Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quarta-feira, 6 de janeiro de 2021
"...teve esse vírus..." – CAMINHOS (DES)CONHECIDOS
"Com relação à pandemia, o Brasil é, atualmente, o terceiro país com o maior número de casos de covid-19, com 7,7 milhões de pessoas que já foram infectadas pelo novo coronavírus. Apenas Estados Unidos (com 20,9 milhões) e Índia (com 10,3 milhões) estão à frente."
[Vídeo] Bolsonaro diz que 'o Brasil está quebrado' e que não consegue 'fazer nada'
Por Jornal do Brasil
Publicado 05, Jan, 2021,15:01
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (5) que "o Brasil está quebrado" e que ele não consegue "fazer nada". Além disso, Bolsonaro disse ainda que a "mídia sem caráter" potencializou a pandemia de covid-19 no país.
O presidente deu a declaração em Brasília, durante uma conversa com um grupo de apoiadores na saída da residência oficial do Palácio da Alvorada, antes de seguir para seu escritório, no Palácio do Planalto.
"Chefe, o Brasil está quebrado, chefe. Eu não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela do imposto de renda, teve esse vírus potencializado pela mídia que nós temos aí, essa mídia sem caráter", disse Bolsonaro.
A mudança no imposto de renda mencionada por Bolsonaro trata-se da alteração da faixa de isenção, tema que foi promessa de campanha do presidente. Em dezembro, Bolsonaro chegou a falar em subir para R$ 3 mil a faixa de isenção, que atualmente está em R$ 1.903,98.
Com relação à pandemia, o Brasil é, atualmente, o terceiro país com o maior número de casos de covid-19, com 7,7 milhões de pessoas que já foram infectadas pelo novo coronavírus. Apenas Estados Unidos (com 20,9 milhões) e Índia (com 10,3 milhões) estão à frente.
Já em número de mortes, o Brasil é o segundo da lista: são mais de 196 mil óbitos causados pela covid-19, acima da Índia, que tem 149 mil mortes, e atrás apenas dos EUA, com 355 mil. Todos os números são da universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos.
Até agora, o ministério da Saúde ainda não definiu uma data para o início da vacinação da população brasileira. De acordo com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a previsão é que a vacinação comece no final de janeiro, "na melhor hipótese", e em meados ou no final de fevereiro, "na pior hipótese". (com agência Sputnik Brasil)
https://www.jb.com.br/pais/politica/2021/01/1027483--video--bolsonaro-diz-que-o-brasil-esta-quebrado-e-que-nao-consegue-fazer-nada.html
Jornal da manhã – 06/01/21
Por Jovem Pan 06/01/2021 06h05
Leandro Narloch: - Oi Sachsida, um prazer revê-lo. É... Secretário o... é... em novembro técnicos da sua Pasta é... disseram que... a... alguns estados brasileiros já tinham atingido a imunidade de rebanho. E... e você mesmo chegou a dizer que o Brasil dificilmente entraria numa segunda onda do Coronavírus. É...você mantém essa.. essa posição e...o... a sua Secretaria tem algum plano pra i...u... a... um segundo se caso essa um agravamento dessa segunda onda... dessa segunda onda?
Adolfo Sachsida: - Excelente pergunta Narloch. Eu aproveito aqui a Jovem Pan pra pedir desculpa públicamente ao Brasil. Não é função da minha Pasta dar opinião sobre questões epidemiológicas e eu cometi um erro. Aproveito peço desculpas aqui e, de novo, a nossa... a minha Pasta cuida da política econômica. E... eu não deveria ter me manifestado sobre a... esse assunto. Obrigado por essa oportunidade.
https://jovempan.com.br/videos/programas/jornal-da-manha/jornal-da-manha-06-01-21.html
O MUNDO DAS VACINAS – CAMINHOS (DES)CONHECIDOS
[The world of vaccines – (un)known paths]
Liliana Muller Larocca*
Telma Elisa Carraro**
RESUMO: Ao considerarmos o ser humano como ator social,
agente de seu processo saúde-doença, é imprescindível
considerá-lo historicamente. Assim, conhecer a história é
necessário para que o Enfermeiro compreenda a progressão
espiral do processo saúde-doença, seu caráter dinâmico e
seu caráter social. A aproximação da história possibilita
compreender a complexa produção das doenças na vida
humana. A prevenção das doenças nasceu justamente da
necessidade de compreender e resgatar a vida humana;
portanto conhecer a história da prevenção das doenças
transmissíveis é condição absoluta para a atuação do
Enfermeiro no Programa Nacional de Imunizações. A
prevenção das doenças encontra-se permeada pela história
da VARÍOLA, objeto de estudo do presente trabalho.
PALAVRAS-CHAVE: Vacinas; Varíola; História; Vacinação.
1 CAMINHOS QUE LEVAM AO MUNDO DAS VACINAS
Para a Enfermagem, o ser humano não é apenas um
produto biológico, mas um agente no processo saúdedoença, um ator social: aquele que vive sua história
concreta tendo suas condições de vida determinadas
histórica e socialmente.
