quinta-feira, 24 de setembro de 2020

 

Marco Aurélio vota para que Bolsonaro possa depor por escrito

«Meter-se em camisa-de-onze-varas»

Vestir a carapuça




 

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Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo

24 de setembro de 2020 às 09:05 | Atualizado 24 de setembro de 2020 às 10:44

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello manifestou nesta quinta-feira (24) seu voto para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) possa depor por escrito no inquérito que apura suposta tentativa de interferência na Polícia Federal.

"A interpretação histórica, sistemática e teleológica do Código de Processo Penal deságua na possibilidade de a audição do Presidente da República, na qualidade de testemunha, investigado ou réu, ser por escrito", escreveu o ministro, em seu voto. A informação foi antecipada pela colunista Basília Rodrigues, da CNN.

O ministro adiantou seu entendimento no julgamento, que acontecerá entre os dias 2 e 9 de outubro, pelo plenário da Corte. Marco Aurélio, segundo ministro mais antigo do STF, assumiu a análise do caso porque Celso de Mello está afastado do tribunal por licença médica.

Assista e leia também:

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O Grande Debate: Bolsonaro deveria prestar depoimento presencial?

'Não se pede nenhum privilégio', diz Bolsonaro sobre depoimento por escrito à PF

Há duas semanas, Celso de Mello havia determinado que Bolsonaro prestasse depoimento presencial afirmando que a prerrogativa de depor por escrito somente pode ser concedida nos casos em que o presidente figure como testemunha ou vítima, mas não como investigado.

"A mesma regra processual é possuidora de sentido único, pouco importando o Presidente envolvido. Provejo o recurso interposto e reconheço a possibilidade de o Presidente da República, seja como testemunha, seja como envolvido em inquérito ou ação penal, manifestar-se por escrito", escreveu Marco Aurélio.




 

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Marco Aurélio Mello

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello

Foto: Reprodução/Agência Brasil

O inquérito em que o presidente é citado tem como base as acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que acusou Bolsonaro de interferir nos trabalhos da Polícia Federal — o episódio que levou ao pedido de demissão do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. De acordo com Moro, a prova é uma reunião ministerial, cujo sigilo foi retirado pelo ministro Celso de Mello no curso deste inquérito.

Segundo Moro, foi nesta reunião que Bolsonaro teria manifestado a intenção de interferir politicamente na PF, cobrando a substituição do superintendente no Rio de Janeiro e do diretor-geral da corporação, além de acesso a relatórios de inteligência e informação da Polícia Federal. Bolsonaro nega as acusações.

https://www.cnnbrasil.com.br/politica/2020/09/24/marco-aurelio-vota-para-que-bolsonaro-possa-depor-por-escrito




 

https://youtu.be/v65WgFve6oo

 

 

 

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Breaking News: Marco Aurélio vota para que Bolsonaro possa depor por escrito

•24 de set. de 2020

 

CNN Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello manifestou nesta quinta-feira (24) seu voto para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) possa depor por escrito no inquérito que apura suposta tentativa de interferência na Polícia Federal.

"A interpretação histórica, sistemática e teleológica do Código de Processo Penal deságua na possibilidade de a audição do Presidente da República, na qualidade de testemunha, investigado ou réu, ser por escrito", escreveu o ministro, em seu voto. A informação foi antecipada pela colunista Basília Rodrigues, da CNN.

Informação divulgada no dia 24 de setembro de 2020.

No link:

https://www.youtube.com/watch?v=v65WgFve6oo

 

Marco Aurélio antecipa voto autorizando depoimento de Bolsonaro por escrito

Presidente é investigado por suposta interferência política na Policia Federal

24/09/2020 | 11:46

Por

AE




 

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Marco Aurélio antecipa voto autorizando depoimento de Bolsonaro por escrito

Marco Aurélio antecipa voto autorizando depoimento de Bolsonaro por escrito | Foto: Carlos Alves Moura / Agência Brasil / CP

Ouça a matéria clicando aqui!

