segunda-feira, 3 de outubro de 2022

"APESAR DE TUDO"

"OUTUBRO LARGO" ***
*** "Também na ciência, é impossível abrir novos campos se não se estiver disposto a deixar o ancarodouro seguro da doutrina aceita e enfrentar o perigo de um arriscado salto à frente em direção ao vazio." CONTRAPONTO A PARTE E O TODO HEISENBERG PL terá a maior bancada da Câmara dos Deputados, seguido pelo PT Partido do presidente Jair Bolsonaro liderou pleito para a Casa em dez estados e conseguiu eleger 99 nomes ERICK GIMENES BELO HORIZONTE 03/10/2022 12:17 ***
*** bancada eleitos Câmara dos deputados Plenário da Câmara dos Deputados / Crédito: Waldemir Barreto/Agência Senado *** O Partido Liberal (PL), ao qual o presidente Jair Bolsonaro é filiado, montou a maior bancada na Câmara dos Deputados nesta eleição de 2022, com 99 eleitos. A legenda também se sobressaiu na disputa ao Senado. O partido liderou o número de candidatos eleitos em dez das 27 unidades federativas brasileiras (26 estados e o Distrito Federal): Amapá (3), Ceará (5), Goiás (4), Maranhão (4), Minas Gerais (11), Mato Grosso (4), Rio de Janeiro (11), Rio Grande do Norte (4), Santa Catarina (6) e São Paulo (17). O mandato dos escolhidos começa em janeiro de 2023 e termina em dezembro de 2026. O número ainda pode mudar porque o resultado das urnas no Amazonas não estava definido até a manhã desta segunda-feira (3/10). Até o momento foram apuradas 99,99% das urnas. Além disso, o PL pode perder o posto de maior bancada caso o União Brasil e o PP confirmem uma fusão, anunciada por dirigentes dos partidos no sábado (1/10). Em números parciais, o Partido dos Trabalhadores (PT) ficou com a segunda maior bancada, com 68 deputados eleitos. São 12 parlamentares da legenda a mais em relação à última legislatura. União Brasil, PP e MDB vêm na sequência com as maiores bancadas. O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) foi o partido com a maior redução na representação na Câmara: foi de 23 para 13 deputados. É o pior resultado da sigla desde 1998, quando os dados começaram a ser disponibilizados à população. Veja o resultado parcial do número de deputados por bancada para a próxima legislatura: PL – 99 PT – 68 União Brasil – 59 PP – 47 MDB – 42 PSD – 42 Republicanos – 41 PDT – 17 PSB – 17 PSDB – 13 PSOL – 12 Podemos – 12 Avante – 7 PSC – 6 PCdoB – 6 PV – 6 Cidadania – 4 Patriota – 4 SD – 4 Novo – 3 Pros – 3 Rede – 2 PTB – 1 ERICK GIMENES – Repórter freelancer https://www.jota.info/eleicoes/pl-tera-a-maior-bancada-da-camara-dos-deputados-seguido-pelo-pt-03102022 *******************************
*** 在 Facebook 查看Leiria, cidade dos meus sonhos.的更多动态 或 Largo 5 de outubro *** "LEVANTO COM ESFORÇO AS ÂNCORAS E PARTO NAS NAUS SEM VOLTA DO MEU CANTO" *** *** Conversando No Bar (Talking In The Bar) Elis Regina *** Lá vinha o bonde no sobe-e-desce ladeira E o motorneiro parava a orquestra um minuto Para me contar casos da campanha da Itália E do tiro que ele não levou Levei um susto imenso nas asas da Panair Descobri que as coisas mudam E que tudo é pequeno nas asas da Panair E lá vai menino xingando padre e pedra E lá vai menino lambendo podre delícia E lá vai menino senhor de todo o fruto Sem nehhum pecado, sem rancor O medo em minha vida nasceu muito depois Descobri que minha arma é O que a memória guarda dos tempos da Panair Nada de triste existe que não se esqueca Alguém insiste e fala ao coracão Tudo de triste existe e não se esquece Alguém insiste e fere no coracão Nada de novo eciste neste planeta Que não se fale aqui na mesa do bar... E aquela briga e aquela fome de bola E aquele tango e aquela dama da noite E aquela mancha e a fala oculta Que no fundo do quintal morreu Morria cada dia dos dias que eu vivi Cerveja que tomo hoje é Apenas em memória dos tempos da Panair A primeira Coca-cola foi Me lembro bem