terça-feira, 19 de abril de 2022

ALDRABA DE BRONZE

Fingia que lata era um navio e viajava de lata. ***
*** *** Música e Trabalho: Todo Dia Era Dia de Índio (Baby Consuelo)* Centro de Memória Sindical Música e Trabalho 28,5 mil inscritos Falar em dia do índio é uma ironia. A música de Jorge Ben não é uma homenagem ao povo indígena. É mais do que isso. O autor toma para si o lamento daqueles que foram dizimados, que perderam seu espaço, sua terra, sua vida, para o colonizador europeu. A música, desta forma é um protesto contra a ironia cínica com que o "homem branco" comemora o dia do índio. Porque antes de sua chegada "todo dia era dia de índio". Todo Dia Era Dia de Índio Jorge Ben/1982 Curumim,chama Cunhatã Que eu vou contar Curumim,chama Cunhatã Que eu vou contar Todo dia era dia de índio Todo dia era dia de índio Curumim,Cunhatã Cunhatã,Curumim Antes que o homem aqui chegasse Às Terras Brasileiras Eram habitadas e amadas Por mais de 3 milhões de índios Proprietários felizes Da Terra Brasilis Pois todo dia era dia de índio Todo dia era dia de índio Mas agora eles só tem O dia 19 de Abril Mas agora eles só tem O dia 19 de Abril Amantes da natureza Eles são incapazes Com certeza De maltratar uma fêmea Ou de poluir o rio e o mar Preservando o equilíbrio ecológico Da terra,fauna e flora Pois em sua glória,o índio Era o exemplo puro e perfeito Próximo da harmonia Da fraternidade e da alegria Da alegria de viver! Da alegria de viver! E no entanto,hoje O seu canto triste É o lamento de uma raça que já foi muito feliz Pois antigamente Todo dia era dia de índio Todo dia era dia de índio Curumim,Cunhatã Cunhatã,Curumim Terêrê,oh yeah! Terêreê,oh! https://www.youtube.com/watch?v=stusV7N-cOg **************************************************
*** Opinião do dia - Renan Calheiros*: Escória “O deboche inumano do vice-presidente Mourão com os que foram torturados na ditadura dá a exata dimensão da escória que chegou ao poder com Bolsonaro.” *Renan Calheiros, Senador (MDB-AL), O Globo, 19.4.22
*** Carta ao general Mourão: investigar o passado é nossa garantia de futuro 21.fev.2019 - Vice-presidente da República, general da reserva Hamilton Mourão Imagem: Sérgio Lima/AFP Jamil Chade Colunista do UOL 18/04/2022 14h41 General Mourão, Com uma risada, o senhor humilhou a democracia e esnobou a possibilidade de uma investigação sobre crimes cometidos pelo estado, alegando que aquilo fazia parte da história. Que isso tudo já teria passado. Quando as marcas da tortura ainda estão frescas na alma, passou para quem? Quando estamos presenciando no século 21 atos que rimam com aqueles de 1964, de qual história estamos falando? Sim, aquelas vozes nos áudios que revelam a tortura durante o regime militar já morreram. Mas não as vozes das vítimas e nem a da liberdade. Lidar com o passado é um direito de uma sociedade. De fato, ao optar por não olhar para crimes do passado, o senhor está cometendo uma violação de direitos: a negação da Justiça. Lidar com o passado não é apenas para passá-lo a limpo. Mas um dos instrumentos mais poderosos para prevenir atrocidades futuras. Pelo mundo, um dos melhores índices de previsão de violência numa sociedade é como ela lidou com atrocidades no passado. Nisso, nosso passado nos condena. Na África, Europa, América Latina e em tantas outras regiões do mundo, reconhecer e investigar o passado serve como alicerce para garantir a resiliência de uma nação contra eventuais crimes. Países mais propensos a viver períodos de turbulência, golpes e opressão são justamente aqueles que, em tempos de paz, não criaram os mecanismos necessários para monitorar violações de direitos humanos. Nisso, nosso presente também nos condena. Investigar o passado não serve apenas para ampliar os detalhes em livros de história sobre algo que ficou para trás. E sim para criar uma consciência clara de uma recusa a ceder diante da opressão e censura. Investigar o passado é sinalizar a uma sociedade que existe uma aposta clara de