Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quarta-feira, 13 de julho de 2022
Moeda de troca
Os direitos humanos não podem ser usados como moeda de troca.
Preciso me encontrar
Human rights cannot be used as a bargaining chip.
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Chuck Berry - Johnny B. Goode (Live 1958)
13.531.156 visualizações 9 de fev. de 2012 Follow the past 50 years of Rock n' Roll as if it is happening today at www.gaslightrecords.com
Well here's one of the greatest Rock n' Roll tunes ever written. Originally released in 1958 and then re-released on Chuck's 1962 album 'Twist', Johnny B. Goode arguably in itself upped the level for Rock music and solidified Chuck Berry's status as a pioneer. Keith Richards later said that Chuck succeeded in releasing effectively the same song over and over again after this one -- but the question must be posed, when it's this great why not?
You may not be ready for this yet, but your kids are gonna love it.
https://www.youtube.com/watch?v=6ROwVrF0Ceg
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Johnny B. Goode
Chuck Berry
Ouça Johnny B. Goode
Johnny B. Goode
Deep down in Louisiana, close to New Orleans
Way back up in the woods among the evergreens
There stood a log cabin made of earth and wood
Where lived a country boy named Johnny B. Goode
Who never ever learned to read or write so well
But he could play a guitar just like a-ringin' a bell
Go, go
Go, Johnny, go, go
Go, Johnny, go, go
Go, Johnny, go, go
Go, Johnny, go, go
Johnny B. Goode
He used to carry his guitar in a gunny sack
Go sit beneath the tree by the railroad track
Oh, the engineers would see him sittin' in the shade
Strummin' with the rhythm that the drivers made
People passin' by they would stop and say
Oh my, but that little country boy can play
Go, go
Go, Johnny, go, go
Go, Johnny, go, go
Go, Johnny, go, go
Go, Johnny, go, go
Johnny B. Goode
His mother told him: Some day you will be a man
And you will be the leader of a big old band
Many people comin' from miles around
To hear you play your music 'till the Sun go down
Maybe someday your name will be in lights
Sayin': Johnny B. Goode tonight
Go, go
Go, Johnny, go
Go, go, go, Johnny, go
Go, go, go, Johnny, go
Go, go, go, Johnny, go
Go
Johnny B. Goode
Johnny B. Goode
Bem no sul da Louisiana, perto de Nova Orleans
Em meio a uma floresta entre os pinheiros
Ficava uma velha cabana feita de terra e madeira
Onde vivia um garoto caipira chamado Johnny B. Goode
Que nunca havia aprendido muito bem a ler ou escrever
Mas que conseguia tocar uma guitarra como se tocasse a campainha
Vamos, vamos
Vamos, Johnny, vamos, vamos
Vamos, Johnny, vamos, vamos
Vamos, Johnny, vamos, vamos
Vamos, Johnny, vamos, vamos
Johnny B. Goode
Ele costumava carregar sua guitarra no saco de pano
E sentava-se debaixo de uma árvore perto dos trilhos
Oh, os maquinistas de trem o viam sentado na sombra
Acompanhando o ritmo que os motoristas faziam
Pessoas que passassem por perto paravam e diziam
Oh, meu Deus, mas esse rapazinho caipira toca mesmo
Vamos, vamos
Vamos, Johnny, vamos, vamos
Vamos, Johnny, vamos, vamos
Vamos, Johnny, vamos, vamos
Vamos, Johnny, vamos, vamos
Johnny B. Goode
Sua mãe lhe disse: Um dia você será um homem
E será o líder de uma grande banda
Muitas pessoas virão de muito longe
Para ouvi-lo tocar sua música até o anoitecer
Talvez um dia seu nome estará em letreiros luminosos
Dizendo: Johnny B. Goode hoje à noite
Vamos, vamos
Vamos, Johnny, vamos
Vamos, vamos, vamos, Johnny, vamos
Vamos, vamos, vamos, Johnny, vamos
Vamos, vamos, vamos, Johnny, vamos
Vamos
Johnny B. Goode
Ouça Johnny B. Goode
Composição: Chuck Berry.
https://www.letras.mus.br/chuck-berry/3832/traducao.html
voucher ou renda básica emergencial...
