sexta-feira, 18 de setembro de 2020

 PONTO FUTURO

O GENERAL EM ESTRELA

 

Bola no ponto futuro?

Quanto a esperar a bola no ponto futuro eu, um dia, chego lá. E agora eu vou tomar banho, porque eu ainda gosto de ficar na banheira.

 

Na orelha da bola

Teve um penóte O pessoal gosta de se reunir em volta do velho para ouvir suas histórias. Aos 80 e tantos, com um enfisema lhe escurecendo os pulmões, a memória continua cristalina. Todo mundo fala, às vezes ao mesmo tempo, e o assunto vira e mexe cai no futebol. Aí ele geralmente só ouve. Menos […]

https://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/22-11-2012/na-orelha-da-bola.html

 

 

DEU NA REDE
O CIENTISTA CINCO ESTRELAS
Gui Carvalho

Atacado pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que o chamou de “opositor” dentro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o cientista Gilberto Camara usou as redes para se defender.

“Bom dia, @GeneralMourao. Primeiro: não faço oposição ao governo, defendo o Brasil tanto quanto você. Segundo: não trabalho mais no INPE. Terceiro: em Ciencia, quem tem cinco estrelas sou eu”.

Alessandra Ribeiro, Adalberto Vitor Vansuita, Márcia Gomes e outras 2 pessoas curtiram isso.

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À reserva no início de 1962 na patente de general

 

CRUZOU A LINHA DA BOLA

O GENERAL COM CURSO DE ESTADO-MAIOR

Nelson Werneck Sodré

 

Sobre o problema da terra, e particularmente o da propriedade da terra, em nosso País, muito já se escreveu, e certamente muito se escreverá ainda. É natural que assim aconteça: o problema é dos mais complexos e dos menos conhecidos; tem sido assim por toda parte, assim é no Brasil;

(...)

M. Vinhas conhece e sabe transmitir o que conhece, de forma simples, direta, fácil, sem prejuízo da seriedade científica que é o seu traço essencial.

 



https://koha.inpa.gov.br/cgi-bin/koha/opac-image.pl?thumbnail=1&biblionumber=18181

 

Problemas agrário-camponeses do Brasil / M. Vinhas. –

 

Importante contribuição para o estudo do problema da propriedade da terra, é obra que se caracteriza por sua seriedade de espírito com que aborda o seu empolgante tema. Nesse livro metódico e objetivo, apoiado em farta documentação, M. VINHAS estuda, debate, conceitua e esclarece uma das mais complexas e controvertidas questões já propostas ao exame e deliberação dos responsáveis por sua justa solução.

Por: Vinhas, Moisés, 1915-.

Série: Retratos do Brasil; 65.Editora: [Rio de Janeiro]: Civilização Brasileira, [1968]Descrição: 244p. ; 22cm.Assunto(s): Reforma agrária -- Brasil | Sociologia rural -- BrasilClassificação Decimal de Dewey: 333.0081Recursos online: Clique aqui para acessar online

https://koha.inpa.gov.br/cgi-bin/koha/opac-detail.pl?biblionumber=18181&shelfbrowse_itemnumber=24618

2ª edição

1972

 

Nelson Werneck Sodré nasceu no dia 27 de abril 1911, no Rio de Janeiro, filho de Heitor de Abreu Sodré e Amélia Werneck Sodré.

Cursou a Escola Militar do Realengo de 1931 a 1933. No ano seguinte, foi destacado para o 4o Regimento de Artilharia Montada, em Itu (SP). Nesse período, escrevia para o Correio Paulistano duas vezes por semana e começava a despontar como escritor. Após a decretação do Estado Novo (10/11/1937), tornou-se ajudante-de-ordens do general José Pessoa, designado comandante da 9ª Região Militar, em Mato Grosso, em março de 1938. Foi nessa ocasião, quando o Exército foi chamado a intervir em conflitos de terra entre grandes proprietários e agricultores pobres naquele estado brasileiro, que Sodré teria iniciado a sua rotação à esquerda, na direção do marxismo.

