sexta-feira, 22 de abril de 2022

IMPÉRIO DE CAPOEIRISTAS E INCONFIDENTES

"Tiradentes foi o vulto nacional mais citado em sambas-enredo no período em que as escolas de samba eram obrigadas a abordar temas da História nacional (1948-75)." *** *** Império Serrano 2022 Letra e Samba 19.555 visualizaçõesEstreou em 29 de nov. de 2021 *** Leonardo Fernandes 48,6 mil inscritos G.R.E.S. Império Serrano - Carnaval 2022 Desfile da Série Ouro Enredo: "Mangangá" Autores do Samba: Diego Tavares (in memoriam), Marcelo Adnet, Junior Fionda, Marcelinho Santos, Thiago Martins, Yago Pontes, Diego Nogueira, Rod Torres, Deodônio Neto, Gabriel Machado e Paulo Beckham Intérpretes: Nêgo e Igor Vianna O Império Serrano vai homenagear Besouro, célebre capoeirista da Bahia. ********************************************************************************** *** Exaltação a Tiradentes - Elis Regina 73.036 visualizações21 de abr. de 2008 *** bananaetc 254 inscritos Exaltação a Tiradentes (Estanislau Silva - Penteado - Mano Décio) Voz: Elis Regina Cidade: Ouro Preto https://www.youtube.com/watch?v=lW9bsKk1Qos ************************************ *** Besouro a Lenda da Capoeira ***
*** Império Serrano levou para a Avenida enredo contando a história de Manuel Henrique Pereira Foto: Fabio Motta / Prefeitura do Rio / Divulgação *** O Globo 22/04/2022 - 08:32 / Atualizado em 22/04/2022 - 09:00 RIO — O Império Serrano foi eleita a melhor escola da Série Ouro de 2022 pelos jurados do Estandarte de Ouro, prêmio O GLOBO/Extra aos melhores do carnaval. A verde e branco de Madureira, última a desfilar, pouco antes de o dia clarear nesta sexta-feira, veio com o enredo "Mangangá", sobre um célebre capoeirista baiano, do carnavalesco Leandro Vieira, o mesmo da Mangueira, no Grupo Especial. Carnaval 2022: campeã da Série Ouro do Rio sobe para o Especial e as duas últimas caem Histórico: Renovado, o Estandarte de Ouro completa 50 edições no ano da volta do desfile das escolas na Sapucaí Estandarte de Ouro: veja os destaques de cada décadas do que é considerado o Oscar do sambista ***
*** Império Serrano levou o Estandarte de melhor escola na Série Ouro Foto: Pedro Ivo / Prefeitura do Rio / Divulgação *** A ganhadora do Estandarte de Ouro de melhor samba-enredo da Série Ouro de 2022 é a Inocentes de Belford Roxo, com "A meia-noite dos tambores silenciosos", inspirado no maracatu. Os compositores são Cláudio Russo, Júnior Fionda, Lequinho, Tem Tem Jr., Fadico, Altamiro, Tem Tem Sampaio e Marcelinho Santos. Os vencedores dos prêmios no Grupo Especial serão divulgados domingo de manhã. O Estandarte de Ouro completa 50 edições este ano. Carnaval 2022: União da Ilha prega a fé com samba na Sapucaí e se credencia ao Grupo Especial Representatividade e memória: Da menina Ágatha ao congolês Moïse, Vigário Geral relembra mortos pela violência durante desfile ***
*** A Inocentes de Belford Roxo lembrou de pessoas negras mortas pela violência Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo *** A verde e branco de Madureira, que fechou os desfiles da Série Ouro, apresentou em seu enredo, sob o comando do carnavalesco de Leandro Vieira, a história de Manuel Henrique Pereira, imortalizado como o capoeirista Besouro Mangangá, que segundo a lenda tinha o corpo fechado e protegido pelos orixás. A escola, que levou até um drone para a Avenida, mostrou ainda sua luta pela libertação dos negros. A grande novidade do desfile foi a bateria do Mestre Vitinho, que trouxe um naipe de berimbaus. Tem lugar para todos: Em terra de reis e rainhas de bateria, não há espaço para disputas e rivalidades Influências: Ligados pelo Império Serrano, carnavalescos Renato Lage e Leandro Vieira falam da expectativa dos desfiles ***
*** A Inocentes de Belford Roxo apresentou uma tradição