 

 

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, divulgou nesta quinta-feira, a íntegra de voto no sentido de permitir que Jair Bolsonaro deponha por escrito no inquérito sobre suposta tentativa de interferência política do presidente na Polícia Federal. A discussão sobre o caso está marcada para começar no dia 2 de outubro, mas, em um gesto incomum, o ministro divulgou a íntegra de seu posicionamento antes mesmo do início do julgamento. O vice-decano se manifestou a favor de que Bolsonaro deponha por escrito, mesmo como investigado, acolhendo recurso apresentado pelo chefe do Executivo.

"Bem andaram, em data recente, na arte de interpretar, na arte de proceder e decidir processualmente, os ministros Luís Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin, no que admitiram fosse o antecessor do atual Presidente da República, o presidente Michel Temer - e não por ser professor de Direito, mas por assim prever o Código de Processo Penal -, ouvido, também como investigado - delações de executivos da empresa JBS -, considerado não o privilégio - e dizia Ada Pellegrini Grover que todo privilégio é odioso -, por escrito. Em um Estado de Direito, é inadmissível o critério de dois pesos e duas medidas, sendo que o meio normativo é legítimo quando observado com impessoalidade absoluta", escreveu o ministro em seu voto.

Questionado pelo Estadão sobre o porquê de ter decidido divulgar o voto antes mesmo do início do julgamento, Marco Aurélio afirmou: "A publicidade é a mola mestra. Viabiliza o acompanhamento pelos contribuintes. Mistério não é bom para a democracia. Inserido o voto no sistema torna-se de domínio público. Isso é liberdade em sentido maior".

Nesta quarta, Marco Aurélio decidiu enviar para o plenário virtual da Corte a decisão sobre como deve ser o depoimento de Jair Bolsonaro - se pessoalmente ou por escrito - no âmbito das investigações que apuram se o chefe do Executivo tentou interferir indevidamente na Polícia Federal. A decisão foi dada pelo vice-decano uma vez que o relator do caso, ministro Celso de Mello, está de licença médica até o dia 26 deste mês.

O plenário virtual do STF é uma ferramenta online que permite que os ministros analisem caso sem se reunirem pessoalmente ou por videoconferência. Os magistrados apenas depositam no sistema eletrônico seus votos escritos, sem debates - longe dos olhos da opinião pública e das transmissões ao vivo da TV Justiça.

Até a manifestação do plenário da Corte sobre como deve ser feito o depoimento de Bolsonaro aos investigadores, o inquérito aberto com base nas acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro está suspenso, também por determinação do vice-decano.

A discussão do caso está prevista para começar no próximo dia 2, quando os ministros do Supremo vão analisar recurso apresentado por Bolsonaro contra a decisão de Celso de Mello que determinou o interrogatório presencial. O relator também havia autorizado o ex-ministro Sérgio Moro a enviar perguntas a serem respondidas pelo presidente.

Como mostrou o Estadão, para determinar que o presidente preste depoimento presencialmente no inquérito Moro x Bolsonaro, Celso de Mello apontou diferentes precedentes da corte para amparar o entendimento de que os chefes de Poderes, quando sujeitos a investigação criminal, não tem direito à prerrogativa de depor por escrito. Entre as decisões anteriores do STF citadas pelo decano está uma proferida pelo ministro Teori Zavascki em 2016, que negou depoimento por escrito ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), à época em que era presidente do Congresso Nacional.

No entanto, para Marco Aurélio, a 'interpretação histórica, sistemática e teleológica' do Código de Processo Penal ''deságua'' na possibilidade de que o presidente da República, tanto na qualidade de testemunha como na de investigado ou réu, presta depoimento por escrito.

"Indaga-se, sob o ângulo até do bom senso - e direito, instrumental ou substancial, é bom senso: No contexto de 1941, imaginado Presidente ou Vice-Presidente da República, do Senado, da Câmara, do Supremo envolvido em inquérito ou processo-crime, prever-se-ia o comparecimento para audição olho no olho?

