domingo, 31 de outubro de 2021

ACANTONADO

Sem atenção de líderes, Bolsonaro fica deslocado no G20; assista ***
*** *** Jamil Chade Colunista do UOL 31/10/2021 04h00Atualizada em 31/10/2021 18h04 *** RESUMO DA NOTÍCIA Na antessala do G20, Bolsonaro é o retrato de um país isolado Ele ainda deixou o jantar oficial antes do evento terminar e, neste domingo, sequer acompanhou os demais líderes em uma foto na Fontana di Trevi Na primeira reunião deste domingo do G20, com a presença ainda do príncipe Charles, Bolsonaro não apareceu *** Pelas janelas de vidro do suntuoso local escolhido para sediar a cúpula do G20, em Roma, a luz do sol parecia criar um ambiente especial. Nos alto-falantes, uma música calma dava um tom de sofisticação. O ambiente com design italiano era de elegância e tinha como objetivo criar uma certa intimidade entre líderes que, juntos, representam 80% da economia do planeta. Mas, num canto da sala, um homem parecia desconfortável: Jair Bolsonaro. O UOL teve acesso à antessala da cúpula do G20, um local reservado e de altíssima segurança. Blindados, os líderes tinham naquela área um raro espaço quase confidencial para discutir o futuro do planeta. E assim parecia ser o caso. Numa rodinha informal, Angela Merkel (Alemanha), Emmanuel Macron (França), Antônio Guterres (ONU) e Ursula van der Leyen (UE) debatiam a maneira que iriam pressionar a comunidade internacional para criar um fundo conjunto para garantir a distribuição de vacinas. Mas, num canto da sala, um homem parecia sem interlocutores para debater política: Jair Bolsonaro. Em outras rodinhas informais, a conversa era menos estratégica. Scott Morrison (Austrália), Justin Trudeau (Canadá) e Narendra Modi (Índia) e Boris Johnson (Reino Unido) falavam sobre como a pandemia exigiu uma nova forma de saudar entre as pessoas. Mas, num canto daquela sala em Roma, um homem parecia sem amigos para conversar: Jair Bolsonaro. Sobrou ao presidente tentar, sem sucesso, atrair a atenção dos garçons Também existia espaço para conversas no pé do ouvido. Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, puxou Van der Leyen para debater o futuro da agência de Saúde. Mark Rutte, da Holanda, também fez questão de buscar seus principais aliados para conversas individuais. Cada um deles, ao entrar no local e antes da cúpula oficial começar, encontrava rapidamente um velho amigo, um aliado ou um parceiro comercial. Quando o brasileiro chegou, não teve opção: cruzou o salão e foi diretamente para uma mesa onde garçons serviam um café. Nesse trajeto, não foi cumprimentado por ninguém, não parou para apertos de mão. Com um dos garçons, puxou conversa: "Todo mundo italiano aí?". Sem graça, o senhor que servia apenas fez um gesto positivo com a cabeça. Bolsonaro não desistia e falou de suas origens italianas. Mas não conseguia atrair a atenção dos garçons. Começou então a fazer uma piada com a final entre Brasil e Itália, na Copa de 1970. Ninguém entendeu. O brasileiro então se virou para o restante do salão e se deparou com um cenário de grupos que falavam entusiasmadamente sobre assuntos dos mais diversos. Ele, porém, permaneceu por longos minutos sozinho, apenas apontando o dedo para aqueles que ele achava reconhecer. Quando um de seus seguranças se aproximou, Bolsonaro brincou e, em plena Itália, lançou mais comentário por conta da aparência do profissional: "máfia". Seus assessores foram atrás de amigos. E encontraram um deles: Tayyip Erdogan, presidente da Turquia e acusado de um desmonte da democracia. Antes de se aproximar ao turco, Bolsonaro lançou aos seus auxiliares: "me ajuda ai". A conversa, repleta de mentiras por parte do brasileiro, durou apenas alguns poucos minutos, sem gerar um só sorriso por parte do líder turco. Bolsonaro não perguntou como estava a Turquia, não falou das relações bilaterais e nem fez propostas para salvar o mundo. Poucos instantes depois, outro líder que estava na roda e que foi ignorado pelo brasileiro decidiu virar as costas e falar com outro grupo. Era Olaf Scholz, o provável novo chanceler da Alemanha. ***
*** *** Após quase três anos no poder, presidente se vê rodeado apenas pelos próprios ministros Quando o papo acabou, lá foram os assessores do presidente em busca de mais amigos. Encontraram um aliado inusitado: Alberto Fernandez, presidente da Argentina e contra o qual Bolsonaro chegou a fazer campanha por ser de esquerda. Ainda assim, a conversa entre os dois foi a que mais durou, nos cerca de 30 minutos em que o presidente brasileiro enfrentou o desafio da diplomacia mundial. Rapidamente, ele ainda cumprimentou Boris Johnson (Reino Unido) e trocou poucas palavras com Modi, da Índia. Mas logo estava sozinho de novo. E a solução foi se dirigir até um sofá ainda mais distante de todos os demais líderes para sentar ao lado de Paulo Guedes (Economia) e esperar. ***
*** Isolado, Bolsonaro conversa com Guedes na antessala do G20 Imagem: Reprodução *** Ao ver que a coluna o UOL estava no local, os assessores de Bolsonaro chamaram a segurança do evento. E um dos guarda-costas insistia em se mover diante do presidente para bloquear a reportagem de fazer uma foto. O alívio veio quando os organizadores anunciaram que a cúpula iria começar. Cada um dos líderes saiu em direção à sala. Macron, abraçado a políticos africanos. Merkel, sempre discreta, rodeada por admiradores. Bolsonaro, o último a deixar a antessala e alvo de desconfianças internacionais, caminhou ao evento apenas com seus ministros. Desconfortável, sem interlocutores e simplesmente deslocado, o presidente era o retrato de um líder que, depois de quase três anos no poder, não consegue construir uma inserção positiva para o país no mundo. Naquele espaço, a diplomacia se traduzia em gestos, apertos de mão e construção de alianças. Mas não para todos. Num canto daquela sala em Roma, não era um homem que parecia isolado. Mas um país que tinha perdido seu lugar no mundo. Mais tarde, Bolsonaro sairia antes de o jantar oferecido ao G20 pela Itália terminar. Na manhã de domingo, ele não se deu sequer ao trabalho de ir junto com outros líderes visitar a Fontana di Trevi. Ali estavam Angela Merkel, Boris Johnson, Mario Draghi, Pedro Sánchez, Narendra Modi, Scott Morrison e outros. Poucas horas depois, na primeira reunião do dia do G20, com o príncipe Charles, uma vez mais Bolsonaro não estava presente. A cadeira do Brasil foi ocupada pelo chanceler Carlos França. Questionado, o serviço de imprensa da presidência não explicou a ausência do chefe de estado. Sem amigos, sem aliados, sem admiradores, curiosos, sequer interessados, cumpria a promessa de pária, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. ***
*** *** *** *** https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2021/10/31/um-presidente-fora-de-lugar.htm *** *** O país precisa de uma frente política contra os amadorismos políticos de qualquer espécie. Aquele que se acantonou em Curitiba na década passada não é menos destrutivo de instituições do que a corrupção em nome de cujo combate pretende justificar sua pretensão guardiânica e do que o filo-fascismo a que se associou, em 2018, vislumbrando um atalho. ***
*** Glosario ilustrado de arte arquitectónico acantonada – Glosario ilustrado de arte arquitectónico *** *** *** https://www.glosarioarquitectonico.com/glossary/acantonada/ *** *** ***
*** Fundação Astrojildo Pereira Paulo Fábio Dantas Neto: Mais Brasil e mais Brasília - A via política como solução - Fundação Astrojildo Pereira *** domingo, 31 de outubro de 2021 Paulo Fábio Dantas Neto* - Mais Brasil e mais Brasília: a via política como solução “Mais Brasil, menos Brasília” era um slogan a que Jair Bolsonaro apelava quando o governo eleito em 2018 ainda despertava expectativa positiva em partes da sociedade brasileira, fora do círculo cada vez mais estreito do eleitorado que hoje ainda o trata como mito. Mas o slogan não guardava afinidade apenas com a candidatura vencedora naquelas eleições. Funcionava, subliminarmente, como cartão de visitas da chamada “nova política”, que muitos imaginavam estar surgindo no Brasil, após a blitz que a Operação Lava-jato dirigiu à chamada “velha política”. Esse foi o nome-fantasia com que a ética faxineira batizou seu real adversário, o sistema institucional onde se opera a política de todos os partidos e lideranças políticas. Lamentavelmente, a elite política reagiu à blitz de autoproclamados guardiães de virtudes republicanas com uma espécie de strip tease. Entregou-se a ritos autofágicos, com quase todas as suas facções partidárias caindo no autoengano de tentar surfar na onda do lava-jatismo para escapar do afogamento geral que ela pretendia causar. A omissão e o escapismo das lideranças e partidos que acabaram entregando o país à extrema-direita foram de tal monta que correram da raia tanto a facção de esquerda que ocupava o governo e que - exatamente por estar no governo - havia sido atingida pelos primeiros petardos da Lava-Jato, quanto as facções de centro e de direita que se uniram pelo impeachment de uma presidente já caída em desgraça pela rejeição popular e foram igualmente alcançadas, na sequência, pela perversidade de uma operação que degenerou, como se sabe, em toda sorte