segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

POLÉMICA DE KIEV

"Em 1989, o então Líder da União Soviética, Gorbatchov, teve conversas com o Secretário de Estado norte-americano, James Baker, logo após a queda do muro de Berlim e da reunificação da Alemanha. E o James Baker, referindo-se ainda à incorporação à Alemanha do lado oriental, antes comunista, disse o seguinte: 'Não se preocupe Gorbatchov porque a OTAN não vai avançar uma única polegada na direção da então União Soviética.' Ora, isso foi um erro estratégico gravíssimo do Gorbatchov acreditar na palavra verbal, num assunto de tanta importância, que requereria ser formalizado na mais sólida forma de diplomacia que é um tratado internacional, assinado e ratificado, no caso, pelos Estados Unidos e pelos então membros da OTAN. Foi um erro histórico cujas consequências estão se fazendo sentir agora, com o Putin emparedando os Estados Unidos e a OTAN com exigências maximalistas. A situação é muito complicada e me preocupa muito que esta é a situação mais grave desde a guerra fria." Roberto Abdenur Tá legal, eu aceito argumento. Então Manduca propôs que trocássemos a argumentação por escrito, e na terça ou quarta-feira recebi duas folhas de papel contendo a exposição e defesa do direito dos aliados, e da integridade da Turquia, concluindo por esta frase profética: "Os russos não hão de entrar em Constantinopla!" *** Roberto Abdenur Entrevista 3.836 visualizações24 de jan. de 2022 *** Marco Antonio Villa 652 mil inscritos https://www.youtube.com/watch?v=y5CeoAnzaB4 *************************************************** *** Polêmica da pesada no mundial de xadrez 158.045 visualizações1 de jan. de 2020 *** Xadrez Brasil 242 mil inscritos Uma polêmica não, duas polêmicas na mesma partida no mundial de xadrez! Entre na Academia Online Xadrez Brasil para aprender a jogar xadrez ou melhorar seu nível de jogo de forma simples e eficaz - https://xadrezbrasil.com.br https://www.youtube.com/watch?v=pUvvzUMJOsc ***********************************************************
*** Machado de Assis DOM CASMURRO CAPÍTULO XC / A POLÊMICA No dia seguinte, passei pela casa do defunto, sem entrar nem parar --ou, se parei, foi só um instante, ainda mais breve que este em que vo-lo digo. Se me não engano, andei até mais depressa, receando que me chamassem como na véspera. Uma vez que não ia ao enterro antes longe que próximo. Fui andando e pensando no pobre-diabo. Não éramos amigos, nem nos conhecíamos de muito. Intimidade que intimidade podia haver entre a doença dele e a minha saúde? Tivemos relações breves e distantes. Fui pensando nelas, recordando algumas. Reduziam-se todas a uma polêmica, entre nós, dous anos antes, a propósito... Mal podeis crer a que propósito foi. Foi a guerra da Criméia. Manduca vivia no interior da casa, deitado na cama, lendo por desfastio. Ao domingo, sobre a tarde, o pai enfiava-lhe uma camisola escura, e trazia-o para o fundo da loja, donde ele espiava um palmo da rua e a gente que passava. Era todo o seu recreio. Foi ali que o vi uma vez, e não fiquei pouco espantado; a doença ia-lhe comendo parte das carnes, os dedos queriam apertar-se; o aspecto não atraía decerto. Tinha eu de treze para quatorze anos. Da segunda vez que o vi ali, como falássemos da guerra da Criméia, que então ardia e andava nos jornais, Manduca disse que os aliados haviam de vencer, e eu respondi que não. --Pois veremos, tornou ele. Só se a justiça não vencer neste mundo, o que é impossível, e a justiça está com os aliados. --Não, senhor, a razão é dos russos. Naturalmente, íamos com o que nos diziam os jornais da cidade transcrevendo os de fora, mas pode ser também que cada um de nós tivesse a opinião do seu temperamento. Fui sempre um tanto moscovita nas minhas idéias. Defendi o direito da Rússia, Manduca fez o mesmo ao dos aliados, e o terceiro domingo em que entrei na loja tocamos outra vez no assunto. Então Manduca propôs que trocássemos a argumentação por escrito, e na terça ou quarta-feira recebi duas folhas de papel contendo a exposição e defesa do direito dos aliados, e da integridade da Turquia, concluindo por esta frase profética: "Os russos não hão de entrar em Constantinopla!" Li-a e meti-me a refutá-la. Não me recorda um só dos argumentos que empreguei, nem talvez interesse conhecê-los, agora que o século está a expirar; mas a idéia que me ficou deles é que eram irrespondíveis. Fui eu mesmo levar-lhe o meu papel. Fizeram-me entrar na alcova, onde ele jazia estirado na cama, mal coberto por uma colcha de retalhos. Ou gosto da polêmica ou qualquer outra causa que não alcanço, não me deixou sentir toda a repugnância que saía da cama e do doente, e o prazer com que lhe dei o papel foi sincero. Manduca, pela sua parte, por mais nojosa que tivesse então a cara, o sorriso que a acendeu dissimulou o mal físico. A convicção com que me recebeu o papel e disse que ia ler e responderia é que não tem palavras nossas nem alheias que a digam de todo e com verdade; não era exaltada, não era ruidosa, não tinha gestos, nem a moléstia os permitiria, era simples, grande, profunda, um gozo infinito de vitória, antes de saber os meus argumentos. Tinha já papel, pena e tinta ao pé da cama. Dias depois recebi a réplica; não me lembra se trazia cousas novas ou não; o calor é que crescia, e o final era