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A resposta positiva assenta-se em injustiça normativa, em incongruência, em presumir não o ordinário, mas o extraordinário, o extravagante a mais não poder, contrariando-se boas regras de interpretação e aplicação do direito, do contexto processual penal, a revelar um grande todo, imaginado - e o é - harmônico", escreveu Marco Aurélio.

 

No link:

https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/pol%C3%ADtica/marco-aur%C3%A9lio-antecipa-voto-autorizando-depoimento-de-bolsonaro-por-escrito-1.485762

 

 

Marco Aurélio conclui voto a favor de depoimento por escrito de Bolsonaro

Ministro é relator substituto do caso e liberou o voto no sistema do STF. Votação no plenário virtual está prevista para ocorrer entre 2 e 9 de outubro.

Por Camila Bomfim e Márcio Falcão, TV Globo — Brasília

24/09/2020 09h32  Atualizado há 20 minutos

    


Marco Aurélio vota em depoimento por escrito de Bolsonaro

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Marco Aurélio vota em depoimento por escrito de Bolsonaro

 

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concluiu seu voto a favor de que o presidente Jair Bolsonaro dê depoimento por escrito no inquérito que apura se houve tentativa de interferência na Polícia Federal.

Marco Aurélio é o relator em substituição do recurso em que a Advocacia-Geral da União pede para o depoimento do presidente ser feito por escrito. Na quarta-feira (23), Marco Aurélio liberou o caso para análise no plenário virtual (onde todos os ministros votam remotamente) e inseriu seu voto no sistema interno do STF. A TV Globo teve acesso ao documento.

O relator original do caso, ministro Celso de Mello, havia determinado o depoimento presencial. Como Celso está de licença médica até o fim desta semana, Marco Aurélio assumiu, como preveem as regras regimentais.

Celso de Mello havia argumentado que as explicações por escrito são permitidas aos chefes dos três poderes da República que figurem como testemunhas ou vítimas, não quando na condição de investigados ou réus. Nesse caso, Bolsonaro é investigado.

Segundo o documento obtido pela TV Globo, Marco Aurélio vai defender que o presidente tem a prerrogativa de depor por escrito mesmo quando figura como investigado num inquérito.

Ao defender a extensão do benefício de depor por escrito de testemunha para uma autoridade investigada, Marco Aurélio faz uma diferenciação entre as duas figuras. O ministro ressaltou que um testemunha, quando é convocada a depor, precisa se comprometer a falar a verdade, caso contrário, pode responder criminalmente se for descoberto que mentiu. Já o investigado não é nem mesmo obrigado a falar, podendo se reservar ao direito de permanecer em silêncio.

“O sistema não fecha. Como testemunha, é possível o depoimento, por escrito. Como envolvido não o é. A paixão é traiçoeira e, no campo jurídico, reflete a mentira, sendo merecedora da excomunhão maior, já que processo não tem capa, tem conteúdo. Indaga-se, sob o ângulo até do bom senso – e direito, instrumental ou substancial, é bom senso”, afirmou.

Marco Aurélio cita que os colegas Luís Roberto Barroso e Edson Fachin já tiveram esse mesmo entendimento.

O recurso da AGU vai ser analisado pelo plenário virtual do STF entre os dias 2 e 9 de outubro.

O ministro ressaltou que não cassou a decisão de Celso de Mello que determinou o depoimento presencial do presidente. Marco Aurélio disse que atuou "por cautela", uma vez que a Polícia Federal havia intimado o presidente a prestar esclarecimentos entre os dias 21 e 23 deste mês.

O ministro argumentou que, diante da dúvida se o depoimento deve ser presencial ou por escrito, o melhor é esperar uma definição do plenário da Corte. Para ele, o “colegiado está acima dos integrantes, pouco importando antiguidade”.

