Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 28 de junho de 2022
TÃO POBREZINHA
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Pátria (Olavo Bilac)
6.332 visualizações 21 de jun. de 2019 Poema "Pátria" de Olavo Bilac.
PÁTRIA
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!
Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
Quem com seu suor a fecunda e umedece,
vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
https://www.youtube.com/watch?v=zuMVm-L5w_s
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PRELÚDIO
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Alaúde
159.345 visualizações 28 de ago. de 2015 Coluna "Mundo da Música"
Prelúdio BWV 998 - J. S. Bach
Alaúde: Luciano Contini
Diário dos Campos
Adailton Pupia
https://www.youtube.com/watch?v=bEKygValLfg
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Prelúdio é geralmente entendido como uma peça introdutória de outra obra maior, tal como uma ópera ou ballet. Difere da abertura por antecipar temas da obra que antecede. Durante o Medievo, os alaudistas tocavam um prelúdio como forma de aquecer os dedos e preparar a tonalidade. Wikipédia
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Eu semente que nasci do vento
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🔴 Renan Calheiros fala ao vivo de CPI do MEC, Bolsonaro e Lula; violência no Brasil e mais notícias
5.143 visualizações Transmissão ao vivo realizada há 75 minutos CPI do MEC, emenda de relator em 2023, Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e mais notícias ao vivo: Acompanhe a segunda edição do UOL News desta terça-feira (28) com apresentação de Fabíola Cidral, entrevistas com o senador Renan Calheiros e o presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, e análises de Leonardo Sakamoto e Joel Pinheiro
🔴 HOJE NO CANAL UOL
https://www.youtube.com/watch?v=gD7mxgnqGk4
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Democracia que nasce como um sopro de vento
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Flávio José - A Natureza das Coisas (Forró Stream)
809.057 visualizações 6 de out. de 2017
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Inexoravelmente, 2023 será consequência de 2022
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Dora Kramer: “Pode acontecer de tudo, inclusive nada, com CPI tão próxima da eleição”
3.006 visualizações 28 de jun. de 2022 Se inscreva no canal:
https://www.youtube.com/watch?v=ZFKO30kq-q0
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PÁTRIA MINHA
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Pátria Minha - Vinicius de Moraes
52.233 visualizações 4 de jul. de 2014 ( Desculpem-me, em vez de escrever "Pátria Minha", escrevi "A Minha Pátria", no vídeo ! )
Pátria Minha - Vinicius de Moraes
( Autor: Vinicius de Moraes )
A minha pátria é como se não fosse
É íntima doçura e vontade de chorar
Uma criança dormindo é minha pátria
Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.
Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.
Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha!
Porque te amo tanto, pátria minha,
Eu que não tenho pátria
Eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho,
Eu que permaneço em contato com a dor do tempo,
Eu elemento de ligação entre a ação e o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!
Tenho-te no entanto em mim como um gemido de flor
Tenho-te como um amor morrido a quem se jurou
Tenho-te como uma fé sem dogma
Tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.
Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda...
Não tardo!
Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.
Pátria minha... A minha pátria não é florão
Nem ostenta lábaro não
A minha pátria é desolação de caminhos
A minha pátria é terra sedenta e praia branca
A minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.
Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamen
Que um dia traduzi num exame escrito:
"Liberta que serás também"
E repito!
Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade me vem de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.
Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura:
A Ilha Brasil, talvez.
Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama...
Vinicius de Moraes."
https://www.youtube.com/watch?v=zra_IHH6mrE
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O primeiro blog brasileiro com notícias e comentários diários sobre o que acontece na política. No ar desde 2004. Por Ricardo Noblat. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Brasil
Ventos ruins e sopros de esperança (Por Hubert Alquéres)
Recessão democrática
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Manifestantes exibem um cartaz com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder do partido Brexit, Nigel Farage, durante manifestação contra a visita de Trump em Londres - 04/06/2019 Isabel Infantes/AFP
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Uma década depois da instituição do Dia Mundial da Democracia, 15 de setembro de 2010, o mundo está submerso em uma recessão democrática, que pode se aprofundar nesses tempos de pandemia, como alertou manifesto assinado por 160 intelectuais da América Latina e ex-presidentes, entre os quais Fernando Henrique Cardoso, Tabaré
Esse fenômeno levou o cientista político Larry Diamond, da Universidade de Oxford e autor do livro “Ill winds” a ser o primeiro a usar o termo recessão democrática para definir o período que vivemos.
