domingo, 17 de julho de 2022

Aquéllos

Juego vil- un poema de Luis Pimentel *** *** Simone Leitão | Bach-Busoni: Chaconne em Ré Menor BMW 1004 365 visualizações Estreou em 21 de set. de 2020 Concerto da pianista Simone Leitão na Sala Cecilia Meireles. INSCREVA-SE no canal e deixe seu like! Vídeos novos toda quarta e sábado! https://www.youtube.com/watch?v=KqF2FTCHnDs ************************************************** ¿Quiénes son aquéllos? ***
*** "No bastará con la poesía; habrá que tener además los huesos livianos de los pájaros" *** De este poema del gallego Luis Pimentel, (xogo vil) siempre me intrigó la última palabra: aquéllos, la elipsis que gravita en torno a ese pronombre. Como si el enigma y el peso del poema recayesen ahí justamente. El poeta está evocando los años de la guerra civil española pero siento que podría haber sido escrito en cualquier momento y lugar. ¿Quiénes son aquéllos? Laura Giordani http://lauragiordani.blogspot.com/2009/11/juego-vil-un-poema-de-luis-pimentel.html *** Creció y fue de aquéllos. *************************************
*** domingo, 17 de julho de 2022 Luiz Sérgio Henriques* - A democracia na América – e no Brasil O Estado de S. Paulo O ponto central do ataque às democracias consiste na deslegitimação do sistema eleitoral – nos Estados Unidos e no Brasil. A generalidade do cerco às democracias, mesmo as que pareciam historicamente enraizadas, é um fato que dispensa maiores comentários e, não por acaso, o caráter por assim dizer estrutural da fragilidade delas está a desafiar a imaginação dos teóricos e a capacidade das forças comprometidas com sua defesa. Vitórias eleitorais de democratas, inclusive os que nada têm de radicais e se mostram dispostos ao compromisso, logo se revelam como pausa precária em batalha desigual, como se o adversário continuasse à espreita, forte e seguro de si, sentindo-se natural porta-voz do espírito do tempo. Peritos reconhecidos na descrição da morte lenta de democracias contemporâneas, sem que a maioria dos cidadãos saiba como evitar o desastre pressentido, Steven Levitsky e Daniel Ziblatt alertam, no caso norte-americano, para o tipo de ofensiva já agora em preparação. Não mais – dizem – o simulacro do fato revolucionário, mediante o assalto desordenado ao poder, mas a insidiosa partidarização dos mecanismos eleitorais por republicanos inclinados à subversão da ordem institucional. Tais mecanismos poderão estar de tal modo viciados em 2024 que, de forma “suave” e aparentemente legal, uma vontade minoritária acabe por se impor no colégio eleitoral e, consequentemente, nos corpos legislativos e na própria Presidência. Nossa experiência mais recente permite apontar várias analogias com a dos Estados Unidos. Bem antes deles, de resto, já em outubro estaremos às voltas com a temida possibilidade do segundo mandato de um governante de notória vocação autocrática. Uma possibilidade justamente temida, porque propicia o aprofundamento da obra de destruição tramada desde a primeira hora. Ou de desvirtuamento de instituições contramajoritárias, como Donald Trump fez deliberadamente com a Suprema Corte e Jair Bolsonaro promete imitar por aqui – afinal, ele diz “ter apenas 20% do que pensa” nas decisões dos juízes do Supremo Tribunal Federal, para nos limitarmos ao órgão que, na frase de Ruy Barbosa, tem o direito de errar por último. Mal eleito presidente, e na sequência de falas e atitudes tomadas ao longo dos anos, Jair Bolsonaro oficializou a importação, sem taxas aduaneiras, dos itens mais deletérios da “guerra cultural” conforme o padrão que corta ao meio os Estados Unidos e que, obviamente, tem cumprido o mesmo papel impatriótico entre nós. Em séculos passados, modas e ideias francesas demoravam a chegar ao País pelo tempo vagaroso da viagem de um paquete. Agora, “evoluímos”: o clique de um celular faz circular por toda parte sandices em torno de perversões, cultos satânicos e tráfico de crianças que reuniriam homens e mulheres “progressistas” numa rede do mal. Há, aliás, referências sexuais em demasia no arsenal da nova extrema-direita, o que, desconfiados como somos, leva-nos logo a pensar em pedir ajuda a Freud para tentar entendê-la... Na verdade, lá e cá temos uma fornida safra de anticomunismo primitivo, que combate antes os valores seculares da modernidade do que os de um comunismo inexistente como sistema. Procurando um recheio qualquer para suas obsessões, os