PONTO FUTURO
O GENERAL EM ESTRELA
Bola no ponto futuro?
Quanto a esperar a bola no ponto futuro eu, um dia, chego lá. E agora eu
vou tomar banho, porque eu ainda gosto de ficar na banheira.
Na orelha da bola
Teve um penóte O
pessoal gosta de se reunir em volta do velho para ouvir suas histórias. Aos 80
e tantos, com um enfisema lhe escurecendo os pulmões, a memória continua
cristalina. Todo mundo fala, às vezes ao mesmo tempo, e o assunto vira e mexe
cai no futebol. Aí ele geralmente só ouve. Menos […]
https://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/22-11-2012/na-orelha-da-bola.html
DEU NA REDE
O CIENTISTA CINCO ESTRELAS
Gui Carvalho
Atacado pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que o chamou de
“opositor” dentro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o
cientista Gilberto Camara usou as redes para se defender.
“Bom dia, @GeneralMourao. Primeiro: não faço oposição ao governo, defendo o
Brasil tanto quanto você. Segundo: não trabalho mais no INPE. Terceiro: em
Ciencia, quem tem cinco estrelas sou eu”.
Alessandra
Ribeiro, Adalberto Vitor Vansuita, Márcia Gomes e outras 2 pessoas curtiram
isso.
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À reserva no
início de 1962 na patente de general
CRUZOU A LINHA DA BOLA
O GENERAL COM
CURSO DE ESTADO-MAIOR
Nelson Werneck
Sodré
Sobre o problema
da terra, e particularmente o da propriedade da terra, em nosso País, muito já
se escreveu, e certamente muito se escreverá ainda. É natural que assim aconteça:
o problema é dos mais complexos e dos menos conhecidos; tem sido assim por toda
parte, assim é no Brasil;
(...)
M. Vinhas conhece e
sabe transmitir o que conhece, de forma simples, direta, fácil, sem prejuízo da
seriedade científica que é o seu traço essencial.
https://koha.inpa.gov.br/cgi-bin/koha/opac-image.pl?thumbnail=1&biblionumber=18181
Problemas agrário-camponeses do Brasil / M.
Vinhas. –
Importante
contribuição para o estudo do problema da propriedade da terra, é obra que se
caracteriza por sua seriedade de espírito com que aborda o seu empolgante tema.
Nesse livro metódico e objetivo, apoiado em farta documentação, M. VINHAS estuda,
debate, conceitua e esclarece uma das mais complexas e controvertidas questões já
propostas ao exame e deliberação dos responsáveis por sua justa solução.
Por: Vinhas,
Moisés, 1915-.
Série: Retratos
do Brasil; 65.Editora: [Rio de Janeiro]: Civilização Brasileira, [1968]Descrição: 244p.
; 22cm.Assunto(s): Reforma agrária -- Brasil | Sociologia rural
-- BrasilClassificação Decimal de Dewey: 333.0081Recursos online: Clique
aqui para acessar online
https://koha.inpa.gov.br/cgi-bin/koha/opac-detail.pl?biblionumber=18181&shelfbrowse_itemnumber=24618
2ª edição
1972
Nelson Werneck Sodré
nasceu no dia 27 de abril 1911, no Rio de Janeiro, filho de Heitor de Abreu
Sodré e Amélia Werneck Sodré.
Cursou a Escola Militar
do Realengo de 1931 a 1933. No ano seguinte, foi destacado para o 4o Regimento
de Artilharia Montada, em Itu (SP). Nesse período, escrevia para o Correio
Paulistano duas vezes por semana e começava a despontar como escritor.
Após a decretação do Estado Novo (10/11/1937), tornou-se ajudante-de-ordens do
general José Pessoa, designado comandante da 9ª Região Militar, em Mato Grosso,
em março de 1938. Foi nessa ocasião, quando o Exército foi chamado a intervir
em conflitos de terra entre grandes proprietários e agricultores pobres naquele
estado brasileiro, que Sodré teria iniciado a sua rotação à esquerda, na
direção do marxismo.
