domingo, 17 de julho de 2022

1 REAL

Sou um judeu. Então um judeu não possui olhos? Um judeu não possui mãos, órgãos, dimensões, sentidos, afeições, paixões? Não é alimentado pelos mesmos alimentos, ferido com as mesmas armas, sujeito às mesmas doenças, curado pelos mesmos meios, aquecido e esfriado pelo mesmo verão e pelo mesmo inverno que um cristão? Se nos picais, não sangramos? Se nos fazeis cócegas, não rimos? Se nos envenenais, não morremos? E se vós nos ultrajais, não nos vingamos?




Anverso
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*** Desenho Efígie simbólica da República ******************************************************** "Tudo barato Para acabar. 1 Real." Mercador de Feira da Brasil mercadejando Às margens do Paraibuna na Passagem de Trem da Halfeld 17/07/2022 JF (MG) ****************************************** *** The Merchant of Venice (2004) - Official Trailer 592.783 visualizações 13 de fev. de 2007 The Merchant of Venice (2004) - Official Trailer https://www.youtube.com/watch?v=mdbzRtxVtns ********************************* Reverso ***
*** Desenho gravura de um beija-flor ******************************************************* "Por que você já não liga para mim. Estou apaixonado." Moradores em condição de rua cantarolando Praça defronte à ESDEVA Às margens do Paraibuna e da Regional Leste 17/07/2022 JF (MG) ******************************************************* Porque não liga pra mim Dorgival Dantas *** *** Porque não liga pra mim Pra saber como estou Se estou sofrendo Ou pelo menos dizer, como anda você Já faz algum tempo Eu só queria saber Mas se for ruim pra você Eu vou me afastar (vou me afastar) De vez de você Não vou mais ligar Vou te esquecer Mesmo sabendo, que vou chorar demais Que muito vou sofrer Ou quem sabe até morrer Nem sempre a gente acerta no amor Quem ganha também poderá perder Do jeito que você me abandonou Amanhã também pode ser você E tudo que alguém pode fazer Eu fiz mas não deu certo, foi em vão Só resta mesmo tentar esquecer Tirar você de vez do coração Eu só queria saber Tarde de mais Só tem um jeito de você entender Uma maneira que te faça enxergar Eu já cansei de discutir com você Não adianta mais falar por falar Há muito tempo que eu venho pensando Analisando nós dois Perdi meu tempo com você, só brigando Não vou deixar pra depois Você não vai mudar É fácil presumir A sua vida de aventura dura pouco tempo Até se arrepender Depois lá vem você pedindo pra voltar Como já fez milhões de vezes Vem se lamentando Sofrendo, chorando É típico de você Não sei se dá pra ver, mas acho que eu estou mudando Houve um tempo em que eu não podia nem te ver Agora posso estar de frente a você Que o meu coração não sente mais nada Me desculpa te falar, mas eu tenho que dizer Que agora mesmo acreditando em você Você se apaixonou por mim na hora errada Tarde demais Tchau, tchau, amor Agora é tarde demais Tchau, tchau, já vou E eu não volto atrás Ouça Porque não liga pra… Composição: Dorgival Dantas. https://www.letras.mus.br/dorgival-dantas/1131688/ Real Brasil Valor 1 real Dimensões 140[1] x 65 mm Cor Verde[1] Fabricante Casa da Moeda do Brasil Sítio do fabricante www.casadamoeda.gov.br Anverso 1 Brazil real First Obverse 01.jpg Desenho Efígie simbólica da República Reverso 1 Brazil real First Reverse.jpg Desenho gravura de um beija-flor *****************************************************
*** domingo, 17 de julho de 2022 Dorrit Harazim - Estamos cegos? O Globo Raras vezes houve traficância política tão espúria no Congresso Nacional, em detrimento de um Brasil viável no futuro Existe um ponto cego natural no campo de visão de todo ser humano. Mesmo para quem é dotado de visão perfeita, enxerga atrevidamente bem de longe e perto e nunca terá necessidade de usar óculos. Esse ponto cego tem nome — mancha de Mariotte, em homenagem ao físico francês que o descobriu quatro séculos atrás. Nunca nos impediu de tocar a vida. Aliás, podemos ignorar a existência dessa minúscula área da retina de cada olho desprovida de receptores de luz. Isso porque as duas manchas monoculares não se sobrepõem, e nossa visão binocular compensa esse defeito de fábrica que, não fosse assim, nos impediria de ver em toda a amplitude aquilo que olhamos. O caso do Brasil atual é inverso. A mancha da cegueira nacional não é inata nem pequena. É como se toda a terra, águas, ar e vida nacional estivessem desprovidos de receptores de luz. Uma cegueira que nos impede de reagir àquilo que desfila a nossa frente e que olhamos com os dois olhos bem abertos: a destruição a marretadas