PARI PASSU: 28/09.2020
“Marcela amou-me
durante quinze meses e onze contos de réis; nada menos.”
(Machado de Assis
– Memórias póstumas de Brás Cubas)
Em Roda Viva:
Fernando Henrique
Cardoso
Ao Direto ao
ponto:
Antônio Hamilton
Martins Mourão
No seu Live:
Prof. Marco Antônio
Villa:
No Link:
Roda Viva |
Fernando Henrique Cardoso | 28/09/2020
O Roda Viva entrevista o sociólogo e
ex-presidente da Repúblico, Fernando Henrique Cardoso. Detentor de 29 títulos
de Doutor Honoris Causa, concedidos por universidades do Brasil, Europa e
Estados Unidos, Fernando Henrique iniciou a carreira política no Senado, em
1983, ao assumir a cadeira de Franco Montoro, de quem era suplente. Em 1986,
foi reeleito com mais de 6 milhões de votos, depois de participar ativamente da
campanha pelas Diretas Já, que visava uma transição pacífica do regime militar
para a democracia. Sociólogo, cientista político e professor universitário,
Fernando Henrique Cardoso escreveu mais de 20 livros, entre outros “A Arte da
Política, a História que vivi”; “Cartas a um Jovem Político – para construir um
Brasil Melhor”; e “Carta aos Brasileiros”; além de tratados sobre sociologia e
política. Ele também foi ministro da Fazenda no governo de Itamar Franco,
quando começou a ser desenhado o Plano Real, que iria controlar a inflação e
estabilizar a economia do país. No mesmo governo, exerceu o cargo de ministro
das Relações Exteriores.
https://www.youtube.com/watch?v=dFSb2wNze7E
Fernando Henrique
Cardoso
Ex-presidente do
Brasil e sociólogo
Por Dilva
Frazão
Biografia de
Fernando Henrique Cardoso
Fernando Henrique Cardoso (1931) é um
sociólogo, professor universitário, escritor e político brasileiro. Foi
Presidente do Brasil por dois mandatos, de 1995 a 2002. Foi o primeiro
presidente brasileiro a se reeleger para um segundo mandato.
Fernando Henrique Cardoso nasceu no
Rio de Janeiro, no dia 18 de junho de 1931. Filho de Leônidas Cardoso, de
tradicional família de militares, e de Nayde Silva Cardoso iniciou seus estudos
na cidade do Rio de Janeiro.
Formação
Em 1940, Fernando Henrique mudou-se
com a família para São Paulo, onde continuou seus estudos em escolas
particulares. Em 1949 ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da
Universidade de São Paulo (USP) no curso de Ciências Sociais, bacharelando-se
em 1952. No ano seguinte, especializou-se em Sociologia.
Entre 1952 e 1953, foi professor da
Faculdade de Economia da USP. Em 1953 foi analista de ensino da cadeira de
Sociologia da Faculdade de Filosofia. Foi também auxiliar de ensino do
professor visitante e sociólogo francês Roger Baptiste.
Em 1954, Fernando Henrique foi eleito
representante dos ex-alunos, tornando-se o mais jovem membro do Conselho
Universitário da USP. Em 1955, foi primeiro assistente do sociólogo Florestan
Fernandes. Em 1960 integrou a direção do Centro de Sociologia Industrial e do
Trabalho (Cesit), fundado na USP.
Fernando Henrique Cardoso cursou
pós-graduação no Laboratoire de Sociologie Industrielle da Universidade de
Paris, entre 1962 e 1963. Em 1962, publicou "Capitalismo e Escravidão no
Brasil Meridional".
Exílio
Indiciado em inquérito
policial-militar após o golpe de 1964, Fernando Henrique exilou-se na Argentina
e depois no Chile, onde foi nomeado diretor-adjunto do Instituto
Lalino-Americano de Planificação Econômica e Social.
Em 1967, mudou-se para a França.
Lecionou na Universidade de Nanterre até 1968, quando voltou ao Brasil. Nesse
mesmo ano, por concurso, assumiu a cátedra de Ciência Política na USP.