Ainda em 1938, publicou
seu primeiro grande livro, História da literatura brasileira, uma
análise das questões literárias a partir de das relações de propriedade e dos
conflitos sociais. No início dos anos 1940, amigo pessoal de Graciliano Ramos,
Jorge Amado e vários expoentes da literatura no período, já teria ingressado no
Partido Comunista Brasileiro (PCB), então Partido Comunista do Brasil. Em 1944,
iniciou o curso da Escola de Comando e Estado- Maior, concluindo-o em 1946. No
ano seguinte, começou a lecionar na Escola, onde permaneceu até 1950 como chefe
do Curso de História Militar.
Em maio de 1950, as
eleições para a direção do Clube Militar foram ganhas pela chapa nacionalista,
liderada pelos generais Newton Estillac Leal e Júlio Caetano Horta Barbosa.
Participante entusiasmado da campanha nacionalista "O Petróleo é
Nosso", Nelson Werneck Sodré foi convidado para dirigir o Departamento
Cultural do Clube. Em represália, devido às sua posições políticas, foi
transferido da Escola de Comando e Estado-Maior para o 5o Regimento
de Artilharia, em Cruz Alta (RS), onde permaneceu durante quase cinco anos. Em
1956, de volta ao Rio, começou a colaborar com o vespertino Última Hora,
onde escrevia a seção literária e os editoriais. Nesse período, passou a
integrar a Comissão Diretora da Biblioteca do Exército e a colaborar com o
jornal nacionalista O Semanário. Também foi, em 1955, que iniciou
suas atividades como professor do Instituto Superior de Estudos Brasileiros
(ISEB), instituição que contava com a desaprovação dos militares conservadores.
Após a renúncia do
presidente Jânio Quadros (25/08/1961), apoiou a posse do seu sucessor legal, o
vice-presidente João Goulart, que fora vetada pelos ministros militares. Por
conta disso, foi preso e interrogado durante dez dias e destacado, contra a sua
vontade, para servir em Belém. Insatisfeito, passou à reserva no início de 1962
n a patente de general, pois possuía o curso de Estado-Maior.
Desde então,
entregou-se totalmente à atividade intelectual de escritor e ao exercício do
magistério no ISEB, onde passou a chefiar o Departamento de História. Foi nesse
período que desenvolveu o único trabalho em parceria de sua carreira, História
nova do Brasil. Após a deposição do presidente Goulart (31/03/1964) pelos
militares, teve seus direitos políticos cassados por dez anos. Refugiado em uma
fazenda de parentes em Fernandópolis (SP), foi preso no dia 26 de maio e
enviado ao Rio de Janeiro, onde ficou detido durante 57 dias.
Como o regime militar
havia tirado de Nelson Werneck Sodré o direito de ensinar, sua atividade passou
a ser exclusivamente o estudo e a produção de novos livros. Um dos trabalhos em
que continuou se empenhando foi História militar do Brasil, editado
pela primeira vez em 1965. A última contribuição, e também sua 58a obra,
foi publicada em 1995: A farsa do neoliberalismo.
Faleceu em Itu no dia
13 de janeiro de 1999.
Era casado com Yolanda
Frugoli Sodré, com quem teve uma filha.
https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas2/biografias/nelson_werneck_sodre
Teve um penóte
O pessoal gosta de se reunir em volta do velho para ouvir suas
histórias. Aos 80 e tantos, com um enfisema lhe escurecendo os pulmões, a
memória continua cristalina. Todo mundo fala, às vezes ao mesmo tempo, e o
assunto vira e mexe cai no futebol. Aí ele geralmente só ouve. Menos quando
alguém lhe provoca.
– E futebol, o senhor já jogou?
– Eu? Já, já joguei… Mas o pessoal não gostava muito.
– Era muito perna de pau?
– Não, não… – diz ele sorrindo. – Não era isso não.
Então ele se ajeita na poltrona de couro, toma fôlego com um lento
fechar de olhos e dá sequência.