de leis, instituições, Estado de Direito, civilidade em sociedade. Ou, pelo menos, assim pareceu ao longo desta semana particularmente sombria. Raras vezes houve traficância política tão espúria no Congresso Nacional, em detrimento de um Brasil viável no futuro. Nesse quesito, igualam-se em cinismo, demagogia e hipocrisia os bolsonaristas e oposicionistas que votaram (469 votos a 17) a favor da PEC de estelionato eleitoral, embrulhada em papel de presente social. Na verdade, não se igualam. Os primeiros foram mais explícitos, não precisavam esconder seu interesse pessoal, os segundos se mostraram mais covardes. Como escreveu Hélio Schwartsman na Folha de S.Paulo no artigo “Falso dilema”, “paro um pouco antes de concluir que, com uma oposição dessas, o Brasil merece mesmo ser governado por Jair Bolsonaro e seus comparsas”. Além da opção nacional por não querer ver, marchamos rumo ao precipício empunhando um apagão cívico que, a cada ciclo eleitoral, se torna menos desculpável. Segundo dados elaborados pelo Instituto Quaest a pedido do RenovaBR, só 15% dos eleitores brasileiros lembram em quem votaram para o Congresso na eleição de 2018! E, mesmo assim, se consideram no direito de reclamar: mais de 65% dos entrevistados se declararam insatisfeitos com a atuação dos congressistas. Não espanta que mais da metade (55%) admita não saber para que serve um deputado, justo quando a gula de poder no Congresso atinge níveis e$catológicos. Faltam 77 dias para que os 156,4 milhões de brasileiros aptos a votar façam suas escolhas — se é que chegaremos lá em condição de pensar num futuro decente. Nos 100 anos de sigilo que o bolsonarismo tenta impor à memória nacional, não pode caber também o pretendido apagão da cultura, da educação cívica, ambiental, científica e sexual brasileiras. Como explicar a vida e o Brasil de hoje ao adulto de amanhã que veio ao mundo num hospital público enquanto a mãe era violentada por um anestesista/estuprador em série? Como, no futuro, explicar o Brasil de 2022 ao bebê de 1 mês e à sua irmã de 6 anos que na semana passada perderam o pai, assassinado por gostar de ser petista? O que fará no Brasil de amanhã a menina loirinha de menos de 2 anos com a foto em que aparece como coadjuvante da felicidade familiar, junto a um bolo de aniversário em formato de revólver calibre 38? Sairá atirando na democracia como o avô, tios e pai? Ou terá a chance de conviver com outras gentes? Está tudo em aberto. Não só aqui, no mundo todo. Trinta e cinco anos atrás, o historiador americano Arthur M. Schlesinger Jr., um dos conselheiros mais próximos do ouvido de John Kennedy, debruçou-se sobre a despedida do século em que vivia. “Os dois maiores vilões pereceram — o fascismo com um estrondo, o comunismo com um gemido”, escreveu. Acrescentou que o triunfalismo do mundo democrático obscureceu a precariedade dessa vitória. “Se, no século XXI, o sistema falhar na construção de um mundo mais humano, próspero e pacífico, como falhou no século XX, estará lançado o convite para a emergência de credos alternativos assemelhados ao fascismo e ao comunismo”, avisou. Acertou só pela metade — justamente a que nos toca. ********************************************** "Muita coisa se perdeu no caminho", diz um dos pais do Plano Real Persio Arida diz que a estabilização monetária deixou um legado positivo, mas afirma que, para avançar, o país precisa retomar as reformas Rosana Hessel postado em 03/07/2022 06:00 ***
*** Uma das figuras centrais do Plano Real, o economista e ex-presidente do Banco Central Pérsio Arida recorda que o projeto era de estabilização inflacionária, mas também de modernização do país. Ele reconhece que, após 28 anos do lançamento do real, houve avanços e retrocessos e diz que o momento atual, com uma taxa de inflação que voltou a incomodar a população, pode servir de impulso para que o próximo governo retome as reformas liberais e modernizantes. "Muita coisa ficou para trás. Nós tínhamos superavit fiscal e, hoje, temos deficit. Mas, como um todo, o legado é muito positivo, apesar de tudo que se perdeu no caminho desde então. O ideal é que esse episódio inflacionário de hoje, que é substantivamente diferente do episódio inflacionário do Plano Real, possa também servir de base e de impulso para retomar as reformas liberais e modernizantes", destaca o co-autor do Plano Larida, paper acadêmico escrito nos anos 1980, em parceria com o economista André Lara Resende, que serviu de base para o desenho do Plano Real. Para ele, o grande risco da volta da hiperinflação é a indexação, que