Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 5 de abril de 2022
Até Quem Sabe
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João Donato
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Ouça Até Quem Sabe
Até um dia, até talvez
Até quem sabe
Até você sem fantasia
Sem mais saudade
Agora a gente
Tão de repente
Nem mais se entende
Nem mais pretende
Seguir fingindo
Seguir seguindo
Agora vou pra onde for
Sem mais você
Sem me querer
Sem mesmo ser
Sem me entender
Vou me esquecer
Vou me perder
Pela cidade
Até um dia, até talvez
Até quem sabe
Ouça Até Quem Sabe
Composição: João Donato-Lysias Ênio.
https://www.letras.mus.br/joao-donato/ate-quem-sabe/
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COLUNA NO GLOBO
Única via possível é a democracia
Por Míriam Leitão
03/04/2022 • 04:30
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Manifesto Ditadura Nunca Mais, na Cinelândia, Rio de Janeiro, 31 de março de 2019 Manifesto Ditadura Nunca Mais, na Cinelândia, Rio de Janeiro, 31 de março de 2019 | Fotos : Fabio Guimaraes / Agencia O Globo.
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O problema dos candidatos da terceira via é a falta de clareza sobre a base das suas propostas. Os projetos têm se apresentado por oposição e não por definição. O que é a terceira via? Se a resposta do político for que é uma alternativa a dois extremos, já errou. Como escrevi neste espaço em maio de 2021, não há dois extremistas na disputa, mas apenas um, Jair Bolsonaro. Semana passada, novamente, Bolsonaro provou que ele é um perigo para a democracia. Atacou ministros do STF com palavrões, defendeu a ditadura, colocou em dúvida as urnas eletrônicas, elogiou um parlamentar delinquente.
Na economia, Lula e Bolsonaro às vezes se parecem. Na questão institucional, não. Basta se perguntar quantas vezes os comandantes das três forças, nos governos do PT e do PSDB, se sentiram estimulados a soltar uma nota tão desavergonhada quanto essa do dia 31 de março. Os militares sempre se recusaram a olhar de forma adulta o que houve no país quando eles governaram. Mas Bolsonaro liberou o autoritarismo. Aquela nota não é apenas um acinte. É uma ameaça. Se eles acham que respeitaram a Constituição quando a rasgaram, se acham que “nos anos seguintes ao dia 31 de março de 1964, a sociedade brasileira conduziu um período de estabilização” e de “amadurecimento político”, que no fim trouxe a “paz no país”, podem repetir a mesma sequência pavorosa de eventos.
Os governos democráticos enfrentaram alguns momentos de tensão com um ou outro militar, como no caso da presidente Dilma Rousseff com o general Hamilton Mourão. Mas não aceitaram a tutela que as Forças Armadas sempre quiseram impor ao país. Bolsonaro estimulou os piores quadros a mostrarem todo o seu golpismo. Nesta questão crucial da democracia brasileira, Lula se parece com outros presidentes civis, mas se distancia diametralmente de Bolsonaro.
Sobre a Petrobras, os dois têm propostas populistas e que envolvem gasto público para reduzir os preços de combustíveis fósseis. É uma insanidade tirar dinheiro do cofre público para ajudar o dono do carro — ou do carrão — a encher o tanque. Os três — Ciro Gomes incluído — têm propostas intervencionistas para a Petrobras. Todos os preços estão subindo, mas a obsessão dos candidatos é com a gasolina. Isso num momento em que a mudança climática castiga as cidades brasileiras.
No governo do PT houve corrupção na Petrobras. Tanto houve que o dinheiro voltou. Foram R$ 6 bilhões de uma inquestionável materialidade. Bolsonaro atropelou os acionistas, as leis do mercado de capitais, o estatuto da empresa, biografias de gestores, tudo pelo seu intervencionismo. Os liberais que o apoiaram deveriam estar envergonhados. O ministro Paulo Guedes finge que nada é com ele.
Na palestra que fez na FUP dias atrás, tão bem comentada neste jornal pela colunista Malu Gaspar, Lula me criticou. De novo. “Quantas vezes a Miriam Leitão disse que era impossível explorar o pré-sal?” Eu nunca disse que era impossível. Disse que era difícil, e a tecnologia teria que ser aprimorada. Eu e muita gente. Na época, Lula dizia que o pré-sal era o “passaporte para o futuro”. Nunca foi, e a mudança no marco regulatório promovida pelos governos petistas fez o país perder cinco anos de exploração.
Só cito aqui essa referência a mim para dizer ao leitor que, na condição de jornalista criticada pelos dois lados, repito que os dois candidatos não são iguais. Se ambos não gostam de mim, não é algo que me tire o sono.
O relevante é que, desde o primeiro dia de mandato, Bolsonaro tem implantado a “cupinização” da democracia, na expressão usada pela ministra Cármen Lúcia, ao julgar o conjunto de ações que mostram a destruição de todo o aparato institucional de proteção da Amazônia.
Nesse julgamento ficou claro, mais uma vez, o mal que Bolsonaro tem feito à República. Das quatro preliminares contra a ADPF 760, a que acusa o governo de ter sabotado o plano contra o desmatamento (PPCDam), apresentadas pelo Advogado-Geral da União (CGU), três estavam também na sustentação oral do Procurador-Geral da República. O Brasil não tem Procurador-Geral da República. Bolsonaro tem dois advogados. Como Lula escolheu o PGR? Como os indicados agiram? As respostas mostram bem a diferença. Não há paralelo. Esse ponto inicial tem que estar em qualquer candidatura democrática. Há vários caminhos na economia e nas políticas sociais, mas na questão institucional há uma única via: a democracia. Isso não foi entendido pelos tucanos que se juntaram a Bolsonaro, em 2018, nem por Ciro Gomes que se absteve no segundo turno.
Com Alvaro Gribel (de São Paulo)
https://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/unica-possivel-e-democracia.html
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“Bolsonaro vencerá se Lula não for mais plural”, alerta Randolfe
Em entrevista à coluna, Randolfe avalia que campanha de Lula deve avançar para outro patamar a fim de enfrentar Bolsonaro
Guilherme Amado
03/04/2022 7:00,atualizado 03/04/2022 11:00
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Randolfe Rodrigues está preocupado. O principal líder da oposição ao governo Bolsonaro no Congresso e integrante da coordenação da campanha de Lula avalia que, a seis meses da eleição presidencial, as forças democráticas e o PT devem avançar para um outro patamar de enfrentamento a Bolsonaro. O senador da Rede do Amapá advoga que esta deve ser uma eleição de um único turno, sob pena de o PT ser novamente derrotado pelo atual presidente. Randolfe avalia que Bolsonaro hoje está muito mais forte do que em 2018, porque agora, além do apoio dos militares, trouxe para o núcleo do governo o que de mais profissional existe na política brasileira, no mau sentido, o Centrão. Em entrevista à coluna, faz um alerta: se os democratas não se unirem e se Lula não conversar com setores mais amplos da sociedade, para além da esquerda, Bolsonaro sairá vitorioso.
O senador compara o momento atual ao das Diretas Já, e propõe que Lula faça gestos em direção a todo o campo democrático, inclusive outras pré-candidaturas, como as da senadora Simone Tebet e dos ex-governadores João Doria e Eduardo Leite. Além, claro, de ex-aliados, que foram ou são pré-candidatos. Randolfe tenta há meses reaproximar Lula e Marina Silva, rompidos há mais de uma década, primeiro por divergências políticas e depois pela campanha fratricida feita pelo PT contra a senadora em 2014, na campanha de reeleição de Dilma Rousseff. O petista já deu sinais de que gostaria de se reconciliar com Marina, mas o PT resiste em qualquer pedido de desculpas. Randolfe acha que todos esses atores devem ter uma “tomada de consciência” sobre o momento histórico que o país atravessa.
