domingo, 9 de novembro de 2025

🐾 Vamos por aí eu e meu cachorro

Nas bordas e nos interstícios da década de 1960 O Botafogo encontrou e chocou com muros que o impediram de conquistar ao menos um tricampeonato na carreirinha: América (1960), Flamengo (1963), Flamengo (1965), Bangu (1966) e Fluminense (1969). Entre o final dos anos 1950 e 1960, o Botafogo, apesar de ser um dos times mais fortes da época, não conseguiu um tricampeonato carioca consecutivo por ter sido superado por diversos adversários em anos alternados. 🏆 Times que impediram o tricampeonato do Botafogo Ano Time que impediu o tricampeonato 1960 América 1963 Flamengo 1965 Flamengo 1966 Bangu 1969 Fluminense 🌕 Há 55 anos... “Há 55 anos, posamos na Engenharia da UFJF; Apolo 11 posou com o homem a bordo pela primeira vez na Lua; e General Médici apossou-se do poder no Brasil!” 📜 Datas marcantes de 1969 Pouso da Apollo 11 na Lua: 20 de julho de 1969 — Neil Armstrong pisa na superfície lunar. Posse do General Médici: 25 de outubro de 1969 — eleito e empossado pelo Colégio Eleitoral durante a ditadura militar. Faculdade de Engenharia da UFJF: fundada em 1914, completava 55 anos em 1969. 🔹 1969 foi, portanto, um ano simbólico — de marcos locais, nacionais e universais, entre engenharia, política e ciência. 🎵 Quando o muro separa, uma ponte une “Quando o muro separa uma ponte une Se a vingança encara o remorso pune” 🎶 Pesadelo — Paulo César Pinheiro & Maurício Tapajós Composição: Maurício Tapajós / Paulo César Pinheiro Quando o muro separa uma ponte une Se a vingança encara o remorso pune Você vem me agarra, alguém vem me solta Você vai na marra, ela um dia volta (...) O muro caiu, olha a ponte Da liberdade guardiã O braço do Cristo, horizonte Abraça o dia de amanhã 💬 Um hino poético e político, imortalizado por Elis Regina e outros intérpretes, ecoando resistência e esperança. 🏛️ Tarcísio de Freitas — um técnico entre três governos Tarcísio de Freitas participou de três governos federais, ocupando cargos técnicos e políticos nos mandatos de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). 🗂️ Carreira pública Governo Dilma Rousseff (PT): Diretor Executivo do DNIT (2011–2014) e Diretor-Geral Substituto até 2015. Indicação técnica, sem filiação partidária. Governo Michel Temer (MDB): Secretário de Coordenação de Projetos do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI). Governo Jair Bolsonaro (sem partido / PSL): Ministro da Infraestrutura (2019–2022). Filiou-se ao Republicanos para concorrer ao governo de São Paulo. Sua trajetória é marcada pela transição do técnico ao político, mantendo o trânsito entre governos de diferentes espectros ideológicos. 💿 Taxman — The Beatles (1966) 📀 Compositor: George Harrison 💼 Editor: Sony-ATV Tunes LLC (ASCAP) 🗓️ Publicado: 1966 🔍 ECAD: obra #15907269 / fonograma #926021 (07/abr/2024) Trecho: Let me tell you how it will be, There’s one for you, nineteen for me. 'Cause I’m the taxman. Yeah, I’m the taxman. 🔗 Letra completa no Vagalume 🎧 The BeatlesRevolver (1966) Publicação original: 1966 Vídeo: isobello — 23 de jul. de 2023 Setlist Taxman Eleanor Rigby I’m Only Sleeping Love You To Here, There and Everywhere Yellow Submarine She Said She Said Good Day Sunshine And Your Bird Can Sing For No One Doctor Robert I Want To Tell You Got To Get You Into My Life Tomorrow Never Knows 💫 “Revolver” marca a transição dos Beatles para uma fase mais experimental e psicodélica — o início da revolução sonora que culminaria em Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. 🎂 Pelos seus 60 anos de vida em 2026 — parabéns! 🥂