foi implementada durante os governos militares. "Tem um limiar crítico, que é quando a economia toda se reindexa. Não estamos nesse limiar crítico. Tem que se lembrar que boa parte da indexação do Brasil não foi exatamente resultado de forças de mercado", destaca. A seguir, principais trechos da entrevista concedida por Arida ao Correio: O Plano Real completou 28 anos e colocar em circulação a nova moeda foi uma operação logística sem precedentes para a época. Para o senhor, um dos pais do plano, como foi ter participado do processo? É verdade. O real foi precursor. Olha, o projeto do Plano Real era um projeto de estabilização inflacionária, mas também um projeto de modernização do país. Se olharmos as principais reformas, digamos, que estruturaram a economia brasileira nas décadas seguintes, foram feitas ali com o Plano Real. Foi lá que se criaram os programas de solidariedade social, que começaram as privatizações, que começou o sistema de agências reguladoras… Na sequência do Plano Real se fez o marco fiscal, com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Aos poucos, foi no período de oito anos seguintes ao Plano Real quando, justamente, a necessidade de manter a estabilização de preços foi o principal motivador para as reformas modernizantes. E essas reformas, inclusive o tripé macroeconômico e tudo mais, geraram as bases para o crescimento posterior. Qual o principal legado do Plano Real? É estabilidade da inflação? Claro que o plano teve um efeito extraordinário sobre a inflação. Provocou uma desinflação no país que ninguém acreditava que fosse possível, mas talvez o mais importante, ou tão importante quanto, é que a necessidade de preservar o plano criou a vontade política de implementar reformas modernizantes na economia que deram continuidade ao programa de estabilização. Acho que a mensagem mais importante é de combater a inflação, sem sombra de dúvida, mas tem que aproveitar o combate à inflação para fazer as reformas de que o Brasil precisa. Mas muitas reformas ficaram pelo caminho… Sim. Muita coisa se perdeu no caminho. A primeira tentativa de reforma da Previdência perdeu por um voto no governo Fernando Henrique Cardoso e só foi retomada no governo Michel Temer (e aprovada no primeiro ano do governo Jair Bolsonaro (PL), em 2019). Nós tínhamos uma superavit fiscal e, hoje, temos um deficit. Mas, como um todo, o legado é muito positivo, apesar de tudo o que se perdeu no caminho, desde então. E o ideal é que esse episódio inflacionário de hoje, que é substantivamente diferente do episódio inflacionário do Plano Real, possa também servir de base e de impulso para retomar reformas liberais e modernizantes. Aliás, hoje em dia, vemos a inflação em dois dígitos. Na sua avaliação, não bate aquele temor de ela voltar a ficar incontrolável como no passado? Tem um limiar crítico, que é quando a economia toda se reindexa. Não estamos nesse limiar crítico. Tem que se lembrar que boa parte da indexação do Brasil não foi exatamente resultado de forças de mercado. Mas foram leis que criaram a indexação feitas supostamente no sentido de proteger os trabalhadores da inflação, e dentro de uma busca de legitimidade do governo militar. O processo de indexação da economia brasileira começou no final da década de 1960 e foi motivado, como eu falei, foram processos legais no âmbito normativo, e foram feitos no sentido de evitar as consequências ruins da inflação. É um erro muito comum dizer: eu vou tentar neutralizar a inflação em vez de combatê-la. Vamos lembrar que a correção monetária das obrigações do Tesouro Nacional foi feita em 1965-1966. As leis de indexação salarial obrigatórias foram feitas nos anos 1960 e 1970. Uma vez que você entra nesse caminho (de indexação), torna tudo muito difícil. Nós não estamos nesse caminho ainda. Corremos o risco. Tem sempre o risco, mas não estamos lá. Esse "pacote de bondades" do governo e do Congresso, com a PEC Kamikaze aprovada pelo Senado, pode se transformar em maldades a partir de 2023? O pacote é um modelo típico de populismo. São medidas que não têm lógica econômica, de curto prazo, feitas sob medida para melhorar a popularidade do governo. E vão na contramão do combate à inflação. Então, como um todo, é uma política econômica desastrosa. E também na contramão do discurso liberal do governo e do ministro Paulo Guedes (Economia)… Pois é. Um liberal tem que ser, antes de tudo, consistente. Consistente com suas ideias e consistente com a prática. O que estamos vendo é um populismo que poderia ser de esquerda também. Não faz diferença na