Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
segunda-feira, 30 de junho de 2025
A Tempestade
O infortúnio faz estranhos companheiros de cama (Shakespeare, "A Tempestade").
Já Que Tem Que
Mascarada
Elton Medeiros
Vejo agora esse teu lindo olhar
Olhar que eu sonhei
E sonhei conquistar
E que um dia afinal conquistei, enfim
Findou-se o carnaval
E só nos carnavais
Encontrava-te sem
Encontrar este teu lindo olhar, porque
O poeta era eu
Cujas rimas eram compostas
Na esperança de que
Tirasses essa máscara
Que sempre me fez mal
Mal que findou só
Depois do carnaval
E os carnavais.
Vejo agora...
Composição: Elton Medeiros / Zé Kéti.
Razões do mal-estar em relação à democracia brasileira - Marcus André Melo
Ensaio Analítico: O Mal-Estar Democrático no Brasil Contemporâneo
Introdução
O Brasil atravessa uma crise de representação e confiança em suas instituições democráticas. O sentimento de mal-estar não é recente, mas adquiriu contornos agudos em razão de um sistema político que combina exclusão histórica, desigualdade estrutural e alianças governamentais instáveis. Este ensaio analisa esse mal-estar a partir de vozes diversas — desde Shakespeare até um morador da periferia, passando por Ulysses Guimarães, Gonzaguinha e Marcus André Melo — para compreender como o Brasil contemporâneo convive com a tensão entre democracia formal e exclusão real.
O Privilégio como Herança Histórica
Ulysses Guimarães, em seu discurso de instalação da Assembleia Constituinte de 1987, identifica o privilégio como estigma da colonização. A Carta de 1988 propunha-se a ser um novo pacto nacional fundado em liberdade, soberania e justiça. Contudo, a promessa constitucional permanece em déficit para vastos setores da população, especialmente os marginalizados socioespacialmente. O Brasil moderno herdou o elitismo do Brasil colônia e o adaptou à lógica das democracias representativas contemporâneas, mantendo a exclusão travestida de legalidade.
Democracia Incompleta: A Experiência do Cotidiano
A frase "Se eu vivesse na Vila Ângela, eu já teria morrido há 3 anos" sintetiza uma dura realidade: viver na periferia é viver sob o risco constante da morte prematura. É a revelação do abismo entre a democracia formal, consagrada em papel, e a democracia vivida. Enquanto a ordem constitucional assegura o direito à vida, à moradia e à dignidade, a ordem concreta nega esses direitos diuturnamente aos habitantes das favelas, cortiços e ocupações. O cotidiano denuncia o fracasso de uma república que ainda não se fez inclusiva.
A Tragédia da Legalidade: O Caso dos Despejos
A canção "Despejo na Favela", com participação de Gonzaguinha, dá voz aos deserdados. A legalidade aparece como instrumento de opressão: a ordem judicial é "superior" e irrecorrível, mesmo que resulte na destruição de vidas. A obediente resignação do personagem não esconde a tragédia da injustiça sistematizada. "Mas essa gente aí, hein? Como é que faz?" é mais que uma pergunta: é uma interpelação moral à sociedade que tolera ou silencia diante da barbárie legalizada.
Coalizões e o Esgotamento da Representação
No artigo de Marcus André Melo, o mal-estar é diagnosticado a partir da análise empírica da satisfação com a democracia. Dados recentes mostram que até mesmo os eleitores "vencedores" estão desiludidos. Quando alianças se formam entre grupos antagônicos, o resultado é a ambivalência da coalizão, gerando cinismo e afastamento entre o eleitorado e os representantes. A frase de Shakespeare, "o infortúnio faz estranhos companheiros de cama", resume o custo de governar com alianças que traem expectativas.
Conclusão: O Futuro da Democracia Passa Pela Justiça Social
A democracia brasileira não pode ser reduzida ao rito eleitoral ou ao funcionamento formal das instituições. Seu verdadeiro teste é a capacidade de incluir, proteger e dignificar. Isso exige um novo pacto nacional que enfrente os legados da desigualdade e os mecanismos de exclusão. Como disse Ulysses, apenas a mobilização da consciência nacional pode refundar a democracia. E essa consciência só se acende quando se reconhece, com empatia e ação, a pergunta que ressoa dos morros e vielas: "essa gente aí, como é que faz?"
"Vila Esperança
Adoniran Barbosa
Vila Esperança
Adoniran Barbosa
Vila Esperança, foi lá que eu passeiO meu primeiro carnavalVila Esperança, foi lá que eu conheciMaria Rosa, meu primeiro amor
Como fui feliz, naquele fevereiroPois tudo para mim era primeiroPrimeira rosa, primeira esperançaPrimeiro carnaval, primeiro amor criança
Numa volta no salão ela me olhouEu envolvi seu corpo em serpentinaE tive a alegria que tem todo PierrôAo ver que descobriu sua Colombina
O carnaval passou, levou a minha rosaLevou minha esperança, levou o amor criançaLevou minha Maria, levou minha alegriaLevou a fantasia, só deixou uma lembrança
Composição: Adoniran Barbosa."
O escritor (e astrólogo) Fernando Pessoa
O mais escorpiano dos geminianos.
Muitas vezes, uma pessoa pode apresentar características que não correspondam ao seu signo, ou que até pareçam contraditórias, como é o caso do grande escritor português,
QUESTÃO (NÍVEL SUPERIOR – LÍNGUA PORTUGUESA / LITERATURA):
Considere os seguintes excertos:
I) “A vida é (...) um intervalo, um nexo, uma relação, mas uma relação entre o que passou, o que passará, intervalo morto entre a Morte e a Morte.”
II) “Cada um de nós é dois, e quando duas pessoas se encontram, se aproximam, se ligam, é raro que as quatro possam estar de acordo.”
III) "O escritor (e astrólogo) Fernando Pessoa
O mais escorpiano dos geminianos.
Muitas vezes, uma pessoa pode apresentar características que não correspondam ao seu signo, ou que até pareçam contraditórias, como é o caso do grande escritor português,"
IV) "São tantas ideias passando pela sua mente a cada minuto, e nesse mesmo minuto são tantas outras coisas, também, que precisam ser atendidas, que vai chegar uma hora em que você se obrigará a ter mais discernimento."
V) "Se você se movimentar de um jeito totalmente diferente do que as pessoas esperam, sem o saber desbaratará os planos que elas fizeram para manter você sob controle, ou para atrapalhar seus movimentos. Surpreenda."
Tendo como referência o autor Fernando António Nogueira Pessoa, nascido em Lisboa, Portugal, em 13 de junho de 1888, e falecido na mesma cidade em 30 de novembro de 1935, assinale a alternativa correta:
(I) Todas as opções são verdadeiras.
(II) Todas as opções são falsas.
(III) Apenas a opção IV não foi escrita por Pessoa.
(IV) A opção V não é o título, subtítulo e primeiro parágrafo de um artigo.
(V) Fernando Pessoa nasceu na Cidade do Cabo, confrade de Nelson Mandela na Academia Sul-Africana de Letras.
RESOLUÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO:
Para resolver a questão, é necessário distinguir os trechos autênticos da obra de Fernando Pessoa daqueles que não pertencem ao autor.
O trecho I é compatível com o estilo e a temática de Fernando Pessoa, especialmente com a visão existencialista e niilista presente em seus heterônimos como Bernardo Soares.
O trecho II, embora profundo, não é de autoria conhecida de Pessoa e não consta em suas obras mais reconhecidas. Parece um aforismo moderno de autoconhecimento ou psicologia, sem registro literário na obra pessoana.
O trecho III traz um comentário astrológico, com linguagem coloquial e estrutura de crônica, que também não condiz com o estilo pessoano.
O trecho IV possui construção moderna e linguagem próxima de autoajuda, destoando da escrita literária e filosófica de Fernando Pessoa.
O trecho V, embora mais reflexivo, segue na mesma linha do IV, e também não pertence ao repertório de Fernando Pessoa.
Além disso:
A alternativa (V) é falsa, pois Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, não na Cidade do Cabo. Nelson Mandela, por sua vez, foi um líder sul-africano, nascido décadas depois.
A alternativa (I) é falsa porque há trechos que não são de Pessoa.
A alternativa (II) também é falsa, pois há trechos que se aproximam da obra do autor.
A alternativa (IV) está correta em termos factuais, pois o trecho V não corresponde ao título, subtítulo e primeiro parágrafo de um artigo identificado de Pessoa, mas isso não invalida o conteúdo em si quanto à autoria.
A alternativa (III) é a correta, pois entre os cinco trechos, a opção IV é nitidamente destoante do estilo e não foi escrita por Pessoa.
GABARITO: (III) Apenas a opção 4 não foi escrita por Pessoa.
Justificativa Final: Dos trechos apresentados, apenas o trecho IV se afasta tanto em conteúdo quanto em estilo da obra de Fernando Pessoa, revelando-se como o único inequivocamente não pertencente a ele. Os demais podem ter variações em autenticidade, mas não são tão discrepantes quanto o IV.
Já Que Tem Que
Itamar Assumpção
"Já que já tem."
Carolina Brígido
QUEDA DE BRAÇO DO IOF
Em estilo jornalístico, ela condensa uma ideia com implicações políticas ou econômicas mais amplas, utilizando a linguagem coloquial para provocar reflexão ou apontar inconsistências.
sábado, 28 de junho de 2025
TRIÂNGULO ALVI-VERDE-ALVI-NEGRO
Os voos das águias alviverde e alvinegra até a Philadelphia demandaram bicos fortes para suportar novas turbulências.
Por um escriba sob a bênção da pena de Armando Nogueira
Philadelphia, Pensilvânia — Entre as águias metálicas e os degraus sagrados de Rocky Balboa, Palmeiras e Botafogo preparam suas asas para mais um voo. Vinte e dois anos depois de uma queda em sincronia, renascem no coração da América para disputar não apenas um jogo, mas um epílogo redentor de uma saga que mescla tragédia, comédia e epopeia.
Na tarde abafada de 17 de novembro de 2002, o futebol brasileiro vestiu luto duplo. Palmeiras tombava em Salvador. Botafogo escorregava em Niterói. Um abismo os uniu, como se o destino, poeta cruel, resolvesse rimar o infortúnio. Caíram de mãos dadas, e talvez de cabeças erguidas, para a Série B, numa cena que arrancou lágrimas de mascotes e velhos cronistas.
Mas o futebol, como a vida, é caprichoso: não premia os que desistem. Um ano depois, as mesmas mãos que se apoiaram na queda se apertavam na redenção. Palmeiras campeão, Botafogo vice. A volta por cima teve como palco o velho Parque Antártica — a catedral alviverde, então mais templo do que estádio.
Avançamos duas décadas, cruzamos 10 mil quilômetros e aterrissamos em solo estadunidense, onde a águia virou metáfora. Símbolo do anfitrião Philadelphia Eagles, também é agora o emblema do duelo que ecoa dos morros cariocas às alamedas paulistas. Palmeiras e Botafogo aprenderam a voar de novo. E com bicos fortes.
Os caminhos não foram lineares. O Palmeiras provou o amargor da Série B outra vez em 2012. O Botafogo tropeçou três vezes mais na mesma pedra — 2014, 2020… Mas os homens por trás da reconstrução, como pássaros engenheiros, souberam escolher bons galhos. Paulo Nobre, Galiotte e Leila Pereira construíram o ninho alviverde com finanças e fé. John Textor, em General Severiano, apostou na ousadia e no planejamento estadunidense.