– Na primeira vez que me chamaram pra jogar, me colocaram na defesa. Eu
jogava em qualquer posição, não tinha isso de escolher lado do campo, nem
chuteira tinha. E uma hora veio uma bola pererecando assim na minha frente, e o
centroavante deles vinha atrás dela, embalado.
– E o senhor quebrou ele no meio!
– Não, não… eu nunca fiz uma coisa dessa. Mas dei um chute tão forte na
bola, pro alto, que ela sumiu. Nunca mais caiu. Tiveram de ir buscar outra.
A rapaziada gargalha, dá um gole na cerveja, e acha que acabou.
– Por isso que eles não gostavam do senhor?
– Também -, e então é a vez do velho molhar a palavra. Sem pressa
nenhuma, ele deposita o copo de volta na mesa e só então recomeça: – Mas não
foi só isso.
– Ah, não?
– Não, senhor. Depois teve um penóte.
– Um pênalti?
– É, um penóte. Depois daquele chute, o compadre Marculino, que era
capitão do time, foi lá e falou pra eu bater. Olha… eu nem tomei muita
distância não, sabe? Corri pra bola e enchi o pé. Bem no meio do gol. No peito
do goleiro.
– Perdeu o pênalti??
– Não, – riu o velho. – Foi bola, goleiro e tudo pra dentro do gol.
Furou a rede e derrubou três pés de eucaliptos, um atrás do outro, em fila.
O pessoal lá morre de rir, enche seus copos e segue em frente.
Mas dizem que nas noite de lua nova, naquelas bem escuras, se você
prestar atenção, vai ver no céu uma estrela que não brilha. E que, reza a
lenda, nunca vai cair.
Na orelha da bola
https://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/22-11-2012/na-orelha-da-bola.html
Camarada Saldanha, presente!
Em 12 de julho de 1990, João Sem Medo falecia em
Roma durante a cobertura da Copa do Mundo
Por
Júlio Carignano
12 de julho de 2020
https://i1.wp.com/porem.net/wp-content/uploads/2020/07/JoaoSaldanha.jpg?resize=696%2C392&ssl=1
João Saldanha, o João Sem Medo.
Foto: Arquivo EBC
Em 12 de
julho de 1990, um dos maiores brasileiros de todos os tempos fazia sua partida
final. Aos 73 anos, João Saldanha falecia em Roma, na Itália, quatro dias após
a cobertura da final da Copa do Mundo que a disciplinada Alemanha derrotou a
Argentina da dupla Diego Maradona e Cannigia.
Em um
período em que o futebol foi transformado em mercadoria, em que dirigentes do
esporte se aliam com o que há de mais retrógrado no país e que colocam os
lucros acima de vidas, lembrar de João Saldanha é fundamental.
Apesar de
ser conhecido como o jornalista esportivo mais consagrado do Brasil e o
treinador que formou a maior seleção de todos os tempos, Saldanha dava mais
importância para sua atuação política e é ela que irei brevemente destacar.
O ‘João Sem
Medo’, apelido dado por Nelson Rodrigues, nasceu no município gaúcho de
Alegrete, no ano da Revolução Bolchevique, e tornou-se um patrimônio do Rio de
Janeiro. Porém, Saldanha também teve uma relação íntima com o Paraná em dois
momentos de sua vida.
Antes de
ganhar o Rio de Janeiro e o Rio ganhar Saldanha, o menino João morou com a
família em Curitiba nos anos de 1920 e, no fim desta década, teve seu primeiro
contato com aquela que seria sua grande paixão: a bola de futebol.
O menino
mudou-se com a família para a capital paranaense em 1924, ano de fundação do
Atlético. Quis o destino que o guri de Alegrete fosse morar perto de onde hoje
está localizada a Arena da Baixada. Aos fundos da casa onde morava estavam as
primeiras instalações do rubro negro do Paraná.
O pequeno
João já batia bola com amigos nas redondezas rubro-negras e um dia resolver
conhecer o campo do novo time que se instalava na cidade. Passou a ser um
frequentador assíduos dos treinos das categorias de base do Furacão.