do carnaval pernambucano, “A meia-noite dos tambores silenciosos”, uma cerimônia de sincretismo religioso realizada em Recife Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo *** Com o enredo "A meia-noite dos tambores silenciosos", a Inocentes de Belford Roxo viajou até o Recife para contar a história de uma tradição do carnaval pernambucano: a Noite dos Tambores Silenciosos. Uma festa que há mais de 50 anos celebra a ancestralidade negra. CARNAVAL 2022: OS DESFILES DA SEGUNDA NOITE DA SÉRIE OURO NA SAPUCAÍ; VEJA AS FOTOS 1 de 41 ***
*** A Lins Imperial levou para a Sapucaí sua homenagem ao sambista e humorista Mussum Foto: ROBERTO MOREYRA / Agência O Globo A Lins Imperial levou para a Sapucaí sua homenagem ao sambista e humorista Mussum Foto: ROBERTO MOREYRA / Agência O Globo https://oglobo.globo.com/rio/carnaval/2022/estandarte-de-ouro-imperio-serrano-eleita-melhor-escola-da-serie-ouro-no-carnaval-2022-1-25484572 ********************************************************* "Nos três primeiros anos da Império Serrano, de 1948 a 1950, compõe os sambas-enredos Antônio Castro Alves (1948), Exaltação a Tiradentes (1949) e Batalha Naval do Riachuelo (1950), ganhando um tricampeonato. Esses sambas-enredos são realizados com parceria de Penteado, Estanislau Silva, Molequinho e Silas de Oliveira." MÚSICA Mano Décio da Viola Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural 1909 Brasil / Bahia / Santo Amaro 1984 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro Décio Antônio Carlos (Santo Amaro da Purificação BA 1909 - Rio de Janeiro RJ 1984). Cantor e compositor. Com menos de 1 ano de idade, muda- se com a família para Juiz de Fora, Minas Gerais, onde é registrado, e pouco depois vai para o Rio de Janeiro, para morar no Morro de Santo Antonio, no Largo da Carioca. Em 1916, muda-se para o Morro da Mang... Outras grafias do nome Décio Antônio Carlos Habilidades Cantor/Intérprete Compositor TextoAbrir módulo Fontes de pesquisa 5Abrir módulo Como citarAbrir módulo https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa436721/mano-decio-da-viola **************************************************************************** Publicado em22/04/22 07:06Atualizado em22/04/22 09:23 Carnaval 2022: Império Serrano e Estácio levantam o público no segundo dia de desfiles da Série Ouro ***
*** Estácio de Sá: escola homenageou o Flamengo e animou o animou o públicoEstácio de Sá: escola homenageou o Flamengo e animou o animou o público Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo Giovanni Mourão e Rafael Nascimento Na segunda noite de desfiles da Série Ouro, o grupo de acesso do carnaval carioca, as tradicionais escolas Estácio de Sá e Império Serrano foram as que mais levantaram o público da Marquês de Sapucaí. Enquanto a vermelho e branco apostou num enredo exaltando o Flamengo, a verde e branco de Madureira levou para a Avenida a história de Manoel Henrique Pereira, capoeirista baiano conhecido por Besouro Mangangá. Os desfiles da Unidos de Padre Miguel e da Acadêmicos de Vigário Geral, que abordou a violência contra a população negra, também animaram as arquibancadas. Disputa: Campeã da Série Ouro do Rio sobe para o Especial e as duas últimas caem Cenário do acidente: Imagens mostram que lateral de carro alegórico que amputou perna de menina ficou amassada e arranhada Ao contrário da primeira noite, quando as escolas entraram com quase uma hora de atraso devido a um atraso na montagem de estruturas da Sapucaí, os desfiles começaram pontualmente às 21h. Todas as escolas conseguiram cumprir o tempo determinado para atravessar a Avenida, de 45 a 55 minutos. Mais uma vez, o passaporte vacinal, obrigatório para acesso ao Sambódromo, não foi exigido nas bilheterias mesmo após notificação da prefeitura. Mesmo