Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sexta-feira, 14 de outubro de 2022
TRADE-OFF OU TRADE OFF
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Penso, logo duvido
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sexta-feira, 14 de outubro de 2022
José de Souza Martins* - A terceira via popular e oculta
Eu & Fim de Semana / Valor Econômico
Pelos resultados do primeiro turno, a hipótese da terceira via não foi vencida
O primeiro turno das eleições confirmou a polarização política que setores de uma corrente centrista e antilulista buscaram superar com a tentativa tardia de encontrar uma terceira via para os nossos impasses políticos. Queriam, também, livrar-se de Bolsonaro e do bolsonarismo, das incertezas quanto aos rumos da sociedade brasileira em decorrência de uma orientação política sectária e intolerante. E de uma orientação econômica que agravou as carências sociais, da insegurança alimentar à irresponsabilidade do modo como foi tratado o problema da covid-19.
Pelos resultados da votação, a hipótese da terceira via não foi vencida. As primeiras pesquisas de opinião eleitoral já indicavam que Lula aparecia como uma opção popular de terceira via alternativa.
Lula comparece às eleições como o candidato de possibilidades objetivas, que dependem de mediações complexas para chegar à consciência do eleitor e da pessoa comum. Ele é interpretado como um vir a ser.
Já Bolsonaro é visto como o que tem sido e é, o antes e não o depois. Comparece ao pleito como refém de seu mandato e da visibilidade de uma personalidade que se mostrou radical, intolerante, transgressora de valores do bem comum, das normas da democracia e das prescrições do mandato que recebeu.
Mas a vitória de Lula por mais de 6 milhões de votos sobre Bolsonaro, na eleição do dia 2, indica o país ainda polarizado. Bolsonaro continua bolsonarista e parece ter tocado o teto de suas possibilidades. Dos dois candidatos, as circunstâncias sugerem ser Lula o que personifica um campo relativamente aberto à assimilação de propostas complementares e inovadoras às de suas concepções de governo. Depende da consciência que desenvolver desse chamamento.
Bolsonaro e seu governo expuseram suas invisibilidades e ocultações na deplorável reunião de 22 de abril de 2020, um governo que teima na prática da iniquidade social e no oportunismo de aproveitar a desatenção gerada pela pandemia para deixar passar a boiada das transgressões.
Elas indicam que o confronto se expressará na disputa entre personificações alternativas de dois destinos sociais, políticos e econômicos antagônicos. Estamos numa encruzilhada, entre civilização e barbárie.
Nela, o país se defronta com os efeitos políticos da promiscuidade de três variantes de capitalismo articuladas e contraditórias, que ao longo de nossa história têm se alimentado reciprocamente. Uma é a do capitalismo do típico e mais evoluído empresário capitalista, o empresário industrial, o empresário socialmente criativo e economicamente inovador, que se expressa nas novas tendências de pensamento econômico crítico.
Uma segunda variante é a do agronegócio e do domínio da economia pelas commodities. Esse ramo não tem o potencial de criação produtiva e social da economia industrial. É mediado pela renda fundiária, cujos custos introduzem na economia a irracionalidade de uma fonte especulativa de lucro, a terra. Pela destinação da produção ao mercado externo, o mercado interno preterido com a elevação do custo dos alimentos na reprodução da força de trabalho, o que afeta o capital industrial.
Há ainda, aqui, um subcapitalismo residual de acumulação primitiva, que, entre nós, se expandiu e ainda se expande, territorialmente, por meio da violência de um novo trabalho escravo, no processo de implantação de novas fazendas, por meio da devastação ambiental, da violência étnica contra as populações indígenas, tanto as já conhecidas quanto as ainda não contatadas, da grilagem de terras e da expulsão das populações de posseiros de sua terra de trabalho. Uma larga criminalidade fundiária foi característica do período do regime militar, expressa nesses traços anômalos da expansão territorial da economia, e persiste.
A reunião de governo Bolsonaro, no dia 22 de abril de 2020, foi voz e expressão dos resíduos desse período da história do Estado brasileiro e indica a força do poder do atraso que compôs a contraface do Estado militar e autoritário.
Estas eleições não decidirão entre candidatos de perfis opostos, entre Lula e Bolsonaro. Decidirão entre um modelo capitalista de desenvolvimento econômico e industrial com desenvolvimento social, e um modelo subcapitalista e rentista associado a uma pobreza anômica e anticapitalista.
Em consequência dessa combinação de arcaico e moderno na economia e na sociedade e seus desdobramentos no poder, a eleição de 30 de outubro poderá ser a última chamada do povo para começar a remover os fatores da injustiça do atraso e da minimização da condição humana entre nós. Última chance para este capitalismo livrar-se de suas irracionalidades políticas, econômicas e sociais.
*José de Souza Martins é sociólogo. Professor Emérito da Faculdade de Filosofia da USP. Professor da Cátedra Simón Bolivar, da Universidade de Cambridge, e fellow de Trinity Hall (1993-94). Pesquisador Emérito do CNPq. Membro da Academia Paulista de Letras. Entre outros livros, é autor de "As duas mortes de Francisca Júlia - A Semana de Arte Moderna antes da semana" (Editora Unesp, 2022).
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Datafolha: 51% dizem não votar em Bolsonaro de jeito nenhum; Lula é rejeitado por 46%
O instituto ouviu 2.898 pessoas, nos dias 13 e 14 de outubro, em 180 municípios de todas as regiões do país.
Por g1
14/10/2022 18h06 Atualizado há uma hora
Lula (PT) e Bolsonaro (PL). — Foto: Reprodução
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Lula (PT) e Bolsonaro (PL). — Foto: Reprodução
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Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (14), contratada pela Globo e pela “Folha de S.Paulo”, aponta que mais da metade do eleitorado (51%) não votaria no presidente Jair Bolsonaro (PL) de jeito nenhum. Os que dizem não votar em Lula (PT) são 46%.
PÁGINA ESPECIAL: Veja todos os números da nova pesquisa Datafolha
PESQUISA ELEITORAL: entenda como funciona e como ler os resultados
Em relação ao levantamento passado, divulgado em 7 de outubro, o cenário sofreu duas alterações dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos: o número de pessoas que disse que votará com certeza em Lula passou de 47% para 48% e os que não sabem de 1% para 0%.
Segundo o instituto, 48% dos eleitores rejeitam somente Bolsonaro, ante 42% que rejeitam somente Lula. Uma parcela de 3% do eleitorado rejeita os dois candidatos, enquanto 6% não rejeitam nenhum dos dois. Os números deste levantamento são iguais aos da pesquisa passada.
