quinta-feira, 14 de julho de 2022

CONSTITUIÇÃO SOB ATAQUE

*************************************** Bolsonaro tem razão: o brasileiro precisa ser estudado. Deve ser hoje o único povo do mundo que assiste à demolição de seu país, horária, descarada, em todos os níveis, e fica quieto em casa, se tiver uma. *********************** *** Doria acredita que Bolsonaro planeja adiar as eleições: 'Tem mente doentia e não aceita derrota' 6.068 visualizações 14 de jul. de 2022 O ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse acreditar, durante UOL Entrevista hoje, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) planeja causar o adiamento das eleições no Brasil com o incentivo à violência. *** Tweet Ver novos Tweets Conversa UOL Notícias @UOLNoticias 🎥 @jdoriajr acredita que Bolsonaro planeja adiar as eleições: "Tem mente doentia e não aceita derrota" 👇 12:30 PM · 14 de jul de 2022·Twitter Web App https://twitter.com/uolnoticias/status/1547604451195637760?s=24&t=ZQtthq-WWQJPtT6lbcGHtg ******************************************************************************************* *** Dora Kramer: “Lira atropelou regimento com PEC dos Benefícios e oposição se comporta como paisagem” 7.974 visualizações 14 de jul. de 2022 ***********************************************************
*** quinta-feira, 14 de julho de 2022 Ruy Castro: O país de Bolsonaro Folha de S. Paulo Talvez, hoje, o único no mundo em que o povo assiste de casa à sua demolição Em 2020, no auge da pandemia sem vacina, sem isolamento e sem controle em seu governo, Jair Bolsonaro declarou que o brasileiro precisava ser estudado. "Ele se joga no esgoto e não pega nada!", ejaculou. A frase nos custou milhares de vidas, mas não seria Bolsonaro a se importar com isso. E eu não diria que o brasileiro deva ser estudado, mas os seguidores dele, sim. Bolsonaro os joga diariamente num esgoto —profissional, financeiro, sanitário, educacional, moral— e eles não pegam nada. Tanto que votarão nele. Um homem é assassinado pelo ódio político insuflado por Bolsonaro. Bolsonaro, coerente, culpa o assassinado e se solidariza com o assassino. E o irmão do assassinado, que é eleitor de Bolsonaro, não apenas aceita falar com ele ao telefone como afirma que Bolsonaro é contra a violência e não tem nada com o crime. Em que país vive esse sujeito a quem não chegam os discursos de Bolsonaro pregando exatamente o que matou seu irmão? Em que país vivem seus seguidores, infensos à inflação (nos dois dígitos), ao desemprego (11 milhões de pessoas neste momento), à fome (35 milhões) e à pobreza (63 milhões)? E que país é este, sem corrupção, em que todo o dinheiro roubado no passado virou moeda de troco diante dos R$ 60 bilhões que Bolsonaro já desviou para se reeleger? Este país é o Brasil, onde, por muito menos, presidentes se mataram com um tiro no peito e foram depostos ou impichados. É o país que, outrora tão vigilante à menor suspeita de subversão, baderna e terrorismo por grupos clandestinos, assiste bovinamente à prática de tudo isso, só que agora pelo próprio Estado. E é o país em que, outro dia mesmo, milhões estavam gritando nas ruas. Bolsonaro tem razão: o brasileiro precisa ser estudado. Deve ser hoje o único povo do mundo que assiste à demolição de seu país, horária, descarada, em todos os níveis, e fica quieto em casa, se tiver uma. **************************************************
*** Constituição Federal de 1988 Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) https://www.jusbrasil.com.br/topicos/2186546/artigo-37-da-constituicao-federal-de-1988 ******************************
*** quinta-feira, 14 de julho de 2022 Eugênio Bucci*: Sentido desfigurado O Estado de S. Paulo O fascismo insepulto dos seres menores, não nos enganemos mais, foi produzido pelo discurso desfigurado que a nossa gente elegeu há quatro anos “Você sabe o que é sentido figurado? Você sabe o que é? Você estudou Português na faculdade ou não?” Assim ralhou o presidente da República, no Palácio do Planalto, ao ouvir uma pergunta de que não gostou. Entendamos o contexto. O bate-boca se deu na segunda-feira, dia 11/7, dois dias depois de o guarda municipal Marcelo Arruda ter sido morto a tiros, durante sua festa de aniversário, na cidade de Foz do Iguaçu (PR). Gravado pelas câmeras de segurança do local da comemoração, o crime ganhou as telas eletrônicas, desde os telejornais do horário nobre até os grupos de família no Whatsapp. O assassino invadiu o salão atirando, enquanto gritava: “Aqui é Bolsonaro!”