Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sexta-feira, 15 de julho de 2022
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Poeminho do Contra
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!
Mario Quintana
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Oscilando entre um tom mais doce ou mais irônico, suas composições muitas vezes carregam reflexões profundas ou até mesmo lições de vida, como é o caso de Poeminho do Contra.
https://www.culturagenial.com/poeminho-do-contra-mario-quintana/
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Nas entrelinhas: As duas táticas de Bolsonaro para se manter no poder
Publicado em 15/07/2022 - 06:59 Luiz Carlos AzedoComunicação, Desemprego, Economia, Eleições, Ética, Governo, Justiça, Memória, Militares, Partidos, Política, Política
O presidente Jair Bolsonaro opera simultaneamente duas táticas para se manter no poder. Ambas podem dar errado, se não conseguir reverter a grande vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições. Ambas se combinam quando à possibilidade cada vez mais evidente de que planeja melar as eleições de outubro próximo, caso seus resultados sejam desfavoráveis. A primeira, operada com extrema competência pelo Centrão, é a PEC da Eleição, promulgada ontem, com medidas para transferir recursos para a população de baixa renda, caminhoneiros e taxistas.
A PEC nasceu no Senado, onde somente não conseguiu a unanimidade porque o senador José Serra (PSDB-SP), solitariamente, votou contra. Na Câmara, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), operou um rolo compressor para que a emenda constitucional fosse aprovada em dois turnos e promulgada nesta semana, após 72 horas de articulações, sessões relâmpagos e votações. Somente o Novo e alguns parlamentares isolados em seus partidos, votaram contra a PEC.
Na essência, a proposta tem um viés golpista, porque a legislação eleitoral proíbe a adoção de medidas de caráter assistencialista a menos de 100 dias eleições. Para que isso seja possível, o Congresso aprovou um “estado de emergência”, que possibilita descumprir a legislação eleitoral, tendo como pretexto a guerra da Ucrânia, por causa da crise dos combustíveis. Com isso, a máquina do governo federal será usada para influenciar o voto dos eleitores de forma sem precedentes.
A legislação eleitoral estabelece um equilíbrio entre a vontade dos políticos no poder (ética das convicções) e a legitimidade dos meios de sua atuação nas eleições (ética da responsabilidade), a cargo dos órgãos de controle do próprio Estado: Controladoria-Geral da União (CGU), Receita Federal, Polícia Federal, Tribunal de Contas da União (TCU), Procuradoria-Geral das República (PGR) e Justiça Eleitoral. Com a PEC, esses órgãos nada poderão fazer para evitar o abuso de poder econômico e outros crimes eleitorais, derivados da execução da PEC em plena campanha eleitoral. A única barreira a ser vencida é a resistência surda da própria burocracia, responsável pela implementação das medidas.
A outra tática em curso, sob responsabilidade dos generais do Palácio do Planalto, é semear a desconfiança em relação à segurança das urnas eletrônicas, corroborando os ataques que o presidente Jair Bolsonaro vem fazendo contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os ministros Edson Fachin, atual presidente, e Alexandre de Moraes, o próximo a comandar a Corte. Para isso, o Ministério da Defesa está sendo acionado, contrapondo o prestígio das Forças Armadas à legitimidade do TSE no processo eleitoral, o que não é nenhuma novidade na história republicana.
O golpe
Ontem, durante audiência no Senado, palco de ataques à Justiça Eleitoral, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, chegou a propor que fosse utilizado o voto impresso durante a votação, para checar as urnas eletrônicas por amostragem, proposta já recusada pelo TSE. No encontro, o coronel Marcelo Nogueira de Souza, especialista em guerra cibernética, admitiu que as urnas são invioláveis a ataques de hacker externos, porém sustentou que não são seguras do ponto de vista de eventuais violações internas, ou seja, colocou sob suspeita a próprio TSE.