8 vídeos
Por que as pesquisas nem sempre acertam?
Por que eu nunca fui entrevistado numa pesquisa eleitoral e nem conheço alguém que foi?
Foram entrevistadas 2.898 pessoas em 180 municípios entre os dias 13 e 14 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com índice de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-01682/2022.
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A guerra nada santa de Bolsonaro
O Assunto
DATAFOLHA
JAIR BOLSONARO
LULA
PL
PT
https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2022/pesquisa-eleitoral/noticia/2022/10/14/datafolha-51percent-dizem-nao-votar-em-bolsonaro-de-jeito-nenhum-lula-e-rejeitado-por-46percent.ghtml
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Nas entrelinhas: A disputa pela direção intelectual e moral da sociedade
Publicado em 14/10/2022 - 06:36 Luiz Carlos Azedo
Comunicação, Congresso, Economia, Eleições, Ética, Governo, Guerra, Justiça, Lava-Jato, Literatura, Memória, Partidos, Política, Política, Religião
Juridicamente, a Operação Lava-Jato morreu de morte matada, mas a questão ética está vivíssima em termos eleitorais, como comprova a eleição do ex-juiz Sergio Moro ao Senado, pelo Paraná
Um dos organizadores da edição brasileira dos Cadernos do Cárcere, de Antônio Gramsci, sob a liderança de Carlos Nelson Coutinho e a participação de Luiz Sérgio Henriques (obra que acaba de ser reeditada pela Editora Civilização Brasileira), o cientista político e professor livre docente da Universidade Estadual Paulista (UNESP) Marco Aurélio Nogueira, a propósito da coluna publicada ontem, intitulada Guerra de posições, fez observações muito pertinentes sobre a disputa pela direção intelectual e moral da sociedade.
Transcrevo a seguir seus comentários sobre a disputa entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) nesse terreno: “Você usa o conceito de direção intelectual e moral, que é utilíssimo na formulação da hegemonia. Mas acho que não está certo falar que ‘o segundo turno das eleições opõe, de um lado, o domínio político do governo Bolsonaro e, de outro, a direção intelectual e moral da sociedade protagonizada pela oposição liderada por Lula’. Você acrescenta que ‘Quem conseguir juntar domínio, pela via eleitoral, e direção, exercendo o poder, governará o país pelos próximos quatro anos’. E mais: ‘O chefe do Executivo já tem o domínio, mas perdeu a direção moral, que tenta recuperar'”.
Depois desse resumo, Nogueira comenta: “Duas coisas me vieram à mente. (1) Bolsonaro não perdeu a direção intelectual e moral: 50% dos eleitores estão com ele e o seguem justamente como ‘dirigente’. (2) Lula está disputando essa direção, mas ainda não a tem. Numa eleição, vence quem dirige, não quem domina. E o poder é uma situação típica de domínio, não necessariamente de direção. Quem exercer o poder pode dirigir também, mas desde que busque fazer isso, não automaticamente. Por isso, Gramsci fala que antes de se chegar ao poder, seria conveniente que se tratasse de conquistar a direção”.
São observações que ilustram a complexidade do cenário eleitoral, no qual Bolsonaro, neste segundo turno, estabeleceu como eixo de campanha exatamente a disputa pela “direção moral” da sociedade, com uma estratégia na qual empunha as bandeiras da ética, da família unicelular patriarcal, da fé em Deus e da liberdade individual. Com isso, conseguiu reduzir a vantagem de Lula no primeiro turno, que mantinha uma liderança folgada até às vésperas da votação.
Senso comum
Bolsonaro estruturou sua campanha em torno dessas bandeiras e organizou uma base política orgânica nas redes sociais, que tem revelado grande poder de mobilização e protagoniza a radicalização política e ideológica na sociedade desde as eleições de 2018. O uso de fake news para aumentar a rejeição de Lula e reduzir a sua própria vem sendo recorrente na campanha do presidente, mas isso não elimina, e até reforça, o fato de que ancora seus ataques ao petista no senso comum da população, que é majoritariamente conservador.
Conversando sobre isso, Nogueira chamou-me a atenção para o fato de que a campanha de Lula está focada, principalmente, na comparação dos resultados econômicos de seus dois mandatos com os de Bolsonaro, que pleiteia a reeleição. Ou seja: o petista privilegia o terreno das questões econômicas. Até agora, vem tendo sucesso ao escolher esse terreno de batalha, porém, é inegável que as ações do governo para melhorar o ambiente econômico estão influenciando os eleitores, como comprovam as pesquisas, que mostram redução da rejeição de Bolsonaro e da desaprovação de seu governo. Isso limita o peso da economia na decisão de voto.
É bom lembrar que o governo é a forma mais concentrada de poder e Bolsonaro não tem o menor pudor em utilizar a máquina federal para alavancar sua candidatura. O fato de estar no poder, ou seja, numa situação de domínio, é uma vantagem estratégica na campanha eleitoral dos que concorrem à reeleição, porque controla estruturas capazes de mudar a correlação de forças eleitorais. Mas, no caso de Bolsonaro, isso ocorre de forma sem precedentes, devido à aprovação do “estado de emergência” pelo Congresso, que possibilita a realização de gastos e outras ações governamentais em plena campanha eleitoral.
Nesse cenário, o que pode fazer a diferença é a tal capacidade de liderança intelectual e moral da sociedade. Lula chegou a exercê-la, em razão da alta rejeição de Bolsonaro, até o resultado das urnas em 2 de outubro. Já no primeiro turno, revelou dificuldades nos debates para lidar com as agendas negativas do mensalão e do petrolão. Juridicamente, a Operação Lava-Jato morreu de morte matada, mas a questão ética está vivíssima em termos eleitorais, como comprova a eleição do ex-juiz Sergio Moro ao Senado, pelo Paraná. Esse é o maior obstáculo a ser enfrentado por Lula no segundo turno contra Bolsonaro.
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Tua consciência teu juízo!
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sexta-feira, 14 de outubro de 2022
José de Souza Martins* - A terceira via popular e oculta
Eu & Fim de Semana / Valor Econômico
Pelos resultados do primeiro turno, a hipótese da terceira via não foi vencida
O primeiro turno das eleições confirmou a polarização política que setores de uma corrente centrista e antilulista buscaram superar com a tentativa tardia de encontrar uma terceira via para os nossos impasses políticos. Queriam, também, livrar-se de Bolsonaro e do bolsonarismo, das incertezas quanto aos rumos da sociedade brasileira em decorrência de uma orientação política sectária e intolerante. E de uma orientação econômica que agravou as carências sociais, da insegurança alimentar à irresponsabilidade do modo como foi tratado o problema da covid-19.
