sábado, 18 de junho de 2022

PARADOXOS

" - A brincadeira é assim: ele dá um lé na pessoa. Ele sai correndo. Vai prum lado, pra cá...Essa parte ... E tem mais: por que a brincadeira que eu sempre brinco. Me faz eu ficar feliz. Me dá alegria." *** *** AUÊ | Torre de Babel https://www.youtube.com/watch?v=gI3UmD9Pp54 **************************************** *** Rato Enfrentando Gato Dominguinhos Ouça Rato Enfrentando Ga… Inveja, pedras e espinhos tem em qualquer profissão Talento não se aprende, se ganha na geração O que e bom já nasce feito é de Deus uma benção Não sei se fico, não sei se vai Se paro agora ou se devo continuar Tenho uma coisa que eu gravei no meu juízo É não hora que eu preciso não aparece ninguém Mais quando eu tenho a minha vida é diferente Todo mundo esta presente me tratando muito bem Pra onde eu olho ta assim de trambiqueiro Sanguessuga e pirangueiro rindo e querendo morder Se me descuido bota o pe no meu sapato Sou rato enfrentando gato sem ter pra onde correr https://www.letras.mus.br/dominguinhos/1659992/ Entrevista | Christopher Thornhill: Risco autoritário
*** Historiador e pesquisador britânico de temas como populismo e direito constitucional diz que solidez das instituições barra pressões contra democracia Reynaldo Turollo Jr. / Revista Veja Em temporada no Brasil para ministrar um curso no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em Brasília, em homenagem ao ministro aposentado do STF Celso de Mello, o professor de direito da Universidade de Manchester, na Inglaterra, e conceituado pesquisador de temas como populismo e democracia, Christopher Thornhill, afirma que o presidente Jair Bolsonaro busca uma ruptura, mas não tem tido sucesso devido à solidez das instituições do país. “Sou otimista”, diz. Numa conversa presencial, ele falou a VEJA sobre as perspectivas das eleições no país, analisou a participação dos militares no governo Bolsonaro e explicou como os movimentos antidemocráticos vêm ganhando tração em vários países, inclusive no Reino Unido e nos Estados Unidos. Como estudioso dos ataques que governantes fazem na atualidade contra a democracia, acha um exagero a análise que muitos setores fazem no Brasil de que Jair Bolsonaro ensaia uma ruptura institucional? De forma especulativa, pode-se dizer que ele vem tentando isso. Mas, até o momento, esse esforço não levou a uma suspensão do processo democrático no Brasil. Bolsonaro tentou realizar algum tipo de ruptura constitucional, mas a extensão foi limitada até aqui. Não acho que será bem-sucedido se insistir nesse caminho. E isso tem a ver com a robustez relativa das instituições do país. Sou um otimista. Nos últimos tempos, o presidente vem aumentando o tom das ameaças, na tentativa de minar a confiança em nosso sistema eleitoral. Mesmo assim, o senhor continua otimista a respeito da capacidade de as instituições do país resistirem? Não concordo com a visão apocalíptica que muitas pessoas do seu país têm a respeito do estado da democracia no Brasil. Ao longo das últimas décadas, ela se solidificou e, em certos aspectos, se transformou numa democracia extremamente avançada, cujas estruturas institucionais se desenvolveram além da simples consolidação constitucional da democracia. São sinais de uma democracia relativamente robusta. Quando uma democracia nova como a brasileira muda de direção, como ocorreu na transição do governo de Fernando Henrique Cardoso para o de Luiz Inácio Lula da Silva, em algum momento tal processo desencadeia uma reação. E o Bolsonaro foi a reação. Qual será a reação internacional se o presidente não aceitar o resultado das eleições, em caso de derrota? O Brasil é uma das democracias-chave do mundo. Tem um papel importante não só na América do Sul, mas em todo o Hemisfério Sul. Na hipótese de não aceitarem o resultado das eleições, a reação internacional certamente será de ultraje. Mas acho improvável chegarmos até esse ponto. Nesse contexto, a participação recorde de militares no atual governo não é um motivo de preocupação? Sem dúvida. É fato que a presença dos militares não apenas em um nível social, mas dentro da estrutura executiva do governo, mudou sob Bolsonaro. Em