quarta-feira, 16 de julho de 2025

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Meu Caro Amigo Chico Buarque Composição: Chico Buarque / Francis Hime.
Felipe Nunes @profFelipeNunes 1/ Genial/Quaest: Confronto com Trump ajuda governo Lula a recuperar popularidade - aprovação sai de 40% para 43% (+3) e desaprovação passa de 57% para 53% (-4) entre maio e julho. Saldo negativo que era de -17 passa para -10 pontos. Segue o fio… https://x.com/proffelipenunes/status/1945424876921057300?s=48&t=ktKYSPjXZt7aNJNoyIUL3w
Nas Entrelinhas Análise: "Muy amigo", Tarcísio larga a mão de Bolsonaro Horas após o pedido de condenação, o presidente dos Estados Unidos saiu em defesa de Bolsonaro. Novamente associou o tarifaço de 50% ao julgamento do ex-presidente PRI-1605-ENTRELINHAS - (crédito: Maurenilson Freire) A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite de segunda-feira, a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete integrantes do chamado Núcleo Central da trama golpista, que tentou impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022. Assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, o parecer foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, às 23h45. Com isso, o julgamento entra em fase decisiva e deve ser concluído em setembro. De nada adiantaram as pressões do presidente Donald Trump, que voltou a defender Bolsonaro. O tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras mobilizou os exportadores nacionais e os empresários norte-americanos, cuja Câmara de Comércio criticou a medida. No plano político interno, a crise comercial e diplomática dividiu os aliados de Bolsonaro. O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, mui amigo, mudou o discurso e passou a defender uma negociação com a Casa Branca em bases apenas comerciais, desvinculada do julgamento do ex-presidente. O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que articula as pressões de Trump nos Estados Unidos, atacou Tarcísio e acusou-o de "subserviência servil". O documento da PGR tem 517 páginas e classifica Bolsonaro como "líder da organização criminosa" e "principal articulador e maior beneficiário" das ações que visaram à ruptura do Estado Democrático de Direito. O ex-presidente é acusado de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Somadas, as penas podem chegar a 43 anos de prisão. Leia também: Eduardo ataca Tarcísio por diálogo com empresários sobre tarifa dos EUA Entretanto, como tem mais de 70 anos e comorbidades resultantes das sequelas da facada que levou em Juiz de Fora (MG), na campanha eleitoral de 2018, dificilmente será condenado a pena tão grande. A defesa de Bolsonaro poderá requerer prisão domiciliar humanitária, a exemplo do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Além de Bolsonaro, são réus no processo: Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Mauro Cid (que pode ter a pena suspensa em razão do acordo de delação premiada). O procurador-geral descreveu Bolsonaro como responsável por instrumentalizar o aparato estatal para atacar instituições e o sistema eleitoral. Gonet também destacou que, com apoio de setores estratégicos das Forças Armadas, o ex-presidente "mobilizou agentes, recursos e competências estatais para propagar narrativas inverídicas, provocar instabilidade social e defender medidas autoritárias". A PGR também destacou que os discursos de Bolsonaro extrapolaram o campo da crítica legítima e tiveram caráter de "incitação e desestabilização da democracia". Como exemplo, citou a live no Palácio do Planalto, em 2021, e a utilização ilícita da Abin, a chamada "Abin Paralela", para espalhar desinformação sobre vulnerabilidades das urnas eletrônicas. Leia também: Itamaraty aponta "intromissão indevida" dos EUA em processo contra Bolsonaro Pressão continua Horas após o pedido de condenação, Trump saiu em defesa de Bolsonaro. Novamente associou a imposição de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos EUA, a partir de 1º de agosto, aos processos judiciais contra o ex-presidente. "O presidente Bolsonaro é um bom homem. Ele lutou muito pelo povo brasileiro e acredito que isso seja uma caça às bruxas", disse, em tom de solidariedade ao aliado político. Apesar da pressão internacional, o parecer de Gonet demonstrou que a PGR não se intimidou com as ameaças de Trump e reforçou que Bolsonaro agiu de forma dolosa e persistente para corroer os pilares republicanos e se manter ilegitimamente no poder. O apoio de Trump fortalece o discurso bolsonarista de perseguição política, porém, internamente, a oposição se dividiu. Empresários, antes aliados