sexta-feira, 22 de outubro de 2021

"A implosão do teto e da equipe"

Precatório transitado e julgado Guedes: Precatório transitado e julgado é dívida certa, ninguém pode brincar ***
*** O Assunto #564: A implosão do teto e da equipe econômica O governo rasgou o que restava de sua fantasia de responsabilidade fiscal ao executar manobra que abrirá espaço de R$ 83 bilhões no Orçamento de 2022. Na prática, isso rompe o limite de gastos introduzido na Constituição em 2016. Parte desse dinheiro será usada para bancar o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família que Jair Bolsonaro pretende usar como ativo na campanha do ano que vem. E parte é cobiçada pelo Congresso na forma de mais emendas. Por Renata Lo Prete 22/10/2021 04h11 Atualizado há 15 horas *** Ao lado de Bolsonaro e em meio à crise no ministério, Guedes aponta 'falta de comunicação' e 'barulho' Segundo ministro, ala econômica defendia Auxílio Brasil de R$ 300; ala política, de até R$ 700; e Bolsonaro optou por R$ 400. Quatro secretários da Economia pediram demissão na quinta (21). Por g1 — Brasília 22/10/2021 15h18 Atualizado há 2 horas O teto é um símbolo, mas não vamos deixar pessoas com fome, diz Guedes O teto é um símbolo, mas não vamos deixar pessoas com fome, diz Guedes O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (22) que houve "barulho" e "falta de comunicação" nos últimos dias. Guedes deu a declaração em um pronunciamento no Ministério da Economia ao lado do presidente Jair Bolsonaro. Nos últimos dias, a possibilidade levantada por Guedes de o programa Auxílio Brasil furar o teto de gastos provocou reações negativas no mercado financeiro. Além disso, nesta quinta (21), quatro secretários do ministério pediram demissão. "Qualquer notícia tem informação, sinal e tem barulho. Tem informação, tem sinal e tem barulho. E nós tivemos muito barulho", declarou Paulo Guedes. Em vigor desde 2017, o teto de gastos limita o aumento dos gastos da União (Executivo, Legislativo e Judiciário) à inflação do ano anterior. LEIA TAMBÉM Ministro fica: Bolsonaro diz ter 'confiança absoluta' em Guedes Sem demissão: 'Em nenhum momento pedi', declara ministro Debandada: saída de secretários 'é natural', diz Guedes Ato falho: Guedes anuncia secretário, mas erra o nome 'Abraço do social': Guedes diz preferir ajuste fiscal 'menos intenso' Abalo no mercado: temor de descontrole faz bolsa despencar Debandada: saiba quem já deixou o ministério de Guedes Antes da fala de Guedes, Bolsonaro disse ter confiança absoluta no ministro, acrescentando que não fará "aventura" na economia. Conforme o colunista do g1 Valdo Cruz, se confirmado o valor de R$ 400 do Auxílio Brasil, R$ 300 devem ser pagos dentro do teto, e R$ 100, fora. Segundo Paulo Guedes, a ala econômica do governo defendeu que o Auxílio Brasil ficasse em R$ 300, respeitando o teto de gastos, enquanto a ala política defendeu que o pagamento chegasse a até R$ 700. Bolsonaro, então, ainda de acordo com o ministro da Economia, definiu o valor de R$ 400. Guedes, sobre rumores de saída da pasta: ‘Confio no presidente e confio na Democracia’ Guedes, sobre rumores de saída da pasta: ‘Confio no presidente e confio na Democracia’ 'Falta de comunicação' Ainda no pronunciamento desta sexta, Paulo Guedes afirmou que é "natural" a ala política do governo querer ajudar os mais pobres e que isso teria motivado o "barulho". "Esse barulho é muito falta de comunicação", disse o ministro. Guedes destacou ainda que, mesmo com o Auxílio Brasil acima de R$ 300, não há "irresponsabilidade fiscal" nem "licença para gastar". "Por um lado, você quer ajudar os mais frágeis. E é natural, e a ala política, isso é que acho que criou todo esse barulho. [...] Enquanto estou fazendo isso lá fora, naturalmente, a política começa a sacudir. 'E o dinheiro dos mais frágeis?', 'Nós estamos sem [reforma do] Imposto de Renda'. Se estamos sem Imposto de Renda, vamos precisar tirar dinheiro de algum lugar. 