quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Sintonia

*** Nas entrelinhas: Lula e Bolsonaro estreitam a possibilidade de 3ª via Publicado em 05/01/2022 - 07:08 Luiz Carlos AzedoEleições, Governo, Memória, Militares, Partidos, Política, São Paulo, Trabalho, Violência A unificação das forças de centro dependeria de um acordo entre seus candidatos ou de um deles atrair os eleitores dos demais, ou de um outro fato novo na política A nove meses das eleições presidenciais, o favoritismo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a resiliência da base eleitoral do presidente Jair Bolsonaro, favorecido pelo exercício do poder, dominam o cenário pré-eleitoral. O campo da chamada terceira via existe no eleitorado, mas, até agora, não encontrou um candidato capaz de fulanizá-lo, como é da nossa tradição. Essa fragmentação reproduz o cenário do segundo turno de 2018, a não ser que surja algum fato novo. A unificação das forças de centro dependeria de um acordo entre seus candidatos — Ciro Gomes (PDT), Sergio Moro (Podemos), João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB) e Alessandro Vieira (Cidadania) — ou de um deles atrair os eleitores dos demais. Sem isso, nada garante que Lula ou Bolsonaro possam ser deslocados do segundo turno. A polarização direita x esquerda é mais desejada por Bolsonaro. Lula se movimenta para atrair lideranças de centro e bloquear a chamada terceira via. Há várias explicações para as dificuldades das forças de centro. Aproveito o Bicentenário da Independência para destacar uma delas: a trajetória das ideias liberais no Brasil. Quando D. Pedro I introduziu o direito à propriedade privada, na Constituição outorgada de 1824, esse instituto da ordem burguesa serviria de blindagem para o regime escravocrata, até a Abolição, em 1888. Enquanto o liberalismo na Europa ocorria num contexto de trabalho livre e de igualdade perante a lei, aqui no Brasil a ordem escravocrata predominante restringia seus benefícios, os “direitos iguais”, aos homens livres. No Império, todas as revoltas populares e revoluções de caráter republicano foram duramente reprimidas, sobretudo as que pregavam a abolição. A disputa entre conservadores (saquaremas) e liberais da época (luzias) se dava no eixo da centralização x descentralização, ou seja, da autonomia das províncias. Em 1853, o Gabinete de Conciliação uniu conservadores e liberais numa “ponte de ouro”, nas palavras do conselheiro Nabuco de Araújo, na qual os “saquaremas” faziam oposição aos “luzias” nas províncias e vice-versa, mas todos apoiavam a monarquia. A “política de conciliação” garantiu a estabilidade institucional e retardou a abolição. O Marques de Paraná, o mineiro Honório Hermeto Carneiro Leão, que liderou o gabinete, recebeu esse título sem conhecer o estado. Era um defensor ferrenho da pena de morte e da escravidão, construiu sua fortuna ilicitamente em Além Paraíba (MG), onde possuía 200 escravos e 190 mil pés de café. Com a derrocada do Império, a hegemonia do pensamento republicano passou a ser positivista, protagonizada pelos militares, e viria a se confrontar com o novo liberalismo republicano dos cafeicultores paulistas, que protagonizaram a substituição da mão de obra escrava pelos trabalhadores assalariados europeus e promoveriam a industrialização. Esse choque pautaria as disputas políticas da Primeira República, até a Revolução de 1930, que mudou o eixo da política brasileira. O liberalismo brasileiro conectou a elite política com a Europa e os Estados Unidos, mas ignorou as iniquidades sociais. Patrimonialismo Após a derrota da Revolução Constitucionalista de 1932, a disputa entre setores reacionários e conservadores com a elite paulista, que dava as cartas na economia, era decidida na política, com a intervenção do Estado em todos os setores da vida nacional. Nos momentos em que o povo entrou em cena, como na