Mesmo que a intenção do ministro da Defesa não fosse pôr sob suspeita a segurança das eleições, o resultado prático da audiência foi fortalecer a percepção de que o presidente Bolsonaro não pretende aceitar um resultado desfavorável nas urnas, e as Forças Armadas estariam coniventes com isso. Impossível não lembrar do Plano Cohen, documento divulgado em 30 de setembro de 1937, com supostas “instruções da Internacional Comunista (Komintern) para a ação de seus agentes no Brasil”. Na realidade, tratava-se de um plano simulado como “hipótese de trabalho”, segundo seu verdadeiro autor, o capitão Olímpio Mourão Filho, então chefe do serviço secreto da Ação Integralista Brasileira (AIB).
Com base no Plano Cohen, o presidente Getúlio Vargas solicitou imediatamente ao Congresso autorização para decretar o estado de guerra pelo prazo de 90 dias. A aprovação da medida abriu caminho para o golpe do Estado Novo, desfechado em 10 de novembro de 1937, que suspendeu as eleições e institucionalizou a ditadura. A fraude do Plano Cohen só foi revelada após a extinção do Estado Novo, em 1945.
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Bolsonaro coloca em risco a eleição de outubro.
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Risco (Oswald de Andrade)
16/05/2012 jonasbneto Poesias diversas
Um poema livre
da gramática, do som
das palavras
livre
de traços
Um poema irmão
de outros poemas
que bebem a correnteza
e brilham
pedras ao sol
Um poema
sem o gosto
de minha boca
livre da marca
de dentes em seu dorso
Um poema nascido
nas esquinas nos muros
com palavras pobres
com palavras podres
e
que de tão livre
traga em si a decisão
de ser escrito ou não
https://letraepalavra.wordpress.com/2012/05/16/risco-oswald-de-andrade/
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A composição assume uma forma simples e popular, a quadra, rimando o primeiro verso com o terceiro e o segundo com o quarto (A-B-A-B). O registro de linguagem é também bastante acessível e próximo da oralidade.
Versos 1 e 2
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho
Começando pelo próprio título, o poema se declara "do contra", afirmando assim que desafia ou resiste a alguma coisa.
Logo no primeiro verso encontramos uma explicação: o que incomoda eu-lírico são aqueles que estão "atravancando" o seu caminho.
Se estabelece, assim, uma dinâmica de "eu versus eles". O sujeito é apenas um e enfrenta, sozinho, uma espécie de inimigo coletivo ("todos esses que aí estão").
Podemos assumir que o eu-lírico se refere a seus inimigos, mas pode também estar mencionando os problemas e obstáculos que têm surgido na sua vida.
Versos 3 e 4
Eles passarão...
Eu passarinho!
Os dois versos finais são os mais conhecidos do poema, estabelecendo uma espécie de lema que podemos adotar para a nossa vida. Trata-se de um jogo de palavras entre o grau aumentativo de "pássaro" e o verbo "passar" conjugado no futuro.
O fato de serem palavras homônimas (que se dizem e escrevem da mesma forma) confere uma dupla interpretação para essa passagem.
Por um lado, podemos pensar que se trata do substantivo "pássaro" em graus diferentes. Assim, o sujeito poético estaria indicando que, na sua visão, os obstáculos são maiores que ele, que é apenas um "passarinho".
Por outro lado, "passarão" pode ser lido como uma conjugação futura do verbo "passar" (terceira pessoa do plural). Isso indicaria que todos os seus problemas são efêmeros e, eventualmente, irão se dissipar.
Deste modo, o sujeito pode ser comparado a um "passarinho", sinônimo de liberdade e de leveza.
Significado do Poeminho do Contra
Poeminho do Contra é uma composição que carrega mensagens fortes de otimismo e esperança, nos lembrando que devemos ficar de bem com a vida.
Como é comum na sua poesia, Quintana se serve de uma linguagem singela e de exemplos do cotidiano para transmitir reflexões profundas e cheias de sabedoria.
Através destes versos, o autor imprimiu um caráter motivacional no seu Poeminho do Contra que serve de inspiração para muitos de nós.
A composição nos convida a continuar lutando, resistindo, apesar de todos os obstáculos no caminho. Mais que isso, o poema vem nos lembrar de uma lição vital: mesmo quando tudo parece estar perdido, precisamos confiar em nós mesmos e na vida.
