Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sábado, 26 de fevereiro de 2022
Do caminho da forca
Romance LX ou do caminho da forca, de Cecília Meireles.
***
***
Os militares, o clero,
os meirinhos, os fidalgos
que o conheciam das ruas,
das igrejas e do teatro,
das lojas dos mercadores
e até da sala do Paço;
e as donas mais as donzelas
que nunca o tinham mirado,
os meninos e os ciganos,
as mulatas e os escravos,
os cirurgiões e algebristas,
leprosos e encarangados,
e aqueles que foram doentes
e que ele havia curado
- agora estão vendo ao longe,
de longe escutando o passo
do Alferes que vai à forca,
levando ao peito o baraço,
levando no pensamento
caras, palavras e fatos:
as promessas, as mentiras,
línguas vis, amigos falsos,
coronéis, contrabandistas,
ermitões e potentados,
estalagens, vozes, sombras,
adeuses, rios, cavalos...
Ao longo dos campos verdes,
tropeiros tocando o gado..
O vento e as nuvens correndo
por cima dos montes claros.
Onde estão os poderosos?
Eram todos eles fracos?
Onde estão os protetores?
Seriam todos ingratos?
Mesquinhas almas, mesquinhas,
dos chamados leais vassalos!
Tudo leva nos seus olhos,
nos seus olhos espantados,
o Alferes que vai passando
para o imenso cadafalso,
onde morrerá, sozinho
por todos os condenados.
Ah, solidão do destino!
Ah, solidão do Calvário...
Tocam sinos: Santo Antônio?
Nossa Senhora do Parto?
Nossa Senhora da Ajuda?
Nossa Senhora do Carmo?
Frades e monjas rezando.
Todos os santos calados.
(Caminha a Bandeira
da Misericórdia.
Caminha, piedosa.
Caísse o réu vivo;
rebentasse a corda,
que o protegeria
a santa Bandeira
da Misericórdia!)
Dona Maria Primeira,
aqueles que foram salvos
não vos livram do remorso
deste que não foi perdoado..
(Pobre Rainha colhida
pelas intrigas do Paço,
pobre Rainha demente,
com os olhos em sobressalto,
a gemer: “Inferno... Inferno...“
com seus lábios sem pecado.)
Tudo leva na memória
o Alferes, que sabe o amargo
fim do seu precário corpo
diante do povo assombrado.
(Aguas, montanhas, florestas,
negros nas minas exaustos...
- Bem podíeis ser, caminhos,
de diamante ladrilhados...)
Tudo leva na memória:
em campos longos e vagos,
tristes mulheres que ocultam
seus filhos desamparados.
Longe, longe, longe, longe,
no mais profundo passado...
- pois agora é quase um morto,
que caminha sem cansaço,
que por seu pé sobe à forca,
diante daquele aparato...
Pois agora é quase um morto,
partindo em quatro pedaços,
e - para que Deus o aviste -
levantado em postes altos.
(Caminha a Bandeira
da Misericórdia.
Caminha, piedosa,
nos ares erguida,
mais alta que a tropa.
Da forca se avista
a Santa Bandeira
da Misericórdia.)
***
***
Retirado da Obra Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles.
Biografia de Cecília Meireles, filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides.
Fonte: Biografia de Cecília Meireles
Trecho retirado da Obra Romanceiros da Inconfidência.
Fotos do Google.
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A Carta
Renato Russo
Ouça A Carta
Escrevo-te estas mal traçadas linhas meu amor
Porque veio a saudade visitar meu coração
Espero que desculpe os meus erros, por favor
Nas frases desta carta que é uma prova de afeição
Talvez tu não a leias, mas quem sabe até dará
Resposta imediata me chamando de meu bem
Porém o que me importa é confessar-te uma vez mais
Não sei amar na vida mais ninguém
Tanto tempo faz que li no teu olhar
A vida cor de rosa que eu sonhava
E guardo a impressão de que já vi passar
Um ano sem te ver, um ano sem te amar
Ao me apaixonar por ti não reparei
Que tu tivesse só entusiasmo
E para terminar, amor assinarei
Do sempre, sempre teu
Tanto tempo faz que vi no teu olhar
A vida cor de rosa que eu sonhava
E guardo a impressão de que já vi passar
Um ano sem te ver um ano sem te amar
Ao me apaixonar por ti não reparei
Que tu tivesse só entusiasmo
E para terminar, amor assinarei
Do sempre, sempre teu
Escrevo-te estas mal traçadas linhas
Porque veio a saudade visitar meu coração
Escrevo-te estas mal traçadas linhas
Porque veio a saudade visitar meu coração
Escrevo-te estas mal traçadas linhas
Espero que desculpe os meus erros, por favor, oh oh oh oh
Meu amor, meu amor oh oh oh oh
Ouça A Carta
Composição: Benil Santos / Raúl Sampaio.