'E se for R$ 400?', 'Bom, ai fura o teto'. Aí começa a barulheira, e aí começa uma aparente briga entre ala política e a ala econômica", afirmou. Ele defendeu que, então, fosse adotada "uma linha no meio" entre as reivindicações da "ala política" e o que pensa a "ala econômica". "Então, tem uma ala política que pede auxílio de R$ 500, R$ 600, R$ 700, e tem a ala econômica, que fala: 'Olha, só temos até R$ 300'. O teto é só até R$ 300. Deve haver uma linha no meio entre austeridade financeira, compromisso com futuras gerações [...]. Então, o presidente traçou a linha: 'Vamos até R$ 400'", declarou. Segundo Guedes, o resultado é que "isso virou guerra com todo mundo brigando com todo mundo". "Nós entendemos os mais jovens que dizem: 'Olha, a linha é aqui, não pode furar o teto'. Nós entendemos a política, que diz o seguinte: 'Olha, o teto é um símbolo de austeridade, é um símbolo de compromisso para as gerações futuras, mas não vamos deixar milhões de pessoas passarem fome para tirar 10 em política fiscal e tirar zero em assistência aos mais frágeis'", declarou. Análise Ouça o episódio do podcast O Assunto sobre "A implosão do teto e da equipe econômica": ***
*** *** *** https://g1.globo.com/politica/noticia/2021/10/22/paulo-guedes-pronunciamento.ghtml *** *** Paulo Guedes já havia afirmado que não deixaria o ministério Ministro da Economia disse nesta sexta-feira (22) em pronunciamento que não pediu demissão do comando da pasta ***
*** Assistir: *** *** Da CNN Em São Paulo 22/10/2021 às 17:47 | Atualizado 22/10/2021 às 18:00 Ouvir notícia Apesar do ministro da Economia, Paulo Guedes, ter dito nesta sexta-feira (22) durante pronunciamento, que começou com participação do presidente Jair Bolsonaro, que não pediu demissão do comando da pasta, o “dia do fico” de Guedes foi assegurado nesta quinta (21). A informação é da âncora da CNN Daniela Lima. “Eu não pedi demissão. Em nenhum momento eu pedi ou o presidente insinuou qualquer coisa semelhante. Estou errado de não pedir demissão por estarmos gastando R$ 30 bi a mais? Porque em vez de terminar o governo com 17,5% de despesas vamos terminar com 18% ou 18,5%?”, falou hoje aos jornalistas. À equipe econômica, além do ministro dizer que não sairia do ministério, ele não esconde para ninguém que há sim uma queda de braço entre a ala política e a econômica, segundo apuração de Daniela Lima. Assessores braços direitos de Guedes têm falado que sair agora seria muito fácil. O ministro afirma que faria bem para sua vida pessoal e biografia, mas seria péssimo para o país. Segundo Guedes, há insegurança do mercado por conta do teto de gastos, mas ninguém tem dúvida de seus “fundamentos econômicos”. “Eu tenho credibilidade do mercado”. E encerrou dizendo que “o Brasil não perdeu a âncora”, e que teria pedido à sua equipe “Senso de coletividade”. *** *** https://www.cnnbrasil.com.br/business/paulo-guedes-ja-havia-afirmado-que-nao-deixaria-o-ministerio/ *** *** Alforrias incondicionais *** "Lá que eu gosto liberdade, é certo; mas o princípio da propriedade não é menos legítimo." [71] [11 maio] Bons Dias Machado de Assis 1888
*** A implosão da equipe econômica Publicado em 22/10/2021 - 07:39 Luiz Carlos Azedo Congresso, Economia, Eleições, Governo, Memória, Partidos, Política, Política Se havia alguma esperança no sentido de garantir o teto de gastos, foi volatilizada por Paulo Guedes, que jogou a toalha nas negociações com o Centrão. O deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), ao apresentar o seu novo parecer sobre a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios, implodiu a equipe econômica do governo, apesar de o ministro da Economia, Paulo Guedes, não ter pedido o boné — ainda. O texto cria, artificialmente, um espaço fiscal de R$ 83 bilhões, em 2022, o que permitiria o pagamento do Auxílio Brasil no valor de R$ 400 até o fim do mandato do presidente Jair Bolsonaro. A gota d’água foi a manobra fiscal do cálculo da inflação, ao mudar o período de cálculo do IPCA (o índice oficial de inflação). Num passe de mágica, o relator da PEC dos Precatórios pretende aumentar o orçamento da