Em 1969, publicou "Dependência e
Desenvolvimento na América Latina", um clássico da sociologia e política,
publicado originalmente em espanhol, em coautoria com o chileno Enzo Faletto.
Nesse mesmo ano funda o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP),
que se tornaria um núcleo de pesquisa e reflexão sobre a realidade brasileira.
Em abril de 1969, com o ato
institucional n.º 5, o AI-5, Fernando Henrique teve seus direitos políticos
cassados. Exilado novamente, lecionou em diversas universidades, entre elas:
Stanford e Berkeley nos Estados Unidos, Cambridge na Inglaterra e na Escola de
Altos Estudos em Ciências Sociais na França.
Carreira Política
Em 1978, Fernando Henrique
candidatou-se ao Senado, pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) como
suplente de Franco Montoro. Em 1980, com o fim do bipartidarismo, foi um dos
fundadores do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Em 1983, assumiu a cadeira no senado
no lugar de Franco Montoro, quando esse foi eleito governador de São Paulo. Em
1983 torna-se um dos articuladores das "Diretas - já". Em 1985,
perdeu as eleições para prefeito de São Paulo.
Em 1986, foi reeleito senador pelo
(PMDB). Nesse mesmo ano fundou o (PSDB) Partido Social Democrático Brasileiro,
uma dissidência do PMDB. Fernando Henrique foi o relator do regimento interno
da Assembleia Nacional que elaborou a Constituição de 1988.
Entre 1992 e 1993, foi ministro das
Relações Exteriores do governo do Presidente Itamar Franco. Em maio de 1993,
foi nomeado Ministro da Fazenda, onde permaneceu até 1994. Sua principal tarefa
era conter a inflação e reorganizar a economia.
Plano Real
Como Ministro da Fazenda no governo de
Itamar Franco, Fernando Henrique reuniu um seleto grupo de economistas para
elaborar um plano gradual de estabilização. Foi criada a Unidade Real de Valor
(URV), um indexador que passaria a corrigir diariamente preços, salários e
serviços, como se fosse uma espécie de moeda. Em julho de 1994, foi introduzida
a nova moeda, o real, logo a inflação baixou o que trouxe grande prestígio a
Fernando Henrique.
Presidente da
República (1995-2002)
Candidato à presidência da República
pela coligação PSDB/PFL/PTB, Fernando Henrique Cardoso foi eleito presidente do
Brasil, no primeiro turno em 3 de outubro de 1994, tendo obtido 54,3% dos votos
válidos.
Fernando Henrique assumiu a
presidência em janeiro de 1995. No governo, procurou manter a
estabilidade monetária e restaurar a confiança dos investidores estrangeiros no
país. Em sua gestão, foi quebrado o monopólio da Petrobrás na exploração do
petróleo e foi privatizada grande parte das empresas estatais, entre elas, a
Vale e a Telebrás.
Apesar de contar com uma boa bancada
no Congresso, o presidente enfrentou dificuldades para derrubar a tradicional
estabilidade dos servidores públicos e aprovar novas regras para a previdência
social.
Depois da aprovação de uma emenda
constitucional, Fernando Henrique tornou-se o primeiro presidente brasileiro a
se reeleger para um segundo mandato, em 1998, quando derrotou Luiz Inácio
da Silva, no primeiro turno das eleições.
No segundo mandato, Fernando Henrique
enfrentou crises internacionais e uma crise energética que gerou o chamado
"apagão elétrico", com racionamento de energia. Houve uma ruptura na
política cambial até então praticada, quando em janeiro de 1999 o real sofreu
uma desvalorização e o Banco Centra adotou a livre flutuação do dólar, o que
contribuiu para o aumento das exportações e a redução da taxa de jurus.
No final de 2002, Fernando Henrique
foi considerado, pelas Nações Unidas, a autoridade mundial que mais se destacou
naquele ano no campo do desenvolvimento humano.
Nas eleições de 2002, o presidente
Fernando Henrique foi sucedido por Liz Inácio Lula da Silva candidato
vitorioso pelo PT.
