segunda-feira, 20 de junho de 2022

"mal-entendido"

“Há loucura que compõe e Há loucura que depõe.” *** *** ARTE E CULTURA PROVOCAÇÕES 382 COM RITA LUZ - BLOCO 02 https://tvcultura.com.br/videos/2749_provocacoes-382-com-rita-luz-bloco-02.html ********************************************************************************* *** Maior Abandonado (Ao Vivo) Barão Vermelho https://www.kboing.com.br/barao-vermelho/maior-abandonado-ao-vivo/ ********************************************************************* Após a gafe, o xerife tentou explicar o mal-entendido. Folha de S.Paulo, 22/07/2009 *** *** Boris Casoy: Acordo entre ministro do STF e presidente seria uma patifaria - Liberdade de Opinião 1.078 visualizações 20 de jun. de 2022 No Liberdade de Opinião desta segunda-feira (20), Boris Casoy avalia a declaração do presidente Jair Bolsonaro (PL), que afirmou ter negociado um suposto acordo com o ministro do STF Alexandre de Moraes para que inquéritos fossem arquivados. https://www.youtube.com/watch?v=8fwzFtMUW6Q *********************************************** *** Molica: PGR precisa investigar suposto acordo entre Moraes e Bolsonaro - Liberdade de Opinião 1.022 visualizações 20 de jun. de 2022 No Liberdade de Opinião desta segunda-feira (20), Fernando Molica comenta a declaração do presidente Jair Bolsonaro (PL), que afirmou ter negociado um suposto acordo com o ministro do STF Alexandre de Moraes para que inquéritos fossem arquivados. https://www.youtube.com/watch?v=sfn_1bQJntM "visão de mundo" Filósofo Húngaro *** 'Em Ciências Humanas e Filosofia, o autor define visão de mundo como “expressões individuais e sociais ao mesmo tempo, sendo seu conteúdo determinado pelo máximo de consciência possível do grupo, em geral da classe social”. Para Goldmann o que determinado escritor consegue expressar em sua obra é a totalidade da visão de mundo de determinada classe social em determinado momento histórico, e não a totalidade da sociedade. Assim, ele discorda parcialmente de Lukács já que este defende que o proletariado (e quem expressa o seu ponto de vista) é o único que consegue alcançar a realidade em sua totalidade.' ***
*** www.campusvirtual.ufsj.edu.br Texto 5 – O conceito de visão de mundo aplicado à educação ... http://www.campusvirtual.ufsj.edu.br/mooc/ciencianacomunidade/texto-5-o-conceito-de-visao-de-mundo-aplicado-a-educacao-em-ciencias/ Apesar de escrita durante o final de sua vida, Lukács concebia sua Ontologia como um novo recomeço. Segundo o relato de Nicolas Tertulian, Lukács dizia em tom autoirônico que "é privilégio de alguns gênios da filosofia, como Aristóteles ou Marx, esclarecer muito precocemente, aos vinte anos, o essencial de seu pensamento inovador; para os outros, para o comum dos mortais, pode acontecer (...) que somente aos 80 anos consigam clarear o núcleo de sua filosofia" (Tertulian, 1986, p. 52). Por mais desconcertante que essa declaração possa parecer, vale lembrar que a Ontologia lukacsiana foi concebida não só como o resgate de uma perspectiva filosófica, mas também como um esforço para o renascimento do marxismo, empobrecido por décadas de interpretações simplificadoras, que encontraram no stalinismo sua face mais brutal. Para uma ontologia do ser social I György Lukács Apresentação: José Paulo Netto Tradução: C. N. Coutinho; M. Duayer e N. Schneider Boitempo São Paulo, 2012, 431 págs. http://old.scielo.br/scielo.php?pid=S1678-31662013000300011&script=sci_arttext *** José Mauro Coelho não aguenta pressão e renuncia ao cargo de presidente da Petrobrás 3.563 visualizações 20 de jun. de 2022 https://www.youtube.com/watch?v=tm1qAyKxkIQ ******************************************************* *** Fernando Molica: CPI da Petrobras é risco muito grande para o governo - Liberdade de Opinião 3.238 visualizações 20 de jun. de 2022 No Liberdade de Opinião desta segunda-feira (20), Fernando Molica avalia a proposta do presidente Jair Bolsonaro (PL) de criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a atual gestão da Petrobras. https://www.youtube.com/watch?v=Pcs5lYrejJA *** Os Paralamas Do Sucesso - Lanterna Dos Afogados 17.874.944 visualizações 2 de ago. de 2014 Music video by Os Paralamas Do Sucesso performing Lanterna Dos Afogados. (C) 2014 EMI Records Brasil Ltda, Universal Music International https://www.youtube.com/watch?v=trFdRPqjwyk ************************************************* *** Bolsonaro não deve terminar o governo. Vai renunciar. 136.318 visualizações Transmitido ao vivo em 17 de jun. de 2022 Descobriram o óbvio: Tarcísio, o falastrão, não mora em São José dos Campos! O ministro Fux diz que vai procurar Bolsonaro, o golpista, em busca de "paz nas eleições." Se o ministro deseja paz nas eleições, a última pessoa que deve procurar é justamente Bolsonaro, que conspira diuturnamente contra a democracia e as liberdades. Bolsa desaba e dólar dispara. Onde está o "genial" Paulos Guedes? https://www.youtube.com/watch?v=DfSipm3eX0c ************************************************ BOLSOANRO REITERA ACORDO ENTRE ELE E O MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES MEDIADO POR EX PRESIDENTE TEMER POR CELULAR NO VIVA VOZ. TEMER APÓS ANÚNCIO DA CARTA, NEGARA TER OUVIDO TAL CONVERSA *** *** Temer desmente Bolsonaro sobre acordo com Moraes | CNN 360º 66.869 visualizações 7 de jun. de 2022 Em resposta a Jair Bolsonaro (PL), Michel Temer (MDB) afirmou nesta terça-feira (7) que “não houve uma condicionante” para que o presidente divulgasse a carta em que recuou de seus ataques a Alexandre de Moraes, depois dos atos de 7 de Setembro. https://www.youtube.com/watch?v=DfSipm3eX0c ************************************************** Bolsonaro