prática (risos). Mas com a covid, esse discurso pró-reforma está meio perdido dentro de um processo desenvolvimentista adotado por vários países como forma de justificar o aumento de gastos … Tem uma diferença enorme entre o que se chama de desenvolvimentismo e o que se chama de política fiscal. Uma coisa é política fiscal expansionista, que é quando o governo aumenta o deficit público. Outra coisa, que muitas vezes é ligada, mas é diferente, é quando há uma política desenvolvimentista. Quer dizer: o governo usa os seus instrumentos para estimular determinados setores da economia a crescer. Pode ter uma coisa e pode não ter outra. Se olhar o que acontece nos Estados Unidos e na Europa, não foram governos desenvolvimentistas, foram governos que usaram política fiscal quando a taxa de juros estava no seu mínimo e não era mais possível reduzir. É isso. Mas, agora, está sendo um certo momento para muitos criticarem a política liberal, quando vemos um ministro que se diz liberal aceitando medidas populistas… Aí acaba desfigurando o liberalismo. Na sua avaliação, o Plano Real está consolidado? O Plano Real teve a parte de reformas. Muito foi feito no governo Fernando Henrique Cardoso, mas ainda precisamos fazer outro tanto agora, a partir de 2023. Tem a parte inflacionária que, se o governo evitar o erro da indexação, tende a ser resolvida. https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2022/07/5019677-muita-coisa-se-perdeu-no-caminho-diz-um-dos-pais-do-plano-real.html ********************************************************* O Mercador de Veneza - discriminação e desigualdade ***
*** Cena do filme O Mercador de Veneza, com Al Pacino. Foto de divulgação © Foto de divulgação *** A peça O Mercador de Veneza foi escrita há mais de quatro séculos, mas ainda coloca em cena temas que permanecem relevantes, como discriminação racial, intolerância e violência. A trama é repleta de passagens que evocam uma reflexão sobre identidade e igualdade, como o famoso discurso do personagem Shylock. Sou um judeu. Então um judeu não possui olhos? Um judeu não possui mãos, órgãos, dimensões, sentidos, afeições, paixões? Não é alimentado pelos mesmos alimentos, ferido com as mesmas armas, sujeito às mesmas doenças, curado pelos mesmos meios, aquecido e esfriado pelo mesmo verão e pelo mesmo inverno que um cristão? Se nos picais, não sangramos? Se nos fazeis cócegas, não rimos? Se nos envenenais, não morremos? E se vós nos ultrajais, não nos vingamos? A leitura desse trecho pode ser um ponto de partida para uma reflexão sobre o preconceito. Será que vivemos em uma sociedade mais igualitária do que a de Shakespeare? Na peça, o nobre Bassânio está falido e precisa de dinheiro para viajar e conquistar Pórcia, uma rica e bela herdeira. A fim de ajudar o amigo, o comerciante Antônio pede um empréstimo a Shylock, um agiota judeu. Shylock aceita fazer o acordo, desde que os rapazes concordem com uma proposta insólita: se o pagamento não acontecer como combinado, Antônio terá de quitar a dívida com uma libra de carne do próprio corpo! É que Shylock vê nessa negociação a chance de se vingar de Antônio, que várias vezes o ofendera por sua origem judaica. Como o mercador não consegue honrar seu compromisso, o caso vai parar no tribunal. Para defender Antônio, Pórcia se disfarça de advogado e acaba encontrando uma solução surpreendente! O Mercador de Veneza também é um bom gancho para tratar de outras questões, como vingança, amizade, interesse, tolerância religiosa e feminismo. O desprezo de Antônio por Shylock é compreensível? O desejo de vingança do judeu é justificável? E o objetivo de Bassânio de se casar com uma mulher rica é digno? Pórcia desempenha um papel-chave na trama, mas precisa se passar por homem. E hoje? Qual o papel da mulher na sociedade? As conquistas femininas são iguais em toda parte? O filme homônimo é uma opção interessante para apresentar a história à classe. Ele traz ótimas atuações de Al Pacino e Jeremy Irons nos papéis de Shylock e Antônio, respectivamente. Compartilhar Fonte: BRITISH Council https://www.britishcouncil.org.br/atividades/shakespeare-lives/escolas/dicas/mercador-veneza ************************************************************** *** The Merchant of Venice: Bob Peck as Shylock 279.102 visualizações 10 de jun. de 2016 1996 TV production with Bob Peck, Caroline Catz, Paul McGann, Haydn Gwynne, Victoria Hamilton, Benjamin Whitrow, Scott Handy, John Woodvine and Ashley Artus. https://www.youtube.com/watch?v=81bNcemYR3U

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