União em R$ 39 bilhões, mudando o período de correção do teto de gastos, que deixará de ser feito de junho a junho, para ser de janeiro a dezembro. O problema é que a mudança, digamos, não altera a realidade da criação de riqueza no Brasil — ou seja, as taxas de crescimento —, nem a desvalorização do real ante o dólar — isto é, a alta do custo de vida. A economia é como os pássaros, que podem nadar, mergulhar, cantar, lutar e até falar, mas não podem dar leite. Logo após o fechamento da Bolsa de São Paulo, o Ministério da Fazenda comunicou que os secretários de Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram demissão dos cargos. A secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araújo, também pediram exoneração de seus cargos. Doutor em Economia pela Fundação Getúlio Vargas, Funchal é especialista em Economia, com ênfase em Finanças, Direito e Macroeconomia Aplicada. Funchal substituiu o ex-secretário Mansueto Almeida, em junho de 2020, como secretário do Tesouro. Em maio, assumiu o cargo de secretário especial de Fazenda, que foi transformado em Secretário Especial de Tesouro e Orçamento. Ex-secretário de Fazenda do Espírito Santo, de 2017 a 2018, no governo Paulo Hartung, o economista notabilizou-se quando conseguiu fazer o estado tirar nota máxima em capacidade de pagamento, cortando comissionados, suspendendo concursos e não concedendo reposição salarial. Hartung trocou a reeleição pelo ajuste fiscal. Crescimento Se havia alguma esperança de parte de Funchal no sentido de garantir o teto de gastos, ela foi volatilizada por Paulo Guedes, que jogou a toalha nas negociações com o Centrão. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também anunciou que não somente apoiaria o Auxílio Brasil, como defende que seu valor seja de R$ 600. Acontece que o estouro nos gastos públicos tem impacto imediato na inflação, que vem subindo há 28 semanas. Contê-la não é a prioridade do governo Bolsonaro, nem da oposição. O cenário é de inflação com estagnação. A recuperação prevista para o PIB deste ano é da ordem de 5%, o que seria excelente se no ano passado não tivesse ocorrido uma retração de 4,2% do PIB. Acontece que os dados do boletim Focus, do Banco Central (BC), de sexta-feira passada, mostram que, no primeiro trimestre de 2021, o PIB subiu 1,5%, mas caiu 0,4% no segundo. Em julho e agosto do terceiro trimestre, a variação da média foi de apenas 0,1%. Ou seja, o PIB estagnou-se. Até agosto, a indústria, o comércio e os serviços não mostravam força capaz de fazer crescer o PIB mais do que isso, até o fim do ano. Por essa razão, a previsão do crescimento para 2022, o ano da eleição, varia de 1,5% a 0,5%. Nesse cenário, Bolsonaro não teria a menor condição de se reeleger. Além da redução do consumo das famílias, o aumento dos juros e as incertezas políticas colaboram para a redução de investimentos e a desvalorização do real. A crise de suprimentos da indústria e a redução da taxa de crescimento da China colaboram para as previsões de que uma tempestade perfeita estaria no horizonte. Vêm daí o desespero que preside as decisões econômicas do Palácio do Planalto e as pressões do Centrão para que Bolsonaro conceda o auxílio emergencial acima do que estava proposto pela equipe econômica, que era R$ 300, mesmo que isso signifique furar o teto de gastos. *** *** https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/a-implosao-da-equipe-economica/?fbclid=IwAR0TZYILto5r89Bfr7HiPe53et9H5OrkLjfpPkmmtrB8C-s9XwVkaFOQICY *** *** ***
*** Fernando Molica: Princípios econômicos liberais de Guedes foram para o espaço No quadro Liberdade de Opinião, jornalista analisou pedidos de demissão do Ministério da Economia após anúncio do valor do Auxílio Brasil *** ASSISTIR: *** *** Da CNN Em São Paulo 22/10/2021 às 09:38 | Atualizado 22/10/2021 às 09:46 Ouvir notícia No quadro Liberdade de Opinião desta sexta-feira (22), o jornalista Fernando Molica analisou a saída de quatro secretários do Ministério da Economia. Todos pediram exoneração de seus cargos ao ministro