domingo, 20 de setembro de 2020

 Retorno das aulas presenciais em Colégio Militar

“Na lei ou na marra?”

 



https://youtu.be/clHbMIBm4eQ

João Bosco, Roberta Sá e Trio Madeira Brasil - De Frente Pro Crime

 

“DVD João Bosco 40 anos depois”

 

 

EDUCAÇÃO

Colégio Militar de BH anuncia retorno das aulas presenciais para segunda-feira

Direção adotará medidas rígidas e aulas duas vezes por semana para cada turma; o aluno que não comparecer terá falta computada


 

Roger Dias

 

16/09/2020 21:37 - atualizado 16/09/2020 23:19

 



https://i.em.com.br/OHf-tuvC6uy2CieW7bfr1cAxYRU=/315x600/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2020/09/16/1186166/20200916221803999554i.jpg

Colégio suspendeu as aulas em 18 de março(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)Colégio suspendeu as aulas em 18 de março(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

 

Colégio Militar de Belo Horizonte, no Bairro São Francisco, divulgou comunicado nesta quarta-feira (16) para anunciar o retorno das aulas presenciais na próxima segunda-feira (21). A instituição de ensino adotará rigoroso protocolo de segurança para alunos, professores e colaboradores, incluindo revezamento de turmas em dias pré-determinados.

 


Segundo o cronograma, que prevê aulas apenas de segunda a sexta-feira, cada turma irá à escola em dois dias na semana em caráter experimental. As aulas incluirão alunos do 8º e 9º ano do Ensino Fundamental e 1º, 2º e 3º do Ensino Médio. Os portões ficarão abertos das 6h30 às 7h. 

 

As aulas na escola estão suspensas desde 18 de março em virtude do risco de contágio do coronavírus.

 

A direção da instituição de ensino afirma que está adotando várias medidas sanitárias para prevenção da COVID-19. "O colégio adotará triagem na entrada e saída, com aferição de temperatura corporal, oferta de álcool em gel, sanitização frequente das instalações, adoção de distanciamento, redução da quantidade de alunos em sala e uso de máscaras", diz o comunicado. 

 

Estão proibidas as aulas de educação física, além de beijos, abraços, aperto de mão ou qualquer contato físico nos limites da escola. O colégio recomenda que cada estudante leve sua própria garrafa de água, que pode ser reabastecida nos bebedouros. 

 

O colégio reitera que a presença dos alunos é obrigatória, exceto os casos de grupo de risco, que devem ser devidamente comprovados por atestado médico. Os demais que não comparecerem às atividades terão falta computada

 

De acordo com a direção, os pais ou responsáveis deverão comunicar imediatamente à escola se aparecerem sintomas como dor de garganta, febre, perda de paladar ou coriza. Nesse caso, o estudante será imediantamente afastado. 

 

Procurada, a Prefeitura de BH, por meio da Secretaria Municipal de Educação, informou que "não tem informação de retorno às aulas presenciais de escolas da rede Estadual de ensino", apesar de o Colégio Militar ser de responsabilidade do Exército Brasileiro.   

https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2020/09/16/interna_gerais,1186166/colegio-militar-bh-anuncia-retorno-das-aulas-presenciais-segunda-feira.shtml

 

 

 

 

Volta às aulas é proibida pela Justiça em Colégio Militar de Belo Horizonte

Funcionários e inúmeros pais de alunos são contrários à retomada das aulas na instituição do Exército

Por Aloisio Morais

setembro 19, 2020

 


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Aloísio Morais

A Justiça Federal deu um chega-pra-lá nos militares do Colégio Militar de Belo Horizonte e proibiu o retorno às aulas presenciais a partir da próxima segunda-feira, 21, a exemplo do que outras instituições do Exército pretendem fazer no país. A instituição tem cerca de 750 alunos, 42% do sexo feminino. Dezenas de pais de alunos são contrários à volta às aulas, mesmo com uma série de protocolos a serem adotados. Durante a ditadura, as instalações da escola abrigaram presos políticos, que foram vítimas de tortura no local.

A retomada das atividades escolares na unidade do Exército provocou discussões tanto na Prefeitura de Belo Horizonte quanto no Ministério Público Federal e, como medida de segurança, o Sindicato dos Trabalhadores Ativos, Aposentados e Pensionistas do Serviço Público Federal (Sindsep-MG) entrou na Justiça com um pedido em tutela de urgência para continuidade do regime remoto de aulas, o que foi acatado com a fixação de uma multa de R$ 5 mil por dia, caso ocorra descumprimento da determinação.

