Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quarta-feira, 29 de junho de 2022
NECROPOLÍTICA
“SUS contra a necropolítica."
Necropolítica…Do corpo e da alma
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Todo Estudo
Necropolítica: a política da morte e os corpos dispensáveis
https://www.todoestudo.com.br/sociologia/necropolitica
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Necropolítica explicada por Silvio Almeida
https://www.todoestudo.com.br/sociologia/necropolitica
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Bolsonaro ameaçou transferir para fronteira médico que se recusou a tratá-lo com cloroquina
Redação O Antagonista
29.06.22 08:41
O presidente defende o uso do medicamento desde o início da pandemia; a OMS desrecomenda "fortemente" o tratamento
Em entrevista a um canal do Youtube divulgada na terça-feira (28), Jair Bolsonaro disse que ameaçou transferir para fronteira o médico militar que se recusou a tratar seus sintomas de Covid com cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz contra a doença.
O relato remete a julho de 2020, quando o presidente testou positivo para a Covid três vezes. Na época, Bolsonaro declarou, sem embasamento científico, ter se tratado graças à cloroquina.
“Falei [para o médico]: ‘Me traz aquele remédio [cloroquina]’. [Ele respondeu] ‘Não, não, não'”, disse o presidente na entrevista desta terça-feira.
“Médico militar, eu sou capitão [..] Traz o remédio, porque o exame só vai sair o resultado amanhã, pode ser tarde demais”, insistiu.
“[O médico disse] ‘Ah, mas protocolos nossos’. Falei: ‘Traz o remédio ou te transfiro para a fronteira agora, democraticamente’“, concluiu.
Segundo Bolsonaro comentou na entrevista, ele já ficou “bom” no dia seguinte.
Com base em estudos internacionais, a OMS oficialmente defende “recomendação forte contra” o uso da cloroquina no tratamento da Covid visto que é ineficaz e perigoso ao organismo humano.
https://oantagonista.uol.com.br/brasil/bolsonaro-ameacou-transferir-para-fronteira-medico-que-se-recusou-a-trata-lo-com-cloroquina/
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Abuso e desrespeito. A cara desse governo
6.101 visualizações 29 de jun. de 2022 Denúncias contra Pedro Guimarães expõem mais horrores, numa lista imensa, sob o modelo de gestão do atual governo.
"Olá. Eu sou o cartunista Maurício Ricardo. Atuo como chargista e jornalista há mais de 30 anos. Estou usando esse canal pra postar meus vlogs e desabafos."
https://www.youtube.com/watch?v=WamzQbnKWA0
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Câmara dos Deputados
Comissão aprova inclusão de bandeira do SUS entre símbolos nacionais - Notícias - Portal da Câmara dos Deputados
https://www.camara.leg.br/noticias/804962-comissao-aprova-inclusao-de-bandeira-do-sus-entre
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CEE Fiocruz
Em defesa do SUS: agência de checagem de informações reconhece universalidade do
https://cee.fiocruz.br/?q=node/1061
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Sistema Único de Saúde é a denominação do sistema público de saúde brasileiro criado pela Constituição Federal de 1988 pelo texto elaborado durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1987-1988 na sua 267ª. sessão no dia 17 de maio de 1988. Wikipédia
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‘Sem o SUS viveríamos uma barbárie. É o maior sistema de Saúde do mundo. É o grande programa de distribuição de renda. É o que permite defender a vida dos brasileiros agora. O SUS não é perfeito, tem problemas de gestão, de financiamento, de troca de ministro de Saúde como se troca de camisa, mas o SUS melhorou desde o início da epidemia até agora. Que fique essa lição para quando a epidemia terminar. O SUS ainda é vilipendiado pelos brasileiros e é injusto.’
Drauzio Varella
A procuradora federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal (MPF), Débora Duprat, também em depoimento gravado, trouxe à tona o conceito de ‘necropolítica’, referenciando o teórico Achille Mbembe.
‘Estão apostando numa política de eliminação de vidas, numa escala ascendente de pobreza e miséria extrema, voltando o país para o Mapa da Fome. A pandemia torna mais evidente essa política, num estado precarizado em investimento em Saúde’, criticou.”vii
https://www.academia.org.br/nossa-lingua/nova-palavra/necropolitica
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O Assunto
Bolsonaro e os sentidos da necropolíticaBolsonaro e os sentidos da necropolítica
00:00 / 24:31
https://g1.globo.com/podcast/o-assunto/noticia/2022/06/27/o-assunto-736-bolsonaro-e-os-sentidos-da-necropolitica.ghtml
O Assunto #736: Bolsonaro e os sentidos da necropolítica
Diante das centenas de milhares de vidas brasileiras perdidas na pandemia, normalização e deboche. Em resposta à tortura e morte de um cidadão por policiais rodoviários federais, desconversa. Nos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Philips, responsabilização das vítimas. Três exemplos da política de violência sistêmica que “glorifica a morte como espetáculo”.
