Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 4 de outubro de 2022
POLIFONIA POLÍTICA AMPLIADA
🙂”Existem as pessoas. Existem as demandas.” Bom Dia!😃
https://twitter.com/radiobandnewsfm/status/1576902918699196420?s=48&t=wQZ7Jr3MAS_oNueUOvRv9Q
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O que é a Polifonia:
Polifonia é a multiplicidade de diferentes sons reproduzidos em harmonia ritmo.
Os sons polifônicos são o oposto dos monofônicos, que são caracterizados por reproduzirem apenas uma voz ou instrumento sonoro.
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Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução, alguns dizem que assim é que a natureza compôs as suas espécies.Machado de Assis
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Publicado
2019-07-16
Edição
v. 26 n. 42 (2019): Estudos Literários
https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/view/8636
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20
PUEDO escribir los versos más tristes esta noche.
Escribir, por ejemplo: "La noche está estrellada,
y tiritan, azules, los astros, a lo lejos".
El viento de la noche gira en el cielo y canta.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Yo la quise, y a veces ella también me quiso.
En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.
La besé tantas veces bajo el cielo infinito.
Ella me quiso, a veces yo también la quería.
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.
Oir la noche inmensa, más inmensa sin ella.
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.
Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
La noche está estrellada y ella no está conmigo.
Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.
Mi alma no se contenta con haberla perdido.
Como para acercarla mi mirada la busca.
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.
La misma noche que hace blanquear los mismos
árboles.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.
Ya no la quiero, es cierto, pero cuánto la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.
De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.
Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido.
Porque en noches como ésta la tuve entre mis
brazos,
mi alma no se contenta con haberla perdido.
Aunque éste sea el último dolor que ella me causa,
y éstos sean los últimos versos que yo le escribo.
>> Escuche a Neruda recitar el Poema 20.
La presente Antología de Pablo Neruda es publicada con fines de difusión y estudio de la obra del Poeta y está prohibida su
reproducción con fines comerciales o de uso público. Todos los derechos pertenecen a la Fundación Pablo Neruda.
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Nas entrelinhas: Bolsonaro ampliou mais ao centro do que Lula
Publicado em 04/10/2022 - 06:33 Luiz Carlos Azedo
Comunicação, Congresso, Eleições, Espirito Santo, Ética, Governo, Memória, Militares, MInas, Partidos, Política, Política, Rio de Janeiro, São Paulo
Formar uma frente ampla é muito mais complicado do que articular uma frente de esquerda, a partir de uma agenda nacional-desenvolvimentista. Significa aceitar a centralidade da agenda política liberal
Tanto as eleições para governador no Sudeste, principalmente em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas, como as eleições para o Senado, igualmente majoritárias, mostram que a vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na região foi menor do que se estimava e que a política de alianças do presidente Jair Bolsonaro nesses estados foi mais soft do que se imaginava. Ambos serviram como alavanca para as eleições dos candidatos proporcionais de seus respectivos partidos, mas o PL passou de 76 para 99 deputados, enquanto o PT saltou de 56 para 68 representantes na Câmara, embora Lula tenha tido mais de seis milhões de votos de vantagem em relação a Bolsonaro.
Os resultados eleitorais, principalmente no Sudeste, mostram que Lula não ampliou suas alianças o quanto era preciso, apesar da escolha do ex-governador tucano Geraldo Alckmin para vice. Houve vários episódios em que isso ficou evidente, como na negativa de conversa com o ex-presidente Michel Temer, que poderia ser o movimento que faltava para evitar a consolidação da candidatura de Simone Tebet e o MDB apoiá-lo formalmente na eleição. O fato de o PT e seus aliados falarem repetidamente em frente ampla não significou que ela tenha existido realmente, o que houve foi uma frente de esquerda, que se julgava forte o suficiente para levar a eleição de roldão no primeiro turno.