 


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Colégio do bairro Pampulha foi usado para abrigar presos políticos durante a ditadura

Sem prejuízo

Na quarta-feira, 16, a direção do Colégio Militar encaminhou às famílias um comunicado informando sobre o retorno obrigatório às aulas na unidade, exceto para os alunos que comprovassem pertencer a grupos de risco para o novo coronavírus. Porém, para o sindicato, o retorno não é necessário, uma vez que os alunos não estariam sendo prejudicados pelo sistema de aulas on-line. Pela avaliação dos professores, os estudantes estão respondendo bem às aulas.

“Nós estamos conversando com os professores há mais de um mês, logo que eles perceberam que seriam convocados para um planejamento presencial das atividades e que incluía desde então o retorno às aulas na própria escola. Nós entendemos que não é necessário um retorno presencial quando tudo pode ser feito remotamente. Sabemos que a cidade está em processo de reabertura, mas achamos que não há necessidade de colocar mais pessoas nos ônibus e nas ruas se os alunos estão respondendo bem às aulas remotas. As aulas estão tendo qualidade”, ressaltou a diretora do Sindicato, Jussara Griffo, ao jornal O Tempo.

Segundo Jussara, o Colégio Militar tinha determinado que retornariam apenas aqueles funcionários que não compõem grupos de risco para a pandemia do novo coronavírus, mantendo em regime remoto, portanto, aqueles com idades superiores a 60 anos e portadores de comorbidades. “Se algumas pessoas permaneceriam em casa, entendemos que o trabalho pode ser mantido remotamente, então não há necessidade de retornar também os outros. Para quê colocar alunos em risco, famílias e professores? Se os alunos estão respondendo bem às aulas remotas, podemos mantê-las”, declarou.

 

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O comunicado feito pelo colégio indicava que haveria um revezamento entre turmas e a adoção de medidas sanitárias relacionadas à Covid-19 para garantir a segurança de estudantes, funcionários e familiares. O retorno contradiz as políticas municipal e estadual que ainda mantêm as aulas suspensas nas redes pública e particular de Minas Gerais. Autoridades da Prefeitura de Belo Horizonte declararam nessa sexta-feira, 18, que poderia procurar a Justiça para pedir a proibição da retomada do ano na unidade militar. Em uma mesma direção, o Ministério Público Federal determinou que o diretor do colégio, o coronel Marco José dos Santos, explicasse à Justiça com um prazo máximo de 24 horas quais estudos técnicos e protocolos de segurança justificariam o retorno às aulas presenciais.

Barbacena


Desde o dia 26 de maio mais de 200 alunos da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar) em Barbacena, no Campo das Vertentes, em Minas, testaram positivo para Covid-19. No dia 22 de junho, o Ministério Público Federal emitiu recomendação ao diretor de Ensino da Aeronáutica, major-brigadeiro do Ar Marcos Vinícius Rezende Murad, e ao comandante da Escola Preparatória de Cadetes do Ar, brigadeiro do Ar Paulo Ricardo da Silva Mendes, para suspender imediatamente todas as aulas e demais atividades acadêmicas presenciais.
A Epcar é uma escola de ensino militar sediada em Barbacena que admite alunos de idade entre 14 e 18 anos por meio de concurso público. No local, estudantes de várias cidades de todo o Brasil vivem em regime de internato e, por isso, dormem em alojamentos e têm aulas em horário integral.

https://jornalistaslivres.org/volta-as-aulas-e-proibida-pela-justica-em-colegio-militar-de-belo-horizonte/

 

 

 

 

 

Comício da Central

Na Praça da República

Vista do Morro do Cristo

 

 

 

Tabuleta do Imperador

Da Confeitaria do Custódio

Vista do Morro do Imperador

 

 

 

 

A marcha rumo ao golpe

Como foi a operação militar que partiu de Minas para implantar a ditadura no país


MF Marcelo da Fonseca

postado em 30/03/2014 06:00 / atualizado em 30/03/2014 08:41

 

 

 


https://i.em.com.br/mZQ5sm88fLBcWH8Rl6NGu1o8Cig=/332x0/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2014/03/30/513303/20140330084026351160o.jpg

Dias depois do golpe, Olímpio Mourão Filho passa em revista a tropa(foto: Arquivo O Cruzeiro/EM. Brasil.)

Dias depois do golpe, Olímpio Mourão Filho passa em revista a tropa(foto: Arquivo O Cruzeiro/EM. Brasil.)


No final da madrugada de 31 de março de 1964, o general Olímpio Mourão Filho, comandante da 4ª Região Militar, em Juiz de Fora, transformou em ação as insatisfações que cresciam nos quartéis com o então presidente João Goulart. Apoiado por políticos e empresários influentes de Minas Gerais, que criticavam, principalmente, supostas ligações do presidente com regimes comunistas, Mourão Filho mandou às ruas, em direção ao estado da Guanabara, 6 mil homens com a missão de destituir Jango do poder. "Se nós não a tivéssemos feito, ela não teria sido jamais começada", avaliou o general mineiro em seu livro de memórias 14 anos depois. Nesta reportagem da série sobre os 50 anos do golpe, o Estado de Minas mostra como foi a operação que partiu do estado para dar início ao regime militar e à ditadura que assombrou o país por 21 anos.