“Já conversei com a Marina, mas a tomada de consciência deve ser não só dela, deve ser de Ciro, de setores democratas do MDB, que são muitos, dos setores democráticos do PSD não existe uma terceira opção. Existe a democracia e o pacto civilizatório ou o fim disso. (…) O PT também precisa ter essa consciência.”
Sobre a necessidade de Lula ter conversas mais abrangentes do que vem tendo, Randolfe sugere que o ex-presidente se apresente como o Lula de 2002, e não como o de 1989.
“A campanha de Lula, e faço uma autocrítica porque estou nela, tem que ir para a rua, chamar toda a sociedade para conversar. Conversar com os sem-terra e com o agronegócio. Com o bancário, e com banqueiros. Conversar com os rincões da Amazônia e com a zona sul do Rio de Janeiro. Tem que caminhar pelo Nordeste, mas também pelo Sul. Conversar com o chão de fábrica e com a Faria Lima. Tem que conversar com a mídia alternativa, mas também com a Globo e a Record. Não deve ser uma candidatura da esquerda, mas sim uma candidatura da união nacional”, defendeu.
Leia abaixo a íntegra da entrevista.
A que o senhor atribuiu a recente melhora da popularidade do presidente Bolsonaro?
A ascensão do Bolsonaro foi em parte acidental, mas o movimento de reação que o coloca no patamar em que está não é acidental. Ele organizou um bloco de poder militar e parlamentar, que é para durar. O bolsonarismo e Bolsonaro vieram para a esculhambação completa das instituições, mas a base é o que tem de mais profissional na política brasileira. O velho Centrão era sócio, agora está no centro da constituição desse governo. Se a esquerda, os progressistas, os democratas, os republicanos e os liberais não se esquecerem dos rancores que os dividiram no passado e não compreenderem que têm um papel imediato em combater essa estratégia, Bolsonaro vai ser reeleito. Ele trabalha com três pilares: a mentira; a intimidação de políticos, jornalistas, ministros do STF, sociedade civil; e o suborno, para aprovar auxílios de última hora, reajustes salariais perto da eleição e tudo mais que for necessário para ganhar.
O que fazer diante deste cenário?
Os democratas devem esquecer os rancores do passado. O ano de 2018 foi a eleição da antipolítica. Chegou a hora de fazer a boa política na melhor expressão do termo. Se prevalecerem rancores ou purismos nesses momentos, terminaremos no ostracismo ou na prisão, nunca na conquista do poder político. Se democratas, liberais e setores da esquerda não compreenderam isso e não construírem alianças, eu temo que será muito difícil derrotar o Bolsonaro, porque ele não existe por si só, ele é o representante de um movimento, do bolsonarismo.
Como assim?
Compreendi no ano passado que a eleição caminhava inexoravelmente para a polarização. Não estamos diante do esquema golpista mambembe do 7 de Setembro que o Bolsonaro tentou para se apossar do poder. Estamos em outro momento político e histórico. O bolsonarismo se profissionalizou com o Centrão e trouxe o Centrão para o núcleo de decisão política. É um bloco de poder de bandidos, cínicos, autoritários de toda a espécie, gente que está no poder há muitos governos, agora aliado aos militares. Assusto-me, porque parece que a sociedade passou a perceber isso como o novo normal. Se não derrotarmos Bolsonaro este ano, temo não termos um retorno ao pacto civilizatório que fundou a Nova República. Entendo que a Nova República acabou com a eleição do Bolsonaro. Precisamos voltar a ela, voltar ao que foi construído após a Constituição de 1988, com MP independente, PF autônoma, instituições funcionando, liberdade de imprensa, estrutura de transparência de combate a corrupção, federalismo, instituições democráticas… Se não derrotarmos agora, tudo isso será uma lembrança tão distante como o Golpe de 1964 tinha passado a ser durante a Nova República. E isso será trágico para o Brasil.
Como está o processo de reconciliação de Marina Silva com o PT?
Já fiz tudo possível. Qualquer observador da política tem que ter responsabilidade neste momento. Sou fruto da redemocratização, não é possível que os atores que surgiram com a democracia e lutaram pela democracia não tenham essa responsabilidade e esse entendimento. Já conversei com a Marina, mas a tomada de consciência deve ser não só dela, deve ser de Ciro, de setores democratas do MDB, que são muitos, dos setores democráticos do PSD. Essa reflexão foi a base para eu dizer já no ano passado que não existe uma terceira opção, uma terceira via. Existe a democracia e o pacto civilizatório ou o fim disso, que significa o triunfo de uma experiência fascista no Brasil no século 21. Falo isso com muito conforto, porque divergi em muitos momentos dos governos do PT. Fui de oposição ao governo Dilma, embora tenha sido contra o impeachment.
Como o senhor tem avaliado o desempenho da campanha de Lula, da qual o senhor é parte?
Tem que passar para a fase seguinte, advogo por isso. Estive com o presidente Lula em dezembro, no jantar do Grupo Prerrogativas, e em janeiro, quando ele me chamou pra ajudar na coordenação da campanha. Foi o presidente Lula que me convenceu a não ser governador do Amapá. Quem não gostaria de ser governador da sua terra? Fui conversar com ele, e ele me convenceu de que precisava da minha ajuda para o projeto nacional, e eu vi que não seria lógico eu costurar apoios para ele, como venho fazendo, e não ajudá-lo na campanha. Por isso renunciei à candidatura do governo. Vou ajudar na campanha e advogo que também faça isso mesmo quem não gosta do Lula, mas gosta da democracia, do pacto civilizatório, da Constituição de 1988, do MP atuante, independente, da PF autônoma, das instituições funcionando e transparentes. Pessoas que reconheceram o risco que é termos mais dois ministros do STF indicados por Jair Bolsonaro, termos um governo novamente comandado pelo Centrão. Todos que compreendem a importância disso devem estar conosco para a campanha sair vitoriosa em primeiro turno.
O que seria essa nova fase a que o senhor se refere?
Acho que já está concluída a fase de formação de palanques, de aliança com os partidos que devem apoiar. Agora, vejo que são necessários dois movimentos. O primeiro é ter diálogo direto com o povo, estar presente na rua, dialogar com a sociedade civil. O segundo é que, para ganhar essa eleição, Lula tem que se apresentar como o Lula de 2022. Precisamos menos do Lula de 1989 e mais do de 2022. O Lula de 2022 é o candidato da reconciliação do Brasil, da união nacional, do governo da transição e do restabelecimento da ordem democrática. Quem é de direita, quem é democrata, quem é social democrata, renuncie as diferenças para daqui a quatro anos. Nós vamos fazer a transição. Alguns argumentam que o PT errou em 1985, quando não apoiou a chapa de Tancredo Neves. Essa é uma crítica verdadeira e acertada. É o mesmo que não apoiar a chapa Lula e Alckmin neste ano. Não apoiar a chapa agora, por alguma eventual divergência, pode estar colocando a perder o que nós temos de democracia. E acho que a própria campanha de Lula, faço uma autocrítica porque eu estou nela, tem que ir para a rua, chamar a sociedade para conversar, chamar os atores nacionais, conversar com todo mundo. Conversar com os sem-terra, mas conversar com o agronegócio. Conversar com bancário, mas tem que conversar com banqueiros. Conversar com os rincões da Amazônia e com a Zona Sul do Rio de Janeiro. Tem que caminhar pelo Nordeste, mas também pelo Sul. Conversar com o chão de fábrica e com a Faria Lima. Tem que conversar com a mídia alternativa, mas também com a Globo e a Record. Não deve ser uma candidatura da esquerda, mas sim uma candidatura da união nacional.
O senhor já disse isso para o presidente Lula?