algumas regiões, como na Amazônia, os militares exercem funções que vão além das funções militares puras, incluindo até cuidados médicos. Eles têm uma presença e um papel na sociedade brasileira que não têm em outras sociedades. Um complicador é que as disposições da Constituição relacionadas ao papel dos militares na garantia da ordem pública são abertas a interpretações bastante abrangentes. Isso cria uma ambiguidade sobre o que eles podem ou não fazer. É de se esperar que haja maior clareza constitucional no futuro, sob um governo com mais compromisso democrático, a respeito das funções concretas do Exército. O atual favorito à Presidência é Lula, que já ficou preso por corrupção. Como a comunidade internacional vê a volta dele ao cenário e a atual boa posição dele nas pesquisas? Um fracasso das instituições brasileiras pode significar diversas coisas. Pode ser um fracasso pelo Lula ter sido preso ou pode significar um fracasso por ele ter sido solto em seguida. Existe um consenso na Europa sobre o Brasil e ele é extremamente pró-Lula, extremamente simpático a ele. Enquanto isso, a antipatia internacional pelo Bolsonaro é intensa. Isso se sobrepõe e vai prevalecer sobre quaisquer reservas ligadas ao Lula por causa dos procedimentos legais que ele sofreu. Esse apoio internacional a Lula permanece mesmo quando ele se coloca em relação à atual guerra no Leste Europeu, fazendo críticas ao governo da Ucrânia por não ter conseguido negociar com a Rússia antes da invasão? Lula obviamente não aprovou a guerra na Ucrânia. Ele simplesmente disse que temos de fornecer uma explicação para a guerra que leve em consideração causas diferentes e que também reconheça que as lideranças da elite ucraniana e as organizações internacionais têm algumas responsabilidades pelas causas da guerra. Eu concordo com essa análise. Bolsonaro reclama sempre que seus poderes presidenciais são limitados ou até mesmo tolhidos por interferências indevidas, mirando boa parte de sua bateria de críticas contra o Supremo Tribunal Federal. Esse tipo de confrontação com o Poder Judiciário é um traço em comum dos governos com tendências autoritárias? Essa é uma característica muito comum. Governos autoritários minam consistentemente não só a autonomia das instituições judiciais, mas também a capacidade das instituições judiciais de construir normas que não são especificamente sancionadas pelos processos legislativos. Atualmente, o antagonismo entre o presidente Bolsonaro e o STF é muito forte, mas isso não é atípico. No país, as práticas do Supremo mudaram muito ao longo dos tempos. Em determinadas épocas, como a atual, o STF é muito ativista e muito robusto em defesa das proteções individuais dos cidadãos e claramente contribui para a expansão de alguns direitos dentro da sociedade. Mas, em outras eras, ele esteve em outra posição, mais alinhada com as ordens presidenciais. Por isso, no caso do Brasil, o relacionamento do presidente com o STF torna-se um pouco complicado por causa dessa posição oscilante da Corte. Um excesso de ativismo judiciário também não é um problema? Sim. Governos com perfil autoritário emergiram ou demonstraram sinais de que poderiam emergir em sociedades em que os tribunais tiveram responsabilidades excedidas. Um exemplo disso é a Hungria, que teve um dos tribunais constitucionais mais importantes ou mais poderosos do mundo. Os ministros do Supremo do país se viam como responsáveis por criar algo como uma Constituição invisível, uma Constituição para a sociedade que não estava nas disposições constitucionais. Isso se tornou alvo do governo autoritário ou semiautoritário que tomou posse na Hungria. Riscos à democracia podem ser observados hoje em outros países? Sim, e é importante enfatizar que, apesar de a maioria dos países que passam por isso ter democracias relativamente recentes, isso não é uma regra. Podemos claramente incluir os Estados Unidos e o Reino Unido na relação de nações em que há o enfraquecimento de provisões para o estado de direito, enfraquecimento de proteções judiciais, enfraquecimento de direitos básicos e, em alguns casos, também vemos o controle crescente da esfera