SAIBA MAIS

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Três dias antes de os militares mineiros partirem em direção ao Rio, em 28 de março, os generais Mourão Filho e Odílio Denys, ex-ministro da Guerra, se reuniram com o governador de Minas, José de Magalhães Pinto, em Juiz de Fora, para discutir ações práticas que poderiam levar à derrubada do presidente João Goulart. Inicialmente, o grupo planejou que as tropas se movimentariam a partir de 4 de abril, mas Mourão Filho não esperaria até lá para agir.

Na véspera do golpe militar houve nova reunião organizada por Magalhães Pinto com o general Carlos Luiz Guedes, da 4ª Região Militar de Belo Horizonte, e José Geraldo de Oliveira, comandante da Polícia Militar de Minas. No encontro, desta vez na capital mineira, ficou decidido que seriam mobilizados os batalhões da PM, da Polícia Civil e da Guarda Civil para o movimento contrário ao governo federal. Foi anunciado um manifesto defendendo uma ação para retirar Jango do poder. No entanto, as articulações entre BH e Juiz de Fora não saíram como o planejado e, no dia 31, Mourão Filho anunciou seu próprio manifesto e ordenou o início da marcha.



"Faz mais de dois anos que os inimigos da ordem e da democracia, escudados na impunidade que lhes assegura o Sr. Chefe do Poder Executivo, vêm desrespeitando as instituições, enxovalhando as Forças Armadas. Na certeza de que ele está a executar uma das etapas do aniquilamento das liberdades cívicas, as Forças Armadas não podem se silenciar diante de tal crime. Minhas tropas, numa hora dessas, marcham para o estado da Guanabara em busca de vitória", disse Mourão.

Poucas horas depois, a Presidência da República divulgou nota lamentando a decisão do general mineiro e do governador Magalhães Pinto e prometeu uma resposta às movimentações de tropas no estado. "Diante dessa situação, o presidente recomendou ao ministro da Guerra, general Jair Dantas Ribeiro, que fossem tomadas imediatamente providências para debelar a rebelião, tendo sido deslocados para Minas unidades do 1º Exército. Lamentamos que uma aventura golpista tenha sido lançada em Minas, terra das melhores tradições cívicas do povo brasileiro."

A marcha Entre os cerca de 6 mil homens que deixaram Minas Gerais a partir da manhã do dia 31 de março em direção ao estado da Guanabara estava Manoel Soriano Neto. Com 22 anos e recém-saído da Academia Militar, ele seguiu junto com 350 militares do 12º Regimento de Infantaria para Juiz de Fora pouco depois do meio-dia para reforçar o Destacamento Tiradentes. A tropa de Mourão Filho já marchava em direção ao Rio de Janeiro pela BR-040, então chamada de BR-3.



"Havia a iminência de um combate real naquele dia. Partimos esperando um confronto com outras tropas do Exército, já que o Ministério da Guerra tinha determinado que o 1º Exército, a divisão do Rio de Janeiro, impedisse a passagem de nossa tropa", lembra Soriano, que se especializou em história militar.

A tropa que partiu da capital se apresentou ao general Mourão Filho no início da noite e seguiu o caminho para o Rio de Janeiro. Aos poucos, as cidades próximas à fronteira entre Minas e Rio foram sendo ocupadas pelos soldados mineiros, mas em nenhum dos casos houve resistência ou confronto com moradores. Ao ultrapassar o município fluminense de Areal, as tropas do 1º Exército e os mineiros se encontraram.

"Foi um momento de apreensão terrível. Mas a ordem de nos impedir não foi cumprida. Caso contrário, acredito que seríamos aniquilados. Estávamos com o moral em alta, porém, muito das nossas forças estavam aquém em relação ao armamento do I Exército", avalia Soriano. Ao contrário de um embate entre os dois grupos, os mineiros receberam o apoio do 1º Exército e a marcha até a capital fluminense foi reforçada.

Durante o dia 1º os militares ocuparam várias cidades na Baixada Fluminense e o alto-comando do Exército acelerou as articulações para tomar o poder. Sem reação do governo ou dos grupos que o apoiavam, João Goulart deixou o Rio de Janeiro em direção a Brasília, e em seguida para Porto Alegre, onde Leonel Brizola, ex-governador do Rio Grande do Sul, tentava organizar uma resistência.

