90 anos de
Ferreira Gullar
NO CENÁCULO da
ABL
“(...) O que torna as amizades
indissolúveis e lhes duplica o encanto é um sentimento que falta ao amor – a certeza.
Aqueles moços sentiam-se seguros de si mesmo: o inimigo de um deles tornava-se
inimigo de todos. Abandonariam seus interesses mais urgentes para obedecer a
santa solidariedade de seus corações. Incapazes todos de uma covardia, podiam
opor um não formidável a qualquer acusação e defender-se uns aos outros
com segurança. Igualmente nobres de coração e de igual força nas coisas de
sentimento, tudo podiam pensar, tudo dizer-se no terreno da ciência e da
inteligência. Daí a inocência de suas palavras. Certos de se compreenderem,
seus espíritos divagavam à vontade: por isso não faziam cerimônias entre si,
confiavam-se mutuamente suas penas e alegrias, pensavam e sofriam de coração
aberto. As encantadoras gentilezas que fazem da fábula dos Dois Amigos72
um tesouro para as grandes almas eram entre eles habituais. Compreende-se pois
a severidade com que julgavam antes de admitir um novo frequentador em sua
roda. Possuíam em alto grau a consciência de sua grandeza e de sua felicidade
para arriscá-la deixando ali entrar elementos novos e desconhecidos. (...)” V O
CENÁCULO: ILUSÕES PERDIDAS, BALZAC
Tradução de Ernesto Pelanda e Mário Quintana.
Título original: Illusions Perdues
72 Os Dois Amigos: fábula de La Fontaine
(Livro VIII, fábula XI), em que o poeta conta a história de dois amigos
verdadeiros. Um deles, acordando de repente, no meio da noite, corre à casa do
outro, a quem desperta: este pensando que o amigo corre algum perigo, oferece
todo o auxílio possível; mas ele lhe explica que acorrera porque o amigo, em
sonho lhe parecera triste.
90 anos do
Acadêmico Ferreira Gullar são comemorados em podcast especial da ABL
A Academia Brasileira de
Letras apresenta, através de seu canal de podcast, a série Efemérides
Acadêmicas, uma homenagem especial aos noventa anos do nascimento do Acadêmico
Ferreira Gullar (1930-2016), eleito em outubro de 2014. O episódio, que irá ao
ar no dia 15 de setembro, a partir das 16h, conta com a participação dos
Acadêmicos Arno Wehling, Antonio Carlos Secchin e Antonio Cicero.
Este quinto episódio dá continuidade à
série de podcasts em comemoração de aniversários “redondos” de Acadêmicos e
celebrará seus feitos e marcos ao longo de suas trajetórias dentro da Casa de
Machado de Assis. A emissão está disponível no site da Academia, assim como nas
plataformas Apple Podcast, Spotify, Deezer e Castbox.
10/09/2020
PERFIS DOS ACADÊMICOS CITADOS
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
https://www.academia.org.br/noticias/90-anos-do-academico-ferreira-gullar-sao-comemorados-em-podcast-especial-da-abl
INTERPRETAÇÃO DE
TEXTO: OS DOIS AMIGOS E O URSO – 7º ANO
escrito
por Denyse Lage Fonseca
Atividade de interpretação de texto, dirigida aos alunos do
sétimo ano do ensino fundamental. As variadas questões propostas visam ao
estudo do reflexivo texto “Os dois amigos e o urso”. Vamos refletir e
aprimorar as habilidades de leitura?
Esta
atividade de português está disponível para download em modelo editável do
Word, pronta para impressão em PDF e também a atividade respondida.
Baixe este
exercício de português em:
§ Word: Interpretação
de texto: Os dois amigos e o urso – 7º ano – Modelo editável
§ PDF: Interpretação
de texto: Os dois amigos e o urso – 7º ano – Pronta para imprimir
§ Gabarito: Interpretação
de texto: Os dois amigos e o urso – 7º ano – Com respostas
ESCOLA:
DATA:
PROF:
TURMA:
NOME:
Leia:
Os dois amigos e
o urso
Dois amigos caminhavam
por um bosque quando, de repente, aparece um urso e começa a prossegui-los. Um
dos amigos, muito assustado, trepou numa árvore. O outro, abandonado à própria
sorte, jogou-se no chão, fingindo-se de morto.
O urso ao vê-lo,
aproximou-se pouco a pouco. Porém, este animal, que não se alimenta de
cadáveres, segundo dizem, começou a olhá-lo, tocá-lo: observá-lo, examina-lo.
Mas como nosso amigo não se movia e quase nem respirava, é abandonado pelo
urso, que foi embora falando: “Está tão morto como meu bisavô”.
Então o amigo que estava
na árvore, alardeando sua amizade, desce correndo e o abraça. Comenta sobre a
sorte que teve o amigo por ter saído ileso de situação tão perigosa e lhe diz:
— Sabe, parece-me que o
urso lhe disse alguma coisa no ouvido, enquanto o cheirava. Diga-me, o que foi
que ele lhe disse?
E nosso amigo responde:
— Só uma coisa: “Retira
tua amizade da pessoa que, se te vê em perigo, te abandona”.