eleição de Getúlio Vargas, em 1950, e no governo João Goulart, com uma agenda nacionalista, a reação das velhas oligarquias e da elite liberal, inclusive paulista, com suas conexões internacionais, foi golpista. Assim como a Independência não foi uma revolução de caráter popular e liberal, mas a continuidade da ordem das elites da época, nas décadas de 1830 e 1840, em 1889, 1930, 1945, 1961 e 1964 deu-se o mesmo. A “política de conciliação” sempre renasce das cinzas para pacificar o país, porém, ao mesmo tempo, para conter as aspirações profundas de mudança, de modo a sustentar a ordem dominante e seus privilégios. É uma das chaves da “modernização conservadora” — a outra, é a “via prussiana” do autoritarismo. Após 20 anos de regime militar, devemos aos liberais um papel decisivo na transição à democracia, sob a liderança hegemônica de Ulysses Guimarães e Tancredo Neves. Em 35 anos de democracia, o eixo do poder se deslocou de setores liberais (Sarney, Collor e Itamar Franco) para a esquerda social-democrata (Fernando Henrique Cardoso) e nacional-desenvolvimentista (Lula e Dilma Rousseff). Com exceção de Collor e Dilma, todos operaram a velha “política de conciliação”. A recidiva do patrimonialismo, porém, pôs tudo a perder. Por ironia, o governo liberal de Michel Temer foi a antessala da volta dos militares ao poder, por meio da eleição de Jair Bolsonaro, em aliança com os setores conservadores e atrasados. O ultraliberalismo anárquico que emergiu das ruas em 2013 foi capturado pelo atual presidente da República na campanha de 2018. O espaço para a aliança entre liberais e social-democratas se estreitou. https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/nas-entrelinhas-lula-e-bolsonaro-estreitam-a-possibilidade-de-3a-via/?fbclid=IwAR0O3Ng4pKdBDa4N3iVYVMj2Hey8j39Q22zugQ1x0Bh0l56XpKWWukliaWU
*** Entendendo o Gato de Schrödinger ***
*** Iteq Educacional Projetos e Projeções v.4, n.1 2021 *** “A matéria nunca fica em repouso, está constantemente se movendo e se desenvolvendo e, neste desenvolvimento, muda de uma forma de movimento para outra e mais outra, cada uma mais complexa e harmoniosa que a última. A vida aparece, assim, como uma forma particularmente muito complicada do movimento da matéria, surgindo como uma nova propriedade em um estágio mais avançado no desenvolvimento geral da matéria”. ***
*** "Que é nesse vai e vem Nesse vai e vem Que a gente se dá bem Que a gente se atrapalha...(2x)" ***
*** Luiz Gonzaga Belluzzo*: Olhe para cima, para baixo e para frente* Valor Econômico Risco de usar métodos das ciências naturais na economia é chegar a resultados determinados por suposições a priori “A matéria nunca fica em repouso, está constantemente se movendo e se desenvolvendo e, neste desenvolvimento, muda de uma forma de movimento para outra e mais outra, cada uma mais complexa e harmoniosa que a última. A vida aparece, assim, como uma forma particularmente muito complicada do movimento da matéria, surgindo como uma nova propriedade em um estágio mais avançado no desenvolvimento geral da matéria”. No livro “Reason in Revolt: Dialectical Philosophy and Modern Science”, os filósofos Ted Grant e Adam Woods estudam, nos vários campos da ciência, as possibilidades enriquecedoras da dialética em contraposição aos empobrecimentos das concepções positivistas. O trecho citado cuida das várias hipóteses sobre a origem da vida no planeta Terra. Os autores explicam que, desde sempre, homens e mulheres estavam cientes de fenômenos como terremotos e erupções vulcânicas que revelaram tremendas forças reprimidas sob a superfície da Terra. Até recentemente, tais fenômenos foram atribuídos à intervenção dos deuses. Poseidon-Netuno era o “agitador de terra”, enquanto Vulcano Hefáistos, o ferreiro dos deuses, vivia nas entranhas da terra, e fez com que vulcões entrassem em erupção com 12 golpes de martelo. Os primeiros