Para usar parâmetros históricos que possam ilustrar essa distinção, podemos citar a frente democrática formada pelo PSD, o PTB e o clandestino PCB, em 1955, para eleger o presidente Juscelino Kubitschek, que mesmo assim não foi suficiente para obter a maioria absoluta dos votos válidos, pois recebeu 36% dos votos, contra 30% de Juarez Távora. Ou seja, a esquerda apoiou o candidato conservador. Frente ampla se formou contra o general Castelo Branco quando as eleições de 1965 foram suspensas. Carlos Lacerda (UDN), que havia sido o grande artífice do golpismo udenista; Juscelino, que apoiou a destituição do governo; e João Goulart (PTB), o presidente deposto, no exílio, com apoio do líder comunista Luís Carlos Prestes (PCB), na clandestinidade, formaram uma frente ampla de oposição. Lacerda e Juscelino foram cassados, e os militares mudaram as regras do jogo, acabando com qualquer possibilidade de redemocratização, com a proibição da Frente Ampla e a adoção do Ato Institucional nº 5.
Formar uma frente ampla é muito mais complicado do que articular uma frente de esquerda, a partir de uma agenda nacional-desenvolvimentista. Significa aceitar a centralidade da agenda política liberal na política, fazer concessões na economia e reduzir a profundidade das propostas sociais. Lula não manifestou no primeiro turno nenhuma intenção de fazer essas concessões, sempre avaliou que o esvaziamento da chamada terceira via, por meio do voto útil, resolveria essa questão em seu favor. Não foi o que aconteceu.
Triângulo das Bermudas
Houve tentativas de costurar uma aliança entre o governador Rodrigo Garcia (PSDB) e o presidente Lula nas eleições de São Paulo, mas essas articulações, para formação de uma frente ampla em São Paulo, nunca foram levadas a sério, porque a questão teria sido resolvida com a presença de Alckmin na chapa de Lula. Acreditava-se que o favoritismo do ex-prefeito paulistano Fernando Haddad seria confirmado nas urnas, mas não foi o que aconteceu. O candidato de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, um carioca que caiu de pára-quedas nas eleições paulistas, virou o primeiro turno em ampla vantagem. Uma parcela dos eleitores de Garcia, derrotado por antecipação, fez a baldeação para o candidato de Bolsonaro já no primeiro turno; agora, é muito mais difícil atrair os demais para uma aliança com Haddad, porque Tarcísio lidera com ampla vantagem na disputa de segundo turno.
No Rio de Janeiro, não foi muito diferente. Presidente da Assembleia Legislativa, o deputado André Ceciliano (PT), candidato ao Senado, foi o fiador do governo de Cláudio Castro, que assumiu a gestão após a cassação de Wilson Witzel, sem nunca antes ter disputado um cargo majoritário. Essa aliança foi rompida quando Lula apoiou a candidatura do deputado federal Marcelo Freixo, seguindo a lógica da frente de esquerda. Se a aliança fosse mantida, seria possível a neutralidade de Castro, que descolou sua campanha de Bolsonaro, facilitando a vida de Lula. Mas uma aliança desse tipo é inimaginável para a esquerda carioca e o PT. Ou seja, a frente ampla não se viabiliza na prática. Agora, Lula procura Castro, mas é leite derramado.
Em Minas, o governador Romeu Zema (Novo) assumiu uma posição de neutralidade nas eleições, diante do fato de que Lula mantinha ampla vantagem no estado. As condições para uma aliança entre os dois estavam dadas pelo posicionamento da maioria esmagadora dos eleitores, mas Lula preferiu apoiar o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil, na expectativa de que o levaria ao segundo turno e transferiria seus votos, o que aconteceu, mas não na escala necessária. Zema venceu no primeiro turno e já anunciou que vai dar uma força para Bolsonaro em Minas.
Com as posições bem definidas nos estados do Sul e Centro-Oeste, a favor de Bolsonaro, e do Norte e Nordeste, com Lula, a disputa da maioria dos eleitores nos estados do Sudeste, o chamado Triângulo das Bermudas, decidirá as eleições. Bolsonaro venceu no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Espírito Santo; Lula em Minas.
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"Faltou exame da realidade pra detectar bolsonarismo silencioso” | Dora Kramer:
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Opinião
A onda reacionária
O relativo sucesso do bolsonarismo nas urnas nada tem de conservador, é só reacionário. Esquerda e direita republicanas têm o desafio de articular antídotos com mais democracia
Notas & Informações, O Estado de S.Paulo
04 de outubro de 2022 | 03h00
A reação ao risco da volta do lulopetismo ao poder brotou forte das urnas na eleição de domingo passado. Mas não nas formas sadias do liberalismo e do conservadorismo, e sim na sua deformação: o reacionarismo. Conservadores e liberais buscam conservar liberdades fundamentais e valores universais, materializando-os progressivamente com base na estabilidade das instituições e reformas articuladas e pactuadas na arena política. O revolucionarismo progressista se opõe a esses princípios. Mas o reacionarismo também: em nome de um passado idealizado, busca autoritariamente girar a roda da História para trás, arruinando as instituições democráticas.