Ainda em 1938, publicou seu primeiro grande livro, História da literatura brasileira, uma análise das questões literárias a partir de das relações de propriedade e dos conflitos sociais. No início dos anos 1940, amigo pessoal de Graciliano Ramos, Jorge Amado e vários expoentes da literatura no período, já teria ingressado no Partido Comunista Brasileiro (PCB), então Partido Comunista do Brasil. Em 1944, iniciou o curso da Escola de Comando e Estado- Maior, concluindo-o em 1946. No ano seguinte, começou a lecionar na Escola, onde permaneceu até 1950 como chefe do Curso de História Militar.

Em maio de 1950, as eleições para a direção do Clube Militar foram ganhas pela chapa nacionalista, liderada pelos generais Newton Estillac Leal e Júlio Caetano Horta Barbosa. Participante entusiasmado da campanha nacionalista "O Petróleo é Nosso", Nelson Werneck Sodré foi convidado para dirigir o Departamento Cultural do Clube. Em represália, devido às sua posições políticas, foi transferido da Escola de Comando e Estado-Maior para o 5o Regimento de Artilharia, em Cruz Alta (RS), onde permaneceu durante quase cinco anos. Em 1956, de volta ao Rio, começou a colaborar com o vespertino Última Hora, onde escrevia a seção literária e os editoriais. Nesse período, passou a integrar a Comissão Diretora da Biblioteca do Exército e a colaborar com o jornal nacionalista O Semanário. Também foi, em 1955, que iniciou suas atividades como professor do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), instituição que contava com a desaprovação dos militares conservadores.

Após a renúncia do presidente Jânio Quadros (25/08/1961), apoiou a posse do seu sucessor legal, o vice-presidente João Goulart, que fora vetada pelos ministros militares. Por conta disso, foi preso e interrogado durante dez dias e destacado, contra a sua vontade, para servir em Belém. Insatisfeito, passou à reserva no início de 1962 n a patente de general, pois possuía o curso de Estado-Maior.

Desde então, entregou-se totalmente à atividade intelectual de escritor e ao exercício do magistério no ISEB, onde passou a chefiar o Departamento de História. Foi nesse período que desenvolveu o único trabalho em parceria de sua carreira, História nova do Brasil. Após a deposição do presidente Goulart (31/03/1964) pelos militares, teve seus direitos políticos cassados por dez anos. Refugiado em uma fazenda de parentes em Fernandópolis (SP), foi preso no dia 26 de maio e enviado ao Rio de Janeiro, onde ficou detido durante 57 dias.

Como o regime militar havia tirado de Nelson Werneck Sodré o direito de ensinar, sua atividade passou a ser exclusivamente o estudo e a produção de novos livros. Um dos trabalhos em que continuou se empenhando foi História militar do Brasil, editado pela primeira vez em 1965. A última contribuição, e também sua 58a obra, foi publicada em 1995: A farsa do neoliberalismo.

Faleceu em Itu no dia 13 de janeiro de 1999.

Era casado com Yolanda Frugoli Sodré, com quem teve uma filha.

https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas2/biografias/nelson_werneck_sodre

 

Teve um penóte

O pessoal gosta de se reunir em volta do velho para ouvir suas histórias. Aos 80 e tantos, com um enfisema lhe escurecendo os pulmões, a memória continua cristalina. Todo mundo fala, às vezes ao mesmo tempo, e o assunto vira e mexe cai no futebol. Aí ele geralmente só ouve. Menos quando alguém lhe provoca.

– E futebol, o senhor já jogou?

– Eu? Já, já joguei… Mas o pessoal não gostava muito.

– Era muito perna de pau?

– Não, não… – diz ele sorrindo. – Não era isso não.