após o acidente em que uma menina de 11 anos teve uma perna amputada após ficar presa entre a estrutura de um carro alegórico e um poste na noite anterior, a dispersão de carros alegóricos na Sapucaí não teve escolta ou segurança, contrariando decisão judicial emitida na quinta-feira. “Mengo, mengo, mengo” Terceira escola a entrar na Marques de Sapucaí nesta segunda noite de desfiles da Série Ouro, o grupo de acesso do carnaval carioca, a Estácio de Sá voou alto na Avenida — literalmente. Reeditando um samba-enredo de 1995 com homenagem ao Flamengo, a agremiação trouxe, na comissão de frente, uma camisa rubro-negra estilizada que, com a ajuda de um drone, decolava sobre os integrantes. A inovação animou o público, que recebeu a escola aos gritos de "Mengo! Mengo! Mengo". A camisa voadora foi elaborada durante cinco meses por uma empresa especializada em solução com drones. De acordo com os idealizadores, o objetivo era mostrar, com os voos, que o "manto sagrado" consegue jogar sozinho. — Esse é um conceito do Nelson Rodrigues, que dizia que daqui a pouco a camisa rubro-negra jogaria sozinha. E olha que ele era tricolor. Ela (a camisa) tem vida própria, e os atletas se vestem no vestiário enquanto ela está na Sapucaí, já jogando — contou Thiago Ribas, da empresa My View, resumindo a performance da comissão de frente. A reedição do samba-enredo "Cobra-coral, papagaio-vintém #vestirubrunegro não tem pra ninguém", que sofreu pequenas alterações para retirar menções ao centenário do clube, comemorado no ano da primeira passagem, levantou as arquibancadas, que exibiam várias bandeiras do Flamengo. Mesmo antes do início do desfile, a mera menção à escola pelos alto-falantes já era o suficente para garantir muitos aplausos. Grupo Especial: Primeiro dia de desfiles vai das manifestações antirracistas à homenagem emocionada a Paulo Gustavo — Flamengo e Estácio vai dar samba. A gente que é rubro-negro vê isso como uma belíssima homenagem — elogiou o lateral Léo Moura, ex-jogador do time da Gávea. As menções ao Flamengo, claro, estavam em todo lugar. Desde os "sósias" de jogadores convidados a desfilar — versões genéricas de Bruno Henrique, Arrascaeta, Gabigol, Ronaldinho Gaúcho e vários outros — até alas e fantasias, quase todas em preto e vermelho. Mais drones A Império Serrano, que fechou os desfiles da Série Ouro, apresentou em seu enredo, sob o comando do carnavalesco de Leandro Vieira, a história de Manuel Henrique Pereira, imortalizado como o capoeirista Besouro Mangangá, que segundo a lenda tinha o corpo fechado e protegido pelos orixás. A escola, que levou até um drone para a Avenida, mostrou ainda sua luta pela libertação dos negros. A grande novidade do desfile foi a bateria do Mestre Vitinho, que trouxe um naipe de berimbaus. A empolgação da arquibancada com o desfile da Império Serrano, principalmente do setor 1, contagiou quem assistia. Com bandeiras da verde e branco de Madureira, o público gritava “é campeã”. A plateia foi à loucura quando um drone besouro sobrevoou o setor 3. As fantasias, estampas das baianas e da bateria foram outro ponto de destaque no desfile. A dona de casa Vera Lúcia Pinho Moreira, de 60 anos, sai como baiana na Império Serrano há 10 anos. Ela acredita que sua escola de coração vai ser a campeã deste ano. — Se Deus quiser, vamos para as cabeças e, no ano que vem, vamos passar aqui pelo Grupo Especial — comentou. A empresária Andréa Martins, musa da escola, apareceu como Iansã. Conhecida como a Musa das Pinturas, a beldade contou que no último carnaval, em 2020, rompeu sua prótese de silicone do bumbum ao final do desfile da Unidos de Padre Miguel, onde saía, e teve que ficar com o item com problemas por 10 meses. Hoje, ela comemora a recuperação e destaca que a “Império vem para