Com ele, chegou ao fim a terceira onda democrática, iniciada em 1974 com a crise das ditaduras. Uma por uma elas foram caindo em efeito dominó: Grécia, Portugal, Espanha. Nos anos 80 foi a vez das ditaduras militares da América Latina. Os ventos da democracia chegaram ao leste asiático, derrubaram o muro de Berlim, fizeram ruir as ditaduras do “socialismo real”. Com o fim da União Soviética houve um encolhimento de países de regime totalitários, ao tempo em que a democracia se estendeu para o leste europeu.
Mesmo na China de Deng Xiaoping houve afrouxamento do regime, apesar do massacre da Paz Celestial. Criou-se a expectativa de que o desenvolvimento e a integração da China na economia mundial desaguaria em uma democracia.
Os anos 90 foram o apogeu da terceira onda democrática, com o multilateralismo em alta e a afirmação da democracia como o grande valor universal. Ao final do século 20, as ideologias e regimes totalitários – de direita ou de esquerda – tinham sido derrotados. O Brasil singrou nesses mares, vivenciando o maior período de sua história sem quarteladas ou interrupção democrática. A Constituição-Cidadã de 1988 alargou a democracia política e social.
Larry Diamond tem razão quando define 2006 como o marco temporal do fim dessa onda. Mas foi sobretudo na segunda década deste século que a recessão democrática se expandiu. Seu ponto culminante foi a vitória de Donald Trump. Com ela, instalou-se uma cultura autoritária no berço da democracia moderna. A onda chegaria ao Brasil com a eleição de Jair Bolsonaro em 2018. A resiliência das nossas instituições tem segurado o tranco, mas a qualidade da nossa democracia foi rebaixada significativamente.
O populismo, de direita ou de esquerda, espraiou-se pelos quatro cantos do mundo. Na América Latina, tivemos o populismo de esquerda. Na Europa, a vaga nacional-populista de direita gerou regimes híbridos – formalmente democráticos, mas com forte viés autoritário – como os da Hungria, Polônia e Turquia. A Índia do primeiro ministro Narendra Modi deixou de ser a maior democracia do mundo em termos populacionais para se tornar um país de regime híbrido, tendendo para o autoritarismo. O colapso da Primavera Árabe foi parte desse roteiro.
Na Europa ocidental emergiram lideranças da extrema-direita como Matteo Salvini na Itália e Marine Le Pen na França. E, pela primeira vez depois da segunda guerra mundial, surgiu um partido forte de extrema direita na Alemanha. A União Europeia, o mais avançado arcabouço institucional do multilateralismo, foi duramente golpeada com a vitória do Brexit na Grã-Bretanha.
A Rússia, país sem cultura democrática arraigada, saiu da ditadura do partido único para o nacional-populismo de Wladimir Putin, assim como tinha saído do czarismo para o “socialismo real”. O novo “czar de todas as Rússias” fez ressurgir das cinzas o pan-eslavismo, reposicionando-a na geopolítica mundial como grande player. Na China de Xin Jinping, o Partido Comunista suprimiu tendências internas e reforçou o seu controle sobre a economia e a sociedade. O modelo autoritário chinês se apresenta como meritocrático alternativo à “democracia disfuncional”.
Não é a primeira vez na história em que a “disfuncionalidade” da democracia é contraposta à racionalidade e eficácia de regimes totalitários. Nos anos 30, o fascismo e o comunismo vendiam-se como alternativas à “ineficiência” da democracia. A Itália de Benito Mussolini jactava-se porque os trens saiam no horário, enquanto o stalinismo vangloriava-se de ter tirado a Rússia do seu atraso, transformando-a em uma potência mundial. Ao final do século 20 os vitoriosos não foram o fascismo ou o socialismo. Foram o capitalismo e a democracia.
Sim, ventos ruins varrem o mundo nesses dez anos de Dia Mundial da Democracia, mas há sopros de esperança no apagar das luzes da década. Mesmo em países de regimes híbridos, como a Polônia e a Hungria, há sinais positivos. A última eleição polonesa revelou um país divido ao meio, com quase metade da população se manifestando favorável à democracia.
Na Hungria de Viktor Orbán, partidos de oposição pela primeira vez se uniram para disputar as próximas eleições. O nacional-populismo, por sua vez, mostrou-se impotente diante da pandemia. O solacionismo foi incapaz de responder à crise sanitária global. O negacionismo, por sua vez, desnudou lideranças como Matteo Salvini e Donald Trump.
A resposta assertiva da União Europeia para a reconstrução das economias dos países afetados pela pandemia serviu de contenção à vaga nacional-populista.