Hoje, a águia que sobrevoa o Lincoln Financial Field parece hesitar. Não sabe sobre qual escudo pousar: a cruz de savóia ou a estrela solitária? Ambos a atraem com promessas de grandeza. Abel Ferreira, português destemido, guiou o Palestra pelas rotas do Porto, do Al Ahly e do Inter Miami. O Glorioso, com a camisa negra reluzente, fez história ao calar o PSG de Mbappé e vencer os Sounders. Mesmo derrotado por um Atlético feroz, chegou altivo.
Esse reencontro num estádio de futebol americano, onde a bola não é redonda e os aplausos obedecem a comerciais, é mais que um jogo. É o terceiro ato de um drama dividido por décadas: queda, renascimento, glória. E agora, o confronto. Um seguirá adiante para medir forças com Benfica ou Chelsea; outro voltará, mas não derrotado — apenas convocado a tentar de novo em 2029.
A Copa do Mundo de Clubes se converte, então, em palco shakespeariano. Palmeiras e Botafogo não jogam por pontos. Jogam por páginas na história. E quem vencer, que o faça com poesia.
Como escreveria Nogueira:
“É no coração da águia que mora o espírito do craque. E hoje, o futebol brasileiro, que um dia chorou sua queda, sorri com seus voos.”
MUNDIAL DE CLUBES
De coincidências históricas ao renascimento nos EUA: o voo de Palmeiras e Botafogo
Queda de mãos dadas para Série B em 2002, disputa pelo título em 2003, retomada das glórias e decolagem rumo ao confronto para o mundo inteiro ver: como Palmeiras e Botafogo renasceram juntos até a apoteose na casa do Philadelphia Eagles
esporte 2806 - (crédito: kleber sales)
Philadelphia (EUA) — Entre conosco no túnel do tempo. Estamos em 17 de novembro de 2002. Última rodada da primeira fase do Campeonato Brasileiro. Definição dos oito classificados para o mata-mata — ainda não era pontos corridos — e dos quatro rebaixados para a Série B. Botafogo e Palmeiras vivem dramas idênticos. O time alvinegro, contra o São Paulo, no Caio Martins, em Niterói (RJ). O alviverde enfrenta o Vitória, em Salvador. Ambos são derrotados e rebaixados de mãos dadas pela primeira vez para a segunda divisão na página mais triste de dois patrimônios históricos do futebol nacional.
Um ano depois, em 29 de novembro de 2003, Palmeiras e Botafogo celebravam, no velho Parque Antártica, o fim daquele castigo. A goleada por 4 x 1 na última rodada do quadrangular final deixou Sport e Brasiliense para trás. Encerrou a campanha do título palestrino e homologou o vice do Glorioso. Retornaram juntos para a elite.
Nem o torcedor mais otimista, as piadas futuristas dos Trapalhões, o cientista maluco Doutor Brown do filme De volta para o futuro, a quase sempre certeira série dos Simpsons ou algum desses profetas de plantão projetariam uma data como esta: 28 de junho de 2025.
Leia também: Supercomputador prevê favoritismo do Palmeiras e chances remotas para Fla e Flu
Vinte e dois anos, sete meses e 11 dias depois de caírem juntos para a Série B, Palmeiras e Botafogo duelam hoje, às 13h (de Brasília), no Lincoln Financial Field, na Philadelphia, valendo vaga às quartas de final da Copa do Mundo de Clubes da Fifa.
O palco da partida é inspirador: a mansão do Philadelphia Eagles, atual campeão da NFL, o futebol da bola oval. Os dois times usaram a estrutura de franquias locais no desembarque na cidade para os últimos ensaios. Enquanto os times sentiam a atmosfera da casa dos atuais vencedores do Super Bowl nos corredores repletos de quadros com a trajetória dos Eagles, os torcedores dos dois times subiam e desciam os 72 Degraus de Rocky, em frente ao Museu de Arte da Philadelphia, emulando a cena icônica da série de Sylvester Stallone.
Entre tantos símbolos locais, a águia é a melhor metáfora para o clássico brasileiro em solo estadunidense. Está por toda parte na arena do Philadelphia Eagles. Uma delas, registrada em uma foto exposta em um quadro a caminho do vestiário, é simplesmente encantadora.
A águia tem características marcantes: visão aguçada, bicos fortes, garras afiadas e asas largas capazes de permitir voos poderosos. As reconstruções de Palmeiras e Botafogo têm esses predicados. Visionários, os presidentes Paulo Nobre, Maurício Galiotte e Leila Pereira enxergaram o futuro. O empresário estadunidense John Textor, também, ao comprar a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Glorioso e transformá-lo em uma potência reconhecida no evento da Fifa como atual campeão do Brasileirão e da Libertadores.
Os voos das águias alviverde e alvinegra até a Philadelphia demandaram bicos fortes para suportar novas turbulências. O Palmeiras voltou a cair para a Série B em 2012. O Botafogo desabou novamente em 2014 e em 2020. Coincidentemente, ambos são bi na segundona.
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Glórias
As garras afiadas contribuíram para abraçar com carinho a retomada das glórias. O Palmeiras saiu da fila com autoridade na Série A. São quatro títulos em nove anos. Quebrou o jejum na Libertadores. Tinha uma taça em 1999. Acrescentou duas: 2020 e 2021.
O Botafogo não conquistava o Brasileirão desde 1995. Era o único entre os 12 times mais tradicionais do país sem a Glória Eterna. A encomenda perfeita chegou em General Severiano no fim do ano passado. Inaugurou-se o tempo de Botafogo. Chegavam ao fim a espera de 29 anos pelas hegemonias nacional continental; e as piadas dos antis.
Palmeiras e Botafogo ganharam asas largas capazes de permitir voos poderosos. Por isso estão na Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Sob o comando de Abel Ferreira, o Palestra empatou com o Porto na estreia, foi imponente diante do Al Ahly do Egito e resiliente no duelo com o Inter Miami. O Glorioso encerrou 13 anos de abstinência do futebol brasieliro em duelos com europeus ao derrotar o Paris Saint-Germain, atual campeão da Champions League, por 1 x 0 na segunda rodada. Lavou a alma nacional. Derrotou o Seattle Sounders por 2 x 1 e perdeu para o Atlético de Madrid na saideira da primeira fase, por 1 x 0.
Leia também: Brasileiros em missão quase impossível nas oitavas do Mundial
Toda águia tem seu ninho. Uma delas terá de se despedir da aventura na Copa do Mundo de Clubes, planejar o retorno rumo ao Brasil e arquitetar a volta ao torneio em 2029. O caminho para isso é conhecido: ganhar a Libertadores novamente pelo menos uma vez de 2025 a 2028 ou se manter bem na fita no ranking da Conmebol.
Quem avançar permanecerá na Philadelphia à espera de Benfica ou Chelsea. Os europeus se enfrentam às 17h. Empate no tempo regulamentar nesta fase leva o jogo para a prorrogação com dois tempos de 15 minutos. Persistindo a igualdade, iremos aos pênaltis.
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10.564 km
Distância de Gaza até Allianz Parque
A distância entre o Lincoln Financial Field na Filadélfia e o Allianz Parque em São Paulo é de aproximadamente 7.830 quilômetros (4.865 milhas). Essa distância é calculada por voo direto e não considera rotas terrestres, que seriam inviáveis para essa distância.
Estádio do Philadelphia Eagles recebe visita de dirigentes da FIFA
Evento faz parte do processo de escolha das sedes da Copa do Mundo de 2026
Parque Antarctica[1]
Estádio Palestra Italia
Estádio de General Severiano
Vista aérea do estádio após a expansão - década de 40.
O Trabalhador Divino
Pão Nosso - Capítulo 90 O trabalhador divino - por Amaral
“Ele tem a pá na sua mão; limpará a sua eira e ajuntará o trigo no seu celeiro, mas queimará a palha com o fogo que nunca se apaga.” — João Batista (LUCAS, 3.17)
1 Apóstolos e seguidores do Cristo, desde as organizações primitivas do movimento evangélico, designaram-no através de nomes diversos.
2 Jesus foi chamado o Mestre, o Pastor, o Messias, o Salvador, o Príncipe da Paz; todos esses títulos são justos e veneráveis; entretanto, não podemos esquecer, ao lado dessas evocações sublimes, aquela inesperada apresentação do Batista. 3 O Precursor designa-o por trabalhador atento que tem a pá nas mãos, que limpará o chão duro e inculto, que recolherá o trigo na ocasião adequada e que purificará os detritos com a chama da justiça e do amor que nunca se apaga.
4 Interessante notar que João não apresenta o Senhor empunhando leis, cheio de ordenações e pergaminhos, nem se refere a Ele, de acordo com as velhas tradições judaicas, que aguardavam o Divino Mensageiro num carro de glórias magnificentes. 5 Refere-se ao trabalhador abnegado e otimista. A pá rústica não descansa ao seu lado, mas permanece vigilante em suas mãos e em seu espírito reina a esperança de limpar a terra que lhe foi confiada às salvadoras diretrizes.
6 Todos vós que viveis empenhados nos serviços terrestres, por uma era melhor, mantende aceso no coração o devotamento à causa do Evangelho do Cristo. 7 Não nos cerceiem dificuldades ou ingratidões. 8 Desdobremos nossas atividades sob o precioso estímulo da fé, porque conosco vai à frente, abençoando-nos a humilde cooperação, aquele trabalhador divino que limpará a eira do mundo.
Emmanuel
Texto extraído da 1ª edição desse livro.
90
O Trabalhador Divino
Pão Nosso #090 - O Trabalhador Divino
NEPE Paulo de Tarso | Evangelho e Espiritismo
Transmitido ao vivo em 16 de mar. de 2023
Série de estudos, com Artur Valadares, da obra "Pão Nosso", de Emmanuel/Chico Xavier.
Lógica Proposicional I – Proposição
Em lógica, uma proposição imperativa é uma frase que expressa uma ordem, um pedido, um conselho ou uma instrução, e que, portanto, não pode ser classificada como verdadeira ou falsa. Diferente de proposições declarativas, que afirmam ou negam algo e podem ser avaliadas como verdadeiras ou falsas, as proposições imperativas não possuem valor lógico.
Características:
Expressam uma ação:
Elas indicam uma ação a ser realizada, um comando a ser seguido ou um pedido a ser atendido.
Não são verdadeiras nem falsas:
Não se pode dizer que uma ordem ou pedido é verdadeiro ou falso. O foco é na ação que deve ser executada.
Verbo no modo imperativo:
Geralmente, o verbo na frase está no modo imperativo, indicando a ordem ou pedido.
Exemplos:
"Feche a porta."
"Por favor, me empreste sua caneta."
"Estude para a prova."
"Não fume neste local."
Em resumo: Proposições imperativas são frases que expressam comandos, pedidos ou conselhos e não podem ser consideradas verdadeiras ou falsas, diferentemente das proposições declarativas.
Lógica Proposicional I - Proposição - Matemática & Afins
22 de jan. de 2018 — Proposição é um conjunto de palavras (ou símbolos) que exprimem um pensamento de sentido completo e que pode ser...
Matemática & Afins
Proposições Lógicas para Concursos Públicos - Exatas Express
2 de ago. de 2024 — Uma proposição deve ser uma sentença declarativa. ... “Pule na piscina.” (Sentença imperativa, que indica ordem,
Exatas Express -
Lógica Proposicional - Álgebra das Proposições - Matemática
Proposição: É uma sentença declarativa, seja ela expressa de forma afirmativa ou negativa, na qual podemos atribuir um valor lógic...
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PROPOSIÇÃO IMPERATIVA é a que exerce as funções do imperativo, isto é, exorta, ordena, invoca, postula, convida.
Exortação é dar uma ordem, convencendo. Exemplo: Dá-me um pedaço de pão, porque estou com fome.
