Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
segunda-feira, 17 de novembro de 2025
PANACEIA, CAFÉ E CLOROQUINA
“Não é panaceia.” — Luiz Carlos Prestes, 1930
Resumo dos resultados da eleição presidencial do Chile (15/11/2025)
A apuração preliminar do Servel com 62,76% das urnas contabilizadas indica que Jeannette Jara lidera com 26,63% dos votos válidos, seguida por José Antonio Kast, com 24,25%. Como nenhum candidato alcançou mais de 50%, haverá segundo turno entre os dois. O terceiro lugar ficou com Franco Parisi (19,05%), mostrando forte fragmentação do voto. A segunda volta está marcada para 14 de dezembro de 2025.
Conhecendo o Chile
Chile
Do Deserto do Atacama ao norte às geleiras no sul, o mapa do Chile mostra a impressionante extensão geográfica do país entre a Cordilheira dos Andes e o Oceano Pacífico.
O mapa Marco Maciel deste domingo deverá provar, de acordo com Mapa do Chile 🇨🇱, no seu quadilátero transparente, que as consequências vêm sempre depois das causas…
Poesia | Esperança, de Mário Quintana
Chile’s presidential race headed to tense runoff between communist and hard-right candidates
“Não é panaceia.” — Felipe Santa Cruz, 2025
"O dono do partido é quem paga o aluguel da sede do partido." Professor Oliveiros Guerreiro, de acordo com Marcelo Suono, em 14/11/2025
Todos os BENEFÍCIOS da PANACEIA
Resumo curto:
É verdade que Frank Sinatra gravou a música “The Coffee Song”, que faz referência ao Brasil e à grande produção de café. Porém, é falso interpretar a letra como um pedido real para que brasileiros bebessem mais água; a canção é satírica e humorística, exagerando a ideia de que no Brasil tudo gira em torno do café.
The Coffee Song
Frank Sinatra
Way down among Brazilians
Coffee beans grow by the billions
So they've got to find those extra cups to fill
They've got an awful lot of coffee in Brazil
You can't get cherry soda
'Cause they've got to fill that quota
And the way things are, I'll bet they never will
They've got a zillion tons of coffee in Brazil
No tea or tomato juice
You'll see no potato juice
The planters down in Santos all say no, no, no
The politician's daughter
Was accused of drinking water
And was fined a great big fifty dollar bill
They've got an awful lot of coffee in Brazil
You date a girl and find out later
She smells just like a percolator
Her perfume was made right on the grill
Why they could percolate the ocean in Brazil?
And when their ham and eggs need savor
Coffee ketchup gives 'em flavor
Coffee pickles way outsell the dill
Why they put coffee in the coffee in Brazil?
No tea or tomato juice
You'll see no potato juice
The planters down in Santos all say no, no, no
So you lead to the local color
Serving coffee with a cruller
Dunking doesn't take a lot of skill
They've got an awful lot of coffee
An awful lot of coffee
Man, they got a gang of coffee in Brazil
Composição: Richard Miles / Bob Hilliard.
"O grande obstáculo não nos derrota — o detalhe ignorado, sim."
A primeira república e a revolução de 1930
Coronelismo enxada e voto cap. 1
Cidadania no Brasil, o longo caminho
Em 1930, Luiz Carlos Prestes recusou liderar a Revolução de 1930 por considerar que o movimento, conduzido por oligarquias e setores militares, não promoveria mudanças sociais profundas, como reforma agrária e ruptura com o poder oligárquico. Ao dizer “não é panaceia”, Prestes criticava a ideia de que a revolução resolveria os problemas do Brasil, defendendo que as causas centrais estavam no imperialismo e na concentração de terras. Após o rompimento com o tenentismo, aproximou-se do PCB, aderindo ao projeto de uma revolução de base popular e socialista.
Contexto Histórico
Em 1930, Luiz Carlos Prestes — então uma figura de enorme prestígio nacional após liderar a Coluna Prestes — foi convidado a assumir a chefia militar do movimento armado que viria a derrubar o presidente Washington Luís e impedir a posse de Júlio Prestes (com quem não tinha parentesco). Esse movimento, posteriormente conhecido como Revolução de 1930, reuniu oligarquias dissidentes e setores militares, especialmente os tenentes.
Recusa de Prestes
Apesar do prestígio e da expectativa de que se tornasse líder militar do movimento, Prestes recusou o convite. Para ele, o levante não possuía caráter verdadeiramente revolucionário e não estava orientado para transformações estruturais no Brasil.
