domingo, 31 de dezembro de 2023

SOCIEDADE E SOLEDADE

----------- Poesia | Receita de Ano Novo - Carlos Drummond de Andrade ------------ O MEU PAI ERA ALAGOANO, O MEU PERNAMBUCANO, NOSSOS TATARAVÓS AFRICANOS --------- ----------- Tá faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum! Tá faltando um! Ele que era o porta-estandarte E que fazia alaúza e zum-zum Hoje o bloco sai mais triste sem ele Tá faltando um! Tá faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum, zum! Tá faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum! Tá faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum, zum! Tá faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum! Tá faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum, zum! Tá faltando um! Oi! Zum Composição: Paulo Soledade / Fernando Lobo. _________________________________________________________________________________________________________ ---------- Chico Buarque - "Paratodos" - Chico: Artista Brasileiro ---------- Letras O meu pai era paulista Meu avô, pernambucano O meu bisavô, mineiro Meu tataravô, baiano Meu maestro soberano Foi Antonio Brasileiro Foi Antonio Brasileiro Quem soprou esta toada Que cobri de redondilhas Pra seguir minha jornada E com a vista enevoada Ver o inferno e maravilhas Nessas tortuosas trilhas A viola me redime Creia, ilustre cavalheiro Contra fel, moléstia, crime Use Dorival Caymmi Vá de Jackson do Pandeiro Vi cidades, vi dinheiro Bandoleiros, vi hospícios Moças feito passarinho Avoando de edifícios Fume Ary, cheire Vinícius Beba Nelson Cavaquinho Para um coração mesquinho Contra a solidão agreste Luiz Gonzaga é tiro certo Pixinguinha é inconteste Tome Noel, Cartola, Orestes Caetano e João Gilberto Viva Erasmo, Ben, Roberto Gil e Hermeto, palmas para Todos os instrumentistas Salve Edu, Bituca, Nara Gal, Bethania, Rita, Clara Evoé, jovens a vista O meu pai era paulista Meu avô pernambucano O meu bisavô, mineiro Meu tataravô baiano Vou na estrada há muitos anos Sou um artista brasileiro Fonte: Musixmatch Compositores: Francisco De Hollanda ____________________________________________________________________________________________________________ ------------ Ciclo Sem Fim (Rei Leão) Edu Lobo _________________________________________________________________________________________________________ ---------- ---------- Ciclo Sem Fim O Rei Leão (The Lion King) Nats ingonya ba bagithi Baba Sithi uhm ingonya aba Nats ingonya ba bagithi babo Sithi uhhmm ingony aba Ingonya aba Siyo Nqoba Ingony ba Ingonyama nengw' enamabala Qual é o significado da palavra Soledade? Estado de tristeza de quem se acha só. 3. Lugar solitário; solidão. ------------- ------------- Zum-zum Edu Lobo Oi! Zum, zum, zum Zum, zum, zum! Tá faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum! Tá faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum, zum! Tá faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum! Tá faltando um! Bateu asas, foi embora Não apareceu Hoje o bloco sai sem ele Foi a ordem que ele deu Bateu asas, foi embora Não apareceu Hoje o bloco sai sem ele Foi a ordem que ele deu Oi! Zum, zum, zum Zum, zum, zum! Tá. Faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum, zum! Tá. Faltando um! Ele que era o porta-estandarte E que fazia alaúza e zum-zum Hoje o bloco sai mais triste sem ele Tá. Faltando um! Hoje o bloco sai mais triste sem ele Tâ faltando um! Tá faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum, zum! Tá faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum! Tá faltando um! Ele que era o porta-estandarte E que fazia alaúza e zum-zum Hoje o bloco sai mais triste sem ele Tá faltando um! Tá faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum, zum! Tá faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum! Tá faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum, zum! Tá faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum! Tá faltando um! Oi! Zum, zum, zum Zum, zum, zum! Tá faltando um! Oi! Zum Composição: Paulo Soledade / Fernando Lobo. https://www.letras.mus.br/edu-lobo/zum-zum/
---------- O que é o conceito de sociedade? Sociedade: o que é, tipos, sociedade X comunidade - Mundo ... Sociedade é uma associação entre indivíduos que compartilham valores culturais e éticos e que estão sob um mesmo regime político e econômico, em um mesmo território e sob as mesmas regras de convivência. _________________________________________________________________________________________________________ ------------