De tanto ir
ao campo, acabou sendo escalado como goleiro dos ‘filhotes do Atlético’. Sua
breve passagem pelas categorias de base do rubro negro é contada pelo
jornalista André Iki Siqueira na biografia ‘João Saldanha – Uma Vida em jogo’.
Foi neste momento que despertou para o futebol e escolheu seu primeiro time a
torcer.
Depois da
infância em Curitiba, Saldanha partiu para Cidade Maravilhosa, verdadeira casa
sua e de seu “Botafogo do coração”. Foi lá que seguiu seus estudos, cursou
Direito e ingressou nas fileiras do Partido Comunista Brasileiro. Na sua fase
mais militante e dedicada ao ‘Partidão’, o Paraná voltou a cruzar o caminho do
João Sem Medo.
Saldanha foi
assistente político do grupo que ajudou a organizar a guerrilha camponesa de
Porecatu, no norte do estado. Ocorrida entre 1948 e 1951, o episódio – que é
conhecido como “a guerrilha que os comunistas esqueceram” – foi um dos mais
violentos conflitos agrários do Brasil no século 20.
Segundo
biógrafos, João Saldanha estava ligado ao segundo homem na hierarquia do PCB,
logo abaixo do secretário-geral Luis Carlos Prestes. Seu papel prestar
assessoria aos posseiros que se organizavam para a luta armada.
Voltando ao
futebol, mas sem deixar de lado a política – pois tudo está interligado –
Saldanha nunca teve papas na língua como treinador e cronista esportivo.
Enfrentava como ninguém os generais que tentavam ditar o tom da CDB (hoje CBF),
comandada na época por Havelange, amigo do regime, que o contratou para acalmar
críticas da imprensa e o descontentamento da população.
A passagem
como treinador canarinho foi curta, mas providencial. João montou o “time de
feras”, com Pelé, Gérson, Tostão, Rivelino, Jairzinho e cia. Foi demitido às
vésperas da Copa de 1970, no México, por não concordar com interferências dos
generais em suas escalações.
Um dos
episódios mais conhecidos é o pedido de Médici, torcedor do Galo mineiro, para
convocar o centroavante Dada Maravilha. Indagado por um repórter, Saldanha
respondeu: “Eu não escalo o ministério, ele [Médici] não escala a seleção”.
No fim de
1969, após o assassinato de Carlos Marighella, seu amigo de longa data,
distribuiu a autoridades internacionais durante passagem pelo México um dossiê
em que citava o nome de perseguidos (especialmente jornalistas), presos políticos
e centenas de mortos e torturados pela ditadura brasileira.
Mesmo após
ser derrubado do cargo de treinador da Seleção, a perseguição não parou. Então
contratado pela BBC para fazer artigos sobre a Copa de 70, Saldanha teve
credenciais negadas pela CBD para acompanhar o escrete canarinho em virtude de
seus comentários considerados “incendiários”.
Zagalo
assumiu aquela seleção montada por Saldanha. O ‘velho lobo’ convocou Dada,
atendendo os caprichos do general, porém não usou o centroavante em nenhum jogo
no México.
João
Saldanha foi intenso em tudo que viveu: no jornalismo, no futebol, na política
e na militância. Participou dos principais momentos de luta de nosso país e
hoje está no seleto time dos imprescindíveis. Nos ensinou que é preciso sempre
tomar partido e, sobretudo, não ter medo. E hoje, em tempos quase distópicos,
mais do que nunca nos serve de inspiração.
Júlio Carignano
Jornalista, atua na imprensa desde 2002. Trabalhou
nos jornais Tribuna de Cascavel, Jornal Hoje e Gazeta do Paraná. Atuou no
mandato do vereador de Cascavel Paulo Porto e na assessoria do Sinteoeste
(Unioeste). É diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná
(SindijorPR).
Bola no ponto futuro?
Você sabe o que é uma bola no ponto futuro? Sabe
não, né? Nem eu.