O processo saúde-doença é fenômeno intimamente
ligado à vida privada do ser humano; mas esse somente
poderá conhecer suas possibilidades de vida tornando-se
consciente das possibilidades de todas as pessoas que
vivem nas mesmas circunstâncias que ele (Berlinguer
1988, p.94).
Todo o ser humano só existe inserto num contexto
histórico concreto. Nessa perspectiva, reflexão e ação
coexistem, condicionadas pela relação dos atores sociais entre
si e com o mundo; isso implica necessariamente resgatar
historicamente o caminho percorrido pela humanidade.
2 VACINAS, UM CAMINHO HISTÓRICO
A necessidade de diminuir as mortes causadas por
doenças transmissíveis, a procura do ser humano por
melhores condições de vida e o impacto das epidemias nas
sociedades humanas possibilitaram o caminhar da
humanidade rumo à descoberta das vacinas.
Esse caminhar encontra-se permeado pela história de
uma doença conhecida desde os primórdios da humanidade:
a varíola. Até sua plena erradicação,1
essa doença ocupou
lugar de expressão no quadro epidemiológico mundial,
difundindo-se indiscriminada e violentamente; dizimando
populações ao longo dos séculos e deixando marcas físicas
e sociais (Fernandes, 1999, p.11).
A varíola foi considerada erradicada quando houve a
cessação de toda transmissão.
Segundo Fernandes (1999, p.11) a vacina da varíola
constituiu-se na primeira iniciativa frutífera em direção ao
controle imunitário das doenças infecciosas.
A varíola e a vacinação antivariólica, as primeiras
campanhas de vacinação em massa, sua forma de
organização e as reações populares são elementos
históricos importantes para o resgate do impacto que esta
nova forma de trabalhar com saúde causou: a prevenção
mediante utilização de imunobiológicos.
Ao longo dos séculos, várias foram as tentativas de
controlar a expansão da varíola, desde práticas de
inoculação da própria doença até a produção da vacina em
larga escala. Segundo Fernandes (1999, p.12), após
intensas polêmicas travadas em torno dos métodos de
combate à doença, alcançou-se o controle do vírus e sua
preservação fora do organismo humano, inclusive até
mesmo em disquetes de computador, reacendendo-se
polêmicas históricas em uma nova era: bioética, segurança bélica e a própria virologia, que vem estudando o vírus da
varíola em busca da cura para a AIDS.
As referências mais antigas à varíola são encontradas
nos escritos de George Rosen (1994), autor que subsidiou
a parte inicial dessa revisão histórica.
A varíola já era conhecida na Antigüidade; é possível
encontrar relatos sobre epidemias dessa época. Escritos da
Roma Antiga datados de 251 a 266 d.C. sugerem que tenha
sido varíola uma epidemia que ficou conhecida como a
“peste de Cipriano” em alusão ao mártir São Cipriano,
perseguido pelo Imperador Valeriano. É creditada a um bispo
francês chamado Marius, em 570, a utilização da palavra
“varíola” com o significado de “pintado” ou “pontilhado”
(Rosen, 1994, p.45).
Na Idade Média, com o aumento da concentração
urbana, as pessoas freqüentemente se encontravam em
torno das praças dos mercados, onde política, comércio,
religião e arte se misturavam, fomentando a crença na
existência de perigosos focos de doenças em locais
públicos. O medo das doenças fazia com que o homem
medieval procurasse proteção, o que resultou numa união
de idéias médicas e religiosas (Rosen, 1994, p.57).
Rosen (1994, p.58,87) refere vários estudos que
concordam: ao final do século VI, a doença tornara-se
epidêmica na Arábia, chegando até a Europa pela sua área
mediterrânea. Um tratado do médico Razes (850-923 d.C.)
escrito no início do século X contém a primeira descrição
da moléstia varíola. Sua denominação mais conhecida,
smallpox, surgiu na Inglaterra do século XVI, em
contraposição ao termo francês le petit véroli, usado até
então com mais freqüência.
A expansão das cidades e a aglomeração humana
fizeram que a varíola crescesse em importância como
problema de saúde comunitária, espalhando-se ao final do
período medieval pela Europa, Ásia, África e Américas
(Rosen, 1994, p.87).
Em 1629, os primeiros boletins de mortalidade
impressos em Londres registravam a varíola como sendo
uma enfermidade que, ano a ano, mantinha regularidade no
número de casos. Durante uma epidemia ocorrida em 1659,
os boletins de mortalidade londrinos registraram mais de mil
e quinhentas mortes. No final do século XVII, já se
considerava a varíola uma parte inevitável da infância. Os
recém-nascidos apresentavam uma forma mais branda da
doença, que se mostrava mais fatal em crianças mais velhas
e adultos (Rosen, 1994, p.88).
Segundo Rosen (1994, p.88), ao final do século XVIII
a varíola era endêmica nas cidades de toda a Grã-Bretanha,
sendo uma das principais causas de morte da população e
representando, assim, uma contínua ameaça à saúde pública.