Então ele se ajeita na poltrona de couro, toma fôlego com um lento fechar de olhos e dá sequência.

– Na primeira vez que me chamaram pra jogar, me colocaram na defesa. Eu jogava em qualquer posição, não tinha isso de escolher lado do campo, nem chuteira tinha. E uma hora veio uma bola pererecando assim na minha frente, e o centroavante deles vinha atrás dela, embalado.

– E o senhor quebrou ele no meio!

– Não, não… eu nunca fiz uma coisa dessa. Mas dei um chute tão forte na bola, pro alto, que ela sumiu. Nunca mais caiu. Tiveram de ir buscar outra.

A rapaziada gargalha, dá um gole na cerveja, e acha que acabou.

– Por isso que eles não gostavam do senhor?

– Também -, e então é a vez do velho molhar a palavra. Sem pressa nenhuma, ele deposita o copo de volta na mesa e só então recomeça: – Mas não foi só isso.

– Ah, não?

– Não, senhor. Depois teve um penóte.

– Um pênalti?

– É, um penóte. Depois daquele chute, o compadre Marculino, que era capitão do time, foi lá e falou pra eu bater. Olha… eu nem tomei muita distância não, sabe? Corri pra bola e enchi o pé. Bem no meio do gol. No peito do goleiro.

– Perdeu o pênalti??

– Não, – riu o velho. – Foi bola, goleiro e tudo pra dentro do gol. Furou a rede e derrubou três pés de eucaliptos, um atrás do outro, em fila.

O pessoal lá morre de rir, enche seus copos e segue em frente.

Mas dizem que nas noite de lua nova, naquelas bem escuras, se você prestar atenção, vai ver no céu uma estrela que não brilha. E que, reza a lenda, nunca vai cair.

Na orelha da bola

https://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/22-11-2012/na-orelha-da-bola.html

 

Camarada Saldanha, presente!

Em 12 de julho de 1990, João Sem Medo falecia em Roma durante a cobertura da Copa do Mundo

Por

 Júlio Carignano

12 de julho de 2020




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João Saldanha, o João Sem Medo. Foto: Arquivo EBC

Em 12 de julho de 1990, um dos maiores brasileiros de todos os tempos fazia sua partida final. Aos 73 anos, João Saldanha falecia em Roma, na Itália, quatro dias após a cobertura da final da Copa do Mundo que a disciplinada Alemanha derrotou a Argentina da dupla Diego Maradona e Cannigia.

Em um período em que o futebol foi transformado em mercadoria, em que dirigentes do esporte se aliam com o que há de mais retrógrado no país e que colocam os lucros acima de vidas, lembrar de João Saldanha é fundamental.

Apesar de ser conhecido como o jornalista esportivo mais consagrado do Brasil e o treinador que formou a maior seleção de todos os tempos, Saldanha dava mais importância para sua atuação política e é ela que irei brevemente destacar.

O ‘João Sem Medo’, apelido dado por Nelson Rodrigues, nasceu no município gaúcho de Alegrete, no ano da Revolução Bolchevique, e tornou-se um patrimônio do Rio de Janeiro. Porém, Saldanha também teve uma relação íntima com o Paraná em dois momentos de sua vida.

Antes de ganhar o Rio de Janeiro e o Rio ganhar Saldanha, o menino João morou com a família em Curitiba nos anos de 1920 e, no fim desta década, teve seu primeiro contato com aquela que seria sua grande paixão: a bola de futebol.

O menino mudou-se com a família para a capital paranaense em 1924, ano de fundação do Atlético. Quis o destino que o guri de Alegrete fosse morar perto de onde hoje está localizada a Arena da Baixada. Aos fundos da casa onde morava estavam as primeiras instalações do rubro negro do Paraná.

O pequeno João já batia bola com amigos nas redondezas rubro-negras e um dia resolver conhecer o campo do novo time que se instalava na cidade. Passou a ser um frequentador assíduos dos treinos das categorias de base do Furacão.