Angela Merkel se afirmou como a grande liderança europeia, quiçá mundial. A eleição alemã acontecerá no ano que vem, mas as pesquisas já indicam um fortalecimento robusto do partido de Merkel – o CDU. Seu partido acaba de ser vitorioso nas eleições municipais na região mais populosa da Alemanha e o Partido Verde se afirmou como segunda força. O grande derrotado foi o Alternativa Para a Alemanha, de extrema-direita, com apenas 5% dos votos.
O fato mais esperançoso vem dos Estados Unidos, onde uma cultura de unidade nacional instalou-se primeiro no Partido Democrata e vem conquistando corações e mentes. Joe Biden lidera, até agora, as pesquisas. Depois de oscilar para baixo, recuperou terreno nas simulações diárias do site FiveThirtyEight, com 75% de chances de vitória.
Uma possível vitória de Joe Biden não significará necessariamente o fim da recessão democrática e nem sequer o começo do fim, mas talvez o fim do começo, para usar a genial frase de Winston Churchill.
Hubert Alquéres é membro da Academia Paulista de Educação, da Câmara Brasileira do Livro e do Conselho Estadual de Educação. Foi professor na Escola Politécnica da USP, na Escola de Engenharia Mauá e no Colégio Bandeirantes. Escreve às 4as feiras no Blog do Noblat.
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/coluna/noblat/ventos-ruins-e-sopros-de-esperanca-por-hubert-alqueres/
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1993 fora consequência de 1992, inexoravelmente
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Bom Dia Brasil: Café da manhã com o Presidente João Batista Figueiredo 1983
209.337 visualizações 13 de dez. de 2016
https://www.youtube.com/watch?v=agv2gCvRRjs
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Depoimento JK -- Brasília, a Capital do Futuro - 01ª Parte
167.526 visualizações 7 de mar. de 2012
https://www.youtube.com/watch?v=a3gPC27PcIc
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JUSCELINO KUBITSCHEK – O PRELÚDIO DO GOVERNO JK - EDUARDO BUENO
449.855 visualizações 29 de jan. de 2020 Juscelino Kubitscheck foi o presidente sorriso em um período no qual o país estava “irreconhecivelmente inteligente”. Antes disso, porém, ele precisou... nascer! E nasceu na reluzente Diamantina – pena que a cidade já tinha perdido o brilho. Filho de família pobre, foi graças ao empenho da mãe que Juscelino virou mais Kubitscheck que Oliveira. Por causa da mãe, quis ser médico para “ajudar os que padeciam”. Entrou na Polícia Militar mineira não para matar, mas para tratar os feridos. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, descobriu não só o poder das armas como os meandros da política. Meio a contra gosto, virou deputado, mas concentrado em continuar sendo médico... de almas. Conheça, no canal Buenas Ideias, os primórdios do presidente sorriso antes de ele ir gargalhar em Brasília - num episódio que jamais vai cair no Enem.
https://www.youtube.com/watch?v=15ERwoOzPLk
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Samba Em Prelúdio
Baden Powell
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Ah! Que saudade!
Que vontade de ver
Renascer nossa vida
Volta querido
Teus abraços
Precisam dos meus
Os meus braços
Precisam dos teus...
Estou tão sozinha
Tenho os olhos cansados
De olhar para o além
Vem ver a vida
Sem você meu amor
Eu não sou ninguém
Sem você meu amor
Eu não sou ninguém
Sem você meu amor
Eu não sou ninguém...
compositores: BADEN POWELL DE AQUINO, VINICIUS DE MELLO MORAES
álbum
Baden Live a Bruxelles - Baden Powell
Gravadora: Lua Music
Ano: 1999
Faixa: 10
https://www.kboing.com.br/baden-powell/samba-em-preludio/
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A Minha Pátria
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SOBRE O LIVRO
SINOPSE
Foi uma mulher de excepção. ANA DE CASTRO OSÓRIO ( 1 8 7 2 - -1935), considerada a fundadora da literatura juvenil em Portugal, com um apurado sentido de responsabilidade social, contribuiu com a sua intensa actividade literária para o desenvolvimento e formação dos jovens. A sua obra, com forte matriz pedagógica, desempenhou um papel pioneiro, tendo publicado neste âmbito dezoito títulos - de que destacamos - Os Nossos Amigos, Lendo e Aprendendo, Uma Lição de H i s t ó r i a . . . e, A MINHA PÁTRIA, que conforme assinala o prefácio de Teresa Simões, foi um livro aprovado para o ensino tanto em Portugal como também nas escolas públicas dos Estados de São Paulo e Minas Gerais, no Brasil. A MINHA PÁTRIA, de 1906, por exemplo, foi um livro adoptado em Portugal ainda em plena monarquia e continuou a sê-lo durante a República.
