terça-feira, 14 de junho de 2022

di·ver·si·o·nis·mo

desinserido "diversionismo", ***
*** 1. Manobra ou estratégia usada para desviar a atenção do que está em discussão, geralmente em contextos políticos. 2. Aquilo que serve para enganar ou para esconder. = CORTINA DE FUMAÇA ***
*** terça-feira, 14 de junho de 2022 Maria Clara R. M. do Prado: Bolsonaro é refém de um cruel inimigo Valor Econômico A percepção de empobrecimento é o que leva o eleitor a votar para não perpetuar a realidade Em 1º de janeiro de 2019, quando Bolsonaro assumiu a Presidência da República, o salário mínimo era de R$ 998 e uma cesta de 35 produtos básicos largamente consumidos nos supermercados custava R$ 465,57. Ou seja, 46,6% do piso salarial no mercado formal de trabalho comprava por mês 27 diferentes itens alimentícios como carne, frango, óleo de soja, arroz, sal, feijão, açúcar e leite, entre outros, além de oito bens essenciais para limpeza e higiene, como sabão em pó, desinfetante e papel higiênico. Em abril deste ano, a mesma cesta de produtos custava em média R$ 758,72 nos supermercados, valor equivalente a 62,6% do salário mínimo atual de R$ 1.212,00. Em três anos e quatro meses de governo, o bolso dos eleitores brasileiros de renda mais baixa foi impactado com o aumento de 67,38% em média dos preços cobrados pelos mesmos produtos básicos, enquanto o salário mínimo subiu apenas 21,44% no período. Para que os gastos da cesta em abril deste ano tivessem o mesmo peso no piso da renda mensal do trabalhador, o salário mínimo vigente hoje deveria ser de R$ 1.626,40. Esse é o valor que manteria o poder de compra ao nível em que estava em 1º de janeiro de 2019, levando-se em conta a variação de preços dos itens aqui considerados. Diante dos números, é fácil identificar a inflação como o mais cruel e potente inimigo do presidente no atual processo eleitoral. A desvalorização do real terá influência essencial na decisão da massa eleitoral na hora de apertar o botão da urna com o nome do candidato à Presidência. Bolsonaro prefere ignorar a piora da situação econômica no seu mandato, do mesmo modo como ignorou os efeitos da pandemia, mas não é cego. Com certeza consegue enxergar a relação direta entre defasagem do valor real do salário mínimo - e, em geral, do rendimento real do trabalho formal ou informal - e o fraco desempenho do seu nome junto às classes de renda mais baixas, conforme captado pelas pesquisas de intenção de voto. Afinal, cerca de 34 milhões de brasileiros sobrevivem com renda mensal de até um salário mínimo no país, o equivalente a 36% do total de trabalhadores ocupados, segundo dados do IBGE. Outros tantos se viram como podem em atividades esporádicas, muitas vezes com rendas mensais inferiores ao piso mínimo. Também sabe que a esta altura não teria mesmo muito o que fazer. As tentativas de manipular o mercado de derivados de petróleo - sem esquecer as intervenções na própria Petrobras - no sentido de reduzir artificialmente os valores cobrados pelo diesel e pela gasolina não terão grande efeito na formação dos preços dos alimentos praticados no varejo, pois não chegam a ser determinantes para explicar elevações tão expressivas quanto as observadas em especial a partir de setembro de 2020 quando o IPCA mensal pulou de patamar. Aumento do custo de produção dos alimentos, nível do câmbio, condições climáticas, preços internacionais, gargalos no fornecimento de matérias primas e bens intermediários, além de alguma dose de repasse da inflação têm contribuído para a elevação dos preços dos alimentos no varejo nos últimos 21 meses. Para ter uma ideia do impacto da inflação dos itens básicos no poder de compra do salário mínimo usou-se aqui a seleção dos 35 produtos definida pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) em parceria com a empresa alemã GfK, especializada em mercado e em consumo, na pesquisa mensal que realiza em todas as regiões do país junto a 325 lojas de supermercados desde agosto de 2001. A mudança do valor médio de venda entre um mês e outro é contabilizada através de uma espécie de índice chamado de abrasmercado. O último levantamento disponível refere-se aos preços captados em abril deste ano. Uma outra cesta de referência para produtos