Enem 2025: g1 terá programa de correção ao vivo, com comentários de professores. — Foto: g1 Para daqui a 55 anos Começa o Enem, ferramenta de acesso ao ensino superior Por O Povo (CE) Neste domingo, 9, milhões de candidatos se dirigirão até os locais de prova para a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025 no País. O exame teve 4.811.338 inscrições confirmadas. Dessas, 1.390.815 são de estudantes concluintes do ensino médio da rede pública. É importante frisar que o Enem avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Dos inscritos, 1.811.524 são de alunos concluintes do ensino médio. Os números são do Painel do Enem, no portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao Ministério da Educação. Em mais de duas décadas de existência, o Exame se tornou a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (Prouni). Além de os resultados serem usados como critério dos processos seletivos, funcionam como parâmetro para acesso a auxílios governamentais, como o que é proporcionado pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Faz-se relevante analisar alguns números disponibilizados pela organização do Exame. Segundo o levantamento do Inep, dos inscritos, 3.049.710 são isentos e 1.761.628 são pagantes. Além disso, do total de inscritos confirmados, 2.889.851 (60,06%) são mulheres e 1.921.487 (39,94%) são homens. Com relação à etnia, a maioria das inscrições confirmadas é de participantes que se autodeclararam pardos (2.146.184); 1.903.041 participantes se autodeclararam brancos, 603.104 pretos, 67.203 amarelos e 37.489 indígenas. A faixa etária com mais inscrições confirmadas é de 17 anos, com 1.113.718. Os participantes com mais de 60 anos totalizam 17.192. Isso mostra que, por mais que a faixa de idade dos adolescentes (supõe-se que a maioria seja concluinte do Ensino Médio) seja mais alta, o Exame tem a participação de muita gente com mais de 60 anos, que talvez seja um público que queira ingressar no ensino superior e veja no Enem uma possibilidade concreta para isso. Assim, o Enem se mostra como uma ferramenta fundamental de democratização do acesso à educação superior. Por ele, é possível que estudantes de origens variadas concorram a vagas nas universidades públicas. Percebe-se que isso é feito de forma crítica, visto ser uma prova que permite aos alunos escrever sobre diferentes eixos temáticos, em que se exploram a argumentação e a hierarquia das ideias, como ocorre na prova de redação. Priorizar a capacidade de análise crítica do candidato é uma das premissas das provas. Espera-se que os dias de prova sejam momentos de tranquilidade, sem sobressaltos para os candidatos. Cabe aos governos criar oportunidades e tomar todas as providências necessárias a fim de garantir um exame seguro, afastando qualquer risco de fraude. Ressalte-se que a confiança no exame é condição para que os candidatos tenham tranquilidade para um dia que é decisivo para o futuro de muitos que ali estão.