Paulo Guedes. Em nota, a pasta afirmou que os pedidos de demissão foram todos por razões pessoais. Mas, de acordo com apuração da analista de política da CNN Renata Agostini, o valor de R$ 400 estipulado para o Auxílio Brasil não foi apoiado pela equipe econômica, e isso influenciou a saída em massa da Economia. Na avaliação de Molica, a falta de cortes prometidos por Guedes no início do governo motivou a crise atual. “A questão é saber de onde vem o dinheiro [para o Auxílio Brasil]. Paulo Guedes, no início do governo, disse que ia passar a faca no Sistema S. Não passou. O governo não corta as emendas parlamentares, que são R$ 36 bilhões por ano; não corta os subsídios nem aperta questões do funcionalismo, entre outros”, disse. *** *** https://www.cnnbrasil.com.br/business/fernando-molica-principios-economicos-liberais-de-guedes-foram-pro-espaco/ *** *** Renda Cidadã Guedes: Precatório transitado e julgado é dívida certa, ninguém pode brincar Em mais de uma ocasião, o ministro reforçou a necessidade de atacar o crescimento dessa despesa Por Estadão Conteúdo 3 out 2020 10h55 - Atualizado 1 ano atrás ***
*** Paulo Guedes (Crédito: Edu Andrade/Ascom/ME) *** Durante a entrevista coletiva na porta do Ministério da Economia, o ministro Paulo Guedes repetiu diversas vezes que a discussão sobre travar o volume de pagamento anual de precatórios nunca teve como objetivo o financiamento do programa Renda Brasil. Ele garantiu que os precatórios transitados e julgados serão pagos pelo governo. “É preciso respeitar a lei. Precatório transitado e julgado é dívida certa, ninguém pode brincar com calote”, afirmou. Em mais de uma ocasião, o ministro reforçou a necessidade de atacar o crescimento dessa despesa e isentou o senador Márcio Bittar (MDB-AC) e os líderes políticos desse debate que, segundo ele, cabe ao próprio ministério da Economia. Ele também culpou o período eleitoral pela confusão em torno da comunicação da medida. “No calor da política, faltando 40 dias para a eleição, tudo vira pretexto. É momento de eleição. É natural que haja antagonismo. Na boca de uma eleição, será que é hora de discutir o valor do Renda Brasil?”, questionou o ministro. “O Renda Brasil tem uma integridade conceitual. Não é uma revolução, é uma evolução de programas que já existem”, completou. Guedes disse que a disputa eleitoral também atrapalha o andamento de reformas e projetou o entendimento com o Congresso sobre a reforma tributária após o período eleitoral. “Não querem falar no imposto digital por causa das eleições, mas também não falam que o imposto sobre valor adicionado terá alíquota de 32%. Se não houver a disputa eleitoral, naturalmente iremos convergir”, completou. O ministro repetiu que o governo tem um programa liberal democrata e não social democrata, que segundo ele, gasta mais e eleva impostos para cobrir essa despesa. “Se vamos aumentar os recursos para os pobres, vamos tirar da classe de cima. Não tem truque, não tem populismo. Somos um governo transparente. As escolhas são difíceis, mas têm que ser feitas. Quem dá o timing é a classe política.” Guedes afirmou que tem obrigação de defender a estabilidade financeira, o ritmo de crescimento da economia e a geração de emprego. “Eu não entendo de política, mas entendo bastante de economia”, completou. “Vamos jogar no construtivo. Eu me dou super bem com o Congresso. Atrasamos a reforma tributária, mas o Congresso também atrasou as privatizações”, disse. *** *** https://www.infomoney.com.br/economia/guedes-precatorio-transitado-e-julgado-e-divida-certa-ninguem-pode-brincar/ *** *** ***
*** Amazon Good Days!: The Bons Dias Chronicles of Machado de Assis (1888-1889) (English Edition) *** [75] [26 junho] BONS DIAS! Eu, se tivesse credito na praça pedia emprestados a casamento uns vinte contos de réis, e ia comprar libertos. Comprar libertos não é expressão clara; por isso continuo. Conhece o leitor um livro do célebre Gógol, romancista russo, intitulado Almas Mortas? Suponhamos que não conhece, que é para eu poder expor a