. A vítima, militante do Partido dos Trabalhadores, tinha escolhido o ex-presidente Lula como tema do seu aniversário. Com tamanha carga partidária, a tragédia adquiriu um significado político eloquente – um bolsonarista mata a tiros um petista, às vésperas das eleições. Daí vem a pergunta: o que é que os pronunciamentos odientos do presidente têm que ver com esse homicídio? Pois era isso que os repórteres queriam ouvir do próprio. Durante a rápida entrevista, alguém lembrou uma fala de Bolsonaro em 2018, durante um comício no Acre. Na ocasião, o então candidato tomou emprestado um destes tripés usados por fotógrafos e cinegrafistas e o segurou como se fosse uma metralhadora, fazendo tremer os braços, como se distribuísse rajadas nos ares do Norte. Depois, pegando de volta o microfone, bradou, quase gargalhando: “Vâmu fuzilá a petralhada aqui do Acrê”. Quando ouviu menções à sua incitação ao fuzilamento de petistas, proferida há quatro anos, o hoje chefe do Executivo se agastou. Foi aí que usou como escudo as figuras de linguagem: “Você sabe o que é sentido figurado? Você sabe o que é? Você estudou Português na faculdade ou não?”. Não é comum o oferecimento de disciplinas de Português em faculdades que ensinam o jornalismo. Os profissionais desse campo tentam estudar o idioma durante a vida inteira, mas dificilmente encontrarão aulas de gramática ou de formas narrativas no seu currículo de graduação. O presidente da República não sabe disso, lógico, assim como não sabe o que significa “sentido figurado”. Se invoca a expressão, só o faz para escapulir de uma responsabilidade que tem. Ele não é culpado imediato pelos disparos de Foz do Iguaçu, mas é, sim, o maior estimulador da tensão que se alastra e que tende a desaguar em atos de agressão física. Por certo, Bolsonaro não faz ideia do que seja o tal “sentido figurado”; sua prosódia de exacerbações, avessa a qualquer forma de elevação estética, apenas desfigura o sentido das representações simbólicas. Onde a linguagem triunfa sobre a carnificina, os seus urros trazem de volta a pedra bruta que tritura o espírito de cada palavra. As coisas que ele diz, e as diz muito mal, as coisas malditas que saem dos seus resmungos ou de suas infâmias produzem, sem rodeios nem mediações, a generalização da violência. A responsabilidade é direta, crua, não há como disfarçá-la ou maquiá-la. Chega a ser estranho, desconcertante mesmo, que tanta gente fique por aí falando em polarização. A polarização já era; eclodiu antes de 2018 e depois virou outro bicho. Embora seus resíduos subsistam, o que está hoje na nossa cara não resulta mais de um debate polarizado, mas de uma fascistização unilateral e desembestada. É com isso que estamos lidando agora. (Um parêntese aqui. Os cientistas políticos evitam usar o termo fascismo para descrever o quadro presente; as circunstâncias históricas da Itália dos anos 1920 não coincidem com o que se passa agora no nosso triste país – além do quê, Mussolini, em seu início, defendia os direitos trabalhistas, enquanto o bolsonarismo os mastiga feito hiena –, mas o que está aí carcomendo por dentro o Estado Democrático de Direito e degradando por fora dele toda a cultura política é, sim, um fascismo anacrônico, ele mesmo desfigurado, oco, um fascismo ajoelhado diante dos financistas e dos políticos de aluguel.) O desastre fascista, como costumávamos saber, mora no “guarda da esquina”. Era assim na Itália de cem anos atrás e é assim agora no Brasil. São estes anônimos, armados pelas políticas públicas do governo, os colecionadores de trabucos e de mortes, que se sentem cada vez mais convocados a tomar a iniciativa de abater os dissidentes. Hoje, como antes, o fascismo é o império dos matadores medíocres, insignificantes e obscuros que se veem autorizados a dar cabo da vida de gente luminosa. Este é o golpe que está vindo aí, que já começou e que vai ainda nos custar mais sangue. O fascismo insepulto dos seres menores, não nos enganemos mais, foi produzido pelo discurso desfigurado que a nossa gente elegeu há quatro anos. É chocante constatar que tantos ainda se dobrem a essa moléstia política. Dói na espinha ver como tantos eleitores endinheirados prometem dobrar a aposta. Os reprimidos clamam por mais repressão. Os