quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Saudades do dom.

Tempo de Paulo Cavalcanti

Tempo de Dom

Tempo de Don Don

 

Segundo Paulo Guerra, "Há um tipo de gente que você deve tratar muito bem, mas longe" (apud Paulo Cavalcanti)

 

O CASO EU CONTO COMO O CASO FOI - MEMÓRIAS POLÍTICAS - BOX

Paulo Cavalcanti




No link:

 https://www.cepe.com.br/lojacepe/image/cache/catalog/Livros/paulo-cavalcanti-380x520x3.png

 

SINOPSE

O CASO EU CONTO COMO O CASO FOI: DA COLUNA PRESTES A QUEDA DE ARRAES

O primeiro volume da tetralogia O caso eu conto como o caso foi mostra a infância do autor e seus primeiros envolvimentos políticos; retrata a passagem da Coluna Prestes por Pernambuco; “a amarga experiência do Integralismo”; a chegada do Estado Novo; a atuação do autor como promotor, em Goiana; a eleição de Miguel Arraes, primeiro para prefeito do Recife e depois para o governo; até o Golpe de 1964. 

O CASO EU CONTO COMO O CASO FOI: FATOS DO MEU TEMPO

Neste segundo volume das memórias políticas de Paulo Cavalcanti são narrados os acontecimentos desde o 1º de abril de 1964, com a deposição de Miguel Arraes, o fechamento de jornais (como o Última Hora), as prisões e o heroísmo anônimo do dia a dia. Há ainda análises dos erros do Partido Comunista em Pernambuco e de como a “verdade histórica” era engendrada nos veículos de comunicação.

 

O CASO EU CONTO COMO O CASO FOI: NOS TEMPOS DE PRESTES
Em Nos tempos de Prestes, o autor retoma o mito de Prestes; seus encontros com o Cavaleiro da Esperança; as crises internas do Partido Comunista Brasileiro; as relações de sua geração com a Segunda Guerra Mundial; a importância da União Soviética no conflito; o passado histórico do PCB e o reconhecimento de que nem todos os militares eram coniventes com a tortura.

O CASO EU CONTO COMO O CASO FOI: A LUTA CLANDESTINA
A luta clandestina, o livro que fecha a tetralogia O caso eu conto como o caso foi, de Paulo Cavalcanti, fala da vivência dos brasileiros sob o Estado Novo; do movimento cultural em Pernambuco nos anos 1940 e 1950; da luta estudantil contra a ditadura; dos bestialógicos das denúncias da Justiça Militar; dos contatos clandestinos do autor no Rio de Janeiro e São Paulo; e da morte de Gregório Bezerra.

CARACTERÍSTICAS

Dimensões: 16x23x9,5

Páginas: 1.478

Edição: 2008

ISBN:

https://www.cepe.com.br/lojacepe/o-caso-eu-conto-como-o-caso-foi-memorias-politicas-box

 

dom1

dom

sm

1 Aquilo que foi objeto de doação; dádiva, donativo, presente.

2 FIG Benefício, benesse ou dádiva concedida pela natureza; bem, bênção, graça: A chuva tem sido um dom para esses refugiados.

3 REL Bem de que se desfruta, considerado uma concessão da Providência.

4 TEOL Bem espiritual que se considera como oferecido por Deus; bênção, graça, mercê: A fé é um dom de Deus.

5 Qualidade especial ou habilidade inata para fazer algo; aptidão, habilidade, talento: Dom de escrever. Dom para matemática.

6 Característica que diferencia um indivíduo dos demais; dote, mérito: Dons que engrandecem certos professores.

7 IRON Qualidade natural de realizar algo desabonador, inconveniente; negativo; condão, poder: Dom de estragar festas. Ela tem o dom de incompatibilizar-se com quaisquer vizinhos.

EXPRESSÕESDons de Baco: as uvas, o vinho.

Dons de Ceres: as messes.

Dons de Flora: as flores.

ETIMOLOGIAlat donum.

https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/dom

 

Tempo de Don-don

Zeca Pagodinho




 No link:

https://youtu.be/27yGMilKV2E

 

 

 

 

Ai no tempo!
No tempo que Don-don jogava no Andarahy
Nossa vida era mais simples de viver

Não tinha tanto miserê, nem tinha tanto ti ti ti
No tempo que Don-don jogava no Andarahy
No tempo que Don-don jogava no Andarahy

Propaganda era reclame, ambulância era dona assistência, mancada era um baita vexame
E pornografia era só saliência, sutiã chamava porta-seio
Revista pequena gibi

No tempo que Don-don jogava no Andarahy
No tempo que Don-don jogava no Andarahy

Rock se chamava fox, e tiet era moça fanática, o que hoje se diz que é xeróx
Se chamava então de cópia fotostática, motorista era sempre chofer, cachaça era parati
No tempo que Don-don jogava no Andarahy
No tempo que Don-don jogava no Andarahy