que o futuro nos reserva dias melhores. Durante o período de ditaduras, a desumanização foi uma das estratégias mais profundamente adotadas para minar qualquer resistência. Hoje, recuperar a verdade é o único caminho para humanizar uma sociedade. Reconhecer os crimes do passado é parte fundamental de nosso futuro. Dar nomes aos criminosos, explicar os mecanismos de tortura e as estratégias de silenciamento são pilares de um processo lento de construção de um estado de direito. General, o senhor sugeriu que não há o que apurar, já que os supostos suspeitos não estão vivos. A investigação de um crime do estado, entretanto, não faz sentido apenas se o acusado está vivo. Ela é uma exigência sempre que a democracia estiver viva. E vamos lutar diariamente para que ela não faça parte do passado. Caso contrário, nosso futuro nos condenará. Saudações democráticas Jamil https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2022/04/18/carta-ao-general-mourao-investigar-o-passado-e-nossa-garantia-de-futuro.htm?utm_source=chrome&utm_medium=webalert&utm_campaign=coluna-jamil-chade *************************************************************************
*** Nas entrelinhas: Áudios rompem o silêncio militar sobre torturas Publicado em 19/04/2022 - 07:16 Luiz Carlos AzedoComunicação, Governo, Memória, Militares, Política, Política, Segurança, Terrorismo, Violência A tortura e a eliminação física de oposicionistas foram uma política de Estado, denunciada por suas vítimas e advogados nos tribunais. Não eram divulgadas pela imprensa porque havia censura Questionado sobre os áudios divulgados pela jornalista Míriam Leitão em sua coluna no jornal O Globo, que mostram sessões do Superior Tribunal Militar (STM) na época do governo ditatorial, nas quais os ministros generais que integravam o órgão falam sobre torturas, o vice-presidente Hamilton Mourão respondeu: “Apurar o quê? Os caras já morreram tudo, pô. (risos). Vai trazer os caras do túmulo de volta?” General da reserva, Mourão traduziu uma espécie de senso comum entre os militares: o silêncio das Forças Armadas em relação à questão das torturas, dos assassinatos e dos desaparecimentos de oposicionistas durante o regime militar. Colocou-se uma pedra sobre esse assunto. As Forças Armadas se recusam a revisitá-lo publicamente, com um olhar autocrítico e democrático, como ocorreu em outros países. Essa atitude é legitimada pelo pacto de aprovação da “anistia recíproca”, pelo Congresso, em 1979. O acordo entre o governo militar e a oposição, que beneficiou “subversivos” e torturadores, é um assunto sacramentado, também, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Àquela época, a anistia foi um efetivo avanço em direção à democracia, pois possibilitou a libertação de presos políticos e a volta dos políticos exilados. Entretanto, enfrentou reações dos “porões” do antigo regime militar, inclusive por meio de atentados à bomba, entre os quais o do Rio Centro, que fracassou. Naquela noite de 30 de abril de 1981, um show comemorativo do Dia do Trabalho reunia 20 mil pessoas no Rio Centro, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, quando uma bomba explodiu no estacionamento. O sargento Guilherme Pereira do Rosário, que morreu na hora, e o capitão Wilson Luís Chaves Machado, gravemente ferido, preparavam o artefato no interior de um veículo Puma com placa fria, utilizado pelo Doi-Codi. Segundo as autoridades militares da época, estavam num serviço de rotina. Outra bomba colocada na casa de força do prédio não chegou a explodir. Aquele episódio acabou sendo um divisor de águas do processo de abertura política, que iria desaguar na eleição de governadores oposicionistas, em 1982; na campanha das Diretas Já; e na eleição de Tancredo Neves, em 1985, no colégio eleitoral, que pôs fim ao regime militar. Caso o atentado fosse bem-sucedido, resultaria num massacre de artistas, estudantes e sindicalistas. Nada ocorreu com o capitão Wilson Machado, que se recuperou dos