devotos obtusos, há cem anos, como agora, se aconchegam no nervo frio do mal. *Jornalista, é professor da ECA-USP Traidor da Constituição é traidor da Pátria. Conhecemos o caminho maldito. Rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio e o cemitério. *** Quem ataca a constituição segundo Ulysses Guimarães em seu discurso na promulgação da Constistuição Federal de 1988 em vigor *** CÂMARA É HISTÓRIA Íntegra do discurso presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Dr. Ulysses Guimarães (10' 23") *** Íntegra do discurso presidente da Assembléia Nacional Constituinte, Dr. Ulysses Guimarães (10' 23") *** Discurso de Promulgação da Constituição de 88 89.410 visualizações 1 de nov. de 2008 Discurso proferido pelo Prof. Ulysses Guimarães na promulgação da Constituição de 1988, feito pelos Departamentos de Direito e de Comunicação da PUC-Rio, por intermédio de seus alunos, para ser exibido na Semana da Constituição de 1988 -- 20 anos de Construção Democrática, em homenagem ao Prof. José Afonso da Silva. https://www.youtube.com/watch?v=WFoObTqpzjI *********************************************** Audio Player 00:00 00:00 Baixe Discurso "Senhoras e senhores constituintes. Dois de fevereiro de 1987. Ecoam nesta sala as reivindicações das ruas. A Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. São palavras constantes do discurso de posse como presidente da Assembléia Nacional Constituinte. Hoje. 5 de outubro de 1988, no que tange à Constituição, a Nação mudou. (Aplausos). A Constituição mudou na sua elaboração, mudou na definição dos Poderes. Mudou restaurando a federação, mudou quando quer mudar o homem cidadão. E é só cidadão quem ganha justo e suficiente salário, lê e escreve, mora, tem hospital e remédio, lazer quando descansa. Num país de 30 milhões, 401 mil analfabetos, afrontosos 25 por cento da população, cabe advertir a cidadania começa com o alfabeto. Chegamos, esperamos a Constituição como um vigia espera a aurora. A Nação nos mandou executar um serviço. Nós o fizemos com amor, aplicação e sem medo. A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição é traidor da Pátria. Conhecemos o caminho maldito. Rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio e o cemitério. Quando após tantos anos de lutas e sacrifícios promulgamos o Estatuto do Homem da Liberdade e da Democracia bradamos por imposição de sua honra. Temos ódio à ditadura. Ódio e nojo. (Aplausos) Amaldiçoamos a tirania aonde quer que ela desgrace homens e nações. Principalmente na América Latina. Foi a audácia inovadora, a arquitetura da Constituinte, recusando anteprojeto forâneo ou de elaboração interna. O enorme esforço admissionado pelas 61 mil e 20 emendas, além de 122 emendas populares, algumas com mais de 1 milhão de assinaturas, que foram apresentadas, publicadas, distribuídas, relatadas e votadas no longo caminho das subcomissões até a redação final. A participação foi também pela presença pois diariamente cerca de 10 mil postulantes franquearam livremente as 11 entradas do enorme complexo arquitetônico do Parlamento à procura dos gabinetes, comissões, galeria e salões. Há, portanto, representativo e oxigenado sopro de gente, de rua, de praça, de favela, de fábrica, de trabalhadores, de cozinheiras, de menores carentes, de índios, de posseiros, de empresários, de estudantes, de aposentados, de servidores civis e militares, atestando a contemporaneidade e autenticidade social do texto que ora passa a vigorar. Como caramujo guardará para sempre o bramido das ondas de sofrimento, esperança e reivindicações de onde proveio. Nós os legisladores ampliamos os nossos deveres. Teremos de honrá-los. A Nação repudia a preguiça, a negligência e a inépcia. Soma-se a nossa atividade ordinária bastante dilatada, a edição de 56 leis complementares e 314 leis ordinárias. Não esquecemos que na ausência da lei complementar os cidadãos poderão ter o provimento suplementar pelo mandado de injunção. Tem significado de diagnóstico a Constituição ter alargado o exercício da democracia. É o clarim da soberania popular e direta tocando no umbral da Constituição para ordenar o avanço no campo das necessidades sociais. O povo passou a ter a iniciativa de leis. Mais do que isso, o povo é o superlegislador habilitado a rejeitar pelo referendo os projetos aprovados pelo Parlamento. A vida pública brasileira será também fiscalizada