básicos de consumo poderia ter sido escolhida, com resultados para mais ou para menos dentro de uma margem de oscilação de preços. Qualquer uma confirmaria o fato de a inflação ser particularmente dolorosa para as camadas mais pobres da população, conforme revelam várias instituições de pesquisa. Vale, portanto, comparar a variação dos preços dos produtos pesquisados pela Abras com os movimentos captados pelo IPCA, um índice que abrange uma imensa lista de itens, entre produtos e serviços. Em abril, enquanto o IPCA apontou variação de 1,06%, o índice da Abras para a cesta de 35 produtos largamente consumidos nos supermercados acusou aumento de 3,04% em comparação com março. Em doze meses, até abril, o índice abrasmercado elevou-se em 17,87% muito acima dos 12,13% registrados pelo IPCA. Há muito tempo os políticos brasileiros perceberam a importância da estabilidade no imaginário da ideia de bem-estar da população. O primeiro sinal surgiu com os fiscais do Sarney que se recusavam a aceitar o retorno à realidade de preços em alta poucos meses depois do “milagre” provocado pelo congelamento do Plano Cruzado. Outros planos de estabilização se sucederam, sempre com grande apoio popular, mesmo em circunstâncias políticas tão anormais para a época com foi o trauma do primeiro impeachment de um presidente da República. Fernando Henrique Cardoso nunca deixou de admitir que foi eleito presidente com a ajuda da estabilidade garantida pelo Plano Real, algo que seu então adversário de campanha, Luiz Inácio Lula da Silva, foi incapaz de perceber. O atual governo poderia apontar fatores externos para explicar a inflação que tem marcado presença sistematicamente desde o final de 2020 e teria, a rigor, razão para fazê-lo, mas isso pouca mudança faria nas intenções de voto das classes mais baixas. O eleitor não mede de quem é a culpa pelo aumento dos preços no supermercado, apenas sente que com os mesmos reais não consegue comprar hoje o que conseguia meses atrás. A percepção de empobrecimento é o que o leva a votar com a esperança de que a realidade atual não será perpetuada.
*** Míriam Leitão: Urna, floresta e soberania nacional O Globo O país foi tomado pela dúvida desde o dia 5 sobre o paradeiro do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. Ontem foi um dia dramático. No meio da bruma que cercou o caso, muito está sendo revelado. No fim de semana, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) forneceu à imprensa um farto material provando que eles têm reiteradamente comunicado às autoridades crimes praticados por quadrilhas naquela região. Por que mesmo o governo não se mobilizou para coibir os ilícitos? Ontem o presidente do Senado falou em “Estado paralelo” na Amazônia. Não é exagero. Enquanto o Brasil vive essa angústia real, no mundo paralelo do Ministério da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira resolveu atacar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por um problema inexistente. A ocupação da Amazônia pelo crime é um problema de segurança nacional, concreto, verdadeiro, perigoso, mas o que move os humores do ministro da Defesa é a mentira do presidente da República de que as urnas não são confiáveis. Os termos da nota do general são inaceitáveis. Em negrito, o ministro registrou. “Cabe ressaltar que uma premissa fundamental é que secreto é o voto, não a apuração”. A apuração não é secreta, nunca foi, quem inventou isso foi Jair Bolsonaro. O general subverteu a ordem da República e quer dar ordens ao tribunal eleitoral. O senador Rodrigo Pacheco abriu a sessão ontem falando da gravidade do caso de Bruno e Dom. “É um Estado paralelo comandado por crime organizado de tráfico de drogas transnacional, tráfico de armas, o famoso desmatamento ilegal, que é o nosso maior problema do meio ambiente no Brasil e de imagem do Brasil lá fora, o garimpo ilegal e os atentados aos povos da floresta, aos povos indígenas”, disse Pacheco. O general Paulo Sérgio, na sexta-feira, na nota ao TSE, cita partes do artigo 142 da Constituição, que é sempre usado como ameaça pelo governo atual. O artigo, como se sabe, fala que as Forças Armadas são a garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem. A extrema-direita interpreta que