A MINHA PÁTRIA é uma viagem histórico-afectiva à memória e à cultura do Portugal de então.
OPINIÃO DOS LEITORES
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A MINHA PÁTRIA
maria teresa simões
Obra que merece ser divulgada junto do público jovem por fazer, de forma muito agradável e apelativa, uma resenha da História de Portugal desde os primórdios até ao final do século XIX, início do século XX. Tendo sido dado à estampa em 1906, foi um livro adoptado pelas escolas do Brasil e de Portugal.
DETALHES DO PRODUTO
A Minha Pátria
de Ana de Castro Osório
ISBN 9789727821129Editor: Colares EditoraIdioma: PortuguêsDimensões: 155 x 234 x 12 mmEncadernação: Capa molePáginas: 208Tipo de Produto: LivroClassificação Temática: Livros em Português > Infantis e Juvenis > Literatura Juvenil
A Minha Pátria
SOBRE O AUTOR
Ana de Castro Osório
Escritora, feminista e ativista republicana, nasceu em 1872 e morreu em 1935. É considerada a fundadora da literatura infantil no nosso país. Escreveu alguns livros que foram utilizados como manuais escolares e publicou ainda uma obra marcante na sua época, a coleção Para as Crianças, que lhe ocupou perto de quatro décadas de trabalho. Outros títulos dignos de realce são A Minha Pátria, As Mulheres Portuguesas (em (ver mais)
https://www.wook.pt/livro/a-minha-patria-ana-de-castro-osorio/202674
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A Minha Pátria
by Ana de Castro Osório
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SINOPSE Foi uma mulher de excepção. ANA DE CASTRO OSÓRIO ( 1 8 7 2 - -1935), considerada a fundadora da literatura juvenil em Portugal, com um apurado sentido de responsabilidade social, contribuiu com a sua intensa actividade literária para o desenvolvimento e formação dos jovens. A sua obra, com forte matriz pedagógica, desempenhou um papel pioneiro, tendo publicado nest ...more
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ABOUT ANA DE CASTRO OSÓRIO
Ana de Castro Osório
Intelectual, jornalista, ensaísta, conferencista, feminista e republicana, considerada uma das mais notáveis teóricas dos problemas da emancipação das mulheres foi uma dedicada e incansável lutadora pela igualdade de direitos. Fundadora da literatura infantil em Portugal, (o aspecto vulgarmente mais salientado da sua biografia) com Para as Crianças, uma colecção que iniciou em 1897.
Nascida em Mangualde, foi residir para Setúbal, onde casou com Paulino de Oliveira tribuno republicano. Desenvolveu uma intensa actividade em prol dos direitos das mulheres. Fundadora da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, do Grupo de Estudos Feministas e da Cruzada das Mulheres Portuguesas. Dirigiu várias publicações destinadas às mulheres e colaborou com inúmeros artigos, na imprensa, numa linha de actuação, comum à maioria das mulheres republicanas, que privilegiou a educação e a formação de uma opinião pública feminista esclarecida. Realizou conferências e comícios. Foi consultora de Afonso Costa, Ministro da Justiça do Governo Provisório, na elaboração da lei do divórcio. (less)
BOOKS BY ANA DE CASTRO OSÓRIO
https://www.goodreads.com/book/show/46126649-a-minha-p-tria
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A escritora, activista e pedagoga Ana de Castro Osório ( Mangualde, 18 de Junho de 1872 – Setúbal, 23 de Março de 1935) publicou, em 1905, Às Mulheres Portuguesas, o primeiro manifesto feminista português. Foi uma das fundadoras do Grupo Português de Estudos Feministas, em 1907, da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, em 1909 e, em 1912, da Associação de Propaganda Feminista, a primeira organização sufragista portuguesa, que, por iniciativa da escritora, integrou a International Women Suffrage Alliance. Dedicou-se desde muito cedo ao jornalismo, tendo dirigido diversos periódicos, como Sociedade Futura (1902), O Jornal dos Pequeninos (1907-1908), A Mulher e a Criança (1909-1910), A Semeadora (1915-1918). Desempenhou um papel de destaque no jornal setubalense O Radical (1910-1911). Foi membro do Grande Oriente Lusitano, adoptando como nome simbólico o da revolucionária do século XVIII Leonor Fonseca Pimentel. Imediatamente após a instauração da República, trabalhou com o Ministro da Justiça na elaboração da Lei do Divórcio, de 1910. Entre 1911 e 1916 viveu no Brasil, acompanhando o marido, que fora nomeado cônsul em S. Paulo. Com o deflagrar da 1ª Guerra Mundial fundou a Comissão de Mulheres Pela Pátria, a partir da qual se formou, em 1916, a Cruzada das Mulheres Portuguesas. Em 1916 exerceu as funções de subinspectora do trabalho da 1ª Circunscrição Industrial do Ministério do Trabalho. Foi condecorada com a Ordem Militar de Sant'Iago da Espada (1919) e com a Ordem Civil do Mérito Agrícola e Industrial (1931).