agora, nas asas da Panair A maior das maravilhas foi Voando sobre o mundo nas asas da Panair Em volta dessa mesa velhos e mocos Lembrando o que já foi Em volta dessa mesa existem outras Falando tão igual Em volta dessas mesas existe a rua Vivendo seu normal Em volta dessa rua, uma cidade Sonhando seus metais Em volta da cidade... Nada Será Como Antes (1990) - Elis Regina Gravadora: Ano: 1990 Faixa: 5 https://www.kboing.com.br/elis-regina/conversando-no-bar-talking-in-the-bar/ ******************************************************************************* O sufrágio e o voto no Brasil: direito ou obrigação? ***
*** Exposição História do Voto no CCJE *** Janiere Portela Leite Paes1 A Constituição Federal vigente em nosso país adota o regime democrático representativo, por meio do qual o povo elege seus representantes, dando-lhes poderes para que atuem em seu nome. O processo eleitoral, o sistema eleitoral e os direitos políticos dos cidadãos brasileiros sofreram inúmeras transformações, sobretudo no período compreendido entre o Império, a Proclamação da República, até os dias atuais. Os antecedentes históricos do nosso país demonstram que o sufrágio (poder) e o voto (instrumento) percorreram um longo e árduo caminho até chegarem ao atual estágio de efetividade. A doutrina clássica denomina como sufrágio o poder que se reconhece a determinado número de pessoas (cidadãos) para participar direta ou indiretamente da soberania de um país. Trata-se de um direito público subjetivo inerente ao cidadão que se encontre em pleno gozo de seus direitos políticos. Já o voto caracteriza-se como exercício do sufrágio, pois é a exteriorização do sufrágio, ou seja, quando o eleitor se dirige à seção eleitoral e exerce o ato de votar, materializado está o sufrágio. Nesse sentido, o voto emerge como verdadeiro instrumento de legitimação para entrega do poder do povo aos seus representantes, tendo em vista que é ato fundamental para concretização efetiva do princípio democrático consagrado pela Constituição Federal. José Afonso da Silva afirma que “o Direito Constitucional brasileiro respeita o princípio da igualdade do direito de voto, adotando-se a regra de que cada homem vale um voto”, ou seja, cada eleitor tem direito a um voto por eleição e para cada tipo de mandato. Por conseguinte, destacam-se as principais formas de sufrágio: restrito e universal, de acordo com as restrições impostas pelo Estado como requisito para participação do povo no processo de escolha dos seus representantes. A rigor, não há sufrágio universal, tendo em vista que, em todas as suas formas de apresentação, comportam-se restrições em maior ou menor grau. Dessa forma, o sufrágio universal pode ser definido como aquele em que a possibilidade de participação do eleitorado não fica restrita às condições econômicas, acadêmicas, profissionais ou étnicas. O sufrágio é restrito quando o poder de participação fica sujeito unicamente ao preenchimento de determinados requisitos, ensejando, então, a classificação das seguintes modalidades de sufrágio restrito: sufrágio censitário; sufrágio capacitário; sufrágio aristocrático ou racial. Denomina-se como sufrágio censitário ou pecuniário aquele em que o Estado estabelece a exigência do pagamento de determinados tributos, como também a propriedade de terras, como requisito obrigatório para a participação do processo eleitoral. O sufrágio capacitário apresenta como critério de limitação o grau de instrução de seu titular. Já o sufrágio racial delimita como critério seletivo razões relativas à origem das pessoas. Alguns autores ainda acrescentam como critérios limitativos razões de ordem social e sexual, a exemplo de países que restringem o voto feminino. Em nosso país, a soberania popular é exercida pelo sufrágio universal, voto direto e secreto, sendo