geólogos dos séculos XVIII e XIX foram aristocratas e clérigos, que acreditavam, como o Bispo Usher, que o mundo havia sido criado por Deus em 23 de outubro de 4004 A.C. Para explicar as irregularidades da superfície da Terra, como cânions e altas montanhas, eles desenvolveram uma teoria - o catastrofismo - que tentou encaixar os fatos observados nas histórias bíblicas de cataclismos, como o Dilúvio. Cada catástrofe exterminou espécies inteiras, explicando, convenientemente, a existência dos fósseis que encontraram enterrados no fundo das rochas em minas de carvão”. Ted Grant e Adam Woods narram um episódio crucial para as mudanças nas hipóteses da Geologia. Eles contam que, em meados da década de 1960, Peter Vail, um cientista do principal laboratório de Houston da Exxon, começou a estudar as irregularidades nos padrões lineares no fundo do oceano. Vail simpatizava com a visão francesa da evolução interrompida, e acreditava que essas quebras no processo representavam grandes pontos de virada nas camadas geológicas. Suas observações revelaram padrões de mudança sedimentar que pareciam ser os mesmos em todo o mundo. Esta foi uma evidência poderosa em favor de uma interpretação dialética do processo geológico. Hipótese que foi recebida com ceticismo por colegas. Jan van Hinte, outro dos cientistas da Exxon, lembrou: “Nós paleontólogos não acreditamos em uma palavra que Vail estava dizendo. Fomos todos criados na tradição anglo-saxã de mudança gradual, e isso cheirava a catastrofismo”. No entanto, Jan van Hinte fez observações próprias com materiais fósseis e sísmicos no Mediterrâneo, que revelaram exatamente o mesmo que Vail. As idades das rochas correspondiam às previsões de Vail. A imagem que agora emerge é claramente dialética: “É uma característica comum na natureza: a gota que faz o balde transbordar. Um sistema internamente estabilizado é gradualmente minado por alguma influência até entrar em colapso. Um pequeno impulso leva então a mudanças dramáticas, e uma situação totalmente nova é criada. Quando o nível do mar está subindo, os sedimentos se acumulam gradualmente na plataforma continental. Quando o mar desce, a sequência se desestabiliza. Ele aguenta por algum tempo, e então - Wham! Parte dele desliza para o mar profundo. Eventualmente, o nível do mar começa a subir e pouco a pouco, o sedimento se acumula”. No livro “Manda Quem Pode, Obedece Quem tem Prejuízo” entregamos, na companhia de Gabriel Galípolo, a palavra ao astrofísico Francesco Sylos Labini. Ele sustenta que nem mesmo a quantidade de dados disponível atualmente é, por si só, capaz de ampliar a capacidade de previsões de fenômenos naturais ou sociais, por problemas intrínsecos a sistemas complexos: “Mesmo conhecendo as leis que regem a dinâmica dos planetas, hoje é sabido que o sistema solar apresenta um comportamento caótico, apenas em uma escala de tempo muito mais longo do que a útil para as projeções do homem”. A teoria do caos, sumarizada pelo matemático Henri Poincaré, sustenta que mesmo se as leis da natureza não guardassem mais segredos, o conhecimento acerca das condições iniciais ainda seria aproximado. Essas pequenas diferenças nas condições iniciais podem resultar em divergências enormes no resultado final, tornando as previsões impossíveis e engendrando fenômenos fortuitos. Para Labini, estas limitações variam conforme o sistema. Enquanto previsões de eclipses podem ser realizadas para milhares de anos, as meteorológicas podem ser feitas para poucas horas ou dias. No caso de terremotos, os limites para conhecer o status do sistema praticamente impossibilitam previsões. A situação é ainda mais complexa se as leis que regem a dinâmica do sistema mudam ao longo do tempo, como na economia e outras ciências sociais. Nesses casos, afirma Labini, deve-se ter muita cautela no emprego de métodos desenvolvidos para o estudo das ciências