de arbitrariedades. Omitiu-se o grupo governante até 2016 ao fazer ouvidos moucos aos protestos de 2013 (que legitimamente e pacificamente cobravam eficácia e transparência do governo na prestação de serviços públicos) e ao tentar refratá-los pelo despiste para uma fictícia reforma política, chegando ao ponto de ameaçar a Carta de 1988 com uma insólita ideia de Constituinte. Já os grupos que apearam do poder aquele grupo governante também se omitiram ao negarem ao governo de transição que criaram o apoio e a solidariedade necessários para que se desse em clima de unidade a travessia até as urnas, hora em que os litigantes prestariam contas aos eleitores. As forças derrotadas na batalha do impeachment tentaram escapar pela narrativa do “golpe” e as vencedoras por um salve-se-quem-puder que fugia à responsabilidade política pela solução encontrada. Da combinação desses escapismos resultou a catástrofe atual. A fábula da “nova política” ocupou, em 2018, o vácuo produzido por ambas as omissões. O governo de transição ficou isolado e estigmatizado como governo da “velha política” e o embate eleitoral entre as diversas candidaturas virou um concurso para ver quem era mais “diferente” de tudo o que o sistema político representava. Brasília era tratada como lugar contraposto ao Brasil não apenas pelo discurso do candidato miliciano que pregava uma liberdade do Brasil profundo para matar, desmatar e desrespeitar a lei de diversas formas – uma liberdade individual violenta, negada por instituições sediadas na capital. Essa mesma capital também era assim vista por vozes arvoradas em representantes dos brasileiros “de bem”, enojados pela corrupção nos corredores do poder sem muitas vezes prestarem atenção em conexões sociais dessa corrupção. E não era menor o desprezo por “Brasília”, demonstrado por uma retórica de esquerda que opunha o seu Brasil ao “deles”. Bolsonaro brotou nesse terreno politicamente incivil e agreste. Essa lição da política recente já poderia bastar para ativar as antenas dos partidos e forças políticas comprometidas com a democracia para que 2022 não repita 2018. Muitos têm alertado que esse risco reside no projeto de reeleição de Bolsonaro e no discurso nostálgico da pré-campanha de Lula. Concordo até certo ponto. Esse duelo extremado (e não uma identidade “extremista” supostamente comum a dois políticos tão diferentes, tratados indevidamente como se fossem farinhas do mesmo saco) comporta, de fato, sério risco de agravamento da já prolongada crise de horizontes em que vivemos. Mas acaba de se juntar um terceiro fator de risco que é a tentação de voltar a ver a demonização e a interdição da política como saída para a crise. Esse risco tem nome e sobrenome e se prepara para entrar na disputa eleitoral. Falta uma semana e meia para a prevista assunção de uma candidatura presidencial pelo ex-juiz Sergio Moro e o clima aclamativo em importantes segmentos da mídia e da sociedade civil já se reinstala. Logo se vê que muita gente não aprendeu com as lições recentes sobre o poder desagregador e destrutivo da antipolítica. Pior, o ovo da serpente está sendo chocado, de modo parasitário, no terreno da chamada terceira via que, por definição, é o mais antagônico ao extremismo desse projeto de candidatura. Se a dramaticidade da experiência atual não é bastante para produzir vacinas adequadas contra o canto de sereia do justicialismo salvacionista e antipolítico preste-se atenção na história do país para ver que ele andou melhor quando a política do entendimento político prevaleceu, sem prejuízo do duro conflito entre governo e oposição. Foi assim nos sempre lembrados anos JK, na transição democrática, cujo legado é a atual Constituição, na adoção do Plano Real que tornou factível o pacto democrático e na Carta aos brasileiros, que o renovou. Todos esses processos foram dirigidos pela elite política civil de cada tempo, ou por partes significativas dela. Inversamente, desastres estiveram no fim da linha quando a elite política foi alijada ou recusou essa gramática. Foi assim em 1964, mais ainda em 1968 e, após a redemocratização do país, ocorreu sob Collor, Dilma Rousseff e agora, sob Bolsonaro, o desastre maior sob o regime da Carta de 88, redundante em crime e tragédia. Juscelino fundou Brasília para integrar o Brasil, não para se apartar dele. Essa é a vocação das experiências institucionais democráticas que a então nova capital passou a sediar. O golpe de 64, apenas quatro anos após essa fundação e o regime autoritário que dele resultou adiaram o teste necessário para se verificar a concretização dessa vocação. Ulisses