Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
domingo, 27 de março de 2022
PALCO
Subo nesse palco, minha alma cheira a talco
Como bumbum de bebê, de bebê
Minha aura clara, só quem é clarividente pode ver
Pode ver
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Cerimônia de posse da Acadêmica Fernanda Montenegro
5.087 visualizaçõesTransmissão ao vivo realizada há 20 horas
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Academia Brasileira de Letras
28,2 mil inscritos
Cerimônia de posse da Acadêmica Fernanda Montenegro, realizada em 25 de março de 2022.
https://www.youtube.com/watch?v=AqCtSIM7Rzs
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Fernanda Montenegro durante o discurso na cerimônia - (crédito: Reprodução/Academia Brasileira de Letras)
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citando William Shakespeare: “O mundo é um palco e todos nós somos atores nesse palco”.
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Há de surgir
Uma estrela no céu
Cada vez que ocê sorrir
Há de apagar
Uma estrela no céu
Cada vez que ocê chorar
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Estrela
Gilberto Gil
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Fernanda Montenegro toma posse na Academia Brasileira de Letras
Fernanda discursou ao assumir a cadeira 17 da Academia, emocionada falou sobre o que é ser atriz: "Somos indestrutíveis"
AB
Aline Brito
postado em 26/03/2022 00:21 / atualizado em 26/03/2022 00:49
Na noite desta sexta-feira (25/3), a atriz Fernanda Montenegro, 92 anos, tomou posse como imortal na Academia Brasileira de Letras (ABL). A atriz assumiu a cadeira número 17 da Academia e discursou sobre a dramaturgia, o teatro e o ofício como artista.
Montenegro é a primeira representante do palco brasileiro a assumir um posto na instituição. A mais nova imortal, como são conhecidos os notáveis que entram para a Academia, abriu a fala do ato de posse citando William Shakespeare: “O mundo é um palco e todos nós somos atores nesse palco”.
Vencedora dos mais importantes prêmios nacionais do teatro e cinema e a única brasileira a ser indicada ao Oscar, a atriz foi eleita em novembro de 2021, com 32 votos favoráveis entre os 35 membros da instituição, para ocupar a cadeira deixada por Affonso Arinos de Mello Franco, diplomata e escritor morto em março de 2020.
“Sou uma incansável autodidata. Sou atriz. Venho desta mítica arte arcaica e eterna. Atores, cenógrafos, dramaturgos. Somos uma raça indestrutível”, disse Montenegro em seu discurso. “Somos amorais. Para muitos, ainda somos marginais. Nenhum pai e mãe aceitam um filho, muito menos uma filha, optarem pelo palco. Amadoramente, sim, mas não como profissão", afirmou.
Fernanda foi conduzida à sua cadeira pela jornalista Rosiska Darci de Oliveira e pelo ex-presidente da República José Sarney, ambos acadêmicos da ABL.
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Academia Brasileira de Letras fernanda montenegro
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Palco
Gilberto Gil
Ouça Palco
Subo nesse palco, minha alma cheira a talco
Como bumbum de bebê, de bebê
Minha aura clara, só quem é clarividente pode ver
Pode ver
Trago a minha banda, só quem sabe onde é Luanda
Saberá lhe dar valor, dar valor
Vale quanto pesa pra quem preza o louco bumbum do tambor
Do tambor
Fogo eterno pra afugentar
O inferno pra outro lugar
Fogo eterno pra consumir
O inferno, fora daqui
Venho para a festa, sei que muitos têm na testa
O Deus-Sol como um sinal, um sinal
Eu como devoto trago um cesto de alegrias de quintal
De quintal
Há também um cântaro
Quem manda é deusa-música
Pedindo pra deixar, pra deixar
Derramar o bálsamo, fazer o canto, cantar o cantar
Lá, lá, iá
Ouça Palco
Composição: Gilberto Gil.
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Unesp
Que mundo é esse? Discussão sobre o tema tem transmissão ao vivo - Notícias - Unesp -
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Marco Aurélio Nogueira*: Um mundo que treme
O Estado de S. Paulo
O ‘inesperado’ bate às portas de todas as sociedades, nesta época de aceleração, apetites desmesurados, intenções ocultas e desespero nacionalista
Quando se pensava que ingressávamos numa fase mais amena, com a pandemia arrefecendo, eis que o mundo é sacudido por processos traumáticos, a indicar que ainda há muito que caminhar.
Podemos sempre “esperar o inesperado”, escreveu Thomas Friedman. Na vida, na economia, na política e nas relações internacionais. Uma guerra, portanto, como a que envolve Rússia e Ucrânia, precisa ser vista a frio, por mais repulsiva que seja.