o mesmo: "Os russos não hão de entrar em Constantinopla!" Trepliquei, e daí continuou por algum tempo uma polêmica ardente, em que nenhum de nós cedia, defendendo cada um os seus clientes com força e brio. Manduca era mais longo e pronto que eu. Naturalmente a mim sobravam mil cousas que distraíam, o estudo, os recreios, a família, e a própria saúde, que me chamava a outros exercícios. Manduca, salvo o palmo de rua ao domingo de tarde, tinha só esta guerra, assunto da cidade e do mundo, mas que ninguém ia tratar com ele. O acaso dera-lhe em mim um adversário; ele, que tinha gosto à escrita, deitou-se ao debate, como a um remédio novo e radical. As horas tristes e compridas eram agora breves e alegres; os olhos desaprenderam de chorar, se porventura choravam antes. Senti esta mudança dele nas próprias maneiras do pai e da mãe. --Não imagina como ele anda agora, depois que o senhor lhe escreve aqueles papéis, dizia-me o dono da loja, uma vez, à porta da rua. Fala e ri muito. Logo que eu mando o caixeiro levar-lhe os papéis dele, entra a indagar da resposta, e se demorará muito, e que pergunte ao moleque, quando passar. Enquanto espera, relê jornais e toma notas. Mas também, apenas recebe os seus papéis, atira-se a lê-los, e começa logo a escrever a resposta. Há ocasiões em que não come ou come mal; tanto que eu queria pedir-lhe uma cousa, é que não os mande à hora do almoço ou de jantar... Fui eu que cansei primeiro. Comecei a demorar as respostas, até que não dei mais nenhuma- ele ainda teimou duas ou três vezes depois do meu silêncio, mas não recebendo contestação alguma, por fadiga também ou por não aborrecer, acabou de todo com as suas apologias. A última como a primeira, como todas, afirmava a mesma predição eterna: "Os russos não hão de entrar em Constantinopla!" Não entraram, efetivamente, nem então, nem depois, nem até agora. Mas a predição será eterna? Não chegarão a entrar algum dia? Problema difícil. O próprio Manduca, para entrar na sepultura, gastou três anos de dissolução, tão certo é que a natureza, como a história, não se faz brincando. A vida dele resistiu como a Turquia se afinal cedeu foi porque lhe faltou uma aliança como a anglo-francesa, não se podendo considerar tal o simples acordo da medicina e da farmácia. Morreu afinal, como os Estados morrem; r nosso caso particular, a questão é saber, não se a Turquia morre porque a morte não poupa a ninguém, mas se os russos entrara algum dia em Constantinopla; essa era a questão para o meu vizinho leproso, debaixo da triste, rota e infecta colcha de retalhos... *********************************************** *** Paulinho da Viola * Argumento * 1975 317.317 visualizações (ENEM PPL - 2016) Argumento Tá legal Eu aceito o argumento Mas não me altere o samba tanto assim Olha que a rapaziada está sentindo a falta De um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim Sem preconceito Ou mania de passado Sem querer ficar do lado De quem não quer navegar Faça como o velho marinheiro Que durante o nevoeiro Leva o barco devagar. PAULINHO DA VIOLA. Disponível em: www.paulinhodaviola.com.br. Acesso em: 6 dez. 2012. Na letra da canção, percebe-se uma interlocução. A posição do emissor é conciliatória entre as tradições do samba e os movimentos inovadores desse ritmo. A estratégia argumentativa de concessão, nesse cenário, é marcada no trecho A "Mas não me altere o samba tanto assim". B "Olha que a rapaziada está sentindo a falta". C "Sem preconceito / Ou mania de passado". D "Sem querer ficar do lado / De quem não quer navega". E "Leva o barco devagar". https://www.kuadro.com.br/gabarito/enem%20ppl/2016/portugues/enem-ppl-2016-argumento-t-legal-eu-aceito-o-argume/37806 https://www.youtube.com/watch?v=Mo501Ox1Vv0 ******************************************************** *** Retalhos de Cetim Benito Di Paula Ouça Retalhos de Cetim Ensaiei meu samba o ano inteiro Comprei surdo e tamborim Gastei tudo em fantasia Era só o que eu queria E ela jurou desfilar pra mim Minha escola estava tão bonita Era tudo o que eu queria ver Em retalhos de cetim Eu dormi o ano inteiro E ela jurou desfilar pra mim Mas chegou o carnaval E ela não desfilou Eu chorei na avenida, eu chorei Não pensei que mentia a cabrocha, que eu tanto amei Minha escola estava tão bonita Era tudo o que eu queria ver Em retalhos de cetim Eu dormi o ano inteiro E ela jurou desfilar pra mim Mas chegou o carnaval E ela não desfilou Eu chorei na avenida, eu chorei Não pensei que mentia a cabrocha, que eu tanto amei Mas chegou o carnaval E ela não desfilou Eu chorei na avenida, eu chorei Não pensei que mentia a cabrocha, que eu tanto amei Mas chegou o carnaval E ela não desfilou Eu chorei na avenida, eu chorei Não pensei que mentia a cabrocha, que eu tanto amei Mas chegou o carnaval E ela não desfilou Eu chorei na avenida, eu chorei Não pensei que mentia a cabrocha, que eu tanto amei Ouça Retalhos de Cetim Composição: Benito Di Paula. https://www.letras.mus.br/benito-di-paula/44499/ ******************************************************* Leia mais em: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/dom-casmurro-analise-da-obra-de-machado-de-assis/ Leia mais em: https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/dom-casmurro-analise-da-obra-de-machado-de-assis/

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