isso faz dos militares um poder sobre os outros Poderes. É falsa a interpretação. A ameaça fica mais explícita nas frases seguintes, quando o general diz que “não interessa concluir o pleito eleitoral sob a sombra da desconfiança dos eleitores”. Ora, essa desconfiança tem sido alimentada pelo presidente. Como fez com a vacina. Pega apenas os seus seguidores mais fanáticos, uma minoria. A maioria absoluta da população (73%) acredita na segurança das urnas. E, conclui o general, “eleições transparentes são questão de soberania nacional”. Onde a soberania nacional está ameaçada? Onde o crime se substitui ao Estado, onde ele se espalha invadindo territórios impunemente. Não no TSE, mas no Vale do Javari. Os documentos entregues pela Univaja aos jornalistas revelam um absurdo. Os indígenas estão com o ônus de procurar criminosos. Num desses documentos, ao delegado da Polícia Federal em Tabatinga, afirmam: “Senhor delegado. Dando prosseguimento aos diálogos presenciais realizados por essa organização com o Ministério Público Federal em 25/03/2022 e com o MPF, Polícia Federal e Força Nacional em 04/04/2022, trazemos em anexo alguns documentos produzidos pela equipe de vigilância da Univaja”. E dão informações de que há quadrilhas instaladas lá e qual é o modus operandi. Em 12 de abril, enviaram à Frente de Proteção Etnoambiental da Funai ofício informando o que havia sido visto por uma equipe de nove vigilantes. Denunciam que pescadores e caçadores ilegais estavam invadindo a Terra Indígena. Contam que viram cinco embarcações de grande porte de 13 metros, três delas na comunidade de São Rafael. No Vale do Javari, os indígenas denunciam, vigiam e protegem o território nacional. Em Brasília, o ministro da Defesa confunde conceitos e fatos sobre as eleições de outubro, o presidente mente e o vice-presidente põe a culpa nos desaparecidos, repetindo as acusações absurdas do delegado que preside a Funai, Marcelo Xavier, de que eles não pediram autorização. Eles estavam fora da Terra Indígena, que não precisa de autorização. O general Mourão disse que eles deveriam ter pedido “escolta”, porque o local é perigoso. Ontem, indigenistas entraram em greve para que o delegado Marcelo Xavier, presidente da Funai, retire as acusações contra Bruno. Como é possível tanto horror? ********************************************************************* *** Sergio Moro ao vivo: Ex-juiz faz pronunciamento e coletiva de imprensa 787 assistindo agora Transmissão iniciada há 29 minutos Moro nas eleições: O ex-juiz Sergio Moro fala hoje sobre seu futuro na política em pronunciamento com coletiva de imprensa; acompanhe ao vivo https://www.youtube.com/watch?v=WYtlqNN0IZY *********************************************** *** Dora Kramer: “Bolsonaro pode por Moraes em saia justa ao falar de acordo em inquérito das fake news” 5.233 visualizações 14 de jun. de 2022 https://www.youtube.com/watch?v=f34jPH7G7tQ ************************************************
*** diversionismo diversionismo | n. m. di·ver·si·o·nis·mo (latim tardio diversio, -onis, diversão + -ismo) substantivo masculino 1. Manobra ou estratégia usada para desviar a atenção do que está em discussão, geralmente em contextos políticos. 2. Aquilo que serve para enganar ou para esconder. = CORTINA DE FUMAÇA Palavras relacionadas: diversionista. Parecidas diversionismosdiversíssimodiversificodiversíssimosdiversíssima Palavras vizinhas diversiflorodiversiformediversionáriodiversionismodiversionistadiversivodiverso Esta palavra no dicionárioVer mais diversionismodiversionista Esta palavra em bloguesVer mais arte de usar o crime de hoje como diversionismo para o delito de ontem”.. Em blog0news Para manter a, por assim dizer, tática, o presidente montou um show de diversionismo , apresentando como atração principal a própria ignorância, digna de picadeiro ou de Em blog0news O resto é o diversionismo no qual é mestre e que nos fará Em nogueirajr.blogspot.com narrativa de sua presidência: diversionismo , prevenção, intimidação e defesa.. Em blog0news Pode bem ser que todo esse plano purgante seja apenas diversionismo ideológico, por incompetência ou Em blog0news Blogues do SAPO Dúvidas linguísticas desinserido Não encontro a palavra desinserido