naturais, apoiados na matemática e estatística: “O risco é obter resultados aparentemente científicos, similares aos obtidos nas ciências naturais, mas na realidade determinados por suposições “a priori” (ou por um cenário ideológico) utilizados na análise de maneira mais ou menos explícita”. As primeiras hipóteses a respeito dos terremotos e outros incidentes geológicos estavam amparadas nas concepções de anormalidade e excepcionalidade. Aqui cabe uma analogia entre a concepção dos economistas das expectativas racionais e as hipóteses a respeito dos incidentes geológicos. Em visita à London School of Economics a rainha Elisabeth II perguntou por que os economistas não haviam previsto a crise. Lucas respondeu em um artigo na revista The Economist em 2009: “A crise não foi prevista porque a teoria econômica prevê que esses eventos não podem ser previstos”. À margem das imprevisões de Robert Lucas, o movimento da economia abriu a cratera da crise - Wham!!! - e engoliu os imprevidentes. *O artigo utiliza trechos do livro Dinheiro, escrito em parceria com Gabriel Galípolo. *Luiz Gonzaga Belluzzo é professor titular do Instituto de Economia da Unicamp, https://gilvanmelo.blogspot.com/2022/01/luiz-gonzaga-belluzzo-olhe-para-cima.html *********************************************************************************** *** Sintonia Moraes Moreira *** Escute essa canção Que é prá tocar no rádio No rádio do seu coração Você me sintoniza E a gente então se liga Nessa estação... Aumenta o seu volume Que o ciúme Não tem remédio Não tem remédio Não tem remédio não...(2x) E agora assim aqui prá nós Pelo meu nome não me chama Você é quem conhece mais A voz do homem Que te ama... Deixa eu penetrar Na tua onda Deixa eu me deitar Na tua praia Que é nesse vai e vem Nesse vai e vem Que a gente se dá bem Que a gente se atrapalha...(2x) Aumenta o seu volume Que o ciúme Não tem remédio Não tem remédio Não tem remédio não...(2x) E agora assim aqui prá nós Pelo meu nome não me chama Você é quem conhece mais A voz do homem Que te ama... Deixa eu penetrar Na tua onda Deixa eu me deitar Na tua praia Que é nesse vai e vem Nesse vai e vem Que a gente se dá bem Que a gente se atrapalha...(2x) Escute essa canção Que é prá tocar no rádio No rádio do seu coração Você me sintoniza E a gente então se liga Nessa estação... álbum Sintonia - Moraes Moreira Gravadora: EMI Ano: 2012 Faixa: 1 ******************************************** *** CINE THEATRO CENTRAL Milton Nascimento e Orquestra Ouro Preto - Clube da Esquina 184.194 visualizaçõesTransmitido ao vivo em 29 de dez. de 2021 *** Orquestra Ouro Preto 86,5 mil inscritos Há 50 anos, surgia um dos mais importantes discos da música brasileira: o Clube da Esquina. E para celebrar esse marco, Milton Nascimento, sua banda e a Orquestra Ouro Preto, realizam uma apresentação histórica no palco do Cine-Theatro Central, de Juiz de Fora (MG). Ela será transmitida, gratuitamente, dia 29 de dezembro, quarta-feira, às 20h30, no canal da Orquestra no YouTube. O concerto traz no repertório sucessos que marcaram época, em composições assinadas por Milton, Lô Borges, Brant e Ronaldo Bastos e outros. Sob a regência do Maestro Rodrigo Toffolo, direção musical assinada por Wilson Lopes e direção geral e artística de Augusto Nascimento, o público de casa vai cantar junto e se emocionar com canções como “Maria, Maria”, “Nada será como antes”, “Paisagem na Janela” e muito mais. Milton comemora o surgimento dessa parceria inédita. “Sempre fui um admirador da Orquestra Ouro Preto - não só da parte musical - mas também de todo o trabalho social que eles fazem pelos jovens músicos de Minas Gerais. E quando surgiu a oportunidade de fazer esse projeto em comemoração ao Clube da Esquina junto com eles, foi uma realização muito grande para todos nós", afirma o cantor e compositor.

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