A varíola penetrou no Novo Mundo pouco depois da
descoberta deste. A necessidade de informar o público sobre
a doença e os meios de enfrentá-la levou Thomas Thacher
a publicar em 1677-1678 o artigo “Uma breve regra para
guiar as pessoas comuns da Nova Inglaterra a se
conduzirem, e aos seus, diante da varíola ou sarampo”,
considerado o primeiro documento médico impresso na
América (Rosen, 1994, p. 88).
A necessidade de uma prevenção efetiva contra a
varíola era reconhecida pela sociedade, situação que
propiciou estudos e tentativas de controle da doença. Assim
no final do século XVIII, é alcançado um dos grandes trunfos
da Medicina Preventiva: à vacina de Edward Jenner
(Rosen,1994, p.88).
2.1 UMA DESCOBERTA NO ESCURO...
Apesar de a descoberta da vacina antivariólica ser
atribuída a Edward Jenner, os chineses, no século X, já
praticavam a inoculação contra a varíola aspirando uma
quantidade de pus das feridas de indivíduos doentes
(Gordon, 1996, p.43). O método de variolização na China
desenvolvia-se como um ritual secreto em que as crostas
das feridas dos doentes eram reduzidas a pó e, com ajuda
de um tubo de bambu, sopradas nas narinas das pessoas
em busca de proteção (Chalhoub, 1996, figura 14).
Segundo Gordon (1996, p.43-44), os turcos também
praticavam a inoculação contra a varíola há várias gerações:
“Eles davam pequenas festas, nas quais velhas mulheres,
usando agulhas, inoculavam-nos com o veneno da varíola
humana, guardado numa casca de noz”. O ritual ficou
conhecido pela esposa do embaixador britânico em
Constantinopla, Lady Mary Wortley Montague (1629-1762),
que tivera varíola aos vinte e seis anos, doença que a
deixara marcada para o resto da vida. Considerando-se
desfigurada pela doença, escreveu: “Agora a beleza se foi
e não existem mais amantes... Não existe nenhuma pomada
capaz de sarar uma jovem trêmula?”. Sua tristeza pela
doença era grande, pois, além de suas marcas, seu irmão
mais novo havia morrido de varíola. O impacto da varíola
em sua vida, levou a uma solicitação de inoculação com a
técnica turca (que conheceu quando morou em
Constantinopla) para seu filho de seis anos de idade em 18
de março de 1718.
Em 1714, quatro anos antes do ocorrido com Lady
Mary, o médico inglês John Woodward enviou à Sociedade
Real de Medicina um relatório que continha informações
sobre o assunto recebidas de médicos gregos que atuavam
em Constantinopla (Chalhoub, 1996, p.103).
Esse autor refere-se, ainda, a uma violenta epidemia
de varíola que se abateu sobre Londres em 1721, causando cerca de três mil mortes, fato talvez desencadeador do
incentivo dado pela nobreza inglesa à pesquisa de soluções,
inicialmente utilizando-se de “cobaias humanas” selecionadas:
os prisioneiros da penitenciária de Newgate. O método da
variolização ganhou notoriedade e se espalhou pela Inglaterra.
Ainda na década de 1720 o restante da Europa o recebeu,
principalmente Alemanha, França e Rússia.
Mas, apesar de sua ampla utilização, logo se tornou
matéria de controvérsias, quando rapidamente foi
reconhecida a possibilidade de morte dos inoculados (02 a
03 óbitos em cada 100 inoculados), podendo ainda agravar
a intensidade de uma epidemia já em curso (Chalhoub,
1996, p.104).
Nessa época iniciaram-se também protestos e
objeções da Igreja, que referia o perigo da retirada do poder
das mãos de Deus, com a utilização de métodos para
prevenir doenças (Gordon, 1996, p.44). Os protestos
correspondiam a uma visão ainda hoje existente de doença
como “castigo divino” e do processo de cura como redenção
dos pecados cometidos.
Nas colônias inglesas da América, a variolização
chegou oficialmente junto com a epidemia de 1721. O
método foi encorajado pelo Reverendo Cotton Mather, de
Boston, que havia tomado conhecimento desse processo por
um escravo africano submetido à variolização em seu país
de origem (Chalhoub, 1996, p.104).
Em Portugal, no século XVIII, não se compartilhava
do entusiasmo europeu e norte-americano quanto à
variolização. A explicação para isso talvez esteja no fato de
nesse período a varíola, por motivos desconhecidos, não
constituir grave problema de saúde pública naquele país
(Chalhoub, 1996, p.105).
Quanto ao Brasil colonial, há duas escassas
referências a missionários que tentaram o método da
variolização na região amazônica em meados do século
XVIII (Chalhoub, 1996, p.105).
Existe certo charme na descoberta da vacina
antivariólica pelo médico rural Edward Jenner (1749-1823).