Guimarães e Tancredo Neves lideraram a reabertura do caminho desbravado por JK. De Tancredo veio, sem meias palavras, o prognóstico que tornou a reabertura crível no momento crucial do processo, quando a incerteza parecia atingir seu máximo grau. Quando confrontado com a fama de Paulo Maluf, seu adversário no Colégio Eleitoral, de ser um perito em aliciar corpos eleitorais limitados como aquele, Tancredo respondeu que “Até aqui ele só enfrentou amadores. Agora enfrentará um profissional”. Provou, com sua vitória no quintal do inimigo, não ter sido bravata a sua declaração tranquilizadora. E se o destino não lhe deu a chance de colher no governo o que plantou fora dele, é justo reconhecer que o governo Sarney, de tantas mazelas econômicas e administrativas, não deixou de honrar a promessa política de Tancredo de conduzir a fase final da transição ao porto da plena democracia, cujo auge se deu na Constituinte que, sob a batuta de Ulisses, concretizou o momento de maior aproximação entre Brasília e o restante do país. Assim como Sarney, outros vice-presidentes políticos, como Itamar Franco e Michel Temer, souberam, mesmo sem ter as bençãos do voto popular para o cargo presidencial, entender-se, de modo prudente e autocontido, com a elite política de seus tempos para levar o país a eleições em condições de estabilidade maiores do que as que poderiam ser propiciadas pelos dois titulares a quem constitucionalmente sucederam. Foi, além de no voto, na política profissional que Fernando Henrique Cardoso, o presidente eleito pelo Plano Real, também se amparou para tornar factível a sua agenda de reformas. E não foi outra a gramática de Luiz Ignácio Lula da Silva, no pico mais virtuoso de seus governos. Todos eles, enquanto viveram e atuaram em Brasília, fizeram dela lugar capital do Brasil. Pouco importa, neste exato momento, apurarmos em que momento pretérito, ao longo desses 36 anos decorridos desde Tancredo, os políticos brasileiros perderam a autoconfiança e o senso de veracidade capaz de fazê-los salientar, em vez de dissimular, a missão pública que os define. O que mais importa é que essa capacidade precisa ser recuperada sem mais demora porque o próximo desastre está a se desenhar. Sim, porque é aos políticos e seus partidos - e não ao povo, muito menos a qualquer charlatão que se apresente em seu nome com aspiração a soberano - que cabe a missão de governar uma república democrática, sob a vigilância da sociedade e o crivo do eleitorado. Quando essa verdade iluminadora da realidade se afasta dos microfones e telas que veiculam as declarações dos representantes, a democracia perde terreno para a demagogia que proclama o amadorismo como virtude. O país precisa de uma frente política contra os amadorismos políticos de qualquer espécie. Aquele que se acantonou em Curitiba na década passada não é menos destrutivo de instituições do que a corrupção em nome de cujo combate pretende justificar sua pretensão guardiânica e do que o filo-fascismo a que se associou, em 2018, vislumbrando um atalho. *Cientista político e professor da UFBa *** *** https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/10/paulo-fabio-dantas-neto-mais-brasil-e.html#more *** *** aracnanto ***
*** Wikipédia Aracne – Wikipédia, a enciclopédia livre *** 1. Aracne Significado de Aracne Por josé luiz (SP) em 16-03-2012 [Mito.]-Aracne na mitologia grega era uma jovem da Lídia de extraordinária habilidade na arte de bordar. Seus trabalhos eram elogiados por todos e chegaram a ser comparados com os da deusa Atena,que ficou furiosa com a petulância da mortal. Em uma competição os trabalhos de Atena venceram e Aracne fugiu e se enforcou. Arena a encontrou e a transformou em uma aranha. Do nome Aracne surgiu o termo ¨aracnídeo¨ que define as aranhas. O Mito de Arachne – Conheça a história que fala da arte de tecer e de fiar na mitologia grega DestaqueHistória da Moda Por Denise Pitta Atualizado em 16/04/2014 *** *** ***
*** images12 A história de Arachne, principalmente para quem gosta de moda, traz referências da tecelagem na mitologia grega, também é interessante, porque para alguns estudiosos, o homem pode ter aprendido a tecer observando a teia da aranha que está entre as fibras mais resistentes da natureza devido a sua flexibilidade. Arachne Segundo a mitologia grega, Aracne era uma jovem tecelã que vivia na Lídia, em uma região da Ásia Menor chamada Meônia. Seu trabalho era tão perfeito que, em todas as cidades da Lídia, Aracne ganhou fama de ser a melhor na arte de fiar e tecer a lã. Eram os deuses, com sua generosidade, que concediam às criaturas seus