Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quinta-feira, 13 de novembro de 2025
Revista BRASIL & IDEIAS
Cultura | Política | Arte | Sociedade
Edição Especial – Novembro de 2025
🟠 CAPA – Edição Especial
Querem bancar o Messias?
O salvacionismo e suas máscaras na cultura política brasileira
Ilustração sugerida para a capa (“O Teatro do Redentor”):
Uma pintura ou ilustração digital em estilo neossurrealista brasileiro, com tons quentes (ocre, vermelho, dourado), retratando uma figura política mascarada sobre um palanque que se dissolve em nuvens de fé e fumaça. A multidão abaixo mistura rostos indistintos — metade povo, metade reflexo do próprio orador. Atrás, um grande sol rachado (metade auréola, metade alvo de tiros) simboliza o embate entre crença e razão. Nas margens, pequenos fragmentos de jornais e panfletos pairam como folhas ao vento — referências sutis às outras matérias da edição (Os Inconfidentes, Notícia de Jornal, 1932).
Estilo visual inspirado em: Cândido Portinari, Tarsila do Amaral e no realismo fantástico latino-americano.
Imagens royalty-free para composição/adaptação da capa:
[Imagem 1 – Máscara / “Masked Figures” (royalty free)
Link: https://pixabay.com/images/search/masked%20figures/
— “Figura mascarada: arquétipo político e teatral para a capa”
Pixabay
[Imagem 2 – Sol ou superfície rachada / “Sun cracked surface” (royalty free vector)
Link: https://www.freepik.com/vectors/sun-cracked-surface
— “Sol rachado: fissura simbólica para o sol-auréola da capa”
Freepik
[Imagem 3 – Palanque/pódio com fumaça/estalagem (royalty free vector)
Link: https://pngtree.com/freebackground/colour-custom-realistic-podium-with-smoke-effect-editable-full-vector-image_1177213.html
— “Pódio dissolvendo-se em fumaça: palco da encenação do poder”
[Imagem 4 – Crack / rachadura / solo seco (royalty free vector)
Link: https://pixabay.com/vectors/search/crack/
— “Rachadura, fratura gráfica: textura de ruptura simbólica”
Pixabay
[Imagem 5 – Multidão estilizada (royalty free)
Link: https://www.vecteezy.com/free-photos/masked-person
— “Multidão indistinta: metade povo, metade reflexo do orador”
Vecteezy
🔧 Sugestão de uso no layout:
– Usar a Imagem 1 para representar a figura mascarada central.
– Usar a Imagem 2 ou 4 para o sol rachado/auréola que surge ao fundo.
– Usar a Imagem 3 para o palanque/fumaça que envolve o orador.
– Usar a Imagem 5 para a multidão abaixo, estilizada ou adaptada.
– Ajustar cores para o esquema ocre-vermelho-dourado, aplicar efeitos de dissolução/fumaça, mesclar elementos em camadas para compor “O Teatro do Redentor”.
SUMÁRIO
🎶 Tema de “Os Inconfidentes” – Chico Buarque & Cecília Meireles
(poema musical e memória histórica)
🧮 Entre Valor e Valor Absoluto: quando o número revela o conceito
(ensaio didático sobre matemática e pensamento lógico)
📰 Coluna Brasil & Ideias
“Querem bancar o Messias?” — O salvacionismo e suas máscaras
(ensaio político-cultural inspirado em S.F.G., A.)
✈️ Aviões sobre Copacabana (1932): a propaganda no céu da Revolução Constitucionalista
(memória histórica)
🎤 “Notícia de Jornal” — o samba-canção como crônica da dor brasileira
(música e memória cultural)
1. Tema de “Os Inconfidentes”
Chico Buarque / Cecília Meireles
“Toda vez que um justo grita /
Um carrasco o vem calar /
Quem não presta fica vivo /
Quem é bom, mandam matar.”
🎧 YouTube: Ouça a canção
A canção, composta por Chico Buarque a partir de versos de Cecília Meireles, nasceu como tema do filme Os Inconfidentes (1972), de Joaquim Pedro de Andrade. É uma das mais belas traduções musicais da tragédia ética brasileira: a condenação da virtude e a sobrevivência do vício. O diálogo entre a poesia e o cinema faz do tema um verdadeiro réquiem da liberdade — o eco moderno da devoração de Tiradentes e de todos os “justos” calados pela história.