adeptos desta extrema-direita que professa o vandalismo cultural veem o “politicamente correto” como a antessala do sempre abominável “socialismo”. E, em nome da denúncia da correção política, cujas aporias ignoram com a inocência dos simplórios, ou com a malícia dos espertos, devotam-se a um programa de brutalização das relações sociais, do qual a irresponsável apologia – e disseminação – das armas seja talvez o traço mais chocante. À parte o fomento à irracional guerra de valores como estratégia “hegemônica”, o ponto central do ataque às democracias consiste na deslegitimação do sistema eleitoral – nos Estados Unidos e no Brasil. O voto, afinal, consagra a troca regular de elites, bem como a renovação de programas e ideias. Longe de ser um fato sem consequência, ele sintetiza complicados processos na base da sociedade, indicando rumos e, numa boa hipótese, abrindo horizontes positivos. O voto, por isso, torna rigorosamente arcaica a ideia de “povo armado” em insensata resistência aos poderes legitimamente constituídos. É ele que, na expressão de Bobbio, constitucionaliza a oposição e permite a substituição pacífica dos grupos dirigentes, antes ocasião de becos sem saída e objeto de lutas fratricidas. A despeito das aproximações, há ao menos uma diferença fundamental entre os dois países. Levitsky e Ziblatt vaticinam a ativação planejada de truques pseudolegais por republicanos, convertidos quase integralmente em força antissistema. No Brasil, há mais do que isso. A esfarrapada contestação oficial da urna eletrônica – símbolo da democracia de 1988 – e do caráter essencialmente civil do processo eleitoral faz temer um quadro mais confuso, em que se misturem o manejo arbitrário das regras e a mobilização golpista típica da desafortunada tradição que nos tem condenado à menoridade. Nestes últimos 30 e poucos anos teremos amadurecido o suficiente para resistir? *Tradutor e ensaísta, é um dos organizadores das Obras de Gramsci no Brasil *********************************************************************************** Juego vil Aquel niño le pinchaba los ojos a los pájaros; y le gustaba ver salir esa gotita de aire y de luz, ese rocío limpio de mañanitas frescas. Luego los echaba a volar y se reía al verlos chocar contra el muro de su casa, con un ruido muy triste. Creció y fue de aquéllos. ******************************************
*** domingo, 17 de julho de 2022 Luiz Carlos Azedo - As metamorfoses do governo Bolsonaro Correio Braziliense O isolamento de Bolsonaro no Ocidente, antipatizado pela opinião pública e em litígio com os principais líderes mundiais, inclusive o presidente Biden, fez de Putin um parceiro natural Uma das dificuldades de caracterização do governo do presidente Jair Bolsonaro decorre do fato de que não existe um projeto político claro que oriente as ações, tudo acontece na base do improviso, diante da necessidade de manter o poder. Por essa razão, desde o primeiro momento, mas principalmente depois da derrota de seu aliado principal, Donald Trump, sempre considerei a hipótese de que haveria uma aproximação estratégica de Bolsonaro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Só não imaginava que isso viria a ocorrer em razão da guerra da Ucrânia. Sobre isso falaremos mais adiante. Inicialmente, cabe destacar, tão logo tomou posse, o governo Bolsonaro assumiu características bonapartistas, em contradição com uma ordem democrática presidida pela Constituição de 1988. Por que essa caracterização? Ora, em razão de Bolsonaro se colocar acima da sociedade e se apoiar essencialmente nas Forças Armadas, constituindo um governo com grande número de militares, maior até do que o dos presidentes Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo, todos generais-presidentes. Grosso modo, o bonapartismo consiste no fato de que um indivíduo se coloca acima de todas as partes do Estado e da sociedade, ou seja, fulaniza o vértice de poder. Não durou muito esse modelo esquizofrênico. A pandemia se encarregou de derrotar a hegemonia militar no governo, sobretudo porque o general Eduardo Pazuello, à frente do Ministério da Saúde, encarregado de implementar as teses negacionista de Bolsonaro, levou ao colapso o sistema de saúde pública, quando perdeu o controle sobre a covid-19, que já matou mais de 675 mil pessoas. Concomitantemente, o impacto da pandemia na economia, em razão da necessidade de distanciamento social e