Ordenar é exprimir uma ordem. Exemplo: Oliviel, vá pegar a patativa.
Invocar é chamar. Exemplo: Vem, criança, vem comigo.
Postular é pedir com insistência. Exemplo: Levantai-se, meninos, levantai-se, não é respeitoso sentar, quando outros de pé estão.
Convidar é pedir o comparecimento, motivando o interesse do convidado. Exemplo: Vem ao estudo, porque o estudo engrandece.
Eurípedes era muito exigente na orientação dos alunos, embora ficasse comprovada na sua psicologia da aprendizagem, a estruturação do planejamento consciente e adequado, tendo a avançada aliança de melhores níveis de aproveitamento — o que, evidentemente, vinha amenizar a tarefa de assimilação dos alunos.
Pelo exame que realizamos, no Capítulo 6 desta obra, no tocante a métodos de ensino da Província Mineira, é fácil verificar-se, por simples análise comparativa, o autodidatismo processado no sistema educacional de Eurípedes.
A nova linha pedagógica, que aliás já se tornava patente, sob muitos aspectos, em países europeus, como Suíça e França, através da Escola Ativa de Pestalozzi, proporcionava a Sacramento, pela visão extraordinária de Eurípedes, o enriquecimento do continente didático-pedagógico.
O binômio Professor-aluno e vice-versa, incluindo o complexo conjunto de valores, que forma a problemática do Ser, constituiu um dos fatores essenciais do assunto em pauta.
Numa fase em que a palmatória era voz mais que ativa, no ambiente escolar, dominando as mais difíceis situações mas, afastando mais e mais o aluno do professor, Eurípedes inaugurou a era do entendimento e do diálogo.
O aluno passou a ser respeitado nos valores naturais de que era portador em potencial, pois o mestre conhecia-lhe as faculdades racionais, as percepções, ideias, hábitos e reações condicionadas. Isto vinha estreitar o relacionamento entre o Professor e seus discípulos, criando entre eles os laços de mútua confiança.
Corina Novelino
EURÍPEDES O HOMEM E MISSÃO
p. 116
Pensamentos criam conexões neuronais. À medida que um pensamento (seja ele negativo ou positivo) surge com frequência e é alimentado, a conexão associada a ele se fortalece.
Como controlar e desafiar pensamentos negativos?
Saúde mental: enfrentando pensamentos repetitivos
Corte o negativo.
A mente boa dá paz ao
coração.
O sacrifício mais agradável a Deus - a importância da reconciliação - Artur Valadares
RAETV -
O sacrifício mais agradável a Deus
7. Se, portanto, quando fordes depor vossa oferenda no altar, vos lembrardes de que o vosso irmão tem qualquer coisa contra vós, – deixai a vossa dádiva junto ao altar e ide, antes, reconciliar-vos com o vosso irmão; depois, então, voltai a oferecê-la. – (S. MATEUS, 5:23 e 24.)
8. Quando diz: “Ide reconciliar-vos com o vosso irmão, antes de depordes a vossa oferenda no altar”, Jesus ensina que o sacrifício mais agradável ao Senhor é o que o homem faça do seu próprio ressentimento; que, antes de se apresentar para ser por ele perdoado, precisa o homem haver perdoado e reparado o agravo que tenha feito a algum de seus irmãos. Só então a sua oferenda será bem-aceita, porque virá de um coração expungido de todo e qualquer pensamento mau. Ele materializou o preceito, porque os judeus ofereciam sacrifícios materiais; cumpria-lhe conformar suas palavras aos usos ainda em voga. O cristão não oferece dons materiais, pois que espiritualizou o sacrifício. Com isso, porém, o preceito ainda mais força ganha. Ele oferece sua alma a Deus e essa alma tem de ser purificada. Entrando no templo do Senhor, deve ele deixar fora todo sentimento de ódio e de animosidade, todo mau pensamento contra seu irmão. Só então os anjos levarão sua prece aos pés do Eterno. Eis aí o que ensina Jesus por estas palavras: “Deixai a vossa oferenda junto do altar e ide primeiro reconciliar-vos com o vosso irmão, se quiserdes ser agradável ao Senhor.”
sexta-feira, 27 de junho de 2025
STF avança para fase final em ação contra Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe
“As instituições estão funcionando.” – Alexandre de Moraes
Jaques Morelenbaum | Apesar de você (Chico Buarque) | Instrumental Sesc Brasil
Ministro Alexandre de Moraes encerra instrução da Ação Penal 2668 e abre prazo para alegações finais; julgamento de ex-presidente e núcleo militar se aproxima
“A tirania é o exercício do poder além do direito.” – John Locke
STF abre fase de alegações finais em ação penal sobre tentativa de golpe de Estado
Ministro Alexandre de Moraes encerrou a instrução do processo, que envolve o Núcleo 1 da denúncia, e determinou a intimação das partes para apresentarem argumentos
27/06/2025 14:34 - Atualizado há 6 horas atrás
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta sexta-feira (27), a intimação das partes para a apresentação das alegações finais na Ação Penal (AP) 2668, que apura a atuação do Núcleo 1 na suposta tentativa de golpe de Estado. Trata-se da última etapa na tramitação do processo, antes do seu julgamento. As partes — acusação e defesas — terão 15 dias, sucessivamente, para apresentar suas últimas manifestações sobre o caso.
Em seu despacho, o ministro declarou encerrada a instrução processual penal, fase em que são produzidas as provas perante o Judiciário. Nesse período, foram ouvidas as testemunhas, interrogados os réus e realizadas todas as diligências solicitadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelas defesas, devidamente autorizadas pelo relator.
O prazo de 15 dias para as alegações finais é contado de forma sucessiva, iniciando-se para a PGR. Após a apresentação das alegações pela PGR, a defesa do réu tenente-coronel Mauro Cid terá 15 dias para sua manifestação. Como o militar firmou acordo de colaboração premiada, deve se manifestar antes dos demais réus. Por fim, o restante das defesas terá um prazo conjunto de mais 15 dias para apresentar suas alegações.
Os prazos não serão suspensos durante o recesso do Judiciário, de 2 a 31 de julho, já que um dos réus, o general e ex-ministro Walter Braga Netto, está preso.
Núcleo 1
São réus na ação penal o ex-presidente da República Jair Bolsonaro e outras sete pessoas: Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin), Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens da Presidência), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa e da Casa Civil). O grupo é considerado pela PGR como “núcleo crucial” da tentativa de golpe, e a denúncia contra ele foi recebida pela Primeira Turma do STF em março.
Todos foram denunciados por cinco crimes: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Leia a íntegra do despacho.
(Lucas Mendes/AD)
Resumo da notícia – Ação Penal 2668 no STF
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o início da fase de alegações finais na Ação Penal 2668, que investiga a atuação do Núcleo 1 na tentativa de golpe de Estado. Essa é a última etapa antes do julgamento.
As partes terão 15 dias, em prazos sucessivos, para se manifestar:
PGR (acusação) primeiro;
Em seguida, a defesa de Mauro Cid, que fez delação premiada;
Por fim, as demais defesas, com prazo conjunto.
O recesso do Judiciário (2 a 31 de julho) não suspenderá os prazos, já que o réu Walter Braga Netto está preso.
Réus do Núcleo 1:
Jair Bolsonaro (ex-presidente)
Alexandre Ramagem (deputado e ex-diretor da Abin)
Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha)
Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
Augusto Heleno (ex-GSI)
Mauro Cid (ex-ajudante de ordens)
Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
Walter Braga Netto (ex-ministro e general)
Eles respondem por cinco crimes, incluindo tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada.
Aqui jaz um projeto de golpe...
Jogo democrático não tem xeque com golpe.
Heitor Villa-Lobos "Suite Popular Brasileña" (Completa) Pablo De Giusto
Xeque Mate em 8 lances: Bobby Fischer para iniciantes!!!
Xadrez Miniatura
Partida de xadrez comentada entre Robert James Fischer e J. Jones em uma simultânea de 1964.
quarta-feira, 25 de junho de 2025
FIAT LUX
Eu Ato Tu Desatas Eu Julgo Tu Prejulgas Eu Mato Tu Desmatas Eu Ajo Tu Dejatas
Pré Jus Pró Pós
Delmiro Praga
Fiat lux é um trecho de uma expressão em língua latina traduzida frequentemente como "faça-se luz" ou "que haja luz", remetendo à passagem bíblica da criação divina da luz descrita em Gênesis 1:3 (dixitque Deus fiat lux et facta est lux).
Resumo da matéria "Trégua de Trump entre Israel e Irã não inclui fim da guerra em Gaza" (25/06/2025):
Após 12 dias de confrontos intensos, uma trégua frágil entre Israel e Irã foi alcançada com forte intervenção dos Estados Unidos, liderados por Donald Trump. O acordo, mediado com apoio do Catar, evitou uma escalada direta entre os dois países, mas não inclui as operações israelenses em Gaza, onde os ataques contra o Hamas continuam e a população civil segue em sofrimento.
Ambos os lados — Israel e Irã — declararam vitória. Trump afirmou ter destruído com sucesso as capacidades nucleares iranianas, embora analistas indiquem que o programa nuclear sofreu apenas atrasos. Parte do material nuclear iraniano pode ter sido movida para locais secretos. As instalações atingidas (Fordow, Natanz e Isfahan) tiveram entradas seladas, mas estruturas subterrâneas permanecem intactas.
O conflito revela novos paradigmas da guerra moderna, com ênfase em drones, inteligência artificial, guerra cibernética e estratégias assimétricas. A doutrina de "paz pela força", defendida por Trump, marca essa nova era. As guerras na Ucrânia, Gaza e agora entre Irã e Israel reconfiguram a geopolítica global e indicam uma possível nova guerra fria.
Trégua de Trump entre Israel e Irã não inclui fim da guerra em Gaza
Publicado em 25/06/2025 - 07:06 Luiz Carlos Azedo
China, Comunicação, Eleições, Energia, Ética, EUA, Europa, Guerra, Irã, Israel, Memória, Militares, Palestina, Política, Política, Segurança, Tecnologia, Terrorismo, Trump, Ucrânia, Violência
Conflitos na Ucrânia, na Palestina e a escalada militar entre Tel Aviv e Teerã, com envolvimento dos Estados Unidos, mudaram os paradigmas de defesa contemporâneos
Com proclamações de vitória de todos os envolvidos, inclusive do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a trégua entre Israel e Irã se manteve durante todo o dia de ontem, apesar das acusações mútuas de que, na segunda-feira, houve violações de parte a parte. O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, e o comandante das Forças de Defesa de Israel (IDF), general Eyal Zamir, reconheceram publicamente o acordo imposto pela Casa Branca, depois de um alerta de Trump contra novos ataques de Israel contra o Irã, que ameaçava revidar com novos mísseis e drones. A trégua não incluiu, porém, as operações de Israel em Gaza, que massacram a população civil, ao combater o Hamas. Os palestinos estão órfãos.
Na guerra de versões, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel alcançou uma “vitória histórica” após 12 dias de conflito, mas que ainda precisa concluir sua campanha contra o “eixo do Irã” — derrotar o Hamas e garantir o retorno dos reféns em Gaza. Do lado do Irã, Pezeshkian também classificou o desfecho como uma “grande vitória” para Teerã. “O Irã retaliou oficialmente à nossa destruição de suas instalações nucleares com uma reação muito fraca, o que esperávamos e que combatemos com muita eficácia”, disse Trump, na rede Truth Social, após se reunir com o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
Leia também: Irã e Israel clamam vitória depois de 12 dias de combates
A trégua é frágil. Há muitas dúvidas sobre a real situação do programa nuclear iraniano, principalmente o destino do estoque de urânio enriquecido. Ainda não estão estabelecidas as condições para uma paz duradoura. Segundo analistas norte-americanos, o fornecimento de eletricidade e parte do maquinário foram danificados, mas a estrutura física das instalações subterrâneas não foi completamente destruída. O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Peter Hegseth, porém, garante que o ataque ordenado por Trump “foi concluído com sucesso” — ou seja, o programa nuclear iraniano foi devastado.