Pelos resultados da votação, a hipótese da terceira via não foi vencida. As primeiras pesquisas de opinião eleitoral já indicavam que Lula aparecia como uma opção popular de terceira via alternativa.
Lula comparece às eleições como o candidato de possibilidades objetivas, que dependem de mediações complexas para chegar à consciência do eleitor e da pessoa comum. Ele é interpretado como um vir a ser.
Já Bolsonaro é visto como o que tem sido e é, o antes e não o depois. Comparece ao pleito como refém de seu mandato e da visibilidade de uma personalidade que se mostrou radical, intolerante, transgressora de valores do bem comum, das normas da democracia e das prescrições do mandato que recebeu.
Mas a vitória de Lula por mais de 6 milhões de votos sobre Bolsonaro, na eleição do dia 2, indica o país ainda polarizado. Bolsonaro continua bolsonarista e parece ter tocado o teto de suas possibilidades. Dos dois candidatos, as circunstâncias sugerem ser Lula o que personifica um campo relativamente aberto à assimilação de propostas complementares e inovadoras às de suas concepções de governo. Depende da consciência que desenvolver desse chamamento.
Bolsonaro e seu governo expuseram suas invisibilidades e ocultações na deplorável reunião de 22 de abril de 2020, um governo que teima na prática da iniquidade social e no oportunismo de aproveitar a desatenção gerada pela pandemia para deixar passar a boiada das transgressões.
Elas indicam que o confronto se expressará na disputa entre personificações alternativas de dois destinos sociais, políticos e econômicos antagônicos. Estamos numa encruzilhada, entre civilização e barbárie.
Nela, o país se defronta com os efeitos políticos da promiscuidade de três variantes de capitalismo articuladas e contraditórias, que ao longo de nossa história têm se alimentado reciprocamente. Uma é a do capitalismo do típico e mais evoluído empresário capitalista, o empresário industrial, o empresário socialmente criativo e economicamente inovador, que se expressa nas novas tendências de pensamento econômico crítico.
Uma segunda variante é a do agronegócio e do domínio da economia pelas commodities. Esse ramo não tem o potencial de criação produtiva e social da economia industrial. É mediado pela renda fundiária, cujos custos introduzem na economia a irracionalidade de uma fonte especulativa de lucro, a terra. Pela destinação da produção ao mercado externo, o mercado interno preterido com a elevação do custo dos alimentos na reprodução da força de trabalho, o que afeta o capital industrial.
Há ainda, aqui, um subcapitalismo residual de acumulação primitiva, que, entre nós, se expandiu e ainda se expande, territorialmente, por meio da violência de um novo trabalho escravo, no processo de implantação de novas fazendas, por meio da devastação ambiental, da violência étnica contra as populações indígenas, tanto as já conhecidas quanto as ainda não contatadas, da grilagem de terras e da expulsão das populações de posseiros de sua terra de trabalho. Uma larga criminalidade fundiária foi característica do período do regime militar, expressa nesses traços anômalos da expansão territorial da economia, e persiste.
A reunião de governo Bolsonaro, no dia 22 de abril de 2020, foi voz e expressão dos resíduos desse período da história do Estado brasileiro e indica a força do poder do atraso que compôs a contraface do Estado militar e autoritário.
Estas eleições não decidirão entre candidatos de perfis opostos, entre Lula e Bolsonaro. Decidirão entre um modelo capitalista de desenvolvimento econômico e industrial com desenvolvimento social, e um modelo subcapitalista e rentista associado a uma pobreza anômica e anticapitalista.
Em consequência dessa combinação de arcaico e moderno na economia e na sociedade e seus desdobramentos no poder, a eleição de 30 de outubro poderá ser a última chamada do povo para começar a remover os fatores da injustiça do atraso e da minimização da condição humana entre nós. Última chance para este capitalismo livrar-se de suas irracionalidades políticas, econômicas e sociais.
*José de Souza Martins é sociólogo. Professor Emérito da Faculdade de Filosofia da USP. Professor da Cátedra Simón Bolivar, da Universidade de Cambridge, e fellow de Trinity Hall (1993-94). Pesquisador Emérito do CNPq. Membro da Academia Paulista de Letras. Entre outros livros, é autor de "As duas mortes de Francisca Júlia - A Semana de Arte Moderna antes da semana" (Editora Unesp, 2022).
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sexta-feira, 14 de outubro de 2022
Simon Schwartzman* - Os trens de Mussolini
O Estado de S. Paulo
O que está em disputa hoje é quem defende ou trabalha para romper o consenso sobre os direitos humanos e o regime democrático.
Lembro-me como se fosse hoje. Era aluno num conhecido ginásio em Belo Horizonte, e, entre uma aula e outra, numa roda de conversa, o professor de Filosofia, ex-integralista, falava entusiasmado sobre as vantagens do fascismo. Eu ouvia espantado, e disse que não poderia concordar com aquilo, que eu vinha de uma família judia e muitos meus familiares haviam sido assassinados nos campos de concentração. “Ah, entendo”, disse o professor, “então você tem um problema pessoal com isso”.
Eram os anos da guerra fria, em que os Estados Unidos e a União Soviética e seus seguidores disputavam não somente a hegemonia internacional, mas também o lugar de quem melhor encarnava os valores dos que haviam se unido para conter o monstro do nazifascismo, proclamados na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Os Estados Unidos e a Europa Ocidental empunhavam as bandeiras da democracia, liberdades individuais e direito à propriedade, e a União Soviética, as bandeiras do fim da pobreza, desigualdade e exploração.
Dos dois lados, havia os que acreditavam firmemente em suas bandeiras e apontavam o dedo para as violações cotidianas desses direitos feitas pelo outro. Mas havia também os que viam como, em ambos, a lógica do poder e de defesa dos interesses estabelecidos muitas vezes se sobrepunha ao discurso humanitário. Na União Soviética, os últimos vestígios da democracia participativa haviam sido enterrados pelos expurgos de Stalin, e nos Estados Unidos os princípios da liberdade e igualdade eram violados diariamente pela persistência da desigualdade social e do racismo. Internacionalmente, a União Soviética impunha com mão de ferro seu poder sobre a Europa Oriental, e os Estados Unidos, em nome da luta contra o comunismo e para defender os interesses de suas companhias, apoiavam as ditaduras latino-americanas e os remanescentes do colonialismo na África e na Ásia, muitas vezes de forma sangrenta, como no Vietnã.