Marco Aurélio também criticou indiretamente a inclusão do ex-ministro Sergio Moro como investigado, como requereu o procurador-geral da República. Ele reforçou que o MP atua na defesa da sociedade. “Na visão geral, este inquérito fez-se voltado a objetivo discrepante da finalidade – aplainar campo a certa responsabilidade por denunciação caluniosa [eventual implicação a Moro]. Recuso-me a acreditar nessa premissa. O Ministério Público atua em defesa e proteção da sociedade, tendo a primazia da ação penal pública incondicionada. Assim o vejo. Assim deve parecer. Assim o é”.

 

No link:

https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/09/24/marco-aurelio-conclui-voto-a-favor-de-depoimento-por-escrito-de-bolsonaro.ghtml

 

 

Marco Aurélio envia a plenário virtual recurso de Bolsonaro para prestar depoimento por escrito

Plenário virtual prevê que ministros depositem votos no site, em lugar das sessões por videoconferência. AGU pede que Bolsonaro seja autorizado a depor por escrito sobre suposta interferência na PF.

Por Camila Bomfim e Márcio Falcão, TV Globo — Brasília

23/09/2020 19h25  Atualizado há 15 horas

    


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STFMarco Aurélio Mello decidiu enviar ao plenário virtual, entre os dias 2 e 9 de outubro, a análise da possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro prestar depoimento por escrito sobre a suposta interferência na Polícia Federal.

pedido foi feito pela Advocacia-Geral da União (AGU), que defende que Bolsonaro tenha direito a escolher a data e o formato do próprio depoimento. O relator original do pedido, ministro Celso de Mello, já negou essa possibilidade e autorizou a Polícia Federal a marcar uma oitiva presencial.

Marco Aurélio Mello assumiu o andamento do caso porque Celso de Mello está de licença até o próximo sábado (26).

Bolsonaro foi intimado a depor, mas AGU recorreu de decisão de Celso de Mello sobre depoimento presencial

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Bolsonaro foi intimado a depor, mas AGU recorreu de decisão de Celso de Mello sobre depoimento presencial

No plenário virtual, em vez de debater e fazer a leitura dos votos, os ministros depositam os documentos no sistema do STF. Após o voto do relator, os demais membros do Supremo podem pedir que o caso seja "puxado" para julgamento nas sessões presenciais – que estão sendo realizadas por videoconferência por causa da pandemia.

O inquérito aberto em maio tem como base acusações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Bolsonaro nega ingerência na PF. A polícia pediu ao STF mais 30 dias para concluir a apuração do caso. O presidente da República aparece no inquérito como investigado.

Ao deixar o ministério, Moro afirmou que havia sofrido pressão de Bolsonaro para alterar o comando de superintendências da Polícia Federal e para compartilhar relatórios de inteligência da corporação. O inquérito aberto no STF apura se as declarações de Moro são verdadeiras.

Decisão 'mais rápida'

À TV Globo, Marco Aurélio Mello disse que resolveu pautar o recurso no plenário virtual porque a decisão é mais rápida.

"Por videoconferência não julgamos quase nada, continuamos na morosidade de sempre. Julgamos dois processos por sessão, se tanto. No virtual, cada ministro insere o voto, e você toca [o julgamento] mais rápido. No plenário, por videoconferência, continuamos na mesmice, não conciliando rapidez com conteúdo", declarou.

Na decisão desta quarta, o ministro escreve que precisa dar celeridade ao caso.

"A crise é aguda. Sem qualquer previsão de o Tribunal voltar às sessões presenciais, há de viabilizar-se, em ambiente colegiado, a jurisdição. Aciono, em caráter excepcional, o sistema virtual e passo a liberar, considerado o fator tempo, os processos", diz o documento.

O ministro decidiu liberar o recurso da AGU para julgamento depois que o procurador-geral da República, Augusto Aras, emitiu parecer favorável ao depoimento de Bolsonaro por escrito.