redução da atividade econômica, também levou ao fracasso o poderoso ministro da Economia, Paulo Guedes, cujo projeto neoliberal foi para o espaço, com o país mergulhado no desemprego, na inflação e na fome. Deu-se, então, a metamorfose da transformação de um governo bonapartista num governo reacionário de viés populista, como o que temos hoje. O conceito é mais adequado porque Bolsonaro entregou o comando político do governo e o Orçamento da União ao Centrão, ao nomear para a Casa Civil o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e aceitou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), desse as cartas na distribuição de recursos federais aos parlamentares da base governista e, também, de uma boa parcela da oposição. O chamado “orçamento secreto” é um iceberg, que ainda pode virar um grande caso de polícia. Na farra das emendas ao Orçamento, um conjunto de medidas regressivas vem sendo aprovado pelo Congresso, a mais recente é a PEC das Eleições, que viola a legislação eleitoral e rompe completamente com os paradigmas do equilíbrio fiscal. Estamos agora na iminência de uma nova metamorfose, que tem como pano de fundo as eleições presidenciais. Agora, sim, Bolsonaro tenta consolidar, pela via eleitoral, um projeto de regime político “iliberal”, como ocorre em muitos países da Europa e do Oriente, com tutela militar. Esse conceito surgiu num artigo de Fareed Zakaria de 1997 para a revista Foreign Affairs, em resposta ao questionamento do diplomata americano Richard Holbrooke, às vésperas das eleições de 1996 na Bósnia: “O que dizer quando uma eleição ocorre de modo livre e justo, mas o povo termina por escolher racistas, fascistas, separatistas e outros agentes publicamente contrários à paz e à integração?” Zakaria transpôs a questão da ex-República da Iugoslávia para vários outros locais do mundo, onde governos eleitos ou referendados legitimamente costumam ignorar os limites constitucionais e privar a população de direitos fundamentais. Ao incluir a Rússia entre esses países, o conceito ganhou asas: Boris Yeltsin, na época presidente, até então era visto no Ocidente como o reformador responsável pela abertura da Rússia, inserindo-a decididamente no mapa do neoliberalismo. Amigo de Putin Todos os homens do Kremlin — os bastidores do poder na Rússia de Vladimir Putin, de Mikhail Zygar (Vestígio), é um livro-reportagem com detalhes reveladores sobre como o líder russo “se tornou rei por acaso”, levado ao poder por oligarcas e políticos regionais, que o acolheram ao mesmo tempo em que manipulavam seus medos e ambições. Com o tempo, demonstrou uma habilidade incomum para se manter no poder e assumir o controle do grupo com mão de ferro. Sua imagem de líder jovem e modernizador, porém, não convenceu o Ocidente. Seu projeto inicial de integração da Federação Russa à União Europa foi rejeitado pela primeira-ministra alemã Angela Merkel. Essa rejeição, que considerou uma humilhação, e a ambição de se perpetuar no poder levaram Putin à guinada nacionalista e autoritária que vem marcando sua trajetória. A consolidação de seu poder se deu em razão do apoio popular à ideia de restabelecer o status de potência mundial da Rússia e à agenda conservadora dos costumes, da aliança com os militares e com a Igreja Ortodoxa, e do controle dos meios de comunicação, dos órgãos de segurança, do Ministério Público e do Judiciário. A empatia entre Putin e Jair Bolsonaro ficou evidente na visita do presidente brasileiro à Rússia. Há um terreno fértil para essa aliança política pessoal. Bolsonaro não tinha um projeto político claro quando foi eleito. Tem o mesmo discurso nacionalista, a agenda conservadora, uma aliança religiosa fundamentalista, o apoio de setores militares e do sistema de segurança, só ainda não controla os meios de comunicação e o Judiciário. O isolamento de Bolsonaro no Ocidente, antipatizado pela opinião pública e em litígio com os principais líderes mundiais, inclusive o presidente norte-americano Joe Biden, fez de Putin um parceiro natural na cena mundial, mesmo depois da guerra da Ucrânia. A conversa privada entre Bolsonaro e Putin em Moscou não ficou restrita à venda de carne e à compra de fertilizantes, estratégica para os dois países. Houve conversas no âmbito da cooperação tecnológica e militar, na qual a Rússia, sim, pode vir a fazer diferença. E, para a oposição, existe o fantasma da interferência de hackers russos nas