somente da minha idéia. I á vai em duas palavras. Chamam-se almas os campônios que lavram as terras de um proprietário, e pelos quais, conforme o número, paga este uma taxa ao Estado. No intervalo do lançamento do imposto, morrem alguns campônios e nascem outros. Quando há déficit, como o proprietário tem de pagar o número registrado, primeiro que se faça outro recenseamento, chamam-se almas mortas os campônios que faltam. Tchitchikof, um espertalhão da minha marca, ou talvez maior, lembra-se de comprar as almas mortas de vários proprietários. Bom negócio para os proprietários, que vendiam defuntos ou simples nomes, por dez-réis de mel coado. Tchitchikof, logo que arranjou umas mil almas mortas, registrou-as como vivas pegou dos títulos do registro, e foi ter a um Monte de Socorro, que, à vista dos papéis legais, adiantou ao suposto proprietário uns 200.00 rublos; Tchitchikof meteu-os na mala e fugiu para onde a polícia russa o não pudesse alcançar. Creio que entenderam; vejam agora o meu plano, que é tão fino como esse, e muito mais honesto. Sabem que a honestidade é como a chita, há de todo o preço, desde meia pataca. Suponha o leitor que possuía duzentos escravos no dia 12 de maio, e que os perdeu com a lei de 13 de maio. Chegava eu ao seu estabelecimento, e perguntava-lhe: — Os seus libertos ficaram todos? — Metade só, ficaram cem. Os outros cem dispersaram-se; -consta-me que andam por Santo Antônio de Pádua. — Quer o senhor vender-mos? Espanto do leitor, eu, explicando: — Vender-mos todos, tanto os que ficaram, como os que fugiram. O leitor assombrado: —Mas, senhor, que interesse pode ter o senhor... — Não lhe importe isso. Vende-mos? — Libertos não se vendem. — É verdade, mas a escritura de venda terá a data de 29 de abril nesse caso, não foi o senhor que perdeu os escravos, fui eu. Os preço marcados na escritura serão os da tabela da lei de 1885- mas e realmente não dou mais de dez mil-réis por cada um. Calcula o leitor: — Duzentas cabeças a dez mil-réis são dous contos. Dous conto por sujeitos que não valem nada, porque já estão livres, é um bom negócio Depois refletindo: — Mas, perdão, o senhor leva-os consigo? — Não, senhor: ficam trabalhando para o senhor; cu só levo escritura. — Que salário pede por eles? — Nenhum, pela minha parte. ficam trabalhando de graça. O senhor pagar-lhes-á o que já paga. Naturalmente, o leitor, à força de não entender, aceitava o negócio Eu ia a outro, depois a outro. depois a outro, até arranjar quinhentos libertos, que é até onde podiam ir os cinco contos emprestados, recolhia-me à casa, e ficava esperando. Esperando o quê? Esperando a indenização, com todos os diabos Quinhentos libertos, a trezentos mil-réis. termo médio, eram cento e cinqüenta contos; lucro certo: cento e quarenta e cinco. Porquanto, isto de indenização, dizem uns que pode ser que sim outros que pode ser que não: é por isso que eu pedia o dinheiro casamento. Dado que sim, passa e casava (com a leitora, por exemplo); dado que não, ficava solteiro e não perdia nada, porque o dinheiro era de outro. Confessem que era um bom negócio. Eu até desconfio que há já quem faça isto mesmo, com a diferente de ficar com os libertos. Sabem que no tempo da escravidão, os escravos eram anunciados com muitos qualificativos honrosos, perfeito cozinheiros, ótimos copeiros, etc. Era, com outra fazenda, o mesmo que fazem os vendedores, em geral: superiores morins, lindas chitas soberbos cretones. Se os cretones, as chitas e os escravos se anunciassem' não poderiam fazer essa justiça a si mesmos. Ora, li ontem um anúncio em que se oferece a aluguel. não m lembra em que rua,— creio que na do Senhor dos Passos,—uma insigne engomadeira. Se é falta de modéstia, eis aí um dos triste frutos da liberdade, mas se é algum sujeito que já se me antecipou. . Larga Tchitchikof de meia tigela! Ou então vamos fazer o negócio a meias. BOAS NOITES. *** *** http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000167.pdf *** *** assistir: *** ***
*** 26:16há 22 horas YouTube Felipe Salto: "Estamos caminhando para a estagflação" Assistir Enviado por: Marco Antonio Villa, 21 de out. de 2021 *** *** Felipe Salto: "Estamos caminhando para a estagflação" Estreou em 21 de out. de 2021 *** Marco Antonio Villa Governo age irresponsavelmente sobre a questão fiscal O cenário econômico para 2022 é preocupante A oscilação d o câmbio reflete as incertezas sobre a política e a economia. *** *** https://www.youtube.com/watch?v=EWwvxvzF7vM *** *** ***
*** 24:51 YouTube Bons dias!, de Machado de Assis: resumo, análise e dicas. *** [71] [11 maio] BONS DIAS! Vejam os leitores a diferença que há entre um homem de olho aberto, profundo, sagaz, próprio para remexer o mais íntimo das consciências (eu em suma), e o resto da população. Toda a gente contempla a procissão na rua, as bandas e bandeiras, o alvoroço , o tumulto, e aplaude ou censura, segundo é abolicionista ou outra cousa, mas ninguém dá a razão desta cousa ou daquela cousa; ninguém arrancou aos fatos uma significação, e, depois, uma opinião. Creio que fiz um verso. Eu, pela minha parte não tinha parecer. Não era por indiferença: é que me custava a achar uma opinião. Alguém me disse que isto vinha de que certas pessoas tinham duas e três, e que naturalmente esta injusta acumulação trazia a miséria de muitos pelo que, era preciso fazer uma grande revolução econômica, etc. Compreendi que era um socialista que me falava, e mandei-o à fava. Foi outro verso , mas vi-me livre de um amolador. Quantas vezes me não acontece o contrário! Não foi o ato das alforrias em massa dos últimos dias essas alforrias incondicionais, que vêm cair como estrelas no meio da discussão da lei da abolição. Não foi; porque esses atos são de pura vontade, sem a menor explicação. Lá que eu gosto liberdade, é certo; mas o princípio da propriedade não é menos legítimo. Qual deles escolheria? Vivia assim como uma peteca (salvo seja), entre as duas opiniões, até que a sagacidade e profundeza de espírito com que Deus quis compensar a minha humildade, me indicou a opinião racional e os seus fundamentos. Não é novidade para ninguém que os escravos fugidos em Campos, eram alugados. Em Ouro Preto fez-se a mesma cousa, mas por um modo mais particular. Estavam ali muitos escravos fugidos. Escravos, isto é, indivíduos que, pela legislação em vigor eram obrigados a servir a uma pessoa; e fugidos, isto é, que se haviam subtraído ao poder do senhor, contra as disposições legais. Esses escravos fugidos não tinham ocupação; lá veio, porém, um dia em que acharam salário, e parece que bom salário. Quem os contratou? Quem é que foi a Ouro Preto contratar comesses escravos fugidos aos fazendeiros A, B, C? Foram os fazendeiros D, E, F. Estes é que saíram a contratar com aqueles escravos de outros colegas, e os levaram consigo para as suas roças. Não quis saber mais nada; desde que os interessados rompiam assim a solidariedade do direito comum, é que a questão passava a ser de simples luta pela vida, e eu, em todas as lutas, estou sempre do lado do vencedor. Não digo que este procedimento seja original, mas é lucrativo. Alguns não me compreenderam (porque há muito burro neste mundo ); alguém chegou a dizer-me que aqueles fazendeiros fizeram aquilo, não porque não vissem que trabalhavam contra a própria causa, mas para pegar uma peça ao Clapp. Imagina-se bem se arregalei os olhos. — Sim, senhor. Saia que o Clapp tinha o plano feito de ir a Ouro Preto pegar os tais escravos e restituí-los aos senhores, dando-lhes ainda uma pequena indenização do seu bolsinho, e pagando ele mesmo a sua passagem da estrada de ferro. Foi por isso que... — Mas então quem é que está aqui doido? —É o senhor; o senhor é que perdeu o pouco juízo que tinha. Aposto que não vê que anda alguma cousa no ar. — Vejo, creio que é um papagaio. — Não, senhor; é uma república. Querem ver que também não acredita que esta mudança é indispensável? — Homem, eu a respeito de governo, estou com Aristóteles, no capítulo dos chapéus. O melhor chapéu é o que vai bem à cabeça. Este, por ora, não vai