Para quem pensava que o mais importante era a promessa dos direitos sociais, as restrições à democracia e aos direitos humanos nos regimes socialistas eram vistas como “erros”, pequenos pecados que poderiam ser eventualmente corrigidos, ou inevitáveis na luta contra os inimigos e por um mundo melhor. Do outro lado, para quem valorizava sobretudo a liberdade econômica e os direitos civis, a pobreza e o apoio a ditaduras totalitárias eram também descontados como problemas circunstanciais, que eventualmente seriam resolvidos num regime de liberdade política e econômica. E havia os que concluíam que, no fundo, todos eram cínicos, a única coisa que realmente importava era a disputa pelo poder político e econômico, e que os discursos dos direitos humanos não passavam de um amontoado vazio de palavras.
Esta disputa entre valores, e de regimes políticos que dão mais ênfase a umas partes do que outras dos direitos humanos, marcou o mundo ao longo do século 20 e só foi interrompida pela novidade do nazifascismo, que foi além do cinismo e passou a incorporar como valores a guerra, a xenofobia, a violência, o racismo e a discriminação. Era uma doutrina que se dizia inspirar em supostas tradições, identidades e sentimentos mais profundos dos povos, muitas vezes de cunho religioso, diante dos quais os discursos sobre valores e direitos, e a própria racionalidade abstrata das ciências sociais e naturais, cultivadas, segundo eles, pelas elites cosmopolitas, perdiam sentido.
A História mostrou o horror e o desastre criados por essa doutrina, e os importantes resultados trazidos pela liberdade política e econômica e pelos movimentos em prol dos direitos sociais. É inegável que hoje, em todo o mundo e no agregado, existe menos pobreza, miséria e opressão do que cem anos atrás, e que estamos muito mais próximos dos ideais dos direitos humanos do que jamais estivemos. Mas a distância ainda é grande, mais para determinados grupos e povos do que para outros, e o próprio progresso gera expectativas que acabam se transformando em frustração e ressentimento.
É esse o caldo de cultura para o ressurgimento das doutrinas fascistas e autoritárias, de valorização da violência, xenofobia e ataque às instituições da democracia liberal. Mussolini, afinal, fez os trens italianos andarem no horário, e o nazismo tirou a Alemanha da depressão dos tempos da República de Weimar. Será que isso não é mais importante, como pensava meu professor de Filosofia, do que a retórica da ética e dos direitos?
É assim, também, que raciocinam muitos dos que hoje, no Brasil, não dão maior importância ao crescimento da extrema direita e a alimentam como a maneira mais prática de conseguir determinados resultados. Mas o que está principalmente em disputa não é saber quem é mais ou menos corrupto, ou quem dá mais prioridade à liberdade econômica ou aos direitos sociais, e sim quem defende ou quem trabalha para romper o consenso sobre os direitos humanos e o regime democrático, que, bem ou mal, nos trouxeram até aqui. Eu tenho, sim, um problema pessoal com isso, e espero que não seja só meu.
*Sociólogo, é membro da Academia Brasileira de Ciências
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Significado de Trade-off
O que é Trade-off:
Trade-off ou tradeoff é uma expressão em inglês que significa o ato de escolher uma coisa em detrimento de outra e muitas vezes é traduzida como "perde-e-ganha".
O trade-off implica um conflito de escolha e uma consequente relação de compromisso, porque a escolha de uma coisa em relação à outra, implica não usufruir dos benefícios da coisa que não é escolhida. Isso implica que para que aconteça o trade-off, elemento que faz a escolha deve conhecer os lados positivos e negativos das suas oportunidades.
Estamos perante um cenário de trade-off quando é preciso sacrificar alguma coisa para obter um bem maior, o que muitas vezes causa um tipo de dilema.
Um trade-off pode ocorrem em várias situações da vida. Por exemplo, um carro que é mais pesado tem mais estabilidade e segurança, mas em princípio perde velocidade e consome mais combustível. Assim, um aspecto positivo é perdido mas outros são adquiridos. O mesmo acontece no caso do atletismo, porque se um atleta escolhe correr a maratona, ele não terá sucesso se quiser competir nos 100 metros, porque a sua estrutura fisiológica estará adaptada para participar na maratona. Neste último caso, o atleta decide trocar os 100 metros pela maratona.
Trade-off na Economia
No âmbito da economia, a expressão trade-off é muitas vezes descrita como custo de oportunidade, pois representa o que uma pessoa deixa de usufruir de uma coisa por ter escolhido outra.
Um tema relacionado com isto é a Curva de Phillips, que indica que algumas políticas econômicas de diminuir a taxa de desemprego implicaria um aumento da taxa de inflação.
Trade-off na Logística
Na logística, um trade-off implica um custo para uma determinada empresa, porque tem que investir para melhorar vários aspectos do negócio (como equipamentos, formação de trabalhadores, melhorar as estruturas e os transportes, etc.). Apesar disso, esse trade-off vai compensar no médio e longo prazo, porque vai possibilitar o crescimento da organização e o aumento da sua lucratividade.
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Trade off é um phrasal verb muito comum. Ele pode ter dois sentidos, que são exatamente aqueles dos verbos “trocar” e “revezar”, da maneira que os usamos em português.
Mas existe também o famoso adjetivo trade-off (sempre com hífen), o qual significa “equilíbrio”, “compensação”. Um trade-off, em outras palavras, é um arranjo que tenta conciliar duas coisas/fatores que se opõem de algum modo.
Veremos uma série de exemplos de trade off e de trade-off em contexto. Basta usar as traduções disponíveis para compreender, e em seguida ler e ouvir as frases várias vezes. Para obter uma memorização eficaz do que estudou, recomendamos também o Anki, um fantástico programa de revisão. O Anki nos ajuda a memorizar vocabulário de forma muito eficiente. Veja o tutorial completo do Anki para saber mais.
1 – Confira exemplos de trade-off, cujas traduções são “equilíbrio” e” “compensação”:
A trade-off between objectivity and relevance.
Um equilíbrio entre objetividade e relevância.
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The decision comes down to a trade-off between features and portability.
A decisão se resume a um equilíbrio entre funcionalidades e portabilidade.
(O phrasal verb “comes down to” significa literalmente “vem abaixo para”, mas o sentido real é “se resume a”. Veja o post completo de “come down to”.)
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There is a trade-off between doing the job accurately and doing it quickly.
Há um equilíbrio entre fazer o trabalho com precisão e fazê-lo rapidamente.
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She said that she’d had to make a trade-off between her job and her family.
Ela disse que ela havia tido de alcançar um equilíbrio entre seu trabalho e sua família.