facultativo para os maiores de 16 anos e menores de 18, assim como para os maiores de 70 anos e analfabetos. Contudo, o voto é obrigatório para os eleitores que tenham entre 18 e 70 anos. Pode-se concluir, portanto, que sufrágio é um direito público subjetivo, ou seja, um direito próprio da condição de cidadão, que inclui tanto o poder de escolha dos representantes quanto a possibilidade de concorrer aos cargos públicos eletivos. Quanto ao voto, embora seja obrigatório para uma determinada faixa da população, representa uma verdadeira conquista política para o povo brasileiro. 1 Graduanda em Direito pela Faculdade Guanambi/BA, técnico judiciário da 64ª ZE/BA. https://www.tse.jus.br/o-tse/escola-judiciaria-eleitoral/publicacoes/revistas-da-eje/artigos/revista-eletronica-eje-n.-3-ano-3/o-sufragio-e-o-voto-no-brasil-direito-ou-obrigacao ************************** *** Muito Tempo Depois Nelson Sargento Nelson Sargento: 80 Anos Muito tempo depois foi que eu descobri Que o mundo para mim nunca foi nada bom Eu vivo sofrendo desde que nasci A somar desenganos e desilusões Os amores que arranjo morrem prematuros É uma luta tremenda para sobreviver Eu não tenho passado, presente ou futuro Mesmo assim lhe asseguro que quero viver. A humanidade não é tão humana Cada qual se defende com mais avareza Ninguém se ajuda, ninguém se irmana Busco lenitivos na mãe natureza Muito tempo depois foi que eu descobri Que o mundo para mim nunca foi nada bom Eu vivo sofrendo desde que nasci A somar desenganos e desilusões Os amores que arranjo morrem prematuros É uma luta tremenda para sobreviver Eu não tenho passado, presente ou futuro Mesmo assim lhe asseguro que quero viver. A humanidade não é tão humana Cada qual se defende com mais avareza Ninguém se ajuda, ninguém se irmana Buscam lenitivos na mãe natureza. https://www.vagalume.com.br/nelson-sargento/muito-tempo-depois.html https://www.youtube.com/watch?v=exl8TdilsE4 ***************************************************************************
*** domingo, 2 de outubro de 2022 Paulo Fábio Dantas Neto* - Outubro breve ou largo: duas pistas e uma direção A maior dúvida restante e que mais tem mobilizado antenas analíticas e vontades políticas sobre o turno eleitoral de amanhã é se ele será único ou se o desfecho da eleição presidencial ocorrerá no último domingo desse outubro candidato a inesquecível. Pesquisas mostram que a grande maioria dos eleitores (75% segundo o Ipespe, 90% conforme o Genial Quaest) quer que tudo acabe logo no dia 2, por variados motivos, que bem justificariam outro artigo, mas não vêm ao caso agora. Apesar disso, não se sabe se esse desejo se realizará. Em caso de não, a razão não será que o desejo oposto prevalecerá arbitrariamente e sim que, em termos de preferências e intenções de voto, as duas principais partes em que essa ampla maioria se divide querem que a eleição acabe logo, mas só se for com a vitória do seu candidato. Nenhum eleitor de Bolsonaro e nem todos os das demais candidaturas votarão em Lula, o líder das pesquisas, para que o desejo da antecipação do desfecho se realize. Ele pode se diluir no nível de polarização real entre as preferências dos eleitores. Aí está ela, a democracia. O momento importa. Aliás, ele é que decide, não interpretações e lições do passado, nem aspirações e projeções sobre o futuro. Luiz Sergio Henriques, em inspirado artigo (“Match point eleitoral”, publicado na página Esquerda Democrática no facebook em 30.09) usa a fabulação de um filme de Woody Allen (“uma bola de tênis a oscilar na parte superior da rede, podendo cair de um lado ou de outro, decidindo o destino das pessoas”) para ilustrar como é incerto o presente de que falamos. Seu sentido só se deixará desvendar pelo correr do tempo. Até as próximas 24 horas, falar do futuro que sairá das urnas será