A democracia só é funcional quando esquerda e direita, no debate mais livre possível, encontram algum ponto em comum ao negociar políticas públicas, vencendo impasses em nome do atendimento ao conjunto da sociedade. Mas o reacionarismo opera não na dialética entre a disputa e o consenso, e sim na lógica da aniquilação. Para os extremistas à direita, assim como os à esquerda, o campo adversário é visto não como um agrupamento político que busca realizar acordos constitucionais com métodos diferentes, mas como um inimigo a ser abatido. Por isso, o bolsonarismo reacionário tem especial predileção por desqualificados – quem se notabiliza por seu total despreparo para a vida pública, como é o caso dos ex-ministros Eduardo Pazuello e Ricardo Salles, ganha lugar de destaque no palanque bolsonarista.
Desde que Jair Bolsonaro encerrou sua carreira militar ameaçando explodir bombas em quartéis, sua vida política foi pautada pela destruição e a ruptura. O saudosismo da ditadura e o revanchismo em relação à Constituição de 88 são explícitos. Nada há de conservador na desmoralização sistemática e truculenta da comunidade acadêmica, do sistema partidário ou da Suprema Corte. Como organizações humanas, estas comportam defeitos, e devem ser aprimoradas para melhor representar a vontade e a consciência populares. Mas os populistas só projetam nelas cadeias de opressão a serem rompidas por meio de mais concentração de poder nas mãos do líder que supostamente encarna o “povo”.
Como se chegou a essa situação? Como remediá-la?
O PT praticou o populismo autoritário à sua maneira: sua obsessão pela hegemonia política e sua pretensão ao monopólio moral se traduziram na sua aversão às composições, na demonização dos adversários à direita e na desmoralização de dissidentes à esquerda. A impaciência da população com o PT se desfraldou em manifestações multitudinárias que foram capitalizadas pela ferocidade antipetista de Bolsonaro em 2018.
No entanto, se a onda disruptiva não arrefeceu, mas cresceu, é pelos desmazelos da própria direita. A população conservadora nunca teve problemas em confiar seu voto a partidos formados na redemocratização que muitas vezes nem sequer propunham as pautas mais caras à direita, como o PSDB, desde que se comprometessem a conter a “república sindicalista” e outras utopias petistas. Mas, à medida que esses partidos perderam identidade, transigindo com retrocessos petistas e entregando-se ao tráfico fisiológico ou disputas fratricidas, criou-se um vácuo de poder.
Para muito além dessas eleições, a direita e a esquerda republicanas têm um imenso desafio. A esquerda terá de fazer brotar e cultivar novas lideranças no deserto de alternativas deixado pelo culto lulopetista. A direita precisará não tanto se renovar, mas se inventar. A ditadura legou seu próprio deserto, e inexistem no Brasil partidos conservadores liberais (como o centenário Republicano, nos EUA, ou os Tories, no Reino Unido) ou sociais (como as democracias cristãs que reconstruíram a Europa no pós-guerra), ou meramente liberais.
Como dizia Nelson Rodrigues, “o subdesenvolvimento não se improvisa, é obra de séculos”. O neorreacionarismo brasileiro é, no mínimo, obra de décadas. As eleições mostram que chegou para ficar. A reconstrução da República também não se dará no improviso. Ela exigirá composições das forças republicanas conservadoras e progressistas. Não se pode dizer de antemão se serão logradas nem em quais termos. O certo é que só há um meio para tanto: mais democracia, não menos.
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https://valor.globo.com/politica/eleicoes-2022/noticia/2022/10/03/movimento-digital-norteou-desempenho-de-bolsonaro.ghtml
Movimento digital norteou desempenho de Bolsonaro
Por Marli Olmos — De São Paulo
03/10/2022 05h01 Atualizado 03/10/2022
O resultado do primeiro turno da eleição presidencial revela a força de um organizado movimento político digital, segundo Marcos Nobre, presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e professor do Instituto de Filosofia Política. Para ele, enquanto a campanha de Jair Bolsonaro fez a política “subterrânea “ das redes, a de Luiz Inácio Lula da Silva ficou parada. Ele avalia que a disputa, no segundo turno, se dará em São Paulo. A seguir, os principais pontos da entrevista.