ganhar”: Vigário Geral: Da menina Ágatha ao congolês Moïse, escola relembra mortos pela violência durante desfile — A sintonia da bateria tem uma batida diferente. Além disso, a garra da comunidade vai fazer que sigamos para o Grupo Especial. Se depender da empolgação da torcida, a Unidos de Padre Miguel, também segue como uma das favoritas ao acesso. Escola da Vila Vintém, na Zona Oeste, a agremiação foi a quinta a desfilar e levou para a Avenida o enredo “Iroko é tempo de Xirê”, que conta a história da Árvore-Orixá ao terreiro sagrado do boi vermelho. A comissão de frente, que representava os “guardiões do tempo”, foi um dos destaques da noite. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Vinicius Antunes e Jessica Ferreira, vieram com fantasias representando o sopro da criação. Após o desfile, o carnavalesco Edson Pereira comemorou a passagem da Padre Miguel pela Avenida. — A missão foi cumprida. Fizemos o nosso melhor e independente do resultado, chegamos aqui depois de dois anos de pandemia. Agora, é só aguardar. Mas, fizemos um belo desfile — comentou o carnavalesco. "Vidas negras importam" Sexta escola a desfilar no segundo dia dedicado à Série Ouro, espécie de segunda divisão do carnaval carioca, a Acadêmicos de Vigário Geral passou pela Avenida relembrando vários casos de mortos pela violência, sobretudo no Rio. Com um enredo sobre a Pequena África, localizada na região central da capital fluminense e porta de entrada para escravizados trazidos da África, a escola enumerou vítimas negras de operações policiais ou outros episódios de brutalidade. Irregular: No segundo dia de desfiles, dispersão de carros alegóricos não teve escolta ou segurança, mesmo após determinação judicial No momento final da apresentação, os dançarinos da comissão de frente revelavam placas com referências a esses episódios, em meio à expressão "vidas negras importam", popularizada por conta do movimento "Black lives matter". Entre esses casos, estavam, por exemplo, o do congolês Moïse Kabagambe, de 21 anos, espancado até a morte em um quiosque da Barra da Tijuca, e o da menina Ágatha Felix, atingida por um tiro de fuzil aos 8 anos durante uma operação policial no Complexo do Alemão. Também foram lembrados Cauã da Silva, baleado fatalmente em Cordovil há apenas duas semanas, e Cláudia Ferreira, arrastada por cerca de 300 metros por uma viatura da PM em 2014. Um dos episódio fora do Rio citados pela escola foi o de Moa do Katendê, mestre de capoeira morto em Salvador em 2018, após uma discussão sobre política. — Queremos mostrar a valorização do negros. Mas também questionar: será que mudou tanta coisa? Apesar das conquistas, será que não é preciso evoluir ainda mais? No último carro, colocamos policias militares para mostrar que as operações policiais só acontecem na favela. Você não vê a polícia metendo o pé na porta de morador da Zona Sul — criticou Marcus do Val, um dos carnavalescos da agremiação. O carro citado por Marcus representava uma favela e também trazia várias referências à violência policial nas comunidades. Além de integrantes representando policiais, havia até mesmo um componente soltando pipa sobre a alegoria, que acabou emperrando em frente ao setor três, abrindo um buraco em frente a uma das cabines dos jurados. Abrindo o segundo dia de desfiles da Série Ouro, a Lins Imperial entrou na Marquês de Sapucaí pontualmente às 21h. Com um enredo em homenagem ao humorista e músico Antônio Carlos Bernardes, o ex-integrante do "Originais do Samba" eternizado como Mussum, a bateria da campeã do Grupo Especial da Intendente Magalhães do último carnaval levantou o público do setor 1 assim que entrou na Passarela. Acidente com carro alegórico: 'A gente precisa passar a tomar cuidado maior', diz Eduardo Paes Pela primeira