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O X do Problema
Martinho da Vila
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Sem empatia e sem limites
19.416 visualizações 13 de jul. de 2022 Presidente tem a frieza de pedir apoio ao lado bolsonarista da família de Marcelo Arruda.
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Ouça O X do Problema
Nasci no Estácio
Eu fui educada na roda de bamba
Eu fui diplomada na escola de samba
Sou independente, conforme se vê
Nasci no Estácio
O samba é a corda e eu sou a caçamba
E não acredito que haja muamba
Que possa fazer gostar de você
Eu sou diretora da escola do Estácio de Sá
E felicidade maior neste mundo não há
Já fui convidada para ser estrela do nosso cinema
Ser estrela é bem fácil
Sair do Estácio é que é o X do problema
Você tem vontade
Que eu abandone o largo de Estácio
Pra ser a rainha de um grande palácio
E dar um banquete uma vez por semana
Nasci no Estácio
Não posso mudar minha massa de sangue
Você pode ver que palmeira do mangue
Não vive na areia de copacabana
Ouça O X do Problema
Composição: Noel Rosa.
https://www.letras.mus.br/martinho-da-vila/1788356/
O X do Problema
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"Sempre fora acolhido e abrigado generosamente sem contrapartida em moeda de troca."
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quarta-feira, 13 de julho de 2022
Luiz Carlos Azedo: “Orçamento secreto” é moeda de troca eleitoral
Correio Braziliense
Nos bastidores, há relatos de que emendas bilionárias são oferecidas a candidatos para que retirem candidaturas majoritárias e a lideranças de partidos para que façam coligações
O Congresso aprovou, ontem, a Lei Orçamentária de 2023, com a manutenção da regra que mantém o chamado “orçamento secreto”, um conjunto de emendas negociadas entre os parlamentares e o relator do Orçamento da União sem que os responsáveis pela sua indicação sejam revelados. O relator da Lei Orçamentária, senador Marcos Do Val (Podemos-ES), retirou do texto o caráter impositivo das emendas e criou um mecanismo para que os autores secretos das emendas possam remanejá-las sem que seus nomes, destinação e valor sejam revelados. A nova lei também aumenta o poder do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre a distribuição desses recursos entre os deputados. No Senado, acontece a mesma coisa com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Neste ano, o montante do “orçamento secreto” chega a R$ 16 bilhões, que estão sendo controlados pelo Centrão e são utilizados como moeda de troca nos arranjos eleitorais regionais. Nos bastidores, há relatos de que emendas bilionárias são oferecidas a candidatos para que retirem candidaturas majoritárias e a lideranças de partidos para que façam coligações. Os líderes de bancada que dão sustentação a Lira aproveitam as emendas para aumentar o controle sobre suas bancadas e a sua própria influência nos respectivos partidos.
As emendas do relator previstas para o Orçamento de 2023, cujo montante chega a R$ 19 bilhões, já são moeda de troca na eleição da nova Mesa da Câmara, na próxima legislatura. Lira se movimenta como candidato à reeleição em 2023; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, como bom mineiro, ainda não abriu o jogo. No momento, as emendas do relator são uma dor de cabeça para o senador mineiro, por causa de um “sincericídio” do senador Do Val, que admitiu ter recebido R$ 50 milhões em emendas, que destinou ao seu estado, por ter votado a favor da eleição de Pacheco, por influência do ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União Brasil).
A oposição tentou impedir a aprovação da medida, por considerar que o texto amplia o sigilo do “orçamento secreto”. Votaram contra a pedida 110 deputados de PT, PSB, PCdoB, PSol, Rede e Novo. Em 2020 e 2021, apenas 1,8% de todo o recurso destinado às emendas de relator foi de autoria da oposição.
O “orçamento secreto” desequilibra o jogo entre o Centrão e a oposição, que acaba isolada, porque os recursos estão sendo diretamente destinados às bases eleitorais dos parlamentares que fizeram as indicações. É um mecanismo de blindagem para quem já tem mandato, contra os pretendentes de seus próprios partidos que não controlam esses recursos, na negociação do apoio de prefeitos, vereadores e deputados estaduais. Do ponto de vista da legislação eleitoral, é uma excrescência, porque significa a volta ao clientelismo, quiçá à formação de caixa dois eleitoral.