O chefe da PGR diz que há argumentos suficientes para derrubar o posicionamento de Celso de Mello – que defendeu que, na posição de investigado, Bolsonaro não teria direito a escolher data, horário ou formato do depoimento.

"Cumpre ressaltar a inconsistência do raciocínio jurídico segundo o qual poderia o presidente da República deixar de comparecer ou, comparecendo, permanecer silente, situações em que nada acrescentaria à apuração em curso, mas não poderia ele prestar esclarecimentos por escrito, mediante manifestação passível de consideração como elemento informativo documental", escreveu Aras.

Inquérito suspenso

Ministro Marco Aurélio suspende inquérito sobre possível interferência de Bolsonaro na PF

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Ministro Marco Aurélio suspende inquérito sobre possível interferência de Bolsonaro na PF

 

Já como "relator substituto" do caso, na última semana, o ministro Marco Aurélio Mello suspendeu a tramitação do inquérito que investiga o presidente até que o recurso da Advocacia-Geral da União fosse analisado.

A AGU pediu que o plenário do STF defina se Bolsonaro pode, ou não, apresentar manifestação por escrito.

O presidente do Supremo, Luiz Fux, já havia indicado que faria uma consulta aos colegas para definir a melhor data para levar o caso a plenário. Uma das possibilidades era deixar que a questão fosse enfrentada após a aposentadoria de Celso de Mello, que deixará o STF em novembro ao completar 75 anos.

ACUSAÇÕES DE MORO CONTRA BOLSONARO

Bolsonaro surpreende Moro ao exonerar Valeixo do comando da PF

Moro anuncia demissão do Ministério da Justiça

Leia a íntegra do pronunciamento em que Moro anuncia saída

Moro diz que Bolsonaro tentou intervir na Polícia Federal

PGR diz que tem dever de apurar eventuais ilícitos

Celso de Mello autoriza inquérito no STF para apurar declarações de Moro

Em Curitiba, Moro presta depoimento de mais de 8 horas na PF

Moro diz que Bolsonaro pediu comando da PF do Rio

Moro entrega vídeo de reunião ministerial com Bolsonaro à PF

Moro exibe troca de mensagens em que Bolsonaro cobra mudança no comando da PF

Bolsonaro não responde sobre acusação de Moro

Moro, procuradores e advogado da União acompanham exibição de vídeo

Bolsonaro usou palavrões e fez ameaças de demissão, dizem fontes que viram vídeo

Defesa de Moro pede ao STF divulgação integral de vídeo

Bolsonaro nega ter falado de Polícia Federal em reunião

 

NO link:

https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/09/23/marco-aurelio-envia-a-plenario-virtual-recurso-de-bolsonaro-para-prestar-depoimento-por-escrito.ghtml

 

Marco Aurélio antecipa voto autorizando depoimento de Bolsonaro por escrito

Por ESTADÂO conteúdo

Rafael Moraes Moura e Pepita Ortega

Brasília e São Paulo

24/09/2020 11h29

 

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, divulgou nesta quinta-feira, 24, a íntegra de voto no sentido de permitir que Jair Bolsonaro deponha por escrito no inquérito sobre suposta tentativa de interferência política do presidente na Polícia Federal. A discussão sobre o caso está marcada para começar no dia 2 de outubro, mas, em um gesto incomum, o ministro divulgou a íntegra de seu posicionamento antes mesmo do início do julgamento. O vice-decano se manifestou a favor de que Bolsonaro deponha por escrito, mesmo como investigado, acolhendo recurso apresentado pelo chefe do Executivo. "Bem andaram, em data recente, na arte de interpretar, na arte de proceder e decidir processualmente, os ministros Luís Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin, no que admitiram fosse o antecessor do atual Presidente da República, o presidente Michel Temer - e não por ser professor de Direito, mas por assim prever o Código de Processo Penal -, ouvido, também como investigado - delações de executivos da empresa JBS -, considerado não o privilégio - e dizia Ada Pellegrini Grover que todo privilégio é odioso -, por escrito. Em um Estado de Direito, é inadmissível o critério de dois pesos e duas medidas, sendo q...