acusa Moraes de descumprir acordo articulado por Temer Presidente não revelou os termos que teriam sido combinados com ministro do STF, que resultaram em carta divulgada após Sete de Setembro do ano passado *** *** Da CNN 07/06/2022 às 13:25 | Atualizado 07/06/2022 às 17:29 Compartilhe: Facebook Twitter Linkedin WhatsApp flipboard Ouvir notícia O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (7) que a carta escrita com auxílio do ex-presidente Michel Temer (MDB) e divulgada após os protestos de Sete de Setembro do ano passado envolveu um acerto com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo Bolsonaro, Moraes “não cumpriu nenhum dos itens” combinados para que a carta fosse publicada, sem detalhar os termos do acordo. A fala de Bolsonaro ocorreu em entrevista ao programa Perspectivas, do SBT. O presidente disse não ter gravações da conversa com Temer e Moraes. “Não falei isso para ninguém, estou falando primeiro para você. Estava eu, Michel Temer e um telefone celular na minha frente. Ligamos para o Alexandre de Moraes e falamos três vezes com ele, e combinamos umas certas coisas para assinar aquela carta. Ele não cumpriu nenhum dos itens que eu combinei com ele”, disse. Leia Mais Temer desmente Bolsonaro sobre acordo com Moraes Temer desmente Bolsonaro sobre acordo com Moraes Segunda Turma do STF derruba decisão de Nunes Marques favorável a Francischini Segunda Turma do STF derruba decisão de Nunes Marques favorável a Francischini Partido de Bolsonaro apresenta ao TSE empresa para auditar as eleições de 2022 Partido de Bolsonaro apresenta ao TSE empresa para auditar as eleições de 2022 “Logicamente, eu não gravei essa conversa, por questão de ética, jamais faria isso. Mas digo que o Alexandre de Moraes não cumpriu uma só das coisas que acertamos naquele momento para assinar aquela carta”, completou. Questionado sobre o que foi combinado na ocasião, Bolsonaro disse que não iria responder. “Não, não vou te falar. A carta está pública, nós combinamos ali, são outras questões para diminuir a pressão sobre essa perseguição que ele [Moraes] faz até hoje em cima de pessoas que me apoiam”, declarou o presidente, citando a cassação do mandato do deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR), que está em julgamento no Supremo Tribunal Federal. Em resposta, Temer afirmou, porém, que “não houve uma condicionante” para que o presidente divulgasse a carta em que recuou de seus ataques a Alexandre de Moraes (veja abaixo a nota do ex-presidente). No feriado de Sete de Setembro de 2021, durante um protesto na avenida Paulista, em São Paulo, Bolsonaro declarou que o sistema eleitoral brasileiro não oferecia segurança e disse que “qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, este presidente não mais cumprirá”. “Acabou o tempo dele. Sai, Alexandre de Moraes. Deixa de ser canalha”, afirmou, na ocasião. Dois dias após a manifestação, Bolsonaro se reuniu com Temer e divulgou uma carta afirmando que não teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. Disse ainda que suas palavras “por vezes contundentes, decorreram do calor do momento”. Explicação sobre o uso do termo “ir à guerra” Questionado sobre uma fala da semana passada, quando afirmou ter surgido “uma nova classe de ladrão” que tenta “roubar nossa liberdade” ― e, caso seja necessário, “iremos à guerra” ―, Bolsonaro respondeu que estava falando sobre manifestações não apenas nas ruas, porque isso “não sensibiliza Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso”. “É ir às ruas, mas também agora não apenas ir às ruas. Saber o que eu pretendo fazer em ato contínuo. Que a população apenas indo às ruas não sensibiliza Alexandre de Moraes, Fachin, Barroso, não sensibiliza essas pessoas. Eles estão num propósito de botar a esquerda no poder de novo”, atacou o presidente, citando novamente que Fachin foi “o relator do processo que botou o Lula em liberdade”, nas palavras de Bolsonaro. A CNN procurou os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luis Roberto Barroso, que preferiram não se manifestar. Temer divulgou uma nota afirmando que não houve condicionante para a elaboração da carta. “Em relação à declaração de hoje do Senhor presidente da República sobre a assinatura da carta de 9 de setembro, tenho o dever de esclarecer que fui a Brasília naquela oportunidade com o objetivo de ajudar a pacificar o país e restabelecer o imperativo constitucional da harmonia entre os Poderes. As conversas se desenvolveram em alto nível como cabia a uma pauta de defesa da democracia. Não houve condicionantes e nem deveria haver pois tratávamos ali de fazer um gesto conjunto de boa vontade e grandeza entre dois Poderes do Estado brasileiro. Mais do que nunca, o momento é de prudência, responsabilidade, harmonia e paz.” O presidente também foi questionado se o termo “ir à guerra” significa a utilização de armas. Bolsonaro negou. “Ninguém vai pegar em armas não, não é isso. O pessoal sempre leva para um lado. Tem nada a ver. Essa guerra é uma guerra interna. Agora, nós devemos respeitar a manifestação popular. Isso é a essência da democracia. Pelo que parece, alguns aqui estão se lixando para isso. Mas não se esqueçam que a população, nós estamos do lado dela”, afirmou. Ato no Sete de Setembro deste ano Bolsonaro também afirmou que haverá um novo ato de Sete de Setembro neste ano, em meio à campanha eleitoral e menos de um mês antes do primeiro turno, marcado para 2 de outubro. Segundo ele, será “uma concentração nas capitais e também um apoio a um possível candidato que esteja disputando”. “Pelo que estou vendo, está sendo organizado por aí, e eu