22 era demente, minha casa era o meu bangalô, patamo era socorro urgente
E todo cana dura era investigador
Malandro esticava o cabelo, mulher fazia misampli
No tempo que Don-don jogava no Andarahy
No tempo que Don-don jogava no Andarahy

Composição: Nei Lopes.

https://www.letras.mus.br/zeca-pagodinho/707879/

 

No tempo que Dom Helder Câmara era um habitante do mundo

 

São Paulo, segunda-feira, 16 de setembro de 2002 FOLHADES.PAULO brasil 

 

 



FOLCLORE POLÍTICO/JOSÉ PAULO CAVALCANTI FILHO

Dom Helder e o general

Dom Helder Câmara era um habitante do mundo. Mas, por dentro, continuou sendo sempre um homem simples. Ingênuo até. Lembro conversa que tivemos, fim de tarde, na Igrejinha das Fronteiras. "Meu filho, o homem troca de time de futebol, mas não troca de opinião". Como não conheço ninguém que tenha trocado de time, reagi: "Diga assim não, dom Helder, diga que o homem troca de mulher, mas não troca de opinião". "O problema, meu filho, é que de mulher eu não entendo". "O problema, meu dom, é que o senhor não entende nem de mulher nem de futebol".
O caso que será aqui narrado ocorreu logo quando veio, do Rio, para ser arcebispo emérito de Olinda e Recife. Em 12 de abril de 1964. Criou, aqui, o Banco da Providência. Para ajudá-lo, convidou as assistentes sociais Ana Maria Moraes e Lilia Guaraná. Mas não tinha recursos para contratá-las. Dom Lamartine, encontrando-se casualmente com Paulo Guerra, deixou escapar que o dom veria com bons olhos essa contratação, pelo Estado. Para ficar à disposição do dom, claro.
Paulo Guerra (PSD) era vice de Arraes. Com a Redentora, acabou governador. Era espertíssimo. Lembro quando, ainda menino, ouvi dele conselho que venho usando ao longo da vida: "Há um tipo de gente que você deve tratar muito bem, mas longe". Ficou doido para atender o dom. Mas sabia das dificuldades que encontraria no general Justino Alves Bastos, comandante da 7ª Região Militar. Na época, semi-deus no Estado. Mandava até na sombra.
Paulo Guerra foi procurar Justino: "Sabe o que dom Helder está pedindo, general? Que eu contrate 20 assistentes sociais para ele. Mas comunista eu trato no pau. E não vou contratar ninguém". O general sorriu: "Muito bem, governador". Conversaram a manhã toda. Já indo embora, Paulo Guerra, como quem não quer nada, arrematou: "Sabe o que estou pensando, general? Que esse padrezinho subversivo é tão safado que fez o pedido só pra gente negar e ele poder dizer que está sendo perseguido. Que o sr. acha de a gente contratar 2? Não é perseguição: pediu 20, a gente contrata 2". O general: "Grande idéia, governador, pode contratar".
Dia seguinte, um magote dos meganhas foi reclamar ao general das contratações. E Justino, todo orgulhoso: "Fui eu que mandei". Saudade desse tempo em que política ainda se fazia com engenho e arte. Saudades do dom.


José Paulo Cavalcanti Filho, 54, advogado, escreve às segundas nesta coluna

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1609200221.htm

 

Aquarela Brasileira

Martinho da Vila




 

 No link:

https://youtu.be/VHN2TVwNhEo

 

Vejam essa maravilha de cenário
É um episódio relicário
Que o artista, num sonho genial
Escolheu para este carnaval
E o asfalto como passarela
Será a tela do Brasil em forma de aquarela

Passeando pelas cercanias do Amazonas
Conheci vastos seringais
No Pará, a ilha de Marajó
E a velha cabana do Timbó

Caminhando ainda um pouco mais
Deparei com lindos coqueirais
Estava no Ceará, terra de Irapuã
De Iracema e Tupã

Fiquei radiante de alegria
Quando cheguei na Bahia
Bahia de Castro Alves, do acarajé
Das noites de magia do Candomblé
Depois de atravessar as matas do Ipu
Assisti em Pernambuco
A festa do frevo e do maracatu

Brasília tem o seu destaque
Na arte, na beleza, arquitetura
Feitiço de garoa pela serra!
São Paulo engrandece a nossa terra!
Do leste, por todo o Centro-Oeste
Tudo é belo e tem lindo matiz

No Rio dos sambas e batucadas
Dos malandros e mulatas
De requebros febris
Brasil, essas nossas verdes matas
Cachoeiras e cascatas de colorido sutil
E este lindo céu azul de anil
Emoldura em aquarela o meu Brasil

Composição: Silas De Oliveira. 

https://www.letras.mus.br/martinho-da-vila/265569/#radio:zeca-pagodinho


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