Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
domingo, 24 de outubro de 2021
LINGUAGEM DO NÃO PODER
Há jogos de linguagem sem “jogos de poder”, mas não há jogo de poder sem linguagem.
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Kara Walker, Auntie Walker's Wall Sampler for Civilians (detail), 2013.
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Guedes e Bolsonaro dão entrevista coletiva na tentativa de dissipar rumores sobre demissão do ministro
9 min
Há 19 horasJornal da Globo
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Jornal da Globo
@JornalDaGlobo
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17 h
Foi uma entrevista para acalmar as especulações e fechar a semana turbulenta no mercado. Bolsonaro foi ao Ministério da Economia para demonstrar apoio ao ministro e falaram sobre a PEC dos precatórios, o programa Auxílio Brasil e a questão fiscal: https://glo.bo/3b1amuz #JG
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Jornal da Globo | Guedes e Bolsonaro dão entrevista coletiva na tentativa de dissipar rumores sobre...
Foi uma entrevista para acalmar as especulações e fechar a semana turbulenta no mercado. Bolsonaro foi ao Ministério da Economia para demonstrar apoio ao ministro e falaram sobre a PEC dos precatór...
Jornal da Globo
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@renataloprete
analisa a entrevista coletiva de Jair Bolsonaro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta sexta-feira (22). “O teto será furado porque Bolsonaro quer uma marca para vender na eleição”, diz.
Veja a cobertura completa no #JG: http://glo.bo/32iTYB5
12:48 AM · 23 de out de 2021·TweetDeck
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Sábado Bom Dia!
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há 11 horas
Poder360
Mudança no teto foi feita para gastar mais em ano eleitoral | Poder360
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assistir:
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Jair Bolsonaro e Paulo Guedes prometem respeitar regras fiscais
7.924 visualizações22 de out. de 2021
Rádio BandNews FM
Após turbulência no mercado em razão do Auxílio Brasil, que substitui o Bolsa Família, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da economia, Paulo Guedes, negaram a possibilidade de qualquer tipo de aventura na política econômica. Declarações foram dadas durante pronunciamento nesta sexta-feira (22).
*** *** https://www.youtube.com/watch?v=uAxJNJGZwhU *** ***
Língua, linguagem e poder: opressões na palavra
Comecemos num pressuposto simples, que logo explicaremos: nenhuma linguagem é neutra, nenhuma língua (como forma sistemática, codificada e ordenada de linguagem) é eticamente imparcial, esvaziada de valores ou meramente instrumental. Todas as relações humanas, toda a relação entre seres é linguisticamente mediada, sendo a língua o elemento mais convencional em que toda a relação se estrutura, vive e se determina. Por isso mesmo, porque nenhuma linguagem nem nenhuma língua são isentas de valores, é também pela linguagem que o preconceito subsiste ou, pelo contrário, é ultrapassado.
Convém assegurar, por isso, que pensar em linguagem e em língua é pensar em algo que não dominamos totalmente, que nos define e nos identifica mas onde temos poder limitado. A língua é uma morada, algo que não se domina totalmente, desde logo porque a língua é uma herança. Nós já nascemos numa língua que nos precede e que, de alguma maneira, nos faz crescer nela – na sua configuração ideológica, histórica e identitária – e não simplesmente com ela. A língua não nasce de geração espontânea. Ela é constituída por uma rede complexa e dinâmica de regras e de convenções que ultrapassam o indivíduo e a sua época, mas que os determina com decisiva intensidade. A língua é, frequentemente, a primeira fronteira com que se conta e que, como todas as fronteiras, pode assinalar a linha de convívio entre diferentes ou, pelo contrário, separar universos de forma hostil e decisiva. Daí que língua, linguagem e racismo adquiram uma conexão evidente, quando o conceito menorizador do outro e o próprio conceito equívoco de raça se estabelecem como formas antecipadas de definir o distinto.
E o distinto pode ser valorizado, como condição de possibilidade do próprio conceito de relação, ou confinado e regulado na mais restritiva lógica de poder. Tudo se joga, pois, na complexa relação entre língua, linguagem e poder, que aqui encaramos de forma brevíssima.
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Kara Walker, Auntie Walker's Wall Sampler for Civilians (detail), 2013.
Kara Walker, Auntie Walker's Wall Sampler for Civilians (detail), 2013.
A ilusão da neutralidade
É na linguagem que os poderes se inscrevem. Assumir este pressuposto é uma urgência, principalmente quando verificamos que a linguagem é um dos elementos de potenciação do racismo e de outras formas de discriminação.
