Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
segunda-feira, 16 de junho de 2025
CONFIDENCIAL: NO PAGOE DO 'BIRA'
"Estamos em guerra, somos uma multidão que segue para a guerra, e muita coisa não se deve fazer: não se deve, por exemplo, atirar qualquer coisa ao mar. Sou apenas um recruta, bisonho e desprevenido como todo recruta, um pobre e indefeso civil em poucas semanas transformado num soldado da ativa, e me emaranho e me confundo num mundo que nunca foi meu."
O Primeiro Dia – Relato de Joel Silveira – Correspondente de Guerra
Joel Silveira: o centenário de nascimento do grande repórter
Alexandre Galante 19 de setembro de 2018
Jornalismo em tempos de guerra – A missão de Joel Silveira
Em plena Segunda Guerra Mundial, o Brasil precisava se afirmar não apenas nas trincheiras, mas também nas páginas dos jornais. Foi nesse cenário que o jovem repórter Joel Silveira, já conhecido por sua prosa cortante e olhar agudo, foi escalado por Assis Chateaubriand, o magnata da imprensa e criador dos Diários Associados, para cobrir o conflito europeu.
Na despedida, ficou uma frase que se tornou símbolo do jornalismo brasileiro:
"O senhor vai para a guerra, mas não me morra, seu Silveira! Repórter é para mandar notícia, não é para morrer. Se o senhor morrer, eu o demito."
A fala, meio ameaça, meio afeto, revela o estilo inconfundível de Chateaubriand — autoritário, teatral, mas profundamente consciente da missão da imprensa. Joel embarcou em 1944 e cobriu a participação da Força Expedicionária Brasileira na Itália. Voltou vivo, lúcido e marcante, como manda o bom jornalismo.
Maracanã, 75 anos de história.
Na década de 60, virou o parque de diversões do Botafogo e o quintal do Santos.
Ali, Garrincha e Pelé encantaram como Anjo e Rei — juntos, invencíveis com a amarelinha.
No templo da bola, o “Clássico Anjo-Rei” virou poesia.
Entre pandeiros e estrelas, a canhota que comandou a cadência do samba eterno
Pele And Garrincha
Brazilian footballer Pele (Edson Arantes do Nascimento) posed on right with Garrincha (Manuel Francisco dos Santos) both wearing Brazil national team uniform in 1962. (Photo by Popperfoto via Getty Images/Getty Images)
Uma das fontes mais confiáveis é o Getty Images, que descreve a cena como: “Brazilian soccer legend Garrincha and Pele posing together in Brazil national team uniform in 1962”
No Pagode do Bira (1937–2025) — do Fundo de Quintal no Pandeiro
Bira Presidente será velado hoje (16) com homenagem do Cacique de Ramos
Sambista morreu no sábado (14) em decorrência de complicações do câncer de próstata e Alzheimer
Rafaela Cascardo, da CNN, no Rio de Janeiro
16/06/25 às 06:50 | Atualizado 16/06/25 às 06:50
O Show Tem Que Continuar – Fundo de Quintal (legendado com letra)
É isso aí! Vamos até Oswaldo Cruz?
Falando da gloriosa Portela, não tem nada melhor do que ouvir o mestre Paulinho para sentir a alma do samba bater mais forte.
No Pagode do Vavá
Fundo de Quintal
Tom: F
Refrão
C A7 Dm
Domingo, lá na casa do Vavá
G7/13 G7 C G7/5+
teve um tremendo pagode que você não pode imaginar
C Am Dm
provei do famoso feijão da Vicentina
G7/13 G7 C G7/5+
só quem é da Portela que sabe que a coisa é divina (provei)
C Am Dm
provei do famoso feijão da Vicentina
G7/13 G7 C
só quem é da Portela que sabe que a coisa é divina
A7 Dm G7 C
tinha gente de todo lugar no pagode do Vavá
A7 Dm G7 C
nego tirava o sapato, ficava à vontade, comia com a mão
Gm C7 F
uma batida gostosa que tinha o nome de Doce Ilusão
Fm Bb7 Em
vi muita nega bonita fazer partideiro ficar esquecido
A7 Dm
mas apesar do ciúme
G7 C G7/5+
nenhuma mulher ficou sem o marido (domingo)
Refrão
A7 Dm G7 C
um assobio de bala cortou o espaço e ninguém mais ficou
Gm C7 F
muito malandro corria quando Élton Medeiros chegou
Fm
minha gente não fique apressada
Bb7 Em
que não há motivos pra ter correria
A7 Dm
foi um nego que fez treze pontos
G7/13 C G7/5+
e ficou maluco de tanta alegria (domingo)
Refrão
Composição de Paulinho da Viola
O "Jogo da Gratidão" foi uma partida amistosa realizada no Maracanã em 19 de dezembro de 1973, para homenagear e ajudar financeiramente o jogador Garrincha, que passava por dificuldades. O jogo contou com a participação da seleção brasileira, reforçada por Pelé, e um combinado de jogadores estrangeiros que atuavam no Brasil. O evento foi um sucesso, com mais de 150 mil pessoas presentes, e ajudou a arrecadar fundos para Garrincha.