vez na história, a Lins Imperial entrou na Avenida com um rei de bateria, Johnathan Avelino. Com uma batucada afinada e letra de fácil compreensão, os integrantes da escola não pararam de cantar, sendo acompanhados pelo público. Uma imponente águia nas cores da escola se destacava no carro abre-alas da verde e rosa, cujo samba buscou explorar todas as faces de Mussum: desde o lado partideiro até o lado 'palhaço' do ex-trapalhão. Segunda escola a desfilar, a Inocentes de Belford Roxo levou para a Sapucaí um enredo explorando uma tradição do carnaval pernambucano: “A meia-noite dos tambores silenciosos”, uma cerimônia de sincretismo religioso realizada em Recife há mais de 60 anos. No desfile da tricolor, as referências à ancestralidade negra e ao maracatu eram evidentes em quase todas as alegorias. Apesar do belo desfile, o que mais chamou a atenção do público foi Lorrany Cristine, musa da escola que atravessou a Passarela grávida de 8 meses. — Foi muito emocionante. Estou muito feliz, muito realizada. Comecei na escola com seis anos, na ala mirim, e poder estrear na Avenida grávida, depois de dois anos sem carnaval, é muito especial. Foi tranquilo desfilar, deu para acompanhar a bateria. Ela já vai nascer com samba no pé — disse Lorrany, que homenageou a filha com o seu nome, Alice, escrito na barriga. A luta contra o racismo estrutural e a gloriosa carreira artística de Milton Gonçalves. A Acadêmicos de Santa Cruz, quarta escola a desfilar no segundo dia da Série Ouro, apostou numa homenagem a história de vida do ator e diretor mineiro para tentar garantir o primeiro lugar e chegar ao Grupo Especial no ano que vem. 'Fora do Sambódromo': Presidente da Liga-RJ diz que entidade 'não tem que dar suporte' à família de menina que teve perna amputada Quando o relógio marcava 0h20, assim que a agremiação da Zona Oeste entrou na Sapucaí com o enredo "Axé Milton Gonçalves! No Catupé da Santa Cruz", a torcida do setor 1 levantou suas bandeiras e passou a gritar o nome da escola. — Depois de dois anos sem carnaval, se tem alguém homenageável, essa pessoa se chama Milton Gonçalves do Brasil. Nosso mestre — disse o ator Sérgio Loroza. A escola investiu em carros alegóricos coloridos e luminosos. Enquanto a bateria da Tabajara do Samba sacudia o público, o morador de Santa Cruz, Douglas Ramos, acompanhava a letra de cor do início ao fim: — Tenho 31 anos e sou Santa Cruz desde que me conheço por gente e desfilei nela por 17 anos. Amo essa escola e as alegorias estão lindas. A escolha do samba também foi excelente: é sempre bom homenagear artistas negros, tão fundamentais para a cultura desse país. "Livre, o samba faz escola. Manifesto no terreiro: sou quilombola!". O verso entoado com tanto vigor pelos desfilantes da Império da Tijuca resume o que a escola do Morro da Formiga veio mostrar na Passarela do Samba: a resistência do povo preto e das escolas de samba. Com o enredo "Samba de Quilombo: a Resistência Pela Raiz", o "Primeiro Império do Samba" quis deixar clara sua posição contra o processo de mercantilização e enbranquecimento das agremiações. — O samba nasceu com Candeia, Tia Ciata. O samba é preto e nossa escola veio reforçar nossas raízes e o nosso lugar. É na ancestralidade dos batuques que se manifesta a luta por liberdade e autonomia do povo preto — disse Cinnara Leal, uma das 14 atrizes negras que abriram o desfile da escola tijucana, a penúltima a atravessar a Marquês de Sapucaí. RECEBA A NEWSLETTER DO EXTRA Digite seu e-mail CADASTRAR Li e concordo com os Termos de Uso e Politica de Privacidade. 