A assimetria entre as pessoas manifesta-se e sustenta-se na linguagem, sendo concretamente na língua que se instalam e se naturalizam diferenças simbólicas, sociais, culturais… que nutrem fenómenos de discriminação. Antigas e novas formas de racismo nascem ou recriam-se na linguagem, alimentam-se nela, sendo a pretensa imparcialidade instrumental da linguagem uma das formas de encobrir e de perpetuar discursos discriminatórios dos mais diversos. Exemplo crescentemente denunciado mas nem por isso ultrapassado é, de modo evidente, o universal masculino, em que a categoria “Homem” serve para designar todas as pessoas, sejam estas homens, mulheres ou crianças. Na verdade, o que aqui está em causa é um poder em que o único agente é realmente o homem, na hegemonia da sua presença na história, na linguagem da história e nas formas implícitas dessa hegemonia, sendo este “homem universal”, realmente, um homem branco, europeu, autóctone, judaico-cristão, etc. O critério do universal passa a ser o que designa o universal, denunciando-se assim a estrutura masculinizante da maior parte das línguas ocidentais e todos os outros e as outras que desse universal se excluem automaticamente: a mulher, o/a não branco/a, o/a não-ocidental. A linguagem e as línguas mostram, assim, como racismos, sexismos e xenofobias vêm de mãos dadas como formas de exclusão face a um universal impositivo e normalizador.
A linguagem, supostamente cristalina e imparcial, pretendendo despir-se de particularismos em nome de uma espécie de ambição universal, tende a classificar, a hierarquizar e a pré-definir. O racismo e, de um modo geral, discursos discriminatórios como os etnocentrismos, sexismos, homofobia ou xenofobia, dependem de uma visão global e distorcida do outro, apesar de tudo disfarçada no tal álibi da classificação neutra. Tal visão antecipa-se a indivíduos concretos e situações concretas, como uma espécie de processo de rotulagem destinado a anular e a silenciar o outro, na sua voz própria.
Poder da palavra dita
Para quem a detém, para o detentor da palavra, a língua é decididamente um poder. Se o poder de definir algo ou alguém é uma atribuição linguística, torna-se evidente que esse poder de definição não está equitativamente distribuído. Nem todas as pessoas têm o mesmo direito de definir e de se definirem, fruto das desigualdades sociais e simbólicas que pontuam o viver em comum. E o poder de se definir alguém, sem deixar a esse alguém qualquer escolha no processo da sua própria definição, traduz claramente uma assimetria: o/a professor/a define o “bom” ou “mau” aluno; o/a poderoso/a classifica o/a subordinado/a; o/a legislador/a determina o aceitável – e em cada um destes actos há um poder desigual. É sempre o elemento dominante, o sujeito hegemónico, aquele que detém a palavra e que pode definir e objectivar o outro. Sucede que, no âmbito do racismo, esta assimetria é imensa, desmesurada e particularmente opressiva, quando um discurso de poder produz conceitos prévios à pessoa, baseando-se numa menorização da diferença que anula a própria pessoa. No contexto das sociedades ocidentais, e actualmente no quadro de uma mundialização uniformizadora, o detentor da palavra e do poder é o homem branco, sedentário, escolarizado e heterossexual com privilégios variáveis consoante classe social, país de origem, situação geográfica… A discriminação nasce de uma vontade de poder e vive, actualmente, nesta conjuntura.
É na língua, por outro lado, que as identidades se desenham, sendo importante assinalar o risco de se conceber essa identidade como uma clausura excludente e opressora, potencialmente racista porque instalada na ilusão da “superioridade linguística” ou da “pureza idiomática”. A título de exemplo veja-se como um sotaque, ao identificar uma determinada proveniência, serve também de remoque e de depreciação, sendo raramente considerado como signo de riqueza idiomática e de diversidade de posicionamento face a uma mesma língua. Mais uma vez o poder impõe-se, determinando um padrão fonético tido como critério centralizado e monolítico de correcção linguística. Ainda que dentro de um mesmo idioma, vemos neste exemplo uma espécie de incursão do poder no exercício quotidiano de uma língua, estratificando os seus falantes consoante o modo como a pronunciam. E excluindo diferenças em nome da proximidade de um poder.