pública de modo que as formas de interação e participação democráticas necessárias para sustentar a democracia também se enfraquecem. A Itália vem entrando e saindo dessa categoria em décadas recentes. Então, a qualidade da democracia por lá oscila. Existem hoje no país alguns aspectos da organização democrática que estão claramente sujeitos a tensão. “Em nome da democracia, os populistas costumam mobilizar o povo contra os princípios que tornam a democracia possível. É paradoxal” Por que vem ocorrendo essa escalada autoritária? Na Europa, isso está fortemente associado ao colapso do modelo de produção de consenso da Guerra Fria, em que diferentes partidos políticos se organizavam em torno de um ponto claro de consenso: eles se posicionavam de forma hostil à União Soviética e à ideologia comunista. O fim da Guerra Fria na Europa marcou o início de um processo em que o consenso democrático foi enfraquecido e provocou o surgimento de uma série de novos partidos políticos, alguns dos quais têm um compromisso relativamente superficial com a democracia. Essa fragmentação tem a ver, muito frequentemente, com o enfraquecimento das instituições do Estado de bem-estar social. A América Latina segue essa mesma lógica? Sim, apesar de a construção dos Estados de bem-estar social na América Latina ter se dado por um processo diferente. Na Europa, Estados de bem-estar social que apoiam a democracia foram erguidos com base em experiências de solidariedade criadas pela II Guerra, mas também devido ao consenso da Guerra Fria. Já na América Latina, essas condições contextuais não existiam, então, os Estados de bem-estar social se mostraram um pouco mais frágeis do que na Europa. O enfraquecimento da democracia na América Latina está diretamente associado a um ataque ao Estado de bem-estar social. Em que medida o crescimento do populismo de direita visto na maioria desses países contribui para o enfraquecimento da democracia? Eu diria que a ameaça vem do populismo de esquerda também, até certo ponto, embora existam menos exemplos. Os movimentos e governos populistas se legitimam através da alegação de que traduzem diretamente a vontade do povo em algum tipo de organização governamental. Então, eles geram legitimidade alegando que articulam uma representação imediata dos interesses populares no regime político. E, muitas vezes, fazem isso atacando as elites existentes, argumentando que essas elites, de alguma forma, são um obstáculo para a manifestação de interesses populares no governo. Se a vontade do povo é a base da democracia, em que ponto está a falácia desse tipo de argumento? Podemos ver claramente que os ataques desse tipo são totalmente enganosos porque alegam promover mais democracia através de premissas que, na verdade, a enfraquecem, já que o reconhecimento de normas internacionais de direitos humanos é uma das principais garantias da democracia nacional. Então, os movimentos populistas, sempre em nome da democracia, costumam mobilizar a população contra os princípios normativos que, na verdade, tornam esse sistema possível. É o paradoxo dos nossos tempos e precisa ser combatido. Publicado em VEJA de 22 de junho de 2022, edição nº 2794 ******************************************************************************
*** JUIZ DE FORA JÁ TEVE A SUA "PRAIA" - por VANDERLEI TOMAZ Esta é a inesquecível prainha de Chapéu D'Uvas. Ela ficava no final da rua da estação ferroviária. Perto do pontilhão da antiga RFFSA. Água limpa do rio e uma extensão enorme de areia muito branca conferiam àquele local um aspecto parecido com o do atual Piscinão de Ramos do Rio de Janeiro. Centenas de juiz-foranos iam para lá nos finais de semana. Um ponto turístico incrível e natural da cidade. Mas, também era um lugar perigoso. Muitos morreram ali afogados ou em acidentes por conta de mergulhos em lugares profundos ou com grandes pedras no leito. Uma pena ter acabado. Podia ter sido melhor organizado e cuidado pelo poder público, a fim de que a cidade não perdesse esse importante e gostoso local de lazer. ******************** "...Em baixa, no Sudeste, o Paxá, recorre às mulheres do "grelo duro" de Natal (RN), confinando o gado em área exígua, e fechando a câmera fotográfica de seu escudeiro, Ricardo Stucket, no modo Carluxo, do Gabinete do Ódio."