Disse isso a ele, e ele me pareceu muito consciente disso. Tanto é que ele estava muito convencido de que ter o Alckmin como vice seria uma representação disso. Mas quem sou eu pra falar isso pro Lula? Ele nos ensinou isso. Quando Lula foi eleito, eu era da esquerda do PT, e ele me mostrou como é fazer um governo desta natureza, conversando com todos os setores, fazendo as composições necessárias. Ele sabe, ele está consciente disso. Ele tem que dizer que o governo dele vai ser o governo que o jornalista vai poder trabalhar tranquilamente dentro do Palácio do Alvorada e que jornalista não vai correr o risco de agressão ao acompanhar o presidente em exercício do seu fazer, do seu ministério. O Brasil nunca precisou tanto do Lula de 2002 como precisa agora. A gente precisa dele para lançar o Brasil no século 21. O Brasil iniciou bem o século 21 e teve um intervalo medieval, que foi o governo Bolsonaro. O Lula tem que ser a transição, e ele tem que ter essa consciência de que tem que ser um governo de união nacional, para devolver o Brasil ao século 21.
O que tem impedido na sua visão que ele faça isso?
O PT precisa ter essa consciência. Ele já disse que não pode ser o candidato do PT, tem que ser o candidato de um movimento. As pessoas que estiveram com ele nos momentos mais difíceis têm que compreender que o Lula não é patrimônio partidário, não pertence ao PT. O Brasil está precisando do Lula pra fazer essa transição. Trata-se do Brasil agora. A campanha tem que ser ampla e tem que ter presente um comando de campanha amplo, que represente a diversidade do momento. No palanque das Diretas Já, em 1984, em que o próprio Lula participou, estavam Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Brizola, Mário Covas, mas estava lá também a dissidência do PDS. É esse o palanque que precisamos agora, e precisamos de um comando que represente essa pluralidade. Se o comando não for para o campo com essa pluralidade, ninguém está entendendo o que estamos vivendo. É chegado o momento de ser chamada a responsabilidade de todos, de todos. O PT tem que ter consciência do que está se passando, e as lideranças políticas, inclusive mais experientes que eu, devem entender que não há espaço para segundo turno nesta eleição. O segundo turno é no primeiro. O Moro entendeu isso claramente, e já fez o movimento de retorno para onde ele veio. Ele é produto do bolsonarismo, nunca esteve comprometido com o campo democrático, e voltou para o lugar dele.
O senhor acha que nomes do campo democrático deveriam rever suas candidaturas?
Eu acho que tem de ter. Eu acho que a candidatura do Lula tem de ter diálogo… A candidatura do Ciro Gomes não é uma candidatura antagônica e inimiga, e o gesto de diálogo e generosidade tem que partir da campanha do Lula, que está na frente. A campanha da Simone Tebet, do MDB, não é uma campanha inimiga, e também deve partir da campanha do Lula o gesto de generosidade para dialogar com ela. Eu diria até que nem a candidatura de Doria e Eduardo Leite são inimigas e antagônicas. A de Janone também. São candidaturas da democracia, do campo democrático, duelaram, polarizaram na política dos últimos anos, mas diante das ameaças fascistas não podem ser inimigas.
O senhor fala em tomada de consciência. O que seria isso exatamente?
Vou contar um episódio que ocorreu comigo no último fim de semana e que ilustra isso. Eu estive em Caruaru, em Pernambuco, e fui acompanhar a filiação de Túlio Gadelha à Rede. Terminado o ato, eu e o ex-deputado Maurício Rands fomos jantar. Estávamos com nossos companheiros. Túlio ia buscar Fátima Bernardes e ia encontrar com a gente. Eu, Rand e nossas companheiras chegamos antes e, no restaurante, um cidadão se levanta, vem na nossa direção e começa a nos agredir, a nos chamar de comunistas, a dizer que comunista é isso e aquilo. Numa agressividade feroz. Tivemos a solidariedade de todas as mesas ao redor, e o homem saiu do restaurante. Mas preferimos mudar de restaurante, porque pensamos que ele poderia estar com uma arma ou poderia ter saído para pegar uma arma. Era uma possibilidade concreta. Qual seria o tamanho da tragédia? Quantas cenas como essa não vão acontecer a partir de agosto? Quantos agressores não vão estar com uma arma? No passado, a agressão a um jornalista que fosse cobrir uma campanha era possível, mas não provável. Agora, não só é possível, mas provável. O risco de um jornalista cobrir a eleição de Jair Bolsonaro e ser agredido é muito grande. A agressividade deve ser ainda pior depois da publicação do resultado de uma eventual derrota. A tomada de consciência de que devemos nos unir contra tudo isso tem que ser minha, da campanha de Lula, tem que ser dos democratas, tem que ser de todo mundo.
https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/bolsonaro-vencera-se-lula-nao-for-mais-plural-alerta-randolfe
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Sérgio Abranches - Conversa de Política
CBN
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31 DE MAR. DE 2022
'Nas pesquisas, nem Doria nem Moro tinham importância até agora'
'Nas pesquisas, nem Doria nem Moro tinham importância até agora'
Sérgio Abranches analisa o cenário eleitoral com a candidatura de João Doria à Presidência pelo PSDB e a desistência de Sergio Moro após filiação ao União Brasil. O comentarista afirma que, com base nas pesquisas, nenhum dos dois teve grande expressividade. Para Abranches, o ex-presidente Lula, o presidente Jair Bolsonaro e Ciro Gomes são candidatos 'firmes', e há dificuldade em tirá-los das primeiras posições. 'As preferências eleitorais estão muito cristalizadas. É muito difícil um terceiro candidato romper esta barreira', avalia.
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29 DE MAR. DE 2022
'Quanto mais tempo a guerra demora, mais cresce o desejo de um acordo de paz'
'Quanto mais tempo a guerra demora, mais cresce o desejo de um acordo de paz'
Sérgio Abranches comenta a expectativa de cessar-fogo na guerra da Ucrânia, que teve início há mais de um mês. Segundo ele, o acordo parece mais realista desta vez pois há 'maior formalidade envolvida na retomada das negociações', que estavam interrompidas. Abranches lembra que o conflito desgasta também a Rússia, que sofre desabastecimento em diversos setores e fortes sanções econômicas. A Ucrânia já indicou a disposição em manter-se neutra e fora da OTAN, algo que facilitaria a negociação com o governo russo.
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24 DE MAR. DE 2022
'Resultado da pesquisa Datafolha sobre intenções de voto já estava dado'
'Resultado da pesquisa Datafolha sobre intenções de voto já estava dado'
O ex-presidente Lula aparece com 43% das intenções de voto, contra 26% de Jair Bolsonaro. Sérgio Abranches considera que o cenário já era esperado e não apresenta novidades. Ele destaca a redução da diferença entre as intenções de voto entre Lula e Bolsonaro no segundo turno. 'Mesmo havendo oscilações, está entre eles dois. A maior parte das intenções está concentrada neles. Só um fato novo e relevante de algum lado pode mudar isso', pontua Abranches.
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22 DE MAR. DE 2022
Boulos na Câmara 'vai eleger uma série de outros candidatos para compor bancada forte'
Boulos na Câmara 'vai eleger uma série de outros candidatos para compor bancada forte'
Sérgio Abranches comenta o tabuleiro eleitoral na esquerda após a desistência de Guilherme Boulos, do PSOL, na disputa pelo governo estadual de São Paulo. Segundo ele, o movimento é ideal para um pleito sem coligações proporcionais. 'Ele vai ter eleição muito alta, que ultrapassa o coeficiente eleitoral', pontua. 'Vai eleger uma série de outros candidatos do partido em São Paulo para compor bancada forte para a Câmara Federal.'
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17 DE MAR. DE 2022
'Eles querem um estado de emergência para burlar a lei eleitoral'
'Eles querem um estado de emergência para burlar a lei eleitoral'
Sérgio Abranches detalha a fala do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, sobre a PL 1472/2021, aprovada no Senado. Ele destaca que o interesse não está no subsídio que Lira disse ser emergencial, mas na maneira como este recurso será disponibilizado. Abranches argumenta que, diante de um estado de emergência, a lei eleitoral poderá ser burlada. O comentarista também aponta que a briga em torno da Petrobras pode ser explicada pelo fato de a empresa 'ter um pé no mercado e outro no estado'.