graves ferimentos, continuou no serviço ativo e chegou a ser professor no Colégio Militar de Brasília. Vez por outra, como agora, o militar terrorista é lembrado. Reformado como coronel, é a única testemunha viva do atentado do Rio Centro. Ao contrário do que disse o general Mourão, outros 97 militares envolvidos com as torturas também estão vivos, segundo lista divulgada pelo Instituto Vladimir Herzog, criado em memória do jornalista assassinado nas dependências do Doi-Codi, na Rua Tutóia, em São Paulo, em 1975. Política de Estado O presidente Jair Bolsonaro trata-os como heróis, a começar pelo falecido coronel Carlos Brilhante Ustra, sob cujo comando registram-se 434 oposicionistas mortos pelo Doi-Codi. Os áudios das sessões do STM revelam que a cúpula militar tinha conhecimento das torturas e dos assassinatos e não mandou investigar, inclusive no governo do presidente Ernesto Geisel, que chegou a admitir a existência de torturas num longo depoimento a Maria Celina D’Araújo e Celso Castro. Somente após a morte de Herzog, que provocou ampla mobilização da sociedade civil, Geisel reagiu à linha-dura e impôs sua autoridade aos quartéis. Os áudios foram reunidos e analisados pelo professor Carlos Fico, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que pesquisa a memória do regime militar. Só foram liberados pelo STM em razão de decisão do Supremo Tribunal Federal, a pedido do advogado Fernando Fernandes. A ministra Maria Elizabeth Rocha, do STM, classificou como positiva a divulgação: “Importante serem revelados esses áudios porque tudo faz parte da história do país, memória do país — e para que erros não se repitam”, declarou. A tortura e a eliminação física de oposicionistas foram uma política de Estado, denunciada por suas vítimas e respectivos advogados nos tribunais. Não eram divulgadas pela imprensa como deveriam porque havia censura. O que chegava às redações oficialmente eram relatos fantasiosos, típicos das estratégias militares de contrainformação. As denúncias de prisões e sequestros, feitas por advogados e familiares, não podiam ser publicadas. Os registros oficiais, lacônicos, eram publicados nas páginas de notícias policiais. As denúncias, entretanto, circulavam por meio de publicações clandestinas, como o boletim Notícias Censuradas, com informações colhidas nas redações, e o jornal Voz Operária, órgão central do antigo PCB, que deixou de ser impresso no Brasil após os órgãos de repressão localizarem sua principal gráfica, em Campo Grande, em janeiro de 1975, numa operação que deixou um rastro de prisões, torturas e assassinatos, entre os quais o de Orlando Bomfim Junior, responsável pela publicação, cujo corpo nunca foi encontrado nem sua prisão reconhecida. Compartilhe: ***************************
*** O fingidor O ermo que tinha dentro do olho do menino era um defeito de nascença, como ter uma perna mais curta. Por motivo dessa perna mais curta a infância do menino mancava. Ele nunca realizava nada. Fazia tudo de conta. Fingia que lata era um navio e viajava de lata. Fingia que vento era cavalo e corria ventena. Quando chegou a quadra de fugir de casa, o menino montava num lagarto e ia pro mato. Mas logo o lagarto virava pedra. Acho que o ermo que o menino herdara atrapalhava as suas viagens. O menino só atingia o que seu pai chamava de ilusão. Manoel de Barros *** O monumento de bronze em homenagem ao poeta cuiabano mais sul-mato-grossense de todos – Manoel de Barros – "acordou" sem um dos pés na manhã desta segunda-feira (19). Isso até que poderia ser rascunho de mais uma de suas poesias, mas não é. Pelo menos, a estátua continua sentada. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS ***
*** Artes Não é poesia: estátua de Manoel de Barros "acordou" sem um dos pés - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS *** «Mitos» «Onde um leigo afronta a ciência» José Rodrigues Migueis ***
*** Simone de entrada "ALIÁS ESSA É A VIDA: A VIDA NÃO É NADA FÁCIL, PELA COMPLEXIDADE QUE ELA É." Simone Tebet ***
*** Queluz é conhecida por seus jardins e suas características, incluindo a famosa Fonte de Netuno. https://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_Nacional_de_Queluz *** Simoonetta de saída "Estou numa bolsa de voluntariado para ajudar em boas causas". Simonetta Luz Afonso https://www.dn.pt/arquivo/2008/simonetta-luz-afonso-deixa-instituto-camoes-1128569.html *** O conto da Ilha Desconhecida, de José Saramago ***
*** Lições práticas Lições práticas: O conto da Ilha Desconhecida, de José Saramago "Um homem foi bater à porta do rei e disse-lhe, Dá-me um barco. Situada num tempo e num espaço indeterminados, a história do homem que queria um barco para ir à procura da ilha desconhecida promete ser a história de todos os homens que lutam contra as convenções em busca dos seus sonhos e de si próprios." (da sinopse) *** José Saramago acabou de escrever O Conto da Ilha Desconhecida a 27 de março de 1997, ano da sua primeira edição, facto que deixou registado nos Cadernos de Lanzarote, no volume V: Terminei hoje «O conto da Ilha Desconhecida», com o que deverá ficar mais ou menos satisfeito (espero bem que sim) o pedido de Simoneta Luz Afonso, que queria que eu lhe escrevesse algo sobre o tema «Mitos», destinado ao Pavilhão de Portugal da Expo 98, de que ela é a principal responsável… Em Uma Aventura Inquietante de José Rodrigues Migueis há um capítulo chamado «Onde um leigo afronta a ciência», que comecei por conhecer isoladamente, não sei quando nem onde (talvez na revista Ver e Crer, com o título «Inocente entre os doutores», e que sempre recordo quando me aparece alguém a convidar-me a fazer algo para que não tenho preparação. Tento desfazer o equívoco, dissuadir quem tanto parece confiar num imaginário ecletismo dos meus dotes. Não foi assim com Simoneta Luz Afonso. Insistiu tanto que não tive outra saída que aceitar um trabalho que me iria dar água pela barba. Levei meses a encontrar uma porta de saída que ao mesmo tempo me servisse de porta de entrada, e finalmente acabei por usar aquela por onde entro e saio todos os dias: a porta da ficção. Destinando-se o conto a publicação em livro, não posso nem devo transcrevê-lo para aqui (seria nada mesmo que concorrência desleal), mas não resisto à tentação de copiar-lhe o primeiro parágrafo, onde logo fica reduzida a cacos a erudita gravidade do Mito: «Um homem foi bater à porta do rei e disse-lhe, Dá-me um barco. A casa do rei tinha muitas mais portas, mas aquela era a das petições. Como o rei passava todo o tempo sentado à porta dos obséquios (entenda-se, os obséquios que lhe faziam a ele), de cada vez que ouvia alguém a chamar à porta das petições fingia-se desentendido, e só quando o ressoar contínuo da aldraba de bronze se tornava, mais do que notório, escandaloso, tirando o sossego à vizinhança (as pessoas começavam a murmurar, Que rei temos nós, que não atende), é que dava ordem ao primeiro-secretário para ir saber o que queria o impetrante, que não havia maneira de se calar. Então, o primeiro-secretário chamava o segundo-secretário, este chamava o terceiro, que mandava o primeiro-ajudante, que por sua vez mandava o segundo, e assim por aí fora até chegar à mulher da limpeza, a qual, não tendo ninguém em quem mandar, entreabria a porta das petições e perguntava pela frincha, Que é que tu queres. O suplicante dizia ao que vinha, isto é, pedia o que tinha a pedir, depois instalava-se a um canto da porta, à espera de que o requerimento fizesse, de um em um, o caminho ao contrário, até chegar ao rei. Ocupado como sempre estava com os obséquios, o rei demorava a resposta, e já não era pequeno sinal de atenção ao bem-estar e felicidade do seu povo quando resolvia pedir um parecer fundamentado por escrito ao primeiro-secretário, o qual, escusado seria dizer, passava a encomenda ao segundo-secretário, este ao terceiro, sucessivamente, até chegar outra vez à mulher da limpeza, que despachava sim ou não conforme estivesse