Fundo eleitoral
Esse desequilíbrio é ainda maior porque o fundo eleitoral somente começará a ser distribuído quando tiver início a campanha eleitoral oficialmente. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por meio da Portaria nº 579/2022, determinou o valor a que cada partido político terá direito na distribuição dos R$ 4,9 bilhões do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). É a maior soma de recursos já destinada ao Fundo desde a criação, em 2017, e foi distribuído entre os 32 partidos políticos registrados no TSE com base em critérios específicos. O Partido Novo (Novo) renunciou ao repasse dos valores, sua cota será revertida ao Tesouro Nacional.
O União Brasil, resultante da fusão do Democratas (DEM) com o Partido Social Liberal (PSL), receberá o maior montante, com mais de R$ 782 milhões. Em seguida, estão o Partido dos Trabalhadores (PT), com pouco mais de R$ 503 milhões; o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), com R$ 363 milhões; o Partido Social Democrático (PSD), com R$ 349 milhões; e o Progressistas, com aproximadamente R$ 344 milhões. Juntas, essas cinco legendas respondem por 47,24% dos recursos distribuídos.
Os recursos do Fundo Eleitoral ficarão à disposição do partido político somente depois de a sigla definir critérios para a distribuição dos valores. Esses critérios devem ser aprovados pela maioria absoluta dos membros do órgão de direção executiva nacional e precisam ser divulgados publicamente. As federações partidárias são tratadas como um só partido também no que diz respeito ao repasse e à gestão dos recursos públicos destinados ao financiamento das campanhas eleitorais.
Três federações partidárias estão aptas a participar das eleições gerais de outubro: Federação PSDB Cidadania, integrada pelo Partido da Social-Democracia Brasileira (PSDB) e pelo Cidadania; Federação PSol Rede, que reúne o Partido Socialismo e Liberdade (PSol) e a Rede Sustentabilidade; e Federação Brasil da Esperança (FE Brasil), integrada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Verde (PV)
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Economistas divergem sobre uso de coronavoucher ou renda básica emergencial
Voucher ressalta limite temporal
Mas para críticos traz preconceito
Não serve para valor de livre uso
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Aplicativo da Caixa para usuário se cadastrar e receber o auxílio emergencial
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NIVALDO CARBONI
10.abr.2020 (sexta-feira) - 6h00
atualizado: 22.abr.2020 (quarta-feira) - 14h38 O termo “coronavoucher” tem
O termo “coronavoucher” tem causado divergência entre economistas de diferentes correntes. A expressão já foi utilizada por integrantes do governo Jair Bolsonaro e até hoje é adotada por parte da mídia para se referir ao auxílio de R$ 600 que começou a ser pago a trabalhadores informais durante o período de pandemia.
Parte dos economistas diz que o termo “voucher” é correto ao indicar que o benefício será pago apenas durante a crise provocada pela covid-19 (doença causada pelo coronavírus). “O benefício deve ser utilizado temporariamente. Caso contrário, encolheria o mercado e a força industrial“, disse o ex-diretor do Banco Central Carlos Eduardo de Freitas.
Outros economistas preferem o termo “renda” exatamente por defenderem que essa política seja permanente. Esse grupo inclui economistas que defendem maior intervenção do Estado na economia, mas não se limita a eles. Há também os que apontam razões conceituais para preferir “renda”. Há economistas liberais nos 2 grupos: entre os defensores dos termos “voucher” e “renda”.
A palavra “voucher” da língua inglesa significa “vale”. O termo é usado para gastos com 1 produto ou serviço específico. Já a palavra “renda” não limita a possibilidade de uso, dando liberdade para o próprio beneficiário determinar com o que irá gastá-la.
Oficialmente, segundo consta na Lei nº 13.982, de 2 de abril, o benefício concedido pelo governo federal a autônomos, desempregados, trabalhadores informais e microempreendedores é chamado de “auxílio emergencial“.