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15 DE MAR. DE 2022
'Empresa estatal e commodity global é sempre uma mistura explosiva'
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Sérgio Abranches comenta o 'trio que tem dado o que falar': Petrobras, petróleo e política. Segundo ele, em momento no qual o transporte tende a ficar mais caro pelo aumento do preço dos combustíveis, é preciso ficar atento à questão dos subsídios. 'Quando a gente subsidia o ônibus indiscriminadamente, a gente subsidia grandes empresas transportadoras e o SUV do ricaço', pontua. 'Todo mundo pensa no carro, mas ninguém pensa no pobre sem emprego, comida e casa.'
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Ricardo Barros: ‘O presidente caminha para o segundo turno e vencerá as eleições com a absoluta certeza’
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O deputado líder do governo na Câmara (PP), Ricardo Barros, participou do GloboNews Debate deste domingo (3) e discutiu o posicionamento do presidente durante a pandemia. "A verdade não será superada por essas versões”, afirma.
Publicado há 17 horas
https://g1.globo.com/globonews/globonews-debate/video/ricardo-barros-o-presidente-caminha-para-o-segundo-turno-e-vencera-as-eleicoes-com-a-absoluta-certeza-10449550.ghtml
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Carlos Lupi: ‘Será que a população vai esquecer dos mais de 600 mil mortos?’
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Carlos Lupi, presidente do PDT, participou do GloboNews Debate deste domingo (3) e falou sobre a disputa presencial nas eleições de 2022. “Eu quero ter direito de uma democracia e de apresentar uma candidatura”, afirma Lupi sobre a candidatura de Ciro Gomes.
Publicado há 17 horas
https://g1.globo.com/globonews/globonews-debate/video/carlos-lupi-sera-que-a-populacao-vai-esquecer-dos-mais-de-600-mil-mortos-10449554.ghtml
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Juliano Medeiros: ‘Dizer que a inflação é culpa da guerra da Ucrânia é cinismo’
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Juliano Medeiros, presidente do PSOL, participou do GloboNews Debate deste domingo (3) e discutiu o resultado das eleições de 2022 e a gestão de Bolsonaro. “A inflação é problema da gestão econômica de Paulo Guedes e Bolsonaro”, disse.
Publicado há 16 horas
https://g1.globo.com/globonews/globonews-debate/video/juliano-medeiros-dizer-que-a-inflacao-e-culpa-da-guerra-da-ucrania-e-cinismo-10449560.ghtml
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Conversa com Bial | Guilherme Boulos | 31/03/22 Completo
2.400 visualizações1 de abr. de 2022
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papifps
1,39 mil inscritos
O Conversa com Bial desta quinta-feira, 31 de março, traz mais uma edição do talk show comandado por Pedro Bial que recebe convidados que falam sobre suas vidas e carreiras.
https://www.youtube.com/watch?v=jnQDWnXaEBc
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Conversa
Dorrit Harazim
@dorritharazim
📌Por ser portador de aguda e incurável deficiência moral, o filho 03 não merece ter rtw aqui. Prefiro ficar apenas com a coluna do dia da Jornalista e Amiga
@miriamleitao
🌹
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6:15 PM · 3 de abr de 2022·Twitter Web App
https://twitter.com/dorritharazim/status/1510727711068946439?s=24&t=tFSPMi76fwN5yD0D5RdhOA
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Notícias
Canal Livre: Simone Tebet diz que união da terceira via está próxima
Pré-candidata do MDB à Presidência conversou com os jornalistas Rodolfo Schneider, Fernando Mitre e Eduardo Oinegue
Da redação
03/04/2022 • 20:43 - Atualizado em 03/04/2022 • 21:52
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Com o fechamento da janela partidária e a data limite para deixar cargos no poder executivo, a semana teve reviravoltas na corrida presidencial e rompimento de algumas alianças.
Diante de um cenário que aponta para uma polarização entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL), as articulações seguem em busca de alternativas para a chamada terceira via.
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Em entrevista aos jornalistas Rodolfo Schneider, Fernando Mitre e Eduardo Oinegue no Canal Livre deste domingo (3), a pré-candidata do MDB Simone Tebet disse que as negociações para a união dos candidatos da chamada terceira via está muito próxima de um consenso.
“Acho que nunca estivemos tão próximos de um consenso. O próximo passo será os presidentes estarem juntos para vir a público, inclusive através da imprensa, para dizer "estamos unidos e teremos candidatura único". É consenso já isso. Estive com o Doria, jantei com o Doria. Estive antes com o Moro, que agora não faz mais parte. Mas nós fizemos um pacto junto com o presidente do MDB e do presidente do PSDB. Haverá uma única candidatura do centro democrático, por isso que digo que não é mais terceira via, é a via”, afirmou.
Sobre a adesão de Ciro Gomes (PDT) nessa possível união, a senadora se mostrou cética e disse que “ele não se inclui dentro desse centro democrático”.
Polarização
Simone Tebet também afirmou que a polarização entre Lula e Bolsonaro, que aparecem a frente nas pesquisas eleitorais, preocupa.
“Quem quer que ganhe no segundo turno entre Bolsonaro e Lula vai levar o segundo turno para 31 de dezembro de 2026. O Brasil não vai ter paz. Eu diria que são os dois lados da mesma moeda. Eles radicalizam, vivem dessa radicalização, vivem dessa polarização porque lhes convém eleitoralmente”, explicou.
Para a senadora, nenhum dos dois candidatos está preocupado com o povo brasileiro e seus reais problemas como a fome, miséria e desigualdade social.
“Se estivessem, não estariam radicalizando e levando o Brasil, praticamente, para o buraco. O que grande parte do problema do Brasil, econômico, é a instabilidade institucional e jurídica. Um flerta com autoritarismo e o outro com o populismo, que não deu certo”, explicou.
Na avaliação de Tebet, o candidato que tiver a menor rejeição pode sair vitorioso nas eleições presidenciais desse ano.
“O melhor que se apresenta não é quem pontua nas pesquisas, mas quem tem a menor rejeição. Então entre voltar ao passado e o presente, não é possível que esse Brasil não tenha mais nada a oferecer para o futuro. Então me apresento. Faço parte de um centro democrático, que perante a população brasileira, que não me conhece. Esse é meu principal motivo”, explicou.
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Cara a Cara. Presidente de Chile
Gabriel Boric: “Debemos dejar de pensar que la responsabilidad fiscal es una cuestión de derechas”
Sostuvo además sobre el desafío mapuches, “quiero ser muy claro, ni independencia ni secesión”
Tras la reunión con Alberto Fernández, Gabriel Boric reconoció "diferencias" con Argentina por los límites de la plataforma continental
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Gabriel Boric Presidente Chile Foto: Presidencia de Chile
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Marcelo Cantelmi
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03/04/2022 6:01
Clarín.comMundo
Actualizado al 04/04/2022 13:37
Gabriel Boric, el flamante presidente de Chile inicia este domingo una visita oficial a la Argentina. Gran parte de la agenda de este viaje pasa por este extenso reportaje con Clarín, horas antes de arribar.
─Argentina y Chile comparten el conflicto con los mapuches y los supuestos mapuches en el sur...
─¿Cómo los supuestos mapuches?
─Aquellos que dicen ser mapuches para tomar tierras o cometer delitos. Desde su llegada al poder continuó la violencia, hubo un grave maltrato a su ministra del Interior y hoy mismo nuevos incidentes en el Sur. ¿Cómo se gestiona este problema?
─Es tremendamente complejo, y uno de los desafíos quizás más complejos que tenemos como Estado. Yo soy plenamente consciente de que es un problema que nace de un conflicto entre el Estado chileno y el pueblo mapuche, desde la mal llamada por la historiografía tradicional -y quiero ser muy explícito- Pacificación de la Araucanía. Esta desde la década de 1860 en adelante generó una usurpación y un despojo que hasta el día de hoy no se ha resuelto. Y por lo tanto el empeño de nuestro gobierno está, y no soy ingenuo, en que estos conflictos no se solucionen de la noche a la mañana, pero al menos en dar un giro de timón y recomponer las confianzas, el diálogo, los parlamentos, los antiguos parlamentos, entre el Estado chileno y el pueblo mapuche.