A trégua será submetida a um teste de verdade quando o mistério sobre o estoque de urânio enriquecido do Irã tiver que ser esclarecido. Segundo o The New York Times, fontes da inteligência americana afirmam que parte desse material pode ter sido transferida para instalações secretas de enriquecimento, fora do alcance das bombas. O ataque dos EUA contra instalações do Irã, no sábado, atrasou o programa nuclear do país “em apenas alguns meses’, segundo o jornal. O pretexto para os ataques foi a suposta ameaça de produção de uma arma nuclear no prazo de apenas três meses.
Leia ainda: Relatório dos EUA diz que bombas não destruíram programa nuclear do Irã
Segundo a Agência de Inteligência de Defesa (DIA, na sigla em inglês), os ataques selaram as entradas de dois dos três locais atingidos — Fordow, Natanz e Isfahan —, mas não chegaram a colapsar suas estruturas subterrâneas. Israel trata o programa nuclear iraniano como uma ameaça existencial. Trump garante que o Irã “jamais reconstruirá suas capacidades nucleares”. Signatário do acordo de não-proliferação de armas nucleares, o Irã tem direito a desenvolver um programa nuclear com fins pacíficos, mas Israel não admite essa possibilidade, embora tenha armamento nuclear e não faça parte do acordo, como o Paquistão e a Coreia de Norte.
Novos paradigmas
Israel anunciou que concordou com a proposta de cessar-fogo após “atingir os objetivos” de seus ataques ao Irã, ao infligir danos severos à liderança militar, entre os quais centenas de agentes Basij, a milícia iraniana, e matar outro cientista nuclear sênior. “Israel agradece ao presidente Trump e aos EUA por seu apoio à defesa e sua participação na eliminação da ameaça nuclear iraniana”, diz o comunicado.
Leia mais: Incertezas envolvem o destino do programa nuclear do Irã
Em grande inferioridade aérea, o Irã fez o que pode para obter o cessar fogo, inclusive avisar aos EUA, com antecedência, que lançaria misseis em retaliação aos ataques norte-americanos às usinas nucleares. O ministro de Relações Exteriores do Catar, Seyed Abbas Araghchi, negociou o acordo. O emirado abriga a principal base militar norte-americana no Oriente Médio, que foi bombardeada cenograficamente pelo Irã.
Trump considera o cessar-fogo uma grande vitória diplomática dos EUA — um deputado republicano até propôs o nome do presidente para o Prêmio Nobel da Paz. Entretanto, a geopolítica mundial já estava abalada pelas guerras da Ucrânia e de Gaza, e nunca mais será a mesma. Depois dos ataques dos EUA ao Irã, houve mudanças de paradigmas diplomáticos, a partir da ideia de Trump de que a paz somente será alcançada pela força, e de novas estratégias militares, em razão da guerra cibernética, aviação não tripulada e artilharia de alta precisão, combinada à guerra assimétrica e atuação dos serviços de inteligência para eliminar fisicamente cientistas e chefes militares.
Para alguns, uma nova ordem internacional se impõe, em termos econômicos, políticos e militares. As guerras na Ucrânia, em Gaza e a escalada militar entre Irã e Israel, com envolvimento dos EUA, mudaram os paradigmas de defesa contemporâneos. Refletem transformações tecnológicas, geopolíticas e doutrinárias, e reconfiguram a forma como os Estados pensam e conduzem a guerra no século XXI. O uso maciço de drones e de inteligência artificial, e o papel estratégico da cibernética, tornaram obsoletos conceitos de dissuasão clássicos, como guarnição de fronteiras e profundidade de território. Há guerras por procuração, urbanas, subterrâneas, de atrito e prolongadas.
Tudo isso precipita uma nova guerra fria, com o rearmamento acelerado da Europa contra velhos inimigos, como a Rússia, a Turquia e o Irã. Será inevitável a projeção de poder naval e aéreo da China, potência continental emergente, que estava quieta no seu canto.
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JORNAL DA CULTURA | 24/06/2025
Jornalismo TV Cultura
Transmissão ao vivo realizada há 13 horas #JornaldaCultura #JC
No Jornal da Cultura desta terça-feira (24), você vai ver: Irã e Israel travam duelo de narrativa sobre “vitória” em conflito; Cúpula da Otan discute aumento dos gastos militares em meio a guerras; Acareação têm Mauro Cid e Braga Netto frente a frente sendo réus na trama golpista; Governo prevê iniciar ressarcimento às vítimas de fraudes no INSS a partir de julho; Elite do funcionalismo ganha 53 vezes mais do que a média da população.
Para comentar essas e outras notícias, o cientista político Sergio Fausto, diretor-executivo da Fundação FHC, e o filósofo Marcos Nobre, professor de filosofia política da Unicamp.
Assista à íntegra:
STF faz acareações entre réus e testemunha de ação sobre tentativa de golpe de Estado
Ministro Alexandre de Moraes conduziu duas audiências, e íntegra das atas está disponível
24/06/2025 15:18 - Atualizado há 14 horas atrás
Acareação entre Anderson Torres e Freire Gomes
Foto: Rosinei Coutinho/STF
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), conduziu nesta terça-feira (24) duas audiências de acareação na Ação Penal (AP) 2668, que apura suposta tentativa de golpe de Estado. A primeira envolveu os réus tenente-coronel Mauro Cid, colaborador no processo, e general Walter Braga Netto. O segundo procedimento foi entre Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e réu, e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, testemunha na ação.
Além do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, também acompanharam a audiência o ministro Luiz Fux e o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Os participantes da acareação estiveram acompanhados dos advogados.
A acareação é um procedimento em que as pessoas envolvidas apresentam sua versão dos fatos frente a frente, com o objetivo de apurar a verdade. Conforme o ministro, nas acareações, assim como nos interrogatórios, o réu não tem o compromisso de dizer a verdade, mas a testemunha sim.
A primeira acareação durou cerca de uma hora, e meia e a segunda, pouco mais de uma hora. Os procedimentos foram realizados na sala de audiências do STF.
Leia a íntegra da ata da acareação de Mauro Cid e Braga Netto.
Leia a íntegra da acareação de Anderson Torres e Freire Gomes.
(Lucas Mendes//CF)
Atos e Atas Acareações e Arreações Julgamentos e Regramentos Pre Jus Pro Pós
Repertório Popular - Hélio Delmiro
Kâmera Libre
14 de abr. de 2014
Neste show gravado em 1984, o guitarrista Hélio Delmiro mostra o repertório do seu disco "Chama" , que ele estava lançando na época. Do baião ao jazz , e apresentando uma interpretação muito pessoal para Folha Morta de Ary Barroso, este show valoriza o improviso.
Fonte: http://tvcultura.cmais.com.br/grade/2...
Pessoas mencionadas
10 pessoas
Hélio Delmiro
Ary Barroso
Arismar do Espírito Santo
Zé do Norte
Lima Barreto
Elis Regina
Milton Nascimento
Severino Araújo
César Camargo Mariano
Naomi Munakata
Transcrição
"Fiat lux" é uma expressão em latim que significa "faça-se a luz" ou "que haja luz". É mais conhecida por sua referência na Bíblia, no livro de Gênesis, onde é dito que Deus criou a luz com essas palavras. Além disso, a expressão também é usada em outros contextos, como o nome de uma empresa sueca de produtos como fósforos e isqueiros, a Swedish Match.
Ficheiro:Saab JAS-39 Gripen of the Czech Air
🔨 Lapidação da trova original
Inspirada na sua sequência “Eu Ato / Tu Desatas...”, aqui está uma versão formalizada, metrificada e fiel ao espírito de Belmiro:
Eu ato com régua e lei,
Tu desatas por capricho.
Eu julgo com tom de rei,
Tu prejulgas no cochicho.
🏞️ Trovas: De Vargem Grande a Juiz de Fora
📍1. Em Vargem Grande
Na serra o sino dobrava,
o trovador já partira.
A trova que ali ficava,
tinha mais alma que lira.
🚶♂️2. Caminho antigo
Pela trilha empoeirada,
sigo ao som de uma sanfona.
Cada curva da estrada,
é um verso que me emociona.
🕯️3. Rua Direita, Juiz de Fora
Na Rua Direita eu ando,
com lamparina a chiar.
Lá vem sentença e comando,
que só o pharol vai calar.
🐟 4. Óleo de bacalhau (com humor)
Tomava óleo com pão,
na venda de um tal Cipriano.
Disse um doutor sabichão:
“cura até o desengano!”
⚖️ Trovas com crítica jurídica-institucional
🧑⚖️5. Trova legalista
Escrevem atos, fazem atas,
ditam normas sem pensar.
Mas quem sofre as cataratas,
é o povo a tropeçar.
🪤6. Trova de julgamentos
O juiz já tem resposta,
antes mesmo de escutar.
Prejulgar virou proposta,
do poder de decretar.
👻 7. Final, em tom belmiroiano
Se calhar, quem muito assina,
esquece a pena e o tinteiro.
Faz da justiça ladina,
um teatro bem trigueiro...
Na avaliação de Vilardi, a participação do general Braga Netto foi positiva. "O general mais uma vez ratificou que a partir da reunião do dia 7, depois da conversa, o presidente não fez mais nada", disse - (crédito: Ton Molina/STF)
CONCLUSÃO
Tanto juridicamente quanto politicamente, a conduta de Celso Vilardi flerta com os limites da atuação estratégica da advocacia penal pública, e pode representar:
Um risco reputacional e funcional ao advogado, caso o STF ou a OAB considerem a declaração como violação ética.
Um dano à linha de defesa de Bolsonaro, se for interpretado como tentativa de deslegitimar o processo por meio de declarações midiáticas e não por elementos técnicos.
Um movimento simbólico de reafirmação do confronto entre o bolsonarismo e o sistema judicial, que pode ter efeitos de curto prazo políticos (mobilização de base), mas custos processuais significativos para os réus. https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2025/06/7182333-mauro-cid-mentiu-e-foi-desmoralizado-diz-defesa-de-bolsonaro.html?utm_medium=editorial-push&utm_source=taboola
terça-feira, 24 de junho de 2025
ACAREAÇÃO PRESENCIAL
De Volta a 1962: Um Ano que mudou o Brasil e o Mundo!
O ministro Alexandre de Moraes nasceu em 13 de dezembro de 1968.
Retrospectiva 68: Uma viagem aos fatos marcantes deste ano incrível!
O Ato Institucional nº 5 (AI-5) foi outorgado em 13 de dezembro de 1968.
DE VOLTA A AP 2668 STF
62?
68?
2022 A 2023?
24/06/25
Para que o Amanhã Seja Possível
Que a sessão de 24 de junho seja conduzida com firmeza, respeito e sob a inspiração de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, protetora dos lares e dos símbolos de fé. Que se mantenha viva a lembrança de que, não fosse a ação vigilante das instituições e da sociedade, o Brasil poderia ter sido tragado novamente por sua própria sombra.
A História não se repete como farsa ou tragédia — ela apenas espera que estejamos à altura de seus desafios.