aplaudo. Eles vão participar do Sete de Setembro aqui em Brasília, o povo deve participar. Não só pelo Sete de Setembro, mas também… quando fala de Sete de Setembro, é Independência, né? Nós queremos nossa total independência, liberdade de expressão, liberdade religiosa, de ir e vir, de consciência, e não aquilo que esses dois ou três do TSE querem impor para todos nós”, criticou. Bolsonaro disse que pretende participar do ato, mas colocou em dúvida o deslocamento para outras capitais além de Brasília. “A previsão é participar. Vai ter um grande desfile em Brasília, depois eu não sei se vou para algum lugar ou não. Mas estaremos em época de eleições. Eu não tenho como deslocar pelo Brasil com a força aérea comigo. É diferente nessa época, eu só posso me deslocar para eventos oficiais. Eu não posso participar de um evento em outro lugar qualquer, como uma manifestação positiva. Eu vou ver o que vou fazer na época. Mas pretendo participar sim desse movimento se a gente tiver recursos para tal”, disse. Temer diz que momento é de prudência e responsabilidade O ex-presidente Michel Temer (MDB) comentou o caso por meio de nota divulgada nesta terça (7). “Em relação à declaração de hoje do Senhor presidente da República sobre a assinatura da carta de 9 de setembro, tenho o dever de esclarecer que fui a Brasília naquela oportunidade com o objetivo de ajudar a pacificar o país e restabelecer o imperativo constitucional da harmonia entre os Poderes. As conversas se desenvolveram em alto nível como cabia a uma pauta de defesa da democracia. Não houve condicionantes e nem deveria haver pois tratávamos ali de fazer um gesto conjunto de boa vontade e grandeza entre dois Poderes do Estado brasileiro. Mais do que nunca, o momento é de prudência, responsabilidade, harmonia e paz”, disse o emedebista. *Publicado por Marcelo Tuvuca, com informações de João Victor Soares, da CNN Fotos – Todos os presidentes da história do Brasil 1 de 36 Veja todos os presidentes da história do Brasil Manuel Deodoro da Fonseca (Deodoro da Fonseca) 1889 - 1891 Crédito: Divulgação/Presidência da República 2 de 36 Floriano Vieira Peixoto (Floriano Peixoto) 1891 - 1894 Crédito: Divulgação/Presidência da República 3 de 36 Prudente José de Morais e Barros (Prudente de Morais) 1894 - 1898 Crédito: Divulgação/Presidência da República 4 de 36 Manoel Ferraz de Campos Salles (Campos Salles) 1898 - 1902 Crédito: Divulgação/Presidência da República 5 de 36 Francisco de Paula Rodrigues Alves (Rodrigues Alves) 1902 - 1906 Crédito: Divulgação/Presidência da República 6 de 36 Afonso Augusto Moreira Penna (Afonso Pena) 1906 - 1909 Crédito: Divulgação/Presidência da República 7 de 36 Nilo Procópio Peçanha (Nilo Peçanha) 1909 - 1910 Crédito: Divulgação/Presidência da República 8 de 36 Hermes Rodrigues da Fonseca (Hermes da Fonseca) 1910 - 1914 Crédito: Divulgação/Presidência da República 9 de 36 Venceslau Brás Pereira Gomes (Venceslau Brás) 1914 - 1918 Crédito: Divulgação/Presidência da República 10 de 36 Delfim Moreira da Costa Ribeiro (Delfim Moreira) 1918 - 1919 Crédito: Divulgação/Presidência da República 11 de 36 Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa (Epitácio Pessoa) 1919 - 1922 Crédito: Divulgação/Presidência da República 12 de 36 Arthur da Silva Bernardes (Arthur Bernardes) 1922 - 1926 Crédito: Divulgação/Presidência da República 13 de 36 Washington Luís Pereira de Sousa (Washington Luís) 1926 - 1930 Crédito: Divulgação/Presidência da República 14 de 36 Getúlio Dornelles Vargas (Getúlio Vargas) 1930 - 1945 Crédito: Divulgação/Presidência da República 15 de 36 José Linhares 1945 - 1946 Crédito: Divulgação/Presidência da República 16 de 36 Eurico Gaspar Dutra 1946 - 1951 Crédito: Divulgação/Presidência da República 17 de 36 Getúlio Dornelles Vargas (Getúlio Vargas) 1951 - 1954 Crédito: Divulgação/Presidência da República 18 de 36 João Fernandes Campos Café Filho (Café Filho) 1954 - 1955 Crédito: Divulgação/Presidência da República 19 de 36 Carlos Coimbra da Luz (Carlos Luz) 08/11/1955 a 11/11/1955 Crédito: Divulgação/Presidência da República 20 de 36 Nereu de Oliveira Ramos (Nereu Ramos) 1955 - 1956 Crédito: Divulgação/Presidência da República 21 de 36 Juscelino Kubitschek de Oliveira (Juscelino Kubitschek) 1956 - 1961 Crédito: Divulgação/Presidência da República 22 de 36 Jânio da Silva Quadros (Jânio Quadros) 31/01/1961 - 25/08/1961 Crédito: Divulgação/Presidência da República 23 de 36 João Belchior Marques Goulart (João Goulart) 1961 - 1964 Crédito: Divulgação/Presidência da República 24 de 36 Humberto de Alencar Castello Branco (Castello Branco) 1964 - 1967 Crédito: Divulgação/Presidência da República 25 de 36 Arthur da Costa e Silva (Costa e Silva) 1967 - 1969 Crédito: Divulgação/Presidência da República 26 de 36 Emílio Garrastazu Médici (Médici) 1969 - 1974 Crédito: Divulgação/Presidência da República 27 de 36 Ernesto Geisel 1974 - 1979 Crédito: Divulgação/Presidência da República 28 de 36 João Baptista de Oliveira Figueiredo (João Figueiredo) 1979 - 1985 Crédito: Divulgação/Presidência da República 29 de 36 José Sarney 1985 - 1990 Crédito: Divulgação/Presidência da República 30 de 36 Fernando Afonso Collor de Mello (Fernando Collor) 1990 - 1992 Crédito: Divulgação/Presidência da República 31 de 36 Itamar Augusto Cautiero Franco (Itamar Franco) 1992 - 1994 Crédito: Divulgação/Presidência da República 32 de 36 Fernando Henrique Cardoso 1995 - 2002 Crédito: Divulgação/Presidência da República 33 de 36 Luiz Inácio Lula da Silva 2003 - 2010 Crédito: Divulgação/Presidência da República 34 de 36 Dilma Vana Rousseff (Dilma Rousseff) 2011 - 2016 Crédito: Divulgação/Presidência da