─Pero ¿cómo se dialoga con esta violencia ?
─Nosotros no vamos a cejar en el camino del diálogo y quienes crean de cualquier sector que la violencia es el camino para solucionar algo yo les digo que están totalmente equivocados. Nuestro deber es hacer cumplir la ley y hacer respetar el estado de derecho, reconociendo a su vez de que acá hay un conflicto político que tiene derivadas de orden público como los que mencionas. Pero si no reconocemos el carácter político e histórico del conflicto nunca vamos a llegar a una solución.
─¿Qué propuesta le trae a Alberto Fernández para frenar a estos grupos que no reconocen a los Estados de Argentina ni Chile y algunos trafican desde drogas a madera.
─Yo en esto recomiendo diversificar las fuentes de información. Nosotros como base, y es un mínimo común que me imagino con el presidente de Argentina, vamos a estar plenamente de acuerdo, en que hay que hacer respetar el Estado de Derecho.
El presidente de Chile Gabriel Boric en su imagen oficial con el mar de fondo como símbolo de unidad.
El presidente de Chile Gabriel Boric en su imagen oficial con el mar de fondo como símbolo de unidad.
─¿Hay un desafío de soberanía?
─Acá no estamos en una discusión respecto de la soberanía territorial sino de cómo entendemos la relación entre los pueblos que habitan nuestro territorio y que preexisten a la conformación de los Estados. Y eso implica también un acto de imaginación política que tiene que ver con salir del discurso meramente de orden público. Por lo tanto lo que nosotros estamos haciendo en Chile mediante también un proceso constituyente en curso y tratando de retomar, con muchas dificultades, sabemos que va a ser difícil, las confianzas entre el Estado chileno y el pueblo mapuche. Es justamente la discusión sobre tierras y autodeterminación, que no es lo mismo, y en esto quiero ser muy claro, que ni independencia ni secesión.
El presidente de Chile, Gabriel Boric, durante una conferencia.. EFE/Alberto Valdés
El presidente de Chile, Gabriel Boric, durante una conferencia.. EFE/Alberto Valdés
─¿Pero cómo se resuelve la violencia?
─La violencia no es de hace tres semanas. La violencia en el territorio data de 1860 en adelante. Por lo tanto, el pretender que esto lo vamos a resolver con una declaración de buenas intenciones, sería un poco ingenuo. Tenemos que explorar todos los caminos. Muchas de estas cosas se tienen que hacer en silencio, sin prensa, sin aspavientos, sin pretensiones de heroísmo, sino en una conversación que justamente recomponga los vínculos de confianza que hoy día están muy deteriorados. Y ése es el camino que nosotros vamos a seguir, por cierto, insisto, haciendo cumplir la ley y persiguiendo los delitos cuando se cometan.
─Si bien hubo pedidos de disculpas, su ministra del Interior habló del Wallmapu mapuches, ese término incluye territorio argentino. ¿Da por terminada esa polémica?
─Sobre la polémica mi actitud y mi invitación es que en América Latina tenemos que repensar la relación que hay entre los Estados Nacionales con los pueblos originarios, con los indígenas. Y eso es lo que nosotros estamos trabajando en Chile. No soy quién para decir a ningún presidente cómo tiene que hacer las cosas en su territorio. Es lo que nosotros vamos a seguir en Chile y si le podemos colaborar y también aprender de otras experiencias bienvenido sea.
─¿Habrá una coordinación sobre este tema?
─Coordinación para buscar soluciones y para enfrentar esto de manera pacífica… Pero no quiero dejar ningún espacio de duda, nosotros respetamos íntegramente la soberanía territorial argentina. Eso no es un asunto que esté en discusión de parte nuestra.
─Lo llevamos a otro tema, usted ha sido descripto como un socialdemócrata y en esa línea se ha diferenciado con una dura condena a las dictaduras de Nicaragua, Venezuela o Cuba...
─Es un tema de principios. Los derechos humanos deben respetarse y deben hacerse valer y promoverse sin importar el color del gobierno que los vulneren. Y eso corre, partiendo por casa, Chile, como para Venezuela, Nicaragua, Brasil, Ucrania, Rusia, Yemen, Israel, etcétera. Por lo tanto, en esto yo no hago distinciones y creo que tenemos que abandonar la política partisana de solamente condenar con quienes tenemos una adversidad ideológica. Porque eso le quita legitimidad a nuestra causa. Y por lo tanto, en los casos que mencionas nosotros vamos a ser promotores de la democracia y los derechos humanos.
El presidente de Chile, Gabriel Boric, tras jurar su cargo, 11 de marzo de 2022. REUTERS/Pablo Sanhueza
El presidente de Chile, Gabriel Boric, tras jurar su cargo, 11 de marzo de 2022. REUTERS/Pablo Sanhueza
─¿Cómo lo gestionará?
─Cada caso es diferente, no se pueden equiparar. Nosotros somos colaboradores del Grupo Internacional de Contacto, que hoy día está trabajando en México, con apoyo de Noruega. Chile es uno de los países observadores para favorecer una resolución pacífica, vía negociación en Venezuela, que le de legitimidad a las próximas elecciones para que no haya ninguna duda de la voluntad del pueblo venezolano que se exprese en ese momento.
─¿Nicaragua?
─En el caso de Nicaragua, la situación es otra. Hubo una elección desde mi visión no cumple con los mínimos estándares democráticos y creo que hay que decirlo sin pelos en la lengua. La mayoría o parte importante de los candidatos opositores al régimen estuvieron presos o siendo perseguidos. Ya no solamente los candidatos como el caso de Chamorro, sino también viejos guerrilleros como Dora María Téllez y para qué decir el Premio Cervantes, Don Sergio Ramírez, cuya literatura recomiendo, en particular su libro “Querido muchacho”, que cuenta un poco el proceso del sandinismo. Nosotros vamos a promover
─En una declaración a la BBC usted dijo que en economía no puede haber atajos irresponsables y defendió los equilibrios fiscales. En Argentina la visión contraria a esa noción ha causado un desastre en la economía.¿Cómo tramita con sus aliados del Partido Comunista este tipo de posiciones?
─Lo que pasa, Marcelo y Natasha, es que, acá desde la izquierda tenemos que dejar de pensar que la responsabilidad fiscal es una cuestión de derechas. La responsabilidad fiscal debe ser una política de estado porque además es lo que garantiza que uno pueda llevar adelante los procesos de reforma. Como bien dijo nuestro ministro de Hacienda, Mario Marcel. Yo no lo designé para frenar reformas, sino para hacer que estas sean posibles y sustentables y sostenibles en el tiempo. Nosotros hoy día en Chile estamos enfrentando en parte una situación mundial que es muy difícil. A todos nos está golpeando, por la guerra en Ucrania, y la pandemia, el proceso inflacionario que ha sido muy duro. Lo tenemos en diferentes dimensiones, entiendo que en Argentina fue del 50%, nosotros estamos en el orden, con perspectivas de 10% a fin de año.
─Acá el cálculo es por encima del 70%
─Bueno. Nosotros vamos a ser muy responsables con la política fiscal. Y eso no implica la lógica de austeridad y recorte de derechos sociales, sino más bien, para poder garantizar derechos sociales en Chile tenemos que apuntar hacia la convergencia fiscal. ¿Qué significa eso? Tener una relación entre lo que producimos y una deuda que sea sustentable en el tiempo. Eso no es una política de derechas, es una política de Estado. Y que yo como una persona de izquierda la reivindico y la voy a defender.