de Bolsonaro, criticaram duramente a postura do ex-presidente e de seu filho 03, acusando-os de "rifar o Brasil" por interesses pessoais. Tarcísio, inicialmente crítico ao governo Lula e alinhado com a narrativa bolsonarista, suavizou o discurso. Agora, defende "união de esforços" com o governo federal para enfrentar os impactos do tarifaço. Leia também: Crimes de Bolsonaro listados pela PGR podem render até 43 anos de prisão Esse foi o tom do discurso de Tarcísio na reunião de ontem com empresários paulistas e com o representante da Embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, para tratar do assunto. Essa guinada irritou profundamente Eduardo, que acusou o governador de "subserviência servil às elites" e de "trair os interesses nacionais". Nas redes sociais, criticou duramente Tarcísio: "Prezado governador, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio, estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades". Líderes do Centrão foram procurados por empresários descontentes com a posição de Bolsonaro a favor das pressões de Trump. Em sério risco de perder um mercado importante por causa de uma disputa pessoal, pressionam Tarcísio para se diferenciar do radicalismo bolsonarista e preservar sua base econômica , mantendo diálogo institucional com o governo federal. As reiteradas manifestações de Trump, porém, sinalizam que a crise deve se prolongar durante todo o julgamento de Bolsonaro. Com a entrega das alegações finais pela PGR, abre-se prazo de 15 dias para que as defesas apresentem seus argumentos. Concluída esta etapa, Moraes deve marcar o julgamento para setembro. Saiba Mais Política Reforma administrativa deve ser votada em agosto no Congresso Nacional Política Malafaia diz que Mourão está equivocado sobre Trump: "Não é uma questão exclusivamente interna" Política CCJ da Câmara aprova PEC da Segurança; texto segue para comissão especial Política Itamaraty aponta "intromissão indevida" dos EUA em processo contra Bolsonaro Luiz Carlos Azedo + Tags bolsonaro condenação golpe de estado prisão procuradoria-geral da república Por Luiz Carlos Azedo postado em 16/07/2025 03:55
517 O documento da PGR tem 517 páginas e classifica Bolsonaro como "líder da organização criminosa" e "principal articulador e maior beneficiário" das ações que visaram à ruptura do Estado Democrático de Direito. O ex-presidente é acusado de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Somadas, as penas podem chegar a 43 anos de prisão. A trilha sonora não poderia ser outra: "Meu caro amigo", de Chico Buarque e Francis Hime, ecoando no fundo da cabeça como mantra agridoce e pungente. No Brasil, como na canção, “a coisa aqui tá preta”. Só que agora não é mais apenas mutreta do dia a dia — é a contagem final de um enredo golpista que chegou ao Judiciário com 517 páginas e a acusação formal contra Jair Bolsonaro de chefiar uma organização criminosa armada. O ex-presidente, segundo a PGR, tentou abolir violentamente o Estado Democrático de Direito e liderou a ofensiva mais grave contra as instituições desde a redemocratização. Como se não bastasse o colapso ético-jurídico, a crise agora tem dimensões internacionais. Donald Trump, em mais um gesto de lealdade política e cálculo geopolítico, decidiu apoiar Bolsonaro — ligando, sem pudor, as tarifas norte-americanas de 50% sobre exportações brasileiras ao julgamento do aliado. A investida gerou protesto do Itamaraty, inquietação empresarial e, sobretudo, um ponto de ruptura: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, até então “muy amigo” do ex-presidente, mudou de posição e propôs diálogo institucional com os EUA, afastando-se da retórica beligerante de Eduardo Bolsonaro. A resposta veio — e veio no tom típico do bolsonarismo: virulenta, mal escrita e repleta de redundâncias. “Subserviência servil” foi a expressão usada por Eduardo para atacar Tarcísio. Linguisticamente, trata-se de um pleonasmo pobre. Retoricamente, de um recurso de agressividade disfarçado de sofisticação. Nada muito diferente do que se esperaria de quem faz política como quem grava stories para o Telegram. Enquanto a PGR faz sua parte e o STF se aproxima do julgamento, a divisão interna do bolsonarismo se agrava. Empresários pressionam o Centrão, Tarcísio se equilibra entre a fidelidade ao mercado e o distanciamento do radicalismo, e o Brasil tenta não ser rifado por conta de um ego ferido no subúrbio de Orlando. É nesse contexto tragicômico que podemos imaginar — com uma pitada de sarcasmo — Bolsonaro respondendo à defesa poética de Trump com uma carta que mistura bacharelismo, nacionalismo