Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
segunda-feira, 31 de janeiro de 2022
corta-Jaca
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´Invadindo a cena no Teatro de Rua´.
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PORTUGAL DEMOCRÁTICO E SOCIALISTA
Não era para haver eleições, mas o governo Costa, constituído em 2019, foi "chumbado" por ocasião da votação do Orçamento de 2022. Não só a direita mas também o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista negaram apoio parlamentar, e a saída foi a convocação de novas eleições. Vicissitudes do parlamentarismo...
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Partido do atual premiê, António Costa, ganhou as eleições no domingo (30.jan.2022) com 41,6% dos votos...
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O partido governará com maioria absoluta de 117 das 230 cadeiras no Parlamento. Em 2019, tinha 108 –e precisou do apoio de outros partidos de esquerda para formar o governo de coalizão.
A principal sigla da oposição, o centro-direitista PSD (Partido Social Democrata) conquistou 71 cadeiras. O partido teve 27,8% dos votos. Nas legislativas portuguesas, os eleitores votam em partidos. A legenda ou coligação com mais deputados na Assembleia da República indica o primeiro-ministro e forma o governo.
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há 18 horas
O
Partido Socialista, do premier António Costa, vence eleição em Portugal e conquista maioria absoluta no Parlamento - Jornal O Globo
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As lições a tirar dos fatos são várias e se distribuem entre positivas e negativas. Entre as primeiras, ressaltemos que António Costa, como governante democrático que é, logo se apressou a dizer que ter maioria absoluta não significa ter poder absoluto. Será preciso governar para todos os portugueses, ainda mais que agora se trata de aplicar, produtivamente, os fundos europeus destinados à recuperação pós-pandemia.
LEIA mais
https://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=2083
A reafirmação dos socialistas também constitui uma prova de maturidade do eleitorado, que obviamente não quer saber de aventura. O Bloco de Esquerda e o Partido Comunista fariam bem em rever suas posições, levando em conta, essencialmente, o fator Europa. Impossível ser antieuropeísta ou sonhar com as velhas soberanias nacionais, numa versão "de esquerda" do virulento nacional-populismo da nova direita. O interesse nacional sempre será mais bem defendido no contexto de uma Europa integrada, solidária e democrática.
O quadro partidário, por outro lado, modifica-se consideravelmente. Além do redimensionamento à esquerda, com a baixa votação do BE e do PCP, desaparece um partido histórico da direita pós-25 de abril, o CDS. Não há motivo para comemorar, uma vez que em contrapartida se expande eleitoralmente, com a estridência reacionária que tão bem conhecemos, o partido Chega.
É bem provável que os muitos brasileiros que emigraram agora deparem com um ambiente hostil nas áreas influenciadas por este extremo reacionarismo, ainda que tenham a acolhê-los e a protegê-los o espírito democrático da maioria da população, nomeadamente de socialistas, comunistas e liberais-democratas fiéis à sua tradição. Isto para não falar dos laços profundos que unem portugueses e brasileiros, mais além de conjunturas que passam e mesmo nos piores momentos em que, lá e cá, ditaduras infelicitavam nossos países.
Que entre os partidos democráticos – inclusive o PSD, de centro-direita – se reafirme uma dialética construtiva na sociedade e no Parlamento, apesar das diferenças de política e mesmo de concepção de funcionamento do Estado de bem-estar. Tal será a grande barreira contra a ameaça barulhenta e destrutiva da extrema direita, que o povo lusitano quer manter à distância e sob controle.
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https://www.facebook.com/esqdemocratica/photos/a.1550749865156484/3170736359824485/
Folhahttps://www1.folha.uol.com.br › fsp › ombudsma
9 de nov. de 2008 — É antigo o axioma "jornal velho só serve para embrulhar peixe". Mas era empregado em referência ao jornal da véspera.
Não encontrados: ENVELHECE | Precisa incluir: ENVELHECE
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ENTREVISTA: CIRO NA NOVABRASIL FM | 27/01/2022
152.624 visualizações27 de jan. de 2022
Ciro Gomes
358 mil inscritos
Ciro Gomes esteve com Michelle Trombelli e Mauro Tagliaferri, na Novabrasil FM, onde conversou sobre a crítica situação econômica, política e social em que o Brasil se encontra, falou sobre suas propostas e como elas podem dar um novo rumo para o país. Acompanhe!
https://www.youtube.com/watch?v=4uqKN7oYfT4
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0:56 / 1:04:39
O replay do chat ao vivo foi desativado para este vídeo.
AO VIVO: Canal Livre com Sergio Moro
120.571 visualizaçõesTransmissão ao vivo realizada há 15 horas
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Band Jornalismo
3,4 mi de inscritos
O convidado do Programa Canal Livre deste domingo (30) é o pré-candidato à presidência da República Sergio Moro. Ele fala do cenário eleitoral, dos planos para a economia e também da operação Lava Jato.
https://www.youtube.com/watch?v=aLaNtNpwstw
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Fernando de Souza, barbeiro e artista
Ingressou no teatro popular pelas mãos de Luiz Bonifácio, do Grupo Teatral Senhor dos Montes (GRUTSEM), e já fez papeis de Cristo e de Pilatos várias vezes, entre outros.
PERFIL
José Venâncio de Resende 20/03/20180
Quem entra na Barbearia N. S. Aparecida, no Largo do Carmo em São João del-Rei, vai ver muito mais do que uma simples cadeira de barbeiro. Ali se encontram pinturas, cartazes de filmes, maquetes e figurinos para teatro. Além de barbeiro, Fernando de Souza é um artista.
Fernando considera-se “barbeiro à moda antiga, mas que acompanha a evolução”. Tanto que a maior parte dos seus clientes tem idades variando entre 25 e 50 anos.
Ator amador, iniciou a arte de representar na escola de teatro popular de Luiz Bonifácio, no bairro Senhor dos Montes. Autor de histórias populares, já escreveu três contos sobre Catifunda (o nome é inspirado na personagem dos programas A Praça é Nossa, Escolinha do Professor Raimundo e Balança mais não cai), dos quais dois já viraram filmes (disponíveis no You Tube).
Nas horas vagas, Fernando produz maquetes de igrejas, casarões, pontes históricas e coreto; pinta quadros de cenários são-joanenses e confecciona figurinos para teatro de rua, principalmente encenações religiosas da Semana Santa.
Infância
Nascido em 13 de janeiro de 1955 no tradicional bairro do Tijuco em São João del-Rei, Fernando tem raiz nas lajes resende-costenses. Ele é filho de Onelina Peluzi de Souza – das famílias Peluzi e Melo – e do são-joanense Evandro de Souza.
Ainda criança, foi morar em Limeira de Muriaé, perto de Juiz de Fora. “Meu avô era amigo de Tancredo Neves e conseguiu que meu pai fosse nomeado para trabalhar nos Correios desse lugarejo. Alguns meses depois, ele foi transferido para Tiradentes e, em seguida, para São João del-Rei.”
Até os 13 anos, Fernando cursou o antigo primário, mas abandonou o curso faltando apenas dois meses para a sua conclusão. “Mesmo assim, a professora dona Carmita me aceitou para estudar a admissão, mas tive de parar por causa da mudança de minha família para Governador Valadares.”
Copas do mundo
Era a Copa do Mundo de 1970, mais precisamente dia do jogo entre Brasil e Inglaterra, quando a família – Fernando, os pais e os irmãos Carlos Antônio e José Antônio - viajou de mudança para Governador Valadares. “Meu pai foi transferido para lá. Eu fiquei com raiva porque não consegui ver o jogo, mas tinha um cara do meu lado no ônibus com um radinho de pilha, e assim eu consegui ouvir o jogo.”
No final do mesmo ano, o pai de Fernando conseguiu uma transferência para Lafaiete. “Lá ficamos até início de 1972 quando, então, voltamos para São João del-Rei.”
Nesse meio tempo, o Departamento de Correios e Telégrafos foi transformado em empresa, o que obrigou os funcionários a escolherem entre continuar como funcionário federal ou se transferirem para a nova empresa. O pai de Fernando optou por se aposentar.
Aos 16 anos, Fernando retomou os estudos e concluiu o quarto ano primário na Escola Municipal Doutor Kleber Vasques Filgueiras. “Em seguida, fiz a primeira fase do projeto Minerva (programa de educação de adultos criado pelo governo federal), que correspondia ao primário, na expectativa de fazer a segunda fase que equivalia ao ginário. Mas o projeto Minerva foi suspenso.”
Nesta altura, Fernando já estava com 17 anos. “Época de namorar, de jogar sinuca etc. Até que veio o período do Exército. Alistei em 1973 com mais de 18 anos e ingressei no quartel em 1974, ano da Copa do Mundo quando o Brasil perdeu para a Laranja Mecânica, a Holanda. A princípio, eu queria engajar, mas acabei dando baixa porque reduziram o efetivo do batalhão.”
Ferrovia do Aço
O primeiro emprego de Fernando foi como apontador de campo da empreiteira Veloso Camargo, que participava da construção da Ferrovia do Aço. “Comecei a trabalhar em janeiro de 1975. O canteiro de obras da Veloso Camargo era em Coronel Xavier Chaves.”
Fernando foi ainda apontador na Construtora Alcindo Vieira Convap (final de 1975), que trabalhava na construção de túnel e terraplanagem da Ferrovia do Aço; e na Cetenco (1976), firma que instalava cabos de linha de transmissão em Lafaiete. “Quando casei, em 1976, eu estava desempregado. Aí fui trabalhar na Cetenco. Depois de uns oito meses a empresa terminou o serviço e dispensou a gente.”
Em 1977, foi contratado como auxiliar de almoxarifado na CBPO e na Contel – Construtora M. Teixeira, empresas que atuavam na obra da Açominas em Ouro Branco. No intervalo entre uma firma e outra, voltou a São João del-Rei e trabalhou por pouco tempo na Fiação e Tecelagem João Lombardi.
Nesta época, Fernando e a esposa Maria das Graças de Souza mudaram para o bairro do Senhor dos Montes. “A gente morava na Praça Dr. Salatiel. Depois que casei, morei um ano com os meus pais, até que em maio de 1977 fui morar com o meu sogro no Senhor dos Montes.”
Garçon
Entre 1978 e 1982, Fernando virou garçon em São João del-Rei, tendo trabalhado nos restaurantes Canecão, Umuarama e Minho. “Em setembro de 1981, o ponto do Umuarama, na antiga rua Rui Barbosa (atual Avenida Tancredo Neves) foi vendido para o Canindé, que montou a loja de confecções São Francisco. Trabalhei lá como balconista até o fim do ano e, em março de 1982, voltei a ser garçon, mas era mais um garçon-administrador.”
A partir de março de 1984, Fernando juntou-se ao sogro no serviço de garimpeiro. “Eu entrava dentro de beta no Senhor dos Montes para retirar cascalho à procura de ouro. Nunca tive muita sorte. Meu sogro e meus cunhados tinham mais sorte do que eu.”
Tanto que, a partir de março de 1985, Fernando tornou-se vendedor, inicialmente no supermercado Sanjoanense e, depois, na Bemoreira e na Loja 104 (tecidos e artigos de cama, mesa, banho), esta última de José Egídio Carvalho e seu irmão. “Na Bemoreira, eu era vendedor de móveis e eletrodomésticos, e só saí de lá em abril de 1988 quando a loja fechou as portas.”
Fernando também foi auxiliar de escritório e motorista na Serraria do Senhor dos Montes. “Em janeiro de 1993, fui trabalhar na Ferbom, que vendia ferragem para serralheria. Era praticamente um gerente.”
Candidato
Nas eleições municipais de 1992, Fernando foi candidato a vereador pelo antigo Partido da Frente Liberal (PFL), mas não conseguiu eleger-se. “Foram quase 500 candidatos. Não me elegi mas tive uma votação razoável.”
Também foi candidato a vereador pelo Partido da Reconstrução Nacional-PRN (1996) e pelo Democratas (2008). “Fui candidato por estar envolvido em diversas atividades do bairro e da cidade. E por acreditar que teria mais condições de continuar ajudando.”