Significado da frase “Não é panaceia”
O termo panaceia significa remédio universal, solução capaz de resolver todos os problemas. Ao afirmar que “não é panaceia”, Prestes expressou que a Revolução de 1930 não representaria uma solução profunda e definitiva para os problemas do país.
Para ele, a crise nacional tinha raízes muito mais profundas, ligadas principalmente:
Ao domínio imperialista sobre a economia brasileira,
À concentração fundiária e ao poder dos latifúndios,
À manutenção do sistema oligárquico da República Velha.
Assim, Prestes interpretou o movimento de 1930 não como revolução popular ou social, mas como uma disputa política interna entre frações da elite.
Desdobramentos
Após romper com seus antigos companheiros do movimento tenentista, Prestes aproximou-se das ideias marxistas e ingressou no Partido Comunista Brasileiro (PCB), do qual se tornaria secretário-geral e principal líder, defendendo uma revolução de base popular e trabalhadora, com foco em mudanças estruturais.
resumo curto:
Após retornar do exílio na década de 1980, Luiz Carlos Prestes manteve sua postura crítica e revolucionária, avaliando que o surgimento de Lula e do PT não representava uma solução total para os problemas estruturais do Brasil. Assim como em 1930, quando afirmou que a revolução “não era panaceia”, sua crítica a Lula refletia a mesma visão de que lideranças populares e projetos moderados não garantiriam transformações profundas no país.
Conclusão / Resumo da Factibilidade
A afirmação de que Prestes criticou Lula com a mesma contundência e na mesma linha da recusa da Revolução de 1930 é plausível e historicamente respaldada, ainda que não seja garantido que ele tenha usado exatamente a frase “não é panaceia” para Lula.
As fontes históricas (cartas, entrevistas, biografias) mostram que Prestes mantinha uma visão revolucionária radical e via limitações no PT e em Lula — especialmente por maturidade política e riscos de personalismo.
Portanto, a metáfora proposta pelo usuário (relacionar a frase de 1930 com a crítica de Prestes a Lula nos anos 80) é verossímil, viável (no sentido de que não contradiz o que Prestes pensava) e factível como uma maneira de interpretar historicamente sua postura.
sábado, 15 de novembro de 2025
Lula perdeu a conexão com o povo? Por Thaís Oyama
O Globo
Quando o PT ancorava sua agenda na defesa dos direitos humanos em 1980, o cenário da criminalidade no país era outro
‘Reage, D’Alema, responde! Diz qualquer coisa de esquerda!’ A frase é de Nanni Moretti no filme “Abril”. Na cena, o italiano grita para a TV ao ver seu candidato, Massimo D’Alema, tomar um baile do populista de direita Silvio Berlusconi num debate eleitoral. No longa de 1998, Moretti faz uma versão ficcional dele mesmo — um cineasta de esquerda frustrado com a tibieza de seu campo político.
Lula, para alívio de seus Morettis, disse uma “coisa de esquerda” — aliás, duas — sobre a Operação Contenção, no Rio, e a consequência, como mostrou a pesquisa Quaest desta semana, foi a queda na sua popularidade. As frases do presidente — a operação “foi desastrosa do ponto de vista da ação do Estado” e traficantes são “vítimas dos usuários”, esta última dita e depois desdita — mereceram franca rejeição da maior parte dos brasileiros. Estaria Lula em Marte e os eleitores em Vênus?
O alinhamento entre as partes já foi melhor. Quando, na alvorada da abertura política, o PT ancorava sua agenda na defesa dos direitos humanos, o cenário da criminalidade no país era outro. A taxa nacional de homicídios no ano de fundação da sigla, 1980, era 11,7 por 100 mil habitantes. Na década seguinte, ocupavam as manchetes dos jornais as chacinas cometidas por grupos paramilitares que tinham por alvo bandidos, pobres e moradores de rua. Entraram para a história os massacres do Vigário Geral, em que 23 moradores foram assassinados para “vingar” a morte de policiais, e da Candelária, em que oito meninos e adolescentes foram executados, também por grupos ligados à PM. O PT era então a voz mais alta entre as que se levantavam contra a violência policial herdada do regime militar.
