina era administrada por uma junta militar que escolheu Jorge Rafael Videla como presidente do país. O que se viu nesse país em sete anos foi uma perseguição política sem precedentes.
Líderes de grupos políticos de oposição, de movimentos sociais e revolucionários, assim como sindicalistas, sacerdotes, intelectuais e advogados que defendiam os Direitos Humanos, entre outros, foram sistematicamente perseguidos. O sequestro, a tortura física e psicológica e o desaparecimento de cadáveres foram práticas da ditadura argentina.
Estima-se que, nos seus sete anos de duração, cerca de 30 mil pessoas tenham sido mortas pelo terrorismo promovido pelo Estado|4|. A sociedade foi silenciada pelo terror. No âmbito econômico, a ditadura argentina, assim como a brasileira e chilena, contribuiu para o empobrecimento da população e para o aumento da concentração de renda.
Na década de 1980, a ditadura argentina procurou recuperar as Malvinas, ocupadas pelos britânicos desde o século XIX. A Guerra das Malvinas foi um grande fracasso, e a derrota, junto aos problemas econômicos, debilitou os militares, que acabaram entregando o poder, em 1983, para Raúl Alfonsín, eleito presidente naquele ano.
Notas
|1| GASPARI, Elio. A ditadura escancarada. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014. p. 307-308.
|2| MUÑOZ, Heraldo. A sombra do ditador: memórias políticas do Chile sob Pinochet. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. p. 69.
|3| Idem, p. 67-68.]
|4| ROMERO, Luis Alberto. História contemporânea da Argentina. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. p. 199.
Créditos das imagens
[1] rook76 e Shutterstock
[2] Yasemin Olgunoz Berber e Shutterstock
[3] AstridSinai e Shutterstock
Por Daniel Neves
Professor de História
Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:
SILVA, Daniel Neves. "Ditaduras latino-americanas"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/militar.htm. Acesso em 20 de novembro de 2021.
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sábado, 20 de novembro de 2021
Marco Antonio Villa - Bolsonaro quer o caos social em 2022
Revista IstoÉ
A tendência é que no processo eleitoral o que menos vamos ter será a discussão de projetos para o Brasil
O Brasil caminha para o mais violento processo eleitoral da história republicana. Jair Bolsonaro, a soldo da extrema-direita mundial, vai ensanguentar o ano de 2022. Não há qualquer exagero nesta afirmação. Pelo contrário, os fatos, especialmente desde 2020, desenham um cenário marcado pela violência. O que assistimos no último Sete de Setembro será potencializado em escala nunca vista no Brasil.
Steve Bannon joga um papel fundamental neste processo. Não deve ser esquecido que ele designou como representante de sua organização extremista na América do Sul, Dudu Bananinha. Há também uma articulação com os radicais europeus e com árabes dos potentados petrolíferos. Acabou passando em branco, no Brasil, uma estranha relação entre Bananinha e xeiques bilionários do Oriente Médio. Vale recordar que ele acompanhou o pai na última visita à região, mas um mês antes tinha visitado Dubai — ficou famosa a patética fotografia com a mulher e filha, todos vestidos supostamente como árabes. Ninguém perguntou ao deputado paulista — sim, ele foi eleito para defender São Paulo, mesmo não residindo no estado, fraudando, portanto, o domicílio eleitoral — o que está fazendo na comitiva presidencial.
Apesar dos esforços do ministro Alexandre de Moraes, que vai presidir as eleições de 2022, tudo indica que os extremistas bolsonaristas vão estabelecer uma fabulosa campanha de fake news. Será muito difícil retirar do ar sites e postagens criminosas, pois os provedores estarão no estrangeiro e uma equipe de especialistas na desinformação vai garantir a segurança desta ação criminosa, tudo sustentado por empresários estrangeiros e por brasileiros que usarão das off shores como meio de pagamento.
A tendência é que no processo eleitoral o que menos vamos ter será a discussão de projetos para o Brasil. A violência verbal e física deve dominar o cenário político. Será o meio utilizado pelo extremismo bolsonarista para evitar uma derrota acachapante nas eleições. A estratégia é fugir do debate de ideias. Bolsonaro não deverá comparecer aos debates e seus aliados vão espalhar por onde passarem fake news sobre os adversários.
E a administração pública? Vai ser utilizada para fins eleitorais sem qualquer pudor. Pior ainda em um ano que a economia brasileira deve ficar estagnada, com a inflação em alta e alta taxa de desempregados. Um cenário, portanto, de caos social, indispensável para Jair Bolsonaro macular o processo eleitoral. É pagar para ver.
*** *** https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/11/marco-antonio-villa-bolsonaro-quer-o.html *** ***
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