É considerada a criadora da literatura infantil em Portugal, tendo realizado uma extensa e intensiva recolha dos contos da tradição oral do país, e publicado inúmeros volumes de histórias para crianças, além de ter traduzido e publicado os contos dos irmãos Grimm e muitos outros autores estrangeiros de literatura para crianças. Criou manuais escolares para o 1º ciclo. A sua extensa e diversificada obra literária, de mais de cinquenta títulos, inclui também ensaios, romances e contos. A Ana de Castro Osório se deve a compilação, organização, edição e publicação de Clepsidra, o único livro de Camilo Pessanha, em 1920, na editora por ela criada, Lusitânia.
Livros seus publicados pela Sibila:
Mundo Novo (2018). Colecção Mulheres de Palavra — Recomendado pelo Plano Nacional de Leitura
Ambições (2019). Colecção Mulheres de Palavra — Recomendado pelo Plano Nacional de Leitura
Vinte Grandes Contos de Escritoras Portuguesas (2022). Colecção Mulheres de Palavra — Edição Especial
https://www.sibila.pt/biografias/ana_de_castro_osorio.html
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Portuguese American Journal
Book: “Ana de Castro Osório” by Célia Cordeiro – Review - Portuguese American Journal
https://portuguese-american-journal.com/book-ana-de-castro-osorio-by-celia-cordeiro-review/
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Iba Mendes
Gens ennuyeux (Conto), de Monteiro Lobato - Iba Mendes
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Correspondência entre Anna de Castro Osório e Monteiro Lobato 1
Marisa Lajolo
Unicamp
Corria o ano de 1925 quando as duas cartas 2
que seguem cruzavam
o Atlântico 3
. Escritas à máquina , elas atestam a modernidade de seus
signatários . A fiança é importante porque ambos habitavam países pobres e
afastados dos grandes centros em que se definia economia, política, cultura.
A primeira carta vem de Portugal e a segunda do Brasil.
De um lado, a remetente é a portuguesa Anna de Castro Osório
(1872 - 1935) , escritora por ofício, autora de uma já então farta obra
infantil e didática ( entre outros títulos Alma Infantil [1899], A minha pátria
[1906], Viagem aventurosa de Felício e Felizarda ao Pólo Norte [1922] ) e
ligada ao meio editorial pela sua Empresa Lusitânia . De outro, o brasileiro
Monteiro Lobato ( 1882 – 1948) , famoso no Brasil pela polêmica figura do
1 Publicado originalmente com o título “ Autor teve correspondência com Anna
Osório de Castro” em O EWstado de São Paulo . p. D7. 23.11.1966. Com
pequenas alterações foi publicado com o título “ Um diálogo ultramarino” no
jornal Zero Hora ( Porto Alegre) em 10.07.1998. p. 06
2
A autora agradece ao Prof. Dr. Paulo Fanchetti a oferta de cópia das cartas
a seguir transcritas.
3 A pesquisa da qual faz parte a análise destas cartas desenvolve-se no interior do
projeto Memória de Leitura, que desenvolvo junto à Unicamp, com
financiamento do CNPq e da Fapesp.
2
2
Jeca Tatu, tendo já publicado parte significativa de sua ficção adulta (
Urupês [1918] , Cidades mortas [1919] e Negrinha [1920] ) e fundado a
Companhia Gráfico-Editora Monteiro Lobato .
Em 1925, Monteiro Lobato não tinha ainda se revelado como escritor
infantil , o que só vem a ocorrer em 1931 quando inaugura com Reinações de
Narizinho a saga do sítio do Picapau Amarelo . Devido a uma prolongada
estiagem, São Paulo sofreu cortes drásticos no fornecimento de energia
elétrica, o que prejudicou bastante as atividades editoriais de Lobato, que
havia recentemente modernizado o parque gráfico de sua editora. No
segundo semestre , a Gráfica Editora Monteiro Lobato vai a falência e o
horizonte político é instável: enquanto a coluna Prestes-Miguel Costa cortava
o Brasil, rescaldava-se o tenentismo paulista, e já se articulava a criação do
Partido Democrático.