----------- domingo, 31 de dezembro de 2023 Vinicius Torres Freire - A conversa do semipresidencialismo Folha de S. Paulo Crise de uma década estimula planos ruins de criar algum tipo de governo parlamentar O "semipresidencialismo" foi um assunto do ano, mais uma vez. Assunto ou ruído de fundo, tem sido assim desde que o Congresso depôs Dilma Rousseff. Era assim o jeitão do governo de Michel Temer (PMDB), "semiparlamentar", dominado por parte do comitê de deputados e senadores que derrubou Dilma. Foi de certo modo assim sob as trevas de Jair Bolsonaro, um parasita "antissistema" que se aproveitava do que havia da máquina burocrática ainda funcional e do governo que restava, entregue a premiês do centrão. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara e trator legislativo, vez e outra sugere, de leve e quando convém, que pode liberar a tramitação de um projeto de semipresidencialismo. Ministros do Supremo, como Luís Barroso e o politizador geral da Justiça Gilmar Mendes, acabam de defender a mudança de sistema de governo. A vulgarização do impeachment, a limitação de prerrogativas do Executivo e o avanço parlamentar sobre o Orçamento estimulam especulações de que viveríamos já sob alguma espécie de semipresidencialismo. O fato circunstancial de que o governo, no caso Lula 3, seja minoritário em números e ideias no Congresso leva mais uma aguinha para esse moinho conceitual. Na falta de pensamento melhor sobre o problema, usamos a palavra, mal e mal, para definir esse arranjo ruim e instável de quase uma década. Uma questão interessante é o motivo desse zum-zum, desse ruído de fundo e das sugestões de que se acabe com o poder presidencial. Nas propostas de mudança, o presidente da República seria formalmente quase decorativo. É um projeto de parlamentarismo com outro nome, talvez para não confrontar o resultado do plebiscito de 1993. Por que essa ideia está no ar? A quem interessa? O argumento bem pensante diz que o novo sistema permitiria a dissolução menos traumática de um governo sem prestígio, com a convocação de novas eleições. Na redemocratização, 2 de 5 presidentes foram depostos; Bolsonaro não o foi por cumplicidade do sistema político; Lula foi preso para que não pudesse se candidatar em 2018. O fato de a esquerda ganhar todas as eleições presidenciais desde 2002 (fora o arranjo de 2018) pode ser um motivo. Sob algum sistema parlamentarista, a esquerda dificilmente chegaria ao poder federal, que ficaria sob o domínio de algum tipo de centrão. Parlamentares, gente vocal do "sistema de Justiça" (ministros, desembargadores, juízes, procuradores) e boa parte da cúpula militar gostam da ideia. A perspectiva de chutar a esquerda para escanteio talvez também agrade a donos do dinheiro grosso. Parece remota a possibilidade de que tal mudança venha a ocorrer, a não ser em caso de uma nova situação de desordem profunda. O eleitorado gosta de escolher seu presidente e costuma ser mais desconfiado dos "políticos", os parlamentares que elege. Poderia haver um sistema em que um parlamentar (nomeado candidato principal do partido) fosse escolhido nas urnas como premiê, na prática diretamente. De resto, para que a coisa fosse minimamente séria, seria preciso mudar o sistema de eleição de deputados (para alguma variante de distrital misto), resolver a representação excessiva de estados pouco povoados etc. Essa reforma jamais andou e dificilmente andará. Nisso, o status quo está feliz consigo mesmo. Mas não se quer aqui dar a impressão de que essa virada parlamentarista seja por ora viável, discutindo-se um projeto de mudança. Mais relevante é notar o zum-zum contínuo, sintoma de crise política fervendo baixo. Importante é que o Congresso domine entre 25% e 30% do dinheiro que resta livre do Orçamento (excluídos os 92% de despesas obrigatórias), sem ser responsável pelo que faz. Importante é que a ameaça ou o engavetamento de pedidos de impeachment tenham se tornado poderes explícitos na mão do presidente da Câmara. Ou que os partidos dominantes se tornem mais e mais uma corporação ou cooperativa de uso de recursos estatais para a reeleição de seus caciques. Esses poderes do Congresso são tantos que os presidentes da República descaradamente cuidam de formar bancadas no Supremo, a fim de tentar se defender. A relativa calmaria democrática de 1995-2010 ruiu. O que ficou no lugar é uma maçaroca mutante, com risco gravíssimo de sinistro, como em 2019-2022. ________________________________________________________________________________________________________________ ----------