caricato e pretensões acadêmicas, ao estilo de uma versão satírica da cientista política Maria Hermínia Tavares: 🟦 II. BOLSONARO RESPONDE AO POEMA DE TRUMP — NO ESTILO DE UMA ACADÊMICA USP-RUIANA (MARIA HERMINIA TAVARES) Caro Sr. Donald John Trump, Li com atenção e perplexidade o poema que Vossa Excelência me dedicou, intitulado com lirismo tropical “Simpatia é quase amor”. Agradeço o gesto — ainda que, à luz de uma hermenêutica política mais rigorosa, a missiva em forma de verso demande distinções fundamentais entre afeto pessoal e alianças institucionais. A relação entre nossos projetos de poder é notadamente marcada por uma aderência ideológica que dispensa floreios líricos: trata-se de um alinhamento estrutural entre forças reativas à modernidade liberal, à transparência institucional e à multilateralidade global — pontos que, por certo, a sua administração anterior tratou com idêntico desdém. Contudo, ao transformar nossa “proximidade” em matéria poética, arrisca-se a deslocar o debate do terreno sólido da geopolítica para o pântano perigoso da personalização da diplomacia. E, como sabe qualquer bacharel das Arcadas, é nessa transição que o populismo encontra sua seiva — e seu limite. Não obstante, é forçoso reconhecer que a estética de sua carta encontra ecos em certa tradição romântica oitocentista, de onde emerge o próprio Casimiro de Abreu. Lamentavelmente, porém, sua “simpatia” ignora o princípio de autodeterminação dos povos, atropela a separação entre Poderes e banaliza o conceito de soberania ao estilo de um “tweet imperial”. Agradeço, com reservas. E sugiro que, nas próximas rimas, inclua nota de rodapé sobre a Constituição de 1988. Com elevada consideração (e pouca simpatia), Jair M. Bolsonaro, bacharel em retórica comparada, Discente informal das Arcadas, Exegese viva do nacionalismo clerical-bolsonarista. NOTA DE RODAPÉ: "Não entendi porra nenhuma." Enquanto isso, de fundo, o refrão de “Meu caro amigo” segue tocando em loop, como se narrasse um Brasil que já não sabe se está em samba, choro ou golpe: "Aqui na terra, tão jogando futebol Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll Uns dias chove, noutros dias bate sol Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta..." Conclusão Linguisticamente: “Subserviência servil” é uma redundância e não é uma figura de linguagem. Retoricamente (politicamente): O uso da redundância por Eduardo Bolsonaro é uma forma de ataque verbal, usada para enfatizar e amplificar a crítica contra Tarcísio, mesmo que incorretamente do ponto de vista estilístico. Meu caro amigo Canção de Chico Buarque ‧ 1976 Letras Meu caro amigo, me perdoe, por favor Se eu não lhe faço uma visita Mas como agora apareceu um portador Mando notícias nessa fita Aqui na terra, tão jogando futebol Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll Uns dias chove, noutros dias bate sol Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta Muita mutreta pra levar a situação Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça Que a gente vai tomando e também sem a cachaça Ninguém segura esse rojão Meu caro amigo, eu não pretendo provocar Nem atiçar suas saudades Mas acontece que não posso me furtar A lhe contar as novidades Aqui na terra, tão jogando futebol Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll Uns dias chove, noutros dias bate sol Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta É pirueta pra cavar o ganha-pão Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro Que a gente vai fumando e também sem um cigarro Ninguém segura esse rojão Meu caro amigo, eu quis até telefonar Mas a tarifa não tem graça Eu ando aflito pra fazer você ficar A par de tudo que se passa Aqui na terra, tão jogando futebol Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll Uns dias chove, noutros dias bate sol Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta Muita careta pra engolir a transação E a gente tá engolindo cada sapo no caminho E a gente vai se amando que também sem um carinho Ninguém segura esse rojão Meu caro amigo, eu bem queria lhe escrever Mas o correio andou arisco Se me permitem, vou tentar lhe remeter Notícias frescas nesse disco Aqui na terra, tão jogando futebol Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll Uns dias chove, noutros dias bate sol Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta A Marieta manda um beijo para os seus Um beijo na família, na Cecília e nas crianças O Francis aproveita pra também mandar lembranças A todo o pessoal, adeus Fonte: Musixmatch Compositores: Francis Hime

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