de maré.» http://licoespraticas.blogspot.com/2019/04/o-conto-da-ilha-desconhecida-de-jose.html *************************************************************************************
*** Simonetta Luz Afonso deixa Instituto Camões LEONOR FIGUEIREDO DIANA QUINTELA-ARQUIVO DN 28 Agosto 2008 — 00:00 Facebook Twitter Partilhar Saída. A reforma ao fim de 40 anos na administração pública No final do mês, Simonetta Luz Afonso deixa o Instituto Camões e toda uma carreira na Administração Pública, 40 anos de serviço, "com muito gosto". "Vou dedicar-me à família - tenho uma neta de quatro anos que me faz grande companhia -, vou ler os livros que tenho para ler e as viagens que tenho para fazer. E cozinhar, um dos meus hobbies", confessa ao DN a historiadora, museóloga e conservadora, cuja carreira se ligou, desde o início, à difusão da cultura portuguesa. De descendência italiana, Simonetta Luz Afonso teve no Programa Internacional da Emissora Nacional o primeiro emprego. Mas logo depois entrou como conservadora do Palácio da Pena e nunca mais deixou a área. "Quando estive no Palácio de Queluz fiz os primeiros cursos para restauradores que hoje são o núcleo da Universidade Nova", conta, assim como a promoção do "primeiro curso de gestão das artes, que ajudou a entender a gerir a coisa pública". Subscreva as newsletters Diário de Notícias e receba as informações em primeira mão. Endereço de e-mail SUBSCREVER Mas foi a Europália, para qual trabalhou três anos, que deu maior visibilidade a Simonetta e proporcionou juntar 7500 fotografias do património nacional móvel, do Estado, da Igreja e dos privados. "A Europália foi um olhar renovado da Europa sobre Portugal, como cartão de visita". À frente do Instituto dos Museus, de 1991 a 1996, reestruturou a rede de 31 museus "quando havia fundos comunitários, proporcionando fazer grandes obras, preparando-os para a internacionalização". O Pavilhão de Portugal deu-lhe oportunidade para trabalhar com o arquitecto Siza Vieira, com quem, pouco depois, voltaria a reunir para a Feira de Hanover. "É importante que Portugal faça grandes eventos para chamar as atenções", opina. Em 2007 ajudou na programação cultural da presidência portuguesa da UE. Mas os últimos quatro anos, à frente do Instituto Camões, foram a dirigir "uma equipa de luxo". Simonetta salienta os 300 leitores no mundo, a duplicação de países com quem trabalham e as 250 universidades, os 80 mil universitários a aprender português, a formação de intérpretes e tradutores , assim como o apoio a jovens artistas. Reformada e sempre activa, disponibiliza-se. "Estou numa bolsa de voluntariado para ajudar em boas causas". | https://www.dn.pt/arquivo/2008/simonetta-luz-afonso-deixa-instituto-camoes-1128569.html
*** Concluída, estátua de Manoel de Barros será instalada entre figueiras centenárias da Afonso Pena Categoria: Geral | Publicado: terça-feira, abril 18, 2017 as 14:35 | Voltar *** Campo Grande (MS) – Materializado em uma estátua em bronze de 400 quilos, sentado de forma despojada em seu velho sofá com um sorriso radiante, o poeta maior Manoel de Barros vive na obra do artista plástico campograndense Ique Woitschach, cujo projeto foi concluído e apresentado ao governador Reinaldo Azambuja, nesta terça-feira (18), no Marco (Museu de Arte Contemporânea de Campo Grande). A próxima etapa será sua instalação, no canteiro da avenida Afonso Pena, uma das principais vias da Capital. Encomendado pelo Governo do Estado para celebrar o centenário de nascimento do escritor pantaneiro e os 40 anos de criação de Mato Grosso do Sul, o monumento, como afirmou Reinaldo Azambuja, perpetuará a obra e a figura singular de um ícone da literatura brasileira com reconhecimento mundial, que faleceu aos 97 anos. “É uma honra para nós homenagear uma pessoa que deu sua vida pela natureza, pelo nosso Pantanal, uma pessoa além do seu tempo”, disse o governador. Reinaldo abraça o poeta, ao lado dos secretários Riedel e Athayde Nery, deputado Junior