------------ Hélio Schwartsman - Direita estética Folha de S. Paulo Jovens, que eram público quase cativo da esquerda, flertam com a extrema direita Os jovens estão ficando de direita? Depende. No Brasil, os mais jovens deram bem mais votos a Lula do que a Bolsonaro, mas, na vizinha Argentina, o apoio dos mais novos foi decisivo para eleger Milei. Nos EUA, a ala trumpista do Partido Republicano tem conseguido adeptos entre jovens negros e latinos, dois grupos demográficos que eram quase que hegemonicamente democratas. Se olharmos para outros países, como França, Alemanha, Espanha, também encontraremos jovens entre os apoiadores de partidos de extrema direita, que vêm crescendo. Não dá obviamente para dizer que a maioria dos jovens aderiu ao populismo de direita, mas, se considerarmos que esse era um público quase cativo da esquerda do pós-guerra para cá, a tendência é inquietante. Há uma explicação comum para o fenômeno? As redes sociais, ao permitir que ovelhas que antes permaneciam desgarradas se encontrem, se influenciem e ganhem voz, decerto têm algo a ver com isso. Líderes da direita também parecem ter um talento especial para mobilizar pessoas pela internet. Já entrando no terreno das especulações, eu arriscaria a hipótese de que, diante de certa fossilização da esquerda, que ficou mais moderada e mais institucional, a extrema direita é que passou a fazer as vezes de polo contestador e radical, características que costumam atrair os mais jovens, às vezes mais por razões estéticas do que propriamente políticas. Já vimos esse filme antes. O futurismo de Filippo Marinetti, que surgiu nos primeiros anos do século 20 como um movimento vanguardista ligado às artes, logo se tornou uma linha auxiliar do fascismo de Mussolini." / "Na década de 1980, quando de sua fundação, o PT, "com a fossilização da esquerda, que ficou mais moderada e mais institucional," o PT "é que passou a fazer as vezes de polo contestador e radical, características que costumam atrair os mais jovens, às vezes mais do por razões estéticas do que propriamente políticas. Já vimos esse filme antes." " O problema não é tanto que jovens votem na direita. A aceitação da ideia de democracia implica admitir a alternância do poder. O que preocupa é que estejam escolhendo vertentes antissistema da direita, que negam os avanços institucionais e civilizacionais obtidos nas últimas décadas e séculos.
----------- _________________________________________________________________________________________________________ Esse texto de Hélio Schwartsman aborda uma tendência interessante e preocupante sobre a mudança de inclinação política entre os jovens, especialmente aqueles que estão se aproximando de vertentes mais extremas da direita. Ele aponta como a direita tem se tornado um polo de contestação e radicalismo, muitas vezes atraindo jovens não apenas por convicções políticas, mas também por questões estéticas e de rebeldia. A questão fundamental não é simplesmente a mudança de preferências políticas dos jovens, mas sim a escolha por vertentes antissistema da direita, que rejeitam os progressos institucionais e civilizacionais alcançados ao longo do tempo. Isso levanta preocupações significativas sobre a aceitação da democracia e a valorização das conquistas sociais e institucionais que foram alcançadas ao longo de décadas e séculos. A democracia pressupõe a alternância de poder e o debate de ideias, mas quando os movimentos políticos extremos negam esses avanços e buscam desfazer conquistas importantes, é um sinal de alerta. É crucial que a juventude esteja engajada e consciente não apenas das mudanças políticas, mas também do valor das estruturas democráticas e dos avanços sociais que foram conquistados ao longo do tempo. _________________________________________________________________________________________________________ ----------
---------- O globo, n. 30174, 18/03/2016. País, p. 8 Decano do STF reage a Lula: ‘ Ninguém está acima das leis’ Ministro Celso de Mello diz que ‘ condutas criminosas jamais serão toleradas’ CAROLINA BRÍGIDO, RENATO ONOFRE E LUIZA SOUTO opaisl@oglobo.com.br - BRASÍLIA, CURITIBA E SÃO PAULO - O mais antigo integrante do Supremo Tribunal Federal ( STF), ministro Celso de Mello, fez ontem duro discurso em defesa da Corte. As escutas telefônicas divulgadas quarta- feira indicam que a presidente Dilma Rousseff teria nomeado o ex- presidente Lula para a Casa Civil com o objetivo de blindá- lo contra ameaça de prisão. Com o cargo, Lula passaria a ser investigado pelo STF, e não pelo juiz federal Sérgio Moro, da primeira instância. Mello