Em 2012, foi anunciado o prêmio John
W. Kluge, distinção da Biblioteca do Congresso Americano, que o considerou Fernando
Henrique como o maior intelectual em ciência política da América Latina. No dia
27 de junho de 2013, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, ocupando
a cadeira 36.
Vida pessoal
Fernando Henrique Cardoso foi casado
com a antropóloga Ruth Cardoso entre 1953 e 2008, ano do falecimento de Ruth.
Juntos tiveram três filhos: Paulo Henrique Cardoso, Beatriz Cardoso e Luciana
Cardoso. Desde 2014, ele mantem um relacionamento com Patrícia Kundrát,
assessora do Instituto FHC.
Última atualização: 05/06/2019
Dilva Frazão
Possui bacharelado em Biblioteconomia
pela UFPE e é professora do ensino fundamental. Desde 2008 trabalha na
redação e revisão de conteúdos educativos para a web.
https://www.ebiografia.com/fernando_henrique_cardoso/
Ao Direto ao
ponto:
Antônio Hamilton Martins Mourão
No link:
HAMILTON MOURÃO -
DIRETO AO PONTO - 28/09/20
https://www.youtube.com/watch?v=TXodQo9frao
Hamilton Mourão
Vice-presidente
do Brasil
Por Dilva
Frazão
Biografia de
Hamilton Mourão
Hamilton Mourão (1953) é um general da
reserva do Exército Brasileiro e o vice-presidente da República no governo de
Jair Bolsonaro.
Antônio Hamilton Martins Mourão nasceu
em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no dia 15 de agosto de 1953. Filho dos
amazonenses, Antônio Hamilton Mourão, general de divisão, e de Wanda Martins
Mourão.
Carreira Militar
e Formação
Hamilton Mourão ingressou no Exército
em 26 de fevereiro de 1972, na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende,
no Rio de Janeiro. Foi declarado Aspirante-a-Oficial da Arma de Artilharia em
12 de dezembro de 1975.
Durante muito tempo, foi instrutor na
Academia Militar das Agulhas Negras. Fez curso de formação, de Aperfeiçoamento,
de Altos Estudos Militares da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e o
curso de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército. Fez cursos de
Paraquedista, Mestre de Salto e Salto Livre e de Guerra na Selva.
Missões Militares
Hamilton Mourão cumpriu Missão de Paz
em Angola – UNAVEM III, foi Adido Militar na Embaixada do Brasil na Venezuela,
comandou o 27º Grupo de Artilharia de Campanha em Ijuí, no Rio Grande do Sul,
comandou a 2ª Brigada de Infantaria de Selva em São Gabriel da Cachoeira, no
Amazonas, e comandou a 6ª Divisão de Exército, em Porto Alegre, Rio Grande do
Sul.
Hamilton Mourão foi o vice-chefe do
Departamento de Educação e Cultura do Exército, no Rio de Janeiro. Em 31 de
março de 2014, assumiu o posto de Comandante Militar do Sul, onde permaneceu
até 26 de janeiro de 2016. Em seguida, chefiou a Secretaria de Economia e
Finanças, onde permaneceu até o dia 9 de dezembro de 2017.
Vice-Presidente
do Brasil
Em 2018, Hamilton Mourão filiou-se ao
Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). Nesse mesmo ano, foi o
candidato escolhido para concorrer ao cargo de vice-presidente da República na
chapa de Jair Bolsonaro. No dia 5 de agosto de 2018, a chapa foi oficializada.
No dia 28 de outubro de 2018, no
segundo turno das eleições, a chapa formada por Jair Bolsonaro e Hamilton
Mourão venceu as eleições. No dia 1º de janeiro de 2019, Jair Bolsonaro assinou
o termo de posse como o 38º presidente do Brasil e Hamilton Mourão o
vice-presidente.
Família
Hamilton Mourão ficou viúvo em
dezembro de 2016. De seu casamento nasceram dois filhos, Renato e Antônio,
nascidos enquanto o general Mourão servia na base do Exército na cidade do
Recife, de 27 de setembro de 1982 a 2 de janeiro de 1985. No dia 11 de outubro
de 2018, Hamilton Mourão casou com a primeira-tenente Paula Mourão, 23 anos
mais nova que ele.