─Hay alguna inquietud en algunos chilenos sobre lo que se hará con los fondos de pensión. ¿Va a permitir que los dueños de los fondos sigan siendo los ciudadanos, los individuos o los tomará el Estado?
─En nuestro programa está la construcción de un sistema de seguridad social que hoy día en Chile no existe. En Chile lo que tenemos es básicamente, con algunas excepciones, un sistema donde cada uno se salva como puede. Y uno de los motivos que generó el estallido social en nuestro país tiene que ver justamente con la sensación de abandono por parte del estado, y la vulnerabilidad compartida que miles de chilenos que están acogotados de deudas y que además tienen que pagar por todo lo que debieran ser derechos. Educación, salud, pensiones, entre otros. Por lo tanto nosotros vamos a construir un sistema de seguridad social, en donde, y en esto también quiero ser muy claro, vamos a respetar los ahorros de las y los trabajadores. Eso implica cambiar de administración que se han venido siguiendo desde el 81 en adelante. Nosotros no creemos que el modelo de AFP… AFJP creo que le llaman allí, que son administradoras privadas de las cotizaciones obligatorias, sea el modelo a seguir. Queremos crear con los ahorros de los trabajadores, y los aportes del estado un sistema de seguridad social que garantice pensiones dignas.
El presidente de Chile Gabriel Boric inicia este 3 de abril su primer viaje internacional a la República Argentina.
El presidente de Chile Gabriel Boric inicia este 3 de abril su primer viaje internacional a la República Argentina.
─¿Pero, los ciudadanos seguirán siendo dueños de las pensiones?
─Los ciudadanos son dueños del derecho a tener una pensión digna y de seguridad social.
─¿Cómo reaccionaron los empresarios sobre su iniciativa de incrementar la presión impositiva?
─Yo diría que hay una discusión respecto de los bordes y la técnica, pero hay un consenso en que necesitamos en Chile un nuevo pacto tributario. Y ahí yo he invitado, al mundo empresarial y también a nuestro gobierno y a nuestras bases, a que no planteemos esto desde un punto de vista de enemigos ni adversarios, sino que para que Chile pueda crecer, que Chile lleva estancado más de 10 años, en términos de crecimiento, necesitamos recuperar la cohesión social, y para eso es importante un nuevo pacto tributario. Por lo tanto yo no les diré, ‘me va a tener que dar un porcentaje mayor de los impuestos porque lo que usted ha ganado es ilegítimo’. No, mi llamado es que quien tenga más contribuya más en particular en términos personales, porque en materia de impuestos a las empresas estamos en un estándar bastante correcto.
─¿Qué propuesta trae en materia comercial y de inversiones al gobierno argentino teniendo en cuenta que varias empresas emblemáticas de Chile se han ido de la Argentina, entre otras cuestiones por la dificultad para operar aquí?
─Primero, Argentina es nuestro segundo socio comercial en términos de intercambio en América Latina y el sexto a nivel mundial. Tenemos una relación de intercambio de más de 5.000 millones de dólares. Las inversiones chilenas en Argentina generan más de 125.000 empleos. En el último año aumentó significativamente la relación comercial entre ambos países. Decidí viajar a la Argentina con una delegación que incluye a ministros, autoridades de Estado, del Poder Judicial, del Parlamento, el presidente de la Corte Suprema. Una delegación de artistas, porque queremos incentivar el desarrollo y el vínculo cultural entre nuestros dos países, y una delegación de empresarios que es diversa, hasta empresarios de cooperativas o empresas de emprendimientos de start ups, entre otros.
─¿Qué estará en esa agenda?
─Nos interesa promover una mayor inversión y una mayor colaboración desde la perspectiva privada también. Ahora, qué le traigo yo y qué es lo que vamos a conversar con el presidente Alberto Fernández, son cuestiones de Estado, de políticas públicas, entre otras cosas un acuerdo energético. Tenemos que recuperar una relación que quedó golpeada en su momento, producto de las diferencias que tuvimos respecto al gas en los inicios de los 2000 (en realidad fueron bajo la administración de Ricardo Lagos y Néstor Kirchner) y creo que hoy día tenemos grandes posibilidades de realizar intercambios en materia energética que nos permitan avanzar hacia la descarbonización que es parte importante de nuestro programa. Pero en eso vamos a entrar después, me interesa mucho conversar de cómo recuperamos el liderazgo de América Latina en los foros internacionales.
Gabriel Boric Presidente Chile Foto Presidencia de Chile
Gabriel Boric Presidente Chile Foto Presidencia de Chile
─Tenga en cuenta presidente que Argentina no tiene gas en este momento para ese equilibrio energético binacional, por el contrario Argentina necesita importar gas
─Bueno hay diferentes proyectos que tienen por ejemplo en Vaca Muerta, en materia de hidrógeno verde. Hay tremendas perspectivas del hidrógeno verde en la región de Magallanes, la experiencia que hemos tenido también en energía solar, ese intercambio no puede ser visto solamente en términos de guita como le llaman ustedes, en términos de dinero, sino también por intercambio de encadenamientos productivos, transferencia tecnológica. Te noto crítico de tu país, Marcelo, está bien, siempre hay que tener esa perspectiva…
─Crítico de la coyuntura, Presidente
─Bueno, la coyuntura del mundo está difícil. No me voy a meter en las evaluaciones que cada uno tenga respecto a su país o a la política, pero lo sigo creyendo, soy un convencido de que podemos colaborar mucho más entre Chile y Argentina y no solo en materia energética. Mira lo que está pasando por ejemplo con el proyecto del canal bioceánico, donde está involucrado Brasil, el norte de Argentina, Paraguay. Hoy día están las obras en el Río Paraguay, para tener una salida del Atlántico al Pacífico en Chile. Eso es un proyecto de una inversión gigante que nos puede reportar beneficios a todos los países involucrados y a los que tenemos que ponerle más decisión, más involucramiento de los Estados. Eso es parte de las cosas que vamos a conversar sin lugar a dudas con Alberto.
─¿Derogará el decreto de Sebastián Piñera que extendió la plataforma continental de Chile superponiéndola con la de Argentina?
─La Antártica en sus estatutos dice que es un continente de ciencia y de paz . Si vas a la Antártida, en la base chilena Frei se puede ver una iglesia ortodoxa rusa. Para descargar en nuestro muelle tenemos que pedirle la grúa a los chinos. La ultima vez que fui, fue a la base coreana. Tenemos misiones conjuntas con Argentina, por lo tanto la discusión sobre la plataforma continental donde tenemos posiciones de Estado distinta, y nosotros vamos a defender nuestra posición de Estado, no me cabe la menor duda de que lo vamos a hacer de forma pacífica y en beneficio de ambos pueblos.
─Usted habló de promover una mayor presencia latino americanista, ¿qué organismo imagina?
─No podemos seguir teniendo grupos solamente en función de la afinidad ideológica temporal de los gobernantes de turno. Y a mi lo que me interesa es fortalecer, institucionalmente, la voz de América Latina en los foros internacionales.
─¿Cómo se implementa?
─Déjame darte un ejemplo. La última COP 26 (medio ambiente), en Escocia no tuvo ninguna posición de América Latina. O en materia de pandemia, donde tenemos una tasa de mortalidad mucho más alta que el resto del continente, y donde tenemos tasas tremendamente desiguales de vacunación, en materia migratoria donde tenemos una de las tres grandes crisis de fenómenos migratorios en el mundo que es el venezolano.Tenemos que tener políticas regionales para poder abordar esto. Yo espero fortalecer foros como la CELAC (Comunidad de Estados de Latinoamérica y Caribe). Para nosotros la Alianza del Pacífico es tremendamente importante. Somos país observador del Mercosur. Durante mucho tiempo hubo un discurso de la élite chilena que no se entendió o que se entendía ajeno de la situación Latinoamericana. Yo creo que eso tiene que cambiar. Chile es profundamente latinoamericano y tiene que ver en estos países colaboración y no amenazas.