(“make” é “fazer”, normalmente, mas no contexto de “make a trade-off”, o sentido transmitido pode ser traduzido como “alcançar um equilíbrio” ou “fazer uma troca/intercâmbio”.)
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For some car buyers, lack of space is an acceptable trade-off for a sporty design.
Para alguns compradores de carro, a falta de espaço é uma compensação aceitável por um design esportivo.
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2 – Agora, exemplos de trade off como “trocar”:
I get up early and trade off sleep for exercise.
Eu levanto-me cedo e troco sono por exercício.
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The bandwidth is traded off for energy whenever possible.
A largura de banda é trocada por energia, sempre que possível.
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They traded off a positive rate of inflation for a lower unemployment rate.
Eles trocaram uma taxa de inflação positiva por uma menor taxa de desemprego.
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You may end up trading job security off for more money.
Você pode acabar trocando segurança de emprego por mais dinheiro.
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They were willing to trade off some vacation for the freedom to work flexible hours.
Eles estavam dispostos a trocar um pouco das férias pela liberdade de trabalhar com horas flexíveis.
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The government traded off economic advantages for political gains.
O governo trocou vantagens econômicas por ganhos políticos.
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I played the game for about a week before trading it off for something more to my liking.
Eu joguei o jogo por aproximadamente uma semana, antes de trocá-lo por algo mais do meu gosto.
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3 – Por fim, trade off como “revezar” — esse sentido é bem menos comum de se ver do que o anterior:
The two traded off every two or three songs.
Os dois revezavam a cada duas ou três músicas.
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My roommate and I trade off washing the dishes.
Meu colega de quarto e eu revezamos lavar as louças.
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The two teams traded off with each other several years for first place in the football league.
Os dois times revezaram um com o outro durante vários anos, pelo primeiro lugar na liga de futebol.
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Chegamos ao final. Se curtiu o post, lembre-se de compartilhar. Qualquer dúvida ou sugestão, comente abaixo e até mais!
https://www.mairovergara.com/trade-off-o-que-significa-este-phrasal-verb/
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Suno
Trade off: o que é? Entenda esse importante conceito econômico
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Significado de Trade-off
O que é Trade-off:
Trade-off ou tradeoff é uma expressão em inglês que significa o ato de escolher uma coisa em detrimento de outra e muitas vezes é traduzida como "perde-e-ganha".
O trade-off implica um conflito de escolha e uma consequente relação de compromisso, porque a escolha de uma coisa em relação à outra, implica não usufruir dos benefícios da coisa que não é escolhida. Isso implica que para que aconteça o trade-off, elemento que faz a escolha deve conhecer os lados positivos e negativos das suas oportunidades.
Estamos perante um cenário de trade-off quando é preciso sacrificar alguma coisa para obter um bem maior, o que muitas vezes causa um tipo de dilema.
Um trade-off pode ocorrem em várias situações da vida. Por exemplo, um carro que é mais pesado tem mais estabilidade e segurança, mas em princípio perde velocidade e consome mais combustível. Assim, um aspecto positivo é perdido mas outros são adquiridos. O mesmo acontece no caso do atletismo, porque se um atleta escolhe correr a maratona, ele não terá sucesso se quiser competir nos 100 metros, porque a sua estrutura fisiológica estará adaptada para participar na maratona. Neste último caso, o atleta decide trocar os 100 metros pela maratona.
Trade-off na Economia
No âmbito da economia, a expressão trade-off é muitas vezes descrita como custo de oportunidade, pois representa o que uma pessoa deixa de usufruir de uma coisa por ter escolhido outra.
Um tema relacionado com isto é a Curva de Phillips, que indica que algumas políticas econômicas de diminuir a taxa de desemprego implicaria um aumento da taxa de inflação.
Trade-off na Logística
Na logística, um trade-off implica um custo para uma determinada empresa, porque tem que investir para melhorar vários aspectos do negócio (como equipamentos, formação de trabalhadores, melhorar as estruturas e os transportes, etc.). Apesar disso, esse trade-off vai compensar no médio e longo prazo, porque vai possibilitar o crescimento da organização e o aumento da sua lucratividade.
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https://www.significados.com.br/trade-off/
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Exemplos de justificativa de TCC
A preparação da justificativa é um dos pontos iniciais na elaboração do TCC. Nela, o aluno tem a oportunidade de mostrar para o orientador a importância do trabalho e a sua relevância para a área escolhida.
Para ilustrar melhor o assunto, reunimos abaixo 3 exemplos de justificativas que podem seguir como guia na elaboração da sua:
Exemplo 01
"A reflexão acerca da efetividade do processo penal na persecução do crime de redução a condição análoga à de escravo, previsto no artigo 149 do Código Penal Brasileiro, é de urgente e extrema importância.
Ainda hoje, em 2018, centenas de pessoas vivem em condições de escravidão no Brasil. Essa realidade decorre de diversos fatores: altíssima concentração de renda, precariedade da educação, dificuldades geográficas e ineficiência das ferramentas processuais para combater o crime. Essas dificuldades resultam em estatísticas inaceitáveis de impunidade.
Com o objetivo de atrair atenção para o tema, o trabalho apontará as falhas e incoerências do modelo processual atual para lidar com a escravidão contemporânea, ao mesmo tempo em que sugere modificações legais aplicáveis de forma realista."
Nos moldes do exemplo 01, a problemática do trabalho pode ser contextualizada no cenário nacional como um todo. Note que a justificativa acima demonstrou, em ordem: apresentação do tema, relevância e urgência do assunto e, por último, o conteúdo que será abordado no trabalho.
Exemplo 02
"As visualidades urbanas podem ser estudadas em várias áreas do conhecimento, como na arquitetura, sociologia, antropologia, design, artes e, sendo um tema complexo, pode ser analisado sob diversos aspectos: socioeconômicos, tipologias, grafismos, edificações, etc. Por se tratar de um estudo de estética contemporânea, o tema precisa receber maior atenção e ser devidamente explorado.
São Paulo possui inúmeras amostras de visualidades urbanas que evidenciam o ponto de vista dos seus moradores em relação a mesma. Elas partem de uma necessidade de adaptação ao local em que se habita, autoafirmação, envolvimento com o cenário local e reivindicação, sentimentos compartilhados pelos residentes locais como um todo. Por esse motivo, é relevante que se estude a presença de intervenções urbanas para que se entenda como elas partem das margens da sociedade para a metrópole.
Nesse contexto, o trabalho mostrará como o estudo do tema pode ser aplicado na área da moda a fim de que se crie um produto que traduza os elementos urbanos locais, valorizando a cultura da região e criando um sentimento de identificação entre o consumidor e o produto."
