Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 3 de maio de 2022
Dama De Espadas
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Nas entrelinhas: Quando a liberdade de expressão é um subterfúgio
Publicado em 03/05/2022 - 06:40 Luiz Carlos AzedoComunicação, Cultura, Eleições, Ética, EUA, Governo, Justiça, Memória, Política, Política
Há limites para esse direito, em especial quando é utilizado para violar garantias estabelecidas pela Constituição. São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas
O pensamento liberal no Brasil muitas vezes é traduzido com segundas intenções. Por exemplo, na Constituição de 1824, outorgada por D. Pedro I, o direito à propriedade privada não foi adotado para favorecer o florescimento de uma economia capitalista como as que se desenvolviam na Europa e nos Estados Unidos, mas para proteger o regime escravocrata.
O dogma liberal era invocado sempre que se falava de abolição, pois os escravos eram considerados propriedade inalienável. Ou seja, um fundamento das revoluções burguesas serviu a três gerações de escravocratas, até 1888. Hoje, o racismo estrutural, a causa de muitas das nossas desigualdades, é um mal invisível, que ninguém confessa, como a inveja.
De igual maneira, a nossa legislação trabalhista surgiu durante a Carta Magna de 1937, a constituição fascista do Estado Novo. Nem todos os seus dispositivos estavam a serviço do regime autoritário, mas toda a parte que envolvia os direitos coletivos, como greves, sindicatos, convenção coletiva e mesmo a Justiça do Trabalho, serviam ao corporativismo estatal inspirado na Carta del Lavoro, fascista. Entretanto, o engessamento da legislação trabalhista e sindical não impediu o posterior desenvolvimento dos direitos dos trabalhadores nem o avanço nas relações sociais.
Não é de se estranhar que o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, no confronto com o Supremo Tribunal Federal (STF), a propósito do chamado inquérito das fake news, esgrimam o princípio da liberdade de expressão contra o Estado democrático de direito. No caso do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), que desafia o STF, se invoca o princípio da liberdade de expressão com a mesma esperteza que os senhores de escravos defendiam o direito à propriedade privada.
A liberdade de expressão é uma conquista de toda a humanidade, faz parte dos direitos fundamentais das pessoas, nas legislações da ONU, convenções internacionais e países democráticos. No Brasil, esse conceito dá suporte à democracia, pois afasta a ideia de censura que marca os governos autoritários. Soberania, cidadania, dignidade humana, valores do trabalho e da livre iniciativa e pluralismo político estão associados à liberdade individual. A filósofa Hanna Arendt dizia que o pensar e o agir politicamente são o fundamento da condição humana, que não pode ser dissociada da liberdade de opinião.
Obama e Rússia
O Art. 5º, IV da Constituição Federal diz: “É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”. Entretanto, é assegurado o direito de resposta aos prejudicados, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem (inciso V). No Art. 200, a lei diz: “A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição”.
Porém, há limites para esse direito, em especial quando é utilizado para violar ou negar garantias fundamentais estabelecidas pela Constituição. Por exemplo, são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
No Brasil, a lei não admite censura, mas há responsabilização, inclusive punitiva. O Estado democrático não restringe informações e ideias, mas deve responsabilizar o cidadão que não respeite o direito dos demais. Nos Estados Unidos, por exemplo, o ex-presidente Barack Obama faz autocrítica de não ter se preocupado com as fakes news como deveria.
Agora, promove um debate sobre o funcionamento das redes sociais e sua utilização para influenciar o resultado das eleições. Acusa a Rússia de favorecer a eleição de Donald Trump “trolando” as redes sociais norte-americanas. O The Washington Post, recentemente, dedicou um editorial ao tema, a propósito dos questionamentos de Obama, que fez um apelo para que as empresas de tecnologia se “redesenhem” para proteger o público da polarização de falsidades on-line. Em um longo discurso na Universidade de Stanford, localizada no coração do Vale do Silício, Obama falou sobre as maneiras pelas quais as plataformas de tecnologia ajudaram a dividir o público, espalhar desinformação e corroer a confiança nas instituições democráticas, levando à ascensão de autocratas e mortes desnecessárias pelo coronavírus.
“As pessoas estão morrendo” por causa da desinformação nos serviços de mídia social, disse ele. As empresas não estão sendo transparentes com o público sobre como seus algoritmos — o software que usam para espalhar conteúdo em seus serviços — funcionam.
Obama afirmou que, quando era presidente, não percebeu “como nos tornamos suscetíveis a mentiras e teorias da conspiração, apesar de ter passado anos sendo alvo de desinformação”, dizendo que ainda guarda arrependimentos até hoje. A desinformação refere-se a uma campanha coordenada por líderes políticos, corporações ou outras figuras para espalhar falsidades prejudiciais e narrativas enganosas.