Por Renata Lo Prete
27/06/2022 01h00 Atualizado há 2 dias
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Diante das centenas de milhares de vidas brasileiras perdidas na pandemia, normalização e deboche. Em resposta à tortura e morte de um cidadão por policiais rodoviários federais, desconversa. Nos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Philips, responsabilização das vítimas. Três exemplos da política de violência sistêmica que “glorifica a morte como espetáculo” e teve seu nome cunhado pelo filósofo camaronês Achille Mbembe. Para entender o fenômeno e como ele se impôs entre nós, Renata Lo Prete recebe neste episódio Silvio Almeida, professor visitante de Direito da Universidade de Columbia e presidente do Instituto Luiz Gama. Ele explica os traços comuns a esses e outros casos ocorridos sob “um governo que sabe operar os instrumentos de morte de maneira muito eficaz”. Para Silvio, a superação da necropolítica passa por um reordenamento em que “fome e miséria não sejam mais toleradas”, paralelamente à valorização de serviços fundamentais para a vida (como o SUS) e ao estabelecimento de políticas culturais que resgatem o “significado simbólico” dos que partiram.
O que você precisa saber:
Bolsonaro é alvo de críticas no Parlamento Europeu por 'necropolítica'
Entidades brasileiras denunciam Bolsonaro no Conselho de Direitos Humanos da ONU
Brasil tem de deixar de ser 'país de maricas' e enfrentar pandemia 'de peito aberto', diz Bolsonaro
O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Isabel Seta, Tiago Aguiar, Lorena Lara, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva, Thiago Kaczuroski, Gustavo Honório e Eto Osclighter. Apresentação: Renata Lo Prete.
— Foto: Comunicação/Globo
— Foto: Comunicação/Globo
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Katuka – Africanidades
Necropolítica – Achille Mbembe – Katuka
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necropolítica
Classe gramatical:
s.f.
Palavras relacionadas:
necropolítico adj. s.m.
Definição:
Uso do poder político e social, especialmente por parte do Estado, de forma a determinar, por meio de ações ou omissões (gerando condições de risco para alguns grupos ou setores da sociedade, em contextos de desigualdade, em zonas de exclusão e violência, em condições de vida precárias, por exemplo), quem pode permanecer vivo ou deve morrer. [Termo cunhado pelo filósofo, teórico político e historiador camaronês Achille Mbembe, em 2003, em ensaio homônimo e, posteriormente, livro.]
Exemplos de uso:
“Há um cruzamento permanente da precariedade da vida que torna alguns corpos e suas lideranças políticas mais vulneráveis ao que Achille Mbembe descreveu como a ‘necropolítica’: políticas de morte para o controle das populações. Mbembe se inspira em Michel Foucault, na aula final do curso ‘Em defesa da sociedade’, de 1976. Nela, Foucault lançou a ideia de como o racismo de Estado seria uma das táticas do biopoder e da biopolítica. Entre o poder de ‘fazer viver e deixar morrer’, o racismo de Estado determinaria as condições de aceitabilidade para quem vive e morre. Mbembe foi além de Foucault: mostrou como o biopoder é insuficiente para compreender as relações de inimizade e perseguição contemporâneas, pois há uma necropolítica em curso para produzir os ‘mundos de morte’.”i
“As relações de inimizade, como descreve Mbembe, se movimentam pelo direito de matar, ‘estabelecem cortes de aceitabilidade para tirar uma vida’, instaurando os regimes de medo e precariedade. Quando o funcionamento do Estado escancara a necropolítica como regime de governo das populações, passamos a descrever a desordem como ‘emergência’, ‘conflito armado’ ou ‘crise humanitária’. A verdade é que as táticas de exclusão e perseguição já estavam instauradas muito antes de nomeá-las pelos vocábulos do horror.”ii
“‘Necropolítica é a capacidade de estabelecer parâmetros em que a submissão da vida pela morte está legitimada. Para Mbembe, a necropolítica não se dá só por uma instrumentalização da vida, mas também pela destruição dos corpos. Não é só deixar morrer, é fazer morrer também. Esse poder de morte, esse necropoder, é um elemento estrutural no capitalismo neoliberal de hoje, atuando por meio de práticas e tecnologias de gerenciamento de morte de certos grupos e populações’, explica Mariana Castro, pesquisadora de necropolíticas da fronteira, mestra em políticas públicas e direitos humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A necropolítica sofistica e aprofunda os conceitos de biopoder, do filósofo Michel Foucault, e estado de exceção, de Giorgio Agamben. Embora robustos, eles não dão conta das formas de controle de vida e morte produzidas a partir dos processos colonizadores.”iii