talentos e habilidades, mas os mortais, com sua capacidade natural de esquecer as coisas, às vezes cometiam a tolice de gabar-se de seus próprios feitos. Assim aconteceu a Aracne, que deixou-se dominar pela vaidade e passou a vangloriar-se de sua habilidade como tecelã. Até que um dia alguém veio lembrá-la de que ela era discípula de Atena. Atena (Minerva, na mitologia romana) era filha de Zeus, e além de ser a deusa da Sabedoria ,era a deusa que presidia as artes e os trabalhos manuais — a tecelagem inclusive. Aracne ficou extremamente ofendida e, querendo provar sua independência e auto-suficiência, caiu na fraqueza de afirmar que podia competir com Atena e seria capaz de derrotá-la na arte da tecelagem. arachnevelazquez ***
*** Atena disfarça-se e vai procurar Aracne Ao saber da presunção de Aracne, Atenas foi procurá-la disfarçada como uma anciã e pediu-lhe que a escutasse, devido à experiência de sua idade avançada: “Busque entre os mortais toda fama que desejar, mas reconheça a posição da deusa”. Porém, a famosa Aracne não percebeu que se tratava de Atena e, além de zombar da anciã, reafirmou seu desafio: “Por que motivo sua deusa está evitando competir comigo?” Ao ouvir isto, Atenas apareceu em sua forma verdadeira, e todos se puseram a reverenciá-la, exceto Aracne, que permaneceu impassível, pois o senso de poder que sua habilidade lhe dava tornava-a ousada em excesso. A competição Atenas desafiou Aracne a provar que seria capaz de vencê-la e as duas deram início à competição. Sentaram-se e começaram a tecer, cada qual procurando produzir a obra vencedora. Atena retratou a cidade de Atenas e os deuses em seus tronos, e entre os deuses a oliveira que ela havia criado durante uma disputa com Posseidon e graças à qual foi proclamada a protetora da cidade. Retratou também Niké, o símbolo da Vitória e nos quatro cantos da tela, desenhou quatro cenas mostrando o que havia acontecido a alguns mortais que desafiaram os deuses e em que eles acabaram sendo transformados. Coroando o trabalho, Atena teceu uma grinalda de folhas de oliveira, que é até hoje um símbolo de paz. Aracne, a perfeita tecelã, achou de retratar o maior de todos os deuses –Zeus — por ocasião de suas conquistas amorosas. E então foi tecendo diversas cenas em que ele aparece disfarçado ou toma a forma de um animal: Zeus, sob a forma de touro, arrebatando Europa; sob a forma de águia, abordando Astéria; sob a forma de cisne, conquistando Leda; sob a forma de sátiro, fazendo amor com Antíope; Zeus fazendo-se passar por Anfitríon para seduzir Alcmene, mãe de Heraclés (Hércules); Zeus, o pastor que fez amor com Mnemosine, mulher-titã; e, ainda, Zeus conquistando Egina, Deméter e Danae, disfarçado, respectivamente, de chama, serpente e chuva de ouro. No afã de “tricotear” sua espantosa obra, Aracne incluiu ainda os amores de Posseidon, Apolo, Dionísio e Cronos. E ao redor de todas as cenas, teceu uma graciosa moldura de hera e flores entrelaçadas. Desfecho da estória Tão perfeita foi a obra de Aracne que Atena não conseguiu encontrar nela a mínima falha. Irritada, Atena rasgou a tecelagem em pedaços e golpeou Aracne na cabeça. Aracne ficou muito triste e, em seu desespero, terminou tentando se enforcar. Atena, ao saber o que sua cólera havia provocado, compadeceu-se de Aracne e transformou a corda que ela usara para enforcar-se em uma teia. Em seguida, derramou sobre Aracne fluidos retirados das ervas da deusa Hecate e transformou-a em uma aranha. Dessa forma, Aracne foi salva da morte e, embora condenada a ficar dependurada em sua teia, a beleza de sua arte não ficaria perdida para sempre neste mundo. Arachne A arte de fiar e tecer Fontes: Ionaloyolatextile Ilustrações de Arachne https://i0.wp.com/www.fashionbubbles.com/files/2013/07/arachnevelazquez.jpg?resize=599%2C460 *** *** https://www.fashionbubbles.com/historia-da-moda/arachne-a-arte-de-fiar-e-tecer-2/ *** *** ***
*** 200 Words a Day! Language Learning Spanish Verb ACANTONAR - to station. Regular AR family ***
*** Columnillas acantonadas entre otras mayores. Iglesia de Santiago. Puente la Reina (Navarra). Siglo XII. *** acantonar Significado de Acantonar verbo transitivo Distribuir (tropas) por várias localidades (cantões). Instalar subunidades militares; alojar; aquartelar. Definição de Acantonar Classe gramatical: verbo intransitivo, verbo pronominal, verbo transitivo direto e verbo transitivo direto e circunstancial Tipo do verbo acantonar: regular Separação silábica: a-can-to-nar acantonar OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE O VERBETE Possui 9 letras Possui as vogais: a o Possui