👇🏿 ***
*** Lula declarou que, "caso eleito, não haverá garimpo em terra indígena e que terá "imenso prazer" em "demarcar todas as terras que precisarem ser demarcadas", e no projeto de programa de governo anunciou o desmatamento líquido zero em quatro anos. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), durante os seus oito anos de governo, Lula demarcou 14,3 milhões de hectares, FHC demarcou mais que o dobro 36 milhões, e Collor-Itamar 31,9 milhões. Desmatamento? Segundo o IMPE nos três primeiros anos do governo Bolsonaro foram desmatados 34 mil Km quadrados contra 72 mil km quadrados no mesmo período do Lula No governo do petista, as taxas de violência na região apresentaram uma média de 56,5 homicídios por ano em seus dois mandatos, contra 20,9 no governo do Fernando Henrique. E a missionária Dorothy Stang foi assassinada, com seis tiros, aos 73 anos de idade, no Pará. Em 2008, a ex-ministra Marina da Silva, numa tentativa de combater o desmatamento, assinou uma portaria que penalizava os produtores que estivessem desmatando ilegalmente na Amazônia e no Cerrado impedindo-os de receber créditos agrícolas, mas Lula mandou alterar a portaria para atender aos ruralistas. As pressões da Dilma que cobrava uma maior velocidade nas aprovações das licenças ambientais dos megaprojetos nas florestas, o conflito com diversos governadores, e a decisão do Lula de manter o projeto Amazônia Sustentável sob gestão do Mangabeira Unger provocaram a demissão da Marina Silva. Dilma Roussef, a mãe de Belo Monte, dispensa apresentações, encerrou o primeiro mandato com a menor área de terras indígenas demarcadas desde a redemocratização e durante dois anos deixou a Funai nas mãos de presidente interinos. Em 2014 houve um crescimento de 40% do total de assassinatos de indígenas quando comparado com a década anterior. Vale lembrar que a Gleisi Hoffmann quando ministra da Casa Civil da Dilma defendeu que nos processos de demarcação de terra além da Funai deveria participar o Ministério da Agricultura comandado na época pela brava Kátia Motosserra. Gleisi, por determinação da Dilma Roussef que buscava agradar os ruralistas, solicitou ao Ministério da Justiça a suspensão de estudos da Funai para demarcação de terras indígenas no Paraná e alguns dias depois a sede do PT foi ocupada por representantes da população indígena. A situação ambiental se deteriorou nos anos Temer, Alexandre de Moraes, ministro da Justiça, não assinou nenhuma demarcação, e deu continuidade ao processo de enfraquecimento da Funai, ampliou o poder dos grupos ruralistas e promoveu um imenso retrocesso da política ambiental. Bolsonaro e Ricardo Salles dispensam apresentações. A política ambiental no Brasil já não é decidida em Brasília há muito tempo, é controlada pelos ruralistas e suas Associações e o desmatamento para "ampliação das fronteiras agrícolas" e o discurso farsesco da "Amazônia sustentável", pela mineração ilegal, pesca e caça ilegais, pelos madeireiros e pelo tráfico. E esse bolso compra prefeitos, governadores, senadores, deputados, polícia federal, exército, ministério público e juízes de todas as instâncias. Daí vc entende o porquê do Bruno Pereira se licenciar da Funai depois da exoneração e trabalhar diretamente na conscientização das comunidades indígenas no combate às invasões, desmatamentos, mineração, pesca e caça ilegais. O inimigo é o Estado. Juarez Q Campos ***************************** há 14 horas Partido dos Trabalhadores Lula, em Natal: “A fome é falta de vergonha na cara do governo” | Partido dos Trabalhadores https://pt.org.br/lula-em-natal-a-fome-e-falta-de-vergonha-na-cara-do-governo/ https://180graus.com/na-politica/lula-homenageia-bruno-e-dom-e-diz-que-demarcacao-de-terra-indigena-e-compromisso-moral-e-etico ******************************************************
*** Política - Estadão Christian Lynch - Política - Estadão *** O “GOLPE” COMO TENTATIVA DE IMPUNIDADE Bolsonaro é um homem mental e emocionalmente perturbado, que sempre fez da espetacularização do ódio à democracia