diletante se não se levar em conta a incerteza soberana do presente. E como o presente do qual estamos falando está carregadíssimo de passado - inclusive porque passados foram evocados a todo instante pelas campanhas – também seria diletante colocar o passado entre parênteses. Nessas circunstâncias, imaginar o futuro é um desafio ao pessimismo da razão e ignorar o peso do passado é esgotar as energias da boa vontade. Melhor seria, talvez, apenas aguardar as 24 horas, mas isso também não é possível, pois amanhã é um dia de decisão. Como ficarmos neutros diante da urna? O mesmo Luiz Sergio prossegue com uma reflexão crucial para os democratas que defendem acabar logo: “manda o realismo político pensar na possibilidade de que a bola de tênis caia do outro lado”, da qual decorre uma pergunta: “se, no domingo, os eleitores indicarem o caminho do segundo turno, como enfrentá-lo de modo positivo, sereno e aberto, sem desabar perante o novo contexto?”. Por mais que enxerguemos riscos na continuidade do processo por mais quatro semanas, a decisão do eleitor por um segundo turno já poderá adiar, por outro lado, o momento de enfrentamento objetivo da mais que provável tentativa da extrema-direita de, ao fim e ao cabo, haja ou não segundo turno, tentar deslegitimar os resultados e bloquear o cumprimento da decisão popular. Quem tem mais a ganhar com o tempo alargado? Bolsonaro terá mais espaço entre amanhã e segunda-feira, ou daqui a quatro semanas? Contará com apoio, companhia e indulgência para promover arruaças durante a campanha do segundo turno em grau maior do que pode ter tido durante a etapa da campanha que se encerra hoje? Ninguém tem acesso aos segredos do futuro, mas uma possibilidade de projeção pode se ancorar no que temos assistido acontecer na última semana da campanha para o primeiro turno. A de Bolsonaro perde substância, retrocede aos métodos da sua bolha e assim expõe-se a crescente isolamento político e social. Campanhas da terceira via sustentam-se, dentro da margem de erro - a de Simone Tebet com esperança de alguma alta, a de Ciro Gomes com a de pouca baixa – enquanto a de Lula amplia-se significativamente já em clima de segundo turno, mas alimenta a expectativa de vencer no primeiro. Cresce, nessa semana, uma onda de frente democrática, envolvendo a principal candidatura, dando-lhe uma amplitude potencial - política, social e institucional - que durante um ano e meio não havia conseguido ter, como mostra a estabilidade de seus índices de intenção de voto desde então até aqui, apesar do positivo e ousado passo político que foi a composição precoce de uma chapa plural. Se houvesse como Lula, seu partido e aliados próximos vencerem sozinhos a eleição em primeiro turno, anexando apenas uma personalidade política respeitável do centro democrático, tal condição já se teria mostrado nas intenções de voto ao longo de tantos meses. Ocasiões não faltaram em que Bolsonaro emparedou a sociedade e o país com um ânimo de chantagem digno de um sequestrador. A noção de perigo nunca deixou de estar presente e ser difusa, mas, ainda assim, o eleitorado brasileiro não se inclinava, majoritariamente, a chamar Lula já, para salvar a República. Essa hipótese sempre foi a mais provável para um futuro que, no entanto, até poucos dias não havia chegado e ainda na véspera da eleição não se sabe se chegou, tanto que a hipótese de irmos ao segundo turno também está de pé. Mesmo que a hora já tenha chegado, com as adesões recentes nos mundos da política, dos juristas, da cultura, da imprensa, a impressão confortante é de que a onda só começa e ainda tem muito a crescer. Volta-me à mente o texto de Luiz Sergio Henriques: “Não se trata só de ganhar eleições, mas de reconstruir a esfera pública. Será possível ter uma normal dialética democrática com uma extrema-direita