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Quando vai ser o golpe | Ponto de Partida
25.568 visualizaçõesEstreou há 16 horas
Meio
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Apertem os cintos porque o cronômetro já disparou. Faltam exatamente cinco meses para as eleições presidenciais de 2022. Entre o dois de outubro do primeiro voto e o dia 29 do segundo turno, Jair Bolsonaro vai tentar dar um golpe de Estado.
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PONTO DE PARTIDA
https://www.youtube.com/watch?v=b9Lfy-1dmNc
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Ela vem com as cartas marcadas e diz:
Você é um espada no amor
Mas o seu jogo é pesado
E eu não desejo ser mais um fiel perdedor
Quem traçava o baralho era ela
Ficando com a sorte e me dando azar
Quase sempre n fim da parada
Eu não tinha mais nada
D meu pra jogar
No amor não se brinca com fogo
Parei com esse jogo sem forra e perdão
Hoje faço meu lance e não corro
Mas quero saber
Quais as chances do meu coração
Procurando mudar meu destino
Fugi do cassino onde quase quebrei
E dispensei essa dama
Que finge que ama
Chamando de rei
compositores: PAULO CESAR BAPTISTA DE FARIA
https://www.kboing.com.br/paulinho-da-viola/dama-de-espadas/
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terça-feira, 3 de maio de 2022
Carlos Andreazza: Negocia-se com o golpismo
O Globo
Acompanhei com perplexidade, minha perplexidade derivando da simples observação do mundo real combinada a algo de memória, o noticiário segundo o qual o Senado se mobilizaria para resistir ao galope autocrático de Bolsonaro e defender — a partir da ode ao sistema eleitoral — o Supremo.
Uau!
Haveria mesmo uma consciência institucional do Senado como última fronteira parlamentar antes do golpe — consciência até aqui expressa em notas de jornal e em tuítes do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco.
E de repente me lembrei de o jurista Pacheco costurando para, em desprezo a um comando constitucional óbvio, não instaurar a CPI, direito da minoria, que investigaria a barbárie em que consistiu a atividade do governo durante a peste.
Já teremos nos esquecido?
Do senador Randolfe Rodrigues, li que a Câmara estaria capturada pelo bolsonarismo. O juízo é correto. A Câmara aderiu — capturar não será o verbo correto — desde que a sociedade entre Planalto e o consórcio comandado por Arthur Lira fundou bases na gestão obscura e arbitrária do Orçamento.
A questão — motivo da minha perplexidade — é o Senado como espaço de resistência. Nada contra palavras em resposta aos arreganhos golpistas de Bolsonaro. Tudo a favor de um olhar direto às práticas. A realidade, com sua gritante objetividade, está aí.
Se considera majoritariamente o presidente da República nocivo à saúde democrática do país, o que o Senado fez-faz, dentro das quatro linhas da Constituição, para limitá-lo, notinhas de repúdio à margem?
Quais seriam os instrumentos políticos disponíveis ao resistente Senado para frear o ímpeto bolsonarista pela fratura?
Augusto Aras é o entrave maior — o próprio bloqueio —à prosperidade de denúncias contra Bolsonaro. Como votou Renan Calheiros, tão ativo na CPI da Covid, quando da análise, pelo Senado, da proposta de recondução de Aras à PGR? Mais amplamente, como votou o Senado? Como, os valentes da comissão? O mandato de Aras foi renovado; o que equivaleu a o Senado jogar no lixo, para desdobramentos formais relativamente a Bolsonaro, o tanto que coletara na CPI sobre os crimes do governo durante a pandemia.
Há três anos e quatro meses ouve-se Bolsonaro afirmar — sem nenhum disfarce —que pretende povoar o STF de bolsonaros. Tendo o poder de rejeitar os kássios, o que fez o Senado, senão aprovar os pretensos braços do presidente? O processo até o aval a André Mendonça se arrastou apenas para que Davi Alcolumbre pudesse chorar os orçamentos secretos perdidos ao deixar a presidência do Congresso.
O Senado resistente é o que se concerta para garantir seus modos. Negocia-se.
Qual a diferença, verniz juscelino à parte, entre Alcolumbre e Pacheco, herdeiro da gestão das emendas do relator cuja perda pranteou Davi? São conhecidos os dados segundo os quais o fluxo de granas sai do Amapá para dar a Minas o protagonismo no desaguar de codevasfs. Já escrevi a respeito.
Qual a credibilidade do presidente do Senado para defender a Justiça Eleitoral brasileira — a transparência do sistema eleitoral — e a importância do equilíbrio entre Poderes, se é um dos cabeças do mais acintoso desrespeito a decisão do Supremo ora em curso? Ou terá Pacheco tornado pública — cumprindo já velha ordem do STF — a lista dos parlamentares padrinhos, ele inclusive, de dinheiros destinados arbitrariamente via orçamento secreto?