Valor: Como o senhor avalia os resultados do primeiro turno?
Marcos Nobre: O quadro mostra como a máquina tática de organização digital e de desacreditar as pesquisas, pelo lado do bolsonarismo, funcionou. Esse bote no final da campanha deveria ser esperado porque também foi usado na campanha de 2018. Também revela que havia um movimento lulista de ‘já ganhou’ ao mesmo tempo em que a organização do adversário agia de forma subterrânea. Uma candidatura ficou parada enquanto a outra andou.
Valor: O senhor acha que os institutos de pesquisas erraram?
Nobre: Acho que não devemos discutir as pesquisas agora. Devemos, sim, avaliar que o bolsonarismo fez o serviço direito e conseguiu juntar elementos tradicionais de campanha com uma organização digital poderosa, inclusive nas vagas do Legislativo.
Valor: Qual é a sua expectativa em relação à continuidade da força do bolsonarismo no país?
Nobre: A extrema-direita no Brasil viu desde muito cedo o potencial da organização digital. É uma alta capacidade de engajamento e de mobilização que não vai desaparecer. Não havíamos, ainda, experimentado uma oposição de extrema-direita tão organizada. Mas agora vamos ter. E essa é uma oposição que não tem nenhum compromisso com a democracia. Quem tem compromisso com a democracia coloca certos limites no tipo de oposição que faz. E a extrema-direita não tem limites. Seguindo a lógica do mundo digital, de provocar likes e cliques, quanto mais radical você é mais engajamento produz.
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"Quem manda,
Por que manda,
Como manda"
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João Ubaldo Ribeiro POLÍTICA Nova Edição Revista e Ampliada pelo Autor. EDITORA NOVA FRONTEIRA
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Apêndice
Dez bons conselhos de meu pai para cidadãos honestos e prestantes
1. Não seja tutelado
2. Não seja colonizado
3. Não seja calado
4. Não seja ignorante
5. Não seja submisso
6. Não seja indiferente
7. Não seja amargo
8. Não seja intolerante
9. Não seja medroso
10. Não seja burro
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Treze De Dezembro
Luiz Gonzaga
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Bem que esta noite eu vi gente chegando
Eu vi sapo saltitando
E ao longe ouvi o ronco alegre do trovão
Alguma coisa forte pra valer
Estava para acontecer na região
Quando o galo cantou
Que o dia raiou eu imaginei
É que hoje é treze de dezembro e a treze de dezembro
Nasceu nosso rei
O nosso rei do baião
A maior voz do sertão
Filho do sonho de D. Sebastião
Como fruto do matrimônio
Do cometa Januário
Com a estrela Santana
Ao nascer da era do Aquário
No cenário rico das terras de Exu
O mensageiro nu dos orixás
É desse treze de dezembro
Que eu me lembrarei e sei que não me esquecerei jamais
compositores: PASSOS GIL MOREIRA GILBERTO, JOSE DE SOUZA DANTAS FILHO, LUIZ GONZAGA DO NASCIMENTO
Maxximum: Luiz Gonzaga (2005) - Luiz Gonzaga
Gravadora:
Ano: 2005
Faixa: 13
🤗Bom dia!
https://www.kboing.com.br/luiz-gonzaga/treze-de-dezembro/
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Treze De Dezembro (Instrumental)
Djavan
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instrumental
compositores: Luiz Gonzaga,ZE DANTAS
https://www.kboing.com.br/djavan/treze-de-dezembro-instrumental/
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Treze Triplicado 🎶 Gonzagão, Zé Dantas e Gil Passos
https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/585529/
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Treze de Dezembro
Gilberto Gil
Ouça Treze de Dezembro
Bem que essa noite eu vi gente chegando
Eu vi sapo saltitando e ao longe
Ouvi o ronco alegre do trovão
Alguma coisa forte pra valer
Estava pra acontecer na região
Quando o galo cantou
Que o dia raiou
Eu imaginei
É que hoje é treze de dezembro
E a treze de dezembro nasceu nosso rei
O nosso rei do baião
A maior voz do sertão
Filho do sonho de Dom Sebastião
Como fruto do matrimônio do cometa Januário
Com a estrela Sant'Ana
Ao romper da era do Aquário
No cenário rico das terras de Exu
O mensageiro nu dos orixás
É desse treze de dezembro que eu me lembrarei
E sei que não esquecerei jamais
Ouça Treze de Dezembro
Composição: Gilberto Gil.