Em 2 de abril, as tropas mineiras marcharam pela Avenida Brasil, Região Central do Rio. "Poucas pessoas sabiam exatamente o que estava acontecendo. Não houve qualquer conflito com moradores ou com grupos de resistência. Fomos recepcionados pelo governador Carlos Lacerda, que liberou o Maracanã para usarmos como base e nos ofereceu suprimentos. Ficamos até o dia 6, como uma tropa de ocupação, para consolidar a revolução", explica Soriano.

O movimento foi saudado por importantes setores da sociedade brasileira desde o início e recebeu a adesão dos governadores do Rio, Carlos Lacerda, e de São Paulo, Adhemar de Barros. Como forma de impedir uma suposta ameaça de "esquerdização" do país, o golpe militar foi aplaudido por empresários, pela imprensa e pela Igreja Católica.

Ainda no dia 1º, Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados, assumiu em caráter provisório o governo. No entanto, o poder de fato passou a ser exercido por uma junta de governo formada por três ministros militares – o general Arthur da Costa e Silva, o almirante Augusto Radamaker Grunewald e o brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo. No Nordeste, a movimentação do 4º Exército impediu qualquer ação de grupos camponeses e, com a deposição dos governadores Miguel Arraes, de Pernambuco, e Seixas Dória, de Sergipe, o golpe se consolidou rapidamente.



Mea-Culpa Décadas depois do golpe, alguns dos líderes mineiros que participaram da articulação inicial no estado avaliaram que a decisão de derrubar o governo de João Goulart como solução para o país não saiu como o planejado. Em 1989, o ex-comandante da PM Coronel José Geraldo de Oliveira criticou os desdobramentos do regime militar e afirmou que a proposta de mudar o país foi apenas uma justificativa para que um grupo se firmasse no poder.

"Foi um engano, um lamentável equívoco. Se eu soubesse que o movimento de 64 iria dar no que deu, não teria tomado parte dele. Durante dois anos preparei a Polícia Militar de Minas para uma revolução que vencesse a corrupção e a subversão. Hoje, 25 anos depois, sei que o que aconteceu foi um golpe. A corrupção tomou conta de Minas e do Brasil. Fomos meros serviçais dos magnatas. A cada dia eles se tornaram mais ricos e o povo ficou cada vez mais pobre", analisou José Geraldo na época.

https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2014/03/30/interna_politica,513303/a-marcha-rumo-ao-golpe.shtml

 

 

 

 

1964 - 1964

UM GOLPE CONTRA OS BRASILEIROS

O GOLPE MILITAR

 

O golpe de 1964 foi a maior tragédia da história política brasileira. Instalou uma longa e brutal noite de terror e interrompeu o rico processo democrático que marcou as duas décadas anteriores. Centenas de milhares de pessoas foram presas e dezenas de milhares torturadas. Mais de 400 brasileiros foram mortos pelos órgãos de repressão – e muitos deles figuram como desaparecidos até hoje. Os direitos de expressão, manifestação e organização foram suprimidos. 
 
O golpe investiu também contra os direitos e conquistas dos trabalhadores. Promoveu forte concentração de renda: os ricos ficaram mais ricos, e os pobres mais pobres. Apoiado pelos Estados Unidos, o regime enquadrou o Brasil, o maior e mais populoso país da América Latina, nas diretrizes que vinham de Washington. A soberania nacional foi submetida a poderosos interesses externos.
 
A população, em meio a enormes dificuldades, soube encontrar brechas e abrir caminhos para resistir e reconquistar a democracia. Saiu desse período terrível mais forte, mais madura e mais experiente. A duras penas, aprendeu que a democracia pertence ao povo e não pode ser tutelada por ninguém.
 
Ditadura, nunca mais!

http://memorialdademocracia.com.br/card/golpe-de-1964

 

 

 

 

Marcha de Minas

De BH com baldeação em JF e Serras

Vista da Praça Marechal Floriano no centro do RJ

 

 

 

 

 


http://memorialdademocracia.com.br/publico/image/6779

Manifestação contra o golpe na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, é reprimida pelo Exército em 1º abril de 1964 CPDoc JB

 <strong> Manifestação contra o golpe</strong> na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, é reprimida pelo Exército em 1º abril de 1964 

http://memorialdademocracia.com.br/card/golpe-de-1964

 

 

 

 

 

Loja Riachuelo

Na esquina da Halfeld com a Getúlio

De Frente Pro Crime

 

 



https://youtu.be/GtqskEURc5w                                                                

Jair Bolsonaro leva facada em Juiz de Fora, Minas Gerais

 

O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, levou uma facada em Juiz de Fora (MG), na tarde desta quinta-feira (6), quando fazia campanha pela região. Segundo as primeiras informações, o ferimento foi superficial. Ele foi socorrido e levado ao um hospital na cidade e passa bem. Ainda não há muitas informações sobre o ocorrido, mas o agressor teria sido detido pela polícia. (Crédito: Reprodução/Facebook)

https://www.youtube.com/watch?v=uLaq2hEcwp0

 




https://youtu.be/GtqskEURc5w                                                                

Jair Bolsonaro leva facada em Juiz de Fora

 