disse que criminosos serão punidos, mesmo que ocupem cargo no governo. — A República, além de não admitir privilégios, repudia a outorga de favores especiais e rejeita a concessão de tratamentos diferenciados aos detentores do poder ou a quem quer que seja. Por isso, cumpre não desconhecer que o dogma da isonomia a todos iguala, governantes e governados, sem qualquer distinção, indicando que absolutamente ninguém está acima da autoridade das leis e da Constituição. Condutas criminosas perpetradas à sombra do poder jamais serão toleradas, e os agentes que as houverem praticado, posicionados, ou não, nas culminâncias da hierarquia governamental, serão punidos na exata medida e na justa extensão de sua responsabilidade criminal — afirmou. “INSULTO AO PODER JUDICIÁRIO” O decano protestou contra trecho em que Lula diz que o STF era uma Corte “totalmente acovardada”. — Esse insulto ao Poder Judiciário traduz, no presente contexto da profunda crise moral que envolve os altos escalões da República, reação torpe e indigna, típica de mentes autocráticas e arrogantes que não conseguem esconder, até mesmo em razão do primarismo de seu gesto leviano e irresponsável, o temor pela prevalência do império da lei e o receio pela atuação firme, justa, impessoal e isenta de juízes livres e independentes. ( Esses juízes) não hesitarão em fazer recair sobre aqueles considerados culpados, em regular processo judicial, todo o peso e toda a autoridade das leis criminais de nosso país — disse o decano no Supremo. O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, também defendeu a Corte. — Os constituintes de 1988 atribuíram a esta Suprema Corte a elevada missão de manter a supremacia da Constituição e a manutenção do estado democrático de direito. Tenho certeza de que os juízes desta Casa não faltarão aos cidadãos brasileiros com o cumprimento desse elevado múnus — disse. No Superior Tribunal de Justiça ( STJ), o ministro João Otávio de Noronha, em discurso, reagiu à acusação de que a Corte estaria acorvardada. — Esta Casa não é uma Casa de covardes, é de juízes íntegros, que não recebem doação de empreiteiras. Não se alinha a ditaduras da América do Sul, concedendo benefícios a ditadores e amigos políticos que estrangulam as liberdades (...) Me envergonho de ter algumas lideranças políticas que o país tem — afirmou Noronha. Em Curitiba, em ato de juízes federais e procuradores a favor de Moro, o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força- tarefa da Lava- Jato, disse ontem que “o Ministério Público brasileiro e a Justiça não se amedrontarão e darão fiel cumprimento à Constituição e às leis”. Dallagnol leu manifesto explicando que “os procuradores da República do caso Lava- Jato têm dever de esclarecer que as interceptações telefônicas foram legalmente determinadas pelo juiz da 13 ª Vara Federal”. O juiz Nicolau Couto também leu manifesto, da Associação dos Juízes Federais do Brasil ( Ajufe), em que mostra “apoio total à independência judicial do juiz federal Sergio Moro e de todos os magistrados federais que atuam nos processos da Operação Lava- Jato”. “A República repudia a outorga de favores especiais e rejeita a concessão de tratamentos diferenciados” Celso de Mello Ministro do STF “O Ministério Público brasileiro e a Justiça não se amedrontarão” Deltan Dallagnol Procurador da força- tarefa da Lava- Jato _________________________________________________________________________________________________________ ---------
---------- _________________________________________________________________________________________________________ Esse artigo traz um momento crucial na política brasileira, especialmente em meio à Operação Lava Jato. O Ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez um discurso enfático sobre a igualdade perante a lei, destacando que a República não tolera condutas criminosas, mesmo por parte de indivíduos em posições de poder. O contexto envolveu escutas telefônicas que sugeriam a intenção de nomear o ex-presidente Lula para um cargo no governo com o objetivo de evitar sua prisão sob investigação de um juiz de primeira instância. Essa manobra gerou debates intensos sobre a interferência política na justiça e a igualdade de tratamento perante a lei. Além disso, as reações dos membros do STF, como o presidente Ricardo Lewandowski e outros ministros, buscaram reforçar a independência do judiciário e sua responsabilidade em manter a supremacia da Constituição e a democracia. O posicionamento de juízes, procuradores e membros do Ministério Público também é evidenciado, mostrando um apoio à independência judicial e à continuidade das investigações da Operação Lava Jato. Esse momento foi crucial para evidenciar a importância da separação de poderes, a independência do judiciário e a necessidade de igualdade perante a lei, independentemente do status ou cargo ocupado por um indivíduo na sociedade. _________________________________________________________________________________________________________ ---------