Será Possível
Ivan Lins
Resumo
Alexandre de Moraes ordenou que a defesa de Braga Netto informe detalhes de seu voo até o STF para acareação, com o objetivo de garantir a segurança do general preso por envolvimento em trama golpista.
por ACS — publicado 15/09/2017
Acareação
A acareação é um procedimento previsto tanto no Código de Processo Civil quanto no Código de Processo Penal, cuja finalidade é a apuração da verdade, por meio do confronto entre partes, testemunhas ou outros participantes de processo judicial, que prestaram informações prévias divergentes.
O procedimento está previsto no artigo 229 do Código de Processo Penal, que permite a realização da acareação quando houver divergência nas declarações entre acusados, ofendidos e testemunhas.
Da mesma forma, o Código de Processo Civil, em seu artigo 461, prevê a possibilidade de realização de acareação quando partes e testemunhas derem declarações divergentes sobre os fatos de processo em que participem.
Veja o que diz a lei.
Código de Processo Penal - Decreto -Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940.
DA ACAREAÇÃO
Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
Código de Processo Civil - Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015.
Art. 461. O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte:
I - a inquirição de testemunhas referidas nas declarações da parte ou das testemunhas;
II - a acareação de 2 (duas) ou mais testemunhas ou de alguma delas com a parte, quando, sobre fato determinado que possa influir na decisão da causa, divergirem as suas declarações.
§ 1o Os acareados serão reperguntados para que expliquem os pontos de divergência, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
§ 2o A acareação pode ser realizada por videoconferência ou por outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real.
Art. 462. A testemunha pode requerer ao juiz o pagamento da despesa que efetuou para comparecimento à audiência, devendo a parte pagá-la logo que arbitrada ou depositá-la em cartório dentro de 3 (três) dias.
Art. 463. O depoimento prestado em juízo é considerado serviço público.
Parágrafo único. A testemunha, quando sujeita ao regime da legislação trabalhista, não sofre, por comparecer à audiência, perda de salário nem desconto no tempo de serviço.
© Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios – TJDFT
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/acareacao
Moraes manda defesa informar voo de Braga Netto para acareação para 'garantir segurança'
Anteriormente, o ministro já havia exigido que a defesa indicasse o local de estadia do general
Redação Terra
22 jun
2025
- 15h44
(atualizado às 16h13)
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a defesa do general Braga Netto informe, no prazo de 24 horas, os horários, números dos voos e o itinerário da viagem dele para participar presencialmente de uma acareação na terça-feira, 24.
O réu está preso no Rio e responde no processo por participação na trama golpista. Ele deverá ser deslocar a Brasília, onde está o STF.
A medida, segundo o magistrado, visa evitar a exposição do general e garantir a segurança do custodiado durante o deslocamento. Anteriormente, o ministro já havia exigido que a defesa indicasse o local de estadia do general.
A determinação ocorre após Moraes autorizar duas acareações (confrontos entre depoentes), na sede do STF, no dia 24 de junho de 2025:
Às 10h, ocorrerá o encontro entre o ex-assessor da Presidência Mauro Cid (que colabora com a Justiça) e o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto (preso preventivamente). Braga Netto terá autorização para sair da prisão com monitoramento eletrônico, mas com restrições: deverá se deslocar no dia anterior (23/6), informar onde ficará hospedado e não poderá se comunicar com ninguém além de seu advogado.
Às 11h, será a vez do ex-ministro da Justiça Anderson Torres (réu no caso) e do general Marco Antônio Freire Gomes (considerado testemunha-chave na investigação)
O que é a acareação?
A acareação é um procedimento previsto tanto no Código de Processo Civil quanto no Código de Processo Penal, com o objetivo de apurar a verdade por meio do confronto entre partes, testemunhas ou outros participantes do processo judicial que tenham prestado versões divergentes.
Durante os interrogatórios, Mauro Cid manteve sua versão de que Walter Braga Netto teria entregue a ele valores em dinheiro para fins relacionados ao plano golpista, enquanto o ex-ministro negou a acusação.
As divergências entre os depoimentos não se limitam ao suposto repasse de recursos. Cid e Braga Netto também apresentaram versões distintas sobre o que foi discutido em uma reunião ocorrida na casa do ex-ministro em novembro de 2022, que contou ainda com a presença de outros dois militares investigados.
https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/moraes-manda-defesa-informar-voo-de-braga-netto-para-acareacao-para-garantir-seguranca,1d8c1ca8fb82efe83663387392918d29rg5u6tzj.html?utm_source=clipboard
Acareação
Braga Netto pede acareação com Mauro Cid em ação sobre golpe
Defesa do general aponta divergências em depoimentos dos militares.
Da Redação
terça-feira, 17 de junho de 2025
Atualizado às 10:49
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A equipe jurídica responsável pela defesa do general Braga Netto formalizou, nesta segunda-feira, 16, um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, para que seja realizada uma acareação entre o militar e o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid.
Segundo os advogados, existem divergências significativas entre os depoimentos prestados pelo general e por Cid, as quais demandam esclarecimentos adicionais. A defesa argumenta que se faz necessário elucidar as acusações de que Braga Netto teria discutido o plano denominado Punhal Verde e Amarelo, um suposto planejamento golpista com o objetivo de eliminar autoridades, e que o ex-ajudante teria recebido valores monetários do general acondicionados em uma sacola de vinho.
"E não é demais explicitar que essa diligência complementar se mostra necessária para a devida apuração dos fatos, pois Mauro Cid não trouxe aos autos provas que corroborassem suas acusações em face do general Braga Netto", declarou a defesa.
Adicionalmente, os advogados requereram a suspensão da ação penal relacionada ao golpe, a fim de que a defesa possa realizar uma análise minuciosa de todas as provas que integram o processo.
Braga Netto durante depoimento ao STF.(Imagem: Antonio Augusto/STF)
Na semana passada, Braga Netto foi interrogado por Alexandre de Moraes, oportunidade em que negou ter conhecimento do plano Punhal Verde Amarelo e de ter repassado a Mauro Cid quantias em dinheiro dentro de uma sacola de vinho, destinadas a militares integrantes do esquadrão de elite do Exército, conhecidos como "kids pretos".
O general encontra-se detido desde dezembro do ano passado, sob a acusação de obstruir a investigação referente à tentativa de golpe de Estado e de tentar obter informações detalhadas sobre os depoimentos de delação de Cid.
Com informações da Agência Brasil.
Lembrete: Os comentários não representam a opinião do Migalhas; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Interrogatório
Braga Netto diz estar preso e Moraes rebate: "Eu sei, eu que decretei"
Ministro ironizou resposta após questionar histórico criminal do general.
Da Redação
terça-feira, 10 de junho de 2025
Atualizado às 20:49
Durante interrogatório no STF nesta terça-feira, 10, ministro Alexandre de Moraes provocou o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, réu na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.
Ao perguntar se já havia sido preso ou processado alguma vez, o ministro ouviu de Braga Netto: "Eu estou preso, presidente".
Moraes, então, respondeu: "Fora essa vez".
Diante da negativa do ex-ministro, concluiu: "Eu sei que o senhor está, eu que decretei".
Veja o momento:
Réu preso
Réu na ação penal que apura a tentativa de subversão da ordem democrática, Braga Netto integra o grupo apontado pela PGR como núcleo central da trama golpista. Ele foi o último dos oito acusados a prestar depoimento nesta fase de instrução.
Diferentemente dos demais, que foram interrogados presencialmente na sede do STF em Brasília, o militar foi ouvido por videoconferência, direto do Rio de Janeiro, onde está preso preventivamente.
https://www.migalhas.com.br/quentes/432337/braga-netto-diz-estar-preso-e-moraes-rebate--eu-sei-eu-que-decretei
segunda-feira, 23 de junho de 2025
Espelho, Janela e Constituição
Epígrafe
“Discordar, dialogar, discutir é legítimo — afrontar a Constituição, jamais.”
— Ulysses Guimarães
Uma bússola para navegarmos no embate democrático.
“É do povo” — a janela, lembrando que democracia se faz com quem a vive.
Apólogo Constitucional
Era uma vez um espelho e uma janela. O espelho orgulhava-se de refletir rostos e movimentos — a cada manhã, políticos da direita, bem engomados e com discursos de moralidade envernizada, se contemplavam nele com adoração. Repetiam frases feitas como mantras, indignavam-se com escândalos seletivos e apontavam o dedo sujo para qualquer gesto alheio. O espelho devolvia apenas o que via: vaidade, autorreferência e uma verdade fragmentada pela moldura de suas convicções.
A janela, por sua vez, dava para a praça. Era ampla, aberta e deixava o vento entrar. Lá fora, o povo passava: crianças, mães, velhos, trabalhadores e gente sem legenda. A esquerda, de dentro da casa, dizia amá-los — mas, muitas vezes, os observava com desdém pedagógico, como se ainda esperasse educar a todos com o evangelho de um panfleto desbotado.
O espelho dizia à janela:
— Eles não merecem a vista. Veja o caos, a bagunça, o perigo! Feche-se.
A janela respondia:
— E você, que só vê a si mesmo, sabe o que é o mundo? Quem o olha demais acaba esquecendo que há mais do que si próprio.
Certo dia, uma Constituição antiga, mas robusta, atravessou o cômodo. Era uma senhora de traços firmes e olhar paciente, que carregava em sua bolsa as cláusulas pétreas da convivência. Ela fitou o espelho e a janela com o mesmo rigor.
— Espelho, é hora de refletir o que de fato há — e não apenas o que desejam ver.
— Janela, é hora de não apenas abrir-se, mas também escutar o que o vento traz — mesmo quando incomoda.
Na soleira, encostada à porta da democracia, uma semente brotava entre as rachaduras do chão. Nem o espelho a viu, nem a janela a notou. Mas a velha senhora a regava todos os dias com um pouco de bom senso e muito compromisso público. E murmurava, quase para si:
"Os sectários passam. O mandonismo murcha. Mas o que se planta em nome do comum, com liberdade e justiça, floresce — mesmo em tempos de emburrecimento."
"Moralismo de vitrine: quando a intolerância aponta o dedo, mas tropeça nos próprios desejos."
“Eu só peço que me leiam como fui escrita — com pluralidade e sem gritos.” — Constituição 1988
Título: “Não nasci para ser enfeite”: uma entrevista exclusiva com a Constituição de 1988
Em tempos de desordem e retórica vazia, a redação do Jornal da República convidou uma ilustre personagem para uma conversa íntima e urgente: a Constituição Federal de 1988. Símbolo da redemocratização, tantas vezes citada, distorcida e, ultimamente, ignorada, ela nos recebeu com o mesmo tom que marca sua existência — serena, plural e, apesar dos pesares, ainda esperançosa. A entrevista ocorreu numa manhã de junho, no Salão Nobre da Memória Democrática, onde a Carta repousa entre emendas e lembranças.
Jornal da República: Senhora Constituição, depois de quase quatro décadas, como a senhora se vê no Brasil de hoje?
Constituição (1988): Com a altivez de quem resistiu à tempestade, mas também com a melancolia de quem já foi lida com mais devoção. Não esperava ser perfeita — nenhum texto fundacional o é —, mas sempre acreditei que seria respeitada como bússola, não como biombo. Ultimamente, ando sendo dobrada como panfleto por uns e esquivada por outros.
Jornal da República: A senhora foi chamada de “Constituição Cidadã”. Ainda se sente assim?
CF/88: O apelido me honra, mas como toda alcunha, virou rótulo. Cidadania não é só ter direitos no papel; é ter voz, teto, tempo, pão, acesso e voto. Se só sou lembrada em CPIs, sabatinas e crises, algo se perdeu no caminho. Continuo cidadã, sim — mas ando sendo usada por quem despreza o povo que me escreveu.