https://www.letras.mus.br/gilberto-gil/585529/
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“…Tatu e Tatua: Um encontro casual polifônico e inspirador…”Cantos Esponsais 🎶
https://mafua.ufsc.br/2020/o-dialogismo-polifonico-nos-contos-machadianos/
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Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução, alguns dizem que assim é que a natureza compôs as suas espécies.Machado de Assis Nota: Trecho do conto Primas de Sapucaia, publicado originalmente no jornal "Gazeta de Notícias", em 1883.
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- Senhores, muito obrigada pela presença!
- Obrigado Karyn.
- Obrigada Sérgio!
- Foi ótimo o programa!
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Jornal da Cultura | 03/10/2022
43.645 visualizações Transmissão ao vivo realizada há 21 horas No Jornal da Cultura desta segunda-feira, você verá: Lula e Bolsonaro já movimentam campanha em busca de apoio para 2º turno; Perfil conservador à direita e radical avança na Câmara e no Senado; Institutos de pesquisa devem rever métodos de levantamento; Especialistas explicam reação positiva do mercado financeiro após eleições; Eleição brasileira repercute pelo mundo.
Para comentar essas e outras notícias, Karyn Bravo recebe o professor de filosofia política da Unicamp Marcos Nobre, presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), e o cientista político Sérgio Fausto, diretor-executivo da Fundação FHC.
https://www.youtube.com/watch?v=suPFSUXHtpw
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O dialogismo polifônico nos contos machadianos: “Cantiga de Esponsais” e “Um Apólogo”
Angelina Diniz Pereira
Dados da edição:
Mafuá, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, n. 33, 2020. ISSNe: 1806-2555.
Como citar este texto?
PEREIRA, Angelina Diniz. O dialogismo polifônico nos contos machadianos: “Cantiga de Esponsais” e “Um Apólogo”. Mafuá, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, n. 33, 2020.
Sobre os autor(es):
Angelina Diniz Pereira
angelpereira2014@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/0140520037013523
Universidade da Região de Joinville
RESUMO: Considerando a teoria dialógico-polifônica de Mikhail Bakhtin, a estética de criação e expressão machadiana e o contexto extraverbal do período de produção, neste estudo será analisado o cruzamento entre as vozes do discurso presentes nos contos “Cantiga de Esponsais” e “Um Apólogo”, investigando o diálogo interno dentro de cada narrativa, o teor subjetivo das obras e a construção dialógica. Como principal conclusão, entendeu-se que a narrativa machadiana não se limita a apenas refletir sobre uma temática univocal, mas reflete o meio extra artístico em sua estética de forma crítica e abrangente.
PALAVRAS-CHAVE: dialogismo; narrador; cantiga dos esponsais; um apólogo.
ABSTRACT: Considering Mikhail Bakhtin’s dialogic-polyphonic theory, Machado de Assis’ creation and expression aesthetics, and the extra-verbal context of the production period, this study will analyze the intersection between the voices of the discourse present in the tales “Cantiga de Esponsais” and “An Apologist ”, investigating the internal dialogue within each narrative and the subjective content of the works, including the dialogue with each other, and will also discuss how this may reflect the dialogic construction. As a main conclusion, it was understood that the Machado’s narrative is not limited to just reflecting a univocal theme, but reflects the extra artistic means in its aesthetics in a critical and comprehensive way.
KEYWORDS: dialogismo; narrador; cantiga dos esponsais; um apólogo.
Caracterizando a história “Cantiga dos Esponsais”
A narrativa de Cantiga dos Esponsais é feita sob o ponto de vista de um narrador onisciente, que reporta-se ao leitor dando-lhe coordenadas para que entenda que não é o único leitor da história. Cria-se uma experiência inusitada em que o leitor presencia a leitura de um segundo interlocutor, “a leitora que está em 1813” (ASSIS, 1974, p. 39), a qual conhece todos os traços temporais da narrativa, desde a localização geográfica da Igreja, que compõe um dos ambientes do conto, até os costumes e a cultura da época.