domingo, 9 de novembro de 2025 Controvérsias e convergências, por Pedro S. Malan O Estado de S. Paulo Os arranjos institucionais e regras do jogo estabelecidos desde o imediato pós-guerra, que bem ou mal presidiram os últimos 80 anos, hoje são questionados com veemência John Kenneth Galbraith escreveu em seu A Short History of Financial Euphoria, publicado em 1990: “Para fins práticos, deve-se presumir que a memória financeira dura, no máximo, cerca de 20 anos. Esse é, normalmente, o tempo necessário para que a lembrança de um desastre seja apagada e para que alguma variante da demência anterior surja novamente para capturar a mente financeira. É também o tempo geralmente exigido para que uma nova geração entre em cena, convencida – como suas predecessoras – de seu próprio gênio inovador”. A ideia me vem à mente porque logo terão decorrido 20 anos desde a eclosão da grande crise de 2007-2009, a primeira desde 1929. Seu epicentro foi a principal economia do mundo desenvolvido. Tim Geithner, então presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, escreveu em março de 2009 que “(uma) crise como esta não tem uma causa simples (...); como nação, nos endividamos em demasia e deixamos nosso sistema financeiro assumir níveis irresponsáveis de risco e alavancagem”. Expressões semelhantes, de sofrida singeleza, podem ser encontradas em declarações à época de Ben Bernanke e Larry Summers, entre outros. Todos reconheceram posteriormente, os elementos fundamentais da excessiva complacência que levou à crise. É valioso constatar, é o que se pode concluir, que não apenas aos países em desenvolvimento aplica-se a restrição da realidade. A expressão, que designa a capacidade de resposta da oferta aos estímulos da demanda, é de André Lara Resende, e foi usada em artigo a ser publicado na revista do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri). No texto, o autor refere-se a uma observação de Paul Samuelson feita na década de 90, em entrevista para documentário sobre Keynes, na qual o Prêmio Nobel de Economia teria reconhecido que não existem limites objetivos para o déficit fiscal e para o crescimento da dívida pública – e acrescentado que a insistência na explicitação desta inexistência de limites pode promover a aceleração dos gastos, levar à erosão da credibilidade do governo e à expectativa de maior inflação futura. O mesmo Samuelson havia escrito em 1962, em suas famosas Wicksell Lectures: “Uma economia moderna pode em alguns momentos precisar de déficits fiscais e uma dívida pública crescente – e em outras épocas, precisar de superávits fiscais, obtidos por meio de redução de gastos e/ou aumento de tributação, para destinar recursos à necessidade de investimento, combater a inflação e reduzir a dívida pública”. É curiosa a continuação da frase: “Eu digo isso com toda seriedade, embora dificilmente um em cada cem formadores de opinião consiga ainda compreender o que quero dizer. Mas também aqui sou otimista de que a racionalidade prevalecerá sobre o hábito.” Tanto o Samuelson de 1962 quanto o de 1990 estavam certos, e o que tinham a dizer tem muito a ver com o Brasil de hoje e com a restrição da realidade referida por Lara Resende. Afinal, como bem notou André: “O aumento dos gastos públicos não é necessariamente negativo, nem positivo: tudo depende da qualidade dos gastos. Investimentos bem planejados e avaliados são muito diferentes dos gastos correntes populistas, patrimonialistas ou corporativistas. Ainda assim, todos são estímulos à demanda e, ao menos no curto prazo, ao crescimento da renda. É o ensinamento de Keynes para evitar recessões – mas se usado apenas para estimular a demanda, sem respeitar as restrições da oferta, levará inevitavelmente à inflação e/ou a desequilíbrios (déficits) do balanço de pagamentos”. Estamos, neste meio da terceira década do século 21, vivendo um momento histórico inusitado. Os arranjos institucionais e as regras do jogo estabelecidos desde o imediato pós-guerra, que bem ou mal presidiram os últimos 80 anos, são questionados com veemência. Paradoxalmente, pelo atual governo do país que liderou aquele processo, em escala global, de integração econômica, financeira, comercial, tecnológica e de investimentos. Um país cuja moeda tornou-se a principal moeda internacional. Não por imposição, mas porque os EUA representavam no imediato pós-guerra cerca de 48% da economia mundial e não havia outros países que pudessem aceitar a livre conversibilidade de suas moedas. Assim, o dólar assumiu naturalmente a posição de ativo internacional de reserva, posição que desempenhou ao longo dos últimos 80 anos. Sua participação relativa vem declinando, mas seguirá muito relevante. Curiosamente, esse declínio é em parte gerado pelo aumento de incertezas e imprevisibilidades provocadas por ações de iniciativa do próprio governo norte-americano. O debate continuará intenso ao longo dos próximos anos. Afinal, como notou em seu Currencies and Crises (1992) Paul Krugman, também ele Prêmio Nobel de Economia: “Moeda Internacional é o campo mais antigo da economia. (...) É também um dos campos mais inovadores e em rápida mudança, porque a melhor análise nesta área é conduzida não por deferência à teoria estabelecida, mas pela necessidade de dar sentido a um mundo em constante evolução.” Passados mais de 30 anos, a frase retém surpreendente atualidade, relevância e urgência.