Ele conduziu suas pesquisas a partir de uma idéia comum
entre os camponeses ingleses da segunda metade do
século XVIII, de que indivíduos que se ocupavam em
ordenhar vacas não contraíam a varíola humana, mas as
lesões de doença semelhante, comum nos úberes das
vacas: a vacínia, que acabou por dar seu nome à
descoberta. Jenner publicou o resultado de suas pesquisas
em 1798; segundo Gordon (1996, p.48), alguns médicos
ingleses ridicularizaram a publicação dizendo: “Ele não devia
arriscar sua reputação apresentando, para o ilustre grupo
de médicos, algo que parecia tão contrário ao conhecimento
estabelecido e, ao mesmo tempo, tão incrível”.
Assim como qualquer idéia nova que desabrocha em
uma sociedade ou instituição, as idéias de Jenner foram
ridicularizadas e rejeitadas (Chalhoub, 1996, p.106).
Adicionados à relutância dos médicos, havia os
melindres da população e o temor pelo fato de a operação
consistir na introdução de matéria extraída dos úberes da
vaca, que houvesse a transferência, aos “vacinados,” de
características bovinas, tais como: feições de boi,
nascimento de chifres e mugidos (Chalhoub, 1996, p.106).
Segundo Darmon (1997, p.306), apesar de seus
resultados positivos, a vacinação de Edward Jenner não
recebeu, como prática médica, o apoio de grandes médicos;
o cuidado de vacinar, entretanto, transferido para médicos
de aldeia, enfermeiras e parteiras, fez a vacinação avançar
e finalmente, no ano de 1800, seis mil pessoas a receberam
na Inglaterra. Jenner, então, tornou-se membro honorário da
Sociedade Real de Medicina, recebendo entre 1802 e 1807
gratificações financeiras do Parlamento inglês (Gordon,
1996, p.48).
Na França entre 1805 e 1806 o número de casos não
ultrapassou uma dezena de milhar, resultado empolgante se
compararmos com o que ocorria naquela país antes de
1800, quando a varíola matava anualmente entre 50.000 e
80.000 pessoas (Darmon, 1997, p.306).
Ainda assim, a doença continuava a matar, pois só
os nobres podiam pagar a vacinação. A solução seria
vacinar gratuitamente as crianças, o que foi feito na GrãBretanha em 1840 e tornou-se obrigatório em 1853. Como
um movimento até previsível, criou-se em 1867 a Liga
Antivacinação, que se opunha à vacinação, justificando:
“cortar com instrumento agudo o braço de seu bebê
pequeno e saudável, nascido há poucas semanas e pôr
nos cortes uma matéria imunda tirada de uma vaca”
(Gordon, 1996, p.49).
Alguns pais franceses invocavam razões
desconcertantes para a recusa ao recolhimento do material
da ferida vacinal de seus filhos para posterior vacinação de
outros: “retirar vacinas da criança é roubar-lhe a sua
felicidade, a sua saúde, e preparar-lhe um futuro de
infelicidade” (Darmon, 1997, p.316).
Segundo Darmon (1997, p.308), o fenômeno da
rejeição à vacina esconde uma realidade mais sutil. Quando
a vacina antivariólica se tornou gratuita para os
necessitados, as classes mais favorecidas sentiram uma
espécie de inibição, que se traduziu no preconceito contra
um ato considerado “igualador de classes sociais”. Na época
em que se tentava uma popularização da vacina, Darmon
(1997, p.317) relata que na população francesa o sentimento
mais constante era o constrangimento e a servidão,
manifestando-se por uma hostilidade aberta ao vacinador.
A partir do ano de 1899, os pais ingleses podiam
objetar contra a vacinação, mas sua utilização em massa
já se instalara definitivamente. Somente em 1948 foi
suspensa na Inglaterra a vacinação compulsória em
crianças, continuando, porém, de forma voluntária e gratuita.
Em 1971 a vacinação foi suspensa oficialmente naquele país
e, seis anos depois, a varíola foi erradicada do mundo todo
(Gordon, 1996, p.306).
A vacinação antivariólica foi, portanto, o primeiro
processo de operação sanitária em massa concebido e
dirigido pelo Estado. Como estratégia governamental, era
necessário pensar em recursos financeiros, materiais e
humanos e, por meio deles, efetivamente, ter impacto na
redução no número de casos da doença e na aceitação
popular (Darmon, 1997, p.306).
2.2 A HISTÓRIA DA VACINAÇÃO NO BRASIL
Apesar de alguma discordância entre os historiadores,
o mais provável é que a vacina antivariólica, conhecida
também como jenneriana, tenha chegado pela primeira vez
ao Brasil em 1804. Felisberto Caldeira Brandt, futuro
Marquês de Barbacena, mandou à Lisboa, como cobaias,
sete crianças negras de sua propriedade, acompanhadas
por um médico que aprendeu a técnica de vacinação braço
a braço. Segundo Hércules Octaviano Muzzi, que trabalhou
no serviço de vacinação durante mais de três décadas, a
vacina chegou à Bahia, sendo posteriormente enviada ao
Rio de Janeiro. O vice-rei, Marquês de Aguiar, encarregou
Muzzi das inoculações na Corte, que eram realizadas no
palácio do governo às quintas-feiras e domingos, costume
que se manteve durante quase todo o século XIX (Chalhoub,
1996, p.108).