pelos cidadãos. Do Presidente da República ao prefeito, do senador ao vereador. A moral é o cerne da pátria. A corrupção é o cupim da República. República suja pela corrupção impune toma nas mão de demagogos que a pretexto de salvá-la a tiranizam. Não roubar, não deixar roubar, por na cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública. Não é a Constituição perfeita. Se fosse perfeita seria irreformável. Ela própria com humildade e realismo admite ser emendada dentro de cindo anos. Não é a Constituição perfeita, mas será útil, pioneira, desbravadora, será luz ainda que de lamparina na noite dos desgraçados. É caminhando que se abrem os caminhos. Ela vai caminhar e abri-los. Será redentor o caminho que penetrar nos bolsões sujos, escuros e ignorados da miséria. A sociedade sempre acaba vencendo, mesmo ante a inércia ou o antagonismo do Estado. O Estado era Tordesilhas. Rebelada a sociedade empurrou as fronteiras do Brasil, criando uma das maiores geografias do mundo. O Estado encarnado na metrópole resignara-se ante a invasão holandesa no Nordeste. A sociedade restaurou nossa integridade territorial com a insurreição nativa de Tabocas e Guararapes sob a liderança de André Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e João Fernandes Vieira que cunhou a frase da preeminência da sociedade sobre o Estado: Desobeder a El Rei para servir El Rei. O Estado capitulou na entrega do Acre. A sociedade retomou com as foices, os machados e os punhos de Plácido de Castro e seus seringueiros. O Estado prendeu e exilou. A sociedade, com Teotônio Vilella, pela anistia, libertou e repatriou. A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram. (Aplausos acalorados) Foi a sociedade mobilizada nos colossais comícios das Diretas Já que pela transição e pela mudança derrotou o Estado usurpador. Termino com as palavras com que comecei esta fala. A Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança. Que a promulgação seja o nosso grito. Mudar para vencer. Muda Brasil." Redação: Eduardo Tramarim Câmara é História Rádio Câmara https://www.camara.leg.br/radio/programas/277285-integra-do-discurso-presidente-da-assembleia-nacional-constituinte-dr-ulysses-guimaraes-10-23/ ******************************************************************
*** O ataque do Ministério da Defesa às eleições O Estado de S. Paulo É inconstitucional a pretensão da Defesa de fiscalizar eleições. Na Presidência, Bolsonaro causa mais danos às FA do que quando ameaçava colocar bombas em quartéis Não bastasse difundir desinformação contra as urnas eletrônicas, o presidente Jair Bolsonaro tem envolvido, de forma cada vez mais intensa, o Ministério da Defesa em suas tramoias inconstitucionais contra o sistema eleitoral brasileiro e a Justiça Eleitoral. Segundo revelou o Estadão, a pasta da administração federal relativa às Forças Armadas (FA) está preparando um plano de fiscalização paralela para as eleições deste ano. Foi montada uma equipe de oficiais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica com a missão específica de elaborar o roteiro para uma atuação ampliada dos militares nas eleições. O que o presidente Jair Bolsonaro vem fazendo com o Ministério da Defesa é de enorme gravidade, a exigir imediata contenção. Além de afrontar as regras eleitorais, está em curso uma explícita subversão da ordem constitucional. A configuração do Estado Democrático de Direito está desenhada para que as Forças Armadas estejam submetidas ao poder civil. É precisamente esse o papel institucional do Ministério da Defesa: assegurar que a condução política dos assuntos militares e da defesa esteja plenamente integrada à administração geral do Estado. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro vem fazendo o exato contrário. Está usando o poder civil para tentar desvirtuar o bom funcionamento das Forças Armadas. Eis a loucura bolsonarista. Em vez de ser elemento de tranquilidade institucional, assegurando e confirmando o funcionamento constitucional das Forças Armadas, o Ministério da Defesa do governo Bolsonaro tem sido a fonte de tensões e embates com a Justiça Eleitoral. Sob o pretexto de ter sido convidado a integrar a Comissão de Transparência das Eleições do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o órgão da administração federal relativo aos militares atribuiu a si mesmo o papel de revisor das eleições. Tal