“[Achille] Mbembe, 62, é conhecido por ter cunhado em 2003 o termo ‘necropolítica’. Ele investiga, em sua obra, a maneira como governos decidem quem viverá e quem morrerá – e de que maneira viverão e morrerão. Ele leciona na Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo.”iv
“A necropolítica aparece, também, no fato de que o vírus não afeta todas as pessoas de uma maneira igual. (...) ‘O sistema capitalista é baseado na distribuição desigual da oportunidade de viver e de morrer’, diz [Achille] Mbembe. ‘Essa lógica do sacrifício sempre esteve no coração do neoliberalismo, que deveríamos chamar de necroliberalismo. Esse sistema sempre operou com a ideia de que alguém vale mais do que os outros. Quem não tem valor pode ser descartado.’”v
“A ditadura no Brasil foi um destes momentos. Os 21 anos do regime autoritário resultaram em mortes e corpos desaparecidos. À época, quando um opositor ao regime era preso, torturado ou assassinado, este corpo era considerado um inimigo visível e determinado que merecia um fim. O discurso promovido tinha o poder de estabelecer parâmetros aceitáveis para tirar vidas e controlar as pessoas. A escravidão também foi um destes momentos. (...) A guerra ao tráfico e à criminalidade no Brasil é um exemplo. Mas também há necropolítica nas prisões. O tratamento da população carcerária, com punições com foco na privação da liberdade, a superlotação das cadeias e baixas condições sanitárias são reflexos disso. Conforme apontado pelo Conjur, só em 2018 foram mais de 1.400 mortes em presídios no Brasil.”vi
“SUS contra a necropolítica. O médico Drauzio Varella, em depoimento gravado, afirmou que a Covid-19 no Brasil poderia ser ainda pior se não fosse o SUS. ‘Sem o SUS viveríamos uma barbárie. É o maior sistema de Saúde do mundo. É o grande programa de distribuição de renda. É o que permite defender a vida dos brasileiros agora. O SUS não é perfeito, tem problemas de gestão, de financiamento, de troca de ministro de Saúde como se troca de camisa, mas o SUS melhorou desde o início da epidemia até agora. Que fique essa lição para quando a epidemia terminar. O SUS ainda é vilipendiado pelos brasileiros e é injusto.’ A procuradora federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal (MPF), Débora Duprat, também em depoimento gravado, trouxe à tona o conceito de ‘necropolítica’, referenciando o teórico Achille Mbembe. ‘Estão apostando numa política de eliminação de vidas, numa escala ascendente de pobreza e miséria extrema, voltando o país para o Mapa da Fome. A pandemia torna mais evidente essa política, num estado precarizado em investimento em Saúde’, criticou.”vii
Referências:
MBEMBE, Achille. Necropolítica. São Paulo: N-1 edições, 2018. 80 p.
1 DINIZ, Debora; CARINO, Giselle. A necropolítica como regime de governo. El País, Brasil, 16 jul. 2019. Opinião. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/07/09/opinion/1562688743_395031.html. Acesso em: 7 mar. 2021.
2 Idem, ibidem.
3 CIDADE ESCOLA APRENDIZ. Necropolítica. Educação e Território, Conceito Glossário, 18 dez. 2020. Disponível em: https://educacaoeterritorio.org.br/glossario/necropolitica/?gclid=EAIaIQ.... Acesso em: 7 mar. 2021.
4 BERCITO, Diogo. Pandemia democratizou poder de matar, diz autor da teoria da ‘necropolítica’. Folha de S.Paulo, 30 mar. 2020. Mundo. Coronavírus. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/03/pandemia-democratizou-poder-.... Acesso em: 7 mar. 2021.
v Idem, ibidem.
6 IGNACIO, Julia. Necropolítica: o que esse termo significa? Politize!, 30 jul. 2020. Disponível em: https://www.politize.com.br/necropolitica-o-que-e/. Acesso em: 7 mar. 2021.
vii CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. #MarchaPelaVida: entidades em todo o Brasil defendem a Ciência frente à negligência do governo diante da pandemia. Conselho Nacional de Saúde, Ministério da Saúde, Governo Federal, 12 jun. 2020. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/1221-marchapelavida-en.... Acesso em: 7 mar. 2021.
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