as consoantes: c n r t O verbo escrito ao contrário: ranotnaca CONJUGAÇÃO DO VERBO ACANTONAR Tipo do Verbo: regular Infinitivo: acantonar Gerúndio: acantonando Particípio Passado: acantonado INDICATIVO Presente do Indicativo eu acantono tu acantonas ele acantona nós acantonamos vós acantonais eles acantonam Pretérito Imperfeito do Indicativo eu acantonava tu acantonavas ele acantonava nós acantonávamos vós acantonáveis eles acantonavam Pretérito Perfeito do Indicativo eu acantonei tu acantonaste ele acantonou nós acantonamos vós acantonastes eles acantonaram Mais-que-perfeito do Indicativo eu acantonara tu acantonaras ele acantonara nós acantonáramos vós acantonáreis eles acantonaram Futuro do Pretérito do Indicativo eu acantonaria tu acantonarias ele acantonaria nós acantonaríamos vós acantonaríeis eles acantonariam Futuro do Presente do Indicativo eu acantonarei tu acantonarás ele acantonará nós acantonaremos vós acantonareis eles acantonarão SUBJUNTIVO Presente do Subjuntivo eu acantone tu acantones ele acantone nós acantonemos vós acantoneis eles acantonem Pretérito Imperfeito do Subjuntivo eu acantonasse tu acantonasses ele acantonasse nós acantonássemos vós acantonásseis eles acantonassem Futuro do Subjuntivo eu acantonar tu acantonares ele acantonar nós acantonarmos vós acantonardes eles acantonarem IMPERATIVO Imperativo Afirmativo tu acantona ele acantone nós acantonemos vós acantonai eles acantonem Imperativo Negativo não acantones tu não acantone ele não acantonemos nós não acantoneis vós não acantonem eles INFINITIVO Infinitivo Pessoal eu acantonar tu acantonares ele acantonar nós acantonarmos vós acantonardes eles acantonarem RIMAS COM ACANTONAR salutarapesarconfiarembalardesperdiçarpegarconstataridentificararranjardesenrolarrechaçargritarexercitaracostumaranimardisfarçararrastarlugaracalmarsecarolvidarvomitarefetuarsentar ANAGRAMAS DE ACANTONAR aracnanto *** *** https://www.dicio.com.br/acantonar/ *** *** ***
*** FONTE: ESTADÃO 'Não queremos revolução socialista, nem ditadura militar', diz Vargas Llosa OCTOBER 31, 2021 A América Latina sempre povoou o pensamento do escritor peruano Mario Vargas Llosa. Aos 85 anos, o ganhador do prêmio Nobel de Literatura de 2010 defende com veemência o liberalismo democrático, o que o coloca, muitas vezes, em pé de guerra contra governos extremistas, seja de esquerda ou de direita. “Não queremos a revolução socialista, nem as ditaduras militares para a América Latina”, disse ele ao Estadão, jornal do qual é colunista, em uma conversa realizada por Zoom. Ele estava em Madri, na Espanha, onde passou boa parte do período de isolamento provocado pela pandemia da covid. Para Llosa, autor de clássicos como Conversa no Catedral e A Guerra do Fim do Mundo, a América Latina atravessa uma crise de renovação política que, muitas vezes, termina de uma forma que se tornou tradicional no continente: na instauração de um governo extremista. Ele cita seu país como exemplo negativo. “Apesar dos problemas que tínhamos, a economia funcionava bem, e agora está uma catástrofe. A ascensão de uma extrema esquerda ao poder fez com que houvesse uma fuga de capitais muito grande e há uma preocupante paralisação no país”, observa. Favoritismo da esquerda radical no Peru leva Vargas Llosa a campanha aberta por Keiko Fujimori Favoritismo da esquerda radical no Peru leva Vargas Llosa a campanha aberta por Keiko Fujimori Também revela sua preocupação com a presença cada vez mais assentada das fake news, especialmente na política, na qual podem até influir na definição de uma eleição. Daí a importância crescente da imprensa livre, “que as enfrente e as denuncie”. Na entrevista, para a qual interrompeu a escrita de um artigo sobre Benito Pérez Galdós, prolífico escritor espanhol do século 19, Llosa relembrou com gosto de seu encontro com o argentino Jorge Luis Borges, em 1981, do qual surgiu uma longa conversa, agora convertida no livro Meio Século com Borges, que será lançado no próximo ano pela Alfaguara. Sobre o colega, Llosa revela um olhar condescendente. Antes, a editora vai recuperar Cartas a um Jovem Escritor, originalmente lançado em 2006 e no qual convida o leitor a alçar voo na arte da literatura. A seguir, os principais momentos da entrevista. Qual a sua opinião sobre o prêmio Nobel de Literatura recém-concedido a um escritor africano, o tanzaniano Abdulrazak Gurnah? É interessante que o Nobel chegue à África, que chegue aos escritores africanos, entre os quais tenho certeza que há nomes muito bons, só que desconhecidos. Circularam muito pouco pela Europa, pela América Latina. Gostaria de