domingo, 28 de março de 2021

"cê" vai cair, meu bem!".

"Eu digo: "Cê" se prepara. Porque "cê" vai cair, meu bem!". ***
*** Consultora de imagem Olga Curado é a nova colunista do UOL ***
*** Olga Curado, nova colunista do UOL Imagem: Zé Amaral Colaboração para o UOL, em São Paulo 18/02/2021 04h00 Com vasta experiência no treinamento de lideranças empresariais e políticas, a jornalista Olga Curado passa a fazer parte do time de colunistas do UOL. Curado, que é faixa preta no aikidô, usa métodos da arte marcial japonesa —conhecida por sua filosofia de não violência— em seus treinamentos sobre comunicação e imagem. Em sua coluna, a consultora vai abordar temas relacionados à imagem e à reputação de personagens públicos. "Vou falar de governo, de políticos: como eles estão se projetando, que reputação eles estão criando. Basicamente, olhando como os discursos e as ações se alinham da maneira como eles se expõem." Olga Curado, colunista do UOL Ela ainda classifica o seu olhar como uma espécie de "tradução": "É uma tentativa de traduzir palavras, ações e gestos em relação àquilo que eles anunciam que são ou anunciam que farão". Experiência em diversas frentes Sua lista de clientes é repleta de políticos famosos: entre eles, figuram nomes como os de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Fernando Haddad (PT) —todos assessorados por Curado quando disputaram as eleições presidenciais no Brasil. Em 2006, quando Lula tentava a reeleição e enfrentou o segundo turno contra Geraldo Alckmin (PSDB), ficou famosa a chave de braço que ela deu no petista como forma de prepará-lo para um debate. Naquele ano, Lula acabou vencendo a eleição. Dez anos depois desse episódio, a consultora também trabalhou com o então deputado federal Jair Bolsonaro, à época filiado ao PSC. No ramo empresarial, já atendeu executivos de empresas como a TAM, em 2007, após o acidente com um avião da linha aérea no aeroporto de Congonhas (SP). Em sua carreira de mais de 20 anos como jornalista, passou pelas redações do jornal O Estado de S. Paulo, do Jornal do Brasil e do grupo Globo. Neste último, onde trabalhou por mais de 14 anos, foi diretora de jornalismo no Rio de Janeiro, gerenciou emissoras afiliadas e chefiou o escritório de correspondentes em Londres. Em suas análises, Curado não deixará de utilizar a bagagem conquistada ao longo dos últimos anos —seja como jornalista, consultora ou assessora. "Vou usar minha experiência para ler o cenário e olhar o que está acontecendo. É muito rico ter ficado de todos os lados. Isso te dá um olhar um pouco maior de como as coisas funcionam." Olga Curado, colunista do UOL Para isso, estará atenta às principais lideranças políticas do Brasil, sejam elas de esquerda ou de direita. "É menos uma análise ideológica e mais uma análise de coerência e consistência", pontua. Neste cenário, portanto, será inevitável abordar temas relacionados às eleições presidenciais de 2022. "Não tem como não falar, porque [os políticos] serão os personagens que vão estar ocupando o palco. Quem estiver no palco, eu vou olhar", diz a consultora. *** *** https://www.bol.uol.com.br/noticias/2021/02/18/consultora-de-imagem-olga-curado-e-a-nova-colunista-do-uol.htm *** *** São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2010 FOLHA DE S.PAULO ilustrada Mônica Bergamo bergamo@folhasp.com.br Chama a Olga!!! Ela já treinou ministros como Gilberto Carvalho e Márcio Thomaz Bastos em crises; ajudou Lula em 2006 e foi peça-chave na eleição de Dilma Rousseff. Olga Curado agora vai escrever um livro Fotos Eduardo Knapp/Folhapress ***
*** LULA Olga demonstra como sócio, Ricardo Kauffman, a sequência de empurrão e enforcamento que foi ensinada para o presidente A jornalista Olga Curado dá uma chave de braço em Lula e tenta enforcá-lo. É outubro de 2006: ele tenta se reeleger. Enfrenta Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e teme os debates do segundo turno da campanha eleitoral. Contratada para "tirar a trava" do presidente, Olga usa o aikido, uma arte marcial, para ilustrar os conceitos que quer transmitir ao candidato. No caso: "Não vai ao debate? Não adianta: o debate vai vir atrás "d'ocê". Não dá pra fugir", diz ela, com forte sotaque de Goiás, onde nasceu. * Já naquele tempo, Olga era velha conhecida do PT. Tinha usado seu método, que mistura princípios do aikido, da Gestalt, do budismo, de meditação e do jornalismo, para treinar Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, em depoimentos sobre o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, de Santo André. Orientou Luiz Gushiken quando depôs na CPI do mensalão. Fez "media training" com o então ministro Márcio Thomaz Bastos, da Justiça, quando ele falou da quebra do sigilo do caseiro Francenildo no Congresso. * "Ela fez perguntas duríssimas. Gravou minhas respostas e me mostrou. Uma lástima! Eu repetia as coisas, não terminava o raciocínio, emendava uma frase com outra", diz Bastos. Olga deu a ele "dicas de postura": colocar as mãos sobre a mesa para mostrar firmeza; não desviar do olhar do interlocutor. "Quem passa pela Olga enfrenta qualquer coisa." * Dilma Rousseff foi apresentada a Olga, que a orientou na crise dos cartões corporativos, quando a Casa Civil, que comandava, foi acusada de fazer dossiê sobre os gastos