2. Entre Valor e Valor Absoluto: quando o número revela o conceito
Por PensandoPesquisando
“Sem compreender a diferença entre valor, valor relativo e valor absoluto, torna-se quase impossível resolver uma inequação.”
O texto explora o núcleo conceitual que separa o cálculo da compreensão — a distinção entre valor, valor relativo e valor absoluto.
Valor (ou absoluto do algarismo): o número em si, independente da posição.
Valor relativo: o número conforme a posição que ocupa (ex: no número 428, o “4” vale 400).
Valor absoluto (ou módulo): na álgebra, é a distância de um número até o zero.
Resolver
∣
𝑥
∣
<
3
∣x∣<3 significa encontrar todos os números cuja distância até o zero é menor que 3 — ou seja, o intervalo
(
−
3
,
3
)
(−3,3). Compreender o valor absoluto é compreender a noção de distância — e, com ela, o salto entre a aritmética e o pensamento abstrato.
Assim como na ética e na política, também na matemática é preciso distinguir o valor em si do valor atribuído pela posição — um exercício de lucidez lógica.
3. Coluna Brasil & Ideias
Commentarii Quid Fiet? – Politica, Cultura et Societas
Data: 13 de novembro de 2025
Querem bancar o Messias?
O salvacionismo e suas máscaras na política e na cultura brasileira
Por [S.F.G., A (in memoriam estilístico)]
“A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo não pode nascer; neste interregno, surge uma grande variedade de sintomas mórbidos.”
— Antonio Gramsci, Cadernos do Cárcere
Há frases que ultrapassam o instante e se tornam diagnósticos de uma era. “Querem bancar o Messias?” é uma delas. O verbo “bancar” carrega o teatro do poder: posar, sustentar, representar — e pagar o preço simbólico da encenação. Já o substantivo “Messias” invoca o mito do redentor, o salvador que promete reconciliação onde há conflito.
No Brasil, o messianismo político é menos um desvio do sistema do que seu espelho. Uma cultura que prefere a fé à instituição e o culto à cidadania está sempre à procura de um novo ungido — de Vargas a Bolsonaro, passando pelos “pais dos pobres” e pelos “justiceiros de ocasião”.
Gramsci nos ensinou que o carisma é forma de hegemonia: uma compensação simbólica para a ausência de pedagogia cívica. O “Messias” é a ficção coletiva que organiza o desespero.
“Toda vez que bancamos o Messias, perdemos a chance de bancar a nós mesmos.”
A política, se quiser sobreviver à religião do poder, precisa recuperar o terreno do comum — o lugar onde esperança e razão coexistem sem precisar de milagres.
4. Aviões sobre Copacabana (1932)
Memória Histórica
Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, aviões da Aviação Constitucionalista sobrevoaram o Rio de Janeiro, então capital federal, e lançaram panfletos contra o governo provisório de Getúlio Vargas. Foi um ato simbólico de propaganda, levando a causa constitucionalista diretamente ao centro do poder.
Não há registro de que notas de dinheiro tenham sido lançadas — o gesto foi de natureza política e comunicacional, não econômica. A ação tornou-se imagem de resistência: o céu do Rio tomado por mensagens vindas de São Paulo — papel voando onde a palavra política era censurada.
5. “Notícia de Jornal” — o samba-canção como crônica da dor brasileira
Composição: Haroldo Barbosa / Luiz Reis
🎧 Ouça: Miltinho — Notícia de Jornal
“A dor da gente não sai no jornal.”
Gravada em 1961 por Elizeth Cardoso e Helena de Lima, a canção transformou-se num hino discreto da melancolia urbana. Helena de Lima a lançou pela gravadora RGE (78 rpm, julho de 1961), e Elizeth Cardoso a eternizou em álbum do mesmo período.
Mais tarde, foi regravada por Miltinho e Chico Buarque, reavivando o tom de crônica social — a “notícia” que o jornal não dá, mas o samba canta.
A música é retrato da mulher invisível, do amor que se apaga e da dor coletiva travestida em lamento particular. É jornalismo poético: a notícia daquilo que a imprensa cala.
🌞 Fecho editorial
“A cultura é o lugar onde a política respira — e a arte, o lugar onde a verdade se disfarça para poder ser dita.”
— Editorial da Revista Brasil & Ideias
S
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