pretensão é rigorosamente inconstitucional. Para piorar, como essa atribuição faz parte da campanha bolsonarista contra a confiança nas urnas eletrônicas, o Ministério da Defesa vem executando a inconstitucional tarefa de maneira espalhafatosa, confrontando publicamente o TSE. Essa atuação em nada se assemelha à usual contribuição abnegada e silenciosa das Forças Armadas em diversas áreas de interesse público, como emergências de defesa civil, proteção ambiental e campanhas de vacinação. Ou seja, além de executar uma tarefa que não lhe cabe, atentando contra a Constituição, o Ministério da Defesa do governo Bolsonaro envolve publicamente o bom nome das Forças Armadas nessas manobras. Ao imiscuir-se no processo eleitoral, o Ministério da Defesa erra de duas formas graves. Em primeiro lugar, trata-se de um órgão da administração federal e, por óbvio, as eleições não são matéria de competência do Poder Executivo. Não é papel da administração federal questionar a legislação eleitoral, revisar as eleições e, menos ainda, rivalizar com a Justiça Eleitoral. O segundo erro é ainda mais grave. Ao envolver-se em tema eleitoral, o Ministério da Defesa transmite a ideia de que as Forças Armadas têm a pretensão de interferir nas eleições. Essa mensagem é perigosíssima e desperta preocupação em todos. Esse tipo de interferência não tem lugar em um regime democrático. Não é assim que dispõe a Constituição. Não é assim que funcionou até aqui. Uma vez que o presidente Jair Bolsonaro e o seu Ministério da Defesa vêm tentando inconstitucionalmente envolver as Forças Armadas em questões eleitorais – ação que constitui crime de responsabilidade (art. 7.º, incisos 4 e 7, da Lei 1.079/1950) –, é dever dos três comandantes das Forças Armadas reiterarem seu compromisso com a Constituição, bem como sua distância em relação às tramoias inconstitucionais daquele que, quando esteve no Exército, ameaçava colocar bomba nos quartéis. O perigo agora é imensamente maior. Essa movimentação do Ministério da Defesa deve despertar também a atenção do Ministério Público. É preciso, assim manda a Constituição, defender a ordem jurídica e o regime democrático. Não cabe apatia perante tão grave ameaça. https://gilvanmelo.blogspot.com/2022/07/o-que-midia-pensa-editoriais-opinioes_13.html#more *****************************************************************
********************* CAPA DO JORNAL DE 16/11/1889 https://acervo.estadao.com.br/historia-do-grupo/decada_1870.shtm ******************************************************************** *** Comissões 14/07/2022 CTFC debate recomendações do Ministério da Defesa ao TSE sobre o processo eleitoral A Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC) debate as recomendações dadas pelo Ministério da Defesa ao TSE para o aprimoramento do processo eleitoral. Entre os convidados estão o Ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin. O requerimento para audiência é do senador Eduardo Girão (Podemos-CE). https://www12.senado.leg.br/tv/plenario-e-comissoes/comissao-de-transparencia-governanca-fiscalizacao-e-controle-e-defesa-do-consumidor/2022/07/ctfc-debate-recomendacoes-do-ministerio-da-defesa-ao-tse-sobre-o-processo-eleitoral **************************************************************************** ************************************************** Brasil assiste passivamente os preparativos de Bolsonaro para o golpe. 46.561 visualizações Transmissão ao vivo realizada há 16 horas Onde está Carlos Bolsonaro? Preparando o golpe com a extrema-direita americana? Bolsonaro preparou a data para o golpe: 7 de setembro. Até lá vai intensificar o caos no país. https://www.youtube.com/watch?v=PJwtI0FQP64 *************************************************
*** Existem várias formas de começar esta reflexão. Sócrates, por exemplo, começa fazendo três perguntas: É verdadeiro? Eu preciso? Eu posso mudar? Após responde-las, você pode decidir como seguir, ou mesmo descobrir o que precisa fazer para seguir em frente. https://www.selecta-es.com.br/olhar-para-frente/ *************************************************** *** OLHAR PARA FRENTE HÁ 9 MESES
*** Carlos Graieb* *** Carlos GraiebMais colunas e blogs Carlos Graieb Sobre o autor Carlos Graieb tem trinta anos de experiência como jornalista e executivo de mídia. Foi secretário de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo (2017-2018) 