Quarenta e cinco anos depois, a taxa de homicídios praticamente dobrou, e o crime organizado tomou o país de norte a sul. No Rio, há hoje em torno de 5 mil barricadas instaladas por traficantes que impedem a entrada em bairros de caminhões de lixo, carros de aplicativo e até ambulâncias do SUS, expondo moradores à humilhação e ao risco. Em cidades da Bahia e do Ceará, incluindo Fortaleza, mais de 200 pessoas tiveram de abandonar suas casas — muitas levando só a roupa do corpo — para escapar de invasões de facções, de suas ameaças de extorsão ou da morte certa, no caso das que têm ligações familiares com rivais do grupo invasor. Segundo levantamento do GLOBO, 64 facções atuam hoje nas 27 unidades da Federação. São os moradores das periferias as principais vítimas dessa violência.
Mas, se o Brasil mudou e o crime também, Lula continua na mesma toada de 45 anos atrás, num comportamento indicativo de que o três vezes eleito presidente enfrenta dificuldades para sentir o pulso do eleitorado. Levantamento da Quaest de junho mostrou que seis em cada dez brasileiros concordam que Lula “perdeu a conexão com o povo”. Entre os beneficiários do Bolsa Família, o índice de concordância com a afirmação foi de 59%. No Nordeste, reduto do PT, 54%. Da mesma forma, entre os que rejeitam a ideia de que traficantes são vítimas de usuários, estão 66% de eleitores que se identificam como lulistas. Para estes, também, quando o assunto é crime, ouvir “qualquer coisa de esquerda” já não é suficiente.
A favor do presidente, pesquisadores experientes têm dúvidas se a segurança será mesmo o principal tema da campanha de 2026. Lembram que o assunto nunca foi determinante num pleito presidencial e que uma mudança na economia ou um escândalo de corrupção podem facilmente afetar os ventos eleitorais. Em qualquer dos casos, recomenda-se que o marketing presidencial resista à ideia de trocar outra vez o slogan da gestão, já que o novo mote — “Governo do Brasil, do lado do povo brasileiro”— agora resta sem sentido, gravado em vão em toneladas de impressos do governo destinados a propagandear uma soberania que já não é mais assunto.
Situação Atual no Chile
Presidencial
Até o momento, não há vencedor no primeiro turno, o que confirma que haverá segundo turno. AP News+2Wikipedia+2
Os dois candidatos mais bem posicionados são:
Jeannette Jara (Partido Comunista / coalizão “Unidad por Chile”) — aproximadamente 26,7% dos votos com ~83% das mesas apuradas. Wikipedia+1
José Antonio Kast (Partido Republicano / direita) — cerca de 24,1% dos votos até agora. Wikipedia
A segunda volta está marcada para 14 de dezembro de 2025. Parlamento Europeu+1
Parlamento (Congresso)
Serão renovados: todos os 155 deputados (Câmara Baixa) e 23 dos 50 senadores. El País+2EL NACIONAL+2
As regiões senatorialmente votantes (para os 23 senadores) são: Arica & Parinacota, Tarapacá, Atacama, Valparaíso, Maule, La Araucanía e Aysén. Diario AS
Projeções sugerem que a direita/centro-direita deve conseguir uma maioria significativa:
Simulação da Unholster estima 85 dos 155 deputados para os partidos de direita. Unholster+1
No Senado, a mesma projeção estima 26 dos 50 senadores para a direita. Unholster
Interpretação Rápida
O fato de Jara (esquerda) e Kast (direita) irem ao segundo turno mostra uma forte polarização no Chile.
As projeções parlamentares favorecem significativamente a direita, o que pode dar a ela poder institucional importante para aprovar políticas, especialmente se Kast vencer a presidência.
A renovação parcial do Senado combina com uma renovação total da Câmara, o que pode gerar uma nova dinâmica legislativa para os próximos anos.
domingo, 16 de novembro de 2025
O sonho acabou: chilenos vão às urnas neste domingo sob o signo do medo, Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense
O governo Boric chega enfraquecido ao fim do mandato. Sua agenda de reformas — tributária, previdenciária e trabalhista — esbarrou no Congresso conservador
Como aconteceu com as últimas eleições na Bolívia, no Equador e na Argentina, o Chile vota neste domingo polarizado entre a esquerda e a ultradireita. Jeannette Jara (Partido Comunista do Chile), apoiada pelo presidente Gabriel Boric, e José Antonio Kast (Partido Republicano, pinochetista), lideram a disputa.