A economista Monica de Bolle criticou em seu perfil no Twitter o uso do termo “coronavoucher“. Ela é pesquisadora do Peterson Institute for International Economics, no qual, em 1989, foram elaboradas propostas de reformas liberais para países em desenvolvimento que se tornaram conhecidas como Consenso de Washington.
Monica de Bolle defendeu a sigla RBE (Renda Básica Emergencial). Disse que ela própria e parte de seus seguidores na rede (96.200 até a publicação desta reportagem) contestarão o uso do termo “voucher” para o auxílio concedido.
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Para Monica de Bolle o “apelido” usado por parte dos economistas e da mídia configura uma “deturpação de conceitos econômicos” e o torna “perecível“, por relacionar o pagamento exclusivamente à crise do coronavírus. Acrescenta que “coronavoucher” é “vulgar e beira o obsceno” por marginalizar seus beneficiários ao criar elo entre eles próprios e a doença causada pelo coronavírus.
Houve 3.300 comentários na rede social à crítica da economista. Mas, no Google, o termo “coronavoucher” é mais procurado que “renda básica”. Ambos, no entanto, são menos pesquisados que o nome oficial, o auxílio emergencial.
Os 3 termos tiveram 1 pico de buscas em 27 de março, dia seguinte à aprovação do projeto na Câmara, e outro ainda mais intenso em 6 de abril, quando a Caixa Econômica Federal anunciou o calendário de pagamentos. O dado é do GoogleTrends.
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O QUE DIZ QUEM PREFERE “CORONAVOCUHER“
Entre os economistas liberais que defendem o emprego do “coronavoucher” há o temor de estender o benefício por mais do que os 3 meses previstos. A associação direta entre o benefício e o coronavírus, eles argumentam, é precisa por se tratar de algo transitório, que é necessário, mas passageiro.
“Mudar esse nome é assassinar a própria política. Na medida em que ela se transforma em permanente, isso vira irresponsabilidade fiscal. Geraria uma contração econômica severa. Tem sentido específico utilizarmos o recurso durante essa pandemia horrorosa, trágica que estamos vivendo“, disse Carlos Eduardo de Freitas.
O ex-diretor do BC também comparou a crise econômica mundial de 2008 com o atual momento, de medidas que impõem o isolamento social e paralisam a economia. Em comum nos 2 eventos, ele menciona o fato de o Brasil ver seu mercado de ações despencar e também a fraqueza de mercados internacionais para consumir importantes commodities, como o petróleo e o minério de ferro.
Para Freitas, o Brasil pode repetir erros do passado caso medidas temporárias sejam estendidas por mais tempo. “Frente à desvalorização das commodities em 2008, o governo tomou medidas anticíclicas que tiveram seus prazos prorrogados –incentivos fiscais, juros baixos, menos tributos e programas de investimentos financiados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Com isso, o investidor estrangeiro enxergou uma perda de credibilidade para investir no mercado nacional“, falou Freitas.
O economista Marcel Balassiano, pesquisador do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV, também vai nessa mesma linha. “Esses 70 milhões de vulneráveis que agora vão receber o voucher são fruto de uma recessão muito forte que o país passou em 2014 por causa do desequilíbrio das contas públicas. E isso pode voltar caso seja 1 benefício muito prolongado”, disse Balassiano.
O sistema de pagamento por vouchers é adotado em vários países. O conceito é defendido por 1 dos pais do liberalismo, o economista e ex-professor da Universidade de Chicago Milton Friedman, e está presente em países como Estados Unidos, Canadá e Suécia, onde os vouchers representam uma política, por exemplo, para a educação. O governo concede o dinheiro na forma de 1 documento, apresentado pela família do aluno o escola em que a criança será matriculada.
O QUE DIZ QUEM PREFERE “RENDA BÁSICA EMERGENCIAL”
Para Monica de Bolle, o termo que deve ser usado é RBE (Renda Básica Emergencial). Ela diz que o nome –utilizado pelo próprio ministro da Economia, Paulo Guedes–, que associa o pagamento ao coronavírus, o torna perecível. E argumenta que a tradução de “voucher” (“vale”) o torna inaplicável à proposta aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Não posso entrar no supermercado com 1 voucher para comprar o que eu quiser. Voucher não é dinheiro, é 1 pedaço de papel que te autoriza a comprar uma coisa específica. Uma renda é outro conceito. É 1 fluxo de recursos que você recebe e pode utilizar da maneira que você quiser“, diz de Bolle, diretora do Programa de Estudos Latino-Americanos da Universidade Johns Hopkins e pesquisadora-sênior do Peterson Institute for International Economics.