Os locutores
de futebol do Brasil – e apenas do Brasil – são todos intelectuais. Eles sabem
o que é uma bola no ponto futuro. Nós não.
O brasileiro
quer ser moderno, quer ser Primeiro Mundo. No dia em que aquele doido disparou
na plateia, o Brasil chorou lágrimas de país desenvolvido. O cara era branco,
forte, curso superior, metralhadora de primeira, inocentes vítimas.
E é no
futebol, onde a gente é o melhor do mundo (apesar dos técnicos), que os
coleguinhas insistem em intelectualizar a coisa.
Lembra da
melhor de três? Quer coisa mais brasileira do que uma melhor de três? Até na
cama o brasileiro gosta de uma melhor de três. Pois agora não é mais melhor de
três. Agora é playoff. Playoff! Influência americana. Não do futebol americano,
mas do basquete, da tal da NBA.
Até há pouco
tempo o jogador batia um escanteio. O que antes já era córner. Agora é tiro de
canto. E o tiro de canto é mostrado pelo auxiliar de árbitro. Aquele mesmo que
todo mundo sempre chamou de bandeirinha. Aquele que levantava o pau, a
bandeira. Agora ele levanta o seu instrumento de trabalho. Instrumento de
trabalho! Já pensou o cara saindo de casa para ir trabalhar e perguntando para
a mulher: Você viu o meu instrumento de trabalho?
Até há pouco
tempo também, o jogador gostava de fazer cera. Hoje, que ele faz mais cera do
que nunca, dizem que ele está valorizando a posse da bola. Tá na cara que o
sujeito tá fazendo cera. Mas vem um Galvão qualquer e o exime. Imagina, fazer
cera. Está apenas valorizando a posse da bola.
Antigamente o
jogador passava a bola. Dava um passe. Hoje ele não passa mais a bola. Ele faz
uma assistência. Muito esquisito. Será que o jogador que recebeu o passe,
gritou me assista, me assista!, e o cara assistiu? Sabe de onde vem
isso? Dos americanos. Não do futebol americano, mas do basquete.
Vamos em
frente. Lembra do drible da vaca? Apesar dos campos continuarem com a grama –
menos em Brasília, onde comeram toda ela – tiraram a vaca de campo. O drible da
vaca agora se chama overlap. É, tempo de computador. Deletaram a vaca.
E chapéu? Dar
um chapéu. Hoje em dia não se dá mais chapéu. Dá-se (quem consegue, é claro) um
voleio. Coisa de americano, também. Não do futebol americano, mas do tênis.
E aquele
jogador que corria pela lateral? Tanto podia ser o beque ou o ponta. Pois agora
os dois se chamam ala (basquete americano, de novo). Quando eu crescer vou
jogar de ala. Pode? Tudo bem, já que o centroavante virou cabeça-de-área. Para
desespero dos goleiros que antes defendiam ou com a mão direita ou com a
esquerda. Hoje, defendem de mão trocada, depois de cuspirem na luva, coisa de
hóquei sob (ou sobre) patins no gelo.
Lembra quando
o sujeito dava uma rasteira no adversário? Não existe mais rasteira. É uma
obstrução. E quando ele entrava de carrinho? Agora se chama falta pra cartão.
E ali por onde
reinaram Zito, Dino, Dudu, Clodoaldo? Cada time tinha um só. Agora têm quatro e
eles atendem pelo nome de volante. Logo mais serão seis os volantes. Coisa de
loteria mesmo.
A trave do
outro lado virou segundo pau. A bola nunca vai no primeiro pau, já notou? Mesmo
quando chutada de rosca, que agora se chama de três dedos. Antes, um drible era
para humilhar. Hoje, desmoraliza.
Cartola virou
vice-presidente de futebol e saco virou virilha.
Morte súbita
tá virando gol de ouro.
A segunda
divisão chama-se série B…
Quanto a esperar a bola no ponto futuro eu, um dia, chego lá. E agora eu
vou tomar banho, porque eu ainda gosto de ficar na banheira.
https://marioprata.net/cronicas/bola-no-ponto-futuro/
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