─Recuerdo que la entonces presidente (Michelle) Bachelet le ofreció a su colega de la época Cristina Kirchner la integración del Mercosur con la Alianza del Pacífico y acá y en Venezuela se rechazó esa posibilidad con el señalamiento de esa Alianza era un invento norteamericano.
─Lo que tú acusas con razón, es el mismo problema de origen de Prosur (foro regional impulsado por fuerzas políticas de derecha). Yo, siendo una persona de izquierda, espero tener las mejores relaciones de integración con el presidente de Paraguay o el actual presidente de Colombia, que no son de mi signo político. Represento a un Estado, a todos los chilenos y chilenas y no solamente a la izquierda. Por lo tanto tengo el deber de generar las relaciones de Estado con el resto de los países.
─¿Qué comentarios hace su gobierno sobre la invasión de Rusia a Ucrania?
─Desde mi punto de vista estamos ante una guerra de agresión donde ha habido retroceso significativo en el respeto a los tratados internacionales y al multilateralismo. Lo que no es aceptable. Y por lo tanto va nuestra solidaridad con quienes han sido invadidos. El pueblo ucraniano esta viviendo los efectos de esta guerra inaceptable. Y la vez el pueblo ruso que no es el culpable de las decisiones de sus gobiernos está viviendo los efectos de las sanciones. Todos perdemos. Incluso quienes estamos lejos.
"Hay que apoyar la demanda argentina por las Malvinas"
─Usted ha respaldado el reclamo argentino de soberanía de Malvinas. Interesa porque nació en Punta Arenas, que tiene una fuerte relación con los isleños y donde incluso se las llama Falkland Islands. ¿De dónde proviene su sentimiento?
─Aprovecho para saludar al pueblo argentino en este aniversario de los 40 años del la triste guerra de Malvinas. Tengo varias aproximaciones. Como ustedes bien dicen soy magallánico. Me crié más cerca de Argentina que del centro de Chile, con viajes permanentes a Río Gallegos, a Río Turbio, a Río Grande, a Tolhuin, Puerto Almanza, Ushuaia. Y por lo tanto siento una profunda hermandad con el pueblo argentino desde muy chico. Mis primeros viajes de niño fueron a la provincia del Chubut, en particular a Trelew. Los veraneos que más recuerdo fueron en Rawson, donde además tenía familia que se fue a vivir allá en la década de los 50 y 60.
─Patagonia profunda…
─Es entonces que siento un vínculo muy profundo con Argentina y con la historia del pueblo argentino. Dicho esto, sobre la contingencia en específico, yo soy profundamente latinoamericanista. Apoyo de manera clara y decidida la reivindicación que hace el gobierno y el pueblo y el Estado argentino sobre las Islas Malvinas. Por cierto la resolución de estos conflictos tienen que ser por la vía de la paz. Es lo que nosotros siempre vamos a incentivar.
El presidente de Chile Gabriel Boric inicia este 3 de abril su primer viaje internacional a la República Argentina.
El presidente de Chile Gabriel Boric inicia este 3 de abril su primer viaje internacional a la República Argentina.
─Para algunos sectores en Chile el apellido Kirchner es “mala palabra” por las disputas territoriales y el corte en el envío de gas. ¿Se verá con la vicepresidente? ¿Afecta el gobierno bicéfalo argentino la relación bilateral?
─Estaba recordando una frase de Perón: que cuando le preguntaban por conflictos con la historia, con el pasado, a propósito digo del fallecido Néstor Kirchner, Perón decía, “imagínate la cantidad de problemas que tengo con los vivos, cómo sería si me metiera con los muertos”. Entonces yo no voy a hacer ahora en el marco de mi primera visita a Argentina un juicio respecto de lo que han sido los últimos gobiernos argentinos. Mi intención es fortalecer las relaciones. Cristina Kirchner es presidente del Senado, vamos a una visita de Estado y por lo tanto nos vamos a reunir con todas las instituciones del Estado. Incluye la presidencia del Senado, la Corte Suprema, y por cierto el Presidente de la Nación.
─¿Qué instrucción le dio a la embajadora a la nueva embajadora chilena en Argentina, Bárbara Figueroa? (Que viene del PC y la militancia sindical y fue criticada por la oposición en Chile)
─Bárbara es, al igual que yo, una mujer internacionalista. Una mujer con gran experiencia sindical. El mandato que le he dado, que lo vamos a conversar en profundidad seguramente en nuestra visita, es el de fortalecer en todas las dimensiones la relación con Argentina. No lo vernos sólo desde el punto de vista comercial. Porque siempre cuando se habla de relaciones entre países se habla de colaboración a nivel o comercial o militar. Yo quiero hablar también de cultura y de integración.
El presidente de Chile, Gabriel Boric, en el acto oficial de firma del Acuerdo de Escazú, el 18 de marzo pasado.
EFE/ Alberto Valdés
El presidente de Chile, Gabriel Boric, en el acto oficial de firma del Acuerdo de Escazú, el 18 de marzo pasado. EFE/ Alberto Valdés
Itinerario
Gabriel Boric Font. Presidente de la República, desde el 11 de marzo de 2022. Es el jefe de Estado más joven de su país y también el más votado. Nació en Punta Arenas el 11 de febrero de 1986. Hijo de Luis Javier Boric Scarpa y María Soledad Font Aguilera. Cursó la educación básica y media en The British School de Punta Arenas. Se recibió en Derecho en la Universidad de Chile. En 2009 fue presidente del Centro de Estudiantes de Derecho. Entre 2010 y 2011 se desempeñó como senador universitario de la Universidad de Chile, para luego en 2012 asumir como presidente de la Fech, y liderar el movimiento estudiantil. Fue uno de los líderes de la protesta de 2011. En marzo de 2014, asumió como diputado por el Distrito 60 de Magallanes, siendo el único candidato independiente que logró un escaño por fuera del sistema binominal. Ganó la presidencia con una coalición de izquierda y centroizquierda en segunda vuelta electoral el 19 de diciembre de 2021. Obtuvo el 55,8 % de los votos contra la coalición de centro y ultraderecha de José Antonio Kast.
Al toque
Un proyecto: Me gusta mucho el canal biocéanico.
Un desafío: Que América Latina vuelva a tener voz en los debates mundiales.
Un líder: De los que me ha marcado Albert Camus, y me gustaría mencionar, en nuestro país a una lider feminista que fue tremendamente importante. Julieta Kirkwood, que ya falleció, pero es una feminista chilena del Partido Socialista, tremendamente lúcida y destacada.
Un prócer: Me gusta mucho la figura de San Martín, creo que ha ido creciendo con el tiempo.
Una sociedad que admire: Admiro, esto no sé cómo va a caer, pero me gustan mucho los uruguayos.
Una comida: Cordero al palo.
Una bebida: El pisco. Pero si voy a Argentina, evidentemente me voy a tomar un Fernet. Por supuesto con coca.
Un recuerdo: La primera vez que vi un dinosaurio en el Museo de Historia Natural, de Trelew .
Un placer: Parrilla, música y amigos. (y dirá luego que se siente "ricotero", le gusta la música y el futbol argentino.
Un libro: Estoy leyendo “Tierras de sangre”, que cuenta la historia de Europa del Este entre 1933 y 1945, que es terrible. El otro es compilado de cuentos de Mariana Enriquez, “Las cosas que perdimos en el fuego”.
https://www.clarin.com/mundo/gabriel-boric-debemos-dejar-pensar-responsabilidad-fiscal-cuestion-derechas-_0_UuBFVOFAMf.html
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Sequência
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Conversa
Sergio Abranches
@abranches
Viktor Orbán estava perdendo espaço. Aí, Putin invadiu a Ucrânia. A violação da soberania do país vizinho pelo autocrata russo ajudou Orbán a vencer. Três autocratas da OTAN saíram fortalecidos: Orbán, Erdogan, na Turquia, e Duda na Polônia.