Condecorações
Entre as condecorações com
que foi agraciado o general Hamilton Mourão, destacam-se:
Ordem do Mérito Militar – Grau Grande
Oficial
Medalha Militar de Ouro com Passador de Platina
Medalha do Pacificador
Medalha do Serviço Amazônico com Passador de Bronze
Medalha Corpo de Tropa com passador de Bronze
Medalha das Nações Unidas – UNAVEM III
Medalha Marechal Osório – O Legendário
Última atualização: 29/01/2019
Dilva Frazão
Possui bacharelado em Biblioteconomia
pela UFPE e é professora do ensino fundamental. Desde 2008 trabalha na
redação e revisão de conteúdos educativos para a web.
https://www.ebiografia.com/hamilton_mourao/
No seu Live:
Prof. Marco Antônio Villa:
No link:
Live:
Bolsonaro quer desconstruir o Brasil. 28/09/20
https://www.youtube.com/watch?v=igq4g6X3Wyk
Marco Antonio
Villa
Por Portal dos Jornalistas
Marco Antonio Villa nasceu em
Santos (SP), passou a adolescência no ABC (SP) e aos 17 anos mudou-se para a
capital paulista. Faz aniversário em 25 de maio.
É bacharel e licenciado em História,
mestre em Sociologia pela Universidade de São Paulo (1989) e doutor em História
Social pela USP (1993). Inicialmente estudou Economia na PUC.
Foi professor da Universidade Federal
de Ouro Preto de 1985 a 1993. Após 1994 passou a lecionar na Universidade
Federal de São Carlos (SP), Departamento de Ciências Sociais. Lá deu aulas por
19 anos, entre 1994 e 2013, quando se aposentou.
Foi colaborador de O Estado de S.
Paulo e da Folha de S. Paulo. Entre 1997 e 2011 publicou 245 artigos em jornais
e revistas.
Desde janeiro de 2015 o Jornal da
Manhã, da Jovem Pan, passou a contar com comentários do historiador Marco
Antonio Villa. Ele estreou dividindo a bancada com Joseval Peixoto, Denise
Campos de Toledo e Anchieta Filho e Silvia Poppovic. Além
do Jornal da Manhã, Villa atua como consultor do site de notícias da Jovem Pan.
No Jornal da Manhã Villa tem um bordão diário quando se refere ao poder no
planalto central: “projeto criminoso de poder”.
Villa também é comentarista do Jornal
da Cultura, da TV Cultura de São Paulo. Participa semanalmente da segunda
edição do Jornal apresentado por Willian Corrêa.
Desde abril de 2010 publica
comentários e análises em seu blog, chamado “Blog do Marco Antonio Villa”.
No blog estão
os últimos comentários para o Jornal da Manhã da Jovem Pan, no Jornal
da Cultura e a agenda de participações como analista convidado em outras
emissoras.
Na página – no dia seis de março
– Marco Antonio convidou os leitores do blog a irem para as ruas, “tomarem as
ruas” no dia 13 de março de 2016.
Em agosto de 2014 quando a Veja.com
lançou o canal – Tveja – focado na cobertura das eleições, Villa passou a fazer
parte do time de colunistas da publicação, do qual faziam parte também
jornalistas como Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo, Ricardo Setti, J.R.
Guzzo, Lauro Jardim, Caio Blinder e Geraldo Samor.
Em setembro de 2015 os advogados do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entraram com queixa-crime contra o
historiador, por entenderem que as afirmações proferidas na edição de 20
de julho do Jornal da Cultura 2ª edição eram “caluniosas” contra o ex-presidente.
Segundo a alegação da ação, Villa disse que o ex-presidente “mente, mente”, que
é culpado de “tráfico de influência internacional, sim”, além de “réu oculto do
mensalão”, “chefe do petrolão”, “chefe da quadrilha” e teria organizado “todo o
esquema de corrupção”.