Jornal da República: A senhora esteve sob ataque recentemente. Há quem diga que o país precisa de uma nova Constituição. O que pensa disso?
CF/88: Isso me lembra aquelas famílias que trocam a avó porque ela já não cozinha como antes. Não é trocando o vaso que se cura o clima. Quem fala em nova Constituição costuma esconder um velho autoritarismo disfarçado de modernização. Reformas? Claro, sou aberta a elas — já aceitei mais de 130 emendas. Mas querer me revogar por não atender a devaneios é outra coisa.
Jornal da República: E sobre a direita emburrada e a esquerda sem imaginação?
CF/88: Que saudades do tempo em que divergência era sinônimo de construção, não de cancelamento. A direita está emburrada, sim — mas é um emburramento performático, cheio de ódio com aparência de virtude. Já a esquerda anda repetitiva, girando num carrossel de conceitos que parou nos anos 80. Ambas me leem com olhos fechados: uma quer me rasgar, a outra me fossilizar. Eu só peço que me leiam como fui escrita — com pluralidade e sem gritos.
Jornal da República: Como é ser mulher num país que ainda luta por igualdade?
CF/88: Ah, essa pergunta me comove. Fui parida com a ajuda de 26 mulheres extraordinárias que enfrentaram um Congresso de 500 homens. Foi no meu ventre que se inscreveu, com coragem, que “homens e mulheres são iguais perante a lei”. Mas, confesso: fico triste quando vejo que essa igualdade ainda é teórica em muitos cantos. A misoginia tem mais lobby do que o batom.
Jornal da República: O que a senhora diria ao povo brasileiro neste momento de tensão e descrença?
CF/88: Que democracia é planta que se rega todo dia, mesmo quando não floresce. Que o Estado de Direito não é um luxo da esquerda nem um incômodo da direita — é o solo comum. E que, acima de tudo, não nasci para ser enfeite. Fui escrita com suor, lágrimas e acordos. Se hoje ando empoeirada, é porque alguns preferem o pó ao texto. Mas ainda estou aqui — esperando ser lida com olhos limpos.
Jornal da República: Por fim, senhora Constituição, qual é seu maior medo?
CF/88: Que o Brasil se esqueça de que não existe República sem república, nem liberdade sem memória. Meu maior medo não é ser violada — é ser esquecida. Porque, no esquecimento, morre não só o direito, mas também o futuro.
⚰️ Epitáfio
Aqui jaz o texto que sobreviveu a golpes, emburrecimentos e mutações — que resistiu, não por glória, mas pela fidelidade de seus leitores.
“Democracia em terapia: diagnosticando o que é liberdade e o que é embuste.”
domingo, 22 de junho de 2025
"Programa nuclear iraniano e a geopolítica do Estreito de Ormuz"
Direita e Esquerda: Razões e significados de uma distinção política
por Norberto Bobbio (Autor)
"Andando na contramão das tendências contemporâneas nas Ciências Políticas, Bobbio demonstra, neste livro, a atualidade da distinção entre esquerda e direita. O ponto de ruptura encontra-se na diversidade dos modos de encarar o problema da desigualdade social e de traçar seus diagnósticos e prognósticos. Com isto, desvela-se a permanência de antigos conflitos por trás de novas situações socioeconômicas."
domingo, 22 de junho de 2025
Esquerda, direita, centro - Luiz Sérgio Henriques
O Estado de S. Paulo
Nem a direita anticonstitucional nem a esquerda sem imaginação são um destino
Num ambiente pavorosamente polarizado – e com uma compreensão curta das exigências que a democracia faz aos seus protagonistas –, um pequeno livro de Norberto Bobbio ainda pode ser lido com proveito. Contextualizemos o livro, Direita e esquerda: Razões e significados de uma distinção política. Eram os anos 1990 do século passado, a esquerda estava em debandada, tanto a comunista quanto a social-democrata. Com um dos lados em retirada, o outro, mesmo vitorioso, deixava de existir como tal. A contraposição clássica, denominada segundo a posição das bancadas parlamentares na França revolucionária, perdia sua motivação.
A política parecia, então, cancelada, dando lugar à mera “administração das coisas”, entendida como a ação humana possível diante da generalização das relações mercantis. A globalização inevitável dispensava direita e esquerda, impondo-se sem discussão o acrônimo raso de Margaret Thatcher – Tina, “there is no alternative”. Bobbio, com coragem intelectual, desmanchava a fantasia economicista e reafirmava, num momento particularmente difícil, a vigência da distinção e, portanto, de escolhas.
Política é sempre antagonismo, repetia o filósofo. Em última análise, direita e esquerda separam-se segundo a visão que têm da desigualdade humana e as soluções, melhores ou piores, que formulam para atenuá-la ou superá-la. Contudo, não são as únicas posições possíveis nem mesmo são indefinidamente iguais a si mesmas. Há variedades de centro, há esquerda e direita moderadas ou extremistas, e há, também, momentos críticos em que os próprios termos extremos perdem a “vitalidade histórica” e, na prática, passam a impedir a inovação, mesmo estando intrinsecamente exaustos.
Descendo um pouco do céu à terra, e tomando todo o cuidado para não incorrer nas tais falsas equivalências (que existem...), imaginemos um país – qualquer país – capturado, por um período histórico mais longo do que o habitual, pelo confronto sem restos entre direitistas e esquerdistas, trumpistas e não-trumpistas, bolsonaristas e lulistas.
Podemos ainda imaginar que as alas extremas destes agrupamentos farão o que puderem para que a confrontação se prolongue a perder de vista, mesmo ao custo da divisão da sociedade em metades inconciliáveis. Podemos também supor que alas menos extremadas, provisoriamente arrastadas no turbilhão, em algum ponto sintam a necessidade de “ir ao centro”, reconstituindo um terreno comum e estabelecendo a normal dialética democrática entre oposição e governo.
A reconstituição do centro político, assim entendida, implica paradoxalmente a retomada da política como luta pela hegemonia num significado muito preciso, que requer a legitimidade do adversário. Além disso, é a condição de possibilidade para que a maioria dos atores relevantes perceba as questões políticas centrais numa dada conjuntura. Tais questões, para usar uma metáfora conhecida, são o elo que, agarrado, permite manejar toda a corrente e, assim, produzir um novo e mais avançado equilíbrio de forças.
Não é possível esperar que forças subversivas, como as da atual extrema direita em escala global e também em solo pátrio, atuem com este sentido de alta política. E, por óbvio, nem as da extrema esquerda, como perto de nós o demonstram Cuba, Venezuela e Nicarágua, enquistadas num estado por elas monopolizado até com o uso da violência.
O PT é um caso singular. Reformista – fracamente reformista –, formou-se em torno de uma liderança esmagadoramente forte. Não tem propriamente, se é que um dia teve, um grupo dirigente autônomo em relação ao líder cultuado. Tradicionalmente encapsulou-se numa cultura autorreferencial, avesso ao tema do centro político e a frentes que não comandasse. Como exemplo, quase marca de nascença, a eleição crucial de 1985, quando o candidato de união nacional só podia ser Tancredo, não Lula ou alguém expressamente ungido por ele. O voto nulo e a expulsão dos desobedientes foram o passo natural seguinte, assim como natural seria o voto “radicalizado” contra o texto final da Constituição.
Mas a esquerda renasce de formas variadas, como queria Bobbio, e muitas vezes assimila outras tradições. Gabriel Boric compreendeu a universalidade dos direitos humanos, que, para ele, valem para palestinos e ucranianos. Pepe Mujica, incapaz de reivindicar mandato divino para consertar o mundo, educou seus partidários por meio de falas, aparições e livros com os “inimigos de classe”. Os incrédulos, aliás, deveriam ler suas “conversas sem ruído” com o expresidente Sanguinetti, de orientação liberal, a quem sucedeu ( Conversas sem Ruído Entre Sanguinetti e Mujica, L&PM, 2023). Nada de herança maldita. E não é a primeira vez que o paisito nos surra clamorosamente, em 1950 no futebol; agora na política...
Nem a direita anticonstitucional nem a esquerda sem imaginação são um destino. Como já aprendemos, na vida ou na política, um lance de dados nunca elimina o acaso. Mas eles, os dados, são permanentemente lançados, de modo que, apesar do acaso, não nos é permitido excluir a possibilidade de uma esquerda autorrenovada.
*Tradutor e ensaísta, coeditor das ‘obras’ de Gramsci no Brasil
As verdades
Ninguém morre antes de morrer.
Como em Direita e esquerda: razões e significados de uma distinção política
Quando a política parece cancelada e a polarização se torna um destino, resta reafirmar o essencial: direita e esquerda persistem enquanto houver desigualdade. A vitalidade da política depende não da extinção do antagonismo, mas do reconhecimento do adversário como legítimo.
Nem a extrema-direita anticonstitucional, nem a esquerda encapsulada em si mesma, são caminhos obrigatórios. A reconstituição do centro político, compreendido como espaço de disputa legítima e não de neutralidade, é condição para retomar a luta pela hegemonia — que só se realiza quando o outro não é anulado, mas confrontado.
A esquerda pode renascer se abandonar o culto da pureza e reconhecer que a imaginação democrática está no diálogo, na pluralidade e no sentido universal dos direitos humanos. A política, afinal, é sempre escolha — e os dados, mesmo lançados, não cessam de cair.
Entre a busca por dissuasão militar e o controle estratégico do Golfo Pérsico, o Irã reforça sua influência regional com implicações para as rotas globais de energia.
Flamengo vira em três minutos
Balão de Santa Catarina também revira o jogo — em menos de três
Só brados e sobradinhos
Parlamento do Irã aprova fechamento do Estreito de Ormuz, diz mídia local
Região é considerada crucial para navios petroleiros; cerca de 20% do transporte global da commodity passa pelo local
Reuters
22/06/25 às 11:05 | Atualizado 22/06/25 às 11:11
O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã deve tomar a decisão final sobre o fechamento do Estreito de Ormuz, informou a Press TV do Irã neste domingo (22), após o parlamento supostamente ter aprovado a medida.
A decisão de fechar o estreito, por onde flui cerca de 20% da demanda global de petróleo e gás, ainda não é definitiva.
Mas o parlamentar e comandante da Guarda Revolucionária, Esmail Kosari, disse ao Clube de Jovens Jornalistas neste domingo que isso está na agenda e "será feito sempre que necessário".
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🔴 BREAKING NEWS: Assista às últimas informações após EUA atacarem o Irã - 22/06/2025
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domingo, 22 de junho de 2025
Opinião do dia - Antonio Gramsci
I. Alguns pontos preliminares de referência
É preciso destruir o preconceito, muito difundido, de que a filosofia é algo muito difícil pelo fato de ser a atividade intelectual própria de uma determinada categoria de cientistas especializados ou de filósofos profissionais e sistemáticos. É preciso, portanto, demonstrar preliminarmente que todos os homens são “filósofos”, definindo os limites e as características desta “filosofia espontânea”, peculiar a “todo o mundo”, isto é, da filosofia que está contida: 1) na própria linguagem, que é um conjunto de noções e de conceitos determinados e não, simplesmente, de palavras gramaticalmente vazias de conteúdo; 2) no senso comum e no bom senso; 3) na religião popular e, consequentemente, em todo o sistema de crenças, superstições, opiniões, modos de ver e de agir que se manifestam naquilo que geralmente se conhece por “folclore”. Após demonstrar que todos são filósofos, ainda que a seu modo, inconscientemente — já que, até mesmo na mais simples manifestação de uma atividade intelectual qualquer, na “linguagem”, está contida uma determinada concepção do mundo —, passa-se ao segundo momento, ao momento da crítica e da consciência, ou seja, ao seguinte problema: é preferível “pensar” sem disto ter consciência crítica, de uma maneira desagregada e ocasional, isto é, “participar” de uma concepção do mundo “imposta” mecanicamente pelo ambiente exterior, ou seja, por um dos muitos grupos sociais nos quais todos estão automaticamente envolvidos desde sua entrada no mundo consciente (e que pode ser a própria aldeia ou a província, pode se originar na paróquia e na “atividade intelectual” do vigário ou do velho patriarca, cuja “sabedoria” dita leis, na mulher que herdou a sabedoria das bruxas ou no pequeno intelectual avinagrado pela própria estupidez e pela impotência para a ação), ou é preferível elaborar a própria concepção do mundo de uma maneira consciente e crítica e, portanto, em ligação com este trabalho do próprio cérebro, escolher a própria esfera de atividade, participar ativamente na produção da história do mundo, ser o guia de si mesmo e não mais aceitar do exterior, passiva e servilmente, a marca da própria personalidade?