República 35 de 36 Michel Miguel Elias Temer Lulia (Michel Temer) 2016 - 2019 Crédito: Divulgação/Presidência da República 36 de 36 Jair Messias Bolsonaro (Jair Bolsonaro) 2019 - Atualidade Crédito: Divulgação/Presidência da República https://www.cnnbrasil.com.br/politica/bolsonaro-acusa-moraes-de-descumprir-acordo-articulado-por-temer/ ****************************** Tópicos Alexandre de Moraes Edson Fachin Eleições 2022 Eleições Presidenciais Jair Bolsonaro Luís Roberto Barroso TSE (Tribunal Superior Eleitoral) https://www.cnnbrasil.com.br/politica/bolsonaro-acusa-moraes-de-descumprir-acordo-articulado-por-temer/ **************************** Bolsonaro diz que negociou arquivamento do inquérito das fake news com Moraes Segundo o presidente, esse foi um dos pontos do suposto acordo que teria feito com o ministro durante telefonema em 9 de setembro do ano passado *** *** Da CNN 18/06/2022 às 16:10 | Atualizado 19/06/2022 às 11:59 Compartilhe: Facebook Twitter Linkedin WhatsApp flipboard Ouvir notícia O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste sábado (18) que o suposto acordo que fez com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em setembro do ano passado envolvia o fim dos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, investigações que têm como alvos alguns aliados do presidente. “Conversei três vezes com ele [Moraes]. O [Michel] Temer estava lá ninguém nega, a carta eu assinei, fui ofendido por palavras mais variada possíveis, mas o que eu conversei com Alexandre de Moraes foi uma pacificação, o Temer entrou com carta, ele entrava em outras coisas, entre elas, em poucas semanas o arquivamento dos inquéritos de fake news e atos antidemocráticos. Ele cumpriu algo? Não”, afirmou o presidente, durante evento com religiosos no Amazonas. Leia Mais Temer desmente Bolsonaro sobre acordo com Moraes Temer desmente Bolsonaro sobre acordo com Moraes Bolsonaro acusa Moraes de descumprir acordo articulado por Temer Bolsonaro acusa Moraes de descumprir acordo articulado por Temer TSE divulga valor que cada partido vai receber do fundão; União Brasil receberá R$ 782 mi TSE divulga valor que cada partido vai receber do fundão; União Brasil receberá R$ 782 mi No começo de junho, Bolsonaro afirmou que um acordo teria sido firmado durante a conversa telefônica que teve com Moraes após os atos de Sete de Setembro de 2021. Durante os protestos, o presidente chamou o ministro de “canalha” e disse que poderia descumprir decisões do Supremo. Depois de conversar com Moraes por telefone, em conversa intermediada por Temer, Bolsonaro recuou e disse que fez os ataques “no calor do momento”. A informação sobre o suposto acordo já foi negada pelo ex-presidente Michel Temer, responsável por articular o diálogo entre o presidente e o ministro. Ainda na semana passada, o emedebista afirmou que o recuo do presidente não envolvia uma contrapartida. A CNN procurou o ministro Alexandre de Moraes para comentar a fala do presidente, mas ainda não obteve resposta. *** *** O inquérito das fake news, sob relatoria de Moraes, foi aberto de ofício pelo então presidente do STF, Dias Toffoli, em março de 2019, com o objetivo de investigar ataques e notícias falsas contra a Corte. Entre os alvos da apuração estão, por exemplo, os bolsonaristas Daniel Silveira (PTB-RJ) e Roberto Jefferson (PTB-RJ). Em agosto do ano passado, Moraes incluiu o próprio Jair Bolsonaro entre o rol de investigados. O inquérito dos atos antidemocráticos foi aberto em abril de 2020, diante de discussões sobre a constitucionalidade do inquérito das fake news. A investigação, também relatada por Moraes, teve um escopo semelhante ao do inquérito das fake news, com muitos investigados em comum. Em julho de 2021, o processo foi arquivado para dar lugar a ao inquérito dos atos antidemocráticos. Debate A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais. *Publicado por Renan Porto, com informações de Kaio Teles Tópicos Alexandre de Moraes Eleições Eleições 2022 Eleições Presidenciais Inquérito das fake news inquérito dos atos antidemocráticos Michel Temer https://www.cnnbrasil.com.br/politica/bolsonaro-diz-que-negociou-arquivamento-do-inquerito-das-fake-news/ ******************************* Liberdade de Opinião Auto confissão de crime mentiras abraço de afogados ****************************************************** Estrutura social e formas de consciência II: a dialética da estrutura e da história. István Mészáros. Tradução de Rogério Bettoni. São Paulo, Boitempo, 2011. 370 p. Renake Bertholdo David das Neves Universidade Federal Fluminense (UFF), Rio de Janeiro, Brasil O mais novo livro do filósofo húngaro István Mészáros lançado pela Boitempo, na coleção Mundo do Trabalho, tem como escopo fundamental demonstrar a relação dialética descoberta por Marx entre estrutura social e história, objeto de relevância primordial para as ciências humanas e sociais. Mészáros faz uma apurada e erudita análise da relação contida na metáfora base–superestrutura, isto é, a relação fundamental entre o modo de produção, a base material da sociedade, e a consciência social, manifesta em suas diversas formas – arte, religião, moral, política etc. O autor evidencia a concepção dialética expressa no modelo de base e superestrutura, refutando as acusações de ‘determinismo econômico’ imputado a Marx, e mostra que a metáfora deve ser entendida como uma totalidade cujas partes não estão simplesmente interconectadas, nem são igualmente importantes: formam um todo estruturado, com uma ordem interna adequada e uma hierarquia determinada, ainda que, em conformidade com o caráter intrínseco a um complexo dialético, devam