O candidato à Presidência, Jair Bolsonaro, levou uma facada nessa tarde quando fazia campanha pelas ruas de Juiz de Fora

(Por Jornal da Alterosa )

https://www.youtube.com/watch?v=GtqskEURc5w

 

 

 

 

Comício da Central

Na Praça da República

Vista do Morro do Cristo

 

 

 


https://youtu.be/vHfUXwmcugE

"De frente pro crime" por João Bosco - Sr. Brasil - 28/12/14

 

Rolando Boldrin recebe João Bosco (Ponte Nova - MG) que canta "De Frente Pro Crime" (João Bosco / Aldir Blanc)

https://www.youtube.com/watch?v=vHfUXwmcugE

 

 

 

 

 

A conjuntura de radicalização ideológica e o golpe militar > Comício das Reformas

Comício das Reformas

 



https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/imagens/dossies/nav_jgoulart/fotos/Modulo7/ph_fot_5610_30_s.jpg

 

Presidente João Goulart, ao lado da esposa Maria Tereza, discursa no comício realizado na Central do Brasil. 13 de março de 1964.Concentração realizada no Rio de Janeiro no dia 13 de março de 1964, em frente à estação ferroviária Central do Brasil, no Rio de Janeiro, o Comício das Reformas, também conhecido por Comício da Central, reuniu cerca de 150 mil pessoas, incluindo membros de entidades sindicais e outras organizações de trabalhadores, servidores públicos civis e militares, estudantes etc. Tinha por meta demonstrar a decisão do governo federal de implementar as chamadas reformas de base e defender as liberdades democráticas e sindicais.

A orientação nacionalista-reformista adotada pelo presidente João Goulart havia desencadeado a oposição dos setores dominantes do país e de largos segmentos das classes médias e da oficialidade. Nos primeiros meses de 1964, ele procurou mobilizar as massas para a implementação, ainda naquele ano, das chamadas reformas de base - agrária, bancária, administrativa, universitária e eleitoral -, bloqueadas pelo Congresso, e para a extensão do direito de voto aos analfabetos, soldados, marinheiros e cabos, assim como a elegibilidade para todos os eleitores. Com esse intuito, convocou um comício para o dia 13 de março, a ser organizado por uma comissão de líderes sindicais.

Às 15 horas do dia 13 de março, uma sexta-feira, começaram a chegar à Central do Brasil militantes sindicais, estudantes e delegações de mulheres. Quinze oradores precederam o presidente da República. O mais aplaudido foi Leonel Brizola, ex-governador do Rio Grande do Sul e deputado federal pelo PTB carioca, que exortou o presidente a "abandonar a política de conciliação" e instalar "uma Assembléia Constituinte com vistas à criação de um Congresso popular, composto de camponeses, operários, sargentos, oficiais nacionalistas e homens autenticamente populares".

Goulart iniciou seu discurso às 20 horas {link para a íntegra do discurso}, tendo falado por mais de uma hora. Inicialmente atacou os chamados "democratas", cuja "democracia do anti-povo, da anti-reforma e do anti-sindicato" seria a "a democracia dos monopólios nacionais e internacionais". Mais adiante, mencionou a necessidade da revisão da Constituição de 1946, "porque legaliza uma estrutura sócio-econômica já superada" e da ampliação da democracia, "colocando fim aos privilégios de uma minoria". Referindo-se ao decreto da Superintendência da Reforma Agrária (Supra), que havia assinado no palácio das Laranjeiras, frisou que o texto ainda não era a reforma agrária, pois "reforma agrária feita com pagamento prévio do latifúndio improdutivo, à vista e em dinheiro, não é reforma agrária", mas sim "negócio agrário, que interessa apenas ao latifundiário".

Com relação à Petrobrás, afirmou que assinara pouco antes o decreto de encampação de todas as refinarias particulares, que passavam a pertencer ao patrimônio nacional. Informou também que iria enviar ao Congresso mensagem tratando da reforma eleitoral, baseada no princípio de que "todo alistável deve ser também elegível", e da reforma universitária "reclamada pelos estudantes". Denunciou por fim a existência de "forças poderosas (...) que ainda permaneciam insensíveis à realidade nacional" e que poderiam vir a ser responsáveis pelo derramamento de sangue, "ao pretenderem levantar obstáculos à (...) emancipação". No dia seguinte, Jango assinou o decreto tabelando o preço de aluguéis e imóveis em todo o território nacional e desapropriando imóveis desocupados por utilidade social.