---------- Luiz Carlos Azedo - O pior já passou, feliz ano novo Correio Braziliense Há possibilidade de a economia crescer acima das previsões, como ocorreu neste ano. De onde pode vir esse crescimento? Da nova economia verde e do aumento do salário mínimo Há possibilidade de a economia crescer acima das previsões, como ocorreu neste ano. De onde pode vir esse crescimento? Da nova economia verde e do aumento do salário mínimo Os balanços de fim de ano são unânimes: 2023 terminou muito melhor do que começou. Os aspectos determinantes dessa conclusão são: na economia, a queda da inflação, o crescimento acima do esperado, a redução do desemprego a patamares que há muito tempo não se via, a elevação da renda e a reforma tributária; na política, a normalidade institucional, ameaçada pelo golpismo, graças à firme atuação dos Poderes; na questão ambiental, o combate ao desmatamento, às queimadas e ao garimpo ilegal; e na política internacional, em que pese atitudes dúbias em relação à Ucrânia, a volta do Brasil à cena mundial. Para quem apoiou a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tudo isso é motivo de comemoração; para quem perdeu, de acomodação, como no caso do Centrão. Ou enorme frustração, caso da extrema-direita, diante do fracasso da tentativa de destituição de Lula, da condenação dos vândalos que depredaram os palácios do Executivo, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) e da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O parâmetro é 2022, último do mandato de Bolsonaro, cuja avaliação aqui não é o caso. Trata-se de projetar o cenário de 2024. As novas preocupações são o choque entre o Executivo e o Congresso, que vira o ano em alta octanagem, por causa do avanço de deputados e senadores sobre o Orçamento de investimentos da União e da desoneração da folha trabalhista de 17 setores - que o governo não aceita, apesar de aprovada por ampla maioria no Legislativo. Incertezas fazem a política de deficit zero parecer um conto-da-carochinha. O governo não pretende cortar gastos, o Congresso não quer aumentar impostos e o Supremo Tribunal Federal (STF), que ajustou suas diárias, cuida do seu primeiro. Em casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão, diz o ditado popular. Não é bem assim. A austeridade dos três Poderes nas atividades-meio resolveria o problema do deficit público, seria até um choque de produtividade e inovação. O deficit fiscal projetado por analistas econômicos é de 0,75% a 1% do Produto Interno Bruto (PIB), o que coloca em risco a credibilidade da equipe econômica. Entretanto, ninguém convencerá a sociedade de que não é possível cortar 1% dos gastos supérfluos do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, como diárias, passagens, consultorias e contratos, sem prejuízo de atividades indispensáveis. Qualquer gestor público responsável sabe que gastos precisam ser aparados como se corta as unhas, semanalmente. Entretanto, não deve ser descartada a possibilidade de a economia crescer acima das previsões, como ocorreu neste ano. De onde pode vir esse crescimento? Dos investimentos na transição energética, ou seja, da economia verde, se cair a ficha para os políticos de que o país precisa regulamentar a reforma tributária e garantir segurança jurídica para quem deseja aplicar recursos em atividades produtivas. Essa é a grande janela de oportunidade que o país não pode perder. E, também, da política de valorização do salário mínimo, que foi interrompida em 2019. Entre economistas, está de volta a velha polêmica sobre a importância do salário mínimo na redução das desigualdades, que pautou o debate econômico na década de 1970, durante o governo Geisel, quando o chamado "milagre econômico" se esgotou e o país descobriu que crescerá a taxas de 10% do PIB, porém, a renda havia se concentrado ainda mais. Na quarta-feira, artigo do economista Edmar Bacha, o guru da Casa das Garças, publicado no Valor Econômico, resgatou a velha polêmica entre Carlos Langoni e Albert Fishlow sobre o papel da qualidade da educação e do arrocho salarial na concentração de