Entre 2008 e 2012, Fernando trabalhou na Secretaria de Assistência Social da Prefeitura, cuidando do programa Bolsa Família. E, a partir de 2012, tornou-se assessor do vereador Igor Sandim. “Trabalho na parte da manhã na Câmara Municipal. À tarde, fico na barbearia.”
Barbeiro
A vida de Fernando mudou quando a esposa perdeu o emprego na Companhia de Tecidos Santanense, que encerrou suas atividades em São João del-Rei. “Dava para vivermos com o salário dela e o meu. Quando ela ficou desempregada, o meu salário já não era suficiente. Então, eu pedi aumento na empresa, mas eles não quiseram aumentar meu salário.”
Por sugestão de um amigo, Fernando resolveu trabalhar de barbeiro, já que costumava cortar cabelo de parentes, amigos e colegas de trabalho. “Meu filho tinha quatro anos quando eu comecei a cortar o cabelo dele. Aí passei a cortar cabelo do meu pai, de cunhado, sogro, amigos e colegas. No início, não cobrava nada; com o tempo, passei a cobrar. Foi então que o Álvaro, meu amigo, me instigou a montar uma barbearia.”
Em julho de 1993, Fernando abriu a barbearia na frente da igreja do Carmo, perto do barracão da Prefeitura. “Na parte da manhã, eu tomava conta da serralheria do Álvaro e à tarde trabalhava na barbearia.”
No início de 1995, Fernando mudou o salão para a Praça Carlos Gomes, também conhecida como Largo do Carmo. “Aí deixei de trabalhar na serralheria do Álvaro. Com o Plano Real, comecei a ganhar tanto dinheiro que não precisava mais do outro serviço. Com o fim daquela inflação doida, cheguei a ganhar dez salários mínimos.”
Documentário
Fernando foi um dos personagens do documentário “Cadeira de barbeiro é um confessionário”, lançado em março de 2014 por Mariana Fernandes, então recém formada em Jornalismo pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). “Na minha barbearia, sempre tem alguém falando de algum assunto: carnaval, futebol, política, religião, enfim, assuntos da atualidade.”
Por isso, considera-se um privilegiado. “Isto é bom porque a gente fica bem informado. Eu sou formado na dificuldade, em vez da faculdade. Mas não sinto dificuldades maiores em função do conhecimento que os outros vão me passando.”
Comunidade
Em 1984, no bairro Senhor dos Montes, Fernando começou a se envolver com carnaval (Escola de Samba Bate Paus) e futebol (Cruzeiro do Senhor dos Montes). “Depois, me chamaram para ajudar na igreja. Passei a fazer parte da Mesa Administrativa da igreja e fui convidado a participar da Conferência do Senhor dos Montes.”
A partir daí, Fernando não parou mais de acumular cargos e atividades nas áreas cultural, artística e religiosa do bairro e da cidade. Foi presidente da Conferência do Senhor dos Montes, do Cruzeiro e da Bate Paus; secretário da Associação de Bairros; tesoureiro da Mesa Administrativa da igreja; tesoureiro e vice-presidente da Associação das Escolas de Samba Blocos e Ranchos (AESBRA).
Teatro
Em 1995, Fernando ingressou na escola de teatro popular de Luiz Bonifácio, o Grupo Teatral Senhor dos Montes (GRUTSEM). “O Luiz Bonifácio foi quem me incentivou a me envolver com o teatro. Com ele fiz papeis de Cristo e de Pilatos, entre outros. A gente se apresentava no Teatro Municipal e nas cidades vizinhas.”
Em 1997, na encenação “Uma certa sexta-feira”, realizada na quinta-feira santa na escadaria da igreja das Mercês, o escritor e diretor de teatro Jota Dangelo queria o Toninho Ávila para fazer o papel de Cristo, conta Fernando. “Aí o Ávila não aceitou e ele acabou optando por mim.”
Entre 1998 e início dos anos 2000, Fernando participou do grupo de teatro N. S. da Saúde, no Senhor dos Montes, dirigido casal Ivani e Juarez. “Com eles, eu fiz as peças Ressurreição, Sermão da Montanha, Santa Ceia, Nascimento do Menino Jesus e a Vida de São Vicente de Paula.
Há cerca de 10 anos, começou a participar da encenação da Paixão de Cristo na Via Sacra do Calvário da Ladeira, entre a igreja do Carmo e o Senhor dos Montes. Em 2011, Fernando representou Pilatos. “Lembro que entrou um bêbado na cena e foi filmado pelo João Paulo Guimarães. O vídeo no You Tube foi o maior sucesso: chegou a ter mais de 500 mil acessos só com o nome ´Invadindo a cena no Teatro de Rua´.” O vídeo ganhou outros nomes como “Bêbado não quer que crucifiquem Jesus”, “Jesus e o bêbado” e “Comédia na Paixão de Cristo”.
Quando o bairro Senhor dos Montes foi elevado a paróquia, o padre queria fazer a Semana Santa mas não tinha a imagem do Cristo no descendimento da cruz. Então, convidou Fernando para este papel. “Na primeira vez que eu fiz o papel do Cristo, o padre não parava de falar e eu tinha que falar ali imóvel, como morto. Na segunda vez, eu falei pra ele: ´O senhor podia me ajudar. O senhor manda descer a coroa; depois, manda descer o braço direito; depois, o braço esquerdo; e manda descer da cruz. Aí o senhor pode continuar com o sermão o tempo que o senhor quiser´. Então, o padre respondeu: ´Está bem, senhor padre Fernando´.”
A parceria com Luiz Bonifácio durou até sua morte há cerca de dois anos. “Ainda fizemos ´A escolhinha do professor Bonifácio´ e ´A praça da alegria´, dirigidas por ele. Quem também esteve sempre comigo no teatro e nos filmes foi o Flávio da Costa, um grande companheiro.”
Além disso, Fernando participou, a convite de Jota Dangelo, de peças teatrais sobre o Aleijadinho, no Largo do Carmo, e sobre Tiradentes, na praça pública da cidade de mesmo nome.
Fernando trabalhou ainda com Inácio Bassi, já falecido, na peça teatral “O potro selvagem”. “Ele foi uma pessoa que me ajudou muito a melhorar na interpretação, principalmente em questões como postura e postação de voz.”
Quatro histórias
Depois da experiência como ator, Fernando decidiu escrever histórias. A primeira recebeu o nome de “O mestre Jaburu”. “Depois, escrevi ´O velório da Catifunda´ (2012), ´Os herdeiros de Catifunda´ (2013) e ´Os milagres da Catifunda´. As duas primeiras histórias foram transformadas em filmes, apresentados no Inverno Cultural de São João del-Rei. E pretendemos filmar, ainda este ano, Os milagres da Catifunda.”
Fernando só conseguiu fazer os filmes porque foram produções baratas. “Os dois filmes da Catifunda custaram em torno de dois mil reais cada um. Consegui patrocínio de lojas e a filmagem foi feita pelo João Paulo Guimarães, que também participou da direção.”
LINKS RELACIONADOS:
- Cadeira de Barbeiro é um Confessionário (Direção: Mariana Fernandes) - https://www.youtube.com/watch?v=_i-qHbHlAKQ
- Invadindo a cena no Teatro de Rua - https://www.youtube.com/watch?v=FmXsvX49KHI
- O velório da Catifunda - https://www.youtube.com/watch?v=_GgRVRVtEnM
- Os herdeiros da Catifunda - https://www.youtube.com/watch?v=L0OrCRfRAHI
https://www.jornaldaslajes.com.br/integra/fernando-de-souza-barbeiro-e-artista/2402
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Invadindo a cena no teatro de rua - A Vítima
4.916 visualizações10 de mai. de 2011
studiojpv
3,15 mil inscritos
Benito Mussolini fala sobre a invasão da cena no teatro de rua, quando fazia o personagem do Rei Herodes na peça Via Sacra da Ladeira, duarnte a Semana Santa de São João del Rei. A cena bombou na internet.
Benito Mussulini está nos dois vídes de São João del Rei com número de exibições no Youtube. veja: INVANDINDO A CENA NO TEATRO DE RUA e TROPA DE ELITE DA TURMA DA BIQUINHA - Imagem de João Paulo Guimarães para O Blog do JP.
https://www.youtube.com/watch?v=SmeNUZc8mWo
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Sergio Moro busca Republicanos para traçar nova estratégia
28/01/2022 Atualizado 28/01/2022 23:24
O ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, está buscando uma aliança com o Republicanos para conquistar o público mais conservador e de classes mais baixas, para retirar eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A presidente do Podemos, deputada federal Renata Abreu, se reuniu com o presidente do Republicanos, o também parlamentar Marcos Pereira, para que o partido libere o consultor especializado Guto Ferreira para moldar uma estratégia.
Moro espera crescer entre 4% e 7% nas pesquisas eleitorais tendo o apoio do público.
Guto Ferreira foi responsável por colocar o antigo PRB com uma imagem de partido conservador de direita. A sigla é um “braço político” da Igreja Universal do Reino de Deus.
A legenda faz parte da base de apoio de Bolsonaro, sendo responsável pelo Ministério da Cidadania, com João Roma. Entretanto, ainda não firmado um apoio para a reeleição do chefe do Executivo nas eleições de 2022.
https://noticias-do-brasil.com/politica/2022/01/28/sergio-moro-busca-republicanos-para-tracar-nova-estrategia.html
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domingo, 30 de janeiro de 2022
A ILUSÃO AMERICANA
"O Brasil atravessa um momento em que seu presidente e seu governo tomam decisões com base em ilusões"
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Nas entrelinhas: Inflação dos EUA terá impacto na nossa economia e nas eleições
Publicado em 30/01/2022 - 06:58 Luiz Carlos AzedoEconomia, Eleições, EUA, Governo, Partidos, Política, Política, Saúde, Trabalho
Uma das características de Bolsonaro é sua dificuldade de lidar com as novas contingências de seu governo. Foi eleito muito mais pela sorte do que por suas virtudes
A inflação nos Estados Unidos terá grande impacto na economia brasileira até as eleições, complicando ainda mais a vida do presidente Jair Bolsonaro. Mas não é um problema somente do governo atual. Quem vencer o pleito, terá que lidar com uma nova realidade, que põe em xeque estratégias tradicionais de retomada do crescimento.
Vamos por partes. No ano passado, a inflação norte-americana chegou a 7%, o maior nível desde 1982, segundo o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês). Por essa razão, analistas econômicos estão prevendo quatro aumentos trimestrais na taxa de juros, com base em declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell. Durante a pandemia, a taxa esteve próxima de zero.
A principal causa da alta de preços nos Estados Unidos não difere muito do que ocorre no Brasil e em outros países: a elevação dos custos de produção devido ao encarecimento dos insumos básicos, principalmente o petróleo, que bateu os US$ 80 o barril. Outras causas são o estrangulamento logístico causado pela crise sanitária mundial, agora agravada pela rápida propagação da variante ômicron da covid-19; a escassez de mão de obra, que joga os salários para cima; e o aquecimento da economia com uma política da expansão fiscal, na qual o governo distribuiu vouchers à população e comprou títulos públicos, para injetar dinheiro no mercado.
Foram dois anos de política fiscal e política monetária “folgadas”, que criaram inflação e a espalharam pelo mundo. Além disso, houve uma espécie de sequestro da demanda global pelos EUA, o que também encarece os produtos. Agora, com a guinada na política monetária anunciada pelo Fed, a alta dos juros deve atrair mais investimentos e retirar recursos dos mercados emergentes, entre os quais o brasileiro.
Como inflação no Brasil também saiu do controle, a alta dos juros pelo Banco Central (BC) será o único recurso para segurar os preços, ainda mais porque o governo Bolsonaro não respeita o chamado teto de gastos. Mas, ao contrário do que ocorre nos EUA, a elevação da taxa de juros não terá o mesmo impacto na atração de investimentos, por causa das incertezas políticas. Tudo vai ficando para depois das eleições de outubro, inclusive porque o debate sobre o desenvolvimento econômico e o controle da inflação será contaminado pelas promessas eleitorais, muitas das quais inexequíveis.