Relatos do serviço de vacinação revelam que no início
houve uma aceitação da vacina na Corte, destacando-se
porém a interferência da cultura política absolutista e o apoio
de Dom João VI, que havia mandado vacinar seus filhos,
Dom Pedro e Dom Miguel, em Portugal. Dom João também
ordenou a tradução e publicação da obra de Jenner sobre
a vacina antivariólica. Em abril de 1811, foi criada no Rio
de Janeiro a Junta da Instituição Vacínica, subordinada ao
Intendente Geral da Polícia (Chalhoub, 1996, p.108).
Segundo Chalhoub (1996, p.109) estudos realizados
por historiadores associavam a ocorrência da varíola na
cidade do Rio de Janeiro às condições do tráfico negreiro.
Somente essa associação explicava a ausência da varíola
na Corte coincidindo com a Lei de Abolição do Tráfico em
1831. O retorno violento da doença entre 1834 e 1838
acontece justamente na retomada ilegal do tráfico e da
introdução clandestina dos africanos na cidade, os quais
ficavam alojados, em condições sub-humanas, em depósitos
nos subúrbios (Chalhoub, 1996, p.109).
A presença da varíola entre os africanos escravizados
pelo comércio negreiro se explicava pela freqüência com que
os traficantes tinham acesso a regiões da África com
excesso populacional, alimentação inadequada e períodos
prolongados de seca. Esses africanos, em estado
inadequado de nutrição e submetidos a todo o tipo de
horrores, tornavam-se presas fáceis de doenças epidêmicas
como a varíola, transmitidas posteriormente aos habitantes
das localidades onde desembarcavam. Decorre de tais fatos
a prática de vacinar os africanos, na sua chegada ao Brasil
e a publicação de anúncios em que traficantes e
proprietários informavam o estado vacinal dos escravos
colocados à venda (Chalhoub, 1996, p.110).
O mapa de vacinação anual mais antigo do Brasil data
de 1820, no qual consta a vacinação de 2688 pessoas,
sendo 1803 (67,7%) negros escravos (Chalhoub, 1996,
p.110). Segundo o mesmo autor (1996, p.113), no final de
1830 a vacinação começa a declinar em termos numéricos
e alguns relatórios começam a referenciar uma preocupação
com o “horror à vacina” desenvolvido pela população.
A técnica utilizada na Corte era a vacinação braço a
braço, devido à pequena produção da vacina animal
(cowpox). Essa técnica dependia do comparecimento dos
vacinados após oito dias (à quinta-feira ou domingo
seguintes àquele em que foram vacinados) para que o pus
fosse extraído de sua pústula e utilizado na vacinação de
outras pessoas. Muitos vacinados resistiam a esse retorno
demorado e incômodo, o que provocava uma constante
“queda-de-braço” entre os populares e os vacinadores,
esses últimos freqüentemente apoiados pela autoridade
policial (Chalhoub, 1996, p.114).
Outro fato que explica o desenvolvimento de uma
vacinophobia, segundo Chalhoub (1996, p.116), foram
controvérsias originadas em Portugal sobre a possibilidade
de a população adquirir moléstias das vacas e a oposição
do clero, que incitava o povo contra a vacinação, dizendo:
“tal invento é um presente de Satã, perturbando a marcha
da natureza e que possibilita a divindade infernal introduzirse no corpo, apoderando-se de sua alma”.
Essas situações repercutiram no Brasil e
comprometeram irremediavelmente a propagação dos
serviços de vacinação. Havia também a controvérsia entre
os próprios médicos sobre a eficácia da vacina, haja vista a
existência de casos de varíola entre os vacinados, o que
alguns médicos explicavam pelo enfraquecimento da linfa
vacínica na transferência braço a braço e a confusão com
outras doenças, como a varicela (catapora). Outras notícias
sobre a transmissão de sífilis entre os vacinados braço a
braço, a dificuldade de importação da linfa da Europa, o
transporte para províncias mais distantes e o treinamento
dos vacinadores estimularam a desconfiança entre a
população, gerando alegações de que a vacina provocava a doença. Além de tudo isso, havia a confusão entre
vacinação e variolização, pois a técnica utilizada em ambas
era a mesma (braço a braço), diferenciando-se somente pelo
material inoculado. A variolização, realizada sem critérios,
levou a alguns desastres e suposições de que a vacina
causava varíola (Chalhoub, 1996, p.132-133).
Em 1846 a vacinação tornou-se obrigatória em todos
os municípios do País pelo Decreto Imperial n. 464, mas as
dificuldades encontradas inviabilizaram sua implantação. A
técnica da vacina animal que dava origem à linfa vacínica
foi introduzida no país somente em 1887.
A vacina antivariólica tornou-se compulsória no
Estado de São Paulo em 1891, resultado da segunda lei
estadual em Saúde, aprovada dez dias depois da
organização do serviço sanitário no Estado. Apesar de a
obrigatoriedade não ter provocado conflitos nesse Estado,
como aconteceria no Rio de Janeiro uma década mais tarde,
ela desencadeou uma acirrada polêmica em torno dos limites
entre “o respeito às liberdades individuais e as prerrogativas
do Estado em Saúde Pública” (Tetarolli Jr.,1996, p.166).
