quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Revista BRASIL & IDEIAS Cultura | Política | Arte | Sociedade Edição Especial – Novembro de 2025 🟠 CAPA – Edição Especial Querem bancar o Messias? O salvacionismo e suas máscaras na cultura política brasileira Ilustração sugerida para a capa (“O Teatro do Redentor”): Uma pintura ou ilustração digital em estilo neossurrealista brasileiro, com tons quentes (ocre, vermelho, dourado), retratando uma figura política mascarada sobre um palanque que se dissolve em nuvens de fé e fumaça. A multidão abaixo mistura rostos indistintos — metade povo, metade reflexo do próprio orador. Atrás, um grande sol rachado (metade auréola, metade alvo de tiros) simboliza o embate entre crença e razão. Nas margens, pequenos fragmentos de jornais e panfletos pairam como folhas ao vento — referências sutis às outras matérias da edição (Os Inconfidentes, Notícia de Jornal, 1932). Estilo visual inspirado em: Cândido Portinari, Tarsila do Amaral e no realismo fantástico latino-americano. Imagens royalty-free para composição/adaptação da capa: [Imagem 1 – Máscara / “Masked Figures” (royalty free) Link: https://pixabay.com/images/search/masked%20figures/ — “Figura mascarada: arquétipo político e teatral para a capa” Pixabay [Imagem 2 – Sol ou superfície rachada / “Sun cracked surface” (royalty free vector) Link: https://www.freepik.com/vectors/sun-cracked-surface — “Sol rachado: fissura simbólica para o sol-auréola da capa” Freepik [Imagem 3 – Palanque/pódio com fumaça/estalagem (royalty free vector) Link: https://pngtree.com/freebackground/colour-custom-realistic-podium-with-smoke-effect-editable-full-vector-image_1177213.html — “Pódio dissolvendo-se em fumaça: palco da encenação do poder” [Imagem 4 – Crack / rachadura / solo seco (royalty free vector) Link: https://pixabay.com/vectors/search/crack/ — “Rachadura, fratura gráfica: textura de ruptura simbólica” Pixabay [Imagem 5 – Multidão estilizada (royalty free) Link: https://www.vecteezy.com/free-photos/masked-person — “Multidão indistinta: metade povo, metade reflexo do orador” Vecteezy 🔧 Sugestão de uso no layout: – Usar a Imagem 1 para representar a figura mascarada central. – Usar a Imagem 2 ou 4 para o sol rachado/auréola que surge ao fundo. – Usar a Imagem 3 para o palanque/fumaça que envolve o orador. – Usar a Imagem 5 para a multidão abaixo, estilizada ou adaptada. – Ajustar cores para o esquema ocre-vermelho-dourado, aplicar efeitos de dissolução/fumaça, mesclar elementos em camadas para compor “O Teatro do Redentor”. SUMÁRIO 🎶 Tema de “Os Inconfidentes” – Chico Buarque & Cecília Meireles (poema musical e memória histórica) 🧮 Entre Valor e Valor Absoluto: quando o número revela o conceito (ensaio didático sobre matemática e pensamento lógico) 📰 Coluna Brasil & Ideias “Querem bancar o Messias?” — O salvacionismo e suas máscaras (ensaio político-cultural inspirado em S.F.G., A.) ✈️ Aviões sobre Copacabana (1932): a propaganda no céu da Revolução Constitucionalista (memória histórica) 🎤 “Notícia de Jornal” — o samba-canção como crônica da dor brasileira (música e memória cultural) 1. Tema de “Os Inconfidentes” Chico Buarque / Cecília Meireles “Toda vez que um justo grita / Um carrasco o vem calar / Quem não presta fica vivo / Quem é bom, mandam matar.” 🎧 YouTube: Ouça a canção A canção, composta por Chico Buarque a partir de versos de Cecília Meireles, nasceu como tema do filme Os Inconfidentes (1972), de Joaquim Pedro de Andrade. É uma das mais belas traduções musicais da tragédia ética brasileira: a condenação da virtude e a sobrevivência do vício. O diálogo entre a poesia e o cinema faz do tema um verdadeiro réquiem da liberdade — o eco moderno da devoração de Tiradentes e de todos os “justos” calados pela história. 