Conjuntura adversa
Uma das características de Bolsonaro é sua dificuldade de lidar com as novas contingências de seu governo. Foi eleito muito mais pela sorte do que por suas virtudes, mas, diante da conjuntura adversa, como diria Maquiavel a sorte bateu em retirada e, agora, há um deficit de virtudes necessárias para ele se manter no poder. É um caso clássico de governante em apuros diante das adversidades, algumas das quais agravadas por ele próprio, como é o caso da crise sanitária, por exemplo.
Voltando ao ponto de partida, porém, o impacto da alta de juros na nossa economia é uma variável sobre a qual Bolsonaro não tem o menor controle — ou seja, pode ser incluída no rol da falta de sorte. Sua estratégia neste começo de ano está toda voltada para mitigar os efeitos da crise social, com medidas como o Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa família, e o recentíssimo aumento de 33% para os professores, a ser pago principalmente por governadores e prefeitos. O problema é que a inflação e a recessão ameaçam anular os efeitos dessas medidas no decorrer do processo eleitoral.
E a oposição? Pois bem, os candidatos de oposição estão sendo favorecidos por tudo isso, principalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entretanto, no debate eleitoral, terão que se posicionar em relação à nova situação da economia.
Lula, por exemplo, foi eleito em 2002, depois do ajuste fiscal feito por Fernando Henrique Cardoso, com o bem-sucedido Plano Real. No primeiro mandato, manteve as bases dessa política e implementou com sucesso uma política de combate à miséria. No segundo, beneficiado pelo chamado bônus demográfico e por forte expansão da economia mundial, alavancada pela China, promoveu um ciclo robusto de crescimento, somente interrompido no governo Dilma Rousseff.
A situação da economia é completamente diferente, com novos desafios também para Lula e os demais candidatos de oposição. Ciro Gomes (PDT), Sergio Moro (Podemos), João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB), Alessandro Vieira (Cidadania) e André Janones (Avante) estão desafiados a debater alternativas para o crescimento sustentável e o combate às desigualdades com Bolsonaro e Lula.
https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/nas-entrelinhas-inflacao-dos-eua-tera-impacto-na-nossa-economia-e-nas-eleicoes/?fbclid=IwAR2NKQHorADWPIUcB7s0JoZyUmGZyd6mAICcQDrkqPq061-65XPHP8doL-M
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Miguel Salles Escritório de Artes
Eduardo Prado A Ilusão Americana Paris Armand Coli
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O Livro Proibido
No dia 4 de dezembro de 1893
foi posto este livro à venda nas livrarias de
São Paulo. Vendidos todos os exemplares
prontos nesse dia, foi às livrarias o chefe
de polícia e proibiu a venda. Na manhã
seguinte a tipografi a em que foi impresso o
livro amanheceu cercada por uma força de
cavalaria, e compareceram à porta da ofi cina
um delegado de polícia acompanhado de um
burro que puxava uma carroça. O delegado
entrou pela ofi cina e mandou juntar todos os
exemplares do livro, mandando-os amontoar
na carroça. O burro e o delegado levaram o
livro para a repartição da polícia. No mesmo
dia a Platéa publicava o seguinte:
Um interview com o Dr. Eduardo
Prado. – Como sabem os nossos leitores,
apareceu à venda o novo livro do Dr. Eduardo
Prado, A Ilusão Americana, de cuja aparição
nos ocupamos no último número desta
folha.
Todos os exemplares postos à venda no sábado
foram vendidos. Soubemos nesse dia que a
polícia proibiu a venda do livro.
O nosso colega Gomes Cardim,
por ir lendo num bonde a obra proibida, foi
levado à polícia. O mesmo aconteceu com
um cavalheiro, de cujas mãos, na Paulicéia,
foi arrancado um exemplar por um polícia
secreta.
Um redator desta folha foi procurar
o autor para ouvir da sua boca as suas
impressões relativas ao sucesso do seu livro e
o seu parecer sobre a proibição.
O Dr. Eduardo Prado recebeu muito
graciosamente o nosso companheiro, e não
pareceu dar muita importância nem ao livro
nem à sua proibição.
Eis, mais ou menos, o que ele nos
disse:
– Na minha infância, havia na rua
de São Bento um sapateiro que tinha uma
tabuleta onde vinha pintado um leão que,
raivoso, metia o dente numa bota.
(continua na orelha da contracapa)
Por baixo lia-se: Rasgar pode – descoser não.
Dê-me licença para plagiar o sapateiro e para
dizer: Proibir podem, responder não.
Quanto ao honrado chefe de polícia,
penso que S. Exa lisonjeou-me por extremo
julgando a minha prosa capaz de derrotar
instituições tão fortes e consolidadas como
são as instituições republicanas no Brasil.
Demais, S. Exa pode dizer-se que,
só por palpite, proibiu o livro. Saiu o volume
às quatro horas e, às cinco, foi proibido antes
da autoridade ter tempo de o ler.
Confesso que a publicação foi um
ato de ingenuidade da minha parte. Não quero dizer que confi ei, e por isso digo antes que
estribei-me no art. 1º do Decreto nº 1.565,
de 13 de outubro passado, regulando o estado
de sítio. O vice-presidente da República e o
senhor seu ministro do Interior disseram nesse
artigo:
“Art. 1º É livre a manifestação do
pensamento pela imprensa, sendo garantida a
propaganda de qualquer doutrina política.”
E com suas assinaturas empenharam a sua
palavra nessa garantia. Escrevo um livro
sustentando a doutrina política de que o
Brasil deve ser livre e autônomo perante o
estrangeiro, e adoto o aforismo de Montesquieu, de que as repúblicas devem ter como
fundamento a virtude.
O governo é contrário a essas opiniões, e está no seu direito. Manda, porém, proibir o livro! Onde está a palavra do governo,
dada solenemente num decreto, em que diz
garantir a propaganda de qualquer doutrina
política?
A sabedoria popular diz: Palavra de rei não
volta atrás.
– O povo terá de inventar outro
provérbio para a palavra do vice-presidente
da República.
EDUARDO PRADO
Eduardo Prado
( 1860 – 1901)
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/1095/000661687_Ilusao_americana.pdf
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Livraria do Senado Federal
A ilusão americana (vol. 11)
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.........................
Edições do Senado Federal – Vol. 11
A ILUSÃO AMERICANA
Eduardo Prado
Brasília – 2010
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Biblioteca Digital - STF
[PDF] OBRAS COMPLETAS RUI BARBOSA
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.........................
Aos Entusiastas da Amizade Americana
EQUANDO Ulysses Grant, mais tarde, vindo à Europa
cobiçou a honra de visitá-lo (Victor Hugo), o poeta republicano recusou-se a
receber na sua casa un tel goujat.
As nossas contas com os negociantes de fraternidade norte-americana são ainda mais sérias. Entretanto, há, entre nós, nativitas,
que projetam estátuas a Monroe, julgam praticar ato de republicanos,
suscitando para amparo do Brasil o protetorado dos Estados Unidos.
Se esses entusiastas quisessem refletir, eu lhes encomendaria o
folheto precioso, com que o Sr. Eduardo Prado acaba de enriquecer a literatura brasileira: A Ilusão Americana (2ª edição). Esse livro teve
singular destino: no Brasil foi proibido uma hora depois de posto à venda, isto é, proibido antes de lido; em Portugal, depois de composto na
Imprensa Nacional, não pôde ser editado por ela. A sua publicação em
São Paulo comprometia as boas relações entre o Marechal Peixoto e o
Presidente Cleveland; a sua tiragem em Lisboa embaraçava a reconciliação
entre o Ministério Hintze e o Marechal Peixoto. Sejamos gratos à polícia
florianista e à política lusitana. A primeira fez passar o livro pelo cadinho
de novos estudos, habilitando o autor a retificar, pelo exame das fontes no
British Museum, os elementos da sua narrativa; a segunda levou-o a sair à luz em pleno Paris. Uma e outra conspiraram para dar a maior
notoriedade a esse opúsculo, absolutamente novo no assunto, em que,
como repositório de verdades ignoradas, é o mais oportuno serviço ao Brasil. Se, lido ele, ainda restarem, nesse País, fundidores de monumentos
monroinos e cunhadores de medalhas benhamitas, estarão, nesse caso,
confirmadíssimas as palavras, em que o famoso Almirante, no seu discurso
ao United States Service Club, se referiu às manifestações oficiais da
simpatia brasileira, que selaram a nossa humilhação como reconhecimento
dos humilhados. O egrégio Benham atribuía publicamente essas festas a
um sentimento, que teve a gentileza de não definir, mas cuja natureza lisonjeira à nossa honra as gargalhadas do auditório militar em Nova Iorque não deixam dúvida razoável: “Essa amizade baseia-se no respeito, e
talvez em alguma coisa mais. That friendship is founded on respect with perhaps a little tinge of something else.”
RUI BARBOSA
(Obras completas, vol. XXIII, 1896, Tomo 1 – Cartas de Inglaterra, edição do Ministério da Educação e Saúde – 1946, págs. 42 e 43.)
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Franklin Levy - Leiloeiro Oficial
Eduardo Prado - A Ilusão Americana. 2ª edição. Encadern
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Prefácio da 2ª Edição
ESTE trabalho, já editado no Brasil e agora reimpresso
no estrangeiro, merece vir de novo à luz, ainda na falta de próprio
interesse.
Este despretencioso escrito foi confiscado e proibido pelo governo
republicano do Brasil. Possuir este livro foi delito, lê-lo, conspiração, crime,
havê-lo escrito.1
Antes da dolorosa provação que sob o nome de república tanto
tem amargurado a Pátria brasileira, nenhum governo se julgou fraco e
culpado ao ponto de não poder tolerar contradições ou verdades, nem mesmo
as de uma crítica impessoal e elevada.
Eram jovens os nossos bisavós quando foi extinto o Santo
Ofício. Desde então, em nosso País, nunca mais o poder ousou interpor-se entre os nossos raros escritores e o seu escasso público. Julgavam
todos definitiva esta conquista liberal, mas o governo republicano do Brasil, tristemente predestinado a agir sempre contra a civilização, a todos
desenganou. Na República o livro não teve mais liberdade do que o jornal,
do que a tribuna, nem mais garantias do que o cidadão.
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1 Vide Apêndice.
Disse um romano que os livros têm o seu destino. O deste não
foi dos piores, honrado, como foi, com as iras dos inimigos da liberdade.
A própria verdade não proclamou felizes os que sofrem perseguição pela
justiça?
Londres, 7 de novembro de 1894.
EDUARDO PRADO
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/1095/000661687_Ilusao_americana.pdf
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Estante Virtual
Livro: A Ilusão Americana - Eduardo Prado | Estante Virtual
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Apêndice
NO DIA 4 de dezembro de 1893 foi posto este livro à
venda nas livrarias de São Paulo. Vendidos todos os exemplares prontos
nesse dia, foi às livrarias o chefe de polícia e proibiu a venda. Na manhã
seguinte a tipografia em que foi impresso o livro amanheceu cercada
por uma força de cavalaria, e compareceram à porta da oficina um delegado de polícia acompanhado de um burro que puxava uma carroça. O
delegado entrou pela oficina e mandou juntar todos os exemplares
do livro, mandando-os amontoar na carroça. O burro e o delegado levaram
o livro para a repartição da polícia. No mesmo dia a Platéa publicava o
seguinte:
Um interview com o Dr. Eduardo Prado. – Como sabem os nossos leitores, apareceu à venda o novo livro do Dr. Eduardo Prado, A
Ilusão Americana, de cuja aparição nos ocupamos no último número desta
folha.
Todos os exemplares postos à venda no sábado foram vendidos.
Soubemos nesse dia que a polícia proibiu a venda do livro.
O nosso colega Gomes Cardim, por ir lendo num bonde a
obra proibida, foi levado à polícia. O mesmo aconteceu com um cavalheiro, de cujas mãos, na Paulicéia, foi arrancado um exemplar por um
polícia secreta.
Um redator desta folha foi procurar Um redator desta folha foi procurar o autor para ouvir da sua
boca as suas impressões relativas ao sucesso do seu livro e o seu parecer
sobre a proibição.