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*** Considerado obra prima o samba “Exaltação à Tiradentes”, de autoria de Mano Décio da Viola, Estanisláu Silva e Penteado, rendeu o Bi-campeonato à escola da Serrinha no carnaval de 1949. O Império Serrano, fundado três anos antes, em 1947, resultado de uma cisão da Prazer da Serrinha, viria a partir desta vitória consolidar-se como a terceira força do carnaval carioca e talvez a principal escola dos anos 50. De acordo com levantamento feito pela psicóloga francesa Monique Augras em seu livro O Brasil do Samba-Enredo (FGV, 1998), Tiradentes foi o vulto nacional mais citado em sambas-enredo no período em que as escolas de samba eram obrigadas a abordar temas da História nacional (1948-75). Mas foi só uma vez que o herói teve uma homenagem exclusiva. No bicampeonato do Império Serrano, em 1949, com o antológico “Exaltação a Tiradentes” (Mano Décio da Viola – Penteado – Estanislau Silva): “Joaquim José da Silva Xavier/ Morreu a 21 de abril/ Pela independência do Brasil/ Foi traído e não traiu jamais/ A inconfidência de Minas Gerais“. Tocador de áudio 00:00 00:00 Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume. ***
*** Mano Décio Mano Décio tinha especial apreço pelo alferes, pois já no ano anterior apresentara, junto com Silas de Oliveira, nada menos que 3 sambas sobre ele. A escola preferiu apostar no tema “Antônio Castro Alves” (Altamiro Maio – Comprido). Mas 49 foi o ano de “Exaltação a Tiradentes”, apresentado por Mano Décio e Penteado num ensaio que arrebatou a escola. Estanislau entrou na parceria porque, tendo ouvido o samba, foi a Madureira pedir autorização para divulgá-lo no asfalto. Desta forma, foi o primeiro samba-enredo que sobreviveu ao desfile, sendo gravado por Roberto Silva apenas como “Tiradentes” e voltando a fazer sucesso no carnaval de 1955. Ao falar do carnaval de 1949 e da vitória do Império Serrano se faz necessário resgatar alguns fatos que se passavam durante à época e o envolvimento da política no samba, que levou a disputas e rachas nas organizações das escolas desde os anos anteriores. Após terminar o carnaval de 1946 na décima primeira colocação, a Prazer da Serrinha entrou com um recurso junto à UGES (União Geral das Escolas de samba) solicitando a anulação do concurso, alegando que a entidade não cumpriu o regulamento ao deixar de anunciar o resultado da competição no prazo previsto. A crise da Prazer da Serrinha e o mau resultado tiveram origem numa decisão tomada por Alfredo Costa, seu presidente, que, por um desentendimento pessoal com Mano Décio da Viola, resolveu que a escola se apresentaria cantando o samba “Alto da colina” e não o samba-enredo “A Conferência de São Francisco”, de autoria de Mano Décio e Silas de Oliveira. Havia uma enorme expectativa dentro da escola quanto aos bons resultados que deveria colher em 1946, em parte pelo fato de que ela não desfilava desde 1942 e para o qual deve ter sido decisiva a falta de recursos financeiros característica dos anos de guerra. Bem como parte de toda animação deve ser atribuída à transferência para a Serrinha de dois portelenses ilustres: Antônio Caetano e Lino Manoel dos Reis. Os dois saíram da Portela com o enredo “A Conferência de São Francisco” e o ofereceram para a escola de Alfredo Costa, que deu carta branca para que ambos o desenvolvessem. Mano Décio, que havia estreitado suas relações com Caetano ao frequentar a Portela, foi indicado por este para compor o samba daquele ano, embora a contragosto, pois não costumava dividir decisões com ninguém. Alfredo Costa aceitou a sugestão de Caetano. Por sua vez, Mano Décio convidou Silas de Oliveira para com ele partilhar tal incumbência. O resultado da obra agradou a toda escola, porém se cantava muito naquela época um samba de terreiro chamado “Alto da colina”, composto pelo sambista Albano, amigo de Alfredo Costa. Num desses ensaios, Mano Décio, como era costume, fez alguns improvisos em cima do samba que desgostou a