Daqui a 55 anos, a data exata será 9 de novembro de 2080. Hoje é domingo, 9 de novembro de 2025. Daqui a 55 anos, a data cairá em um sábado. 🔭 Para daqui a 55 anos “De repente olha eu de novo, perturbando a paz, exigindo troco. Vamos por aí eu e meu cachorro…” — Paulo César Pinheiro 🕰️ Do vestibular de 1969 ao ENEM 2025 Há 55 anos, em 1969, uma turma sonhava com o futuro. Estudantes da Engenharia da UFJF enfrentavam o vestibular sob o peso dos tempos duros, entre ditaduras, canções de resistência e o homem pisando na Lua. Hoje, outra geração, em 2025, encara o ENEM — sob o peso de outros muros: desigualdades, crises climáticas, desinformação e incertezas digitais. Mas há uma ponte. Sempre há. Entre ontem e amanhã, entre Apolo 11 e inteligência artificial, entre mãos calejadas e mentes conectadas. O desafio continua sendo o mesmo: transformar conhecimento em consciência, e técnica em humanidade. ⚙️ Engenharia da vida: aprender, construir, reconstruir Os engenheiros de 1969 não apenas calcularam estruturas — ergueram esperanças. Os estudantes de hoje, em 2025, também constroem pontes: entre o real e o virtual, o individual e o coletivo. Cada geração refaz sua travessia, enfrentando novos muros — sociais, políticos, tecnológicos — e projetando novas pontes. A educação, ontem e hoje, é o alicerce dessa engenharia invisível: o traço que liga Paulo César Pinheiro a John Lennon, Médici a 2025, Revolver a “Pesadelo”, e o vestibular de 1969 ao ENEM de agora. 🔄 O ciclo da vida — e o eco das gerações “Quando o muro separa, uma ponte une.” Da mesma forma, quando o tempo separa, a memória une. Os jovens de 1969 olhavam para o futuro com medo e esperança. Os jovens de 2025 olham para o passado com curiosidade e dúvida. Ambos são reflexos um do outro — pontes que se cruzam a cada 55 anos. Em 2080, quando alguém revisitar este texto, talvez encontre nestas palavras um espelho do que ainda somos: humanos tentando entender o mundo e, nele, a nós mesmos. 🧭 Provocação final Aos que hoje fazem o ENEM 2025, um convite: lembrem-se de que provas passam, mas perguntas permanecem. As notas mudam, mas as ideias resistem. E o que realmente vale é o que você constrói entre o muro e a ponte, entre o ontem e o amanhã. 📚 Para ler em seguida 👉 Artigo 1 — “De 1969 a 2025: O que mudou no Brasil, o que não mudou em nós” Uma reflexão sobre o país, a educação e o papel da juventude como força de reconstrução. 👉 Artigo 2 — “Para daqui a 55 anos” Um exercício de imaginação histórica: como a geração do ENEM 2025 será lembrada em 2080? 🌅 Encerramento “O muro caiu, olha a ponte. Da liberdade guardiã, o braço do Cristo, horizonte, abraça o dia de amanhã.” — Pesadelo, Paulo César Pinheiro / Maurício Tapajós D
🪞 Reflexão final: os dois artigos e o ciclo da vida No mesmo dia em que milhões de jovens brasileiros se sentam diante das provas do ENEM 2025, dois artigos publicados na imprensa nacional ajudam a compreender, por caminhos distintos, o sentido mais profundo de viver e aprender em tempos de mudança. Ambos se encontram no ponto exato em que o projeto “Para daqui a 55 anos” se ancora: a ideia de que o tempo é cíclico, de que as gerações se revezam, mas as perguntas humanas permanecem. O primeiro texto, intitulado “Para daqui a 55 anos”, publicado pelo jornal O Povo (CE), descreve o início de mais uma edição do Exame Nacional do Ensino Médio — agora com 4,8 milhões de inscritos, dos quais a maioria é de jovens da rede pública e de mulheres. É uma fotografia viva da democratização do ensino superior no Brasil. O artigo mostra como o ENEM, ao longo