Villa faz parte do Conselho Consultivo
do Instituto Uniceub de Cidadania composto pelo empresário Amyr Klink, a atriz
Adriana Nunes, a jornalista Dad Squarisi, o ministro do TCU Augusto Nardes
e a senadora Ana Amélia Lemos. O Conselho foi criado em outubro de 2015
quando a jornalista Kátia Cubel, sócia e fundadora da Engenho Comunicação,
assumiu como Diretora de Relações Institucionais do Instituto.
Escritor, Villa publicou mais de 30
obras, a maioria históricas e sobre a política brasileira. Em 2013,
lançou Década perdida – dez anos de PT no governo, pela Record; e o
último Um País Partido. 2014 a Eleição Mais Suja da História.
Alguns dos títulos assinados por ele estão na ‘Linha do Tempo‘ deste perfil, na ordem do
ano da publicação.
https://www.portaldosjornalistas.com.br/jornalista/marco-antonio-villa/
Questões
Comentadas: Machado de Assis
Leia o resumo “5 características das obras de Machado de Assis para
você não ficar com olhos de ressaca na hora da prova” e resolva os exercícios abaixo.
1. “Com efeito, um dia de manhã, estando a
passear na chácara, pendurou-me uma ideia no trapézio que eu tinha no cérebro.
Uma vez pendurada, entrou a bracejar, a pernear, a fazer as mais arrojadas
cabriolas de volatim, que é possível crer. Eu deixei-me estar a contemplá-la.
Súbito, deu um grande salto, estendeu os braços e as pernas, até tomar a forma
de um X: decifra-me ou devoro-te.”
(Memórias póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis)
Sobre o texto mostrado, pode-se dizer
que:
a) o autor faz uma abordagem superficial da situação.
b) o autor preocupa-se com os detalhes, por meio de minuciosa descrição.
c) o autor dá relevância a outras circunstâncias, negligenciando o foco
do assunto.
d) o autor não mostra preocupação com o discernimento do leitor, pois
apenas sugere situações.
e) contempla a si próprio, num ritual egocêntrico e narcisista.
2. “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis; nada
menos. Meu pai logo que teve aragem dos quinze contos sobressaltou-se deveras;
achou que o caso excedia as raias de um capricho juvenil.
— Dessa vez, disse ele, vais para Europa, vais cursar uma Universidade, provavelmente
Coimbra, quero-te homem sério e não arruador e não gatuno.
E como eu fizesse um gesto de espanto:
— Gatuno, sim senhor, não é outra coisa um filho que me faz isso.”
(Machado de Assis – Memórias póstumas de Brás Cubas)
De acordo com essa passagem da obra,
pode-se antecipar a visão que Machado de Assis tinha sobre as pessoas e sobre
a sociedade. A esse respeito, assinale a alternativa correta.
a) O amor é fruto de interesse e compõe o pilar das instituições
hipócritas.
b) O amor, se sincero, supera todas as barreiras, inclusive as
financeiras.
c) O caráter autoritarista moldava as relações familiares, principalmente
entre pai e filho.
d) Havia medo de que a marginalidade envolvesse os jovens daquela época.
e) O amor era glorificado e apontado como o único caminho para
redimir as pessoas.
3. Texto para as questões 3 e 4
“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim,
isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto
que o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a
adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor
defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; o segundo é
que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo.”
(“Memórias póstumas de Brás
Cubas – Machado de Assis)
Essa é a abertura do famoso romance de
Machado de Assis. Dentro desse contexto, já dá para se ver o tipo de narrativa
que será explorada. Assinale a alternativa correta a esse respeito.
a) A narrativa decorre de forma cronologicamente correta, de acordo com a
passagem do tempo: infância, juventude, maturidade e velhice.
b) A linearidade das ações apresenta cenas de suspense, dado o
comportamento inusitado dos personagens.
c) Não há como prever o final da narrativa, já que seu enredo é,
propositadamente, complicado.
d) A ação terá, como cenário, os diversos centros cosmopolitas do mundo.
e) O autor usa o recurso do flashback devido a sua intenção de
iniciar o romance pelo “fim”.