É a partir deste ponto de vista, de uma leitora do sexo feminino do século XIX, cujo único entretenimento eram as missas cantadas, que o leitor deve decodificar e interpretar a história que se segue.
É interessante frisar que, no recorte histórico dado pelo narrador, o Rio de Janeiro dos anos 1813, a cidade já hospedava a Família Real Portuguesa há cinco anos. A influência religiosa, ideológica, política, cultural e econômica que esta visita proporcionou ao Brasil é inegável. Além de trazer o reforço físico da influência da Igreja Católica, a Coroa portuguesa também refinou a produção de música sacra no país, principalmente por meio da relação entre D. João e o músico José Maurício, citado na narrativa machadiana. É a partir da comparação com este personagem que o narrador começa a apresentar o protagonista do conto, Mestre Romão.
Ao reportar-se ao leitor, em: “Quem não conhecia mestre Romão, com o seu ar circunspecto, olhos no chão, riso triste, e passo demorado?” (ASSIS, 1974, p.39) o narrador da história chama-o para refletir sobre a figura humana do personagem principal. Isso confirma a afirmação de José Luís Jobim, estudioso da obra machadiana, que diz que
o mais relevante é o “sentimento íntimo”, o que vale para o escritor e para seus personagens, pois Machado não acredita em descrições de contextos e ações sem a contrapartida de como os personagens se sentem em relação a ambos. Não se trata, portanto, de uma negação dos aspectos por assim dizer “exteriores” na construção do romance, mas, isto sim, da reivindicação de que haja uma correlação coerente com a interioridade dos personagens que se movem nestes “exteriores”. (JOBIM, 2010, p.13)
Nesse sentido, é plausível que a escrita machadiana traga, como aspecto central, a condição emocional e os conflitos internos do personagem Mestre Romão.
Nos parágrafos seguintes, os focos narrativos mantêm-se em terceira pessoa, onisciente, com especial foco aos sentimentos do Mestre. O leitor passa a saber que o personagem principal divide a casa com um preto velho, o pai José, e que a esposa que ele um dia tivera já havia falecido.
A dedicação e a admiração que o Mestre cultiva pela música, porém, não foram suficientes para que conseguisse compor um canto esponsalício para a esposa em vida. Chegando ao tema da obra, que também lhe dá o título, o leitor passa a se deparar com uma profunda reflexão do narrador sobre a frustração do Mestre Romão
Como um pássaro que acaba de ser preso, e forceja por transpor as paredes da gaiola, abaixo, acima, impaciente, aterrado, assim batia a inspiração do nosso músico, encerrada nele sem poder sair, sem achar uma porta, nada. Algumas notas chegaram a ligar-se; ele escreveu-as; obra de uma folha de papel, não mais (ASSIS, 1974, p.41).
Diante da metáfora do pássaro preso que tenta vigorosamente fugir, é possível entender que o que aprisionava o personagem era a busca incessante pela inspiração que, mais adiante, ele veria, não é encontrada quando buscada, mas quando casualmente exercitada.
Tal frustração também é explicada quando o narrador explica que o mestre Romão “trazia dentro de si muitas óperas e missas, um mundo de harmonias novas e originais, que não alcançava exprimir e pôr no papel” (ASSIS, 1974, p.40). Neste ponto, entende-se que mesmo tendo inúmeras referências, isto é, uma bagagem de conteúdos que poderia fomentar a criação de novos, a materialização da criação era um sonho distante para mestre Romão.
É importante marcar que
a sociedade, para Machado, é matéria prima para a abordagem da condição humana. Diante disso, seus contos, como sabemos, voltam-se para os comportamentos e sentimentos das suas personagens, priorizando a representação de suas sensações, do seu mundo interior, diante de um destino incerto (MARCHEZAN, 2015, p. 78).