falar um pouco sobre um trecho de seu último livro, Meio Século com Borges, lançado na Espanha, uma bela entrevista que o senhor fez com o escritor argentino. O senhor ficou impressionado por não encontrar um único livro do próprio Borges na biblioteca. Nenhum! (risos). E ele me respondeu: “Sou muito menos importante que os escritores que tenho ali”. Creio que Borges adotou uma espécie de resposta-padrão para tantas perguntas que sempre lhe eram feitas. Era como um jogo, porque ele tinha a impressão de que o público não mudava, era sempre o mesmo. Então, Borges tinha respostas perfeitamente prontas, estudadas, assim, podia falar horas e horas (risos). Um homem muito seguro. Mas era um dos grandes escritores que tivemos e, muito importante, Borges mudou a vocação do idioma espanhol, que é muito caudaloso, no qual é necessário usar muitas palavras para expressar as ideias. Ele fez o contrário, foi muito rigoroso, preciso. Então, a língua literária espanhola se transformou completamente com ele. Foi algo muito preciso, muito concreto, muito específico. Não existem antecedentes na língua nem seguidores, pois acredito que Borges não tem discípulos. Eu gostaria de aproveitar outra de suas perguntas a Borges: qual é o regime político ideal para o senhor? Bem, sou um liberal, um democrata, creio na liberdade. E nada dinamizou tanto a democracia como o liberalismo, fonte das grandes reformas democráticas como, por exemplo, a criação dos sindicatos, a ideia de igualdade de oportunidades. É importante que cada geração parta de um mesmo ponto de partida para que a sociedade tenha um dinamismo. Ao mesmo tempo, creio que os grandes pensadores liberais são práticos, tratam de não precipitar as grandes reformas, pedem que as mudanças sejam feitas conforme a vontade das próprias sociedades, e isso é o que impede ou limita a violência que é tão grande, hoje em dia, nas sociedades que são aferradas a uma certa ideologia. Há alguns dias, o senhor comentou que o ódio guia os caminhos políticos e sociais na América Latina. Há uma situação muito difícil na América Latina porque dá a impressão – e não só pelo que aconteceu em meu país – de que estamos retrocedendo à época das grandes aventuras marxistas, que fracassaram em todos os lugares. Onde o marxismo teve êxito? Em nenhum lugar. Desapareceu do mundo: China, Rússia, os países-satélites já não são comunistas. O fracasso foi muito evidente. E os casos na América Latina são muito dramáticos: em Cuba a população saiu às ruas para protestar, na Venezuela, 5 milhões de pessoas fugiram para não morrer de fome, e, na Nicarágua é algo vergonhoso, o comandante Daniel Ortega prende todos os adversários. O que se quer ressuscitar? Esses regimes se converteram em ditaduras, algo que temos uma longa tradição na América Latina. A preocupação hoje seria com a direita radical? Infelizmente, existe uma direita na América Latina muito reacionária, que se nega a aceitar tanto as mudanças como uma realidade que não pode ser de privilégios, de fortunas estabelecidas. Há que existir uma democracia genuína, autêntica. Então, essa direita é um grande obstáculo e está apoiada, sobretudo, na ideia do golpe militar. Eis a grande tradição da direita latino-americana, as ditaduras. Não queremos a revolução socialista, nem as ditaduras militares para a América Latina. Queremos a democracia e isso é o que é importante para a América Latina, mas, infelizmente esta é uma época muito negativa. A América Latina atravessa uma crise de renovação política? Acredito que a América Latina atravessa uma crise. Esperemos que seja uma revolução positiva, um enriquecimento da democracia, mas o que se vê na região hoje em dia é um retrocesso a formas muito primitivas e que estão desautorizadas pelo fracasso que obtiveram em todos os lugares. Na Europa, temos um fenômeno muito curioso de países como Polônia ou Hungria que escaparam do socialismo e agora vão em direção à extrema direita. Isso também é muito preocupante porque não é a extrema direita que vai adotar novas soluções. Os países que mais progrediram são as verdadeiras democracias funcionais, que têm uma participação muito ativa do liberalismo que, acredito, é o motor da democracia. Havia indícios de que a América Latina caminhava para uma boa direção, mas, infelizmente, as últimas eleições mostraram que não é assim. Há uma espécie de uma teimosa reforma para trás. É voltar aos anos 1960, 1970 do século passado. Nenhum progresso vai acontecer dessa evolução. E há ainda a questão das fake news. É um problema muito sério, pois qualquer pessoa, instituição ou governo pode introduzir