eleições. O posicionamento de Bolsonaro em relação à guerra na Ucrânia é um sinal de que há, de fato, um pacto entre ambos. Em Moscou, Bolsonaro havia agradecido a Putin pela histórica oposição da Rússia à internacionalização da Amazônia. Esse é um tema sensível para as Forças Armadas, principalmente o Exército. Existe outra fronteira de cooperação entre os dois países no âmbito militar: a venda de equipamentos e a transferência de tecnologia em áreas estratégicas da nossa indústria de Defesa, principalmente o projeto de submarino nuclear da Marinha. ************************************************************ xogo vil ese rapaz meteu os ollos aos paxaros; e gustáballe ver marchar esa pinga de aire e luz, ese orballo limpo de mañás frescas. Despois mandaríaos voar e ría cando os viu bater contra a parede da súa casa, cun ruído moi triste. Creceu e foi un deles. ************************************
*** domingo, 17 de julho de 2022 Ruy Castro - E aquela do Nelson? Folha de S. Paulo O que Nelson Rodrigues dizia do Brasil nos anos 70 faz ainda mais sentido hoje Nelson Rodrigues nos ensinou que toda unanimidade é burra, que sofremos do complexo de vira-lata e só os profetas enxergam o óbvio. E muitas outras frases que as pessoas repetem já sem saber da autoria. Menos famosas são as que ele escreveu sobre o Brasil nos anos 70 e ainda fazem total sentido. Exemplos. "Outrora os melhores pensavam pelos idiotas. Hoje os idiotas pensam pelos melhores." "O brasileiro tem suas trevas interiores. Convém não provocá-las. Ninguém sabe o que existe lá dentro." "Com o tempo e o uso, todas as palavras se degradam. Por exemplo: ‘liberdade’. Hoje, ‘liberdade’ é a mais prostituída das palavras." "O ‘homem de bem’ é um cadáver mal informado. Não sabe que já morreu." "Tomem nota: ainda seremos o maior povo ex-católico do mundo." "Não há no mundo elites mais alienadas do que as nossas." "Subdesenvolvimento não se improvisa, é obra de séculos." "Hoje é muito difícil não ser canalha. Todas as pressões trabalham para o nosso aviltamento pessoal e coletivo." "No Brasil, quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte." "O Brasil gaba-se de ser uma democracia racial. No entanto, poderíamos indagar uns dos outros: ‘E os negros? Onde estão os negros?’ É uma pergunta sem resposta. As casacas estão aí, e os vestidos de baile, os cargos, as funções, as estátuas. Mas, no Brasil, nunca se viu um negro de casaca, nunca se viu uma estátua equestre de negro, nunca se viu um grã-fino negro. Enquanto um sábio negro não puder ser nosso embaixador em Paris, nós seremos o pré-Brasil." "Em Brasília, todos são inocentes e todos são cúmplices." "O Brasil deixou de ser o Brasil. Hoje estamos sendo esmagados pelo anti-Brasil." E esta, que profetiza o nosso momento de hoje e que devia nos fazer pensar: "Quando os amigos deixam de jantar com os amigos por causa da ideologia, é porque o país está maduro para a carnificina." ********************************* Jogo vil aquele menino cutucou os olhos para os pássaros; e ele gostava de ver sair aquela gota de ar e luz, aquele orvalho limpo de manhãs frescas. Então ele os enviaria voando e riu quando os viu bater na parede da casa dele, com um barulho muito triste. Ele cresceu e foi um deles. ****************************************** Luís Pimentel En Galicitas, o Wikiquote en galego. Luís Pimentel Luís Benigno Vázquez Fernández, máis coñecido como Luís Pimentel (Lugo, 1895-1958), foi un médico e poeta galego de vangarda, escritor en lingua castelá e, puntualmente, en lingua galega. https://gl.wikiquote.org/wiki/Lu%C3%ADs_Pimentel **************************************************** Sequência Ver novos Tweets Conversa David @p4ndr_ Holy crap this is wonderful *** *** 3:52 PM · 15 de jul de 2022·Twitter for iPhone “…She can’t understand Kant…” https://twitter.com/p4ndr_/status/1548017731936497665?s=24&t=tm2z0EqBJVQOrCLxzH48Vw *********************************************************************************** Tweet Ver novos Tweets Conversa Simone Leitão @SLeitaoPiano Amo essa parte do El3o mvt do concerto de Bach em re menor, que toco na próxima semana no Rio de Janeiro, na Sala Cecilia Meireles com Academia Jovem Concertante. 🥰 1.768 visualização 1:21 / 1:50 4:48 PM · 16 de jul de 2022·Twitter for iPhone https://twitter.com/sleitaopiano/status/1548394256250720259?s=24&t=02ba4NZ7NT7Qcu_JFj5xEQ

Nenhum comentário:

Postar um comentário