O exemplo 02 justificou a relevância do trabalho à nível local (no caso, São Paulo). Perceba que a estrutura da justificativa não é a mesma do exemplo 01. Nesta, o autor preferiu contextualizar o assunto no decorrer de dois parágrafos e, só no último parágrafo, apresentar o tema.
Exemplo 03
"Ao observar a lacuna existente na exploração acadêmica do design de superfície, bem como a exploração limitada da arte rupestre na área de criação do design, notou-se a viabilidade de elaborar um projeto de pesquisa com ênfase na disseminação do conhecimento sobre arte rupestre e seu potencial de inspiração a diversas áreas do design, neste especificamente, o design de superfície.
Além destas lacunas que geraram a oportunidade do projeto, existe a motivação pessoal da autora, descendente das comunidades quilombolas de Monte Alegre e admiradora incontestável de todo o rico material cultural enraizado na história paraense.
O projeto tem por foco, portanto, representar a estética dos grafismos rupestres Monte Alegrenses analisados durante a pesquisa e aplicá-la a uma coleção de estampas contínuas, visando à disseminação tanto do tema arte rupestre, quanto dos conceitos estabelecidos até o momento sobre design de superfície.
Como um incentivo a mais que ratifica a importância do projeto, observou-se que este é pioneiro a abordar características dos desenhos rupestres aplicados ao design de superfície na Universidade do Estado do Pará, o que pode incentivar outros alunos a explorarem mais o tema, assim como os demais ligados à cultura paraense."
O exemplo 03 demonstra um caso que muitas vezes é desconhecido pelos alunos. A relevância do trabalho pode ser de aspecto pessoal ou institucional. É claro, no entanto, que o trabalho ainda deve ser contextualizado no âmbito do curso e contribuir para o tema, mas, conforme o exemplo acima, nada impede de que a justificativa do trabalho seja de cunho pessoal.
Como fazer uma justificativa de TCC
Considerando que não existe norma da ABNT que estabeleça regras sobre a justificativa, o aluno pode utilizar a estrutura que desejar. No entanto, é importante atentar a estes elementos essenciais que qualquer orientador espera ver em uma justificativa:
aponte os aspectos positivos do trabalho
enalteça a contribuição do trabalho para o tema
mencione brevemente (sem aprofundar) os melhores argumentos do trabalho
eventualmente, exponha as consequências negativas que a falta de reflexão sobre o assunto abordado pode causar
esclareça todos esses pontos de forma direta e coesa
Veja também:
Exemplos de Formatação pelas Regras e Normas da ABNT para trabalhos acadêmicos
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https://www.significados.com.br/exemplos-justificativa-tcc/
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O Juiz decide conforme sua consciência?
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Pesquisador italiano teme que Moro tenha destino de 'herói' da Mãos Limpas que entrou para política
Juliana Gragnani
Da BBC News Brasil em Londres
2 novembro 2018
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O juiz federal Sergio Moro vota no primeiro turno das eleições em Curitiba, em 7 de outubro de 2018
CRÉDITO,REUTERS
Legenda da foto,
Moro aceitou oficialmente convite do presidente eleito nesta quinta-feira; com isso, ele deixa a magistratura
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Assumir o Ministério da Justiça é uma decisão "muito perigosa" tanto para o juiz Sergio Moro quanto para quem o convidou para a pasta, o futuro presidente Jair Bolsonaro (PSL), diz o cientista político italiano Alberto Vannucci.
A escolha dos dois dá fortes argumentos contra a Lava Jato, segundo ele, levando a uma desconfiança da operação, e aprofunda a polarização no país.
Vannucci é professor da Universidade de Pisa e especialista na operação anticorrupção italiana Mani Pulite, a Mãos Limpas, que inspirou Moro e a Lava Jato brasileira. Ele é citado por Moro em um artigo sobre a operação italiana que escreveu em 2004.
O que diz o livro que Sergio Moro levou a encontro com Bolsonaro
As razões de Moro para aceitar ser ministro da Justiça de Bolsonaro
A operação comandada por Moro desde março de 2014 chegou a figuras como o ex-presidente Lula, condenado pelo juiz e atualmente preso, e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. A prisão de Lula o impediu de concorrer à Presidência neste ano, em um pleito que acabou vencido por Jair Bolsonaro (PSL).
Nesta quinta, Moro aceitou o convite de Bolsonaro (PSL) para assumir o cargo de Ministro da Justiça de seu governo. Para Vannucci, a decisão é ruim para ambos, porque pode levar à desconfiança da operação Lava Jato e aprofundar a polarização no Brasil.
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O magistrado vai assumir, segundo divulgou Bolsonaro, uma pasta que agregará a Segurança Pública e parte do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), hoje subordinado ao Ministério da Fazenda, para dar-lhe, em tempo real, informações sobre o combate à corrupção e ao crime organizado.
Em entrevista nesta quinta, Bolsonaro afirmou que o Brasil ganha "com um nome de peso de uma pessoa que, por si só, por seu trabalho, demonstrou ao povo brasileiro que é possível, sim, combater um dos maiores males que temos na nossa nação, que é a corrupção".
Moro já havia afirmado publicamente, inclusive à BBC News Brasil, que não entraria para a política. Agora, em nota oficial, lamentou ter de abandonar "22 anos de magistratura".
Mas afirmou: "A pespectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão".
Ele disse que irá se afastar do cargo de juiz agora e, portanto, não deverá mais julgar Lula, que seria interrogado por ele no dia 14 de novembro.
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Alberto Vannucci durante apresentação
CRÉDITO,ARQUIVO PESSOAL
Legenda da foto,
Cientista político, Alberto Vannucci é especialista na operação italiana anticorrupção que inspirou a Lava Jato
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Podcast
Logo: As Estranhas Origens das Guerras Culturais
As Estranhas Origens das Guerras Culturais
Adaptação de premiado podcast da BBC ‘Things Fell Apart’, de Jon Ronson.
Episódios
Fim do Podcast
O juiz é criticado por setores da sociedade que viam alguma motivação política em seu trabalho à frente da Lava Jato e que citam, nesse sentido, episódios como a divulgação das conversas entre o ex-presidente Lula e Dilma Rousseff, quando já se sabia que ela planejava nomeá-lo como ministro-chefe da Casa Civil, em 2016.
Mais recentemente, a poucos dias do primeiro turno, a liberação da delação do ex-ministro de Lula Antonio Palocci também gerou repercussão negativa. Em resposta às críticas, Moro disse que não houve de sua parte qualquer intenção de influenciar as eleições de 2018.