renda. Eis um tema para o ex-governador e economista Cristovam Buarque debater. Na economia neoclássica, o salário real é determinado pela produtividade marginal do trabalho, que varia segundo a qualificação da mão de obra, ou seja, a educação dos trabalhadores, tese defendida por Langoni àquela época. Entretanto, a política de arrocho salarial era uma realidade e levou à concentração da renda. Hoje, há certo consenso tanto sobre o papel do salário mínimo na redução das desigualdades quanto da oferta e demanda de mão de obra mais qualificada na elevação da renda dos assalariados, o que reduz essa dicotomia. A zona de sombra é o impacto da elevação do salário mínimo no emprego e na economia informal. Em tempo: o novo salário mínimo, de R$ 1.412, a partir de 1º de janeiro, terá um impacto de quase R$ 70 bilhões na economia, o que pode alavancar o crescimento, se a inflação estiver controlada e a taxa de juros continuar em declínio. _________________________________________________________________________________________________________ -----------
---------- Sergio Fausto - Nuvens políticas carregadas em 2024 (e depois) O Estado de S. Paulo Os cordões sanitários que permitiram isolar o extremismo de direita por 70 anos estão se esgarçando ou já se romperam. No Brasil, os ‘companheiros’ não parecem saber em que mundo estão vivendo Desde a eleição de Donald Trump em novembro de 2016, as democracias têm sido submetidas a constantes testes de estresse. Não será diferente em 2024, quando o ex-presidente, muito provavelmente, voltará a disputar com chances de vitória a Casa Branca. Se vencer, o risco para a democracia será maior do que da primeira vez. Embora seja a mais importante, a eleição presidencial nos Estados Unidos não é a única frente na batalha em defesa da democracia. Os sinais de ascensão da extrema direita estão quase por toda parte. A vitória do partido nacionalista xenófobo nas eleições parlamentares na Holanda, em novembro, é presságio de avanços de partidos do mesmo naipe nas eleições para o Parlamento Europeu em junho de 2024. Na Espanha, os socialistas se viram na contingência de fazer um grande acordo político, que pode lhes custar caro no futuro, para evitar um governo com a presença da extrema direita. O que foi possível evitar na Espanha ao final deste ano é provável que ocorra em Portugal, onde eleições antecipadas para o início de 2024 podem levar ao governo uma coalizão integrada pelo Chega, irmão siamês do Vox. Em nenhum desses casos, a extrema direita alcança votos e cadeiras suficientes para liderar a maioria no Parlamento, mas se afirma como força incontornável para a direita chegar ao poder. Os cordões sanitários que permitiram isolar o extremismo de direita por 70 anos estão se esgarçando ou já se romperam. Na Itália, onde o governo é liderado pelo partido de extrema direita Fratelli d’Italia, a primeira-ministra Giorgia Meloni adota uma política mais moderada do que faziam crer o seu programa e sua retórica de campanha. Recuo tático, provavelmente. A verdade é que as forças democráticas, da centro-direita a centro-esquerda, estão na defensiva em quase toda a Europa. A centro-esquerda europeia encontra dificuldade para responder às “promessas não cumpridas da democracia” em meio a tendências estruturais de concentração do capital, da renda e do poder e a tensões crescentes sobre a distribuição dos custos da transição para uma economia de baixo carbono. À insegurança econômica se somam e se associam temores em relação à imigração. Nesse contexto, o populismo nacionalista xenófobo e negacionista tem produzido respostas equivocadas, mas com crescente apelo eleitoral. Também na América Latina, as forças democráticas de centro e centro-esquerda estão na defensiva. É o que se vê no Chile, por exemplo, onde o governo de Gabriel Boric, que se abriu à social-democracia depois de muitos tropeços iniciais, se encontra com popularidade em baixa, enquanto a direita pura e dura ganha terreno na sociedade e na política. Na região, a insegurança econômica também está presente, embora não exatamente nos mesmos termos. À diferença da Europa, porém, a insegurança em relação à vida e à propriedade, provocada pela criminalidade endêmica e organizada, tem peso muito maior. No Brasil, o governo Lula busca se equilibrar entre forças contraditórias. De um lado, vê-se obrigado a construir maioria parlamentar num Congresso conservador no qual o espaço da política local baseado em emendas parlamentares ocupa a maior parte da barganha política e do já exíguo espaço orçamentário não