SAMANIEGO. La Fontaine. “Fábulas”.
Tradução de Ferreira Gullar. Rio de Janeiro: Revan, 1997.
Questões
Questão 1
– O texto lido é do gênero:
a) artigo de
opinião
b) fábula
c) crônica
d) conto
Questão 2
– Identifique o fato que
motivou a história narrada:
R:
Questão 3 – O clímax é aquele momento da história que
gera mais tensão. Assinale-o:
a) “[…]
aparece um urso e começa a prossegui-los.”
b) “Um dos
amigos, muito assustado, trepou numa árvore.”
c) “O outro,
abandonado à própria sorte, jogou-se no chão, fingindo-se de morto.”
d) “O urso …
começou a olhá-lo, tocá-lo: observá-lo, examina-lo.”
Questão 4
– Diante da perseguição do
urso no bosque, os dois amigos adotaram estratégias diferentes. Aponte-as:
R:
Questão 5
– O urso disse a um dos
amigos o seguinte: “Retira tua amizade da pessoa que, se te vê em perigo, te
abandona”. O que o levou a dizer essas palavras?
R:
Questão 6
– A fala do urso, transcrita
acima, funciona como:
a) uma ordem
b) um desejo
c) um conselho
d) uma
advertência
Questão 7 – Na parte “[…] começou a olhá-lo, tocá-lo:
observá-lo, examina-lo.”, o pronome “lo” refere-se:
R:
Questão 8 – Há o predomínio no texto de sequências:
a) narrativas
b) descritivas
c) expositivas
d)
argumentativas
Questão 9 – No trecho “Mas como nosso amigo não se movia e
quase nem respirava […]”, os verbos em destaque exprimem
ações:
a) previsíveis
b) concluídas
c) hipotéticas
d) inacabadas
Questão 10 – Na passagem “[…] por ter saído ileso de situação
tão perigosa […]”, o termo “tão”:
a) complementa
o sentido do adjetivo “perigosa”.
b) intensifica
o sentido do adjetivo “perigosa”.
c) explica o
sentido do adjetivo “perigosa”.
d) define o
sentido do adjetivo “perigosa”.
Por Denyse
Lage Fonseca – Graduada em Letras e especialista em educação a
distância.
As respostas estão
no link acima do cabeçalho.
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Sobre o
passarinho Mario Quintana
Cicero Sandroni
Convidado pela ABL para falar sobre o
centenário de nascimento de Mario Quintana, o professor gaúcho Sergius Gonzaga
veio de Porto Alegre e, em sessão coordenada pelo acadêmico Moacyr Scliar,
discorreu na Sala José Alencar, para um auditório repleto e atento, sobre a
obra do grande poeta que, infelizmente, não pertenceu aos quadros da Academia.
No correr da sua história, a ABL viu-se obrigada a escolher, em determinadas
eleições, entre grandes figuras da literatura brasileira. Mario Quintana
concorreu em três ocasiões à ABL nos anos 80, mas as razões eleitorais da
Instituição não lhe permitiram alcançar os vinte votos necessários para ter
direito a uma poltrona.
Em que medida este fato alcança a sua imortalidade? Em nada. A glória
que fica, eleva, honra e consola não é privilégio dos quarenta. Grandes nomes
da literatura brasileira ausentes do Petit Trianon podem ser contados às
dezenas, sem que essa circunstância nem de longe alcance o valor da obra
reconhecida pela crítica e pelo público.
Este é, sem dúvida, o caso de Mario Quintana. E quando lembro seu verso
"enquanto os outros passarão, eu passarinho", penso que talvez tenha
sido melhor assim. Quintana passarinho necessitava de mais espaço para o seu
vôo, hoje e sempre a encantar todos os que, ao passar pelo efêmero da vida,
descobrem a essência da obra imortal.
Jornal do Commercio (Rio de Janeiro)
29/07/2006
Jornal do Commercio (Rio de Janeiro),
29/07/2006
https://www.academia.org.br/artigos/sobre-o-passarinho-mario-quintana
Ao Meu Amigo
Edgar
Noel Rosa
https://youtu.be/7MJDRrNp4Rw
Já apresento melhoras
Pois levanto muito cedo
E deitar as nove horas
Pra mim já é um brinquedo
A injeção me tortura
E muito medo me mete
Mas minha temperatura
Não passa de 37
Nessas balanças mineiras
De variados estilos
"Trepei" de várias maneiras
E pesei 50 quilos
Deu resultado comum
O meu exame de urina
Meu sangue 91
Por cento de hemoglobina
Creio que fiz muito mal
Em desprezar o cigarro
Pois nao há material
Pro meu exame de escarro
Até agora só isto
Para o bem dos meus pulmões
E nem brincando desisto
De seguir as instruções
Que o meu amigo Edgard
Arranque desse papel
O abraço que vai mandar
O seu amigo Noël
P.S:
Muito obrigado ao Noel
É grande a satisfação
Ter um parceiro no Céu
Quem fala aqui é o João.
https://www.vagalume.com.br/noel-rosa/ao-meu-amigo-edgar.html
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