Vannucci, o cientista político que estuda a Mãos Limpas, afirma que havia fortes argumentos para o juiz ter recusado o convite. "Os cidadãos que pensavam que havia uma motivação política por trás da Operação Lava Jato vão pensar o que agora, senão que estavam corretos?", questiona.
Ele acompanha os desdobramentos da Lava Jato no Brasil e foi informado pela BBC News Brasil sobre a decisão de Moro.
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Leia a seguir trechos da entrevista.
BBC News Brasil - O juiz Sergio Moro acaba de aceitar um convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para assumir a pasta da Justiça no Brasil. Como o sr. avalia essa decisão?
Alberto Vannucci - É uma medida muito perigosa tanto para o Bolsonaro quanto para o Moro.
Primeiro, porque pode transmitir à opinião pública a percepção de que as investigações da Lava Jato tinham orientação política. Isso pode levar a uma desconfiança da operação como um todo e do Judiciário.
É preciso haver uma clara divisão de poderes, mas, nesse caso, vemos uma espécie de confusão entre o Judiciário e o Executivo. É uma mistura perigosa.
Em segundo lugar, o Brasil agora é um país muito dividido, muito polarizado. Há muitas cisões na sociedade, que incluem a candidatura de Bolsonaro.
Agora, ele inclui em sua gestão a figura institucional considerada responsável pela investigação e condenação de Lula, impossibilitado de concorrer à Presidência porque estava preso. Essa medida, portanto, é divisiva. Vai levar a mais polarização e extremismos. Me parece muito ruim para o Brasil como um todo.
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Jair Bolsonaro durante entrevista coletiva em 1º de novembro de 2018
CRÉDITO,REUTERS
Legenda da foto,
Bolsonaro falou sobre a vinda de Moro para sua equipe à imprensa
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BBC News Brasil - Por que essa mistura entre o Judiciário e o Executivo pode ser perigosa?
Vannucci - Existe um princípio Constitucional de separação de poderes, com o Judiciário e o Executivo, representados por papéis de juízes e ministros, entre outros.
Agora, há uma sobreposição dos poderes, com um futuro ex-juiz ocupando o cargo de ministro. Isso faz com que a mensagem da separação de poderes fique menos clara.
Na Itália, existe uma convenção de que nenhum juiz pode ocupar o cargo de Ministro da Justiça. Isso porque, caso um juiz vire ministro, ele levará consigo sua experiência de magistratura.
Ele pode ter investigado políticos em sua carreira e, agora, estar trabalhando como um político. Ele pode, por exemplo, ter coletado informações sobre políticos e agora usar essas informações. É um fator de poluição nesse processo político.
No novo cargo, ele também entrará no papel de resguardar todo o Judiciário. Ele poderá usar esse novo papel político contra juízes que considera seus adversários. Há elementos de poluição tanto à atividade política quanto à atividade no Judiciário.
BBC News Brasil - Moro deveria ter recusado o convite?
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Vannucci - Como um juiz, você não pode expressão opiniões políticas, deve ser o mais discreto possível e deve exercer só o seu papel de juiz e evitar fazer considerações políticas.
Um juiz pode ter uma opinião política, mas sua opinião política deve ser separada de seu trabalho. Com uma decisão dessas, todas essas restrições são deixadas de lado. E tudo o que ele fez no passado será visto agora à luz do que agora se manifesta como ambição política.
Muitos limites foram ultrapassados. Já era assim porque muitos da esquerda reclamavam que, embora a corrupção fosse espalhada na classe política, a investigação era endereçada especificamente a um espectro político, da esquerda, pelo menos no começo.
Agora, aqueles suspeitos de seu papel vão desconfiar de sua atividade e de sua integridade.
O que esses cidadãos vão pensar agora que parece haver uma clara demonstração de que, como resultado dessas investigações, um juiz foi recompensado por um presidente da direita?
Os cidadãos que pensavam que havia uma motivação política por trás da Operação Lava Jato vão pensar o que agora, senão que estavam corretos? Esse é um argumento fortíssimo que deveria ter induzido Moro a recusar o convite.
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Sergio Moro e Paulo Guedes no Rio, antes do encontro em que foi selada entrada do juiz no futuro governo
CRÉDITO,EPA
Legenda da foto,
Moro com Paulo Guedes: ambos foram escolhidos 'superministros' de Bolsonaro
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BBC News Brasil - Ao aceitar o convite, Moro disse que o que lhe levou a tomar essa decisão foi "a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado" e "consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos". É possível que faça isso?
Vannucci - É um argumento muito ingênuo e populista. Liderar uma operação judicial contra corrupção, com as habilidades de um juiz, não é garantia de que você saiba como políticas efetivas anticorrupção devam ser formuladas e aplicadas.
São duas habilidades e dois trabalhos completamente diferentes.
Pensar que ser um "herói" anticorrupção vai lhe dar a habilidade de ser um Ministro da Justiça é bobagem.
É uma medida simbólica, para transmitir para parte da opinião pública brasileira que um herói anticorrupção está agora no governo, tomando conta da corrupção. O trabalho anticorrupção não é feito por heróis, ele é feito por um entendimento profundo da administração pública, da economia, da política.
E uma investigação como a Lava Jato, por mais importante que seja, não é garantia desse tipo de conhecimento.
BBC News Brasil - Essa decisão coloca em risco a credibilidade da Lava Jato, levando em conta que Lula, que concorreria à Presidência contra Bolsonaro, foi preso após desdobramentos da investigação conduzida por Moro?
Vannucci - A credibilidade de uma operação anticorrupção demanda uma rigorosa separação entre aqueles que operam como juízes tentando coletar evidências de corrupção e aqueles colocados sob investigação. A Lava Jato ainda não acabou e ainda tem pessoas trabalhando nela.
De agora em diante, haverá argumentos muito fortes contra a operação, já que Moro parece ter capitalizado sua visibilidade pública e notoriedade para chegar ao poder. É um elemento de profunda debilitação da atividade da magistratura.
BBC News Brasil - Então também pode levar à desconfiança do Judiciário como um todo?
Vannucci - Na Itália, o Ministério da Justiça não pode interferir no Judiciário, só pode supervisionar sua organização. O Judiciário se autorregula. Essa autonomia requer separação, no sentido de que as duas precisam operar independentemente. O equilíbrio é frágil. E agora, no Brasil, foi de alguma forma quebrado.
Esse funcionamento vai ser visto pela opinião pública como influenciado por ambições pessoais, opiniões políticas. É um elemento "poluente" para todo o funcionamento das instituições democráticas.