As repercussões do comício foram imediatas e sentidas em todo o país. Manifestações antigovernamentais ocorreram em São Paulo e Belo Horizonte, enquanto a União Democrática Nacional (UDN) e parte do Partido Social Democrático (PSD) e outros partidos reclamavam o impedimento de Goulart. Carlos Lacerda, governador da Guanabara, considerou o comício "um ataque à Constituição e à honra do povo" e o discurso do presidente "subversivo e provocativo". Entidades financiadas pelo empresariado articulavam a realização das chamadas Marchas da Família, com Deus, pela Liberdade, a fim de levantar as classes médias contra o perigo comunista.

Sérgio Lamarão

https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/AConjunturaRadicalizacao/Comicio_das_reformas

 

 


 

 


https://youtu.be/P-LRa15wYP8

O Comício da Central do Brasil, O Último Ato | Sala de Notícias - Canal Futura

•3 de nov. de 2014

 

Canal Futura

 

Em 2014, o golpe militar que derrubou o presidente João Goulart completou 50 anos. Entre os muitos motivos que provocaram a conspiração que acabou por derrubar Jango, estava a decisão do presidente de realizar uma série de reformas que mudariam o país, principalmente a Reforma Agrária. Os militares também reagiam à mobilização dos subalternos, soldados, cabos e sargentos que, através de suas organizações de classe, questionavam os comandos militares. No dia 13 de março, aconteceu a última demonstração de força de Jango: um grande comício, com a participação de mais de cem mil pessoas, em frente à estação de trem Central do Brasil, no centro do Rio de Janeiro - ao lado do então Ministério da Guerra. Os discursos eram inflamados e os presentes ao comício pareciam dispostos a tudo para garantir as reformas. Mas, infelizmente, a demonstração de força não tinha base real, e Jango caiu 13 dia depois. Neste documentário, são ouvidos personagens que viveram o período intensamente, como José Serra, então presidente da União Nacional dos Estudantes, o fotógrafo Evandro Teixeira, os então professores universitários José Gregory, da USP, e Edivaldo Cafezeira, da UFRJ, o advogado e político Marcelo Cerqueira, que era vice-presidente da UNE, e João Vicente Goulart, filho de João Goulart. Direção: Jorge Melo Produção: Canal Futura

https://www.youtube.com/watch?v=P-LRa15wYP8

 

 

 

 

Tabuleta do Imperador

Da Confeitaria do Custódio

Vista do Morro do Imperador

 

 

 

Mirante Morro do Imperador

N.º 6 de 49 atividades em Juiz de Fora

Mirantes

 

O que dizem os viajantes

Bom passeio pra ter a vista da cidade, pode estacionar lá em cima e não é pago.

O Morro do Imperador têm esse nome em homenagem a D. Pedro que passou pela cidade, mas é mais conhecido por morro do Cristo devido a estatueta incluída na região, antes mesmo da estátua projetada para o Corcovado...

https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-d2423834.html

https://www.tripadvisor.com.br/Attraction_Review-d2423834.html#photos;aggregationId=&albumid=&filter=7&ff=49777482

 

 


 


https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/d5/Vista_de_Juiz_de_Fora_MG_a_partir_do_Morro_do_Imperador.JPG/1600px-Vista_de_Juiz_de_Fora_MG_a_partir_do_Morro_do_Imperador.JPG

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69

Morro do Imperador ou Morro do Cristo
TV industrial
A emissora foi instalada em Juiz de Fora em 1964
Foi pioneira no interior do país e funcionou na cidade até o ano de 1979
Os fundadores da TV Industrial foram Sérgio Mendes e seus filhos Gudesteu e Geraldo Mendes
A transmissão da programação era pelo canal 10 VHF e era sediada no Morro do Imperador
A emissora chegou a produzir 80% da sua programação, sendo ela jornalística, cultural, esportiva e educativa
A TV Industrial recebeu um prêmio em 1974 do governo da Guanabara pela sua programação local
Em 1980, a emissora foi vendida para a Rede Globo de Televisão
Fonte Eu amo Juiz de Fora 

http://mauricioresgatandoopassado.blogspot.com/2016/02/pontos-turisticos-0-fotos.html

 

 

 

 


https://youtu.be/f27iTlUpQjY

João Bosco e Zizi Possi O Bêbado e o Equilibrista Som Brasil

 

João Bosco e Zizi Possi cantam O Bêbado e o Equilibrista no Som Brasil - Globo, e seu baterista Kiko Freitas utilizando o Isoacustic (Paredes acrílicas de isolamento sonoro). www.isoacustic.com.br

https://www.youtube.com/watch?v=f27iTlUpQjY

 

 

 

 

EMBARGOS CULTURAIS

Machado de Assis e Confeitaria do Custódio mostram hipocrisia da política

6 de dezembro de 2015, 8h02

Por Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy

Livre-docente pela USP

 

Nas páginas de Esaú e Jacó[1] encontramos irônica passagem de Machado de Assis que nos revela a pouquíssima participação popular que resultou na Proclamação da República. Trata-se da amena cena da Padaria do Custódio; por causa da placa identificadora daquele estabelecimento, uma confeitaria, republicanos e monarquistas se enfrentaram: é o máximo de politização que se esperava na defenestração das instituições do império.