15/out/21 - 11h36 Sobre incompetência, ressentimento e esperança. Fui! ***
*** Crédito: Governo do Estado de São Paulo; TRÊS EM UM Doria, Moro e Mandetta conversam sobre uma chapa conjunta para 2022 (Crédito: Governo do Estado de São Paulo; ) *** Depois de um ano e meio escrevendo neste espaço, terei de dizer até logo. Ao contrário do Chacrinha, espero ter mais ajudado a explicar do que a confundir, nestes tempos de tanta confusão. Agradeço a quem quer que tenha me acompanhado. Um tema constante desta coluna foi a necessidade de surgimento de uma terceira via nas eleições do ano que vem. Despeço-me com ele. Conceder um segundo mandato a Bolsonaro é impensável, pela peculiar combinação de incompetência e perversidade que ele exibiu no cargo. Por onde se olhe, o seu governo é abaixo da crítica. Devolver Lula ao Planalto também seria lastimável. Sua presidência, em boa medida, seria dedicada a remendar a imagem do PT, por meio de mentiras e “reinterpretações” da história. O país continuaria prisioneiro de velhas pautas e velhos ódios, quando tudo que precisa é olhar para frente. Nesta semana, a presidente do PT Gleisi Hoffmann disse que o PT não se envolveu em corrupção na Petrobras. Assim mesmo, e nem ficou ruborizada. Esse esforço de recriação do passado vai quadruplicar de intensidade com Lula no poder. O próprio Lula, semanas atrás, reviveu um assunto decrépito, a regulamentação dos meios de comunicação, que sempre obcecou o PT. Ele depois deu uma cambalhota, disse que esse não era assunto para a Presidência, mas para o Congresso. Alguém certamente o alertou que demonstrar dessa maneira que o ressentimento está borbulhando logo abaixo da superfície não ajuda o seu projeto eleitoral. Se você acha que o ressentimento não será uma das forças motrizes de um governo petista, sugiro a leitura de um livrinho do historiador francês Marc Ferro, “O Ressentimento na História” (Ed. Agir). Ferro diz que a origem do ressentimento é sempre uma ferida, um trauma. E completa: “A revivescência da ferida passada é mais forte do que toda vontade de esquecimento. A existência do ressentimento mostra o quanto é artificial o corte entre passado e presente – um vive no outro, o passado tornando-se presente, mais presente que o presente.” A vitória de uma candidatura alternativa é dificílima, como já discuti aqui. Não significa que o projeto possa ser abandonado. Sérgio Moro voltou a dar sinais de que planeja concorrer no ano que vem. Ele começaria a corrida com algo como 10% de intenção de voto – o número mágico, segundo quem entende de pesquisas, para tornar um candidato competitivo. Ele também parece estar bem posicionado para roubar eleitores de Jair Bolsonaro durante a campanha e desalojá-lo do segundo turno. Acho que a presença de Moro nos debates políticos seria importante. Ficaria mais difícil para o PT apresentar uma realidade alternativa aos eleitores. Com todos os erros que a Lava Jato cometeu, ela trouxe à luz um núcleo de verdade que precisa ser preservado. Já não estou tão certo de que uma presidência Moro funcionaria bem. Ele enfrentaria enorme resistência no meio político, que o detesta. O Brasil tem problemas demais, não pode se dar ao luxo de mais quatro anos de paralisia. Além disso, pouco se sabe do que pensa Moro a respeito de economia e políticas sociais. Também não se sabe qual a sua verdadeira capacidade de gestão – ele saiu do Ministério da Justiça, sua primeira experiência no Executivo, sem nada para mostrar. Acredito que candidatos como Henrique Mandetta e Eduardo Leite teriam mais chances de não apenas acalmar o ambiente político, mas também de recompor a confiança dos brasileiros na atividade política. São novidades promissoras, e não desastrosas como Bolsonaro. Repito: é difícil que uma dessas alternativas frutifique. Mas não é hora de jogar a toalha. https://istoe.com.br/sobre-incompetencia-ressentimento-e-esperanca-fui/ ********************************************************************************************* *** PEC kamikaze promulgada - Papo Antagonista com Carlos Graieb - 14.07.22 8.383 visualizações Transmissão ao vivo realizada há 16 horas Até o retorno de Claudio Dantas das férias, o Papo Antagonista é apresentado por Carlos Graieb https://www.youtube.com/watch?v=PPtmrx8OOYU *********************************************** ***

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