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Policiais patrulham sede da Polícia Federal em Curitiba em 8 de abril de 2018
CRÉDITO,MARCELLO CASAL JR/AG. BRASIL
Legenda da foto,
Sede da PF em Curitiba, onde Lula está preso: ao assumir ministério, Moro deixará de cuidar dos casos envolvendo o petista
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BBC News Brasil - Na Itália, Antonio Di Pietro, principal promotor da Mãos Limpas, primeiro recusou o cargo de ministro de Berlusconi, mas mais tarde de fato entrou para a política. Há semelhanças entre Di Pietro e Moro?
Vannucci - Se formos projetar a experiência de Antonio di Pietro a Moro, podemos dizer nesse momento que Moro vai se arrepender de sua decisão. Pietro tem dito nos últimos anos que sua pior decisão profissional foi abandonar a magistratura para entrar na política. Não sei se Moro vai chegar à mesma conclusão.
A história de Antonio Di Pietro é simples: em 1992, liderou a Mãos Limpas, que levou a um colapso do sistema político, com políticos sendo presos. Em 1994, quando Berlusconi ganhou sua primeira eleição, ele convidou Di Pietro para assumir um ministério. Berlusconi convidou tanto ele quanto o juiz Piercamillo Davigo, outra figura central da Mãos Limpas.
A diferença principal é que os dois recusaram o convite. A razão que deram publicamente foi de que aceitar um cargo político daria a impressão ao público de que seu trabalho como juízes seguia alguma orientação política.
Di Pietro liderou outra grande investigação e, quando a terminou, deixou o cargo de juiz, no fim de 1994.
Em 1996, aceitou o cargo de ministro de Obras Públicas no governo de Romano Prodi, de centro-esquerda. Mas houve uma investigação contra Di Pietro, com alegações de corrupção. Ele deixou o cargo e, mais tarde, foi inocentado das acusações. Fundou seu próprio partido e voltou para o ministério em 2006. Mais tarde, foi senador. Mas agora abandonou sua carreira política. Agora ele é um advogado.
BBC News Brasil - E por que Berlusconi o convidou para assumir uma pasta em seu governo?
Vannucci - É simples. Naquela época, Antonio Di Pietro era, de acordo com todas as pesquisas, a figura mais popular na Itália. Então ter Di Pietro no Executivo lhe daria forte legitimidade política. Era um movimento político muito claro e compreensível. Ele teria se tornado um importante expoente do Executivo.
Mas foi uma proposta perigosa, porque, alguns meses depois, Berlusconi se viu envolvido, pela primeira, mas não a última vez, em um escândalo de corrupção.
Então existe a teoria de que seu convite não foi só para capitalizar apoio popular, mas também para tentar algum tipo de proteção política contra as investigações.
BBC News Brasil - O sr. vê alguma semelhança entre o convite de Berlusconi e o convite de Bolsonaro?
Vannucci - Moro é uma figura política muito popular. Se, como um político, você consegue incluí-lo em sua equipe, você capitaliza parte do apoio que ele tem.
Também podemos pensar se, assim como Berlusconi, também há interesses de proteção política ou da tentativa de ganhar alguma benevolência do Judiciário com esse convite. É uma questão complexa.
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Silvio Berlusconi
CRÉDITO,EPA
Legenda da foto,
Berlusconi, então premiê italiano, convidou promotor da Mãos Limpas para assumir pasta de seu governo na década de 90, que acabou recusando a oferta
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BBC News Brasil - Bolsonaro diz que Moro estará combatendo a corrupção à frente do Executivo.
Vannucci - Essa é outra similaridade entre os casos. Berlusconi também entrou no campo político como um novo elemento depois de um gigante tsunami de alegação de corrupção, com a Mãos Limpas, e de deslegitimação de toda classe política - não importa se de direita ou de esquerda.
O que importa é o novo, ou o político que consegue se vender como novo, em oposição ao velho, corrupto. O velho é ruim, o novo é bom. Nesse sentido, Bolsonaro incluir o juiz líder de anticorrupção em sua equipe transmite a mensagem de novo, em contraposição ao que é velho e corrupto.
Assim como Bolsonaro conseguiu se vender como novo, embora fosse velho na política.
A ideia de que problemas muito complexos podem ser solucionados por uma só figura, nesse caso uma espécie de herói, é tipicamente populista. Você pega um problema real, a corrupção desenfreada, e oferece uma solução muito simples, levada a cabo por uma só pessoa. É um elemento básico do populismo.
BBC News Brasil - A deslegitimação da classe política no Brasil desloca a confiança a nomes do Judiciário? E como a decisão de Moro pode influenciar esse movimento?
Vannucci - Nos anos 1990, na primeira fase da Mãos Limpas, houve um grande apoio aos juízes.
O Judiciário ganhou uma nova legitimidade, uma confiança incondicional. Em um país católico, era quase como se os juízes fossem capazes de absolver nossos pecados.
Mas, alguns anos depois, quando Berlusconi foi envolvido em investigações e houve uma campanha midiática contra juízes, a sociedade passou a desconfiar deles. Tornaram-se objetos de disputa de partidos políticos.
No Brasil, houve um grande apoio ao Judiciário, mas desde o começo já havia suspeitas por setores da sociedade, que agora é como se se confirmassem. Então o Brasil pode ter pulado de uma coisa para outra.
É muito perigoso porque acaba tirando a legitimidade daqueles que aplicam a lei.
E tudo bem cidadãos não estarem de acordo ou não acreditarem em políticos, mas é muito perigoso desconfiar de juízes, porque isso é desconfiar da lei, da Justiça. A decisão de Moro fortalece a visão de que juízes fazem parte da atividade política.
BBC News Brasil - Então a polarização em relação à política no país atinge o Judiciário?
Vannucci - Essa decisão exacerba a polarização e inclui o Judiciário na cisão política do Brasil. E isso afeta a qualidade da democracia.
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https://www.bbc.com/portuguese/brasil-46059869
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No Jornal da Cultura desta quinta-feira, você vai ver: Estados do nordeste são considerados cruciais neste 2º turno; TSE considera que tanto PT quanto PL fazem publicações que causam desordem informacional; Órgão ligado ao Ministério da Justiça abre investigação contra institutos de pesquisa; Governador do Alagoas, Paulo Dantas, segue afastado sob suspeita de rachadinha; Brasil em Debate discute os desafios na economia para o ano que vem.
Para comentar essas e outras notícias, Ana Paula Couto recebe o advogado João Santana e o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente.
https://www.youtube.com/watch?v=z5GrjC55C4Q
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