Para o escritor fluminense, parece-me hoje, a disputa em torno da identificação de uma padaria simbolizava o descaso que a vida política suscitava na população. Afinal, seria a padaria da República ou a padaria do Império ou, ainda, haveria alguma solução intermediária?

Tudo se deu nos dias da Proclamação da República, meados de novembro de 1889. A queda do império fora instigada pela questão social decorrente da abolição da escravidão, pela questão militar através da qual os militares prostraram-se contra D. Pedro II e pela questão religiosa, que valeu a D. Pedro II a oposição de substanciais setores da Igreja. São as chamadas três questões que teriam sido responsáveis pela queda do imperador: a questão social, a questão militar e a questão religiosa. De resto, o segundo reinado esgotara-se na própria seiva.

Ao que consta, escravagistas pretendiam uma indenização pela perda dos escravos, que não foi paga; uma mácula a menos na triste e vergonhosa história da exploração do trabalho escravo. A abolição da escravidão entre nós se deu quando essa forma odiosa de exploração já fora banida alhures. Esse drama descortina mais uma simulação de uma história que sistematicamente tentou amenizar um problema crucial, dulcificando-o, com a falsa imagem de um imaginário brasileiro, que seria bonzinho e tolerante.

Os militares, fomentados pela doutrina positivista, se irritaram com a intromissão de D. Pedro II em assuntos da caserna; a prisão de um dos principais líderes do exército, porque havia se pronunciado sobre o montepio militar, teria sido a gota d’água. Consubstanciou-se um ideal de salvação nacional, retomado com força no movimento tenentista da década de 1920, e de algum modo recauchutado no golpe de 1964.

A Igreja insurgiu-se contra o imperador porque ele não concordou com bula papal que determinava que os padres expulsassem de suas paróquias padres ligados à maçonaria. Aqui encontramos alguns elementos explicativos da laicização do Estado, tal como fixada no texto constitucional de 1891.

A Proclamação da República foi golpe de cima para baixo; além do que, ninguém se entendia, e pouca informação objetiva havia. O desencontro de opiniões era geral e segundo uma testemunha ocular o povo assistiu tudo bestializado, como se fosse uma parada militar; essa passagem, atribuída a Aristides Lobo, um dos propagandistas da república, tornou-se um mote de referência recorrente ao movimento. Esse tema, a participação popular no golpe republicano foi explorado em livro delicioso e muito bem pesquisado e escrito, de José Murilo de Carvalho[2].

Machado de Assis satirizou a situação, a indecisão, com enredo irônico. Trata-se da cena da tabuleta da padaria do Custódio. Esse indeciso personagem era dono de uma padaria para a qual encomendara uma placa com os dizeres Confeitaria do Império, nome pelo qual o estabelecimento era muito conhecido. Ao saber dos acontecimentos políticos, ordenara que se parasse a inscrição no “D”.

É que os republicanos de 15 de novembro poderiam destruir a placa, e a padaria, na continuidade, porquanto certamente não aceitariam uma confeitaria que lembraria a ordem deposta. De fato, os mais radicais eram os que se converteram no dia da proclamação...

Ainda que a placa já estivesse pronta, Custódio evitou usá-la. Ordenou, então, que se fizesse outra plaquinha, onde ler-se-ia Confeitaria da República. Porém, permanecia temeroso; uma reviravolta política poderia acontecer. Por sugestão do Conselheiro Ayres, Custódio decidiu-se por uma terceira opção, em nada comprometedora, a padaria chamar-se-ia Confeitaria do Governo...

Não parece ser muito diferente a situação contemporânea. Mudam-se plaquinhas, siglas, arranjos, adereços. A hipocrisia permanece para muitos como mote de ação: as aparências e nomes que damos a pessoas e coisas, infelizmente, sugerem a política como uma confeitaria na qual a pretensão de agradar supera a coragem de transformar.

 


[1] Machado de Assis, Esaú e Jacó, aqui me refiro a edição Martin Claret, de 2001. A primeira edição é da Garnier, Rio de Janeiro, 1904.

[2] Carvalho, José Murilo de, Os Bestializados, o Rio de Janeiro e a República que não foi, São Paulo: Companhia das Letras, 1987.

Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy é livre-docente em Teoria Geral do Estado pela Faculdade de Direito da USP. Doutor e mestre em Filosofia do Direito e do Estado pela PUC-SP. Professor e pesquisador visitante na Universidade da California (Berkeley) e no Instituto Max-Planck de História do Direito Europeu (Frankfurt).