Língua como imposição
Uma das mais recorrentes ferramentas de opressão racista passa pela negação da legitimidade cultural e simbólica do outro. Hoje, séculos volvidos sobre as práticas colonialistas associadas à expansão marítima, maioritariamente ibérica (na imposição de língua e de religião associada a uma acção “civilizadora”, culminando em espoliação e escravatura), encontramo-nos com formas mais subtis de imposição de poder, no sentido único de uma mundialização mercantil e homo-hegemónica. Parte da estratégia homo-hegemónica passa, precisamente, pela intenção babélica da língua única e universal, com a língua inglesa, reduzida à sua dimensão mais instrumental, a ser imposta globalmente como língua franca e agregadora.
Num processo que empobrece a própria complexidade idiomática da língua inglesa, procede-se no sentido de um monolinguismo gerador de uma cultura de face e feição únicas, cultura esta excludente de tudo o que se não reduza ao seu imediatismo pragmático.
As implicações são vastas, são imensas, mas importa sublinhar no âmbito deste texto principalmente a anulação simbólica da diversidade linguística e cultural, na reinvenção de um certo monolitismo etnocêntrico que não deixa de potenciar, em todo o lado – das redes sociais às academias, aos modos como nos relacionamos – novas e possíveis formas de discriminação etnocêntrica, xenófoba e/ou racista.
Concluindo: Herdar o plural de uma língua
Em jeito de conclusão, recordaremos um dos pontos de partida deste texto: toda a língua é herdada e precedente. No sentido contrário ao poder que nela se inocula e que temos vindo a denunciar, esta mesma língua herdada multiplica-se e pluraliza-se na diversidade de quem a fala e que sempre a reinventa. Se é verdade que racismos, sexismos e outras formas de opressão sobrevivem na língua, também é verdade que é pela língua – pelas línguas – que as opressões se desmascaram e se combatem. Como? Deixando fluir, na língua, o seu estrutural, inclusivo e persistente apelo à invenção, à criação e à indomesticável pluralidade que nela se acoita. As identidades, linguisticamente engendradas, não são necessariamente fronteiras estanques, muros erguidos contra outros/as ou muralhas opressoras, mas celebrações da singularidade multicolor de cada ser e de cada pessoa. Daí que, mesmo num só idioma, se apele ao soerguer não de uma mas de muitas línguas, em múltiplas pronúncias, capazes de reencontrar, deste lado do continente, o registo não hegemónico de uma Europa plurilingue e diversa.
Cultura e Racismo é o tema da Agenda 2015 do SOS Racismo. O BUALA associa-se publicando os textos que nela se inserem.
por Hugo Monteiro
A ler | 13 Julho 2015 | linguagem, racismo
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Hugo Monteiro.
(Porto, 1975) é Doutor em Filosofia e professor na Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto. É também investigador no Gabinete de Filosofia Moderna e Contemporânea da Universidade do Porto.
*** *** https://www.buala.org/pt/a-ler/lingua-linguagem-e-poder-opressoes-na-palavra *** ***
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Linguagem é poder: sobre jogos sujos e democracia
Marcia Tiburidisse:
22 de fevereiro de 2018
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Linguagem é poder: sobre jogos sujos e democracia
(Reprodução/Arte Revista CULT)
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Linguagem é poder. Antes de serem puros e simples atos de comunicação, todos os atos da linguagem são atos de poder.
Em um sentido puramente conceitual, poder é uma potencialidade dos corpos humanos. Poder é da ordem de algo que se exerce. Podemos dizer que ele é a ação de um corpo sobre um outro corpo que se transforma por meio dos atos que produz ou que sofre. A essa ação podemos dar o nome de linguagem.
Neste sentido inicial e primeiro, o poder existe pura e simplesmente porque somos seres de relação e todas as relações implicam forças de natureza física, justamente porque somos corpos presentes, ou seja, estamos todos em estado de presença nesse mundo. Essa presença é a materialidade bruta sem a qual não há linguagem. A linguagem é como que um esforço do corpo de ir além dele mesmo, e a esse esforço podemos dar o nome de desejo.
A presença se tornou algo tanto menos concreto quanto mais virtual, mas mesmo assim ainda implica os corpos e suas ações. A presença é o “estar”, mas é também o “aparecer”, ele mesmo um direito – o de estar em um lugar qualquer diante de outros, junto com outros, nas ruas, nas instituições, nos espaços públicos em geral. O direito de aparecer é um direito relacionado à liberdade individual que experimentamos em atos simples, tais como andar pela rua, sentar no banco de uma praça, ir ao cinema, entrar em uma igreja ou em um elevador. A questão da presença na internet também se relaciona a um direito de aparecer. Infelizmente, o que seria um simples direito em uma sociedade democrática torna-se apenas mercadoria em uma sociedade de mercado que apaga com a ideologia do econômico a função política da vida.