Durante décadas, o país alternou presidências de esquerda e de direita moderadas, tornando-se um “case” de crescimento alto, estabilidade macroeconômica, redução da pobreza e instituições sólidas. Governos de centro-esquerda e centro-direita partilharam o mesmo “sonho chileno”: transformar o país em desenvolvido até 2020. Esse ciclo ruiu com o tsunami social de 2019, que expôs os limites do modelo: desigualdade social, serviços públicos precários, sistema de pensões privatizado e endividamento das famílias.
A resposta institucional foi ousada: um acordo para redigir uma nova Constituição, aprovado por 78% dos eleitores em 2020. Mas o processo terminou em frustração. Em 2022, o texto progressista da Convenção Constitucional foi rejeitado por 62%. Em 2023, caiu também o projeto conservador elaborado por um conselho dominado pela direita. O país permaneceu, assim, com a Constituição herdada da ditadura de Pinochet, reformada, porém incapaz de simbolizar um novo pacto social.
O eleitorado chileno está cansado de promessas de “refundação”, desconfiado das elites e preso ao que especialistas classificam como “crise de países de renda média”: expectativas muito altas, crescimento fraco e um sistema político fragmentado, incapaz de produzir reformas estruturais. Nada muito diferente do que ocorre no Brasil. Nesse vazio, um tema ocupou o centro da campanha: segurança pública.
A preocupação com criminalidade, assaltos, roubos e crime organizado cresceu, sobretudo entre os mais pobres. A presença de gangues estrangeiras – com destaque para redes vinculadas à migração venezuelana – e casos de sequestro e homicídios violentos alimentaram a sensação de que “o país não é mais o mesmo”.
É esse Chile amedrontado que escuta José Antonio Kast, cuja campanha promete um “governo de emergência”, militarização de fronteiras, barreiras físicas no Norte e deportações em massa. Kast inspira-se explicitamente em Trump, Bukele e Orbán, combinando discurso de lei e ordem com conservadorismo moral. Ele é o candidato mais competitivo em cenários de segundo turno. Por quê?
É que o governo Boric chega enfraquecido ao fim do mandato. Sua agenda de reformas – tributária, previdenciária e trabalhista – esbarrou no Congresso conservador e fortalecido após o fracasso constitucional. A deterioração da segurança e a percepção de avanço do crime organizado reduziram sua popularidade para cerca de 30%. O pleito deste domingo funciona como um referendo informal sobre Boric.
Duas agendas
Kast explora isso de forma incessante: “Jara é Boric e Boric é Jara”. Além disso, parte da antiga centro-esquerda da Concertación nunca aceitou a hegemonia do novo eixo Frente Amplio-Partido Comunista, consolidado por Boric. A candidatura de uma militante comunista aprofundou essa divisão e expôs fissuras entre moderados e a nova esquerda.
Pomo da discórdia, Jeanette Jara, 51 anos, advogada, ex-ministra do Trabalho e de origem popular, é a primeira postulante comunista competitiva desde a redemocratização. Responsável pelo aumento histórico do salário-mínimo para 500 mil pesos, pela reforma das pensões e pela jornada de 40 horas, construiu um discurso voltado aos trabalhadores de baixa e média renda.
Defende um “salário vital” de 750 mil pesos, controle de preços de medicamentos, creche universal, mais investimento em saúde e uma Empresa Nacional do Lítio. Ao mesmo tempo, adotou tom pragmático: compromisso com responsabilidade fiscal, distância de regimes autoritários de esquerda e prioridade para a segurança com foco em investigação financeira e policiamento de proximidade.
José Antonio Kast, 59 anos, advogado, líder do Partido Republicano, disputa sua terceira eleição presidencial. Rejeita aborto em qualquer circunstância, casamento igualitário, avanços de gênero e defende políticas migratórias e penais extremamente rígidas. Não esconde sua admiração pelo ditador Augusto Pinochet.
Na economia, propõe cortes de gastos, redução de impostos e ampliação de parcerias público-privadas. Seu núcleo eleitoral é composto por homens, jovens de baixa renda, moradores de áreas periféricas e segmentos evangélicos, todos impactados pela sensação de desordem e perda de controle estatal.
As últimas pesquisas (AtlasIntel) mostram Jara à frente no primeiro turno, com 32,7%, seguida por Kast (20,1%), Evelyn Matthei (13,8%), Johannes Kaiser (13,4%) e Franco Parisi (13,2%). A projeção aponta um segundo turno entre Jara e Kast, no qual a candidata da esquerda perde em todos os cenários testados. No duelo direto, Kast venceria por 47% a 39%. A conferir.