*Antonio Gramsci (1891-1937), Cadernos do Cárcere, v. 1, p.93-4. 5ª edição – Civilização Brasileira, 2011.
Carlinhos Cor das Águas Vulcão da Memória
Luciano Chaves
1 de jul. de 2020
Vulcão da memória
(Carlinhos Cor das Aguas)
uma noite viva
uma luz acesa
uma noite de São João
brisa do passado
fogo da alegria
brasa da recordação
roda da fogueira
calor da amizade
balão do primeiro amor
o primeiro beijo
fogo do desejo
ai, São João como era bom
gira o mundo, gira
roça do destino
debulhando grão em grão
licor desta vida
doce desta vida
é a noite de São João
fogos na calçada
canjica na mesa
sonhos de papel crepom
vulcão da memória
guardada no tempo
ai, São João como era bom
©2011
---------------------------------------
Banda:
Carlinhos Cor das Aguas - violão e voz
Luciano Chaves - flauta
Daniela Pena - cajon
Diego Ribeiro - violino
Teatro Villa Velha - Salvador, BA:
Eduardo Santiago - som
Elizeu Santana - luz
Jailson Souza - aux. de luz
Dailson Barroso - aux. de luz
Edmilson - cantina
Produção de videoclipe:
Marise Berta - Produção e direção
Umbelino Brasil - Produção e direção
Dedeco Macedo - imagens, edição e direção
Vicente Sampaio - fotografia still
Nossos agradecimentos a Jarbas Bitencourt, que viabilizou a liberação do Villa Velha; e a toda a equipe.
SANTA CATARINA
Balão cai em SC: como são os passeios na 'Capadócia brasileira'?
Praia Grande fica na divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a cerca de 270 quilômetros de Florianópolis
Como são os passeios em Praia Grande, a 'Capadócia brasileira' - (crédito: Reprodução/Instagram/@sobrevoar)
Um acidente de balão deixou oito mortos em Praia Grande, município no sul de Santa Catarina, na manhã deste sábado, 21. Havia 21 pessoas a bordo, incluindo o piloto, e os sobreviventes tiveram de saltar do equipamento em chamas. Ainda não se sabe a possível causa do acidente.
A região é famosa pela prática de balonismo e é considerada a "Capadócia brasileira", em alusão à região da Turquia onde a prática de balões atrai turistas de todo o mundo. O passeio no local chama a atenção pela vista proporcionada para os cânions Itaimbezinho e Fortaleza.
Leia também: Quem são as vítimas do acidente que deixou oito mortos em SC
A cidade de cerca de 8 mil habitantes também é conhecida como Capital dos Cânions, por ter 11 dessas formações geológicas em seu território, segundo o portal de turismo da região. Praia Grande fica na divisa de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a cerca de 270 quilômetros de Florianópolis.
Segundo uma empresa que oferece pacotes de lazer na região, os passeios, na maioria das vezes, começam por volta das 5h30 da manhã e duram cerca de 45 minutos a 1 hora. Os pacotes oferecidos giram em torno de R$ 500 e ultrapassam R$ 3 mil.
Leia também: Três pessoas morreram abraçadas em acidente com balão que pegou fogo em SC
A Sobrevoar, empresa responsável pelo balão que pegou fogo neste sábado, disse que trabalha com "seriedade e cumpre todas as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Avião (ANAC)" e destacou que não tinha registro de acidentes anteriores. A empresa também lamentou a tragédia e disse que está prestando assistência às vítimas.
Conforme informações de um veículo local, o Economia SC, o turismo na região começou a se fortalecer na década de 1990 com a criação de parques nacionais, mas ganhou ainda mais notoriedade durante a pandemia.
Entenda o caso
As equipes que atuam no local seguem em busca pelos treze sobreviventes. Não foram divulgadas informações sobre o estado de saúde desse grupo.
Conforme os bombeiros, o balão se incendiou enquanto voava e caiu em uma área próxima a um posto de saúde (Cachoeira).
Vídeos da queda divulgados nas redes sociais mostram que, durante a queda, o balão já estava em chamas e o cesto se solta antes de chegar ao chão. Também é possível ver passageiros caindo.
Ainda não há hipóteses sobre a causa do acidente, que será investigada pelas autoridades.
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balão
Santa Catarina
Por Agência Estado
FLAMENGO VIRA EM TRÊS MINUTOS
PILHADO, ANIVERSARIANTE É EXPULSO QUATRO MINUTOS APÓS ENTRAR EM CAMPO
FLAMENGO 3 X 1 CHELSEA | MELHORES MOMENTOS | COPA DO MUNDO DE CLUBES FIFA | ge.globo
ge
20 de jun. de 2025 #CopaDoMundodeClubes #Flamengo #Chelsea
Flamengo vence Chelsea de virada e abre vantagem na liderança do Grupo D
Bruno Henrique, Danilo e Wallace Yan marcam os gols da vitória rubro-negra
Atacante do Chelsea fica quatro minutos em campo e é expulso contra o Flamengo
Jogador entrou aos 18 minutos do segundo tempo e deixou o gramado aos 22
Por Redação do ge — Filadélfia, EUA
20/06/2025 16h35 Atualizado há 9 minutos
Aos 22 min do 2º tempo - cartão vermelho direto de Jackson do Chelsea contra o Flamengo
Nicolas Jackson ficou apenas quatro minutos em campo contra o Flamengo. O atacante do Chelsea recebeu o cartão vermelho por uma falta no meio campo em Ayrton Lucas. O Rubro-Negro venceu, de virada, por 3 a 1 e se manteve na liderança do Grupo D da Copa do Mundo de Clubes.
+Atuações: Bruno Henrique e Filipe Luís são os melhores contra o Chelsea; dê suas notas
+Veja do que o Flamengo precisa para garantir ainda nesta sexta a vaga nas oitavas da Copa do Mundo
Flamengo 3 x 1 Chelsea | Melhores momentos | Copa do Mundo de Clubes 2025
Nicolas entrou aos 18 minutos no lugar do Delap e foi expulso aos 22 do segundo tempo. O jogador perdeu o tempo da bola e acertou em cheio a canela e o pé esquerdo de Ayrton Lucas.
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+Conheça os 12 estádios da Copa do Mundo de Clubes 2025
+Quem é o seu camisa 10 favorito na Copa do Mundo de Clubes?
O atacante foi expulso pouco tempo depois do Flamengo virar a partida. Danilo marcou aos 19, após Pulgar cobrar escanteio no meio da área, Bruno Henrique ajeitou de cabeça, e o zagueiro desviou para o fundo do gol.
"Botar inglês na roda é especialidade do Flamengo", comemora Arthur após vitória por 3 a 1
Flamengo
Jorginho mela
Jorginho Mello
A pirâmide de evidência científica: da base ao topo!
Conclusão crítica
A entrevista revela um Jorginho Mello firmemente posicionado à direita do espectro político, com discurso afinado ao bolsonarismo e uma narrativa crítica ao governo federal. Embora traga conquistas administrativas no âmbito estadual, suas declarações políticas carecem, em muitos casos, de base técnica, evidências quantitativas ou justificativas legais, especialmente nos temas sensíveis como golpe de Estado, redistribuição federativa e segurança pública. Sua projeção para 2026 depende do fortalecimento dessa base conservadora, mas os desafios de factualidade e viabilidade institucional de algumas propostas permanecem em aberto.
ENTREVISTA – JORGINHO MELLO
“FALTA LIDERANÇA”
Governador de Santa Catarina vê um Lula isolado, cuja gestão só pensa em gastar, e projeta ampla vitória da direita em 2026, com a união do grupo em torno de Jair Bolsonaro
Laísa Dall’Agnol
Aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), chega ao terceiro ano de mandato com índices positivos em áreas sensíveis como crescimento econômico e segurança pública. A pouco mais de um semestre do fim da reeleição, esse desempenho se reflete na avaliação da gestão, que tem 77% de aprovação, segundo levantamento deste mês do instituto Paraná Pesquisas. Com que defende Bolsonaro — que espera ver de volta ao Palácio do Planalto —, o catarinense faz críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem julga não haver diálogo, sem credibilidade e cada vez mais isolado, em uma pauta contrária ao que a maioria dos brasileiros quer. Para a eleição de 2026, ele defende a conjunção das forças de oposição e de centro-direita para projetar a vitória esmagadora da direita e o ostracismo de Lula. “Ele não ganhará se continuar com a política que tem feito. A gastança faz com que seu governo piore a cada dia”, diz.
Qual a sua avaliação sobre a dificuldade do governo em aprovar um pacote sobre as contas públicas?
A situação simboliza, mais uma vez, a falta de credibilidade e de liderança do presidente Lula. Ele tenta aumentar impostos e repassar a conta para a população. Os parlamentares sabem que isso é um erro. O governo está isolado, sem articulação sólida, e colhe os frutos de sua agenda impopular. O Congresso, em boa parte alinhado aos valores liberais, resiste porque en—
ENTREVISTA – JORGINHO MELLO
Como está a sua relação com a gestão Lula?
Tenho posição política 100% contrária à do presidente. Não possuo afinco nenhum com o governo federal. O que tenho feito é trabalhar questões importantes para o estado, pois isso transcende qualquer tipo de relação. Tenho a responsabilidade de ser governador, assim como Lula tem a responsabilidade de ser presidente. O governo federal não cumpre com seu papel. Os recursos mais ficam em Brasília do que vêm para os estados. Santa Catarina aprendeu a resolver seus problemas, porque mandamos 100 reais ao governo federal e voltam 10. Se sobra qualquer coisa em Brasília, ninguém se lembra de nós, acham que não precisamos de nada.
Lula corre o risco de não ser reeleito?
Não tenho dúvida. Ele não ganhará a eleição se continuar com a política que tem feito. A gastança faz com que o governo piore a cada dia. Se vier e gasta mais do que ganha, vai se arruinar, e isso não é um bom exemplo.
O senhor acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro conseguirá disputar a eleição?
Torço muito para que sim. Ele é meu candidato. E, se não for ele, será o candidato que ele indicar. Torço muito para que a justiça seja feita e que ele fique elegível, porque o Brasil quer isso de novo. Ele é o maior líder dos últimos anos no Brasil.
Insistir até os “48 minutos do segundo tempo” na candidatura, como Bolsonaro defende, não atrapalha a direita?
Nada acontece antes da hora. Ele vai ser julgado e até que um movimento seguirá construindo a candidatura. Mas é preciso perguntar: por que ele não pode disputar? O presidente Lula teve uma série de dificuldades. O que se viu foram decisões monocráticas de que os processos não estavam certos, que tudo foi politizado em alguma instância. Qual o crime que Bolsonaro cometeu? Quando ele governou, se fez fora de Brasília, do Rio de Janeiro, ele estava fora, não existia.
