Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sexta-feira, 7 de outubro de 2022
Brasil no seu avesso
'como estão vocês?'
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"Alcança quem não cansa"
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E os lugarejos? Como chegar a eles? Como fazer com que o camponês, alheio à cultura, à literacia e avesso à novidade, entenda ou mesmo tome consciência de que alguém possa estar a lutar por ele?
Em BioTerra
"avesso", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/avesso [consultado em 07-10-2022].
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Local onde nasceu Aquilino: o largo da aldeia do Carregal onde o "mestre" nasceu foi requalificado através dos seus escritos
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Aquilino Ribeiro, por Serafina Martins
Aquilino Ribeiro
"Alcança quem não cansa", diz o ex-libris de Aquilino Ribeiro.
http://cvc.instituto-camoes.pt/seculo-xx/aquilino-ribeiro-39117.html#.Y0CcGXbMKM8
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sexta-feira, 7 de outubro de 2022
José de Souza Martins* - Livros para compreender o Brasil confuso
Eu & Fim de Semana / Valor Econômico
Quando achamos que estamos chegando lá, descobrimos que os protagonistas da formação do país são as vítimas de contradições
Há algum tempo vi uma extensa e interessante lista de 100 livros recomendados para se compreender o Brasil. Resolvi fazer uma lista alternativa e menor de sugestões de leitura úteis para essa compreensão, especificamente, do Brasil confuso desta hora de incertezas.
A lista mostra que o Brasil se revela no seu avesso. Quando achamos que estamos chegando lá, descobrimos que os principais protagonistas da formação do Brasil são as vítimas das contradições historicamente constitutivas da nossa realidade. As que motivam a literatura do deciframento.
Países compreensíveis são os nascidos de uma história social e política convergente, de certa unidade de sentido e de direção. O Brasil não é assim. É um país que parece buscar uma identidade, mas nunca chega nela. Proclama-se um país de “Ordem e progresso”, mas não tem nem ordem nem progresso no tanto que pode e no tanto que carece.
Um dos melhores livros para entender o Brasil é “O alienista”, de Machado de Assis. Esse é o meio livro de minhas recomendações porque quando o leitor acha que a história está acabando, descobre que está recomeçando.
Publicado em 1882, o conto não acaba nunca. Simão Bacamarte ganhou vida, fugiu de dentro do livro para transformar o Brasil numa Itaguaí continental. E saiu por aí apontando o dedo alienista a um e outro para interná-lo no manicômio político e excludente em que muitos querem ver o país transformado. Ou para se safarem com o país no bolso ou para se safarem com o confinamento do povo num hospício invisível.
“Macunaíma”, de Mário de Andrade, é de 1928. O título é o nome do personagem, mestiçagem de gentes desencontradas e colagem geográfica de distâncias encurtadas pelo imaginário da busca do muiraquitã mítico e de pedra. Um amuleto que resolve os problemas insolúveis.
Mas nosso avesso não é apenas ficção. Joaquim Nabuco, em “O abolicionismo”, de 1883, expõe a dialética de que a realidade do Brasil é a unidade dos opostos, como no caso da escravidão:
“... a emancipação não significa tão somente o termo da injustiça de que o escravo é mártir, mas também a eliminação simultânea dos dois tipos contrários, e no fundo os mesmos: o escravo e o senhor”.
A sociedade é relacional. O indivíduo é apenas uma ficção jurídica. Somos filhos culturais e sociais de mediações, da alteridade do outro. O nosso caráter está na contradição de sermos o outro e acharmos que somos nós mesmos.
Em 1897, Euclides da Cunha, em “Canudos - Diário de uma expedição”, supõe que o conflito era o de uma população camponesa monarquista alçada contra a República. Não o era. A monarquia do sertão era religiosa, a do Divino Espírito Santo, de gente que sofria o pavor do fim do milênio e se refugiara de satanás no povoado santo de Canudos à espera do fim.