O Dr. Eduardo Prado recebeu muito graciosamente o nosso
companheiro, e não pareceu dar muita importância nem ao livro nem à
sua proibição.
Eis, mais ou menos, o que ele nos disse:
– Na minha infância, havia na rua de São Bento um sapateiro
que tinha uma tabuleta onde vinha pintado um leão que, raivoso, metia
o dente numa bota. Por baixo lia-se: Rasgar pode – descoser não.
Dê-me licença para plagiar o sapateiro e para dizer: Proibir podem, responder não.
Quanto ao honrado chefe de polícia, penso que S. Exª lisonjeou-me por extremo julgando a minha prosa capaz de derrotar instituições tão fortes e consolidadas como são as instituições republicanas
no Brasil.
Demais, S. Exª pode dizer-se que, só por palpite, proibiu o
livro. Saiu o volume às quatro horas e, às cinco, foi proibido antes da
autoridade ter tempo de o ler.
Confesso que a publicação foi um ato de ingenuidade da minha parte. Não quero dizer que confiei, e por isso digo antes que estribei-me no art. 1º do Decreto nº 1.565 de 13 de outubro passado,
regulando o estado de sítio. O vice-presidente da República e o senhor
seu ministro do Interior disseram nesse artigo:
“Art. 1º É livre a manifestação do pensamento pela imprensa,
sendo garantida a propaganda de qualquer doutrina política.”
E com suas assinaturas empenharam a sua palavra nessa
garantia. Escrevo um livro sustentando a doutrina política de que o Brasil deve ser livre e autonômo perante o estrangeiro, e adoto o aforismo
de Montesquieu, de que as repúblicas devem ter como fundamento a
virtude.
O governo é contrário a essas opiniões, e está no seu direito.
Manda, porém, proibir o livro! Onde está a palavra do governo, dada
solenemente num decreto, em que diz garantir a propaganda de qualquer
doutrina política?
A sabedoria popular diz: Palavra de rei não volta atrás.
– O povo terá de inventar outro provérbio para a palavra do
vice-presidente da República.
***
O autor recebeu de todos os pontos do Brasil grande número
de cartas pedindo-lhe um exemplar do livro proibido. Estas cartas vinham
assinadas por nomes dos mais distintos do País, e a todos estes correspondentes peço desculpa por me ter sido impossível aceder aos seus
pedidos. Mencionarei somente, para prova de que os republicanos brasileiros, alguns não são inimigos da liberdade de pensamento, uma carta
do Sr. Saldanha Marinho, em que este patriarca do republicanismo, saudoso decerto das práticas liberais da monarquia e rebelde às idéias liberticidas de hoje, protestava contra a proibição deste trabalho. A todos e a
cada um cabem o agradecimentos do autor.
N. B. Este trabalho, tal qual foi escrito para a primeira edição, foi redigido sem o
autor ter os seus livros à mão, nem as suas notas. Na edição atual todos os fatos citados
são justificados com a citação das fontes oficiais ou dos autores que relatam os mesmos
fatos.
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A Ilusão Americana, de Eduardo Prado,
foi composto em Garamond, corpo 12/14, e impresso em papel vergê areia
85g/m2, nas oficinas da SEEP (Secretaria Especial de Editoração e Publicações),
do Senado Federal, em Brasília. Acabou-se de imprimir em março de 2010,
de acordo com o programa editorial e projeto gráfico do
Conselho Editorial do Senado Federal.
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Eduardo Paulo da Silva Prado (São Paulo, 27
de fevereiro de 1860 — São Paulo, 30 de agosto de
1901) foi um jornalista e escritor brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras.
Formou-se em Direito na tradicional Faculdade de
São Paulo.
Trabalhou como adido na delegação brasileira em Londres, durante o Império. Conheceu
diversos países europeus e também o Egito. Dessas
viagens, faria observações meticulosas no livro iagens, publicado em 1886.
Com a proclamação da República no Brasil,
em 15 de novembro de 1889, passou a combater,
em livros e jornais, os atos praticados pelo governo
republicano. Eça de Queirós, diretor da Revista de
Portugal, abriu-lhe as páginas da publicação, para
uma série de artigos, editados com o pseudônimo
de Frederico de S. e que seriam reunidos em livro
com o título de Fastos da ditadura militar no Brasil.
Colaborou, também, em “A Década Republicana”,
obra em que colaboraram os mais destacados monarquistas brasileiros.
Também é um dos fundadores do Instituto
Histórico e Geográfi co Brasileiro, na qualidade de
sócio correspondente.
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/1095/000661687_Ilusao_americana.pdf
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domingo, 30 de janeiro de 2022
Poesia| João Cabral de Melo Neto: Volta a Pernambuco
A Benedito Coutinho
Contemplando a maré baixa
nos mangues de Tijipió
lembro a baía de Dublin
que daqui já me lembrou.
Em meio à bacia negra
desta maré quando em cio,
eis a Albufera, Valência,
onde o Recife surgiu.
As janelas do cais da Aurora,
olhos cumpridos, vadios,
incansáveis como em Chelsea
veem rio substituir rio,
e estas várzeas de Tiúma,
com seus estendais de cana,
vem devolver-me os trigais
de Guadalajara, Espanha.
(Culturas de folhas finas
e mais discreta presença,
lá como aqui, dos desertos
possuem a transparência,
e o canavial me devolve,
na luz de páramo puro,
um mar sem ilha, os trigais
onde senti Pernambuco.)
Mas as lajes da cidade
não me devolvem só uma,
nem foi uma só cidade
que me lembrou estas ruas.
As cidades se parecem
nas pedras do calçamento,
artérias iguais regando
faces de vário cimento,
por onde iguais procissões
do trabalho (sem ardor)
vão levar o seu produto
aos mercados do suor.
Todas lembram o Recife,
este em todas se situa,
em todas em que é um crime
para o povo estar na rua,
em todas em que este crime
– traço comum que surpreende –
pôs nódoas de vida humana
nas pedras do pavimento.
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Volta a Pernambuco
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https://gilvanmelo.blogspot.com/2022/01/poesia-joao-cabral-de-melo-neto-volta.html
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domingo, 30 de janeiro de 2022
Música | Moacyr Luz e Banda - A Reza do Samba
https://gilvanmelo.blogspot.com/2022/01/musica-moacyr-luz-e-banda-reza-do-samba.html
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domingo, 30 de janeiro de 2022
Cacá Diegues: A utopia é aqui
O Globo
A versão de Darcy Ribeiro do povo brasileiro corresponde a um novo modo de ver esse país e a gente que o constrói
Existem várias maneiras de se falar de um país. Mas são poucos aqueles dos quais podemos falar falando de uma civilização especial, uma civilização original que eles por acaso representam. Nosso país começou a ser assim tratado com o Modernismo, um movimento antes de tudo literário e artístico que marcou o jeito de pensarmos sobre nós mesmos.
Mário e Oswald de Andrade, assim como Di Cavalcanti, Villa-Lobos, Jorge de Lima e alguns outros foram, a partir de 1922, marcos indiscutíveis de nossa história cultural. Eles apontaram para um outro modo de narrar nossa História, de ver nosso povo, de discutir seus valores. Como se estivéssemos construindo uma inédita civilização que serviria ao mundo num momento em que o mundo caminhava para se dividir entre formas igualmente autocráticas de pensá-lo. Nenhuma delas conveniente a nosso futuro de povo por nossa conta.
Em fevereiro de 2022, a partir portanto de terça-feira, estaremos celebrando o primeiro centenário do nascimento dessa experiência única. Única não apenas em referência à história de nossa cultura, mas também como experimento de uma nação como a nossa em âmbito universal. Infelizmente vivemos, nesse momento, uma experiência política que é a negação desse sonho libertário, que é a negação dessa proposta de uma nova, igualitária e moderna civilização. O triste tempo bolsonarista é incapaz de celebrar os tempos mais felizes de criação.
Quem inaugurou essa reflexão, essa revelação de um país desconhecido para o mundo inteiro foi o pernambucano Gilberto Freyre, com “Casa-grande e senzala”. A Gilberto Freyre se seguiram escritores da mesma cepa, ansiosos por entregar o que já sabiam do Brasil, loucos por organizar suas ideias sobre nós. Podemos encerrar uma farta lista de pensadores modernistas com nomes como Roberto da Matta e Darcy Ribeiro.
Cruel e absurdo mesmo é tomar conhecimento do comportamento de jornalistas, colaboradores de um jornal como a Folha de S. Paulo, de estarem apoiando restrições ao texto de Antonio Risério sobre o “racismo reverso”, propondo censura ao que escreveu. Uma coisa é não concordar com o que Risério diz, um direito de todos. Outra, a violência do desejo de praticar censura sobre o que convém ou não convém publicar. O que não convém publicar só pode ser o que não foi dito ou escrito, o que não foi pensado por ninguém, o que não existe.
Sempre tive enorme admiração por Darcy Ribeiro. Aprendi a amá-lo e respeitá-lo desde que o li e conheci. E depois, quando convivi com ele por um curto espaço de tempo no exílio. No final dos anos 1990, quando ele retornou muito doente para morrer no Brasil, eu e mais dois colegas do antigo movimento estudantil, ligados agora ao cinema, fomos visitá-lo em Maricá, onde ele vivia seus últimos dias.
Recebo hoje a bela homenagem que a Prefeitura de Maricá lhe presta, publicando um belíssimo livro de 720 páginas, “Darcy Ribeiro em Maricá, a utopia é aqui”, com curadoria de Gringo Cardia e coordenação editorial de José Ronaldo Cunha e Bete Capinam. Um livro com textos e imagens que Darcy certamente selecionaria. O autor de “O povo brasileiro” recebe assim uma homenagem póstuma merecida.
Darcy Ribeiro é um daqueles autores fundamentais aqui citados. Sua versão técnica e afetiva do povo brasileiro corresponde a um novo modo de ver esse país e a gente que o constrói, sem se submeter aos critérios de pensadores que não sabem nada de nós. Um dia, poderemos olhar com orgulho para o que realmente somos como está no livro de Darcy: “Através de um persistente esforço de elaboração de sua própria imagem e consciência, como correspondentes a uma entidade étnico-cultural nova, é que surge e ganha corpo a brasilianidade”.
https://gilvanmelo.blogspot.com/2022/01/caca-diegues-utopia-e-aqui.html#more
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domingo, 30 de janeiro de 2022
Cristovam Buarque*: Pátria negacionista
Blog do Noblat / Metrópoles
O Brasil atravessa um momento em que seu presidente e seu governo tomam decisões com base em ilusões
É assustador assistir as lideranças do atual governo negando a qualidade das vacinas criadas pela ciência e defendendo a qualidade de remédios sem qualquer comprovação científica. Mais grave, estas não são as únicas manifestações negacionistas do governo, do presidente, seus ministros e muitos de seus seguidores. Eles colocam crenças criadas por instigadores ideológicos como verdade, mesmo que a ciência mostre que são ideias falsas. Acreditam nas fake news, que eles criam. Uma estratégia de enganação que leva as pessoas e seus grupos sociais a negarem a realidade e com isto assustar a população. O Brasil atravessa um momento em que seu presidente e seu governo tomam decisões com base em ilusões que eles próprios criam. Aos poucos vão aumentando mortes e afundam o país.
O que faz este momento ainda mais grave, é que a oposição também aposta nas suas próprias negações da realidade. Uma dessas é negar os riscos à democracia, por causa de divisão das forças democráticas. Não há percepção de que o divisionismo entre mais de dez candidatos pode levar o processo eleitoral na direção de um segundo turno, no qual os opositores a Bolsonaro terão dificuldades em subirem no palanque, para pedir votos para aquele ou aquela que chegar ao segundo turno. Desde o início do processo eleitoral, percebe-se que o divisionismo enfraquece as forças democráticas que se digladiam como inimigas. O negacionismo impede perceber esta realidade e seus riscos. Impede também perceberem que o PT e Lula conservam uma força que deve levá-lo ao segundo turno, porque as lideranças políticas da terceira via foram incapazes de oferecer ao país uma alternativa e atrair apoio eleitoral para ela.