carimbado por despesas obrigatórias. De outro, tem de lidar com o próprio partido do presidente, em que predominam uma visão míope de curto prazo e ideias gastas sobre as virtudes intrínsecas – não importando onde, como e quando – de maior gasto público e intervenção estatal. Consideradas essas dificuldades, que estreitam o raio de manobra para programas e reformas de maior fôlego e abrangência, penso que o governo Lula não vai mal. Ainda assim, os riscos de insucesso e suas graves consequências políticas não devem ser minimizados. A alternativa provável a um governo heterogêneo e contraditório como o atual não é o dos sonhos dos liberais progressistas e socialdemocratas tupiniquins, entre os quais me incluo. Como mostram Felipe Nunes e Thomas Traumann no recém-lançado Biografia do Abismo: como a polarização divide famílias, desafia empresas e compromete o futuro do Brasil, livro publicado pela Harper Collins, a polarização entre o “lulismo” e o “bolsonarismo”, mesmo sem Bolsonaro, dá sinais de se ossificar. Essa ossificação impõe dois desafios. De um lado, trabalhar politicamente para construir uma alternativa à polarização mesmo que seja, no nível nacional, para depois de 2026. De outro, aprofundar o aprendizado de fazer política no interior de frentes amplas, sob pena de ver avançar uma direita sem escrúpulos democráticos e civilizatórios. Não é fácil fazer as duas coisas, mas é necessário. A presença no governo Lula de políticos não petistas de expressão nacional, como o vicepresidente Geraldo Alckmin e as ministras Simone Tebet e Marina Silva, indica que o aprendizado está sendo feito do lado de fora do partido. Mas e dentro do PT? Voltados para o seu próprio umbigo, velhas crenças e interesses de curto prazo, os “companheiros” não parecem saber em que mundo estão vivendo, a julgar pela esdrúxula manifestação de sua mais recente “conferência eleitoral”. *Diretor-Geral da Fundação FHC, é membro do Gacint-USP. _________________________________________________________________________________________________________ ----------- Globeleza Jorge Aragão Vinheta Globeleza(1994) Globeleza Lá vou eu, lá vou eu Hoje a festa é na avenida No carnaval da globo Feliz eu tô de bem Com a vida vem amor Vem...deixa o meu samba te levar Vem nessa pra gente brincar Pra embalar a multidão Sai pra lá solidão Vem Vem Vem Vem.....pra ser feliz Eu tô no ar tô Globeleza Eu tô que tô legal Na tela da TV no meio desse povo A gente vai se ver na Globo Na tela da TV no meio desse povo A gente vai se ver na Globo _________________________________________________________________________________________________________ ----------- ------------ Carlos Lyra | MPBambas Canal Brasil 21 de dez. de 2023 #CanalBrasil #Entrevista #TBT Carlos Eduardo Lyra Barbosa foi um cantor, compositor e violonista brasileiro. Junto com Roberto Menescal, era uma das figuras jovens da bossa nova. Fez parte de uma bossa nova mais ativista, propondo o retorno do ritmo às suas raízes no samba. Nessa entrevista com Tárik de Souza o músico destaca suas parcerias com João Bosco, Tom Jobim, Vinícius de Moraes e muitos outros. _________________________________________________________________________________________________________ -----
---------- Qual a diferença entre povo e cidadão? No conceito de povo estão incluídos os brasileiros natos e naturalizados. Distingue-se do conceito de população, pois neste incluem-se, além dos natos e naturalizados, os estrangeiros e os apátridas. O cidadão, por sua vez, é a pessoa que goza de direitos políticos. ----------
----------- O que é o conceito de povo? Na expressão de sentido político, povo são as pessoas (indivíduos) que com-vivem em um determinado espaço físico sob um sistema de organização política e adminis- trativa. ----------
---------- O que é o conceito de cidadania? Segundo Dalmo de Abreu Dallari: “A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo”. Colocar o bem comum em primeiro lugar e atuar sempre que possível para promovê-lo é dever de todo cidadão responsável. ---------
--------- Qual a diferença entre o conceito de povo e nação? Um povo pode ser formado por uma ou várias nações. A NAÇÃO é um grupo de pessoas que possuem a mesma identidade cultural, as mesmas referências culturais e históricas, possuem laços em comum, a mesma ancestralidade, os mesmos hábitos culinários, os mesmos gostos musicais, por exemplo. _________________________________________________________________________________________________________

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