o “business” que lhe permitiu enriquecer a si e sua família. Ao longo da carreira, ele criou e desenvolveu diversas técnicas para assegurar impunidade por seus crimes: imunidade parlamentar para lhe dar “liberdade de expressão” sem arcar com as consequências legais; infiltrar amigos nos sistemas de segurança pública e privada, incluindo o submundo da máfia; obter a simpatia de representantes de corporações armadas, na função de despachante de seus interesses corporativos; intimidar pessoalmente ou por intermédio de terceiros seus críticos ou cumpridores da lei, com ameaças de diversas espécies, expondo-os à execração pública. No governo, essas técnicas se estenderam ao aparelhamento da administração em benefício dos mesmos “clientes” armados do mundo oficial e do submundo, e à extensão ao judiciário e ao ministério público da técnica de infiltração de amigos nos setores de segurança, que lhe transmitam informações privilegiadas e assegurem boa vontade ou sabotem os mecanismos de sua responsabilização. Bolsonaro também conseguiu parte de seu apoio político na medida em que estendeu sua rede informal de proteção a congressistas e incentivou centenas de outros a repetirem o seu “business” de viver às custas do Erário, explorando o ódio público à democracia, criando assim centenas de cúmplices. Nesse quadro, o discurso do golpismo desempenha um papel central. A manifestação pública do desrespeito às instituições republicanas e democráticas - o golpismo - e a simultânea tentativa de escapar à responsabilização por esse crime são os mecanismos centrais do “negócio” de Bolsonaro. Por isso ele tenta vender o golpismo como + um negócio legítimo, autorizado pela “liberdade de expressão”, baseado na “soberania do povo”, incentivando que outros façam o mesmo, e tentando garantir sua impunidade contra o Judiciário, comprando o apoio das Forças Armadas, reduzida à posição de seus janízaros. O êxito do modelo de negócios que levou Bolsonaro à presidência em circunstâncias muito particulares não tem, porém, um fundo puramente instrumental ou racional. Como todo perturbado reacionário, Bolsonaro acredita ser um homem providencial, amado pelo povo. Daí parte do seu negacionismo a respeito de sua impopularidade crescente. Por outro lado, o medo pânico de não ser reeleito não decorre da perspetiva puramente profissional da derrota, mas de que enfim ele terá de pagar pelos crimes praticados ao longo de décadas de “golpismo”. Esse pânico da responsabilização pelo seu “negócio” criminoso, que emerge quando ele encontra autoridades insuscetíveis de cooptação (como Moraes, Fachin, Barroso etc), o leva sempre a redobrar o “golpismo” como técnica de intimidação. O último 7 de setembro foi amostra disso. Mas o recuo imediato e constrangedor no dia seguinte, quando viu que o mecanismo intimidador fracassara, levando-o a entregar-se a qualquer solução alternativa para escapar, por mais contraditória e humilhante que fosse - como a cartinha ditada por Temer - revela a verdade: Bolsonaro é um covarde, um pusilânime. Não é um verdadeiro golpista, mas alguém que explora o discurso do golpismo. Alguém que manipula o medo do golpe, mas que tem ele mesmo medo de dar um salto no escuro, e que só quer seguir impune ganhando seu dinheiro. Em suma, o golpismo de Bolsonaro é uma técnica que serve ao mesmo tempo para fazer o seu negócio (“só o golpe salva o Brasil do comunismo”) e escapar da punição por praticar esse crime (“se tentarem me punir, dou um golpe”). A ameaça do golpe, porém, é só um meio para barganhar, como sempre, sua impunidade, para negociar um indulto, um perdão, um acordão entre congresso e judiciário, que lhe permita não ir para cadeia e de preferência preservar o seu “modelo de negócios” fora do poder. Não duvido que, se tudo o mais falhar, o “golpe” sirva apenas para acobertar mais uma fuga miserável para assegurar a sonhada impunidade por seu golpismo e outras encrencas com a Justiça. Os precedentes de Olavo de Carvalho e Allan dos Santos estão aí para isso. Christian Lynch *************************************
*** Significado de Paradoxo O que é Paradoxo: Paradoxo é uma declaração contrária à opinião