Guerras caminham na contramão da civilização, mas fazem parte da história humana, que sempre se afirmou escorrendo sangue e sujeira por todos os poros. Hoje em dia, atingimos níveis elevados de civilidade, mas os guerreiros estão em campo. Não é somente Putin, com seu desejo incontido de poder e revanche, mas outros tantos, de maior ou menor relevância. A Otan não é uma aliança para defender os “valores ocidentais”, mas uma máquina de guerra, que compõe um quadro em que o alegado propósito defensivista fomenta reações agressivas. Todos cobiçam a Ucrânia por seu valor estratégico.
Não temos confrontos totais, mas guerras localizadas, escaramuças militares, arrogâncias nacionalistas, propensões à violência e à conquista, formando uma espiral que faz o mundo tremer a cada dia. Não há, como antes, uma guerra fria produzindo equilíbrios e contenções. O sistema internacional não tem um eixo claro: ele é multipolar, mas imperfeito, carente de padrões e centros de regulação.
Não há heróis e bandidos claramente definidos. Putin é um autoritário assumido, disposto a formar um império eurasiático, indiferente a vítimas e estragos. Zelensky, que governava a Ucrânia sem maior destaque, ganhou estatura e constrói uma imagem: fala o que é conveniente para os EUA e para a Alemanha, está sabendo criar empatia com os ucranianos. Joga o jogo, nem tudo nele é resistência patriótica. E há os norte-americanos, os europeus, os chineses, com suas diferenças e seus interesses. Todos querem ganhar, ou não perder. Disputas por hegemonia assopram o fogo.
Toda guerra é drama e tragédia, mortes, destruição, perdas. Não é diferente com a atual, cujas determinações poderiam ter sido processadas de outro modo. A guerra de Putin acentua as dificuldades da globalização. Força os Estados a cuidarem mais de si mesmos, a se voltarem para dentro, a se protegerem. O comércio internacional mergulha na incerteza. Os governos precisam incrementar suas habilidades de gestão, sua capacidade de coesão, suas políticas e suas interações internacionais.
É aí que entra o Brasil. Por aqui, as coisas continuam a piorar. O ministro da Justiça condecorou o presidente da República com a Medalha do Mérito Indigenista, premiando um flagrante inimigo dos povos originais brasileiros – de seu território, de seus recursos, de sua integridade étnica, das florestas que os protegem. Depois, descobrimos que o ministro da Educação, de quem mal se sabe o que pensa, resolveu partilhar sua gestão com pastores evangélicos, convertendo-os em intermediários junto a diversos prefeitos. E, por fim, revelouse que as verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação são manipuladas pelos partidos do Centrão, pilotados por Artur Lira e Ciro Nogueira, que as desviam para seus redutos eleitorais. Tudo isso é corrupção.
Em suma: temos um governo medíocre, de descaso, incompetência e desperdício. Desprovido de políticas consistentes, desinteressado da soberania nacional e das exigências da ordem internacional. Há aberta manipulação políticoeleitoral e intenção explícita de desmoralização institucional. A República sangra em praça pública.
O País vai, assim, ficando cada dia mais despreparado para enfrentar o mundo que treme.
Não há, evidentemente, qualquer vínculo entre a guerra russo-ucraniana e as barbaridades que se cometem por aqui. São eventos distintos, cuja conexão deriva tão somente da condição de ocorrerem no mesmo intervalo de tempo. Quando os analisamos assim, vemos que o “inesperado” bate às portas de todas as sociedades, nesta época de aceleração, apetites desmesurados, intenções ocultas e desespero nacionalista.
Transições estruturais geram confusão, espanto e surpresas. Ficam para trás camadas históricas acumuladas, ao mesmo tempo que nascem novas bases. Tudo parece se deslocar. A humanidade, porém, não está a desaparecer. Continua a ter reservas éticas, cívicas e políticas para serem aproveitadas. As democracias representativas estão em recomposição e crise, cedem espaços preciosos para movimentos autoritários. Mas o autoritarismo carrega limites e produz seguidas deformações. Com o tempo, colide com as liberdades, fadiga e fracassa, terminando por ser superado. A democracia é mais plástica e flexível, consegue se adaptar aos desgastes inevitáveis.
A indignação que todo democrata sente neste momento em que as luzes do progresso piscam numa escuridão que se prolonga precisa ser direcionada politicamente, sem arroubos partidários ou proclamações ideológicas, sem modelos e conceitos que se perderam no tempo. Somente se viabiliza com luta democrática, empenho cívico, tolerância e cuidado nas escolhas.
*Professor titular de teoria política da UNESP
https://www2.unesp.br/portal#!/noticia/27373/que-mundo-e-esse-discussao-sobre-o-tema-tem-transmissao-ao-vivo/
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