2. Entre Valor e Valor Absoluto: quando o número revela o conceito Por PensandoPesquisando “Sem compreender a diferença entre valor, valor relativo e valor absoluto, torna-se quase impossível resolver uma inequação.” O texto explora o núcleo conceitual que separa o cálculo da compreensão — a distinção entre valor, valor relativo e valor absoluto. Valor (ou absoluto do algarismo): o número em si, independente da posição. Valor relativo: o número conforme a posição que ocupa (ex: no número 428, o “4” vale 400). Valor absoluto (ou módulo): na álgebra, é a distância de um número até o zero. Resolver ∣ 𝑥 ∣ < 3 ∣x∣<3 significa encontrar todos os números cuja distância até o zero é menor que 3 — ou seja, o intervalo ( − 3 , 3 ) (−3,3). Compreender o valor absoluto é compreender a noção de distância — e, com ela, o salto entre a aritmética e o pensamento abstrato. Assim como na ética e na política, também na matemática é preciso distinguir o valor em si do valor atribuído pela posição — um exercício de lucidez lógica. 3. Coluna Brasil & Ideias Commentarii Quid Fiet? – Politica, Cultura et Societas Data: 13 de novembro de 2025 Querem bancar o Messias? O salvacionismo e suas máscaras na política e na cultura brasileira Por [S.F.G., A (in memoriam estilístico)] “A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo não pode nascer; neste interregno, surge uma grande variedade de sintomas mórbidos.” — Antonio Gramsci, Cadernos do Cárcere Há frases que ultrapassam o instante e se tornam diagnósticos de uma era. “Querem bancar o Messias?” é uma delas. O verbo “bancar” carrega o teatro do poder: posar, sustentar, representar — e pagar o preço simbólico da encenação. Já o substantivo “Messias” invoca o mito do redentor, o salvador que promete reconciliação onde há conflito. No Brasil, o messianismo político é menos um desvio do sistema do que seu espelho. Uma cultura que prefere a fé à instituição e o culto à cidadania está sempre à procura de um novo ungido — de Vargas a Bolsonaro, passando pelos “pais dos pobres” e pelos “justiceiros de ocasião”. Gramsci nos ensinou que o carisma é forma de hegemonia: uma compensação simbólica para a ausência de pedagogia cívica. O “Messias” é a ficção coletiva que organiza o desespero. “Toda vez que bancamos o Messias, perdemos a chance de bancar a nós mesmos.” A política, se quiser sobreviver à religião do poder, precisa recuperar o terreno do comum — o lugar onde esperança e razão coexistem sem precisar de milagres. 4. Aviões sobre Copacabana (1932) Memória Histórica Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, aviões da Aviação Constitucionalista sobrevoaram o Rio de Janeiro, então capital federal, e lançaram panfletos contra o governo provisório de Getúlio Vargas. Foi um ato simbólico de propaganda, levando a causa constitucionalista diretamente ao centro do poder. Não há registro de que notas de dinheiro tenham sido lançadas — o gesto foi de natureza política e comunicacional, não econômica. A ação tornou-se imagem de resistência: o céu do Rio tomado por mensagens vindas de São Paulo — papel voando onde a palavra política era censurada. 5. “Notícia de Jornal” — o samba-canção como crônica da dor brasileira Composição: Haroldo Barbosa / Luiz Reis 🎧 Ouça: Miltinho — Notícia de Jornal “A dor da gente não sai no jornal.” Gravada em 1961 por Elizeth Cardoso e Helena de Lima, a canção transformou-se num hino discreto da melancolia urbana. Helena de Lima a lançou pela gravadora RGE (78 rpm, julho de 1961), e Elizeth Cardoso a eternizou em álbum do mesmo período. Mais tarde, foi regravada por Miltinho e Chico Buarque, reavivando o tom de crônica social — a “notícia” que o jornal não dá, mas o samba canta. A música é retrato da mulher invisível, do amor que se apaga e da dor coletiva travestida em lamento particular. É jornalismo poético: a notícia daquilo que a imprensa cala. 🌞 Fecho editorial “A cultura é o lugar onde a política respira — e a arte, o lugar onde a verdade se disfarça para poder ser dita.” — Editorial da Revista Brasil & Ideias S

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