ser apreendidas como dinamicamente em mutação. O autor deixa claro que, na concepção dialética de Marx, cada elemento da vida social teve de ser explicado em termos de sua gênese e transformação histórica. Reconhece a importância do famoso ‘Prefácio’ de 1859 à Contribuição à crítica da economia política, admitindo que ele traz uma avaliação concisa da relação entre base e superestrutura, mas também recorre largamente aos Grundrisse e a O capital a fim de fundamentar seu argumento. O filósofo explicita que não existe correspondência mecânica entre a materialidade e as ideias, mas uma inter-relação dialética tripla que constitui o intercâmbio entre base e superestrutura: primeiro, as relações de produção conformam a estrutura econômica da sociedade; segundo, sobre essa base material, erige-se uma superestrutura jurídica e política; por fim, o terceiro fator essencial nesse intercâmbio é constituído pelas diversas “formas ideológicas” que se arquitetam como “formas sociais determinadas de consciência e, como tais, correspondem à superestrutura jurídica e política” (p. 127). O exame da evolução da superestrutura jurídica e política ganha destaque nessa análise sobre a relação entre a estrutura material e as formas de consciência. Mészáros sublinha que essa forma normativa se desenvolve como tal apenas em sociedades que se diferenciaram em classes, e não pode ser confundida com a ‘superestrutura’ em seu sentido primordial, sendo uma forma historicamente específica de superestrutura e que adquirirá proeminência a partir do advento do sociometabolismo do capital. A superestrutura jurídica e política é definida, ao mesmo tempo, como um regulador do intercâmbio social e um “usurpador a serviço dos usurpadores da riqueza social” (p. 99). O aporte de Mészáros sobre o tema joga por terra o mito capitalista do Estado mínimo, do laissezfaire, pois apresenta categoricamente como o Estado no capitalismo alcançou sua preponderância no curso do desenvolvimento da produção generalizada de mercadorias e da instituição prática de relações de propriedade adequadas à manutenção desse tipo de produção da riqueza social, não podendo deixar de prescindir de seu caráter centralizador e burocrático, que a tudo invade, para garantir a reprodução ampliada do capital, inclusive por meio do aparato militar. A origem do Estado moderno, constata Mészáros, não é resultado de uma determinação material supostamente unilateral – explicação bastante usual nas concepções marxistas vulgares –, mas se constituiu dialeticamente por meio de sua necessária interação recíproca com a base material do capital. Portanto, o Estado não apenas foi moldado pela estrutura material da sociedade, mas também moldou (e molda) a acumulação do capital, assumindo a função de ser a estrutura de comando geral do sistema do capital diante da incontrolabilidade da dinâmica centrífuga de uma produção que subsome o valor de uso ao valor de troca e que está sempre orientada para a acumulação. Mészáros defende que a continuidade da normatividade da superestrutura jurídica e política é radicalmente inconciliável com a ideia de emancipação comunista; isso não significa que na sociedade dos ‘produtores associados’ seja possível a ausência de uma normatividade, pois o recuo progressivo das barreiras naturais exige a intervenção crescente dos fatores superestruturais, porém de maneira autoconsciente, não na forma alienada dos sistema do capital. A superação do Estado é, portanto, condição necessária, entretanto não suficiente, para a transição rumo a uma sociedade socialista. Caminho que não é fácil, sustenta Mészáros, em face dos exemplos das sociedades do Leste Europeu, onde o Estado se reconstituiu mais poderoso do que nunca. Por sua vez, a relação entre base e superestrutura não pode ser dissociada de outra ideia cara ao filósofo lukácsiano: a de uma ontologia do ser social permeada por uma teleologia do trabalho. O autor assinala que o fundamento estrutural de todos os processos sociais “é a objetividade trans-histórica das determinações ontológicas sociais” (p. 49), uma vez que o metabolismo social é radicado no metabolismo entre humanidade e natureza. E nesse metabolismo, o trabalho cumpre a função de mediação ativa, sempre com um pôr teleológico. Contudo, o materialismo histórico, alerta Mészáros, só pode conceber a “teleologia objetiva e com fim aberto do trabalho em si” (p. 55), e jamais pode invocar a ideia de uma progressão de estágios ‘logicamente necessária’ no desenvolvimento histórico real. Esse foi um dos grandes equívocos manifestos nas concepções idealistas da história, que acabaram por tratar a teleologia em geral como uma forma de teologia, elaborando suas explicações em termos de ‘causas finais’, identificando-as com a manifestação do “propósito divino na ordem da natureza” (p. 55). A refutação dos pontos de vista idealistas do processo histórico, no entanto, se deterá com maior apuro em um capítulo dedicado às filosofias da história de Kant e Hegel, cuja teleologia do processo histórico está carregada de aspectos teológicos, mas tributários das limitações de um horizonte social determinado – a ascensão do modo de produção capitalista –, e não de um quadro teológico conscientemente assumido, como era o caso em santo Agostinho, Joaquim de Flora ou Friedrich Schlegel. Mészáros mostrará como os sistemas teleológicos desses pensadores são incompatíveis com a teleologia presente no pensamento marxiano, incidindo em uma teologia que congela a história em um pon-to do tempo ‘ideologicamente conveniente’, autolegitimando a sociedade burguesa: a história é “trazida para um fim”, em vez de representar