Jeannette Jara
Tem 51 anos, é advogada e militante do Partido Comunista desde jovem.
ISTOÉ Independente
+2
UOL Notícias
+2
Foi ministra do Trabalho no governo de Gabriel Boric.
UOL Notícias
+1
Durante sua gestão como ministra, liderou reformas importantes: reduziu a jornada de trabalho de 45 para 40 horas semanais.
UOL Notícias
Sua campanha defende uma plataforma de justiça social, aumento dos direitos trabalhistas e reformas estruturais.
UOL Notícias
É vista como uma figura de diálogo dentro da esquerda, capaz de unir diferentes correntes (mais radical e moderada).
AP News
Nas pesquisas, aparece na liderança das intenções de voto para o primeiro turno.
CNN Brasil
Também carrega desafios: tem uma rejeição significativa e, segundo simulações, poderia perder no segundo turno para Kast.
Portal de notícias Brasil em Folhas
José Antonio Kast
Tem 59 anos, é advogado e líder do Partido Republicano, de orientação ultraconservadora.
The Guardian
+2
Poder360
+2
Defende uma agenda extremamente rígida de segurança pública: propõe medidas duras contra imigração e crime organizado.
The Guardian
+1
Tem um plano batizado de “Escudo Fronteiriço”, que prevê barreiras físicas nas fronteiras para conter a imigração ilegal.
The Guardian
É influenciado por modelos autoritários e figuras como Nayib Bukele (El Salvador) em sua retórica de “mão de ferro”.
The Guardian
Também propõe uma liberalização econômica, com cortes de gastos públicos e estímulo ao investimento.
AS/COA
Seu discurso valoriza “ordem, família e fé”, com forte componente conservador nos costumes.
Reddit
Embora seja criticado por adversários por falta de experiência em negociações e alianças políticas, ele atrai apoio de setores que priorizam segurança e identidade nacional.
Reddit
+1
à moda nerudiana
(tom lírico, imagético, telúrico, contemplativo)
**Oh Chile, país de cobre e madrugada,
onde a neve escreve cartas sobre os Andes
e o mar é uma ferida que não cessa.
Ali caminha Jara, filha do tempo,
carregando na voz um pão de futuro
e no olhar a pátria que ainda germina.
Não traz espada nem trombeta,
mas o verbo paciente
que desperta os adormecidos.
Seu passo não ressoa como decreto,
e sim como semente —
porque governar é plantar o invisível
e colher o que a história permitir.**
à moda jareana
(tom popular, direto, combativo, com ritmo de praça e assembleia)
**Companheira, o povo te vê chegar,
não com palácio nas mãos,
mas com a rotina dos que trabalham.
O país ainda sangra,
e tu sabes:
não há canto livre sem justiça,
nem mesa farta sem memória.
Tua palavra é martelo,
tua escuta é trincheira,
e tua luta só tem sentido
se ninguém ficar do lado de fora
na hora do pão
e da dignidade.**
Victor Jara - Victor Jara (Álbum Completo)
Victor Jara - Música
3 de fev. de 2015
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Tracklist Victor Jara - Victor Jara (Álbum Completo)
00:00 El Arado
03:33 El Cigarrito
06:15 La Flor Que Anda de Mano en Mano
08:15 Deja la Vida Volar
11:40 La Luna Siempre Es Muy Linda
15:08 Ojitos Verdes
19:00 La Cocinerita
21:27 Paloma Quiero Contarte
24:31 Qué Saco Rogar al Cielo
27:38 No Puedes Volver Atrás
30:35 El Carretero
34:27 Jai Jai
36:51 La Beata
39:48 Se Me Ha Escapado un Suspiro
43:16 Doña María Le Ruego
46:00 Décimas por el Nacimiento
50:42 Entonces Me Voy Volando
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Capítulos
Marco Maciel, uma referência dos conservadores que não enriqueceu com a política
Publicado em 12/06/2021 - 12:56 Denise RothenburgPolítica
De modos simples, cordatos e discretos, Marco Maciel tinha um jeito pratico de resolver embates políticos. Nas reuniões, elaboração de projetos e ou entrevistas, sempre que um problema surgia, ele soltava logo a frase: “Não vamos fulanizar”. A ideia era sempre remeter qualquer questão aos fatos e não aos personagens envolvidos ou quem poderia se beneficiar ou prejudicar. Na política, passou por todos os postos importantes, de deputado estadual, em 1966, já sob o regime militar, a vice-presidente da República no governo Fernando Henrique Cardoso, nos oitos anos em que o PSDB governou o país, em parceria com o PFL, que mudou o nome para Democratas.