8:58 AM · 4 de abr de 2022·Twitter for iPad
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Sergio Abranches
@abranches
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Em resposta a
@abranches
O quarto mandato de Orbán é resultado da manipulação da legislação eleitoral. As mudanças lhe deram o segundo mandato, no qual avançou na autocratização do parlamentarismo húngaro. Formou-se uma frente ampla de oposições contra ele nestas eleições.
https://twitter.com/abranches/status/1510949816179867663?s=20&t=xBhNv2h4ZbUoyAxeIxZhGQ
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Bananinha, cobra e cortina de fumaça
22.159 visualizações4 de abr. de 2022
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Fala, M.R.
214 mil inscritos
O post repugnante de Eduardo Bolsonaro sobre Mirian Leitão e porque esse assunto entrou em pauta.
Olá. Eu sou o cartunista Maurício Ricardo. Atuo como chargista e jornalista há mais de 30 anos. Estou usando esse canal pra postar meus vlogs e desabafos.
https://www.blogger.com/blog/post/edit/8761611736633123803/317116890467754070
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Política
Partidos entram com ação na Câmara contra Eduardo Bolsonaro por deboche contra Míriam Leitão
PCdoB e PSOL protocolaram representação no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar
Por Agência O Globo
4 ABR 2022 às 19h21
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)
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Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) - Nilson Bastian/Câmara dos Deputados
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Uma publicação em rede social do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), debochando da tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão, colunista do GLOBO, durante a ditadura militar, provocou várias reações de repúdio. Partidos como o PCdoB, PSOL e Rede entraram nesta segunda-feira com representações no Conselho de Ética da Câmara contra o parlamentar filho do presidente Jair Bolsonaro.
O comentário de Eduardo Bolsonaro foi feito em sua conta do Twitter, na tarde deste domingo, em resposta a uma postagem em que a jornalista afirmou que Jair Bolsonaro (PL) é um inimigo confesso da democracia. Eduardo Bolsonaro escreveu: “Ainda com pena da cobra”, numa referência a um dos métodos empregados pelos torturadores da jornalista.
A representação do PCdoB classificou a conduta do deputado como "incompatível com o decoro parlamentar" e o acusou de fazer "verdadeira apologia à tortura". "Em verdade, o deputado ora representado, foi muito além do deboche, não foi mero 'animus jocandi', o parlamentar do PL, fez verdadeira apologia a tortura, na medida em que o réptil a que fez referência, foi instrumento de tortura psicológica, cruel e que revela a mente sádica de quem a praticou, bem como de quem consegue extrair do fato, o que julga humor, galhofa, motivo de piada, aliás, a publicação do parlamentar revela muito sobre o seu caráter, ou melhor, a falta dele", diz o texto assinado pela presidente do PCdoB, Luciana Santos.
Já a ação do PSOL e da Rede pediu a cassação do mandato de Eduardo pelo que chamou de "atentado contra a dignidade de todas as mulheres". "A cassação é imperativa e urgente. Não há nenhuma condição moral e política dele permanecer à frente de qualquer cargo público.
Diante desses fatos, é dever fundamental dos poderes constituídos, inclusive o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, a tomada das providências cabíveis para punir o Representado pelos referidos atentados contra à dignidade da jornalista", diz ação assinada pelo presidente do PSOL, Juliano Medeiros.
As ações foram anunciadas por deputados logo pela manhã de hoje. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que estava consultando os advogados da sigla para mover a representação pelo "deboche afrontoso e desumano à tortura sofrida pela jornalista".
Em seus perfis no Twitter, as deputadas Natália Bonavides (PT-RN) e Sâmia Bonfim (PSOL-SP) também anunciaram que iriam acionar o Conselho de Ética. "A solidariedade à Míriam Leitão, torturada aos 19 anos e grávida, precisa ser a punição de Eduardo Bolsonaro", escreveu Natália.
Crise no PSDB: Leite manterá agenda paralela com QG em São Paulo, em meio a tentativas de isolar Doria
"Miriam Leitão estava grávida quando usaram uma Cobra numa sala escura para torturá-la. Um homem que faz piada com essa situação é desumano, repugnante", acrescentou Sâmia.
Esta não é a primeira vez que Eduardo Bolsonaro é alvo de processos no Conselho de Ética. Em abril de 2021, a comitê decidiu arquivar a acusação de que ele quebrou o decoro e atentou contra a democracia por sugerir, em entrevista, a adoção de um novo AI-5, ato que cassou as liberdades individuais durante a ditadura militar.
Em 2017, foram arquivados outras duas ações que pediam a suspensão dele por ter cuspido em direção ao então deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) durante a sessão que votava a admissibilidade do pedido de impeachment de Dilma Rousseff. Wyllys, por outro lado, foi punido com uma censura por escrito pelo Conselho de Ética por ter cuspido no então deputado Jair Bolsonaro, que hoje é presidente da República.
Desde ontem, o comentário de Eduardo Bolsonaro gerou uma onda de repúdio por parte de políticos de diferentes partidos e ideologias.
O senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) considerou o comentário covarde e asqueroso e “reflete o que essa família é”. O também senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) escreveu que o ataque grosseiro contra a jornalista visa desviar a atenção de problemas como fome, miséria e casos de corrupção. “A estratégia dos Bolsonaros é clara: usar falas polêmicas para desviar a atenção”, afirmou o parlamentar.
O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) classificou o deputado como um “monstro”. A ex-deputada Manuela D’Ávila afirmou “que ele debocha do Brasil e de nossas instituições”.
Professora Dayane Pimentel, deputada federal (União Brasil-BA), escreveu que Míriam Leitão pode ter escolhas políticas diferentes das suas, mas isso é democracia.
“Mas Eduardo Bolsonaro ameaçar, xingar e desrespeitar a mim, a ela ou a qualquer outra mulher só mostra o vil que é. Família Bolsonaro é perseguidora de quem não se curva”, escreveu a parlamentar.
Jornalistas dos mais diferentes veículos e economistas também se pronunciaram a respeito da agressão do filho do presidente.
“Durante a ditadura militar, usaram uma cobra para torturar a Míriam Leitão, que estava grávida. Hoje, essa figura nojenta publicou isso”, protestou o economista Sérgio Goldenstein.
Em 2014, Míriam Leitão relatou que, dois dias depois de ser presa e levada para o quartel do Exército em Vila Velha, no Espírito Santo, ela foi retirada da cela e escoltada para o pátio. Míriam estava grávida. Seu suplício, iniciado no dia 4 de dezembro de 1972, até ali já incluía tapas, chutes, golpes que abriram a sua cabeça, o constrangimento de ficar nua na frente de 10 soldados e três agentes da repressão e horas intermináveis trancada na sala escura com uma jiboia. A caminho do pátio escuro, os torturadores avisaram que seria último passeio, como se a presa estivesse seguindo para o fuzilamento.
Leia o editorial publicado pelo GLOBO na noite deste domingo sobre o tema:
"Repugnante e inaceitável
FOI REPUGNANTE, ofensiva e absolutamente inaceitável a manifestação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) que fez referência à tortura sofrida pela jornalista Míriam Leitão, colunista do GLOBO, durante a ditadura militar.
EM POST publicado numa rede social contestando uma crítica feita por Míriam ao presidente Jair Bolsonaro — ela o chamara de “inimigo confesso da democracia” —, o filho Zero Três zombou de um dos episódios mais dramáticos e cruéis da vida dela, a tortura a que foi submetida nos porões da ditadura enquanto estava grávida.
A MANIFESTAÇÃO do deputado deve ser repudiada com toda a veemência. É incompatível não apenas com o que se espera de um detentor de mandato popular, mas sobretudo com a decência e o respeito humanos. Merece, além do repúdio firme, providências das instituições obrigadas constitucionalmente a zelar pelo Estado de Direito".
https://www.folhape.com.br/noticia/amp/222224/partidos-entram-com-acao-na-camara-contra-eduardo-bolsonaro-por/
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