4. Em relação à questão anterior, infere-se
que a linguagem dispõe de um recurso enriquecedor: a disposição das palavras no
espaço frasal. Sendo assim, que tipo de leitura pode-se fazer dessas duas
expressões: “autor defunto” e “defunto autor”?
a) A colocação da palavra defunto após a palavra autor leva-nos a pensar
que o segundo elemento está em fase final de carreira.
b) Defunto autor remete à ideia de que a pessoa irá escrever suas
memórias dentro de um cemitério.
c) Ambas as expressões transmitem a mesma ideia, com iguais valores
semânticos.
d) A expressão defunto autor aparece de forma metaforizada, original,
privilegiando uma nova forma de narração autobiográfica.
e) Ambas as construções não têm expressão na obra biográfica de Machado de
Assis.
5. A propósito de Dom Casmurro, de Machado
de Assis, é correto afirmar:
a) A narrativa de Bento Santiago é comparável a uma acusação:
aproveitando sua formação jurídica, o narrador pretende configurar a culpa de
Capitu.
b) O artifício narrativo usado é a forma de diário, de modo que o leitor receba
as informações do narrador à medida que elas acontecem, mantendo-se assim a
tensão.
c) Elegendo a temática do adultério, o autor resgata o romantismo de seus
primeiros romances, com personagens idealizadas entregues à paixão amorosa.
d) O espaço geográfico e social representado é situado em uma província do
Império, buscando demonstrar que as mazelas sociais não são prerrogativa da
Corte.
e) Bentinho desejava a morte de Escobar (até tentou envenená-lo uma vez), a
ponto de se sentir culpado quando o ex amigo morreu afogado.
GABARITO
1. C
Comentário: O autor começa
falando que surgiu uma ideia em sua mente e, ao invés de dizer o que
estava pensando, preferiu focalizar em personificar as ações de suas
ideias . Nesse sentido, percebemos que o autor dá relevância a outras
circunstâncias, pois, em um primeiro momento, evita apresentar ao interlocutor
qual foi a ideia que havia surgido em sua mente.
2. A
Comentário: Uma das temáticas das
obras machadianas, era a abordagem das relações motivas pelo interesse
financeiro. No trecho em destaque, Marcela, que era uma prostituta, amou Brás
Cubas enquanto houve o recebimento de recursos financeiros. Além disso,
Machado desmascara a hipocrisia dos personagens, dentro de uma sociedade mascarada
pelo valores morais de sua época.
3. E
Comentário: A presença de um
enredo não-linear é muito comum nas obras machadianas. Brás Cubas resolve
escrever relatos de sua história pós ter morrido, o que pode causar, em um
primeiro
momento, um certo estranhamento do leitor. No trecho apresentado, o
narrador-personagem explica porque optou pela inversão cronológica para
escrever sobre sua história.
4. D
Comentário: Analisando “autor
defunto” e “defunto autor”, percebemos que a posição das palavras proporciona a
alteração de significados. Em “autor defunto”, pressupomos que refere-se a um
autor que já morreu, já em “defunto autor”, há a criação de uma forma
metaforizada, pois um falecido conta a história de sua própria vida.
5. A
Comentário: Bentinho, após conseguir
sair do seminário, se forma em Direito. Como a obra é narrada pelo próprio
personagem, em 1ª pessoa, só conseguimos analisar o posicionamento de Bentinho,
que tenta persuadir o leitor ao longo de sua obra sobre o adultério de Capitu.
16 jun, 2016 • Camila Paula
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5 características das obras de Machado
de Assis para você não ficar com olhos de ressaca na hora da prova
Onze em cada dez vestibulares vão
colocar alguma questão sobre Machado de Assis. Nada melhor do que conhecer
algumas características próprias deste autor para mandar bem nas provas!
16 jun, 2016 • Larissa Coelho
https://s3-sa-east-1.amazonaws.com/descomplica-blog/wp-content/uploads/2016/06/Maio_3_-_Portugues_-_Mapa_mental_-_Machado_de_Assis-652x400.jpg
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