Mochi e o autor da obra. A entrega simbólica da obra, com a presença do seu autor, foi marcada por fortes emoções, principalmente quando se revelou o resultado final de uma escultura rica em detalhes, desde o sorriso cativante do poeta, aos seus trajes simples, as pernas cruzadas, o tênis surrado, ao lado de caramujos e do ninho de pomba, com os quais dialogava e se inspirava entre imagens, lembranças e metáforas. “O poeta é promíscuo dos bichos, dos vegetais, das pedras”, escreveu. Seu quintal Na oportunidade, o artista plástico Ique Woitschach presenteou o governador com uma réplica do seu trabalho, também em bronze, pesando 8,5 quilos. Ambos sentaram-se ao lado do poeta, no sofá, sendo sucedidos pelas demais autoridades presentes – o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Junior Mochi, e os secretários estaduais Eduardo Riedel (Governo e Gestão Estratégica) e Athayde Nery (Cultura e Cidadania). Governador cumprimenta Ique, elogiando a qualidade e a riqueza de detalhes de sua obra ao retratar o poeta. O local para instalação da estátua de Manoel de Barros foi definido pelo seu autor e técnicos da secretaria estadual de Cultura e Cidadania e do Sesc, instituição que ficará responsável pelos cuidados da obra. O quintal do poeta ficará na Avenida Afonso Pena, entre as ruas 13 de Maio e Rui Barbosa, quase em frente ao antigo quartel do Comando Militar do Oeste (CMO). O monumento se abrigará entre duas árvores centenárias da espécie figueira. “Estamos vivenciando um momento único, perpetuando a imagem de um cuiabano que escolheu nosso Estado para viver e amar, oportunizando as pessoas e aos visitantes a emoção de sentarem-se ao lado do poeta e vivenciarem a figura emblemática que era e se tornou tão querido pelos sul-mato-grossenses”, disse o governador, avalizando o espaço escolhido para a fixação da estátua ao lembrar que Manoel de Barros disse que gostaria de ser uma árvore. Maior emoção Medindo 1,38 metro de altura (incluindo o pedestal de fixação da base de concreto) por 1,60 metro de largura, a escultura em tamanho real apresenta algumas características que somente vivenciará quem teve contatos mais próximos com o poeta. O premiado artista Ique Woitschach, que mora no Rio de Janeiro desde jovem e trabalhou para grandes grupos de comunicação, como Jornal do Brasil, Rede Globo e Estadão, revelou detalhes, como o relógio no seu pulso, que marca o amanhecer e o anoitecer, e o dedo indicador torto da mão direita. Obra maior: Ique Woitschach, campograndense, beija o rosco de Manoel de Barros, ao lado do governador, Reinaldo. “Esse primeiro trabalho em minha terra também marca meus 40 anos de carreira e materializa toda a emoção que me acompanhou durante toda sua concepção”, explicou o artista de 59 anos. Ele contou que, além de fotos e vídeos, buscou informações juntos aos familiares de Manoel de Barros e o contato com os objetos que o cercavam, como o sofá, e o ambiente do seu antigo apartamento no Rio de Janeiro, para captar suas energias. “Estive na casa dele, sentei nesse sofá, percebi sua presença.” Ique Woitschach, que se emocionou ao falar com os jornalistas no ato realizado no Marco, também revelou que procurou conceber uma imagem do poeta mais novo, entre 70 e 80 anos, e os sapatos sem meias que esculpiu no projeto inicial – cujo protótipo foi entregue ao governador Reinaldo Azambuja, no início do projeto – foram substituídos pelo par de tênis. “O Manoel detestava usar sapatos e gostava de meias finas, como está na obra pronta. Na realidade, não fiz seu retrato, mas a imagem de como ele era visto pelas pessoas”, explicou. Confira mais fotos. Sílvio Andrade – Subsecretaria de Comunicação (Subcom) Fotos: Chico Ribeiro Publicado por: amessias@fcms https://www.fundacaodecultura.ms.gov.br/14819-2/ *** *** Jorge Ben & Baby Consuelo - Todo Dia Era Dia De Índio - Live ENERGIA By Soul'VenirS.wmv https://www.youtube.com/watch?v=sgx9G0wI2Fw

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