A discussão sobre a validade da intervenção estatal
na vida privada não se deu exclusivamente em torno da
vacina obrigatória, uma vez que o ideário liberal do
movimento republicano se dividia entre a condenação da
intervenção do Estado nas questões sociais e a defesa de
uma ação governamental que interferisse no crescimento
econômico do país (Tetarolli Jr., 1996, p.167).
Na década de 1860 as “bexigas”, como era
conhecida a forma eruptiva da varíola, eram consideradas
mais funestas nos “homens de cor”, principalmente nos
negros. Tal conclusão culminou, em 1903, na elaboração
pelo diplomata norte-americano Thomas Dawson de um
texto segundo o qual as possibilidades de o Brasil,
conhecido como o “gigante do sul”, tornar-se um
empreendimento econômico viável, estavam ligadas a que
se conseguissem brancos, de descendência européia, para
imigrarem ao país em número suficiente; assim, as “raças
coloridas” diminuiriam sua importância no panorama
demográfico brasileiro. O diplomata acreditava que
doenças como varíola e tuberculose seriam controladas
pela miscigenação das raças e sua conseqüente
purificação (Chalhoub, 1996, p.134).
2.3 A REVOLTA DA VACINA, UM FATO HISTÓRICO
Esse aspecto da história da vacinação e da
organização dos serviços de saúde no Brasil encontra-se
especialmente desenvolvido no livro “A Revolta da Vacina:
mentes insanas em corpos rebeldes”, de Nicolau Sevcenko
(1993), autor cujos escritos subsidiaram grande parte
desse trabalho.
Cogitare Enferm., Curitiba, v.5, n.2, p.43-50, jul./dez. 2000
A resistência em 1904 da população do Rio de Janeiro
à vacinação obrigatória e sua conjugação a fatores políticos
e sociais ficou conhecida como Revolta da Vacina (Tetarolli
Jr, 1996, p.167).
O fator imediatamente deflagrador dessa revolta foi
a publicação em 09/11/1904 do plano de regulamentação
da aplicação obrigatória da vacina contra a varíola.
Ocorreu um debate exaltado que, transpondo as
dimensões do legislativo, ganhou fervor nas páginas da
imprensa e entre a população da então Capital Federal
(Sevcenko, 1993, p.13).
Em 1904, o total de óbitos por varíola registrados na
cidade do Rio de Janeiro, considerado o maior foco
endêmico da doença no País, foi de 4201. Além desses
números, utilizados pelo Governo como argumento para a
vacinação em massa da população, referia-se também que
a vacinação tinha inegável e imprescindível interesse para
a saúde pública. A adoção com sucesso da vacinação em
países como a Alemanha (1875), Itália (1888) e França
(1902), serviu como exemplo para o Governo brasileiro, que
a chamava de “Humana Lei ” (Sevcenko, 1993, p.14).
Interlocutores da oposição, porém, respondiam ao
Governo que no caso da lei brasileira os métodos de
aplicação do decreto de vacinação eram truculentos, os
soros e sobretudo os aplicadores pouco confiáveis,
manifestando até mesmo instintos brutais e moralidade
discutível; ou seja, levantavam questionamentos sobre a
qualidade dos produtos, aplicação e organização da
campanha de vacinação (Sevcenko, 1993, p.14).
Os mesmos opositores diziam que se o Governo
acreditava plenamente nas qualidades e na necessidade da
vacina, então que deixasse a cada consciência a liberdade
de decidir pela sua aplicação ou não, podendo ainda
escolher as condições que melhor lhe conviessem para
recebê-la. Obstavam, enfim, não contra a vacina, cuja
utilidade reconheciam, mas contra as condições de sua
aplicação e, acima de tudo, contra o caráter compulsório de
lei (Sevcenko, 1993, p.14).
Como complicador, aumentando a tensão geral e
exacerbando os ânimos, ocorreu um caso escuso que
ganhou enorme e, talvez, imerecida repercussão. Uma
mulher morreu no mês de julho pouco após ter recebido a
vacina antivariólica. O médico legista atribuiu o falecimento
a um estado de infecção generalizada decorrente da
vacinação. O impacto foi tamanho que Oswaldo Cruz, jovem
diretor da Saúde Pública e responsável pela campanha de
saneamento da Capital Federal, interveio pessoalmente no
caso, reexaminando o cadáver e impugnando o atestado
médico anterior (Sevcenko, 1993, p.16).
Assim, entre julho e outubro de 1904, toda a
população encontrava-se em dúvida quanto à vacinação. A oposição tentava de todas as formas obstruir a aprovação do
Projeto de Vacinação Obrigatória. A procura pela vacina nos
dois meses anteriores à aprovação da lei diminuiu de 23021
para 6036 aplicações. Apesar desses fatores, em 31 de
outubro de 1904 a lei foi aprovada, passando-se então à sua
regulamentação (Sevcenko, 1993, p.16).