A aliança do PSDB com PFL foi consequência natural do apoio dos pefelistas ao Plano Real, lançado no governo Itamar, quando Fernando Henrique era ministro da Fazenda. Maciel não foi a primeira opção para candidato a vice. A Bahia de ACM queria a vaga, mas o PSDB achou que seria dar muito poder ao já poderoso PFL baiano. Assim, o escolhido foi Guilherme Palmeira, senador por Alagoas, que terminou impedido de continuar na vice, por causa de suspeitas sobre desvio de recursos orçamentários. Em agosto de 1994, com a campanha já em curso, o PFL faz uma reunião em São Paulo e anuncia Marco Maciel, escolhido por ser um nome sobre o qual não haveria qualquer risco de disse-me-disse sobre desvio de dinheiro público. Maciel deixa um patrimônio tão modesto e discreto quanto seu modo de vida.
Maciel perdeu apenas duas eleições em seu vida. A primeira, em julho de 1963, para presidente da UNE, quando José Serra foi eleito. A segunda, em 2010, para senador, 47 depois da derrota na UNE. Conservador, Maciel apoiou o regime militar, era crítico do governo João Goulart e de Miguel Arraes, em Pernambuco, e foi trabalhar no governo de Paulo Guerra, governador que sucedeu Arraes com a chegada do regime militar. Em 1966, foi eleito deputado estadual. Em 971, foi para a Câmara dos Deputados, da qual foi presidente em 1977, justamente no ano em que o regime militar fechou o Congresso e editou o pacote de abril, um conjunto de medidas voltadas principalmente à garantia de maioria governista.
Detentor de um faro político apurado, Maciel apostava na distensão política por dentro, sem ruptura institucional, e foi um dos líderes da dissidência no PDS, que, em 1985 fundou a Frente Liberal em apoio a Tancredo Neves contra Paulo Maluf. Tanto no governo Sarney, de quem foi ministro da Educação e da Casa Civil, quanto no governo de Fernando Henrique Cardoso, Maciel foi um grande articulador político. Antes, havia criado pontes com a oposição na Constituinte, onde chegou a ser flagrado por assessores dando gargalhadas em conversas com José Genoíno, o guerrilheiro de plenário do PT, o que era difícil nos duros embates, mas não impossível em se tratando de um personagem que sabia respeitar os adversários.
Maciel fugia de confusões ou enfrentamentos desrespeitosos. E tinha suas manias. Em vôos comerciais, contam assessores, sempre viajava na poltrona 10 (a numeração era diferente das de hoje). Certa vez, num vôo que faria escala em Minas, a comissária de bordo lhe indicou a poltrona, onde já estava sentada uma senhora. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, a tal senhora se levantou e começou a fazer discurso contra os políticos. Ele, de maneira muito educada e formal, disse que não tiraria o lugar de uma dama e foi se sentar mais atrás. Um assessor de Maciel viajou incógnito ao lado da tal senhora e descobriu que se tratava de uma militante do PT de São Paulo. Para quem nã estava acostumado a enfrentar esse tipo de situação, foi um alívio saber que era uma militante paulista e não alguém de fora da seara política.
Marco Maciel fazia alegria dos chargistas, que o desenhavam como o “mapa do Chile” ou poste aceso, que dava luz aos embates dos políticos. Extremamente religioso, fez questão de levar o candidato Fernando Henrique para uma missa no Mosteiro de Olinda durante a campanha, para desespero de parte da equipe de marqueteiros que considerou a parada desnecessária, mas o senador insistiu. Antes das complicações do Mal de Alzheimer, diagnosticado em 2014, Maciel era sempre consultado pelo partido e visto na missa da Igreja Santo Antônio, na 910 Sul, ao lado da esposa, Anna Maria, que cuidou do marido durante todo o período da doença.
O blog deixa aqui as suas homenagens ao ex-vice-presidente, que dedicou a vida à política, sem ódio, com respeito aos adversários e sem enriquecer nos diversos cargos que ocupou. Educado, culto e estudioso. Que sirva de
exemplo aos novos conservadores.
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