fake news e criar uma confusão absolutamente monumental. É um problema de que não tínhamos consciência, mas é uma realidade e pode criar confusões absolutamente terríveis, especialmente em eleições. Daí a importância de uma imprensa verdadeiramente livre que enfrente as fake news e as denuncie. Os governos podem fazer muito pouco e, inclusive, as utilizam como já vimos. Isto é um grande perigo e um risco para a democracia no futuro. Gostaria de voltar à entrevista com Borges. Para ele, a política era um tédio. Sim, mas a verdade é que, quando opinava, não se equivocava. Sabemos que, na Argentina, havia muitos partidários do nazismo, mas Borges foi um homem totalmente identificado com os aliados, ou seja, com a liberdade. Só lamento sua aproximação com os militares argentinos e os chilenos. Quando recebi o prêmio Nobel, na Suécia, em 2010, fiz uma homenagem a Borges e pedi desculpas por estar recebendo em seu lugar. Foi quando os acadêmicos me disseram que ele não ganhou o Nobel porque aceitou uma condecoração do ditador chileno Augusto Pinochet (em 1976). Borges deveria receber o Nobel, sem nenhuma dúvida, mas esse detalhe com Pinochet afastou qualquer possibilidade. É uma questão delicada e ressuscita aquela discussão sobre se a atitude discutível de um artista como indivíduo pode comprometer ou mesmo diminuir a importância de sua obra. Creio que Borges já havia escrito sua obra mais importante quando, em 1963, ao chegar à França, é finalmente reconhecido. Os leitores de Borges ainda eram poucos naquela época, mas, na verdade, o grosso de sua obra importante já havia sido escrito. E, na França, vem a consagração, com traduções, admiração e reconhecimento, com revistas dedicando números especiais ao seu trabalho. Borges é um homem que passou a se repetir, pois os grandes contos, os grandes ensaios, já estavam escritos em 1963, como disse. Ele fazia uma espécie de jogo ao falar de literaturas orientais, de contos, do seu desprezo à política. Na realidade, ele não desprezava a política, pois sempre esteve muito bem orientado, salvo, acredito, sua aproximação com os generais. Ele acreditava na democracia, e não na revolução. Sim, era um homem que desprezava a política, não se interessava. Na sua obra, é possível entender essa posição, porque ele não se interessava pela realidade – seu mundo era o fantástico, o imaginário, relacionado a jogos da fantasia e da imaginação. Foi aí que despontou sua originalidade extraordinária. A língua espanhola foi profundamente mudada por Borges: era uma até sua chegada e, depois, com sua escrita, é totalmente transformada. É um escritor sem antecedentes e sem discípulos. Mas o que o senhor diria sobre as atitudes discutíveis de grande artistas, como Borges ou mesmo Neruda, simpatizante de Stalin? Os intelectuais e os artistas não têm de ser lúcidos, mas originais. Não precisam estar lúcidos, pois podem estar cegos. Um dos maiores filósofos dos nossos tempos, o alemão Martin Heidegger, era nazista. Como é possível entender que o maior filósofo de nosso tempo era um nazista? Isso é incompreensível. Quando falava de linguagem, da Grécia antiga, era muito lúcido. Mas, ao tratar da realidade contemporânea, era um cego em absoluto. Fui grande discípulo do francês Jean-Paul Sartre e do grupo existencialista, mas ele chegou a identificar a União Soviética com a liberdade. O homem que parecia ser o mais inteligente da França estava completamente cego ao falar sobre socialismo. Repito: os escritores têm de ser originais, inventivos, mas não lúcidos em política ou em termos sociais, que não são necessariamente seu ofício. Muitos se equivocaram. Aristóteles, o gênio, não disse que a mulher era uma forma empobrecida do homem? E Platão, que criou uma espécie de corrente muito reacionária e antidemocrática, ao mesmo tempo que a Grécia vivia uma liberdade, no começo da história da liberdade? Muitos se enganaram. O senhor acredita que a pandemia vai deixar influência na criação artística? O ato da escrita já não é mais o mesmo hoje como antes da pandemia. Não depois de centenas de milhares de mortes provocadas pela covid. As dificuldades e o medo se espalharam muito. Certamente, isso vai ter um efeito, tanto na arte como na literatura, como na maneira de pensar, na filosofia do nosso tempo. Agora que índole terá esse efeito? Não sei. Mas tenho certeza que irá provocar uma reação – e algo, provavelmente, muito traumático. ***
*** há 15 horas Cultura - Estadão Não queremos revolução socialista, nem ditadura militar', diz Vargas Llosa - Cultura - Estadão

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