mal. — Vai pessimamente. Está saindo dos eixos; é preciso que isto seja, senão com a monarquia, ao menos com a república, aquilo que dizia o Rio-Post de 21 de junho do ano passado. Você sabe alemão? — Não. — Não sabe alemão? E dizendo-lhe eu outra vez que não sabia, ele imitando o médico de Molière. dispara-me na cara esta algaravia do diabo: — Es dürft leicht zu erweisen sein, dass Brasilien weniger eine kontitutionelle Monarchie als eine absolute Oligarchie ist. —Mas que quer isto dizer? — Que é deste último tronco que deve brotar a flor. — Que flor? As Boas noites. *** *** http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000167.pdf *** *** ***
*** 13:18 YouTube Resumo das crônicas "Bons Dias" de Machado de Assis. Assistir Enviado por: Boteco Humanístico, 9 de jul. de 2020 *** assistir: *** *** Bons dias!, de Machado de Assis: resumo, análise e dicas. 10 de jun. de 2021 *** O Magriço Cibernético Prof. Laudemir apresenta resumo, análise e dicas de Bons Dias!, de Machado de Assis. ***
*** 3:59 YouTube Matuê - De Peça em Peça feat. Knust & Chris Mc *** De Peça Em Peça (part. Knust e Chris MC) Matuê Ouvir "De Peça Em Peça (p…" *** *** [Matuê] É 30 pra 1Kilo Yê, yê Yeah, yê-yeah Eu tô me empenhando há um tempo (ya, ya) Dizem que esse é o momento Pra fazer meu corre virar Olhando pra trás eu me lembro Tempo difícil passado em novembro 500 conto só pra gastar o tempo De peça em peça eu já fazia virar (Uau, au, au, au, au) De peça em peça eu já fazia virar (Uau, au, au, au, au) De peça em peça eu já fazia virar (Uau, au, au, au, au) De peça em peça eu já fazia virar (Uau, au, au, au, au) De peça em peça eu já fazia virar [Matuê & Knust] (Yeah, yê-yeah) (Ui, sheesh) Seguindo o cheiro do queijo Dinheiro é a única coisa que eu vejo Vou ganhar mais que cantor sertanejo Tuê é vendedor de green Montou uma banca pra vender finin Agora só vou trabalhar com varejo (yeah) Dois tiros para o alto Em recordação aos irmãos que nos faltam Aos que se foram ou foram pegos no ato Já, já nós se encontra do outro lado Isso é fato Tocando 1Kilo no carro (ya, ya, ya) Parece inacreditável (ya, ya, ya, ya) Mais uma casa lotada Nossa evolução notável Seguimos inabalados 30PRAUM no comando na linha de frente, y'all Vivendo tudo o que eu quis Conhecido, Norte e Sul do país Sabia que todo tempo ia me recompensar Tu não acreditou em mim Agora eu tô de férias só tomando lean (uh) Quando eu não tinha o topre Quem que colou pra vim fortalecer? Tu não acreditou em mim Mas hoje que deu certo, você tá afim, a Tu não acreditou em mim Agora é muito fácil tu falar de mim (uh) Tu não acreditou em mim, a Tu não acreditou em mim, a Desdo corre antigamente eu já sabia [Matuê] De peça em peça eu já fazia virar (Uau, au, au, au, au) De peça em peça eu já fazia virar (Uau, au, au, au, au) De peça em peça eu já fazia virar (Uau, au, au, au, au) De peça em peça eu já fazia virar [Chris] Comprando e comprando tudo o que o mundo oferece (uh) Aumenta o nível de vida, virada de mestre (ê) Ano passado, sufoco bateu na minha porta e na dos meus amigo Sadan me deixando rico, sufoco em cartaz desaparecido (an) Ano passado pediram pra eu parar Que não era pra mim, que eu não era tão bom Hoje são meu fã, chama até pra som e não (uh) Eu nem conheço esses cara Já disse que eles só falam De peça em peça fazendo esse jogo vira Eu nem conheço esses cara Frente a frente com eles não tremo Perguntaram quem?, eu memo! Tipo Young Thug memo É 1Kilo, é o trem [Matuê] De peça em peça eu já fazia virar (Uau, au, au, au, au) De peça em peça eu já fazia virar (Uau, au, au, au, au) De peça em peça eu já fazia virar (Uau, au, au, au, au) De peça em peça eu já fazia virar De peça em peça eu já fazia virar (Uau, au, au, au, au) De peça em peça eu já fazia virar (Foda-se você que não quis acreditar) De peça em peça eu já fazia virar Ouvir "De Peça Em Peça (p…" Composição: Chris MC / Knust / Matuê *** *** https://www.letras.mus.br/matue/de-peca-em-peca-part-knust-e-chris-mc/ *** ***

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