Em “Os sertões”, de 1902, uma de nossas primeiras obras de ciências sociais, Euclides da Cunha consertou a interpretação fantasiosa do livro anterior. O Brasil insurgente era um Brasil abandonado, em que o próprio Estado tratava o povo como inimigo, na falta de outro.
A Canudos de pau a pique foi destruída a tiros de canhão. O crime oficial continuaria na Guerra do Contestado e se repetiria em outros episódios de incitação e criminalização do povo para combatê-lo e aprisioná-lo no imaginário de quartel ou eliminá-lo.
Com “Os índios e a civilização”, de 1970, o antropólogo Darcy Ribeiro reconstitui a dolorosa história do desencontro brasileiro. O desenraizado brasileiro do encontro com os índios, que são os brasileiros mais autênticos, foi o pior deles, o menos humano, o que apresentou a suas vítimas o Brasil que se oculta e é ocultado às leis, ao Estado e ao povo, o que dissemina doenças para contaminar e matar, o que violenta, mata e destrói as condições de vida dos povos originários.
As culturas dos povos indígenas prescrevem a classificação dos seres, em grupos, metades, parentes. A aparição dos brancos no meio deles se deu por meio da disseminação das doenças contagiosas e da morte. Os xavantes classificaram os brancos na família da onça, o único animal que mata por matar.
Ignácio de Loyola Brandão acaba de publicar “Deus, o que quer de nós?”. De cujos personagens o Desatinado se apoderou. Nós o recriamos, e ele se apossou de nós, de nossa condição de protagonistas do nosso destino. Ele simboliza o que já não sabemos que somos, porque já não sabemos ser. Ele é a volta do que não vai. Ele paralisou o tempo para imobilizar-nos.
Esse é o cerne do enredo, o de uma sociedade cuja história não é histórica, que vai na direção contrária de para onde pode ir, uma sociedade que se nega e se perde nos absurdos da vida cotidiana reengendrada. Nela os mortos ainda acham que estão vivos.
*José de Souza Martins é sociólogo. Professor Emérito da Faculdade de Filosofia da USP. Professor da Cátedra Simón Bolivar, da Universidade de Cambridge, e fellow de Trinity Hall (1993-94). Pesquisador Emérito do CNPq. Membro da Academia Paulista de Letras. Entre outros livros, é autor de "As duas mortes de Francisca Júlia A Semana de Arte Moderna antes da semana" (Editora Unesp, 2022).
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Será
Legião Urbana
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IEPFD | Cenários Pós Eleições no Brasil - Desafios e Perspectivas – Luiz Sérgio Henriques
8 visualizações 5 de out. de 2022 #eleicoes2022 #democracia #desafiosdademocracia #iepfd
As eleições de 2022 no Brasil, agora em outubro, estarão definidas. A polarização ideológica esmagou à diversidade de opinião, arrastando mais uma vez, a nação para a conflito entre o lulismo e o bolsonarismo. Na Itália, a extrema direita ganha de lavada, elegendo como primeira-ministra a neofascista Giorgia Meloni; contra a resistência da Ucrânia, Putin ameaça usar armas nucleares. Ou seja, as ameaças as democracias consolidadas continuam a desafiar o mundo civilizado.
E no Brasil? Quais os cenários que se configuram, após às eleições? Como será comandada a economia? O bolsonarismo, continuará com sua força a desafiar a democracia? E o caldeirão das forças políticas antagônicas e das desigualdades sociais continuará a ferver, aumentando a pressão sobre o governo a as instituições?
Sobre estas e outras questões, você vai poder participar em nossa mesa redonda “IEPfD | Cenários pós eleições no Brasil: desafios e perspectivas” que ocorrerá em nosso canal no You Tube, nesta sexta-feira, dia 30 de setembro de 2022, às 19:00 horas.
Neste vídeo você irá assistir a intervenção de Luiz Sérgio Henriques sobre temas centrais da política e da sociedade.