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Marco Aurélio antecipa voto autorizando depoimento de Bolsonaro por escrito


 

Estadão Conteúdo

 

24/09/2020 11:29

 

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, divulgou nesta quinta-feira, 24, a íntegra de voto no sentido de permitir que Jair Bolsonaro deponha por escrito no inquérito sobre suposta tentativa de interferência política do presidente na Polícia Federal. A discussão sobre o caso está marcada para começar no dia 2 de outubro, mas, em um gesto incomum, o ministro divulgou a íntegra de seu posicionamento antes mesmo do início do julgamento. O vice-decano se manifestou a favor de que Bolsonaro deponha por escrito, mesmo como investigado, acolhendo recurso apresentado pelo chefe do Executivo.

"Bem andaram, em data recente, na arte de interpretar, na arte de proceder e decidir processualmente, os ministros Luís Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin, no que admitiram fosse o antecessor do atual Presidente da República, o presidente Michel Temer - e não por ser professor de Direito, mas por assim prever o Código de Processo Penal -, ouvido, também como investigado - delações de executivos da empresa JBS -, considerado não o privilégio - e dizia Ada Pellegrini Grover que todo privilégio é odioso -, por escrito. Em um Estado de Direito, é inadmissível o critério de dois pesos e duas medidas, sendo que o meio normativo é legítimo quando observado com impessoalidade absoluta", escreveu o ministro em seu voto.

Questionado pelo Estadão sobre o porquê de ter decidido divulgar o voto antes mesmo do início do julgamento, Marco Aurélio afirmou: "A publicidade é a mola mestra. Viabiliza o acompanhamento pelos contribuintes. Mistério não é bom para a democracia. Inserido o voto no sistema torna-se de domínio público. Isso é liberdade em sentido maior".

Nesta quarta, 23, Marco Aurélio decidiu enviar para o plenário virtual da Corte a decisão sobre como deve ser o depoimento de Jair Bolsonaro - se pessoalmente ou por escrito - no âmbito das investigações que apuram se o chefe do Executivo tentou interferir indevidamente na Polícia Federal. A decisão foi dada pelo vice-decano uma vez que o relator do caso, ministro Celso de Mello, está de licença médica até o dia 26 deste mês.

O plenário virtual do STF é uma ferramenta online que permite que os ministros analisem caso sem se reunirem pessoalmente ou por videoconferência. Os magistrados apenas depositam no sistema eletrônico seus votos escritos, sem debates - longe dos olhos da opinião pública e das transmissões ao vivo da TV Justiça.

Até a manifestação do plenário da Corte sobre como deve ser feito o depoimento de Bolsonaro aos investigadores, o inquérito aberto com base nas acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro está suspenso, também por determinação do vice-decano.

A discussão do caso está prevista para começar no próximo dia 2, quando os ministros do Supremo vão analisar recurso apresentado por Bolsonaro contra a decisão de Celso de Mello que determinou o interrogatório presencial. O relator também havia autorizado o ex-ministro Sérgio Moro a enviar perguntas a serem respondidas pelo presidente.

Como mostrou o Estadão, para determinar que o presidente preste depoimento presencialmente no inquérito Moro x Bolsonaro, Celso de Mello apontou diferentes precedentes da corte para amparar o entendimento de que os chefes de Poderes, quando sujeitos a investigação criminal, não tem direito à prerrogativa de depor por escrito. Entre as decisões anteriores do STF citadas pelo decano está uma proferida pelo ministro Teori Zavascki em 2016, que negou depoimento por escrito ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), à época em que era presidente do Congresso Nacional.

No entanto, para Marco Aurélio, a 'interpretação histórica, sistemática e teleológica' do Código de Processo Penal 'deságua' na possibilidade de que o presidente da República, tanto na qualidade de testemunha como na de investigado ou réu, presta depoimento por escrito.