Colaborando com esta ideia, mais adiante o narrador coloca que o Mestre Romão se encontrava adoecido e sentia que sua saúde estava comprometida. Nesse estado, ele decide retomar a composição da cantiga de esponsais que não conseguira finalizar, anos antes, mas sem sucesso. Ao observar, pela janela, um casal de recém-casados, o músico presencia, com profunda tristeza, o tardio encontro do fragmento que faltava a sua composição. Esse momento marcou o seu último suspiro.
começou a cantarolar à toa, inconscientemente, uma cousa nunca antes cantada nem sabida, na qual coisa um certo lá trazia após si uma linda frase musical, justamente a que mestre Romão procurara durante anos sem achar nunca (ASSIS, 1974, p.42).
Conforme mencionado, a percepção de que a inspiração fora tão fácil e natural para a moça (expresso nos termos “à toa”, e “inconscientemente”), e tão difícil e perseguida para si, Mestre Romão entrou em um conflito intransponível.
Efetivamente, na circunstância de a recém casada entoar a frase musical que o maestro procurou em vão pela vida fora, ganha corpo um símbolo que pode traduzir-se do seguinte modo: para Machado, o cotidiano trivial reserva dramas intensos, embora anônimos e sem voz; em segundo lugar, a felicidade da nubente corresponde ao encontro do inefável, que somente se comunica por vias indiretas ou obtusas, no caso representadas pelo cantarolar despreocupado (MOISÉS, 2005, p. 283-284).
E é pensando em trazer ao conhecimento do leitor os tais “dramas intensos, embora anônimos e sem voz” que Machado lança com profundidade e verossimilhança o conto “Cantiga dos Esponsais”.
Um Apólogo: reflexões a partir do meio social
É interessante notar que, de acordo com Bakhtin (1979, p.312), “o homem não tem território interior soberano, ele está todo e sempre na fronteira, ao olhar para dentro de si mesmo ele olha o outro nos olhos ou pelos olhos do outro”, e essa tônica guia ambos os contos machadianos estudados neste artigo. Mestre Romão, em Cantiga dos Esponsais, revela seu conflito interno na relação de busca pela inspiração, e o personagem de Um Apólogo revela um processo reflexivo significativo ao mencionar, no final do conto, uma reflexão sobre seu próprio comportamento: “Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!” (ASSIS, 1994, p. 2).
Neste conto, o narrador em terceira pessoa conta a história fabulosa de uma agulha e de uma linha, discutindo a relação de poder e de relevância entre as duas. O conto inicia-se com o diálogo entre a agulha e a linha, as quais tentam convencer uma à outra de que são mais importantes: a agulha, dizendo que lidera o processo, que a linha apenas a segue; e a linha, defendendo que ela é mais importante, pois prende um pedaço de tecido ao outro e dá “feição aos babados” (ASSIS, 1994, p.1).
Considerando que “o discurso escrito é de certa maneira parte integrante de uma discussão ideológica em grande escala” (1992, p.123), Bakhtin considera que ele responde a algo, isto é, não surge do nada, mas caracteriza-se como uma resposta, confirmação ou busca por apoio.
Assim, entende-se que o meio social propiciou a Machado de Assis reflexões o suficiente para que compusesse esses dois contos repletos de subjetividade.
A arte, também, é eminentemente social; o meio social extra artístico afetando de fora a arte, encontra resposta direta e intrínseca dentro dela. Não se trata de um elemento estranho afetando o outro, mas de uma formação social, o estético, tal como o jurídico ou o cognitivo, e apenas uma variedade do social (BAKHTIN, s/d, p.2)
Ao final de Um Apólogo, quando a costura está finalizada e o vestido em que a linha e a agulha foram utilizadas está no corpo da baronesa, o narrador reporta a conclusão do debate.
A linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe: — Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? (ASSIS, 1994, p.2)
Em outras palavras, a linha era mais poderosa do que a agulha por poder ir a bailes e cumprir um papel social. Esta conclusão denota que a sociedade da época reconhecia esse papel como relevante. Apesar de não haver explicitamente um marcador de espaço temporal, a menção a elementos como “baronesa”, “imperador” e “mucamas” dá a impressão que o contexto da obra remonta ao período Imperial no Brasil, que se baseava na divisão da nobreza por títulos. Considerando a importância dada aos títulos nobres e posições influentes, a valorização da linha por ter contato com pessoas importantes do cenário nacional faz total sentido.
Mais importante ainda, esse traço refletido no conto é uma confirmação da teoria bakhtiniana ao considerarmos que nenhum discurso verbal surge do nada, mas sim como resposta a uma discussão social.