Da mesma forma, o PT vive seus negacionismos uma vez que não percebe que a força que tem dificilmente elege sozinha seu candidato, diante da rejeição que ainda sofre. E que, se vencer sozinho a eleição, dificilmente conseguirá governar.
Esta é uma pátria de políticos negacionistas.
*Cristovam Buarque foi ministro, senador e governador
https://gilvanmelo.blogspot.com/2022/01/cristovam-buarque-patria-negacionista.html
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17/03/2016 10h17 - Atualizado em 17/03/2016 17h26
Paes diz que conversa com Lula gera 'arrependimento e vergonha'
'Não é brincadeira aceitável a brincadeira que fiz', admite prefeito do Rio.
Paes acredita que Dilma e Pezão entendam brincadeira sobre 'humor'.
Fernanda Rouvenat
Do G1 Rio
FACEBOOK
O prefeito Eduardo Paes convocou uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (17) para falar sobre o vazamento de uma conversa entre ele e o ex-presidente Lula, na qual ele diz para Lula deixar de ter "alma pobre" e compara o local onde o petista teria um sítio com a cidade de Maricá, dizendo ser "uma merda de lugar" (ouça a íntegra do áudio abaixo). No dia 7 de março, a Polícia Federal interceptou uma conversa entre Lula e Paes, e o teor da conversa foi divulgado nesta quarta (16).
saiba mais
Prefeito de Maricá recebeu ligação de Eduardo Paes
Justiça torna público conversas de Lula
Segundo o prefeito, ele se arrepende da conversa. “Entendi que, por causa das dificuldades, deveria ligar e ser gentil. Essa tentativa me levou a brincadeiras de profundo mau gosto, mas não passavam de brincadeiras. Comentários que não fazem parte da minha personalidade. Me geram arrependimento, vergonha. Não acho nada disso”, alegou.
O prefeito também pediu desculpas a todos que tenham se sentido ofendidos, especialmente à população de Maricá. "O meu objetivo é me desculpar com a população da minha cidade, com as pessoas que se sentiram ofendidas com isso. Eu acho que elas têm toda razão", disse.
Paes disse ainda que a ligação foi uma forma de ser grato ao ex-presidente por tudo que ele fez nos anos de mandato e pela ajuda que sempre deu para a cidade do Rio de Janeiro. "Eu quero dar aqui o lado humano da história. De fato, tenho essa relação, tenho essa gratidão ao presidente Lula pelo que ele fez pelo meu governo, pela ajuda que ele deu aqui para a prefeitura do Rio, tentando, nesse momento de dificuldade do presidente, tentando relaxar o ambiente com isso".
Questionado pelo jornalistas, o prefeito também negou saber da existência de um sítio em nome de Lula, que seria investigado pela Polícia Federal. "Eu não sei de absolutamente nada. Eu respondo pelos meus atos na vida pública", afirmou.
Ainda de acordo com Paes, seu jeito informal às vezes o leva a falar demais. "Não é brincadeira aceitável a brincadeira que eu fiz. É o meu jeito carioca em excesso, informalidade, falar demais, acabei falando brincadeiras de profundo mau gosto".
O prefeito de Maricá também divulgou nota ressaltando que as declarações foram divulgadas no mesmo dia em que o município confirmou o recebimento de um grande investimento na área do turismo.
"A declaração obviamente foi muito mal recebida por nós e por todo o povo de Maricá, justamente no dia em que é anunciada em Cannes, França, na feira Mipim, um investimento de US$ 1,5 bilhão em Maricá no Rio Green Reserv, o maior complexo turístico da América Latina, que começará a ser construído este ano na Restinga da cidade. O prefeito Eduardo Paes me ligou ontem mesmo e pediu desculpas, dizendo que o adjetivo pejorativo se referia ao sítio do presidente Lula e ao fato dele não frequentar o destino dos milionários e sim manter-se fiel as suas origens. De qualquer forma, foi uma declaração infeliz".
Leia trecho da conversa entre Lula e Paes
Lula: Não é fácil, querido.
A conversa segue.
Eduardo Paes: Agora, da próxima vez o senhor me para com essa vida de pobre, com essa tua alma de pobre, comprando "esses barco de m*****", "sitiozinho vagabundo”.
O ex-presidente ri.
Eduardo Paes: O senhor é uma alma de pobre. Eu, todo mundo que fala aqui no meio, eu falo o seguinte: imagina se fosse aqui no Rio esse sítio dele, não é em Petrópolis, não é em Itaipava. É como se fosse em Maricá. É uma m**** de lugar p*****!"
O prefeito fala alguns palavrões. E Lula, mais uma vez, ri.
No diálogo, o prefeito ainda disse que estava sofrendo e Lula rebateu, dizendo que ele é abençoado por Deus por causa das Olimpíadas. O prefeito afirma, então, que fazer Olimpíada com Lula e Sergio Cabral (ex-governador) é uma coisa, mas segurar com aquele bom humor da Dilma e do Pezão (governador)...
Durante a coletiva, o prefeito reafirmou sua opinião sobre Dilma e Pezão e esclareceu:
"Quem me conhece sabe que não sou a alegria dos assessores de imprensa. Falo demais, não ando no quadradinho, sou uma pessoa que brinca. Tenho certeza que a presidente Dilma e o governador Pezão vão tratar isso como uma brincadeira. Eu brinquei dizendo que ele é a presidenta Dilma tem mais mau humor, eles são mais mu humorados mesmo", disse Paes.
Sobre o trecho da conversa em que Paes diz que Lula não perdeu 'sua alma pobre', o prefeito disse não ser preconceituoso e que, durante sua vida política, sempre governou para os pobres.
"Eu governo principalmente para os pobres. O meu governo é um governo, essencialmente, com investimento nas áreas mais pobres da cidade, voltado para as pessoas mais pobres da cidade, eleito nas áreas mais pobres da cidade, eu vou apelar para a minha vida na prática até para justificar, para tentar justificar uma brincadeira de profundo mal gosto. Ninguém deve fazer, muito menos um homem público. Eu fui muito infeliz fazendo uma brincadeira com o ex-presidente Lula", afirmou.
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Paes convoca coletiva de imprensa para se desculpar por conversa com o ex-presidente Lula. (Foto: Fernanda Rouvenat / G1)
Paes convoca coletiva de imprensa para se desculpar por conversa com o ex-presidente Lula. (Foto: Fernanda Rouvenat / G1)
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tópicos:
Luiz Inácio Lula da Silva, Rio de Janeiro
https://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/03/paes-diz-que-conversa-com-lula-gera-arrependimento-e-vergonha.html
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METRÓPOLE Colunas GUILHERME AMADO
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Nos EUA, Eduardo Bolsonaro confunde Revolução Americana com Francesa
Vídeo: indicado para ser embaixador nos Estados Unidos no início do governo, Eduardo Bolsonaro confundiu revoluções em culto em Orlando
Bruna Lima
28/01/2022 7:00,atualizado 28/01/2022 9:16
Reprodução
Indicado por Jair Bolsonaro para ser embaixador nos Estados Unidos no início do governo, Eduardo Bolsonaro confundiu nesta quarta-feira (26/1) a Revolução Americana com a Francesa. O deputado fez uma palestra em uma igreja evangélica nos Estados Unidos a convite do pastor bolsonarista André Valadão.
O deputado se propôs a fazer uma análise histórica com a ajuda de slides. “A nossa cronologia vai começar lá em 1776. Vocês sabem o que aconteceu em 1776? Pô, ninguém? Vai, a Revolução Francesa, alguém soprou aí certo…”, disse, se corrigindo em seguida ao ler o slide:
“Ih, minto. Até eu me confundi. Tá vendo como a gente erra também?”, riu o deputado, sem graça, começando a falar da Revolução Americana. A Revolução Francesa, na verdade, aconteceu em 1789.
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A gafe de Eduardo aconteceu durante suas férias nos Estados Unidos, em uma palestra na igreja evangélica Lagoinha de Orlando. No início do mês, em uma apresentação em uma igreja na Califórnia, uma imagem com as profissões de Eduardo foi projetada em um telão e a palavra “lawyer”, advogado em inglês, estava escrita incorretamente.
O deputado foi indicado para comandar a embaixada brasileira nos Estados Unidos pelo pai em 2019. À época, diante das críticas da indicação, Eduardo disse que seu nome não surgiu “do nada”, apenas por ser filho do presidente da República, mas sim por ter uma “vivência pelo mundo”.
“Já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos EUA, no frio do Maine, Estado que faz divisa com o Canadá. No frio do Colorado, numa montanha lá, aprimorei meu inglês, vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os brasileiros”, disse o deputado em 2019.
A qualidade do inglês de Eduardo foi um dos problemas na ocasião, além do seu pouco envolvimento com política externa. Em uma entrevista, disse não saber quem era Henry Kissinger, um dos principais nomes da história da diplomacia americana.
EDUARDO BOLSONARO
https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/nos-eua-eduardo-bolsonaro-confunde-revolucao-americana-com-francesa
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Live: Bolsonaro: cadeia ou renúncia? 29/01/22
62.660 visualizações29 de jan. de 2022
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Marco Antonio Villa
652 mil inscritos
O desrespeito de Bolsonaro à decisão do ministro Alexandre de Moraes, não é uma questão pessoal, muito longe disso. É a primeira demonstração da guerra que Bolsonaro vai mover contra as instituições.
A possibilidade de renúncia e uma candidatura ao Senado resolveria dois problemas da quadrilha: daria ao pai foro privilegiado e ao filho (Carlos) mandato de deputado federal e também, foro privilegiado.
A tendência, como anunciei no ano passado, é de BOlsonaro esticar a corda ao máximo, insuflando seus fanáticos e depois negociando uma saída política
https://www.youtube.com/watch?v=5l_e0Wcaq3w
sábado, 29 de janeiro de 2022
NEGAÇÕES BULIÇOSAS
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Amanda
Chapéu de Palha
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Tua palavra é arte, é fato, é bom de ouvir
Passeio na suavidade da tua voz
Ao me explicar o paradeiro dos teus buliçosos pés
Ao me explicar o paradeiro dos teus pés
É eu
E eu só sei
Que eu não sou pedaço pra faltar
Que é com os dois pés juntos que eu firmo o chão
Pro coração voar
https://www.letras.mus.br/chapeu-de-palha/amanda/
Bolsonaro diz à PF que exerceu “direito de ausência”
Redação O Antagonista
29.01.22 15:11 / Atualizado: 29.01.22 15:31
Presidente ignorou decisão de Moraes e não foi à sede da corporação para depor em inquérito que apura vazamento de documentos sigilosos
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Bolsonaro diz à PF que exerceu “direito de ausência”
Foto: Alan Santos/PR
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Jair Bolsonaro afirmou em declaração enviada por escrito à Polícia Federal que exerceu o “direito de ausência” ao não comparecer à sede da corporação na sexta-feira (28) para prestar depoimento em inquérito que apura o vazamento de documentos sigilosos.
A AGU havia entrado com um recurso no STF pedindo para Bolsonaro não comparecer ao depoimento. O pedido, no entanto, foi rejeitado pelo ministro Alexandre de Moraes.
O inquérito foi aberto após o presidente ter divulgado, nas redes sociais, dados e documentos sigilosos de um inquérito não concluído sobre ataques ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral.
Para justificar ausência na PF, Bolsonaro usou também ação do PT contra condução coercitiva de Lula. A decisão de faltar ao depoimento, afirma o presidente, tem ‘suporte’ no resultado do julgamento.
Leia abaixo a íntegra da carta enviada pelo presidente à PF:
“Declaração
Eu, Jair Messias Bolsonaro, Presidente da República, domiciliado no Palácio do Planalto, Brasília/DF, neste ato representado pela Advocacia-Geral da União, nos termos do artigo 22 da Lei nº 9.028/1995, venho, respeitosamente, informar à Autoridade de Polícia Federal responsável pela condução das investigações do IPL nº. 2021.0061542 que exercerei o direito de ausência quanto ao comparecimento à solenidade designada na Sede da Superintendência da PF para o corrente dia, às 14:00, tudo com suporte no quanto decidido pelo STF, no bojo das ADPF’s nº 395 e 444.