A concessão de renda básica aos mais pobres é algo que segue os preceitos liberais de forma ainda mais do que os vouchers, permitindo a livre escolha do gasto que se queira fazer. O próprio Friedman propôs em 1967 um imposto de renda negativo. Seria pago a quem recebia salário e outros proventos abaixo de determinado patamar, proporcionando, assim, capacidade de consumo a uma parcela da população.
“O conceito de renda mínima não é de esquerda ou de direita, nem de uma ou outra corrente acadêmica. Foi proposto pela primeira vez no século 18. No século 19, foi defendido por marxistas. E no século 20 por liberais”, afirmou a economista.
Monica de Bolle defende que o auxílio de R$ 600 (que pode chegar a R$ 1.200) se torne uma política permanente. No Brasil, a bandeira da renda básica universal é usada pelo vereador Eduardo Suplicy (PT), de São Paulo, ex-senador.
A economista calcula que, se o benefício fosse concedido por 12 meses aos 77 milhões de brasileiros que hoje estão no cadastro social (CadÚnico), o programa custaria R$ 554,4 bilhões aos cofres públicos.
“Isso corresponde a 7,2 pontos percentuais do PIB de 2019, lembrando que os custos são revestidos em consumo, receita para o governo e o efeito final da dívida é diluído com o tempo“, afirmou. “Isso, honestamente, não é o que quebra o país“, complementou. Espanha, Finlândia, Nova Zelândia e Irã adotam o sistema de renda básica universal.
Monica de Bolle cita trabalhadores como camelôs e pessoas que trabalham na informalidade como exemplos dos possíveis benefícios de se tornar o benefício uma política permanente. “Em vez de essa parte da população pagar imposto de renda, ela receberia uma renda vinda do governo. O objetivo de uma Renda Básica Universal é dar uma renda mínima de sobrevivência para terem condições melhores de acesso a uma porção de serviços e, a partir daí, darem o norte que elas quiserem às suas vidas“, disse.
A economista afirmou que o governo do presidente Donald Trump nos EUA deverá adotar algum tipo de renda mínima no país e que o benefício ganhará importância cada vez maior. “Esse será o grande debate mundial depois da pandemia“, afirmou.
autores
Nivaldo Carboni
repórter
https://www.poder360.com.br/governo/nova-disputa-entre-economistas-coronavoucher-ou-renda-basica-emergencial/
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Chuck Berry & John Lennon (1972) HQ
14.280.984 visualizações 8 de jan. de 2017 Chuck Berry and John Lennon in 'The Mike Douglas Show' played "Memphis, Tennessee" and "Johnny B. Goode".
Música
https://www.youtube.com/watch?v=ZbGuxGGOIV0
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quarta-feira, 13 de julho de 2022
Paulo Delgado*: Pastores na tormenta
O Estado de S. Paulo.
A política não tem o direito de convocar religiosos como cabos eleitorais e manipular as escolhas espirituais de quem busca suas próprias luzes
A chave do cidadão não está virando bem na fechadura das instituições. A escalada da ambição mundana manipula a fé de forma profana, o Parlamento ludibria a Constituição e a violência começa a visitar as eleições.
Há, no Brasil, uma ordem constitucional que identifica um regime democrático, mas não há uma ordem cultural, um costume provido de um sentimento que caracteriza plenamente a democracia. As elites do poder não se sentem constitucionalmente iguais aos brasileiros, que acabam resignados a Deus-dará.
Políticos, ministros, juízes, procuradores, militares e policiais deveriam cumprir com seu dever atuando nos seus lugares de forma exemplar. Por mais preparados, motivados e articulados que se sintam, não podem seguir impondo doutrina própria, conceitos corporativos, sem conectividade social. O rapapé entre o Executivo e o Legislativo está desconectando a política das regras legais como moinhos viciados que se movimentam pelo vento de si mesmos.