Ao mesmo tempo, o mundo que partilhamos hoje é povoado de imagens. Há imagens presentes (importante aqui pensar no que significa esse “estado de presença” dos corpos e das imagens no mundo) por todos os lados. E só por isso elas também exercem poder sobre os corpos que todos somos. Digo que somos corpos porque nosso corpo é nosso estar no mundo, não uma coisa, não um objeto que nós mesmos possuímos ou que é possuído por outrem.
Em nosso senso comum, esse conjunto de teorias populares que usamos no cotidiano, poder é um conceito reduzido à lógica binária maniqueísta, na qual ele é considerado algo bom ou mau. Em um sentido conceitual, poder não é nem uma coisa nem outra. A concentração ou a escassez, seu excesso ou sua falta é que tornam o poder problemático. Imaginemos uma relação entre alguém que não pode nada, ou alguém que tudo pode. Não é difícil imaginar que o simples poder pode, nessa relação desproporcional, transformar-se em violência.
Jogos de poder
Podemos usar o nome de “sujeito” para definir aquele que age sobre algo, e de “objeto” para definir aquilo ou até mesmo aquele sobre o que ou sobre quem se age. A relação entre dois sujeitos que não são reduzidos a objetos, define o mais rico dos experimentos da linguagem, o diálogo. Ele só acontece no momento em que conseguimos sustentar a condição de sujeitos. Em contextos nos quais um reduz o outro a objeto, a condição de possibilidade do diálogo está aniquilada.
Reduzimos as pessoas a objetos todas as vezes em que as usamos como meios e não como fins.
Como algo próprio dos corpos que entram em relação uns com os outros, o poder é inerente às relações. E apenas por isso ele pode se organizar como uma espécie de “jogo” regido por regras. O jogo é algo que não se joga sozinho e implica a compreensão das regras. Mas também a possibilidade de usá-las seja em benefício próprio, seja do coletivo. Damos o nome de poder político àquele que se exerce sobre corpos ou entre corpos atravessados por instituições. Corpos são atravessados por instituições em muitos momentos, e é difícil descobrir um instante em que estejam livres do poder político e totalmente lançados em uma espécie de pura relação em que a linguagem ainda não se encontrou com os jogos de força. Uma espécie de vida primitiva da linguagem, ou pura vida da linguagem. Daí que toda linguagem seja, mais cedo ou mais tarde, a forma primitiva da política e necessariamente ligada ao poder.
O jogo democrático e o estado de exceção atual
O poder político implica uma consciência das regras do jogo. Textos como a Constituição, por exemplo, são como que a regra básica de um jogo democrático. O estado de exceção no qual estamos vivendo no Brasil atual, por exemplo, implica que as regras anteriormente acordadas foram burladas ou alteradas por um grupo que resolveu romper com as regras do jogo democrático. Quando isso acontece, quando o poder político é usado em benefício próprio ele é conspurcado. O próprio jogo é aniquilado e ninguém mais pode jogar. A democracia, como um jogo possível com regras que envolvem a todos, é interrompida. Resta aos que “podem” o mando, e aos outros, a obediência.
O que se pode chamar de “jogo de poder” é estratégia de poder em seu sentido político. Todo jogo de poder é, na verdade, um jogo de linguagem. Há jogos de linguagem sem “jogos de poder”, mas não há jogo de poder sem linguagem.
A linguagem preferida do jogo de poder político em seu estado deturpado é a da dominação e da violência. O poder político – aquele que se exerce juntamente com outro, ou contra os outros com a consciência do seu efeito – é como uma engrenagem, como um dispositivo, é como um organismo que funciona para fazer sobreviver a si mesmo. Como as pessoas se relacionam com esse poder é uma pergunta que deve ser respondida por cada um.
Ninguém na sociedade humana, que é uma sociedade política – na qual mesmo quem não quer fazer política faz política, mesmo que a sua política seja uma espécie de antipolítica – , vive fora de relações de poder. Justamente porque não pode viver fora da linguagem. O poder político que não interessa a todos, a todos afeta e, na sua forma deturpada depende justamente desse desinteresse da maioria para manter-se como é.
A pergunta que nos toca, nesse momento é: podemos jogar esse jogo? Ou devemos simplesmente deixar que aqueles que se colocaram como os “donos” do poder sintam-se tranquilos sem mais adversários dispostos a jogar o jogo da democracia?
Fora do jogo da democracia, todo jogo de poder é um jogo sujo. Vamos aceitar?
*** *** https://revistacult.uol.com.br/home/linguagem-e-poder-sobre-jogos-sujos-e-democracia/ *** ***
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