dominante ou a um princípio admitido como válido. O termo também significa ausência de nexo ou lógica. Por exemplo, quando o escritor Oscar Wilde afirma que “A natureza imita a arte”, ele está anunciando um paradoxo, pois isso vai de encontro à opinião comum de que é a arte que imita a natureza. No entanto, a afirmação de Wilde também faz sentido, já que ele quer chamar a atenção para a forma como o nosso olhar diante da natureza é influenciado pelas obras de arte. Nos estudos literários, o paradoxo, também chamado de oxímoro, é uma figura de linguagem que consiste na aproximação de ideias contraditórias, de modo que a expressão pareça completamente ilógica, absurda ou sem sentido. Assim, quando Luís Vaz de Camões escreve em seu célebre soneto “é dor que desatina sem doer”, estamos diante de um paradoxo, já que são reunidas, num mesmo pensamento, duas ideias absolutamente opostas (“dor” e “desatina sem doer”) para definir a mesma coisa: o amor. Paradoxo vem do latim (paradoxum) e do grego (paradoxos). O prefixo “para” quer dizer “contrário a” ou “oposto de”, e o sufixo “doxa” quer dizer “opinião”. É, portanto, uma ideia lógica que transmite uma mensagem que contradiz a sua estrutura. O paradoxo expõe palavras que, apesar de possuírem significados diferentes, estão relacionadas no mesmo texto. Por exemplo: "Quanto mais damos, mais recebemos", "O riso é uma coisa séria", "O melhor improviso é aquele que é melhor preparado". A identificação de paradoxos tem auxiliado o progresso da ciência, da matemática e da filosofia. Na filosofia, paradoxo é um termo consagrado pelos filósofos estoicos para designar o que é aparentemente contraditório, mas que, apesar de tudo, tem sentido. Paradoxo enquanto figura de linguagem Relacionado com a antítese, o paradoxo é uma figura de linguagem que consiste no emprego de palavras que, mesmo opostas no sentido, vão se fundir num mesmo enunciado. É uma declaração aparentemente verdadeira, mas que leva a uma contradição lógica ou que contradiz a intuição comum. Alguns exemplos de paradoxo como figura de linguagem são: "O nada é tudo", "Eu estou cheio de me sentir vazio", "O silêncio é o melhor discurso". Exemplos de paradoxo na literatura Tanto de meu estado me acho incerto, que em vivo ardor tremendo estou de frio (Luís Vaz de Camões) Tenho bastante em ter nada (Fernando Pessoa) Que não vejo, mas vejo, Que não ouço, mas ouço, Que não sonho, mas sonho, Que não sou eu, mas outro… (Fernando Pessoa) Sei que a morte, que é tudo, não é nada (Fernando Pessoa) Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. (Luís Vaz de Camões) Estou cego e vejo. Arranco os olhos e vejo. (Carlos Drummond de Andrade) Quem acha vive se perdendo (Noel Rosa) Já estou cheio de me sentir vazio Meu corpo é quente eu estou sentindo frio (Legião Urbana) O maior paradoxo do desejo não está em procurar-se sempre outra coisa: está em se procurar a mesma, depois de se ter encontrado. (Vergílio Ferreira) O que não está nunca ao nosso alcance é ter o que se procura, depois de se alcançar. (Vergílio Ferreira) Sendo a sua liberdade Era a sua escravidão (Vinicius de Moraes) Há só janelas de par em par encostadas por causa do calor que já não faz, E o quintal cheio de luz sem luz… (Fernando Pessoa) Leia mais sobre figuras de linguagem. Exemplos de paradoxo Paradoxo de Zenão Os paradoxos do filósofo Zenão consistem em argumentos que têm como objetivo provar a inconsistência de alguns conceitos como a divisibilidade, movimento e multiplicidade. Um dos exemplos mais conhecidos é a corrida entre Aquiles e uma tartaruga. Neste paradoxo, a tartaruga tem um avanço em relação a Aquiles, e este nunca consegue alcançar a tartaruga, porque quando Aquiles chega ao ponto do qual a tartaruga partiu, esta já se adiantou. Por exemplo, a tartaruga começa a corrida 100 metros adiantada. Quando Aquiles chega ao ponto de onde a tartaruga partiu, ela já se adiantou mais 10 metros. Quando Aquiles avança esses 10 metros, a tartaruga já se adiantou 1 metro, e assim infinitamente em distâncias infinitamente mais curtas. Este paradoxo tinha como propósito desacreditar o conceito de movimento contínuo. Paradoxo temporal O