Deste modo, o poeta sublinha as capacidades humanas de resiliência e superação, como se dissesse ao seu leitor: "Não desista!".
Contexto histórico da criação
Existem alguns fatores históricos importantes que devemos considerar quando interpretamos o Poeminho do Contra.
A composição foi criada ainda durante o período da Ditadura Militar Brasileira. Na época, a censura cortava e apagava tudo o que poderia ser "subversivo" ou "perigoso" para o regime.
Quintana escrevia para o jornal Correio do Povo e um dos seus textos foi censurado. Acredita-se que esta pode ter sido a motivação por trás do poema, que transmite ideias de esperança e liberdade.
Fachada do prédio da Academia Brasileira de Letras.
Fachada do edifício da Academia Brasileira de Letras.
Outra coisa que pode ser relevante é a difícil relação entre Mario Quintana e a Academia Brasileira de Letras. O escritor se candidatou três vezes, entre o final dos anos 70 e começo da década de 80. De todas as vezes, ele acabou sendo preterido face a outros autores.
Naquele tempo, se especulava que os critérios de escolha poderiam não estar apenas relacionados com a criação literária, mas também com questões políticas e sociais.
A este respeito, Quintana declarou:
Só atrapalha a criatividade. O camarada lá vive sob pressões para dar voto, discurso para celebridades. É pena que a casa fundada por Machado de Assis esteja hoje tão politizada. Só dá ministro.
Uma das teorias mais fortes acerca do Poeminho do Contra é a que o encara como uma resposta para os intelectuais e críticos que continuavam questionando a qualidade e o valor do trabalho de Quintana.
Sobre Mario Quintana
Mario Quintana (1906 — 1994) foi um notório poeta e jornalista brasileiro que continua sendo extremamente popular entre o público nacional.
Conhecido como "o poeta das coisas simples", o autor parece, em cada composição, conversar com o leitor usando uma linguagem coloquial, próxima da oralidade.
Retrato de Mario Quintana.
Oscilando entre um tom mais doce ou mais irônico, suas composições muitas vezes carregam reflexões profundas ou até mesmo lições de vida, como é o caso de Poeminho do Contra.
Amado entre os adultos, o escritor também faz sucesso com o público infanto-juvenil, para quem escreveu obras de poesia como Nariz de Vidro.
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Carolina Marcello
Carolina Marcello
Mestre em Estudos Literários, Culturais e Interartes e licenciada em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
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Passaredo | Francis Hime (Vídeo Oficial)
29.470 visualizações 27 de ago. de 2019 #BiscoitoFino #FrancisHime #Passaredo
PASSAREDO
[Francis Hime / Chico Buarque]
Vídeo oficial de "Passaredo" do DVD de 50 de carreira de Francis Hime, lançado aqui pela Biscoito Fino em 2015, celebrado em grande estilo, com uma trilha sonora generosa em clássicos e novas canções do compositor, intérprete, arranjador e pianista carioca. Registrado pelo Canal Brasil, o espetáculo comemorativo, foi batizado com o nome de Francis Hime – 50 Anos de Música.
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Ouça "Francis Hime - 50 Anos de Música" nas plataformas digitais: https://orcd.co/dja0e85
https://www.youtube.com/watch?v=OQ1oOXaFG1g
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Adriana Calcanhotto em foto de divulgação do show "A mulher do Pau Brasil" Leo Anversa / Divulgação
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Cuspamos o pão com leite condensado, propõe Adriana Calcanhotto em manifesto
Porque a alegria nos une na dor
Só o outro me interessa, só o encontro
Só me interesso pelo que não sou eu
A fala poderosa de Davi: Ipa theãn oni
Flecha para tocar o coração não indígena
A macumba
Os Batutas
O bunda le lê
O beat-box. O tambor na boca.
O coração na boca
A favor do "Não sou gente, sou onça"
Leia mais
21.fev.2022 às 19h57
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/02/cuspamos-o-pao-com-leite-
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