Albano. Este se queixou do fato a Alfredo Costa. O presidente enfurecido dirigiu-se a Mano Décio e ordenou o final do ensaio, no que foi atendido sem maiores discussões. No dia do desfile, Alfredo Costa determinou a substituição do samba-enredo “ A Conferência de São Francisco” pelo samba de terreiro de Albano. O resultado foi que metade da escola cantou o primeiro samba e a outra o segundo samba, fazendo uma apresentação incompreensível e responsável pela péssima colocação da escola no concurso. Como conseqüência deste trauma, surgiria uma dissidência, cuja única alternativa foi a fundação de uma nova escola, a Império Serrano, em 1947. Sebastião de Oliveira, o Molequinho, com seus irmãos, compadres e amigos haviam resolvido fundar uma escola de samba que fosse inovadora em tudo, principalmente na questão de ninguém poder dar ordens que não admitissem discussão, de ninguém ter de abaixar a cabeça mesmo sem concordar. Adeus, seu Alfredo Costa. Adeus, Prazer da Serrinha. Agora todo mundo vai poder opinar, todo mundo vai querer ser ouvido: nascia o Império Serrano. Era 23 de março de 1947. Sebastião de Oliveira, o Molequinho – Falecido em 2014 Foi na casa da Dona Eulália, na Rua Balaiada, no coração do morro da Serrinha, que a ideia de Molequinho se tornou realidade: saiu reunindo num caderno as assinaturas dos que o apoiavam. O nome foi sugerido por ele, mas na escolha das cores ele foi voto vencido – era, enfim, a democracia que chegava – e prevaleceu a sugestão do compositor Antenor, pintando de verde e branco o morro da Serrinha, o subúrbio de Madureira e o carnaval carioca. Já os fatos políticos que agitavam este período se davam pelo retorno a legalidade do Partido Comunista Brasileiro (PCB), após o fim do Estado Novo, quando o partido começa a reaproximar-se novamente das agremiações carnavalescas. ia Eulália: uma das fundadoras do Império Serrano Quando foi posto na legalidade, o PCB se tornou a maior organização comunista da América Latina. Alguns setores das classes trabalhadoras ligadas ao samba já vivenciavam, em 1949, uma aproximação do Partido Comunista Brasileiro (PCB) com a União Geral das Escolas de Samba, afinidade que levou seus opositores a apelidarem a entidade carnavalesca de “União das Escolas de Samba Soviéticas”. Esse fator foi determinante para o poder público criar a Federação Brasileira de Escolas de Samba em 1947 e, no ano seguinte, sob a administração do prefeito Ângelo Mendes de Moraes (1947 – 1951), limitar a distribuição de verbas apenas para as escolas filiadas à nova associação. Naquela época o PCB havia criado o jornal Tribuna Popular como seu órgão oficial de imprensa e o mesmo promoveu em 15 de novembro de 1946, no campo de São Cristóvão, um desfile entre escolas de samba, em comemoração do aniversário da República, que acabou em uma grande homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes. Em 1948, a comissão julgadora dos desfiles das escolas de samba, indicada pela prefeitura, contou com a participação de Irênio Delgado, amplamente conhecido por sua simpatia a Império Serrano, que viria a ser consagrada campeã daquele carnaval, apenas um ano após sua fundação. Tal fato fez com que algumas escolas filiadas à Federação retornassem à União no ano seguinte, gerando uma cisão que desembocaria na existência de dois desfiles em 1949. Embora a Império Serrano possuísse grandes talentos, que por si só justificariam seu triunfo, a realidade é que com a presença de Irênio Delgado no júri dificilmente o resultado poderia ser outro, já que, segundo suas próprias palavras: “no amor e na guerra não há meias medidas. E o meu relacionamento com o Império Serrano é um caso de amor. E de guerra, é claro!” Os estragos feitos após o triunfo da Império Serrano foram imensos. Principalmente