Na república das Letras, Oswald de Andrade publicava suas Poesias
Reunidas .
Contextualizando escritores e cartas, um mundo em transformação.
Em 1925, sinais sinistros vinham da Alemanha , onde Hitler
reorganizava o Partido Nazista e editava seu livro Mein Kampf . A Itália
seguia-lhe os passos, mas os sinais de perigo eram tênues, e pareciam
dissolver-se no ritmo quente do charlestron que animava os salões.
Enquanto os despreocupados dançavam, Eisenstein filmava o Encouraçado
Potenkin e Chaplin A Corrida do Ouro . Picasso e Chagall mantinham na
pintura uma festa de cores e formas, que contrastava com os tons sombrios
3
3
de O processo de Franz Kafka , metáfora que antecipava o horror que
estava por vir .
As festas que em 1922 celebraram o centenário da Independência
brasileira incluíram o vôo Lisboa-Rio de Janeiro com que Gago Coutinho e
Sacadura Cabral cruzaram o Atlântico, passando a limpo a viagem de 1500
do outro Cabral. E coincidiram com a semana de Arte Moderna , festival
artístico , que, numa São Paulo já quase desvairada, acendia fumaças antilusitanas.
Também no pacote de comemorações do grito do Ipiranga, incluía-se
a assinatura de uma Convenção sobre a propriedade literária entre Brasil e
Portugal que, regulamentada em 1924, isentava de impostos a importação
de livros portugueses, golpe letal para a nascente indústria brasileira do
livro .
Portugal também se transformava, sua República tinha quinze anos e
o Modernismo dez, datando a revista Orpheu de 1915.
Sob a presidência de Artur Bernardes , o Brasil assistia à publicação
do jornal comunista A classe operária e promulgava a legislação trabalhista
que incorporava o direito a férias. A população brasileira batia os trinta e
quatro milhões de habitantes e a de Portugal os seis ; entre 1904 e 1933,
Portugal contribuiu com mais de oitocentos mil emigrantes para o Brasil.
É neste complexo cenário, que os finos fios da correspondência
trocada entre Anna de Castro Osório e Monteiro Lobato deixam um rastro de
4
4
sugestões para pesquisas que queiram desvendar bastidores e camarins das
tão pouco conhecidas relações culturais luso brasileiras .
As relações da escritora com o Brasil eram muito estreitas. Estreante
na literatura infantil em 1897 com uma coleção de contos populares ( Para as
crianças ), Anna de Castro Osório viveu em São Paulo entre 1911 e 1914 (
seu marido era Cônsul de Portugal), formulou propostas para intercâmbio
cultural entre os dois países ( A grande aliança ) , e incluiu o Brasil no roteiro
de viagem de suas personagens infantis ( Viagens aventurosas de Felício e
Felizarda ao Brasil) .
As posições de Monteiro Lobato face a Portugal são complexas. Uma
entrevista que deu em 1922 , na qual comenta as relações lingüísticas entre
os dois países pode iluminar um pouco as mal-traçadas com que responde à
escritora portuguesa, :
“ A nova língua, filha da lusa, nasceu no dia em que Cabral aportou no
Brasil.
Não há documentos, mas é provável que o primeiro brasileirismo
surgisse exatamente no dia 22 de abril de 1500. E desde então não se passou
um dia sem que a língua do reino não fosse na colônia infiltrada de vocábulos
novos, de formação local, ou modificada na significação dos antigos.
Hoje, após 400 anos de vida, a diferenciação está caracterizadas e de
modo tão acentuado , que um camponês do Minho não compreende nem é
compreendido por um jeca de São Paulo ou um gaúcho do sul.
5
5
Isto quer dizer que no povo – e a língua é criação puramente populara cisão já está completa.” 4
Se esta opinião pode estar na base da radical deslusitanização da
linguagem responsável pelo sucesso da obra infantil lobatiana, os números
que cartografam o comércio livreiro entre Portugal e Brasil nos anos 20
podem explicar o travo meio mal-humorado com que o paulista responde à
gentil cartinha da portuguesa.
Em 1924, o Brasil tinha importado 179.793 quilos de livros de Portugal
e exportado 648. Em 1925 , a importação diminuiu e a exportação
aumentou, mas as cifras continuam muito assimétricas: Portugal vende ao
Brasil 118.839 quilos de livros e compra 2.737 5
.
Números: se calhar, parodiando o Poeta, tudo é números !