Revista Consultor Jurídico, 6 de dezembro de 2015, 8h02

https://www.conjur.com.br/2015-dez-06/embargos-culturais-confeitaria-machado-assis-mostra-hipocrisia-politica

 

 

CAPÍTULO XLIX

TABULETA VELHA

Toda a gente voltou da ilha com o baile na cabeça, muita sonhou com ele, alguma dormiu mal ou nada. Aires foi dos que acordaram tarde; eram onze horas. Ao meio-dia almoçou; depois escreveu no Memorial as impressões da véspera, notou várias espáduas, fez reparos políticos e acabou com as palavras que lá ficam no cabo do outro capítulo. Fumou, leu, até que resolveu ir à Rua do Ouvidor. Como chegasse à vidraça de uma das janelas da frente, viu à porta da confeitaria uma figura inesperada, o velho Custódio, cheio de melancolia. Era tão novo o espetáculo que ali se deixou estar por alguns instantes; foi então que o confeiteiro, levantando os olhos, deu com ele entre as cortinas, e enquanto Aires voltava para dentro, Custódio atravessou a rua e entrou-lhe em casa.

— Que suba, disse o conselheiro ao criado.

Custódio foi recebido com a benevolência de outros dias e um pouco mais de interesse. Aires queria saber o que é que o entristecia.

— Vim para contá-lo a V. Excia.; é a tabuleta.

— Que tabuleta?

— Queira V. Excia.ver por seus olhos, disse o confeiteiro, pedindo-lhe o favor de ir à janela.

— Não vejo nada.

— Justamente, é isso mesmo. Tanto me aconselharam que fizesse reformar a tabuleta que afinal consenti, e fi-la tirar por dois empregados. A vizinhança veio para a rua assistir ao trabalho e parecia rir de mim. Já tinha falado a um pintor da Rua da Assembléia; não ajustei o preço porque ele queria ver primeiro a obra. Ontem, à tarde, lá foi um caixeiro, e sabe V. Excia.o que me mandou dizer o pintor? Que a tábua está velha, e precisa outra; a madeira não agüenta tinta. Lá fui às carreiras. Não pude convencê-lo de pintar na mesma madeira; mostrou-me que estava rachada e comida de bichos. Pois cá de baixo não se via. Teimei que pintasse assim mesmo; respondeu-me que era artista e não faria obra que se estragasse logo.

— Pois reforme tudo. Pintura nova em madeira velha não vale nada. Agora verá que dura pelo resto da nossa vida.

— A outra também durava; bastava só avivar as letras.

Era tarde, a ordem fora expedida, a madeira devia estar comprada, serrada e pregada, pintando o fundo para então se desenhar e pintar o título. Custódio não disse que o artista lhe perguntara pela cor das letras, se vermelha, se amarela, se verde em cima de branco ou vice-versa, e que ele, cautelosamente, indagara do preço de cada cor para escolher as mais baratas. Não interessa saber quais foram.

Quaisquer que fossem as cores, eram tintas novas, tábuas novas, uma reforma que ele, mais por economia que por afeição, não quisera fazer; mas a afeição valia muito. Agora que ia trocar de tabuleta sentia perder algo do corpo, — coisa que outros do mesmo ou diverso ramo de negócio não compreenderiam, tal gosto acham em renovar as caras e fazer crescer com elas a nomeada. São naturezas. Aires ia pensando em escrever uma Filosofia das Tabuletas, na qual poria tais e outras observações, mas nunca deu começo à obra.

— V. Excia.há de me perdoar o incômodo que lhe trouxe, vindo contar-lhe isto, mas V. Excia.é sempre tão bom comigo, fala-me com tanta amizade, que eu me atrevi... Perdoa-me, sim?

— Sim, homem de Deus.

— Conquanto V. Excia.aprove a reforma da tabuleta, sentirá comigo a separação da outra, a minha amiga velha, que nunca me deixou, que eu, nas noites de luminárias, por São Sebastião e outras, fazia aparecer aos olhos da gente. V. Excia., quando se aposentou, veio achá-la no mesmo lugar em que a deixou por ocasião de ser nomeado. E tive alma para me separar dela!

— Está bom, lá vai; agora é receber a nova, e verá como daqui a pouco são amigos.

Custódio saiu recuando, como era o seu costume, e desceu trôpego as escadas. Diante da confeitaria deteve-se um instante, para ver o lugar onde estivera a tabuleta velha. Deveras, tinha saudades.

Esaú e Jacó

Texto-fonte:

Obra Completa, Machado de Assis,

Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1994.

Publicado originalmente pela Editora Garnier, Rio de Janeiro, 1904.

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