É possível dizer que dialogismo é o modo de funcionamento real da linguagem, que se articula sempre entre relações de enunciados. Além desse dialogismo constitutivo, temos o composicional, pelo qual o locutor incorpora vozes de outros de forma expressa (discurso objetivado) ou não (discurso bivocal). É possível ainda um terceiro conceito de dialogismo, no qual a noção de que o sujeito se constitui historicamente e a partir dos outros é determinante para sua própria ação”. (BAKHTIN, 1979, p. 299)
Conclusão
Machado de Assis passou por um processo de educação significativo sob a tutela de padres na cidade do Rio de Janeiro, tendo a disposição o acervo da Biblioteca Nacional. Sua construção sócio-histórica e dialógica influenciada pelo meio social reflete-se nas obras analisadas pelo teor reflexivo e ligado às temáticas sociais. Ao passo que Cantiga dos Esponsais se refere à discussão da busca pela inspiração e pela imaterialidade da arte, Um Apólogo liga-se fortemente à discussão sobre as relações de poder existentes na sociedade do período (e que não deixa de ser atual, também, nos dias de hoje).
O mais importante entre esses dois contos é perceber que a narrativa machadiana não se atém a uma só temática de reflexão, mas reflete o meio extra artístico de forma abrangente. As provocações interpretativas, os variados focos narrativos e as vozes críticas de narradores e personagens se entrelaçam e dão forma ao que Bakhtin define como Dialogismo, que são as relações sociais constituintes do enunciado.
Referências
ASSIS, M. Contos. Série Bom Livro, 3ª ed., São Paulo: Ática, 1974.
ASSIS, M. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
BAKHTIN, M. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1979.
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1992.
BAKHTIN, M.; VOLOSHINOV, V. N. Discurso na vida e discurso na arte (sobre poética sociológica). S/d.
JOBIM, J. L. MACHADO DE ASSIS: O CRÍTICO COMO ROMANCISTA. In: Machado de Assis em linha. Rio de Janeiro: v. 5, p.75-94, junho 2010.
MARCHEZAN, L. G. Vozes no conto de Machado de Assis sobre um incêndio em Montevidéu. In: Bakhtiniana, Revista de Estudos do Discurso. São Paulo: PUC-SP, v. 10, p. 73-89, ago. 2015.
MOISÉS, M. A literatura brasileira através dos textos. São Paulo: Cultrix, 2005.
https://mafua.ufsc.br/2020/o-dialogismo-polifonico-nos-contos-machadianos/
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Na chegada à Secção Eleitoral - Me dá uma cerveja! - Não, você está dirigindo! - Parei, agora não estou dirigindo. 13:26
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Mundo em Mutação
Mundo em Mutação: Minha Infância
http://mundovelhomundonovo.blogspot.com/2019/08/minha-infancia.html
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Significado da Polifonia
O que é a Polifonia:
Polifonia é a multiplicidade de diferentes sons reproduzidos em harmonia ritmo.
Os sons polifônicos são o oposto dos monofônicos, que são caracterizados por reproduzirem apenas uma voz ou instrumento sonoro.
Como uma técnica musical, a polifonia se desenvolveu principalmente durante a chamada “Idade Média tardia” e Renascimento, quando a música erudita passou a ser composta pela alternância entre diferentes vozes sobre uma base ritmada.
Ver também: o significado da Música clássica.
Etimologicamente, a palavra “polifonia” se originou a partir do grego poluphonias, que pode ser traduzido como “som de muitos instrumentos ou vozes”.
Polifonia textual
Nos estudos linguísticos do filósofo russo Mikhail Bakhtin, a polifonia consiste na diversidade de diferentes falas e conceitos presentes em uma mesma obra literária, principalmente quando há a presença de vozes com discursos divergentes ou controversos.
Polifonia e Intertextualidade
A partir do conceito de polifonia textual desenvolvida por Bakhtin, esta está intrinsecamente relacionada com a intertextualidade, pois há a referência à diferentes diálogos externos (de outras obras) inseridos em determinado texto, por exemplo.
https://www.significados.com.br/polifonia/#:~:text=O%20que%20%C3%A9%20a%20Polifonia,uma%20voz%20ou%20instrumento%20sonoro.
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