Foi justamente a regulamentação, vinda em forma de
decreto do Departamento de Saúde Pública, elaborado
pessoalmente por Oswaldo Cruz, ligado diretamente à
Presidência da República que, ao escapar de deliberações
do Legislativo, desencadeou a revolta (Sevcenko, 1993,
p.17). Essas medidas utilizadas por Oswaldo Cruz são
conseqüências da Era Bacteriológica, que teve seus maiores
ecos no período compreendido entre 1875-1950 (Rosen,
1996, p. 231).
Segundo Sevcenko (1993, p.17), o regulamento era
extremamente rígido, abrangendo desde recém-nascidos até
idosos, impondo vacinações, exames e reexames,
ameaçando com multas pesadas e demissões sumárias,
limitando o espaço para recursos, defesas e omissões. O
objetivo era uma campanha maciça, rápida, sem quaisquer
embaraços e fulminante: o mais amplo sucesso, no mais
curto prazo. Não havia qualquer preocupação com a
preparação psicológica da população, de quem só se exigia
a submissão incondicional.
Na manhã de 11 de novembro de 1904, a Liga
Antivacinação marcou um comício, a ser realizado no Largo
de São Francisco de Paula (RJ), desafiando a proibição
policial. Os líderes da Liga não compareceram e oradores
populares aqueceram os ânimos da multidão de cerca de
três mil pessoas. Com a chegada da força policial armada
de sabres, o confronto instalou-se com tiros, pedradas e um
grande número de feridos. Durante os três dias seguintes,
a rebelião ganhou um vigor inimaginável, obrigando o
Governo a convocar o Exército, Marinha e a Guarda
Nacional, os quais com extrema dificuldade conseguiram
sufocar a insurreição (Sevcenko, 1993, p.21-22). Vários
opositores ao Governo Republicano de Rodrigues Alves, na
tentativa de um golpe militar, previsto para 15 de novembro
de 1904, agitaram ainda mais a fogueira da revolta popular
(Sevcenko, 1993, p.28).
No dia 16 de novembro de 1904, o Governo revoga
o Decreto da Vacinação Obrigatória. Em seguida a cidade
do Rio de Janeiro ressurge irreconhecível, com um número
incalculado de mortos e feridos, perdas e danos materiais
inestimáveis e uma atmosfera geral de terror, que se faria
sentir até 1906. Em resposta à tentativa de golpe o governo
desencadeou uma onda de repressão, com os militares
acusados de insurreição detidos, a Escola Militar da Praia
Vermelha fechada, seus alunos exilados, os líderes civis do
movimento encarcerados e processados e os populares
participantes do levante perseguidos e presos (Sevcenko,
1993, p.34-35).
Como se vê, a Revolta da Vacina foi parte de um
movimento mais extenso, que culminou com a reformulação
da sociedade brasileira, destacando-se: a metamorfose
urbana da então Capital Federal, o estabelecimento de
medidas de saneamento, a redistribuição espacial de vários
grupos sociais, a demolição dos cortiços, a construção das
avenidas e a ida da população despejada para os morros
(Sevcenko, 1993, p.82-83).
Na década seguinte à revolta, intensificou-se o
debate sobre a saúde e o saneamento, num contexto de
inúmeros movimentos de caráter nacionalista, da Primeira
Guerra Mundial e da pandemia de gripe espanhola
(Hochman, 1998, p.62-63).
Lentamente cresceu o número de moléstias de
notificação obrigatória (de dez, em 1902, para dezessete,
em 1914); iniciou-se a fiscalização de habitações,
estabelecimentos produtores e comercializadores de
alimentos e dos exercícios profissionais da Medicina e
Farmácia, tendo como resultado o crescimento de aparatos
legais e da autoridade sanitária (Hochman, 1998, p.102).
Em 1918, o médico Azevedo Sodré propôs a criação
de um Ministério da Saúde Pública ou, pelo menos, de um
departamento nacional técnico e autônomo, que somente
seria criado com essas características muitos anos mais
tarde, em 1953, quando a saúde ganhou um Ministério
próprio desvinculando-se do Ministério da Educação
(Hochman,1998, p.137).
Assinalamos que, a partir desse episódio, houve a
reestruturação dos serviços de saúde, fundamentada em
uma proposta centralizadora de cunho nacionalista, que deu
origem ao Departamento Nacional de Saúde Pública (1920),
incorporando o Instituto Vacínico Municipal do Rio de Janeiro
ao Instituto Oswaldo Cruz (Fernandes, 1999, p.14). A
reversão desse modelo centralizador iniciou-se somente na
década de 1980 com o Movimento de Reforma Sanitária e
a promulgação, na década seguinte, da Lei Orgânica do
Sistema Único de Saúde.
2.4 A VACINAÇÃO APÓS A REVOLTA
A história das vacinas continua sendo construída
através dos tempos e das relações desenvolvidas durante
sua aplicação, incluindo novas descobertas, elaboração
de campanhas vacinais, participação consciente da
população sobre a importância da prevenção de doenças,
entre outros fatores.