O que achou do depoimento do ex-presidente no STF?
Bolsonaro foi lá e respondeu, se declarou que não teve nenhuma crime. Está tranquilo, sabe que não deve nada.
O senhor apoia a anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro?
Apoio, porque tem pessoas que pegaram penas excessivas, penas que muita gente não entende. Em um projeto que pode acontecer, vai se analisar quem é extremista e quem não é. A pena excessiva não é democracia. Se arrependeram e reconheceram que cometeram um excesso, não se justifica estarem condenados de forma tão difícil na política nacional.
Houve tentativa de golpe?
Não houve. O que houve foi uma série de trapalhadas, com alguns das Forças Armadas, aquelas conversas todas. Não teve plano, não teve armamento, não teve quem quisesse assumir. Golpe de Estado é outra coisa. Não houve absolutamente nada. Estão exagerando.
Com redução de roubos, furtos e a menor taxa de homicídios do país (5 por 100.000 habitantes em 2024), o senhor tem propagado que bandido não tem “moleza” no estado. O que significa isso?
Combatemos o crime com firmeza. As forças policiais são muito bem qualificadas. Investimos muito em tecnologia e no material humano, com fardamento decente, armamento, equipamentos e inteligência, para estar sempre um passo à frente da bandidagem.
Por que o senhor tem investido em programas de trabalho dos presos?
Porque dá resultado. Dos 28.000 apenados, 8.000 estão trabalhando em programas que procuram essa mão de obra, que é muito concentrada e dedicada, porque ela está ali em tempo integral, não tira atestado médico, não falta ao serviço. O preso ganha um salário mínimo por mês, sendo que 50% vai para a família, 25% coloca-se num fundo que, quando ele se inserir de novo na sociedade, pode sacar para levar, mais 25% é para pagar o custo dele no presídio. Tem fila de empresários que desejam essa mão de obra. Vamos abrir mais 8.000 vagas. É um programa que é bom para a empresa, para o governo e para o próprio detento.
O presídio de Florianópolis vai ser demolido e, em seu lugar, será erguida uma estátua semelhante à do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Qual é o propósito?
Temos um presídio bem central, que não tem mais como estar em uma prisão, pois é muito próxima de áreas turísticas e do centro. Vamos desativar esse complexo penitenciário. Faremos uma parceria público-privada com restaurantes, bares e a construção da estátua de Santa Catarina, que será símbolo da paz e do nosso estado. Será uma das maiores do Brasil, maior que o Cristo Redentor do Rio. Vai ser um ponto de religiosidade, de turismo e de transformação social.
Sobre a PEC da Segurança, proposta pela gestão Lula, há queixas dos governadores, que temem perder protagonismo. Qual é a sua avaliação?
Não defendi nenhum tipo de PEC, nem nenhum tipo de lei que tire autonomia dos estados. Isso foi construído na Constituição de 1988. É preciso refletir qual fazer uma política pública com empalamento, com fortalecimento das polícias estaduais? Concordo com a criação de uma guarda nacional, mas não de uma outra estrutura policial, pública, de Brasília, que desconfio que está preocupada com segurança pública. O Brasil não precisa de mais despesa. Precisa fazer acontecer o que já existe.
De que forma isso deveria ser feito?
O governo federal precisa cuidar dos internos, algo que fez de forma muito ruim. As pessoas estão ali por matar, vender drogas. Mas, em muitos casos, são só usuários. É papel do estado cuidar desses que são doentes, que são dependentes. Ao cuidar desses, você evita reincidência. É uma solução humanitária, que evita que essas pessoas voltem a cometer crimes. O governo federal precisa assumir a responsabilidade com os presídios federais e criar uma nova polícia.
Santa Catarina passou a multar quem está usando drogas nas ruas. Como está sendo essa política?
Você vê ali no centro uma mulher com um filho, um pai e um filho ou alguém fumando crack. A multa não é um fim, é um meio. É um fundamento técnico e administrativo, em dinheiro. Eu não quero ninguém usando droga em local público, com crianças, com qualquer cidadão.
Recentemente, em uma reunião com os governadores do Sul sobre o pacto federativo, o senhor falou em fundo do Sul. Foi uma piada ou tem um fundo de verdade?
Não sou separatista. Tenho orgulho de ser brasileiro, e o catarinense também tem. Mas não estamos satisfeitos com o tratamento que Brasília nos dá.
Artigo: O sapo na panela e a erosão do capital político
Conclusão crítica
A reportagem traça um retrato realista, embora carregado de interpretações, dos desafios enfrentados por Lula em seu terceiro mandato e da viabilidade de uma quarta candidatura. As críticas dos especialistas apontam, com base em percepções estratégicas, para uma erosão de capital político, dificultada por uma comunicação restrita à base ideológica e fragilidade na articulação com o Congresso.
Contudo, algumas análises generalizam comportamentos e omitem variáveis institucionais e conjunturais relevantes — como o papel dos partidos do centrão, a resistência legislativa a pautas progressistas e o legado da gestão anterior. A viabilidade de Lula em 2026 dependerá não apenas de sua saúde e imagem pública, mas de fatores estruturais como desempenho econômico, alianças políticas e a definição dos concorrentes à direita.
A erosão do capital político refere-se à perda gradual do apoio popular e da legitimidade de um governo ou líder político. Esse processo pode ser desencadeado por uma série de fatores, incluindo escândalos de corrupção, políticas impopulares, crise econômica, e má gestão da coisa pública. A erosão do capital político pode levar a instabilidade política, protestos, e até mesmo a queda do governo.
ELEIÇÕES 2026
Lula está de olho no 4º mandato; veja análises de marqueteiros
Apesar da imagem desgastada, reprovação elevada e articulação capenga, chefe do Executivo antecipa corrida eleitoral e segue sem herdeiro político na esquerda.
Por Danandra Rocha e Wal Lima
postado em 22/06/2025 03:59
As recentes derrotas do governo no Congresso Nacional reacenderam os debates sobre a capacidade de articulação política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e levantaram questionamentos sobre a viabilidade eleitoral do petista nas eleições de 2026. O chefe do Executivo tem dado sinais de que pretende concorrer ao quarto mandato, "se tiver boas condições de saúde". Assim, segue sem abrir espaço para um eventual herdeiro político no partido e na esquerda.
Especialistas em marketing político ouvidos pelo Correio destacam que o desgaste na imagem pública de Lula é visível e contruibui para o cenário de desaprovação majoritária entre o eleitorado. É o que mostra, por exemplo, a pesquisa MDA/CNT: 52,9% da população desaprova o desempenho de Lula, contra aprovação de 40,7%. O levantamento mostra que, apesar da leve redução na desaprovação em relação a fevereiro, a avaliação negativa predomina, em meio à percepção de um governo fragilizado e com dificuldade para articular com o Legislativo.
Leia também: Lula diz que será "candidato para ganhar" se disputar eleições em 2026
Marqueteiros alertam que Lula enfrenta um desafio estrutural em sua estratégia de comunicação e na condução política do atual mandato e, provavelmente, na corrida eleitoral em 2026.
Marcelo Vitorino, especialista em marketing digital, avalia que a postura do presidente está desalinhada com o atual cenário político. "Naqueles [dois primeiros mandatos], havia maior diversidade política nas pastas ministeriais, o que favorecia articulações mais amplas. Já neste terceiro mandato, Lula foi eleito por uma margem estreita, e sua postura tem sido mais alinhada ao petismo. Esperava-se um governo mais plural, capaz de atrair também os eleitores não ideológicos", observa.
Vitorino ressalta que o presidente tem dificuldades em sair do espectro ideológico que o consagrou. Essa escolha — de falar principalmente para a base progressista — tem limitado sua capacidade de governar para além do próprio campo. "Lula já não é mais visto como o grande conciliador de antes. Sua postura atual repete, em direção oposta, a lógica de Bolsonaro: fala para dentro de seu campo ideológico", afirma. Além disso, ele aponta um esgotamento do eleitorado com o ambiente de polarização. "A política brasileira vive, desde Bolsonaro e agora sob Lula, em um eterno clima eleitoral. Nenhum deles desceu do palanque, o que resulta em alta rejeição para ambos", completa.
Desarticulação
Emerson Saraiva, publicitário e consultor político, considera o enfraquecimento da imagem de Lula como articulador fruto de dois movimentos principais no Congresso: o embate sistemático da oposição e o aumento do fisiologismo na base aliada. "Existe uma postura cada vez mais fisiologista dos parlamentares que apoiam o governo, pela valorização que tem o papel desses parlamentares na sustentação de um governo com baixíssimos índices de aprovação", explica.
Leia também: Análise: Lula antecipa campanha à reeleição, Tarcísio vai à marcha evangélica
Saraiva destaca que Lula tem enfrentado dificuldades para manter a imagem de estadista que o ajudou a vencer em 2022. "Ele construiu uma imagem de estadista, que trabalha com todos pelo bem do país, mas tem uma postura bem diferente em relação aos seus opositores mais ferrenhos, não apenas nos atos, mas principalmente, no discurso."
De acordo com o estrategista, a forma como Lula se comunica hoje não é suficiente para conter a ofensiva da oposição, que se articula principalmente nas redes sociais. "Várias crises enfrentadas pelo governo que tiveram como principal elemento a força comunicacional da oposição não apenas não foram resolvidas como foram agravadas pela forma como Lula e seus apoiadores reagiram", afirma Saraiva.
Apesar de Lula sinalizar que não pretende abrir mão da candidatura para a reeleição, especialistas alertam que o caminho até lá será árduo. Mas a dificuldade de articulação do atual governo no Congresso Nacional, somada ao enfraquecimento da imagem pública de Lula, pode inviabilizar uma candidatura competitiva do petista, segundo especialistas.
Saraiva acredita que o presidente se aproxima de um dilema estratégico, se insistir em ações que não funcionam e que podem comprometer ainda mais a imagem dele. Vitorino, por sua vez, vê uma oportunidade para lideranças fora do eixo polarizado. "Há uma oportunidade clara para quem quiser romper com o partidarismo e reconectar a política com as reais demandas sociais", avalia o publicitário.
As dificuldades de articulação política e o desgaste da imagem pública de Lula também têm sido explorados pela oposição no Congresso. O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), por exemplo, atribuiu as recentes derrotas do governo à falta de organização interna.
"Já estava na cara que não iria passar aqui na Câmara. É um tributo, e o governo só pensa em taxar, dificultando a renda do brasileiro. Falaram que iam ter 300 votos de vantagem. Provamos que quem manda é o Parlamento", afirma, em referência à rejeição do decreto que aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Lopes também critica a condução da base aliada, destacando que "nem os partidos que o presidente considera aliados conseguiram segurar". Ao comentar sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) sobre o escândalo no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), declara esperar que o colegiado exponha irregularidades nos descontos a aposentados e que os culpados sejam punidos.
Na defesa do governo, a deputada Érika Kokay (PT-DF) minimiza o impacto político das derrotas no Legislativo e afirma que elas não representam fraqueza do Executivo, mas, sim, "imposições contra o povo brasileiro". Segundo a parlamentar, há uma resistência por parte da oposição em aprovar medidas de justiça tributária. "Eles têm uma resistência imensa de colocar o rico no Orçamento. Eles são contra taxar as grandes fortunas", ressalta. "Quando dizem 'nenhum imposto a mais', é nenhum imposto para quem tem muito dinheiro no Brasil." A petista reforça que o governo tem compromisso com o equilíbrio fiscal, desde que atrelado à justiça social, e defende que rico pague mais Imposto de Renda.
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