De tanto ir ao campo, acabou sendo escalado como goleiro dos ‘filhotes do Atlético’. Sua breve passagem pelas categorias de base do rubro negro é contada pelo jornalista André Iki Siqueira na biografia ‘João Saldanha – Uma Vida em jogo’. Foi neste momento que despertou para o futebol e escolheu seu primeiro time a torcer.

Depois da infância em Curitiba, Saldanha partiu para Cidade Maravilhosa, verdadeira casa sua e de seu “Botafogo do coração”. Foi lá que seguiu seus estudos, cursou Direito e ingressou nas fileiras do Partido Comunista Brasileiro. Na sua fase mais militante e dedicada ao ‘Partidão’, o Paraná voltou a cruzar o caminho do João Sem Medo.

Saldanha foi assistente político do grupo que ajudou a organizar a guerrilha camponesa de Porecatu, no norte do estado. Ocorrida entre 1948 e 1951, o episódio – que é conhecido como “a guerrilha que os comunistas esqueceram” – foi um dos mais violentos conflitos agrários do Brasil no século 20.

Segundo biógrafos, João Saldanha estava ligado ao segundo homem na hierarquia do PCB, logo abaixo do secretário-geral Luis Carlos Prestes. Seu papel prestar assessoria aos posseiros que se organizavam para a luta armada.

Voltando ao futebol, mas sem deixar de lado a política – pois tudo está interligado – Saldanha nunca teve papas na língua como treinador e cronista esportivo. Enfrentava como ninguém os generais que tentavam ditar o tom da CDB (hoje CBF), comandada na época por Havelange, amigo do regime, que o contratou para acalmar críticas da imprensa e o descontentamento da população.

A passagem como treinador canarinho foi curta, mas providencial. João montou o “time de feras”, com Pelé, Gérson, Tostão, Rivelino, Jairzinho e cia. Foi demitido às vésperas da Copa de 1970, no México, por não concordar com interferências dos generais em suas escalações.

Um dos episódios mais conhecidos é o pedido de Médici, torcedor do Galo mineiro, para convocar o centroavante Dada Maravilha. Indagado por um repórter, Saldanha respondeu: “Eu não escalo o ministério, ele [Médici] não escala a seleção”.

No fim de 1969, após o assassinato de Carlos Marighella, seu amigo de longa data, distribuiu a autoridades internacionais durante passagem pelo México um dossiê em que citava o nome de perseguidos (especialmente jornalistas), presos políticos e centenas de mortos e torturados pela ditadura brasileira.

Mesmo após ser derrubado do cargo de treinador da Seleção, a perseguição não parou. Então contratado pela BBC para fazer artigos sobre a Copa de 70, Saldanha teve credenciais negadas pela CBD para acompanhar o escrete canarinho em virtude de seus comentários considerados “incendiários”.

Zagalo assumiu aquela seleção montada por Saldanha. O ‘velho lobo’ convocou Dada, atendendo os caprichos do general, porém não usou o centroavante em nenhum jogo no México.

João Saldanha foi intenso em tudo que viveu: no jornalismo, no futebol, na política e na militância. Participou dos principais momentos de luta de nosso país e hoje está no seleto time dos imprescindíveis. Nos ensinou que é preciso sempre tomar partido e, sobretudo, não ter medo. E hoje, em tempos quase distópicos, mais do que nunca nos serve de inspiração.

 

Júlio Carignano

Jornalista, atua na imprensa desde 2002. Trabalhou nos jornais Tribuna de Cascavel, Jornal Hoje e Gazeta do Paraná. Atuou no mandato do vereador de Cascavel Paulo Porto e na assessoria do Sinteoeste (Unioeste). É diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR).


Bola no ponto futuro?

Você sabe o que é uma bola no ponto futuro? Sabe não, né? Nem eu.