em qualquer dicionário. No entanto ela é profusamente utilizada. É correcto utilizá-la? De facto, o adjectivo participial desinserido ou o verbo desinserir de que deriva não se encontram registados em nenhum dicionário ou vocabulário consultado. Da mesma família de palavras com o prefixo des-, apenas é possível encontrar a palavra desinserção no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea (Academia das Ciências/Verbo, 2001) e no Grande Dicionário Língua Portuguesa (Porto Editora, 2004). Qualquer destas palavras está correctamente formada, pois trata-se de derivações formadas com o prefixo de negação des- e com as palavras inserido, inserir e inserção, respectivamente. "diversionismo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/diversionismo [consultado em 14-06-2022]. **************************************************************************** *** Só me candidato à reeleição porque renunciei ao mandato, diz Eduardo Leite | NOVO DIA 1.082 visualizações 14 de jun. de 2022 Em entrevista à CNN nesta terça-feira (14), o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) conversou sobre a decisão de anunciar a nova pré-candidatura ao governo do estado e os rumos do partido em âmbito nacional, após João Doria deixar a corrida ao Planalto https://www.youtube.com/watch?v=L6sLnPpUj8E *************************************************** *** Análise: Crítica é indevida, diz Fachin sobre contagem de votos | WW 2.990 visualizações 13 de jun. de 2022 O presidente Jair Bolsonaro (PL) rebateu, nesta segunda-feira (13), as falas do ministro Edson Fachin, presidente do TSE, sobre a contagem de votos nas eleições. As analistas da CNN Raquel Landim e Thais Arbex comentaram a declaração de Bolsonaro. https://www.youtube.com/watch?v=pjjIOp1gfok ***************************************************
*** terça-feira, 14 de junho de 2022 O que a mídia pensa: Editoriais / Opiniões *** Boris Casoy: Confronto entre Bolsonaro e TSE tem motivação política - Liberdade de Opinião 1.112 visualizações 14 de jun. de 2022 No Liberdade de Opinião desta terça-feira (14), Boris Casoy analisa as declarações do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, que respondeu às críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o processo eleitoral. https://www.youtube.com/watch?v=BsGMDCrWF_8 **************************************************** *** Fernando Molica: Bolsonaro ignora que votos podem ser auditados - Liberdade de Opinião 774 visualizações 14 de jun. de 2022 No Liberdade de Opinião desta terça-feira (14), Fernando Molica avalia as declarações do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, que respondeu às críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o processo eleitoral. https://www.youtube.com/watch?v=w3TnLPQ8Jgg ********************************************** Tweet Ver novos Tweets Conversa The New York Times @nytimes The Jan. 6 committee said that Donald Trump’s campaign, a related political action committee and his allies raised $250 million by claiming they were fighting widespread election fraud at a time when they knew there was none. https://nyti.ms/3xrjvav 236,1 mil visualizações 0:06 / 1:49 Trump Campaign Used Election Lies to Raise Funds, Panel Finds 8:50 PM · 13 de jun de 2022·SocialFlow https://twitter.com/nytimes/status/1536496158402613248 **********************************************************
*** Tweet Ver novos Tweets Conversa Jamil Chade @JamilChade Sabe aquela reunião “fantástica”? Então… Brasil não conseguiu compromisso dos EUA para retirar barreiras comerciais. noticias.uol.com.br Jamil Chade - Brasil não conseguiu compromisso dos EUA para retirar barreiras comerciais O Brasil não conseguiu que o governo de Joe Biden fechasse um compromisso para retirar bar... 2:02 PM · 13 de jun de 2022·Twitter for iPhone Editoriais Políticas erradas causam queda da renda e aumento da fome Valor Econômico Renda média per capita dos 5% mais pobres acumulou queda de 48% em dez anos Dois indicadores sociais bastante negativos foram divulgados nos últimos dias, sem que o governo esboçasse reação. Um deles mostrou que 125,2 milhões de brasileiros vivem em insegurança alimentar, que chega a ser grave e causar fome para 33,1 milhões