Caneta, arma, querer é poder são falácias de força. Cegueira do topo querer se sustentar tirando a grandeza da posição hierárquica que é respeitada se aceita a contraparte de controle que a limita. Barganha, arbítrio, isso diminui a capacidade de ação democrática ao criar conexões e camuflagem entre governo e oposição.
As leis não são madeira para queimar. A maioria dos empresários e dos trabalhadores clama por um governo estável, amigo de regras, contratos, tratados, acordos à luz do dia. A minoria, amiga do usufruto de governantes, tem sido mais influente e tolera solavancos, as improvisações, pois sua forma de proteção não é a Constituição.
A desinstitucionalização geral é uma das armas combinadas da má-fé, patologia da ambivalência. Faz chantagem com a necessidade social, não apura delitos e projeta um Jesus partidário, sem ênfase poética e espiritual. Carestia, inflação, violência política, improbidade, guerras de religião – o Brasil precisa estar em mãos capazes de tornar as coisas mais bonitas para nosso povo. O mundo do progresso exige um projeto de nação em que o cidadão possa viver segundo suas próprias convicções, sem a defesa violenta de ideias ou a pressão transgressora de ninguém.
Se a Califórnia decide que contra roubo de até US$ 100 a polícia não está autorizada a agir, reconhece o fracasso das políticas de proteção social no país mais rico do mundo. Enquanto isso, aqui, a mistura de religião e política consolida a decadência do Estado Social de que nem mais Deus duvida.
Os erros se agravam quando evangélicos aceitam que o escotismo e o emotivismo interesseiro da política interfiram nas controvérsias morais das igrejas. A política não tem o direito de convocar religiosos como cabos eleitorais e manipular as escolhas espirituais de quem busca suas próprias luzes. Nem tem titularidade para se meter no direito de livre prática da fé para se beneficiar do seu uso como autocracia teológica.
Administrar seus próprios assuntos é o princípio de um sistema justo em que cidadãos livres toleram a objeção de consciência, não aceitam o preconceito nem se acham pessoas especiais, únicas e isoladas. Estados confessionais e governantes que usufruem de igrejas como bureau eleitoral não governam para iguais. A mesma limitação de competência se exige do Estado laico, se quer assegurar a liberdade de crença.
A defesa da equidade dirigese aos princípios da justiça coletivamente partilhada, e não a discussões sobre verdade e transcendência. Se as premissas da consciência são fundamentadas na fé, as da justiça social o são na evidência, na liberdade e na igualdade. Se um religioso se corrompe e não é atormentado na sua fé, deve estar certo de que só há salvação na sua igreja. Quando enfrenta a doutrina do Estado de Direito, invoca o princípio da tolerância religiosa com um ardil. Advoga que seus fiéis é que devem separar o joio do trigo, pois não pode ser réu quem serviu a um Estado enganadoramente laico.
Melhor confessar, se arrepender. Evite o anátema, pois, neste caso, amar a justiça não significa odiar a Deus. Confie na salvação também fora da igreja.
A igreja reformada deveria estudar melhor a história do protestantismo, as revoltas e os dogmas que o formaram. E reler Martinho Lutero, que dizia que todo homem odeia a verdade, especialmente se diz respeito a ele.
Em todas as religiões ou entre ateus e agnósticos existem cidadãos exemplares. A espiritualidade ajuda muito a maioria das pessoas, a constitucionalidade ajuda todos. A intolerância a artigos de lei enfraquece os argumentos na defesa da tolerância aos artigos de fé.
Quem se acha perfeito costuma exigir pouco de si mesmo. O poder oferece sucessivas distrações, e uma das mais graves diz respeito à confusão entre a ética das relações privadas e a das relações públicas. A ética diz respeito ao ato de fazer em si mesmo. Se o ato original é imoral, suas consequências se completam.
Na vida pública, quem tergiversa pode se encontrar com a fatalidade do julgamento de seus atos. Se escapar, que se acerte com seus deuses para não ter uma velhice cheia de litígios com a consciência.
*Sociólogo
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Música | Zé Pagodinho / Marisa Monte: Preciso me encontrar
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