"Indaga-se, sob o ângulo até do bom senso - e direito, instrumental ou substancial, é bom senso: No contexto de 1941, imaginado Presidente ou Vice-Presidente da República, do Senado, da Câmara, do Supremo envolvido em inquérito ou processo-crime, prever-se-ia o comparecimento para audição olho no olho?
A resposta positiva assenta-se em injustiça normativa, em incongruência, em presumir não o ordinário, mas o extraordinário, o extravagante a mais não poder, contrariando-se boas regras de interpretação e aplicação do direito, do contexto processual penal, a revelar um grande todo, imaginado - e o é - harmônico", escreveu Marco Aurélio.

No link:

https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2020/09/24/interna_politica,1188526/marco-aurelio-antecipa-voto-autorizando-depoimento-de-bolsonaro-por-es.shtml#:~:text=O%20ministro%20Marco%20Aur%C3%A9lio%20Mello,do%20presidente%20na%20Pol%C3%ADcia%20Federal.

 

12/08/2012 08h57 - Atualizado em 12/08/2012 14h06

Histórias de togas e becas alimentam folclore de tribunais; veja algumas

Uso dos trajes é obrigatório para ministros e advogados no Supremo.
Ex-ministro conta caso de toga rasgada; defensor foi chamado de 'Batman'.

Mariana OliveiraDo G1, em Brasília




 

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O ministro Joaquim Barbosa com sua toga durante julgamento do mensalão (Foto: José Cruz / Agência Brasil)

O ministro Joaquim Barbosa com sua toga durante
julgamento do mensalão (Foto: José Cruz / Agência
Brasil)

Entre os muitos elementos que compõem um julgamento na mais alta corte do país, o Supremo Tribunal Federal (STF), está o traje usado por ministros e advogados que falam no púlpito: as togas para os magistrados e as becas para os defensores.

Desde o início do julgamento do processo do mensalão, na semana passada, a vestimenta – que é um tipo de capa preta que pode ser longa ou curta – foi responsável por situações engraçadas no plenário do Supremo.

Um advogado quase defendeu a cliente com a beca do avesso. Alertado por uma jornalista, vestiu o traje do jeito correto poucos minutos antes de ir ao púlpito. Outro levou os colegas aos risos ao comentar que comprou uma beca específica para o julgamento pela internet. Um terceiro advogado levou orações dentro da beca.

Embora becas e togas sejam muito parecidas e dois dos principais dicionários da língua portuguesa – Houaiss e Aurélio – afirmem que são palavras sinônimas, para os juristas, há uma diferença primordial: só os juízes usam togas. Os demais atuantes no ramo do direito utilizam becas.

Um ministro tinha uma toga que ficava sempre muito bem guardada. O certo é que a toga rasgou e ninguém percebeu. Ele só se deu conta quando entrava em fila no tribunal com os outros ministros. No outro dia, os jornais deram destaque para o fato, do ministro de toga rasgada"

Carlos Velloso, ex-ministro e ex-presidente do STF

A toga começou a ser usada na Roma Antiga – antes de Cristo – e é um dos símbolos da magistratura. “[Toga] Alerta, no juiz, a lembrança de seu sacerdócio. E incute no povo, pela solenidade, respeito maior aos atos judiciários”, sintetizou o ex-ministro Mário Guimarães no livro “O juiz e a função jurisdicional”.

Uma frase dita por um dos advogados que falaram na semana passada durante o julgamento do mensalão mostra bem a diferença de interpretação entre toga e beca. Ele falava do pai, magistrado, que passou a advogar.

“Papai envergou a toga, mas não se despiu da beca. Isso me mostrou que nós, advogados e juízes, somos irmãos. Por isso, declaro minha honra e emoção de estar nessa tribuna.” A frase é de Antônio Claudio Mariz de Oliveira, que defendeu a acusada Ayanna Tenório, ex-vice presidente do Banco Rural.