https://www.letras.mus.br/renato-russo/1199100/#radio:renato-russo
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O FUTURO ROUBADO DA RÚSSIA
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Joschka Fischer
O presidente russo, Vladimir Putin, fez sua escolha. Trouxe a guerra à Ucrânia. Este é um momento decisivo para a Europa. Pela primeira vez desde as guerras dos Bálcãs da década de 1990, que se limitaram à área da desintegrada Iugoslávia, o continente encara mais bombardeios de cidades e divisões de tanques em movimento. Mas desta vez foi uma superpotência nuclear que começou a luta.
Ao ordenar uma invasão, Putin está mostrando um descarado desprezo pelos tratados internacionais e pelo direito das nações. Não houve nenhum acontecimento comparável na Europa desde a era de Hitler. Segundo as últimas declarações de Putin, a Ucrânia não tem o direito de existir como estado soberano, apesar de ser membro das Nações Unidas, da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa e do Conselho da Europa. E apesar de a própria Rússia (sob Boris Yeltsin) ter reconhecido a independência do país.
Putin agora afirma que a Ucrânia é uma parte inseparável da Rússia. O que a maioria dos ucranianos pensa é irrelevante para ele. A grandeza e a posição internacional da Rússia são o que importa. Mas não se equivoquem: Putin quer mais do que a Ucrânia. Sua guerra é contra todo o sistema europeu, que repousa sobretudo na inviolabilidade das fronteiras. Ao querer redesenhar o mapa pela força, espera reverter o projeto europeu e restabelecer a Rússia como potência predominante, pelo menos no Leste europeu. As humilhações da década de 1990 devem ser canceladas, com a Rússia uma vez mais convertendo-se em potência global, ao lado dos Estados Unidos e da China.
Segundo Putin, a Ucrânia não tem tradição estatal e se converteu num mero instrumento do expansionismo estadunidense e da Otan, o que representa uma ameaça para a segurança da Rússia. Num estranho discurso um dia antes que suas tropas cruzassem a fronteira, Putin até chegou a afirmar que a Ucrânia estava tentando adquirir armas nucleares. Na realidade, quando a União Soviética entrou em colapso em princípios da década de 1990, a Ucrânia, sede do terceiro maior arsenal do mundo naquele momento, entregou suas armas nucleares à Rússia com apoio diplomático ativo dos “malvados” Estados Unidos.
A Ucrânia assim o fez porque recebera “garantias” sobre sua integridade territorial, como se indica no Memorando de Budapeste sobre Garantias de Segurança, de 5 de dezembro de 1994. Este documento foi assinado pelas potências garantidoras: Estados Unidos, Reino Unido e Rússia, junto com Ucrânia, Belarus e Cazaquistão (estes dois últimos renunciaram aos arsenais nucleares menores que herdaram da URSS).
Frente aos fatos históricos, as declarações de Putin não têm sentido. Seu propósito principal, claramente, é dar à sua própria população uma justificativa para invadir a Ucrânia. Putin sabe que, se aos russos comuns fosse dado escolher entre uma guerra para dominar o Leste da Europa ou uma vida melhor e mais próspera em casa, prefeririam a segunda opção. Como tantas vezes na História russa, os governantes do país estão roubando seu futuro às pessoas comuns.
A ascensão da Rússia ao poder global nos séculos XIX e XX resultou em inúmeras tragédias não só para os vizinhos que subjugou e absorveu gradualmente, mas também para seu próprio povo. Os líderes atuais da China, em particular, deveriam ter em conta esta história, considerando que a Rússia imperial se apoderou de mais territórios da China do que de qualquer outro país.
O que Putin não parece perceber é que a antiga política da Rússia de dominar povos estrangeiros na sua esfera de influência faz com que outros países se concentrem em como escapar da prisão geopolítica do Kremlin na primeira oportunidade, assegurando a proteção da Otan. A extensão da aliança para o leste depois de 1989 confirma esta dinâmica. A Ucrânia quis unir-se à Otan não porque a Otan tivesse a intenção de atacar a Rússia, mas porque a Rússia demonstrou cada vez mais sua intenção de atacar a Ucrânia. E agora o fez.
Vale a pena recordar que, na década de 1990, a propaganda russa acusou o Ocidente de abrigar todo tipo de planos mal-intencionados. Nenhuma destas tramas se realizou naquele momento, quando a Rússia estava deprimida, porque nunca existiu tal esquema ocidental. As acusações eram bobagens alarmistas.