Vamos , pois às cartas que, como se sabe, não mentem jamais. A
primeira é da escritora portuguesa para o escriba brasileiro.
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Apud Edite Pimentel Pinto O português do Brasil. ( textos críticos e teóricos)
Seleção e apresentação de Edite Pimentel Pinto. EDUSP. Biblioteca
Universitária de Literatura brasileira. 2o
. vol 1920 – 1945. Fontes para a
teoria e a história. 1981. p. 58
5
cf Hallewell, L. S O livro no Brasil ( sua história) Edusp. 1985 . p. 296
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11 de abril de 1925 6
Exmo. Senhor
Monteiro Lobato
São Paulo
Exmo. Sr:
Sem carta a que tenha de responder a V.Exa
. pois à vossa
prezadíssima já respondi venho escrever-lhe para vários assuntos que nos
interessam.
Por motivo de falta de saúde e alguns de família não tenho podido
realizar a minha nova viagem ao Brasil, onde me sinto tão a gosto como na
minha própria terra, nem sabendo bem distinguir pelo sentimento qual é a
mais verdadeira pátria. Assim, não podendo fixar data para a ida venho
escrever-lhe para mesmo de longe entrarmos na realização dos assuntos que
nos podem interessar.
Em primeiro lugar participo a V.Exa. que a nossa casa editora vai
entrar numa nova fase de progresso, ficando a sua direção exclusivamente a
meu cargo e do meu filho João de Castro, desejando nós ligarmos mais
6
As cartas tiveram sua ortografia atualizada. Entre colchetes , textos de difícil
leitura no original
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intimamente as boas relações que já pessoalmente temos com V.Exa
. e a sua
casa.
A venda dos livros brasileiros tende a espalhar-se aqui, como é útil e
justo, e nós teremos a maior satisfação em promover esta aproximação que
só valor dará à literatura da língua portuguesa em conjunto.
A atividade editorial da nossa casa será especialmente posta ao
serviço da literatura infantil, mas como propaganda e venda todos os gêneros
nos interessam. Como tencionamos publicar uma revista literária e de
propaganda nela daremos uma boa nota das suas obras.
Pessoalmente venho perguntar-lhe se deseja ser editor dum romance
que tenho pronto a ir para a tipografia e que me parece poderá interessá-lo. O
seu título é “Mundo Novo” e a sua ação decorre quase toda no Brasil, Rio de
Janeiro e São Paulo, devendo levar umas 300 páginas de texto. Querendo
V.Exa
. editá-lo cedo-lhe a primeira edição, fazendo eu aqui a propaganda e
venda dos exemplares que V. Exa
. entendesse, parecendo-me que a primeira
remessa poderiam ser 100 exemplares para ofertas e 200 para o mercado,
vindo mais à proporção que se vendessem. Se V.Exa
. não quiser ser o editor
poderia ser aí o depositário dizendo-me logo de quantos exemplares
precisaria para a sua venda em conta firme. Não sei se V.Exa
me conhece
como novelista porque os meus romances estão de há muito esgotados, mas
estou renovando esta minha atividade com a publicação de algumas novelas.
Ainda este mês terei o gosto de enviar-lhe uma pequena novela e um livro
com mais três que me editou no Porto a Livraria Civilização. Por elas V.Exa.
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verá o interesse que pode [ter] esta minha obra literária, se bem que [ o
romance é mais ] completo, e de interesse geral e seguido.
Aproveito a ocasião para perguntar se desejaria adquirir o direito à
publicação dos meus livros da coleção “ Viagens aventurosas de Felício e
Felizarda “ de que o segundo volume é como V.Exa
. sabe uma viagem ao
Brasil e o 3º que tenho feito, e não publicado ainda , nova viagem ao Rio,
Estados do Sul e São Paulo.
A edição existente é para Portugal nada tendo pois uma com a outra.
Tenho também em stock alguns dos exemplares do livro aí muito
conhecido “Lendo e Aprendendo” e “Uma lição de história “ assim como uma
edição de 3.000 exemplares do livro de 1ªs
leituras escolares “O livrinho
encantador” que me parece ainda podia ser vendido com agrado nas escolas.
Aqui, nas edições para as nossas escolas, é dos que mais se vende.
Junto um exemplar ao da “Grande Esperança “ que tomo a liberdade
de envia-lhe por este correio.