paradoxo temporal está relacionado com a ficção científica, mais concretamente com a temática de viagens no tempo. No caso específico do paradoxo do avô, um indivíduo viaja para o passado e mata o avô antes de ele conceber o seu pai. Desta forma, como o pai do viajante do tempo não nasceu, o próprio viajante não teria nascido. Mas se o viajante do tempo não nasceu, como é possível ter voltado atrás no tempo para matar o seu avô? Aí reside o paradoxo desta situação. Saiba mais sobre o significado do paradoxo temporal. Paradoxo dos gêmeos Também conhecido como paradoxo dos relógios, é uma conclusão da teoria da relatividade, segundo a qual, considerando os gêmeos A e B, se um deles fizer uma viagem espacial, no seu regresso será mais jovem do que o outro. Esta conclusão, que parece contrária ao senso comum, foi verificada em várias experiências. Paradoxo de Epicuro O paradoxo de Epicuro está baseado em três características que são atribuídas a Deus: onipotência, onisciência e onibenevolência (benevolência ilimitada). Epicuro afirma que, perante a existência do Mal, Deus não pode apresentar as três características em simultâneo, porque a presença de duas delas exclui de forma automática a terceira. Se Deus é onipotente e onisciente, Ele tem poder para eliminar o Mal e conhecimento a respeito dele, mas se ele ainda existe, é porque Deus não é onibenevolente. No caso de Deus ser onisciente e onibenevolente, Ele sabe tudo a respeito do Mal e tem vontade de extingui-lo, mas como não é onipotente, não pode eliminá-lo. No último cenário, sendo Deus onipotente e onibenevolente. Ele tem poder para destruir o Mal e quer fazer isso, mas não pode porque não tem conhecimento a seu respeito. Veja também o significado de paradoxal. https://www.significados.com.br/paradoxo/ ********************************************** O Gato e o Rato InMundus Ouça O Gato e o Rato O gato na caça O rato na toca Caídas às máscaras Sim, é a vida não é ficção Nem desenho de televisão Aqui se mata, se morre O rato é o povo O gato é o poder As cartas marcadas Sim, é o jogo sujo da vida A moral escondida Rato é herói, só na tv, pra bobo vê... Se o rato é informado O gato fica assustado Se isto é a revolução... Então chama rápido os comerciais Chama rápido o poder militar E corta! o filme tem que parar, que saco! o filme tem que parar. https://www.letras.mus.br/inmundus/1900849/#:~:text=Rato%20%C3%A9%20her%C3%B3i%2C%20s%C3%B3%20na,%2C%20pra%20bobo%20v%C3%AA...&text=E%20corta!%20o%20filme%20tem,o%20filme%20tem%20que%20parar. ******************************** *** O Meu Guri Elza Soares Ouça O Meu Guri Quando seu moço nasceu Meu rebento não era o momento dele rebentar Já foi nascendo com cara de fome Eu não tinha nem nome pra lhe dar Como fui levando não sei lhe explicar Fui assim levando, ele a me levar E na sua meninice Ele um dia me disse que chegava lá Olha aí, olha aí Olha aí o meu guri, olha aí Olha aí É o meu guri, e ele chega Chega suado, veloz do batente E traz sempre um presente pra me encabular Tanta corrente de ouro, seu moço Que haja pescoço pra enfiar Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro Chave, caderneta, terço e patuá Um lenço, uma penca de documentos Pra, finalmente, eu me identificar, olha aí Olha aí, olha aí Olha aí o meu guri, olha aí Olha aí É o meu guri, e ele chega Chega no morro como carregamento Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador Rezo até ele chegar lá do alto Essa onda de assalto está um horror Eu consolo ele, ele me consola Boto ele no colo pra ele me ninar De repente acordo, olho pro lado E o danado já foi trabalhar, olha aí Olha aí, olha aí Olha aí o meu guri, olha aí Olha aí É o meu guri, e ele chega Chega estampado, retrato com vendas Nos olhos legendas e as iniciais Eu não entendo essa gente, seu moço Fazendo alvoroço demais Um guri no mato, acho que tá rindo Acho que tá lindo, de papo pro ar Desde o começo eu lhe disse, seu moço Ele disse que chegava lá Olha aí, olha aí Olha aí o meu guri, olha aí Olha aí É o meu guri Ouça O Meu Guri Composição: Chico Buarque. https://www.letras.mus.br/elza-soares/416801/

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