Os locutores de futebol do Brasil – e apenas do Brasil – são todos intelectuais. Eles sabem o que é uma bola no ponto futuro. Nós não.

O brasileiro quer ser moderno, quer ser Primeiro Mundo. No dia em que aquele doido disparou na plateia, o Brasil chorou lágrimas de país desenvolvido. O cara era branco, forte, curso superior, metralhadora de primeira, inocentes vítimas.

E é no futebol, onde a gente é o melhor do mundo (apesar dos técnicos), que os coleguinhas insistem em intelectualizar a coisa.

Lembra da melhor de três? Quer coisa mais brasileira do que uma melhor de três? Até na cama o brasileiro gosta de uma melhor de três. Pois agora não é mais melhor de três. Agora é playoff. Playoff! Influência americana. Não do futebol americano, mas do basquete, da tal da NBA.

Até há pouco tempo o jogador batia um escanteio. O que antes já era córner. Agora é tiro de canto. E o tiro de canto é mostrado pelo auxiliar de árbitro. Aquele mesmo que todo mundo sempre chamou de bandeirinha. Aquele que levantava o pau, a bandeira. Agora ele levanta o seu instrumento de trabalho. Instrumento de trabalho! Já pensou o cara saindo de casa para ir trabalhar e perguntando para a mulher: Você viu o meu instrumento de trabalho?

Até há pouco tempo também, o jogador gostava de fazer cera. Hoje, que ele faz mais cera do que nunca, dizem que ele está valorizando a posse da bola. Tá na cara que o sujeito tá fazendo cera. Mas vem um Galvão qualquer e o exime. Imagina, fazer cera. Está apenas valorizando a posse da bola.

Antigamente o jogador passava a bola. Dava um passe. Hoje ele não passa mais a bola. Ele faz uma assistência. Muito esquisito. Será que o jogador que recebeu o passe, gritou me assista, me assista!, e o cara assistiu? Sabe de onde vem isso? Dos americanos. Não do futebol americano, mas do basquete.

Vamos em frente. Lembra do drible da vaca? Apesar dos campos continuarem com a grama – menos em Brasília, onde comeram toda ela – tiraram a vaca de campo. O drible da vaca agora se chama overlap. É, tempo de computador. Deletaram a vaca.

E chapéu? Dar um chapéu. Hoje em dia não se dá mais chapéu. Dá-se (quem consegue, é claro) um voleio. Coisa de americano, também. Não do futebol americano, mas do tênis.

E aquele jogador que corria pela lateral? Tanto podia ser o beque ou o ponta. Pois agora os dois se chamam ala (basquete americano, de novo). Quando eu crescer vou jogar de ala. Pode? Tudo bem, já que o centroavante virou cabeça-de-área. Para desespero dos goleiros que antes defendiam ou com a mão direita ou com a esquerda. Hoje, defendem de mão trocada, depois de cuspirem na luva, coisa de hóquei sob (ou sobre) patins no gelo.

Lembra quando o sujeito dava uma rasteira no adversário? Não existe mais rasteira. É uma obstrução. E quando ele entrava de carrinho? Agora se chama falta pra cartão.

E ali por onde reinaram Zito, Dino, Dudu, Clodoaldo? Cada time tinha um só. Agora têm quatro e eles atendem pelo nome de volante. Logo mais serão seis os volantes. Coisa de loteria mesmo.

A trave do outro lado virou segundo pau. A bola nunca vai no primeiro pau, já notou? Mesmo quando chutada de rosca, que agora se chama de três dedos. Antes, um drible era para humilhar. Hoje, desmoraliza.

Cartola virou vice-presidente de futebol e saco virou virilha.

Morte súbita tá virando gol de ouro.

A segunda divisão chama-se série B…

Quanto a esperar a bola no ponto futuro eu, um dia, chego lá. E agora eu vou tomar banho, porque eu ainda gosto de ficar na banheira.

https://marioprata.net/cronicas/bola-no-ponto-futuro/


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