Gol de Pelé no Jogo da Gratidão - 19/12/1973
ferasdoradio
6 de nov. de 2022
Gol de Pelé no Jogo da Gratidão, nome com o qual ficou conhecido um amistoso entre jogadores brasileiros contra estrangeiros em homenagem a Garrincha. Narração de Armindo Antônio Ranzolin e reportagens de João Carlos Belmonte, pela Rádio Guaíba
Despedida de Garrincha do futebol reuniu milhares de torcedores no Maracanã, em 1973
O ‘Jogo da Gratidão’, como ficou conhecido, foi ofuscado pela genialidade do Rei Pelé
Por Thiago Uberreich 06/02/2025 09h00
BlueSky
ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO
Mané Garrincha em seu jogo de despedida, chamado de jogo da Gratidão, no Maracanã.
Mané Garrincha em seu jogo de despedida, chamado de Jogo da Gratidão, no Maracanã
Era noite de um domingo qualquer de 1991 e eu estava assistindo à TV Gazeta. Terminou o “Mesa Redonda”, apresentado pelo saudoso Roberto Avallone, e a emissora paulista começou a exibir o videoteipe de um jogo antigo da seleção brasileira. Pela primeira vez, vi Garrincha em campo! Com a narração de Peirão de Castro, a Gazeta reexibiu o “jogo da gratidão”, partida organizada para arrecadar recursos a Mané, que enfrentava dificuldades financeiras. O Maracanã estava lotado (150 mil torcedores) naquele dia 19 de dezembro de 1973 para o jogo entre os campeões de 1970 e um combinado de estrangeiros.
Foi a última vez em que Pelé e Garrincha, dupla que encantou o mundo em 1958, atuaram juntos pelo Brasil e jamais perderam: 40 jogos, 36 vitórias e 4 empates. Aos 40 anos, Mané não estava bem fisicamente, mas fez boas jogadas pela ponta direita. Em um lance, passou a bola entre as pernas de um adversário. Aos 30 minutos do primeiro tempo, o árbitro Armando Marques interrompeu a partida para que Garrincha desse a volta olímpica: era a despedida oficial do “gênio das pernas tortas”, daquele que virou a “alegria do povo”. Mané jogou as chuteiras para os torcedores que estavam nas gerais do Maracanã.
A seleção brasileira, campeã de 1970, comandada por Zagallo, jogou com Félix (Leão); Carlos Alberto (Zé Maria), Brito (Luís Pereira), Piazza e Everaldo (Marinho Chagas); Clodoaldo (Zé Carlos) e Rivellino (Manfrini); Garrincha (Zequinha), Jairzinho (André), Pelé (Ademir da Guia) e Paulo Cézar Caju (Mário Sérgio). O Brasil saiu perdendo com gol do argentino Brindisi. Ainda no primeiro tempo, Pelé, que teve uma atuação espetacular naquela noite, empatou a partida. O Rei driblou dois adversários, invadiu a área e tocou na saída do goleiro argentino Andrada que, em 1969, tinha sofrido o milésimo gol dele, também no Maracanã.
Na etapa final, Luis Pereira virou o jogo e fechou o placar: 2 a 1. Cerca de 160 mil dólares foram arrecadados nas bilheterias e, com a quantia, Garrincha comprou imóveis para a família. No texto “Driblar, Eis o Mistério de Garrincha”, Armando Nogueira retrata com muita poesia o futebol do “gênio das pernas tortas”:
Driblar, tendo pernas tão tortas
e driblar como ninguém
eis um mistério de Garrincha que eu não ouso explicar…
Driblar, tendo uma perna mais curta que a outra
e driblar como ninguém
eis um mistério de Garrincha que tu não ousas explicar…
Driblar, tendo um desvio na espinha dorsal
e driblar como ninguém
eis um mistério de Garrincha que ele não ousa explicar…
Driblar, quase sempre para o mesmo lado,
repetindo o gesto mil vezes para mil vezes afirmar-se negando o próprio conceito de drible
eis um mistério de Garrincha que não ousais explicar…
Driblar
e driblar com tanta graça e naturalidade
eis um mistério de Garrincha que só Deus pode explicar.