Colho o ensejo de informar, em acréscimo, que colacionei, através de representação processual, em manifestação datada e protocolada em 26/01/2022, os esclarecimentos que reputava pertinentes levar ao conhecimento dessa Polícia Federal, para além do pleito de remessa dos autos ao PGR, por entender presentes elementos que permitem, desde logo, a adoção das providências contidas na parte final do art. 1º da Lei nº 8.038/90, ante a manifesta atipicidade do fato investigado.
Sem mais, renovo protestos de estima e consideração.
Brasília, 28 de janeiro de 2022
Jair Messias Bolsonaro
Presidente da República”
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WhatsApp Image 2022 01 29 at 15.13.43
https://www.oantagonista.com/brasil/bolsonaro-diz-a-pf-que-exerceu-direito-de-ausencia/
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Poder360
Presidente "não está governando nos termos na Constituição", diz Ayres Britto
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"Há quem prepare cuidadosamente o seu próximo erro. Chega um tempo que até a corda já sabe quem vive de esticá-la."
Bertolt Brecht
Por Carlos Ayres Britto
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sábado, 29 de janeiro de 2022
Oscar Vilhena Vieira*: Confronto deliberado
Folha de S. Paulo
Populistas não sobrevivem sem inimigos, ainda que imaginários
Populistas não sobrevivem sem inimigos, ainda que imaginários. A lealdade canina de seguidores precisa ser constantemente instilada. Não surpreende que um presidente abertamente hostil à Constituição tenha escolhido a instituição responsável pela sua guarda como alvo preferencial de seus ataques.
As investidas contra o Supremo começaram muito antes da posse de Bolsonaro. Quem não se recorda da intimidação perpetrada pelo general Villas Bôas, caso o tribunal concedesse um habeas corpus ao ex-presidente Lula, ou a ameaça feita por Eduardo Bolsonaro de que bastaria "um cabo e um soldado" para fechar o STF, se seu pai fosse impedido de tomar posse.
A escalada de ameaças, que contou com marchas e voos sobre o Supremo, culminou, em 7 de setembro último, com a promessa do presidente da República, em meio a uma série de ameaças a outros ministros do Supremo, de que não mais cumpriria decisões do ministro Alexandre de Moraes.
Nesta sexta-feira (28), para regozijo de seus aduladores, Bolsonaro cumpriu sua promessa. Não compareceu à Policia Federal para prestar depoimento, em inquérito que apura sua participação em vazamento de dados sigilosos.
O fato é que Bolsonaro poderia ter manifestado, quando convocado, sua indisposição para prestar o referido depoimento, reivindicando o direito fundamental de não se autoincriminar. Mas não o fez. Preferiu dizer que, "em homenagem aos princípios da cooperação e da boa-fé processuais", atenderia ao ofício do Supremo.
Descumprindo sua própria disposição de prestar depoimento, "mediante comparecimento pessoal", escolheu desrespeitar decisão do Supremo. O recurso de última hora não apenas se demonstrou intempestivo temporalmente, mas também logicamente, como salientou Alexandre de Moraes. Testemunhamos, portanto, um confronto deliberado. Armado pelo presidente, nas palavras de Miguel Reale Jr., para "afrontar a administração da Justiça", o que caracterizaria crime de desobediência.
O Supremo Tribunal Federal, como já afirmei em outras ocasiões, tem servido como a principal barreira ao projeto de erosão constitucional colocado em marcha por Bolsonaro. Ao lado da oposição parlamentar e de setores da imprensa e da sociedade civil, comprometidos com a democracia e os direitos fundamentais, tem mitigado os danos infligidos a diversas políticas criadas pela Constituição e pelas leis do país, além de salvaguardar mecanismos centrais ao regime democrático.
A cada movimento do Supremo em defesa dos direitos fundamentais, como no caso do direito à saúde dos cidadãos brasileiros, ou de proteção do processo democrático, como ao investigar aqueles que buscam subvertê-lo, o Supremo será objeto de ataques mais contundentes.
Ao invés de se acovardar, como tem ocorrido em muitos países governados por líderes autoritários, o Supremo tem se demonstrado cada vez mais disposto a não abrir mão de sua missão fundamental, que é guardar a Constituição, o que não é uma tarefa fácil, graças às divisões internas do tribunal. Sabem os ministros, no entanto, que a sobrevivência institucional do Supremo depende da própria sobrevivência da democracia.
Essa postura responsiva também impõe aos ministros fazer escolhas sobre as disputas que deverão priorizar. Bolsonaro buscará distrair o tribunal, como fez nesta sexta-feira. Ao Supremo caberá centrar o seu capital institucional em torno dos elementos constitutivos da democracia brasileira, em especial da integridade do pleito eleitoral, pois isso é o que mais aflige os inimigos da democracia.
*Professor da FGV Direito SP, mestre em direito pela Universidade Columbia (EUA) e doutor em ciência política pela USP.
https://gilvanmelo.blogspot.com/2022/01/oscar-vilhena-vieira-confronto.html
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OPINIÃO
Bolsonaro desrespeita decisão de ministro do STF
O vereador Carlos Bolsonaro com seu pai, o presidente Jair Bolsonaro - Geraldo Magela | Agência Senado
O vereador Carlos Bolsonaro com seu pai, o presidente Jair Bolsonaro
Imagem: Geraldo Magela | Agência Senado
Marco Antonio Villa
Colunista do UOL
28/01/2022 16h24
Carlos Bolsonaro poderá ser preso
JANUARY 28, 2022
A recusa de Jair Bolsonaro de comparecer ao depoimento de hoje na Polícia Federal é apenas o primeiro de inúmeros conflitos do presidente da República com o Poder Judiciário. E a cada pesquisa eleitoral com resultados desfavoráveis, a resposta de Bolsonaro será o confronto com os poderes constituídos.
A tendência é de Bolsonaro falar cada vez mais —e de forma desrespeitosa às instituições— para obter apoio automático de cada vez menos eleitores. Desta forma, o seu discurso será dirigido ao bolsonarismo-raíz, os extremistas com forte simpatias nazifascistas.
Este primeiro confronto é apenas um ensaio. Bolsonaro vai aguardar as reações. Diz que pode recorrer ao plenário do STF. Sabe que, dos onze votos, conta com dois garantidos. Mas deve perder, mesmo que por uma pequena margem.
O temor de Bolsonaro não é com um simples depoimento. Isso ele resolve sem grandes problemas. A questão é a abertura de um flanco que ele considera perigoso especialmente para a sua família e, mais especialmente ainda, para o seu filho Carlos, o chefe do gabinete do ódio.
É de conhecimento geral que Carlos é o filho preferido de Bolsonaro. É aquele que dirigiu a campanha de 2018 e deve, na prática, fazer o mesmo neste ano. Foi ele que enfrentou —e venceu— nas urnas a mãe, isto em 1996, quando ainda era menor de idade, sempre agindo a mando do pai.
-Carlos tem uma personalidade complexa. É destemperado e não suporta pressão. Caso as autoridades cheguem até ele - e não faltam motivos— a tendência é que o filho predileto perca as estribeiras. E neste caso, o pai vai entrar em campo para salvar o filho. Salvar do quê? Da prisão.
O vereador está numa sinuca de bico. Não tem foro privilegiado. Poderia obtê-lo sendo candidato a deputado federal, mas a legislação proíbe. A saída seria se o pai —Jair Bolsonaro— renunciasse à Presidência da República. Neste caso não haveria nenhum obstáculo legal. E, ainda, Bolsonaro poderia até se candidatar, por exemplo, ao Senado pelo Rio de Janeiro, garantindo foro privilegiado para si.
As hipóteses apresentadas não são malucas, muito pelo contrário. Bolsonaro sabe que Carlos corre perigo de prisão. Cometeu inúmeros crimes chefiando a quadrilha do gabinete do ódio. O embate com o ministro Alexandre de Moraes é apenas um teste, um ensaio, nada mais que isso. Mas prenuncia que poderemos ter surpresas, inclusive no campo eleitoral.
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Bolsonaro foi acintoso ao não comparecer a depoimento, diz Ayres Britto | EXPRESSO CNN
98.823 visualizações28 de jan. de 2022
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CNN Brasil
2,32 mi de inscritos
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Carlos Ayres Britto afirmou, em entrevista à CNN nesta sexta-feira (28), que o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi acintoso ao não comparecer para prestar depoimento no inquérito que apura o vazamento de documentos sigilosos de uma investigação sobre ataques de hackers à urna eletrônica.
https://www.youtube.com/watch?v=geqkqMG26pA
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ENTREVISTA
Jozailto Lima
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Carlos Britto: “O Brasil pós-Constituição de 1988 empreendeu uma viagem de qualidade democrática sem volta”
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18 de setembro de 2021
“A Constituição cerca o presidente da República de controles para que ele não entre em desgoverno”
“O Brasil pós-Constituição de 1988 empreendeu uma viagem de qualidade democrática sem volta. Ninguém ouse interromper essa viagem, pois a resistência será a mais legítima, a mais forte e consciente possível. Aqui e fora do nosso país”.
“As Forças Armadas são órgãos de Estado, e não de Governo. Os governos passam e elas ficam, a projetar delas mesmas e da nossa Constituição a melhor imagem interna e internacional. Elas sabem e se orgulham disso”.
“A Constituição tanto empodera o presidente da República, para que ele validamente governe, quanto o cerca de controles para que ele não entre em desgoverno”
Estas são falas e concepções genuinamente de Carlos Ayres Britto, 78 anos, o sergipano de Propriá e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal - STF.
Não é sem causa, portanto, que esse senhorzinho de fala leve, cordial e nunca impositiva se converteu numa legenda viva e acesa da vida brasileira quando entram em pauta os meandros da Constituição - os benefícios que ela gera e traz ao Estado Democrático de Direito ou as ameaças que sofre.
De modo que atualmente pensou-se em crise institucional na República Federativa do Brasil não é concessão gratuita dizer-se que pensou-se em Carlos Ayres Britto.
Não é, como se vê, que ele e a crise sejam faces de uma mesma moeda, folhas de uma mesma árvore. Não é isso. É que o Dr Carlinhos, como muitos lhe chamam, virou mesmo essa espécie de exegeta constitucional.
Sim, de fato, um exegeta racional. Mexeu-se nos calos ou nos brios da República Federativa Brasileira, todos lembram de Carlos Britto. Como numa espécie de dizer: “O que será que Carlos Britto diria disso?”.
E como os calos e os brios da República Federativa do Brasil e a sua consequente Constituição estão sendo literalmente aviltados pelo arrivista presidente Jair Messias Bolsonaro, Carlos Britto passou a ser um super demandando nacional.
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Carlos Britto nasceu em 18 de novembro de 1942 e é filho de João Fernandes de Britto, de Propriá, e de Dalva Ayres de Freitas Britto
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Todos os meios de mídia livres e zelosos do Brasil elegeram-no como um parecerista - aos borbotões, pedem a ele pereceres em forma de entrevistas sobre as ameaças democráticas que vazam do Planalto Central.
E, do alto dessa sua expertise de constitucionalista, zeloso, nada afetado e sob radicalismo zero, Britto escancara as portas dos seus conhecimentos. Tem dias que chega a conceder em média quase uma dezena de entrevistas a veículos de comunicação.
E nesse contexto entra o Portal JLPolítica, que teve de esperar duas semanas por uma brecha na apertada agenda dele.
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Daqui, da biblioteca em sua casa em Brasília, Carlos Britto se dá em interlocução com o mundo
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Mas o bom é que Carlos Britto não joga para a plateia. Ele calcula seus pontos de vista como se fosse um ministro do STF ainda na ativa.
E isso não atende a nenhuma conveniência anormal, exceto a de não exorbitar, melindrar e sair fora da calha da razão - no que está corretíssimo.
No geral, Carlos Britto acerta na veia: há um estado de obscurantismo tentando se impor e vicejar sobre o Brasil e a sua luminosa vocação democrática. Mas, adverte, isso não vicejará enquanto houver quem vele pela Constituição.
Daí aquele seu “ninguém ouse interromper essa viagem, pois a resistência será a mais legítima, a mais forte e consciente possível” da frase que abre essa introdução. E é essencialmente disso que Carlos Britto vai falar em quase 100% desta Entrevista.