Saudações,
João Rego – Presidente
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3:25 / 5:20
Eleições Brasileiras 2022
O TSE confirmou que haverá segundo turno na disputa pela Presidência da República, a ser realizado no dia 30 de outubro
BRASIL
Será? | A Encenação do Derrotado – A Semana na Revista Será?
32 visualizações 30 de set. de 2022 #bolsonaro #lula #Eleiçoes2022 #democracia #iepfd
Para ler nossos artigos vá em:
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REVISTA SERÁ? Penso, logo duvido.
ANO X Nº 522
Recife, 30 de setembro de 2022
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O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, se reuniu com o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e técnico das Forças Armadas em 31 de agosto
Imagem: Alejandro Zambrana/Secom/TSE
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Carolina Brígido
Colunista do UOL
07/10/2022 04h00
Foram meses de pressão e, em 13 de setembro, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) resolveu ceder. A pedido das Forças Armadas, a Justiça Eleitoral concordou em realizar um teste na urna eletrônica com a biometria de eleitores reais no mesmo dia da votação. O presidente do tribunal, Alexandre de Moraes, deu ontem entrevista coletiva à imprensa para anunciar o resultado do experimento: as urnas eletrônicas registraram fielmente os votos digitados nos equipamentos.
Até ontem, nenhum militar tinha procurado o TSE para comentar o relatório final do teste, ou para pedir audiência com Moraes para tratar do assunto. O Ministério da Defesa não deu prazo de quando e se faria isso.
No domingo, a Justiça eleitoral destinou 640 urnas ao teste de integridade, parte delas com biometria. Os equipamentos foram usados em seções eleitorais de cinco capitais de estados e no Distrito Federal. Eleitores foram convidados a participar do teste. “Como só poderia acontecer, todas as urnas conferiram os votos dados com os votos dados em papel”, disse ontem Moraes na coletiva.
O pedido das Forças Armadas do uso da biometria nas urnas destinadas ao teste de integridade foi feito ao TSE no início do ano, quando Edson Fachin presidia a corte. O ministro disse que não seria possível colocar o teste em prática neste ano, por dificuldade técnica e de logística, mas prometeu que o tribunal faria isso no futuro.
Depois que tomou posse na presidência do TSE, em agosto, Moraes se comprometeu com a realização do teste. Seria uma tentativa de apaziguar a relação entre a Justiça Eleitoral e as Forças Armadas. Ontem, fontes no tribunal estranharam o silêncio dos militares depois de divulgado o resultado do teste.
Se no primeiro semestre o TSE resistiu em concordar com a exigência dos militares, nas vésperas da eleição os integrantes da corte trocaram de tática. A ideia era dar corda para as Forças Armadas testarem o processo eleitoral à exaustão, na esperança de não ser encontrada nenhuma falha. O resultado seria usado como propaganda da credibilidade do sistema de votação.
Outra consequência seria fazer os militares admitirem publicamente que a urna eletrônica é confiável. Essa parte do plano, no entanto, ainda não foi concretizada.
Existe expectativa não só no Judiciário, mas no meio político, que o presidente Jair Bolsonaro, em caso de derrota, culpe a urna eletrônica e o sistema de apuração de votos. Diante do resultado do teste pedido pelas Forças Armadas, esse discurso perderia força.
https://noticias.uol.com.br/colunas/carolina-brigido/2022/10/07/militares-nao-procuram-tse-para-comentar-resultado-do-teste-nas-urnas.htm
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Pelo Avesso
Titãs
https://www.letras.mus.br/titas/77925/
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do avesso
• Com o lado destinado ao interior virado para fora (ex.: vestiu a camisola do avesso). = AO CONTRÁRIO
• Em estado de grande confusão ou alteração (ex.: a casa ficou do avesso; ele está completamente do avesso).
"avesso", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/avesso [consultado em 07-10-2022].
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