Ainda não enviei nenhum exemplar deste livro para aí ( Brasil) porque
estava à espera de o levar eu própria, demorando, porém, a minha ida envio
a V.Exa
. perguntando-lhe se deseja adquirir alguns exemplares para mandar
juntamente os oferecidos aos jornais e poder fazer-se ao mesmo tempo a
propaganda. Este livro vende-se aqui a 15$00 ( quinze escudos) esperando
que V.Exa
. me diga se lhe convém e as condições em que o deseja.
Desejaria muito entrar em relações diretas e da melhor camaradagem
com V.Exa
. não só sob o ponto de vista de camaradagem intelectual como
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editorial, não vendo interesse nenhum em continuarmos separados, como
vamos estando agora, parecendo que somos dois mundos, quando afinal
somos um só e para a sua maior grandeza coletiva devemos todos
sinceramente trabalhar.
Aproveito a ocasião para dizer-lhe que meu filho José Osório de
Oliveira, que V.Exa
. aí conheceu, está publicando um livro sobre literatura
brasileira, com um prefácio de Malheiro Dias, em que se refere à valiosa obra
literária de V.Exa
.
Aguardo com o maior interesse a resposta de V.exa
. e sou com a maior
consideração
De V.Exa
.
Coga
. Mto. Atta
.Obrga
.
Quase um mês depois, em papel timbrado da sua Cia Gráphico
Editora Monteiro Lobato, responde-lhe Lobato
São Paulo, 14 de maio de 1925
Exma. Sra. D. Anna Osório
Capital.
Exma. Sra. -
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Em mãos sua carta de 11 de Abril, de cujo teor fico ciente, fazendo
votos pela prosperidade de sua empresa.
Nossa companhia editora está neste momento fora do mercado,
ocupada apenas em imprimir obras já em domínio público, dramalhões,
bacamartes de Escrich, Ponson, Dumas, etc., únicas cousas que o Brasil lê.
Como desejamos formar um grande fundo dessa mercadoria, reservamos
este ano para isso e de acordo com esse programa não estamos examinando
nenhum negócio verdadeiramente editorial, a não ser no ramo jurídico e
didático. Por essa razão creio que não podemos fazer nenhum dos negócios
que a Sra.propõe, sendo que alguns deles não estão na alçada de nossa
empresa, que é apenas editora , não mantendo nenhuma livraria para venda
direta ao público . Acresce ainda que por sistema não imprimimos nem
editamos livros portugueses, visto que a ridícula reforma ortográfica que a
república inventou é visceralmente repelida pelo nosso público. Apenas
fizemos um livro nessas condições e já nos arrependemos.
Quanto à venda de obras brasileiras em Portugal, isto é cousa em que
nem se sonha, não só por causa do câmbio, como porque a mentalidade dos
dois países cada vez mais se antagonisa, e um não entende o outro. Basta
lhe dizer que a nossa casa, com a produção já de um milhão de volumes por
ano, e com cerca de 500 edições de sua propriedade, nunca vendeu um só
livro em Portugal - e nem procura fazê-lo, porque é tempo perdido. As
tentativas que em tempo fizemos foram um desastre completo. Tenho, por
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isso , a impressão que o Brasil e Portugal caminham em direções contrárias e
nunca mais se entenderão.
Quando aparecer em São Paulo queira dar-me a honra da sua visita,
pois de um entendimento pessoal pode resultar alguma coisa.-
E disponha deste seu
Crdo. e Admr.
BIBLIOGRAFIA
Edite Pimentel Pinto O português do Brasil. ( textos críticos e teóricos) Seleção
e apresentação de Edite Pimentel Pinto. EDUSP. Biblioteca
Universitária de Literatura brasileira. 2o
. vol 1920 – 1945. Fontes para a
teoria e a história. 1981 ( entrevista à Folha da Manhã, transcrita in
Revista da Academia Paulista de Letras. Ano IV. N.15. 12 de setembro
de 1941. pp 162-165
Franchetti, Paulo Sobre a biografia de Pessanha .
http:www.unicamp.Br/~franchet/pessbio.htm ( 28.03.2000) /
Góes, Lúcia Sampaio. Em busca da matriz . ( Contribuição para uma história
da literatura infantil e juvenil portuguesa. SP: Leia Clíper Editora. 1998
SP:
Hallewell, L. S O livro no Brasil ( sua história) Edusp. 1985
Jacinto Prado Coelho . Antonio Soares Amora Ernesto Guerra da Cal.
Dicionário de literatura ( Literatura brasileira, portuguesa, galega
Estilística literária. Rio de Janeiro. Companhia Brasileira de
Publicações. 1969 2 vol.
https://www.unicamp.br/iel/monteirolobato/outros/AnnaOsoriodeCastro.pdf
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