Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 4 de novembro de 2025
Milícia rima com polícia: a lógica da guerra e o silêncio da democracia
Tempo de Don-don
Zeca Pagodinho
Ai no tempo!
No tempo que Don-don jogava no Andaraí
Nossa vida era mais simples de viver
Não tinha tanto miserê, nem tinha tanto ti ti ti
No tempo que Don-don jogava no Andaraí
No tempo que Don-don jogava no Andaraí
Propaganda era reclame
Ambulância era dona assistência
Mancada era um baita vexame
E pornografia era só saliência
Sutiã chamava porta-seio
Revista pequena, gibi
No tempo que Don-don jogava no Andaraí
No tempo que Don-don jogava no Andaraí
Rock se chamava Fox,
E tiete era moça fanática,
O que hoje se diz que é xerox
Se chamava então de cópia fotostática
Motorista era sempre chofer
Cachaça era Parati
No tempo que Don-don jogava no Andaraí
No tempo que Don-don jogava no Andaraí
Vinte e dois era demente,
Pinha casa era o meu bangalô
Patamo era socorro urgente
E todo cana dura era investigador
Malandro esticava o cabelo
Mulher fazia misampli
No tempo que Don-don jogava no Andaraí
No tempo que Don-don jogava no Andaraí
Composição: Nei Lopes.
[PDF] 1 política fluminense I
A CPI do crime organizado vem aí | Meio-Dia em Brasília - 04/11/2025
O Antagonista
Transmissão ao vivo realizada há 6 horas Meio-Dia em Brasília - 🎧 PODCAST | 2025
O programa Meio-Dia em Brasília desta terça-feira, 4, fala sobre o início dos trabalhos da CPI do crime organizado e como o governo federal tem se preparado para evitar os desgastes de uma investigação que promete atingir a popularidade do presidente Lula.
Além disso, o jornal também fala sobre as repercussões da operação policial contra o Comando Vermelho na Câmara dos Deputados, sobre o mais recente pedido de prisão da CPMI do INSS e sobre as eleições em Nova York.
WW - CORRUPÇÃO, MEGAOPERAÇÃO E A ATUAÇÃO DO STF - 03/11/2025
CNN Brasil
Transmissão ao vivo realizada há 20 horas #CNNBrasil
Assista ao WW desta segunda-feira, 3 de novembro de 2025. #CNNBrasil
Milícia rima com polícia: a lógica da guerra e o silêncio da democracia
por Don Don Morais e Castro
“Milícia rima com polícia. Na prática, a matemática.”
O verso é simples, direto e devastador. Expõe a fusão entre o legal e o ilegal no cotidiano das periferias brasileiras, onde a lei se dobra à lógica da força. A rima sonora vira rima política: milícia e polícia se encontram na prática, na mesma matemática da exceção.
A guerra que o Estado escolheu
A recente megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, com 117 mortos, marca uma virada no discurso e na prática do Estado. O relatório oficial afirma que mais de 95% das vítimas tinham ligação com o Comando Vermelho — mas o número, em vez de pacificar, denuncia o aprofundamento da política de morte.
O governo estadual comemora “eficiência”; juristas e entidades de direitos humanos falam em massacre. No campo simbólico, a segurança pública deixa de ser política de proteção para se tornar política de guerra.
Imagem 1 — Análise crítica e contexto
Oposição adota a lógica do Estado de exceção no combate ao narcotráfico, por Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense
A ruptura entre o Estado de Direito e a ação estatal de guerra traduz uma matriz autoritária persistente, cuja origem remonta ao pensamento de Oliveira Vianna
Desde a operação de “cerco e aniquilamento” de traficantes nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, a crise da segurança pública passou a ocupar o centro da política nacional. Segundo o governo fluminense, dos 117 mortos na megaoperação, 115 foram identificados: mais de 95% tinham ligação com o Comando Vermelho, e 54% eram de fora do estado. Ao todo, 62 eram naturais de outros estados.
O relatório mostra chefes de organizações criminosas de 11 unidades da Federação, o que revela a dimensão nacional do problema e a necessidade de presença efetiva da União, o que apenas será possível com a aprovação da PEC do Sistema Único de Segurança Pública (Susp). Entretanto, a proposta está paralisada porque governadores de oposição rejeitam a centralidade do Ministério da Justiça na coordenação do sistema, inspirado no modelo federativo do SUS.
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📸 Trecho do artigo de Luiz Carlos Azedo no blog “Entrelinhas”, de 4 de novembro de 2025, discute a ruptura entre o Estado de Direito e a ação estatal de guerra, associando a violência policial à herança autoritária brasileira e à ascensão das milícias como braços do poder armado.