o quadro explicativo de toda a teoria, como o é em Marx. O principal fio condutor da crítica dessa teleologia da história apologética do capital será o excelente exame sobre a fusão entre necessidade natural e necessidade histórica realizada por esses filósofos e também pela economia política. Tal síntese, como demonstra a análise de Mészáros, transforma aquilo que é historicamente específico em algo alegadamente natural, tornando eterno o “controle social metabólico do capital” e dando ao capitalismo um caráter supra-histórico. O autor, contudo, faz questão de pontuar que esses pensadores empreenderam a apologia do capital na fase ascendente do modo de produção capitalista, quando, apesar do impacto alienante que ele ocasionou sobre as diversas esferas da vida humana, houve o maior progresso produtivo de toda a história até então e uma extensão da igualdade e liberdade a todos os indivíduos – mesmo que apenas formalmente –, ao mesmo tempo em que o antagonismo de classes não era tão agudo. Tal apologética é muito distinta daquela perpetrada por cientistas e filósofos que vêm realizando suas investigações e reflexões já na fase descendente do sociometabolismo do capital, uma vez que, nesse último caso, a apologia é realizada contra todas as evidências das contradições insolúveis e dos antagonismos de classes explosivos desse modo de produção. Mészáros assinala que a “busca da verdade” é abandonada em detrimento da defesa dos interesses de reprodução e acumulação do capital. O autor pondera que o conceito de mudança estrutural que exprime uma visão histórica aberta, em direção a um futuro “estruturalmente alterável”, sobre a base das determinações estruturais objetivas do desenvolvimento em desdobramento em si, é absolutamente incompatível com o ponto de vista do capital. O ser humano, assinala Mészáros, torna-se sujeito histórico no desenvolvimento progressivo de sua capacidade para superar os graves obstáculos da necessidade, seja ela natural ou “histórica autoimposta”, alienante. É nesse processo de autoconstituição do sujeito ativo da história que se pode identificar o processo histórico de transformação emancipadora da humanidade de que falava Marx. O grande confronto histórico de nosso tempo enfrentado todos os dias pelos sujeitos históricos é o antagonismo estrutural fundamental entre capital e trabalho. A defesa da transformação emancipadora que desmistifica criticamente o fetichismo do capital só poderia surgir em um momento determinado, no início da fase descendente do desenvolvimento do sistema do capital. A ordem reprodutiva societal alternativa possui uma fundamentação objetiva, constituindo sua viabilidade a partir das “potencialidades positivas necessariamente malogradas do capital”, como o tempo disponível proporcionado pela incrível produtividade do trabalho que o capitalismo engendrou, mas que não pode ser realizado como um ‘reino da liberdade’ num sistema que se orienta pela acumulação cega. O estudo de Mészáros responde não apenas a uma preocupação teórica fundamental para as ciências humanas e sociais. O empenho em apresentar como se dão as determinações histórico-sociais, de demonstrar a diferença entre aquilo que é particular e universal, e entre o que é especificamente histórico e aquilo que é transhistórico (e de que nada há no que se refere ao mundo dos homens que possa ser tomado como supra-histórico) também vem suprir outro anseio, pois a apreensão do movimento histórico real possibilita importante arma para a “necessária intervenção emancipadora” dos seres humanos. A referência à 11ª tese sobre Feuerbach de Marx, aliás, será constante ao longo de todo o livro: “Os filósofos apenas interpretaram o mundo de diferentes maneiras; o que importa é transformá-lo”. O Banco Mundial como ator político, intelectual e financeiro.João Márcio Mendes Pereira. Rio de Janeiro,Civilização Brasileira,2010.502 p. Marcela A. Pronko Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz), Rio de Janeiro, Brasil Frequentemente, ao se falar na atuação do Banco Mundial, costuma ser destacado seu papel financeiro e político, pelo caráter disciplinador que assume sua intervenção por meio da imposição de condicionalidades embutidas na concessão de empréstimos aos países ‘da periferia’. No âmbito acadêmico, adicionalmente, as produções que se debruçam sobre essa atuação o fazem a partir de um olhar ou espaço de intervenção específico: alguma política setorial, sua atuação circunscrita a um espaço geográfico determinado, uma estratégia particular. Entretanto, existem poucos trabalhos, menos ainda disponíveis em português, que abordem a intervenção do Banco Mundial desde uma perspectiva histórica mais abrangente. Nesse sentido, o livro O Banco Mundial como ator político, intelectual e financeiro, de João Márcio Mendes Pereira, vem preencher uma lacuna importante na produção acadêmica nacional, oferecendo ao leitor uma história crítica e muito bem documentada da instituição, desde sua criação em 1944 até os dias de hoje. O livro é o resultado da tese de doutoramento defendida pelo autor no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, em janeiro de 2009, elaborada sob a orientação da Profa. Dra. Virgínia Fontes, autora do prefácio. Estruturado em oito partes – uma introdução, seis capítulos e umas breves considerações finais –, o livro oferece uma caracterização inicial do Grupo Banco Mundial, mostrando sua abrangência e complexidade, seguida de uma exposição cronológica da sua atuação que cobre 64 anos de história, apoiada numa longa e minuciosa pesquisa com fontes primárias originais e de extensa revisão bibliográfica, o que já constitui