A despedida de Garrincha | Estadão -
Fotos Raras de 1973: Despedida de Mané
Confidencial
De Mané
Para um Mané que não passa de um João qualquer
Você apareceu achando que a malandragem era tua, mas confundiu ginga com truque, e coração com vaidade. Pensou que imitar era criar. Que repetir era sentir. Que um brilho alheio podia vestir sua sombra.
Pois escuta com atenção, sem pressa — como quem aprende a bola no pé antes de tentar correr pro gol:
A essência do ser dispensa validação.
Quem nasce inteiro, já joga completo.
Não precisa fingir jogada que não é sua, nem repetir drible que não entende. O campo reconhece quem pisa com verdade — e o povo, ainda que enganado por um tempo, sabe: encanto não engana, só encanta.
Você vive de espelho rachado, de palavras emprestadas, de gabarito lido por cima do ombro. Mas eu... Eu sou daquelas estrelas que nascem sozinhas, lá no fundo do campinho, sem holofote, sem replay. E mesmo solitária, essa estrela jamais se perdeu na solidão dos falsos aplausos.
Quer conselho? Joga com alma. Ou, pelo menos, respeita quem joga com ela.
Saudações em preto e branco,
com o brilho limpo de quem nunca precisou pedir licença pra ser arte.
Assinado:
Mané
No Pagode do Bira
(Homenagem a Bira, 1937–2025)
Domingo, lá no fundo do quintal
Rolou um samba bonito
Que até o céu veio pra escutar
Comandava a roda um velho conhecido
Era o Bira no pandeiro
Com sua canhota a batucar
Tinha feijão, alegria e viola
Tinha o surdo do mestre Rildo a ressoar
Tereza chorou, Patrícia sorriu
E o povo inteiro veio pra cantar
Refrão:
“Ô Bira, ô meu irmão,
Teu compasso mora agora na palma da mão
Do tempo, da vida, da nossa emoção...
O show vai continuar, sim senhor,
Com saudade, respeito e muito amor!”
Lá veio Paulinho de linho, sapato no chão
E o Elton com jeito sereno, batendo a mão
No tantã que Bira deixou, como relíquia e missão
E até o Vavá apareceu, num retrato pendurado
Com aquele sorriso safado e um copo de limão
Teve partideiro esquecido de letra
Teve moça bonita dançando ligeiro
Mas quando o Bira sorriu lá do alto
Silenciou até o cavaco e o tamborim parceiro
Ponte:
E no intervalo da emoção
Ouviu-se um samba, parecia oração
Rildo chorava baixinho, com razão
Pois se foi um poeta, nasceu constelação
Refrão final:
“Ô Bira, ô meu irmão,
Tua levada é saudade no meu coração
No pagode eterno do Criador,
Teu pandeiro é luz, é flor, é tambor.”
Sport. Football. July 1962. Brazil star Garrincha in the nations colours before a match. He played 60 times for Brazil and with he and Pele in the team the national side never lost, his first international defeat occurred in his last game for Brazil in th
Sport, Football, July 1962, Brazil star Garrincha in the nations colours before a match, He played 60 times for Brazil and with he and Pele in the team the national side never lost, his first international defeat occurred in his last game for Brazil in the 1966 World Cup Finals in England, He was born with crippled legs and was left with a distorted left leg after an operation but went on to be one of the best dribblers in football winning 2 World Cup winners medals with Brazil in 1958 and 1962 and nicknamed -The Little Bird+ (Photo by Popperfoto via Getty Images/Getty Images)
Esporte. Futebol. Julho de 1962.
Garrincha, astro do Brasil, posa no gramado do Maracanã vestindo as cores da seleção nacional, diante de arquibancadas abarrotadas de torcedores — possivelmente celebrando o bicampeonato conquistado semanas antes, no Chile.
Ídolo absoluto, Mané disputou 60 partidas pela Seleção Brasileira. Sempre que esteve em campo ao lado de Pelé, o Brasil jamais conheceu a derrota. Sua única derrota internacional ocorreu justamente em sua última partida com a camisa canarinho, na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra.
Nascido com as pernas tortas — e com a perna esquerda ainda mais comprometida após uma cirurgia —, Garrincha transformou a limitação em poesia, tornando-se um dos maiores dribladores da história do futebol. Conquistou duas Copas do Mundo (1958 e 1962) e encantou o planeta sob o apelido de "O Anjo das Pernas Tortas" ou simplesmente "O Pequeno Pássaro".
(Foto: Popperfoto via Getty Images)
Canto da Trova
A saudade é uma andorinha
que, ao morrer do sol, a chama,
as asas tristes aninha
no coração de quem ama.
Aldemar Tavares
Juiz de Fora, 28 de abril de 1998
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