capaz de mobilizar, pelo que parece, 30 ou 40% dos eleitores em estado de insubmissão latente?” A sugestão inequívoca do autor, à qual me associo inteiramente, é a de que esse consenso resiliente - que ainda abarca mais de um terço do eleitorado a flertar com um perigo trágico, chancelando um fascistóide - precisa ser corroído, para que não se estabeleça, como verdade histórica e como realidade política, que tamanha parcela dos brasileiros não tolera conviver com outra parte do País real, que é a nossa pátria comum. A se firmar tal narrativa, estaria o Brasil inviabilizado como nação. É imperativo recusar essa tragédia como suposto legado desses anos nefastos em troca de uma vitória eleitoral. Se ela vier neste próximo domingo, o alívio que representará já não será nada desprezível, mas não dispensará os vitoriosos de formalizarem um entendimento interpartidário amplo entre democratas, para além de sua coalizão eleitoral, conforme sinalizam os apoios plurais que acabam de lhe chegar. Nesse caso, o terreno do entendimento terá que ser mesmo a composição e orientação programática do governo, para tornar mais largo e preciso o parco e vago diálogo da campanha até aqui. O mesmo imperativo poderá ser melhor cumprido se ganharmos (uso aqui esse verbo não por acaso) essas quatro semanas que a instituição da eleição em dois turnos propicia. Se assim ocorrer, essa frente democrática tende a crescer e se tornar realmente histórica e divisora de águas, como foi a das Diretas Já. Antes e mais que uma mesa de negociação do perfil de um governo – assunto entregue ao tempo político posterior ao da fala do eleitor - estará um entendimento para realizar uma campanha de frente realmente ampla. No horizonte de uma repaginação da campanha de Lula e da sua própria persona pública, de modo a ambas irem bem além do PT e da esquerda, está a desativação das minas antipetistas que impedem hoje o acesso de candidaturas democráticas ao mundo das intenções de voto em Bolsonaro. O número de eleitores atuais dessa direita extrema é quase o dobro daquilo que pesquisas especializadas da ciência política brasileira estimam ser o eleitorado ideológico do mito. É a esse quinto do eleitorado que Bolsonaro pode estar reduzido daqui a um mês, caso haja segundo turno. Ponto principal: uma acachapante derrota eleitoral tirará Bolsonaro não apenas do governo, mas da cena política e mesmo do sistema político que ele tentou destruir. Com isso, a extrema-direita não desaparecerá, uma vez que é movimento mundial e parece ter chegado aqui para ficar. Mas, privada do mito que a catapultou ao palco central da política brasileira, terá que buscar outro mito encarnado ou outro caminho para pregar seus valores, com menos chance de resultados concretos até 2026. Isso dará às diversas correntes substanciais da política democrática, além de alívio, mais tempo para, nesse caso, não apenas montarem um governo democrático como articularem uma oposição democrática. O país precisa de uma oposição democrática, um lugar que não pode ser cedido à extrema-direita. A ideia de governo de união nacional é de difícil compatibilização com essa demanda. Formar governo compete a quem o povo elegeu e se Lula ganhar a eleição no primeiro turno, sem depender de apoio político das instituições partidárias e candidaturas do centro democrático (embora sem dispensar apoios avulsos e votos de seus potenciais eleitores), a missão daquele “centrinho”, ao contrário da do centrão, é construir a oposição necessária. Havendo segundo turno, essa é pauta em aberto, mas ainda assim a saúde democrática do país pedirá, em algum momento, uma oposição comprometida com ela. Haverá casos e casos. Veja-se, por exemplo, o da candidata Simone Tebet e do seu partido, o MDB. Por toda a postura moderada e ao mesmo tempo assertiva que