deles, de acordo com levantamento da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan). O IBGE registrou o aumento da desigualdade em 2021 e a queda do rendimento médio mensal domiciliar da população para o menor patamar em dez anos. A fome voltou a patamares registrados pela última vez nos anos 1990, de acordo com o segundo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 do Penssan, e a insegurança alimentar atinge mais da metade da população - 58,7%. O número dos que não têm o que comer aumentou 14 milhões em relação ao ano passado, mais do que a população da cidade de São Paulo (11,2 milhões) e mais de duas vezes o município do Rio (6,3 milhões). Em 2021, 19,1 milhões de pessoas estavam nessa situação, quase o dobro dos 10 milhões de 2018. O levantamento mostra que a situação é mais grave entre a população rural, no Norte e Nordeste, em domicílios liderados por pretos, pardos e mulheres; e em famílias com crianças pequenas. Ficou para trás a conquista celebrada em 2013, quando o Brasil saiu do mapa da fome mundial ao circunscrever o problema a 4,2% dos domicílios, após uma década de políticas públicas de combate à pobreza e à miséria. O desmonte dessas medidas, o desemprego, a queda de renda, o agravamento da crise econômica, o acirramento das desigualdades sociais, dois anos de pandemia e, agora, a alta da inflação, sobretudo dos alimentos, contribuíram para a situação regredir. Complementa o quadro a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2021: Rendimento de todas as fontes, levantamento do IBGE, que mostrou que a renda média do brasileiro foi de R$ 1.353 no ano passado e nunca esteve tão baixa desde quando o levantamento começou a ser feito, em 2012. Entre esse primeiro ano de pesquisa e 2014, a renda média do brasileiro cresceu 6,2%, mas começou a recuar em 2015 com o início da recessão no governo de Dilma Rousseff. Só voltou a crescer entre 2017, registrando um aumento de 5,2% até 2019. Com a pandemia, despencou 4,3% no primeiro ano e 6,9% em 2021, a maior queda da série na comparação com o ano anterior, acumulando perda de 11% nos dois anos. Quando analisada a renda média de acordo com as classes de renda, o estudo mostra que houve queda no ano passado em todas as faixas de renda, mas os mais pobres foram mais penalizados. A renda média per capita dos 5% mais pobres acumulou um tombo de 48% em dez anos. Já o 1% mais rico da população teve perda de 6,9% no período. A pesquisa também mostra um aumento da desigualdade em 2021, após queda no indicador em 2020 e estabilidade em 2019. Esse movimento é medido pelo índice de Gini, que retomou o patamar de dois anos antes (0,544). Quanto maior o Gini, maior a desigualdade. Em 2020 e 2019, o índice era de 0,524 e 0,544, respectivamente. A queda da renda influencia diretamente o aumento da fome no país e foi consequência da deterioração do mercado de trabalho durante a pandemia por conta do isolamento social causado pela demora do governo em implementar a vacinação da população. Foi provocada também pelas hesitações do governo em relação ao auxílio emergencial. A redução do valor do benefício e do número de pessoas atendidas pelo auxílio emergencial em 2021, em um momento em que o mercado de trabalho capengava e a inflação começava a escalar, fez a renda recuar ainda mais. A inflação fechou 2021 em 10,06%, o que não ocorria desde 2015. O governo segue cometendo erros neste ano, quando a invasão da Ucrânia pela Rússia acentuou o problema da fome, agora em escalada global. Um dos problemas é o negacionismo. Na recente Cúpula das Américas, o presidente Jair Bolsonaro vangloriou-se de que o Brasil pode alimentar o número discutível de 1 bilhão de pessoas, ignorando o elevado número de famintos em seu próprio país. O ministro Paulo Guedes jogou no colo do setor de supermercados a responsabilidade por combater a carestia e não corrige os erros do Auxílio Brasil. Além de não tomar providência alguma, o governo, em plena pré-campanha eleitoral, simplesmente ignora esses problemas e erra ao subsidiar a gasolina em vez de revisar o Auxílio Brasil. https://gilvanmelo.blogspot.com/2022/06/o-que-midia-pensa-editoriais-opinioes_01417095637.html

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