O projeto imperial russo sempre se caracterizou por uma mistura de pobreza doméstica, opressão brutal, paranoia explícita e aspirações de poder global. E, no entanto, demonstrou ser excepcionalmente resistente à modernização, não só sob os czares e depois sob Lenin e Stalin, mas também sob Putin.
Basta comparar a economia da Rússia com a da China. Ambas constituem sistemas autoritários; contudo, a renda per capita chinesa cresceu solidamente, enquanto os níveis de vida russos diminuíram. Em termos históricos, Putin está levando a Rússia para o século XIX, em busca da grandeza do passado, ao passo que a China está avançando para se converter na superpotência definidora do século XXI. Enquanto a China conseguiu uma modernização econômica e tecnológica sem precedentes, Putin canalizou os recursos da exportação de energia da Rússia para o exército, uma vez mais defraudando o povo russo do seu futuro.
A Ucrânia tratou de escapar deste ciclo interminável de pobreza, opressão e ambição imperial com sua orientação cada vez mais acentuada para a Europa. Uma democracia liberal de estilo europeu que funcionasse bem na Ucrânia poria em perigo o governo autoritário de Putin. O povo russo se perguntaria a si mesmo e aos seus líderes: “Por que não nós?”.
Putin não teria uma boa resposta a dar, e ele o sabe. É por isso que a Rússia está na Ucrânia hoje.
* Líder histórico dos Verdes, ex-ministro de Relações Exteriores e vice-chanceler da Alemanha de 1998 a 2005. Publicado no Project Syndicate, 24.02.2022
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CECILIA MEIRELES – CANÇÃO DA MENINA ANTIGA
Esta é a dos cabelos louros
e da roupinha encarnada,
que eu via alimentar pombos,
sentadinha numa escada.
Seus cabelos foram negros,
seus vestidos de outras cores,
e alimentou, noutros tempos,
a corvos devoradores.
Seu crânio está vazio,
seus ossos sem vestimenta,
– e a terra haverá sabido
o que ela ainda alimenta.
Talvez Deus veja em seus sonhos
– ou talvez não veja nada –
que essa é a dos cabelos louros
e da roupinha encarnada.
Que do alto degrau do dia
às covas da noite, escuras,
desperdiçou sua vida
pelas outras criaturas…
Cecilia Meireles, Vaga música
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25 Fevereiro 2022
Sem justificativa moral, invasão russa tem explicação política
A invasão da Ucrânia deve ser vista de dois ângulos distintos. Do ângulo moral, não há dúvida. A atitude da Rússia é indesculpável. A invasão e ocupação militar de país soberano é moralmente inaceitável sob qualquer ponto de vista. Putin nunca demonstrou qualquer respeito pela vida humana e não respeitará qualquer barreira moral na sua agressão contra a Ucrânia.
Do ângulo político, é preciso ser realista. A atitude russa tem explicação e cria controvérsias, dependendo da posição política de cada um. Do meu ponto de vista político, a conclusão é bem desagradável e cruel: a Rússia deu um xeque-mate nas potências ocidentais. Putin é um autocrata e tem uma posição política interna muito mais sólida do que todos os governantes ocidentais relevantes que se opõem ao movimento russo. Putin tem popularidade, mantém a oposição sob controle à base de forte repressão, complementada por mentiras digitais, prisões abusivas e assassinatos. Putin tem mais experiência e treino estratégico.
Os governantes ocidentais estão todos em situação política delicada. Olaf Scholz, acaba de chegar ao poder, apoiado em uma coalizão de equilíbrio delicado. Joe Biden enfrenta eleição intermediária que pode deixá-lo em minoria no Congresso e tem baixa popularidade. Boris Johnson está cai-não-cai. Macron disputa uma eleição em busca da reeleição que complicada para ele. É o único que tenta manter uma linha de comunicação com o russo, numa tentativa de alavancar sua posição na eleição francesa e o papel da França na Europa. É improvável que tenha sucesso. Volodymyr Zelensky é um governante por acidente, despreparado e fraco. Pode se transformar em vítima involuntária e herói inesperado.
Infelizmente, a Ucrânia está só. Nem a OTAN, nem os Estados Unidos isoladamente vão intervir militarmente. Os ucranianos sofrerão as piores consequências da invasão. O governo Zelensky está condenado. Ele não tem como sobreviver a esta invasão. Putin, além de um hábil estrategista, é frio, cruel e insensível. Ele não mede consequências para conseguir seus objetivos: mata seus adversários na Rússia, invade vizinhos, como fez na Georgia, na anexação da Crimea e agora na Ucrânia. Este episódio só tem final razoável se for negociado. Mas, já não há como ter um bom final.