da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. Aprovou o método. Neste ano, a jornalista foi convocada para trabalhar na campanha eleitoral. * Ajoelhada no tatame de seu escritório, na Vila Mariana, Olga conta que vai lançar um livro, em março, para contar suas experiências. Diz que já derrubou muitos clientes com o aikido. Mas poupou Lula e Dilma, pois é preciso "respeitar os limites de cada um". Com eles, usou movimentos mais delicados para transmitir conceitos. * "No caso do Lula, eu precisava mostrar que aquilo [debate com Alckmin] não era um bicho de sete cabeças e que ele não ia se dar mal." * Olga tenta então dar um soco na barriga da colunista. Quase acerta. "Se você tentar se proteger com as mãos, está perdida", ensina. "Mas, se simplesmente desviar [o corpo], o outro não te acerta." E segue, como se falasse com Lula: "O Alckmin chega para te atacar. De que adianta resistir? Deixa ele chegar perto, onde você tem o controle da situação. E, então, desvia." A essência do aikido é jamais atacar, mas sim responder às agressões desarmando os golpes. "Eu me preservo. E sobrevivo", diz Olga. * "O aikido é a estratégia. A Gestalt te dá o aqui, agora: "Estou alerta, eu durmo de olhos abertos". E o budismo te mostra que não existe nada importante em si -nós é que damos importância às coisas." Um debate com Alckmin, portanto, não era "tão importante assim". * Os mesmos ensinamentos serviram para Dilma. Olga participou de todos os treinamentos da petista para os debates com José Serra (PSDB-SP). Mas, ao contrário de Lula, Dilma era até tranquila. "Ela foi presa e torturada. Na hora da dificuldade, busca nela mesma um espaço de tranquilidade." O problema principal era outro. * A candidata não conseguia se expressar com clareza. "A imagem de arrogância surge também quando você fala difícil e as pessoas não compreendem", diz Olga. Dilma respondia a qualquer pergunta com frases longas. "Ela tem que explicar, historiar, fundamentar, construir todas as premissas para apresentar uma solução. Só que o público, a imprensa, não têm tempo de ouvir. Ela teve que inverter a pirâmide." Juntas, as duas liam e reliam textos em voz alta, faziam exercícios respiratórios, simulavam entrevistas. * Olga segura o pulso da colunista e pede que tente se desvencilhar. É impossível. Pede então que, ainda "presa", passe as mãos na cabeça. Sim, é possível. Este é outro ensinamento passado a Dilma: "O ponto de atrito é o menor ponto de contato. Você simplesmente esquece o ponto em que estão te enchendo o saco e vai fazer o que te interessa. Tenho como me movimentar. Por que vou ficar na agenda do outro?" * Ela foi repórter de alguns dos principais jornais do país e também na TV Globo. Cobriu os governos militares (foi Olga quem arrancou do presidente João Figueiredo a declaração de que preferia o cheiro do cavalo ao do povo). Há dez anos, passou a assessorar empresas que atravessavam crises de imagem. Nesta época, começou a fazer aikido. Fascinada pelos conceitos da arte marcial, passou a aplicá-los no aconselhamento de clientes. Acabou criando um método. * Olga já foi solicitada para orientar executivos da TAM na época do acidente de 2007. Treinou executivos da Basf e da SulAmérica Seguros. Já foi procurada até por Gugu Liberato. * O apresentador perdeu o eixo quando seu programa levou ao ar, no SBT, uma entrevista falsa do PCC, em 2003. "Mesmo uma pessoa experiente, sob ataque numa situação adversa, às vezes não sabe o que fazer", diz Olga. Empurrando Gugu com força, ela mostrou a ele que era melhor dar uma cambalhota e se levantar logo para seguir em frente. "Ao invés de resistir, de negar e de fugir, ele deveria assumir sua responsabilidade de uma vez. Cair, sabendo como cair. E como? Protegendo a cabeça. Olhando para o umbigo, que é de onde eu vim, para não me machucar." * No ano passado, Olga foi contratada por uma das empresas envolvidas na confecção das provas do Enem, que vazaram, para treinar o executivo que seria o porta-voz da empresa. Jovem, faixa preta de jiu-jitsu, ele chegou ao escritório dela cheio de confiança. A jornalista o surpreendeu com um golpe que o jogou na parede. "A Olga mostrou de cara que ele seria massacrado se continuasse com aquela postura", diz Ricardo Kauffman, sócio dela. * Olga resume o método em três palavras: base, "onde você põe o pé, as coisas que te conectam", eixo e "foco". Mostra um boneco de João Bobo, com cara de palhaço, e outro, do Super-Homem. O João tem uma base larga. Olga o estapeia. Ele balança, mas não cai. "Ele tem base, flexibilidade e eixo." Já o herói, com ombros largos e pés pequenos, não para em pé. "Ele é tão grande e cheio de si que perde o contato com a realidade." Muitos de seus clientes, diz ela, adoram ser Super-Homem. "Eu digo: "Cê" se prepara. Porque "cê" vai cair, meu bem!". *** *** https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2811201007.htm *** ***
*** JAIR BOLSONARO (FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL) ENTREVISTA *** *** Olga Curado: "Bolsonaro tem problemas cognitivos" *** Marco Antonio Villa *** A construção da imagem e o político. Bolsonaro e a negação do real. Pandemia e sociedade. *** *** https://www.youtube.com/watch?v=0WxpV7VF6Hs *** ***

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