Carlos Ayres de Freitas Britto nasceu no dia 18 de novembro de 1942 - mesmo ano em que nasceram os dois grandes cidadãos brasileiros Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Ele é filho de João Fernandes de Britto, o Dr Brittinho, de Propriá, e de Dalva Ayres de Freitas Britto, uma baiana da mesma terra de Caetano Veloso, Santo Amaro da Purificação. (Da sua composição familiar mais próxima - esposa, filhos, netos -, pede permissão para não falar, em obediência à orientação da segurança do STF).
Carlos Britto fez Direito pela antiga Faculdade Federal de Direito da Universidade Federal de Sergipe, com formatura em 1966. Da UFS, foi também professor. Ele é mestre e doutor em Direito Constitucional, e especialista em Direito Público e Privado.
Carlos Britto chegou ao STF como ministro em 2003 e deixou essa Corte Suprema, aposentado compulsoriamente por idade, no final de 2012, não sem antes tê-lo presidido, assim como ao Tribunal Superior Eleitoral - TSE - e ao Conselho Nacional de Justiça - CNJ. Ele tem 11 livros escritos e publicados - seis de poesia e cinco de Direito.
“Para que essa ambiência de antagonizarão das pessoas e grupos como estilo de governo, quando a Constituição mesma já fala do Brasil como uma “sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos”? Vamos parar de vez com isso, pois, com o tempo, até a corda sabe quem vive de esticá-la”, diz ele.
A Entrevista com Carlos Ayres Britto vale muito o empenho da leitura.
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Bolsonaro, em insulto à democracia no último dia 7. “Vamos parar de vez com isso, pois, com o tempo, até a corda sabe quem vive de esticá-la”
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DOS ATOS DE BOLSONARO NO SETE DE SETEMRO
“Parece-me que o presidente da República está a se expor ao cometimento de pelo menos dois crimes de responsabilidade: primeiramente, atentar contra o livre funcionamento do Poder Legislativo e do Poder Judiciário; depois, atentar contra o cumprimento das leis e das decisões judiciais”
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JLPolítica - Ministro, em quais crimes teria incorrido o presidente da República, Jair Bolsonaro, em seus atos e falas durante as manifestações do último dia 7 de setembro e eventualmente no seu dia-a-dia?
Carlos Britto - O presidente falou, a plenos pulmões, que não cumpriria determinações do ministro judiciário Alexandre de Moraes, e insistiu na tese da auditagem eleitoral por via do voto impresso como condição de acatamento, por ele, do resultado da eleição popular de 2022. Ora, como a referência ao ministro do STF se deu no pressuposto da prolação de decisão judicial propriamente dita, e como a eleição à margem do voto impresso já é decisão congressual expressa, parece-me que ele, o presidente da República, está a se expor ao cometimento de pelo menos dois crimes de responsabilidade: primeiramente, atentar contra o livre funcionamento do Poder Legislativo e do Poder Judiciário; depois, atentar contra o cumprimento das leis e das decisões judiciais. É como está nos incisos II e VII do artigo 85 da Constituição brasileira.
JLPolítica - Na sua visão, cabem que ações judiciais contra o presidente Bolsonaro especificamente por aquelas atos do sete de setembro?
CB - Limitando-me ao cometimento, em tese, do crime de responsabilidade, as medidas cabíveis já estão na Constituição mesma e na Lei 1.O79, de 1950.
JLPolítica - E como essas ações se materializariam?
CB - Tudo começa com denúncia perante a Câmara dos Deputados, que somente pode autorizar o respectivo processo e julgamento se tal deliberação ocorrer pelo quórum de dois terços dos respectivos membros. Dando-se que a instância de processo e julgamento já é o Senado Federal, que para condenar o presidente da República também precisa do mesmo hiper qualificado quórum de dois terços dos seus integrantes.
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Olha Carlos Britto aí em demanda pelo O Globo: chega a dar 10 entrevistas por dia
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DO SUPOSTO PEDIDO DE DESCULPA DO PRESIDENTE
“É sempre saudável, no âmbito da separação dos Poderes, todo gesto de distensionamento ou atenuação de fricções. Resta saber se o presidente assim procedeu por um sincero recuo. Recuo ou retratação, pra não dizer inflexão no seu modo de interagir com os Poderes Legislativo e Judiciário”
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JLPolítica - Que atenuantes podem gerar os supostos pedidos de desculpa dele uns dias depois?
CB - É sempre saudável, no âmbito da separação dos Poderes, todo gesto de distensionamento ou atenuação de fricções. Resta saber se o presidente assim procedeu por um sincero recuo. Recuo ou retratação, pra não dizer inflexão no seu modo de interagir com os Poderes Legislativo e Judiciário.
JLPolítica - O senhor acha que isso terá sido algo real e concreto?
CB - Só o tempo dirá se foi mesmo uma conversão, ou uma planejada pausa para reaglutinar força junto aos seus apoiadores. Lanço essa última hipótese porque o atual presidente da República experimenta muita dificuldade para entender que, uma vez eleito, seu dever diretamente constitucional é o de governar para todos. Não apenas para os seus eleitores, ou simpatizantes, ou apoiadores. É só a gente ler o termo de posse que a Constituição exige para todo governante central do país e lá encontrar os seguintes dizeres: “promover o bem geral do povo brasileiro” - artigo 78, entre outros deveres.
JLPolítica - Mas a reiteração de afrontas constantes conta pontos negativos para ele nessa queda de braços com o Poder Judiciário?
CB - A meu juízo, sim. Pelo artigo 2° da Constituição, os Poderes da União são independentes e harmônicos entre si. Para que essa ambiência de antagonizarão das pessoas e grupos como estilo de governo, quando a Constituição mesma, desde o seu preâmbulo, já fala do Brasil como uma “sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos”? Sociedade “comprometida”, além do mais, “com a solução pacífica das controvérsias”? Por que não fazer da sociedade brasileira uma comunidade (de comum… unidade). Vamos parar de vez com isso, pois, com o tempo, até a corda sabe quem vive de esticá-la.
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Cumplicidade poética e afetiva com o poeta Manoel de Barros virou fotografia de parede
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À REVELIA DOS RITOS CONSTITUCIONAIS
“Não sei qual a escora do presidente, porque esse tipo de renitência comportamental não rima até mesmo com o primeiro e mais decisivo dos compromissos formalmente assumidos por ele perante o Congresso Nacional. Qual? O compromisso de “manter, defender e cumprir a Constituição””
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JLPolítica - Qual é a consequência de um agente político que saia da moldura presidencial e migre para a esfera dos interesses pessoais estando ele na Presidência da República?
CB - Depende do caso concreto, mas o princípio geral é o da impessoalidade. Princípio explicitado pela cabeça do artigo 37 e reforçado pelo parágrafo primeiro desse mesmo artigo. Recorde-se: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. Logo, nada de fulanizações ou marketing de quem quer que seja.
JLPolítica - Com tantos pedidos de impeachment contra o presidente, ao seu ver, em que ele se fia para tanta ousadia e afronta aos trâmites constitucionais e diplomáticos?
CB - Não sei qual a escora do presidente, porque esse tipo de renitência comportamental não rima até mesmo com o primeiro e mais decisivo dos compromissos formalmente assumidos por ele perante o Congresso Nacional. Qual? O compromisso de “manter, defender e cumprir a Constituição” - parte inicial do mencionado artigo 78. E manter, defender e cumprir a Constituição, na ordem lógica e cronológica do também citado artigo 2°: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Este é último a entrar em campo como árbitro, portanto.
JLPolítica - Que horizonte nacional o senhor vê diante desse tensionamento gerado e retroalimentado sempre pelo presidente Bolsonaro?
CB - Vejo com preocupação, pois o que existe de mais grave é esse ambiente mesmo tão socialmente carregado. Esse clima coletivo instável, essa atmosfera relacional constitucionalmente poluída. E como as coisas parecem industriadas - ou seja, tão planejadas quanto financiadas -, não posso deixar de lembrar o filósofo e poeta Bertold Brecht a advertir com toda atualidade: “Há quem prepare cuidadosamente o seu próximo erro”. Enfim, quanta energia desperdiçada e que bem podia estar a serviço desse democrático projeto de vida nacional que é a nossa Constituição mesma.
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Cadelinha Jade, a pedra preciosa de Carlos Britto no reino animal
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A CONSTITUIÇÃO E O PAREDÃO CONTRA GOLPES
“A Constituição de 1988 é o melhor e mais legítimo projeto de vida nacional. O mais democrático, politicamente. O mais humanista, filosoficamente. O mais civilizado, culturalmente. A grande maioria do povo e os Estados, tão soberanos quanto de democracia consolidada, sabem disso”
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JLPolítica - Numa visão técnica, o senhor identifica solo para que um golpe de Estado germine e floresça no Brasil de hoje?
CB - Olhe, nesses 32 anos de Constituição, a grande maioria do povo brasileiro já percebeu o que acabei de dizer: a Constituição de 1988 é o melhor e mais legítimo projeto de vida nacional. O mais democrático, politicamente. O mais humanista, filosoficamente. O mais civilizado, culturalmente. A grande maioria do povo e os Estados, tão soberanos quanto de democracia consolidada, sabem disso. O nosso Legislativo e o nosso Judiciário já internalizaram isso. A imprensa também. Diga-se o mesmo da livre Iniciativa. Dos trabalhadores e seus sindicatos. Das universidades. Das Forças Armadas. Das instituições oficiais de segurança pública, aquelas e estas como criaturas da Constituição, assim como as demais aqui citadas. Por conseguinte, estou a dizer que o Brasil pós-Constituição de 1988 empreendeu uma viagem de qualidade democrática sem volta. Ninguém ouse interromper essa viagem, pois a resistência será a mais legítima, a mais forte e consciente possível. Aqui e fora do nosso país.
JLPolítica - A propósito disso, qual é o papel das Forças Armadas nessa hora e diante de uma eventual tentativa de golpe, de um tranca-Congresso e STF?
CB - As nossas Forças Armadas estão normadas num título constitucional que leva o seguinte e didático nome: “Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas” - título V. Vale dizer: da Defesa do Estado Democrático e Respectivas Instituições, já em combinação com a cabeça do artigo 1°, que faz da democracia o princípio dos princípios dela - dessa Constituição. O princípio-continente, de que todos os outros são conteúdos, inclusive a República e a Federação. Por isso é que as Forças Armadas são instituições… armadas! Para bater continência à democracia, antes de tudo o mais. Também por isso e para isso é que são instituições nacionais “permanentes”. As Forças Armadas são órgãos de Estado, e não de Governo. Os governos passam e elas ficam, a projetar delas mesmas e da nossa Constituição a melhor imagem interna e internacional. Elas sabem e se orgulham disso.
JLPolítica - O senhor não acha que tem alguém institucionalmente confundindo o papel da Forças Armadas nessa hora?
CB - Se há, o equívoco jurídico é rotundo.
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Carlos Britto chegou no STF em 2003 e saiu em 2012: “A toga se deu bem com os meus ombros: anoto isso sem nenhum traço de narcisismo”
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IMPORTÂNCIA DO JUDICIÁRIO CARECE DE MAIOR DIFUSÃO
“Há uma insuficiência de informação técnica quanto ao Poder Judiciário como um todo, e ao STF em especial. O Poder Judiciário é o único a ter os seus cargos-fim estruturados profissionalmente. E por profissionais do Direito, acrescente-se. Pessoas vocacionadas e formadas em cursos superiores para as coisas do Direito, então”
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JLPolítica - Por alguma tangente, Jair Bolsonaro é inalcançável com punições perante o STF e a Constituição por suas ações?
CB - A Constituição tanto empodera o presidente da República, para que ele validamente governe, quanto o cerca de controles para que ele não entre em desgoverno. Basta lembrar que ele é processado e julgado pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade, tanto quanto é processado e julgado pelo STF, nas infrações penais comuns. As boas cercas fazem bons vizinhos.