Ainda do ponto de vista político, é preciso levar em consideração os erros diplomáticos e estratégicos dos Estados Unidos e da Europa. Há mais de uma década, analistas de estratégia, diplomatas americanos e europeus, especialistas em relações internacionais, especialistas em Rússia vinham alertando que a OTAN precisava respeitar a área de influência russa. Os governos — não importa se republicanos ou democratas, nos EUA; social democratas ou conservadores na Europa — não ouviram esses alertas e sancionaram os avanços da OTAN sobre países na fronteira da Rússia.
Putin vem reclamando do avanço da OTAN sobre sua região geopolítica de interesse, desde que tomou o poder, em 1999. Em 2007, em Munique, no encontro anual sobre política de segurança, ele disse que a OTAN nunca aceitou a realidade geopolítica após o fim do bloco criado pelo Pacto de Varsóvia, que era a contrapartida do bloco soviético à OTAN. Para Putin o Ocidente traiu os compromissos assumidos no fim do Pacto de Varsóvia que garantiam que a OTAN não avançaria sobre as regiões de fronteira da Rússia. Ele disse que a expansão da OTAN representa uma séria provocação que reduzia a confiança nas relações multilaterais. Basta ver o mapa para entender o ponto de Putin. Ele queria manter um cordão de neutralidade entre a Rússia e as potências europeias. A OTAN avançou sobre um de seus flancos, admitindo como membros Letônia, Estônia e Lituânia. Países que, hoje, pedem a intervenção da aliança militar contra a Rússia. O autocrata do Kremlin nunca se conformou com este avanço sobre suas fronteiras. Belarus tem um governo sob influência russa. A Ucrânia é o último território sensível nesta adversariedade entre a Rússia e a OTAN. A Crimea, posição estratégica no Mar Negro foi anexada pela Rússia em 2014. A Georgia, desde a invasão está sob a influência geopolítica russa.
No mundo multipolar cada potência defende sua área de influência e deveria respeitar a área de influência das outras potências. Desde a crise dos mísseis em Cuba, em 1962, no auge da Guerra Fria, a zona de influência dos Estados Unidos não é seriamente contestada por outra potência. A China não apoia a invasão da Ucrânia, mas concorda com a tese de Putin de respeito às respectivas zonas de influência. O governo chinês tem mostrado irritação ao que vê como desrespeito à sua área de influência no Mar da China pelo Japão, aliado dos Estados Unidos. A China quer uma solução negociada, porque ela implicaria um pacto de não interferência nas respectivas zonas de influência geopolítica.
No quadro multipolar, no qual não há espaço para uma nação hegemônica, o conflito assume duas formas. No plano da região de influência de cada potência, houve o ressurgimento do uso de armas convencionais e ações de guerra regionalizadas e localizadas. No plano global, como não é imaginável o recurso às armas nucleares, o recurso é a ciberguerra, a guerra cibernética, que está sendo usada. Biden se referiu explicitamente a ela em seu pronunciamento. O recurso às guerras convencionais é cruel e perigoso, por isso precisamos de uma séria revisão das instituições multilaterais para que assegurem a multipolaridade, respeitem as zonas de influência e reduzam a frequência de ações de guerra. A ONU e o Conselho de Segurança já mostraram que são inócuos. Um redesenho nesta direção, com salvaguardas mais efetivas comtra ações de agresão unilaterais, poderia talvez gerar um novo equilíbrio da ordem global.
No quadro institucional vigente, em conflito envolvendo potências nucleares, os únicos recursos são a diplomacia, sanções econômicas e retaliações cibernéticas. A diplomacia está emperrada. Sanções econômicas nunca funcionaram e a Rússia tem capacidade de retaliação, no campo da energia e da produção de grãos. A única coisa que se pode esperar é que as nações ocidentais se disponham a negociar e convençam Putin a um cessar-fogo. Mas, é difícil ver como provável uma saída negociada que não contemple uma nova ordem para a Europa que garanta à Rússia a neutralidade dos países da OTAN em sua fronteira e que a Ucrânia não seja incorporada. A situação no momento é de muita incerteza, cheia de “se isso, então aquilo” e de “talvez isso ou aquilo”. De certo, há apenas o domínio político de Putin no plano doméstico, o xeque-mate na Ucrânia e o fato de que os governantes ocidentais decidirão suas ações com um olho em suas aflições internas e outro no tabuleiro europeu.
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