uma valiosa contribuição para os interessados no tema. Parte desse esforço de sistematização se revela na volumosa inserção de tabelas, mapas e gráficos que ilustram, com dados recolhidos em diversas fontes, as análises e interpretações do autor. A tese central do livro, explicitada na Introdução, é “que o Banco age, desde suas origens, ainda que de diferentes formas, como um ator político, intelectual e financeiro, e o faz devido à sua condição singular de emprestador, formulador de políticas, ator social e produtor e/ou veiculador de ideias em matéria de desenvolvimento capitalista, sobre o que fazer, como fazer, quem deve fazer e para quem fazer” (p. 29). A substantiva elaboração que sustenta essa tese se desenvolve, minuciosamente, nos capítulos subsequentes. O primeiro capítulo do livro oferece um panorama das organizações que compõem o Grupo Banco Mundial, e que extrapolam em muito suas instituições mais conhecidas: o BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento), mais conhecido como Banco Mundial, e a AID (Associação Internacional de Desenvolvimento). Assim, o autor apresenta a complexidade institucional de um conglomerado de organizações, mostrando sua abrangência e a capilaridade das suas formas de atuação, além do grau de articulação política, econômica e institucional dentro e fora do próprio grupo. O segundo capítulo abrange desde os debates travados antes mesmo da Conferência de Bretton Woods (1944), apontando as assimetrias de poder que a caracterizaram e o papel desempenhado pelo Banco, como parte das políticas estadunidenses no cenário do pós-guerra, até sua consolidação do ponto de vista financeiro, vinte anos mais tarde, alcançando uma abrangência de atuação praticamente global. O terceiro capítulo, que cobre um curto período de seis anos, caracteriza o período em que a organização, como um todo, mais cresceu, sob o auge do credo internacional do desenvolvimento. Esse movimento expansivo do Banco se consolidaria sob a longa gestão de Robert McNamara, desenhando uma estratégia de ‘assalto à pobreza’ que teve implicações profundas e conhecidas no reordenamento da periferia ao longo das décadas de 1960 e 1970. Esses processos são abordados no capítulo quarto, que situa também as tensões políticas surgidas como expressão de um novo momento da economia internacional e seus reflexos na reorientação da instituição. Assim, a virada liberal-conservadora e o processo de neoliberalização, vistos através da atuação do Banco, constituem os eixos do capí-tulo quinto, mostrando a gestação das coordenadas estratégicas que passaram a orientar sua ação política, intelectual e financeira no início da década de 1990. O último capítulo, cuja análise se estende até o ano de 2008, desvenda o papel e as estratégias da organização para a reciclagem da política neoliberal durante os anos finais do século XX e a primeira década do século XXI, justamente quando começam a ficar evidentes seus resultados mais perversos. Essa reciclagem implica, basicamente, uma reorientação política baseada na redefinição do papel do Estado, o que inclui, além de sua re-funcionalização, uma nova forma de relação com a chamada ‘sociedade civil’. Pretendendo distanciar-se da ‘ortodoxia neoliberal’, o Banco Mundial adere aos apelos de um ‘capitalismo com rosto humano’ sem abrir mão, com isso, do seu receituário básico de reformas. Em vários países da América Latina, entre eles Argentina e Brasil, essa reciclagem tem recebido diferentes nomes – por exemplo, terceira via, neo-desenvolvimentismo – aprofundando, entretanto, os princípios do credo neoliberal. Como o autor destaca nas suas considerações finais, essas seis décadas de história retratam a particularidade dessa organização para a qual, apesar de ser reconhecida como um banco, “o dinheiro sempre foi visto como o lubrificante necessário para mover o produto principal: prescrições políticas e ideias sobre o que fazer, como fazer, quem deve fazer e para quem fazer em matéria de desenvolvimento capitalista” (p. 474). Assim, uma das principais contribuições do livro é a de mostrar, ao longo de toda a vida da instituição, o importante e profícuo papel educador desempenhado pelo Banco Mundial e os mecanismos através dos quais esse papel educador se põe em ato: formação de quadros, propaganda, pesquisa e sistematização de informações, destacando, também, a consciência que o próprio Banco tem desse seu papel, ao enunciar como uma das suas vantagens estratégicas contemporâneas a de se constituir no ‘banco do conhecimento’. Todos esses elementos permitem apontar que o papel educador do Banco Mundial não deve ser considerado só no sentido estrito de formação direta de burocratas e funcionários através de agências e/ou ações específicas, mas no sentido amplo da conformação ético-política das populações dos diversos países às ideias difundidas por ele, hoje as do credo neoliberal reciclado, na construção de um consentimento ativo como importante instrumento de convencimento e adesão. Trata-se do exercício de uma nova ‘pedagogia da hegemonia’, isto é, das novas estratégias do capital para educar o consenso, que o Grupo Banco Mundial, através das suas variadas organizações, tão efetivamente desenvolve. Essa contribuição abre perspectivas novas de pesquisa sobre a atuação do Banco Mundial na definição de políticas, particularmente das políticas sociais em nossos países, que fogem ao escopo do livro, mas que aponta a importância de se estudar as formas concretas, no plano de cada formação nacional, de como esses mecanismos se processam e se redefinem caso a caso. Da mesma forma, resultam interessantes as menções que o livro