Destacamos a seguir, com dados do Ministério da
Saúde – Programa Nacional de Imunização (Brasil,1998,
p.17-38), alguns fatos importantes, marcos da história da luta
dos seres humanos pelo controle das doenças e resgate de
sua cidadania e que dizem respeito a decisões internacionais
e nacionais, que foram ampliando a utilização dos
imunobiológicos (Quadro 1). Relacionados e expostos em
ordem cronológica, são elos entre a primeira campanha de
vacinação no Brasil em 1904 e os dias atuais.
3 DO MUNDO DAS VACINAS AO MUNDO DA VIDA
O levantamento da memória coletiva, qual seja a
capacidade de relacionar um evento atual com um evento
passado, é representado nesse trabalho pela revisão
histórico-cultural sobre vacinas, sua origem, o início da
obrigatoriedade no Brasil e outros episódios, dentre os quais
aquele conhecido como Revolta da Vacina.
A importância de situar historicamente as vacinas na
memória cultural dos atores sociais está em contextualizar
seu entendimento do que é aplicar ou receber
imunobiológicos, que sem dúvida, se encontra permeado
desse caminho histórico-concreto.
O resgate histórico do Mundo das vacinas alicerça a
compreensão das medidas preventivas utilizadas até hoje,
sendo condição essencial para que as mesmas configurem
a adoção de comportamentos saudáveis e não um obrigar
de ações e, dessa forma, compor um mundo de igualdade
de condições de entendimento para os atores sociais
vacinadores e vacinandos, no qual história, linguagem,
cultura, trabalho, personalidade, diálogo e comunicação
componham uma estrutura sólida e estabeleçam esperanças
de um mundo onde a igualdade de condições convide
mulheres e homens a percorrer o Mundo da Vida.
ABSTRACT: When considering the human being as social
actor, agent of its health – illness process, is essencial to
consider it historically. Thus to know history is necessary for
the nurse, who when making of the care to the human being
its object of work, needs to come close itself to history, and
together it to understand the complex insertion of the
illnesses, was born, exactly of the necessity to understand
and to rescue the life human being, therefore, to know the
history of the prevention of the transmissible illnesses are
absolute condition for the performance of the nurse in the
National Program of the Immunizations. This to walk in the
prevention of transmissible illnesses meets permead for the
history of the smallpox, object of study of the present work.
KEY WORDS: Vaccines; History; Vaccination.
REFERÊNCIAS
1 BERLINGUER, G. A doença como sinal. In: _____. A doença. São
Paulo: HUCITEC, 1988. p.94-119.
2 BRASIL. Ministério da Saúde. Programa nacional de imunização.
Brasília, 1998.
3 CHALHOUB, S. Cidade febril. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
4 DARMON, P. A cruzada antivariólica. In: LE GOFF, J. As doenças têm
história. 2.ed. Lisboa: Terramar, 1997. p.305-321.
5 FERNANDES, T. M. Vacina antivariólica: ciência, técnica e o poder
dos homens, 1808-1920. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1999.
6 GORDON, R. A assustadora história da medicina. 8.ed. Rio de
Janeiro: Ediouro, 1996.
7 HOCHMAN, G. A era do saneamento. São Paulo: HUCITEC/ANPOCS,
1998.
8 ROSEN, G. Uma história da saúde pública. São Paulo: HUCITEC/
ABRASCO, 1994.
9 ROUQUAYROL M.Z.;ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia & saúde.
5.ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 1999.
10 SEVCENKO, N. A Revolta da vacina: mentes insanas em corpos
rebeldes. São Paulo: Scipione, 1993.
11 TETAROLLI JÚNIOR, R. Poder e saúde: as epidemias e a formação
dos serviços de saúde em São Paulo. São Paulo: Universidade Estadual
Paulista, 1996.
Endereço das Autoras:
Departamento de Enfermagem – UFPR
Rua Padre Camargo, 241 - Alto da Glória
80060-240 - Curitiba - Paraná
E-mail: gemsa@saude.ufpr.br
O MUNDO DAS VACINAS – CAMINHOS (DES)CONHECIDOS
[The world of vaccines – (un)known paths]
Liliana Muller Larocca*
Telma Elisa Carraro**
* Professora Assistente do Departamento de Enfermagem/UFPR, Mestre em
Assistência de Enfermagem/UFSC e membro do Grupo de Estudos sobre
Metodologia da Assistência – GEMA
** Professora Adjunto do Departamento de Enfermagem/UFPR, Doutora em Filosofia
de Enfermagem/UFSC e coordenadora do Grupo de Estudos sobre Metodologia
da Assistência – GEMA
1 Cessação de toda a transmissão da infecção pela extinção artificial da espécie do
agente em questão, de forma a permitir a suspensão de qualquer medida de
prevenção ou controle (Rouquayrol; Almeida Filho, 1999, p. 537)
Fonte:
Cogitare Enferm., Curitiba, v.5, n.2, p.43-50, jul./dez. 2000
Dispon=ivel em:
file:///C:/Users/TEMP.DESKTOP-OC95VG1.000/Downloads/44884-169979-1-PB.pdf
Acesso em:
06/01/2021
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