Ao liderar — contra o princípio constitucional da transparência na administração pública — o desrespeito a uma determinação do Supremo, Pacheco enfraquece muito ou muitíssimo o Poder sob ataque bolsonarista?
Até que ponto será possível a um operador de disfunções — de perversões —orçamentárias defender o vigor institucional do STF, sendo um Supremo forte também, infelizmente, aquele tribunal que se excede e avança sobre matéria exclusiva do Legislativo para cassar parlamentares?
Supremo fraco é orçamento secreto forte. Supremo forte é o que se outorga o condão de cassar deputados e senadores. Que tal o Supremo normal, dedicado ao controle de constitucionalidade? Não será Pacheco a propor, muito menos conduzir, o resgate republicano urgente, o de radicalização impessoal pelo que dispõe a Constituição —o que secaria Bolsonaro. A bagunça conflitiva, a imprevisibilidade que empossa oportunistas e multiplica tiranetes, tem seu valor.
Há um contrato entre governo militar e, mais explicitamente, a Câmara de Lira, mas não somente. Contrato, com vista às eleições, também para blindagem do golpista Jair, firmado na gestão pirata do Orçamento —hoje nas mãos do ministro Ciro Nogueira, um senador. E Pacheco quer continuar presidente do Senado em 23.
Qual seu interesse em confrontar, de verdade, o governo do golpista, se isso seria confrontar o arranjo que lhe dá a cota alcolúmbrica do Orçamento? Ele não quer ser ex-alcolumbre. Não tão cedo. Negocia-se. Bolsonaro joga em casa.
https://gilvanmelo.blogspot.com/2022/05/carlos-andreazza-negocia-se-com-o.html#more
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Bolsonaro cospe Silveira
Diogo Mainardi
03.05.22 06:04
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Bolsonaro cospe Silveira
Foto: Reprodução
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Jair Bolsonaro mastigou e cuspiu Daniel Silveira.
Segundo O Globo, de fato, “integrantes do governo e do clã Bolsonaro comunicaram aos magistrados do STF que veem como pacificada a questão da inelegibilidade do deputado federal (…). Interlocutores do presidente afirmaram que já trabalham com o cenário de que o indulto a Daniel Silveira se limita à pena de oito anos e nove meses de prisão.”
O acordo deve ter sido sacramentado durante o encontro entre Flávio Bolsonaro e Gilmar Mendes, o homem mais poderoso do Brasil, aquele que aniquilou a Lava Jato e, com isso, conquistou a gratidão de todos os réus.
O indulto a Daniel Silveira provocou a euforia dos bolsonaristas nas redes sociais; quando a coisa aperta, porém, o sociopata sempre recorre a quem realmente conta, como Gilmar Mendes.
https://oantagonista.uol.com.br/despertador/bolsonaro-cospe-silveira/?utm_campaign=TER_MANHA&utm_content=link-758712&utm_medium=email&utm_source=oa-email
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Cartomante (Feat. Toda A Companhia) [Ao Vivo]
Elis Regina
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Nos dias de hoje
É bom que se proteja
Ofereça a face pra quem quer que seja
Nos dias de hoje esteja tranquilo
Haja o que houver pense nos seus filhos
Não ande nos bares esqueça os amigos
Não pare nas praças não corra perigo
Não fale do medo que temos da vida
Não ponha o dedo na nossa ferida Ah
Nos dias de hoje
Não lhes dê motivo
Porque na verdade
Eu te quero vivo
Tenha paciência
Deus está contigo
Deus está conosco
Até o pescoço
Já está escrito
Já está previsto
Por todas videntes
Pelas cartomantes
Tá tudo nas cartas
Em todas estrelas
No jogo dos Búzios
E nas profecias ah
Cai, o Rei de espadas
Cai, o Rei de ouros
Cai, o Rei de paus
Cai, não fica nada [6x]
Cai, o Rei
Cai, o Rei
Olha, o Rei
Olha, o Rei
Cai, o Rei
Cai, o Rei de espadas
Cai, o Rei de ouros
Cai, o Rei de paus
Cai, não fica nada
Cai, o Rei
Olha, o Rei
Olha, o Rei
Cai, o Rei
Cai, o Rei de espadas
Cai, o Rei de ouros
Cai, o Rei de paus
Cai, não fica nada [5x]
Cai, o Rei
Cai, o Rei
Cai, o Rei
Cai, o Rei
Cai, o Rei
Cai, o Rei de espadas
Cai, o Rei de ouros
Cai, o Rei de paus
Cai, não fica nada [2x]
Cai, o Rei
Olha, o Rei
Olha, o Rei
Cai, o Rei
Cai, o Rei de espadas
Cai, o Rei de ouros
Cai, o Rei de paus
Cai, não fica nada [8x]
Novo Millennium: Elis Regina (2005) - Elis Regina
Gravadora:
Ano: 2005
Faixa: 9
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