Simone adotou na campanha, sua atitude imediata só poderá ser de expectativa generosa e disposição a diálogo. Mas para que essa atitude não se confunda com oportunismo ou “entrismo”, precisará valorizar os votos que tiver no primeiro turno. Independência política em relação ao futuro governo é esperado de uma candidata que não condenou – em vez disso, renovou – o programa mais recente do seu partido, a chamada “ponte para o futuro”. Supõe-se que um diálogo republicano de Lula com ela e com o MDB tenha de começar por aí. Já a frente eleitoral ampla para livrar o Brasil de Bolsonaro já tem seu script consagrado na sociedade. É exatamente o que já se busca articular, segundo matéria assinada pelos jornalistas Pedro Venceslau e Beatriz Bulla (“Grupos já buscam articular ato por frente ampla contra Bolsonaro em eventual segundo turno”), publicada pelo Estadão em 27.09.22. Nada de devaneio, uma iniciativa de grupos, entidades e personalidades com nomes, sobrenomes e inserções sociais respeitáveis, suprapartidárias e eficazes. É o roteiro de um movimento político e cívico que pode fazer do Brasil um caso exemplar de como um país liberta-se, pela política (e com sustentação política maior do que a rejeição dos EUA a Trump), de um sequestro extremista que tem a mesma natureza dos que hoje ameaçam algumas das mais consistentes democracias do planeta. Certamente já não faltam indícios da dimensão internacional do que está em jogo em nosso país, nessas eleições. Outubro breve e outubro largo são duas pistas alternativas pelas quais o sistema político da república democrática, a sociedade civil e o eleitorado do Brasil poderão despachar o mito que até aqui vinha fazendo os três de reféns. A decisão sobre por qual das duas pistas a elite política trafegará é do eleitor, que é o ator do presente imediato, um presente dado pela fotografa de suas necessidades prementes e de seus valores, arraigados ou fluidos. Já a escolha da direção objetiva das coisas é missão da liderança política, que precisa operar num presente contínuo, onde precisarão estar seus cérebros e seus pés. Nesse presente saturado por experiências do passado e portador de ambições de futuro, umas e outras mobilizam legítimas emoções que serão solidamente políticas se forem sempre contidas por um respeito racional, primordial, do político à importância do momento e de suas circunstâncias. Votemos em paz e que a política nos acompanhe! *Cientista político e professor da UFBa. *******************************************************
*** Outubro Outubro: MINHA ANTOLOGIA POÉTICA *** *** Teimoso e vivo Raul EllwangerNei Duclós Apesar de tudo sou teimoso e vivo Sou teimoso e visto a pele dos soldados mortos Apesar de tudo sou teimoso e insisto Sou teimoso e visto a pele dos soldados mortos Neste carrossel de espanto Que carrego dentro dos olhos Toco melodias que me ressucitam Levanto com esforço as âncoras E parto nas naus sem volta do meu canto O tempo é novo E eu tenho a mania insone De rebentar em canto Apesar de tudo sou teimoso e vivo Sou teimoso e visto a pele dos soldados mortos Apesar de tudo sou teimoso e insisto Sou teimoso e visto a pele dos soldados mortos Neste carrossel de espanto Que carrego dentro dos olhos Toco melodias que me ressucitam E sempre tenho que trocar as velas Rebentadas ao vento Com remendos colhidos dos violentos Trapos do tempo. https://sul21.com.br/colunasraul-ellwanger/2017/09/cancoes-de-compromisso-teimoso-e-vivo/ ******************** *** *** Top 10 Cidades Mais Bonitas de Portugal 78.563 visualizações 1 de abr. de 2021 O nosso país é um lugar maravilhoso, venha connosco descobrir algumas das mais belas cidades de Portugal. *** https://www.youtube.com/watch?v=SUQhFRamg3k ************************************************

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