JLPolítica - O senhor já tinha visto, antes de ser ministro do STF e depois de sua passagem pela Suprema Corte, tanto populacho falando tão mal do STF? Isso é indício de quê e serve ao quê?
CB - Há uma insuficiência de informação técnica quanto ao Poder Judiciário como um todo, e ao STF em especial. O Poder Judiciário é o único a ter os seus cargos-fim estruturados profissionalmente. E por profissionais do Direito, acrescente-se. Pessoas vocacionadas e formadas em cursos superiores para as coisas do Direito, então.
JLPolítica - E os demais espaços, não?
CB - Os cargos estatais propriamente legislativos e executivos não têm como condição de investidura a escolaridade superior. Não são constitutivos de profissão. Não são privativos de advogados. Nem são cercados daquelas cautelas especialíssimas para o exercício dos seus cargos, como o devido processo legal assim substantivo como adjetivo ou formal - o ter que se movimentar num espaço igualmente profissional-jurídico de que fazem parte advogados públicos e privados, membros do Ministério Público, defensores públicos e delegados de polícia - no exercício da chamada polícia judiciária; o ter que atuar sob o mais especializado sistema de ações e de recursos; o de não poder deixar de prestar a jurisdição que lhe é requestada; o de fazer da fundamentação técnica de suas decisões e da publicidade de todos os seus julgamentos um dever que se não observado acarreta a nulidade destes e daqueles; enfim, o de fazer da equidistância perante as partes e os interessados processais um requisito vocacional e o primeiro dos elementos conceituais do próprio ofício judicante. Tudo isso afunilando para um STF que é chave de abóbada de toda essa requintadíssima arquitetura jurídica. E de cujos membros é exigida, entre outras explícitas condições de investidura, a notabilidade do saber jurídico. O que intento dizer com isso? Que se essas características centrais do Poder Judiciário e do STF fossem melhor conhecidas as críticas lhes seriam bem menores.
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Tietagem de parte a parte: Carlos Britto e o músico Danilo Caymmi, do clã de Dorival
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O PRESIDENTE E AS QUATRO LINHAS DA CONSTITUIÇÃO
“A Constituição tanto empodera o presidente da República, para que ele validamente governe, quanto o cerca de controles para que ele não entre em desgoverno. Basta lembrar que ele é processado e julgado pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade, tanto quanto é processado e julgado pelo STF, nas infrações penais comuns. As boas cercas fazem bons vizinhos”
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JLPolítica - “Valeram a pena” os cerca de 10 anos que o senhor dedicou de sua vida à Suprema Corte?
CB - Foi a maior oportunidade que tive de servir à Constituição em especial, ao Direito em geral e também ao meu país como um todo. Penso que passei por aquela Casa de fazer justiça e aproveitei a viagem. A toga se deu bem com os meus ombros: anoto isso sem nenhum traço de narcisismo.
JLPolítica - O senhor tem 11 livros publicados entre o campo do direito e a lírica, com poemas. Como está o seu planejamento futuro nessa esfera?
CB - Planejo escrever mais uns dois livros de Direito e uns três de poesia.
JLPolítica - A que ou pra que serve um poema?
CB - Como poesia é criação artística, respondo com Matilde Campilho: “A arte não salva o mundo, mas salva o minuto”. Aquele minuto que pode valer por toda uma existência. Ou sem o qual a existência não teria o maior dos motivos pra se orgulhar de si mesma.
https://jlpolitica.com.br/entrevista/carlos-britto-o-brasil-pos-constituicao-de-1988-empreendeu-uma-viagem-de-qualidade-democratica-sem-volta
Fonte: Josailto Lima
https://jlpolitica.com.br/entrevista/carlos-britto-o-brasil-pos-constituicao-de-1988-empreendeu-uma-viagem-de-qualidade-democratica-sem-volta
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A previsível negação e o esperado escárnio
ESTADÃO
OCTOBER 22, 2021
A reação do clã Bolsonaro à leitura do relatório da CPI da Covid – que aponta o presidente Jair Bolsonaro como o principal responsável pela dimensão trágica que a pandemia adquiriu no Brasil – foi um misto de negação e escárnio. Embora este fosse o comportamento esperado de uma família que nesses longos meses de infortúnio negou a gravidade da crise sanitária e fez troça das dores de seus concidadãos, não deixa de indignar os brasileiros decentes – em especial os familiares e amigos dos mais de 604 mil mortos – a forma como o presidente da República e seus filhos mais velhos reagiram às graves imputações contidas no documento.
Em Russas (CE), durante cerimônia de inauguração de uma etapa da obra de transposição do Rio São Francisco, Bolsonaro disse não ter culpa de “absolutamente nada” do que lhe foi imputado pelo relator da comissão de inquérito, o senador Renan Calheiros (MDB-AL). No evento, de evidente viés eleitoral, Bolsonaro afirmou que a CPI se prestou apenas a “tomar tempo do nosso ministro da Saúde, de servidores, de pessoas humildes e de empresários”. Ao final de um minucioso trabalho, a CPI, na visão do presidente da República, não teria produzido “nada além de ódio e rancor entre alguns de nós”.
A cerca de 2 mil quilômetros do palanque em que Bolsonaro minimizou as conclusões da CPI e, mais uma vez, eximiu-se de suas responsabilidades como chefe de Estado e de governo, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) tripudiava não só de seus colegas, mas de toda a sociedade, ao ser questionado, na entrada da sala da CPI no Senado, sobre como o presidente reagiria às conclusões da comissão de inquérito. “Você sabe aquela gargalhada dele?”, perguntou o senador, imitando a risada de Bolsonaro. Para o buliçoso senador, o relatório da CPI “é uma piada de muito mau gosto”. No Twitter, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) publicou uma foto em que aparece gargalhando, como a confirmar a declaração do irmão mais velho. Ambos, como o pai, são alvos de pedidos de indiciamento pelo relator Renan Calheiros.
Durante transmissão pelas redes sociais na noite do dia 20 passado, o senador Flávio Bolsonaro voltou a chamar o relator da CPI da Covid de “vagabundo” e classificou o relatório de Renan Calheiros como “o maior atestado de idoneidade do governo Jair Bolsonaro”. É o jogo jogado das lides políticas. Mas, no mundo real, onde atos têm consequências, não é bem assim. O clã Bolsonaro tem razões de sobra para conter o riso caso as conclusões da CPI sejam levadas a sério, como se espera, pelo Congresso e pela Procuradoria-Geral da República.
Sobre o presidente Jair Bolsonaro não recaem suspeitas de ter comprado um carro com dinheiro de corrupção, como aconteceu com Fernando Collor, mas sim de ter cometido crimes contra a humanidade, de epidemia com resultado em morte, de prevaricação, de incitação ao crime e de charlatanismo, entre outros. Há implicações muito sérias. Caso seja processado, julgado e condenado por esses crimes, Bolsonaro pode ser sentenciado a penas que somam até 38 anos e 9 meses de prisão, considerando as penas máximas previstas para aqueles crimes no Código Penal.
Coincidentemente, no mesmo dia em que o relatório da CPI da Covid apresentava ao País os detalhes das urdiduras do Palácio do Planalto para fazer a pandemia parecer menos grave do que de fato é, o consórcio de veículos de imprensa – formado pelo Estado, O Globo, g1, Extra, Folha de S.Paulo e UOL – completou 500 dias ininterruptos de trabalho. A união de representantes do jornalismo livre e independente foi o farol que orientou a população em meio às trevas da desinformação, não raras vezes patrocinada pelo próprio governo federal. Basta lembrar que o consórcio foi criado justamente para suprir a falta de informações confiáveis no Ministério da Saúde.
Em outra feliz coincidência, na mesma data o País atingiu a auspiciosa marca de 50% da população totalmente imunizada contra o coronavírus. Não poderia ser mais simbólico. Informação confiável e vacinas foram os antídotos para a sociedade lidar com o negacionismo, a irresponsabilidade e a inépcia de Bolsonaro na condução do País em meio à pior tragédia de sua história.
A previsível negação e o esperado escárnio - Opinião - Estadão
Estadão
Fonte
Estadão
Reação do clã Bolsonaro ao relatório da CPI – uma soma da negação e do escárnio que marcaram o comportamento da família ao longo da crise sanitária – já era esperada
22/10/2021 18:00:00
OPINIÃO | Reação do clã Bolsonaro ao relatório da CPI – uma soma da negação e do escárnio que marcaram o comportamento da família ao longo da crise sanitária – já era esperada
Reação do clã Bolsonaro ao relatório da CPI – uma soma da negação e do escárnio que marcaram o comportamento da família ao longo da crise sanitária – já era esperada
22 de outubro de 2021 | 03h00A reação do clã Bolsonaro à leitura do relatório da CPI da Covid – que aponta o presidente Jair Bolsonaro como o principal responsável pela dimensão trágica que a pandemia adquiriu no Brasil – foi um misto de negação e escárnio. Embora este fosse o comportamento esperado de uma família que nesses longos meses de infortúnio negou a gravidade da crise sanitária e fez troça das dores de seus concidadãos, não deixa de indignar os brasileiros decentes – em especial os familiares e amigos dos mais de 604 mil mortos – a forma como o presidente da República e seus filhos mais velhos reagiram às graves imputações contidas no documento.
Em Russas (CE), durante cerimônia de inauguração de uma etapa da obra de transposição do Rio São Francisco, Bolsonaro disse não ter culpa de “absolutamente nada” do que lhe foi imputado pelo relator da comissão de inquérito, o senador Renan Calheiros (MDB-AL). No evento, de evidente viés eleitoral, Bolsonaro afirmou que a CPI se prestou apenas a “tomar tempo do nosso ministro da Saúde, de servidores, de pessoas humildes e de empresários”. Ao final de um minucioso trabalho, a CPI, na visão do presidente da República, não teria produzido “nada além de ódio e rancor entre alguns de nós”.
A cerca de 2 mil quilômetros do palanque em que Bolsonaro minimizou as conclusões da CPI e, mais uma vez, eximiu-se de suas responsabilidades como chefe de Estado e de governo, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) tripudiava não só de seus colegas, mas de toda a sociedade, ao ser questionado, na entrada da sala da CPI no Senado, sobre como o presidente reagiria às conclusões da comissão de inquérito. “Você sabe aquela gargalhada dele?”, perguntou o senador, imitando a risada de Bolsonaro. Para o buliçoso senador, o relatório da CPI “é uma piada de muito mau gosto”. No Twitter, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) publicou uma foto em que aparece gargalhando, como a confirmar a declaração do irmão mais velho. Ambos, como o pai, são alvos de pedidos de indiciamento pelo relator Renan Calheiros. headtopics.com
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Durante transmissão pelas redes sociais na noite do dia 20 passado, o senador Flávio Bolsonaro voltou a chamar o relator da CPI da Covid de “vagabundo” e classificou o relatório de Renan Calheiros como “o maior atestado de idoneidade do governo Jair Bolsonaro”. É o jogo jogado das lides políticas. Mas, no mundo real, onde atos têm consequências, não é bem assim. O clã Bolsonaro tem razões de sobra para conter o riso caso as conclusões da CPI sejam levadas a sério, como se espera, pelo Congresso e pela Procuradoria-Geral da República.
Sobre o presidente Jair Bolsonaro não recaem suspeitas de ter comprado um carro com dinheiro de corrupção, como aconteceu com Fernando Collor, mas sim de ter cometido crimes contra a humanidade, de epidemia com resultado em morte, de prevaricação, de incitação ao crime e de charlatanismo, entre outros. Há implicações muito sérias. Caso seja processado, julgado e condenado por esses crimes, Bolsonaro pode ser sentenciado a penas que somam até 38 anos e 9 meses de prisão, considerando as penas máximas previstas para aqueles crimes no Código Penal.
Coincidentemente, no mesmo dia em que o relatório da CPI da Covid apresentava ao País os detalhes das urdiduras do Palácio do Planalto para fazer a pandemia parecer menos grave do que de fato é, o consórcio de veículos de imprensa – formado pelo
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https://headtopics.com/br/a-previs-vel-negac-o-e-o-esperado-esc-rnio-opini-o-estad-o-22236739
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Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 04h41 - Publicado em 10 jan 2014, 15h04
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