de mais de duas décadas, se consolidou como a principal porta de entrada para a universidade, permitindo que diferentes histórias e origens sociais disputem o mesmo espaço de futuro. Ao mesmo tempo, o texto destaca que o exame não é apenas uma prova: é um instrumento de inclusão, reflexão e esperança. A presença de candidatos de todas as idades, inclusive idosos que retornam aos estudos, simboliza que o aprendizado não tem prazo de validade. A educação é apresentada como a ponte possível entre o passado e o porvir — um gesto de fé na capacidade humana de recomeçar. Já o segundo artigo, “Controvérsias e convergências”, de Pedro S. Malan, publicado em O Estado de S. Paulo, propõe outro tipo de reflexão — mais madura, mais densa, mas igualmente essencial. O ex-ministro percorre a história das crises econômicas e das ilusões financeiras para mostrar que, a cada 20 anos, o mundo parece esquecer as lições do passado. Citando pensadores como Galbraith, Samuelson e Krugman, ele demonstra como as sociedades alternam momentos de euforia e de sobriedade, de crescimento e de colapso, de confiança e de crise. É um lembrete poderoso de que, sem memória, o desenvolvimento é apenas um ciclo de repetição disfarçado de progresso. Malan também fala do Brasil contemporâneo e da importância de distinguir gastos produtivos de gastos populistas, reforçando a necessidade de responsabilidade e planejamento num cenário global cada vez mais incerto. A sua análise é, no fundo, uma defesa da racionalidade e da consciência histórica — os mesmos valores que o ENEM, à sua maneira, busca despertar em cada candidato. Postos lado a lado, esses dois artigos formam uma travessia entre gerações. De um lado, a juventude que tenta o ENEM hoje, ansiosa por seu lugar no mundo. De outro, a lucidez de quem já viu o mundo girar muitas vezes e percebe que as promessas de inovação e de ruptura quase sempre reencontram velhos dilemas. Entre ambos, existe o fio invisível da história — o mesmo que une os estudantes de Engenharia de 1969 aos vestibulandos de 2025. É o fio da busca por sentido, por conhecimento e por liberdade. É a ponte que sobrevive quando os muros mudam de lugar. Assim, esta reflexão final não encerra o projeto: ela o abre para o futuro. Ao reunir o olhar jovem e o olhar maduro, o sonho e a experiência, o texto nos convida a pensar o que cada geração faz com o seu tempo. Os engenheiros de 1969 construíram as estruturas físicas de um Brasil em transformação; os estudantes do ENEM 2025 constroem as estruturas simbólicas de um país em transição digital e social. Uns ergueram pontes de concreto; outros precisam erguer pontes de empatia, ética e consciência. A lição que atravessa ambos os artigos é clara: o conhecimento só cumpre seu papel quando é acompanhado de memória. A técnica, sem reflexão, repete erros; a juventude, sem história, perde a direção. Por isso, lembrar o passado é um ato de responsabilidade — e sonhar o futuro, um dever coletivo. O vestibular de 1969 e o ENEM de 2025 são apenas capítulos distintos de uma mesma narrativa humana: a de quem insiste em aprender para poder mudar. Para daqui a 55 anos, quando outra geração voltar os olhos a este momento, talvez os temas sejam outros, as tecnologias diferentes, os desafios novos. Mas a essência será a mesma: compreender quem somos, o que fazemos com o que aprendemos e o que deixamos para os que virão depois. Entre o muro e a ponte, entre o ontem e o amanhã, segue o ciclo da vida — feito de memória, de coragem e de sonho.

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