faz, em diferentes momentos, à atuação articulada do Banco Mundial com outras agências privadas estadunidenses de ‘cooperação internacional’, como a Fundação Ford ou a Fundação Rockefeller, na criação e desenvolvimento de programas específicos de formação (o próprio Instituto Banco Mundial) ou de atuação articulada junto às comunidades científicas e acadêmicas dos países ‘clientes’ do Banco, no sentido de reforçar organicamente a visão de mundo veiculada por eles, contribuindo para produzir uma verdadeira reforma intelectual e moral das nossas sociedades de acordo com os interesses do capital em geral. De leitura extremamente estimulante, a obra constitui um trabalho relevante, consistente e original. Relevante tanto pela temática escolhida, a história do Banco Mundial como agência política, intelectual e financeira do grande capital e da hegemonia estadunidense com papel decisivo na história recente dos nossos países, quanto pela abordagem. Ao fazer uma história da atuação do Banco não pautada só nos seus discursos/preceitos, nem apenas na atuação político-financeira, mas também na relação contraditória desses elementos com o contexto interno dos Estados Unidos e com o próprio contexto internacional, demonstra a formidável capacidade de adaptação da agência para contornar as críticas, questionamentos e imperativos de todo tipo, sem perder a direção do processo almejado. De outro lado, a leitura evidencia um trabalho de fôlego com fontes primárias e secundárias, não necessariamente disponíveis para qualquer pesquisador, fruto de uma pesquisa empírica ampla e exaustiva capaz de evidenciar aspectos que a pretensa ‘confidencialidade’ e a opacidade das atividades desenvolvidas pelo Banco Mundial tendem a preservar do público. Por sua vez, essa pesquisa empírica se completa com um trabalho de reconstrução histórica sério, minucioso e coerente ao longo de todos os capítulos, oferecendo ao leitor um panorama explicativo e bem-informado sobre a trajetória dessa instituição singular em nível mundial. Nesse sentido, pelo caráter sistematizador e organizador de informações de diferente tipo, caráter e procedência, trata-se, também, de um trabalho absolutamente original. Por tudo isso, o livro representa uma contribuição indispensável para todos aqueles que estiverem interessados em compreender a dinâmica histórica do processo de consolidação do novo imperialismo, e de reconversão neoliberal das nossas formações sociais nacionais até a atualidade, com suas profundas e devastadoras implicações nos mais diversos aspectos da vida em sociedade. Fonte: Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v. 9 n. 3, p. 535-539, nov.2011/fev.2012 https://www.scielo.br/j/tes/a/X9cnR7Pzjmyd5zLB3vwfTJL/?format=pdf&lang=pt n ********************************************************************************** Título do Trabalho O CONCEITO DE VISÃO DE MUNDO EM LUCIEN GOLDMANN Autores Aline Cristina Ferreira Modalidade Apresentação Oral Área temática GT 7 - Intelectuais, marxismo e produção cultural: dilemas da esquerda latino-americana Data de Publicação 28/09/2020 País da Publicação Brasil Idioma da Publicação Português Página do Trabalho www.even3.com.br/Anais/11snsp/236644-O-CONCEITO-DE-VISAO-DE-MUNDO-EM-LUCIEN-GOLDMANN ISSN 2175-6880 Palavras-Chave visão de mundo, totalidade, Lucien Goldmann Resumo O presente trabalho tem como objetivo apresentar o conceito de visão de mundo em Lucien Goldmann de modo a compreendê-lo enquanto um desenvolvimento das primeiras obras de Georg Lukács, especialmente A Alma e as Formas e História e Consciência de Classe. Não se trata de uma relação arbitrária entre os dois autores, já que o próprio Goldmann aponta explicitamente a influência de Lukács em sua conceituação de visão de mundo. Sua segunda tese de doutoramento, Le Dieu caché, debruça-se sobre a visão trágica de mundo, o que já havia sido abordado por Lukács em seu último ensaio de A Alma e as Formas (“Metafísica da Tragédia: Paul Ernst”). No entanto, Goldmann se preocupa em abordar o assunto de uma forma historicista pensada às últimas consequências, isto é, considerando a dimensão presente e futura (utópica) da história. Por isso há uma forte reivindicação ao livro História e Consciência de Classe. Assim trabalhamos sob a hipótese de os conceitos goldmannianos se conformam enquanto um rearranjo das principais discussões trazidas pelo jovem Lukács. O que não significa adesão total às ideias deste último autor, como podemos constatar pela própria definição de visão de mundo presente em suas obras. Em Ciências Humanas e Filosofia, o autor define visão de mundo como “expressões individuais e sociais ao mesmo tempo, sendo seu conteúdo determinado pelo máximo de consciência possível do grupo, em geral da classe social”. Para Goldmann o que determinado escritor consegue expressar em sua obra é a totalidade da visão de mundo de determinada classe social em determinado momento histórico, e não a totalidade da sociedade. Assim, ele discorda parcialmente de Lukács já que este defende que o proletariado (e quem expressa o seu ponto de vista) é o único que consegue alcançar a realidade em sua totalidade. Enfim, em nossa discussão sobre a conceituação de visão de mundo focalizaremos nessas constantes aproximações e distanciamentos entre Lukács e Goldmann, tendo como principal base o livro Le Dieu caché, que trata especificamente sobre a visão trágica de mundo, mas que também aborda outras visões de mundo, tais como a racionalista e a dialética. https://www.even3.com.br/anais/11snsp/236644-o-conceito-de-visao-de-mundo-em-lucien-goldmann/

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