por parte da Mangueira e, sobretudo, da Portela. Com a eleição de Irênio Delgado para a presidência da Federação Brasileira de Escolas de Samba para o biênio 1949-1950 os estragos se ampliaram mais ainda, de modo que Portela e Mangueira se desligaram da federação e promoveram o renascimento da UGES, no que foram seguidas por outras escolas. Assim, enfrentaram a dura condição de não participarem do desfile oficial e não receberam qualquer ajuda da prefeitura. Com o objetivo de minimizar os conflitos, o major Paredes dedicou o desfile de 1949 ao Presidente Dutra e tentou estabelecer a paz entre as escolas. Porém, os dirigentes da Portela e da Mangueira se recusaram a qualquer aproximação com a Federação Brasileira das Escolas de Samba, alegando que enquanto esta fosse dominada por Irênio Delgado, os resultados dos desfiles seriam um jogo de cartas marcadas em benefício da Império Serrano, embora eles não negassem as qualidades da adversária, que, por sinal, naquele ano seriam confirmadas pela apresentação do antológico samba-enredo “Exaltação a Tiradentes”. A partir deste ano até 1951, são realizados dois desfiles: um oficial e um não-oficial. O desfile oficial é ligado à prefeitura e tem como principal escola a Império Serrano. As dissidentes Portela e Mangueira fazem o desfile não-oficial, sem verba alguma. O desfile oficial é realizado na avenida Presidente Vargas e o não-oficial, na praça Onze. No desfile realizado na avenida presidente Vargas a Império Serrano sagrou-se mais uma vez campeã do carnaval, fato que se repetiria pelos anos seguintes de 1950 e 1951 A Mangueira é campeã do desfile não-oficial com Apoteose ao Mestre. “Exaltação a Tiradentes” foi um grande sucesso e chegou a ser gravado por diversos grandes nomes da música, como Elis Regina, Cauby Peixoto, Chico Buarque de Holanda e Jorge Goulart. “Tiradentes” era o apelido atribuído a Joaquim José da Silva Xavier, que ficou famoso por ser um dos líderes da Inconfidência Mineira e por ter sido o único, entre os inconfidentes, a receber a pena capital, isto é, a pena de morte, pela forca. Nesta época era obrigatório enredos que exaltassem o Brasil ou personagens nacionais. Tiradentes figurou em outros diversos enredos como “Seis Datas Magnas” (Portela, 1953), “Três acontecimentos históricos” (Vila Isabel, 1966), “Histórias e Tradições do Rio Quatrocentão – Do Morro Cara de Cão à Praça Onze” (Portela, 1965) , “Movimentos Revolucionários e a Independência do Brasil” (Império Serrano, 1961),“História da Liberdade no Brasil” (Salgueiro, 1967), “O Vale do São Francisco” (Mangueira, 1948) e “Vultos e Efemérides”, com o qual a Portela foi bicampeã em 1958. Falando da figura histórica de Tiradentes exaltada nesta obra, a magnífica letra do samba explica de forma objetiva e digna o papel e a importância deste que é, até hoje, celebrado como mártir do Brasil e símbolo da coragem e da luta de nosso povo por sua liberdade. O dia de sua execução, 21 de abril, é feriado nacional. A cidade mineira de Tiradentes, antiga Vila de São José do Rio das Mortes, foi renomeada em sua homenagem. Seu nome está inscrito no Livro dos Heróis da Pátria desde 21 de abril de 1992. Por Waldir Tavares Fonte: Nelson da Nóbrega Fernandes - Escolas de samba: Sujeitos celebrantes e objetos celebrados – Memória carioca Vol. 3. Site oficial do G.R.E.S. Império Serrano - http://www.imperioserrano.com/historia.html Compartilhar no facebook Facebook Compartilhar no twitter Twitter Compartilhar no whatsapp WhatsApp Waldir Tavares Filho Waldir Tavares Filho Registro Profissional 0041168/RJ - Editor https://cn1brasil.com.br/rj-em-1949-o-imperio-serrano-exaltava-tiradentes-vencendo-seu-segundo-campeonato-em-meio-a-conflitos-politicos/

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