Do Estado de Direito ao Estado de exceção
Como lembra Luiz Carlos Azedo, essa virada não é nova. Suas raízes estão no pensamento de Oliveira Vianna, teórico do início do século XX que via o Estado como tutor de uma sociedade incapaz de autogoverno. Na sua lógica, as elites disciplinadas deveriam impor ordem às massas instintivas.
Essa visão — hierárquica e autoritária — permanece viva na cultura policial e no imaginário das elites brasileiras. Nas favelas, o Estado continua a agir como força ocupante, não como garantidor de direitos.
E é justamente nesse vácuo que floresce a milícia: formada muitas vezes por policiais e ex-militares, ela encarna o ponto onde o Estado e o crime se confundem.
Imagem 2 — Expansão do crime organizado
Fábrica clandestina de fuzis do CV é encontrada pela PM e PF no
📸 Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, publicada em 4 de novembro de 2025 (Seção Metrópole, página A15), revela a expansão do Comando Vermelho em São Paulo, ameaçando o domínio histórico do PCC. O texto mostra alianças regionais, fabricação de fuzis e o avanço do crime organizado sobre áreas antes controladas por outra facção.
📄 Resumo da matéria:
O Comando Vermelho ampliou sua presença em regiões como Rio Claro, Vale do Paraíba e litoral norte, articulando-se com criminosos locais e diversificando fontes de renda, do tráfico de armas ao contrabando de cigarros. O fenômeno demonstra a reorganização nacional do crime e a fragilidade das respostas estatais.
Milícia, polícia e o fim das fronteiras
A confusão entre polícia e milícia não é apenas semântica — é estrutural.
Quando o Estado militariza a segurança, a autoridade se converte em força. O policial vira soldado, o cidadão vira suspeito, e a favela vira campo de batalha. A milícia apenas ocupa o espaço deixado por um Estado que não protege, mas domina.
Na prática, o que se vê é um modelo híbrido de poder armado, em que a fronteira entre o público e o privado desaparece.
A milícia cobra, vigia, pune — e, muitas vezes, se confunde com quem deveria contê-la.
Imagem 3 — O símbolo da legalidade em crise
📸 Fachada da Delegacia da Polícia Civil de Juiz de Fora (MG), localizada na planície da Rua Morais e Castro. A imagem funciona como metáfora do paradoxo brasileiro: o Estado formal da lei e da ordem coexistindo com práticas autoritárias e redes ilegais dentro das próprias instituições encarregadas de combater o crime.
O silêncio da democracia
As pesquisas mostram que a maioria da população apoia o endurecimento penal e a classificação de facções como terroristas. Mas esse apoio, mais do que convicção, expressa desespero social. O medo substitui a cidadania; o desejo por segurança transforma-se em desejo de exceção.
No fim, o verso inicial ecoa como síntese e epitáfio:
“Na prática, a matemática.”
A soma é clara e terrível: milícia, polícia e guerra urbana são faces de um mesmo projeto autoritário que sobrevive em nome da ordem.
E o resto — como diz o poema — é silêncio. Sem choro nem vela.
Se
Perspectivas do governo Milei após as eleições legislativas argentinas
Fundação FHC
4 de nov. de 2025
Os argentinos foram às urnas recentemente para renovar metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado. O partido La Libertad Avanza, do presidente Javier Milei, saiu vencedor: obteve mais de 40% dos votos e, embora não tenha garantido maioria, terá uma base parlamentar mais ampla para levar adiante sua agenda de reformas.
Neste webinar, o jornalista e historiador argentino Carlos Pagni fez um balanço das eleições legislativas e discutiu as perspectivas da segunda metade do governo Milei. O debate também contou com a participação de Sylvia Colombo, colunista da Folha de S.Paulo.
O presidente argentino conseguirá manter o ritmo de seu projeto ultraliberal? Quais são suas chances de chegar fortalecido à eleição presidencial de 2027?
CONVIDADO:
CARLOS PAGNI
Historiador e jornalista argentino, é apresentador do programa de TV e do podcast Odisea Argentina, colunista do jornal La Nación e professor na Universidad Nacional de Mar del Plata.
COMENTARISTA:
SYLVIA COLOMBO
Jornalista especializada na América Latina, foi correspondente da Folha em Buenos Aires e atualmente escreve a newsletter semanal Cercanías.
MEDIAÇÃO:
SERGIO FAUSTO
Diretor geral da Fundação FHC, cientista político e Distinguished Fellow of the Kellogg Institute for International Studies.
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