Toga rasgada
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso, que já presidiu a corte, afirma que a toga, usada em todos os tribunais, é muitas vezes ignorada por magistrados de primeiro grau. Ele lembra, porém, que sempre usava quando era juiz de primeira instância em Minas Gerais. “Eu tinha estado em Paris. Fui visitar a corte e notei o seguinte: a respeitabilidade e austeridade que impunham as togas. Achei interessante e incentivei o uso”, contou.

Era uma beca esvoaçante, grande. Um promotor queria me desqualificar. Começou a citar os presentes e disse: doutor fulano, doutor tal, doutor Marcelo Leal. Então ele olhou e disse: Batman! Quando fui dar aula no outro dia tinha um símbolo do Batman na sala de aula"

Marcelo Leal, advogado que atua nos tribunais superiores

Ele explicou ainda que, nos tribunais superiores, o uso da toga é exigido até no dia a dia.

“No trabalho diário, usa-se uma capa curta, sem maiores formalidades. [...] A toga de solenidades é de seda e geralmente é dada aos ministros por amigos, familiares ou pelo estado que ele representa. Existe todo um cuidado, a sala de togas, cada ministro tem um armário. O capinha [auxiliar do ministro] fica com a chave. Em muitos casos, [a toga] tem valor sentimental”, conta Velloso.

O ex-ministro lembrou um caso que, segundo ele, ocorreu quando atuava no extinto Tribunal Federal de Recursos. “Um ministro tinha uma toga que ficava sempre muito bem guardada. O certo é que a toga rasgou e ninguém percebeu. Ele só se deu conta quando entrava em fila no tribunal com os outros ministros. No outro dia, os jornais deram destaque para o fato, do ministro de toga rasgada”, lembrou.




 

 

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Armário no Supremo com becas disponíveis para advogados (Foto: Rosanne D´Agostino / G1)

Armário no Supremo com becas disponíveis para
advogados (Foto: Rosanne D´Agostino / G1)

'Batman'
O advogado Marcelo Leal, que também defende réu do processo do mensalão e atua nos tribunais superiores, disse que o uso da toga é opcional, mas que usa por respeito às tradições.

“No nosso estatuto, o uso da beca aparece como direito do advogado. Mas, em alguns tribunais, se subir sem beca, o presidente não vai admitir que o advogado fale”, disse. A lei 8.906/1944, que criou o Estatuto da Advocacia, afirma que é direito do advogado “usar os símbolos privativos da profissão de advogado”, mas não faz referência específica à beca.

Marcelo Leal contou que a beca já foi responsável por confrontos e momentos divertidos em sua atuação como advogado.

“Teve um júri que fui fazer em Aracaju (SE) e esqueci a beca no hotel. Quando cheguei na audiência, percebi e pedi para um estagiário ir buscar. No início, tive que fazer um questionamento e, como o estagiário não tinha chegado, fui sem beca. O promotor, para me deixar desconfortável, disse que tinha uma beca para me emprestar. Eu respondi que não caberia bem em mim a beca da acusação”, lembrou ele, e completou afirmando que atualmente só usa a beca disponível nos tribunais.




 

http://s2.glbimg.com/zMowt05L7d5OMdP-cMjzUjDcBD1mKPCGqTtDN_HC7_pIoz-HdGixxa_8qOZvMp3w/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2012/08/11/marceloleal300225imprensastf.jpg

O advogado Marcelo Leal ao defender cliente no púlpito do Supremo (Foto: Gervásio Baptista / SCO / STF)O advogado Marcelo Leal ao defender cliente no
púlpito do Supremo (Foto: Gervásio Baptista / SCO
/ STF)

No Supremo, há um armário com becas para advogados que, eventualmente, esquecerem seus trajes. “Eu percebi que colegas de São Paulo trazem as próprias becas. Eu uso a que tiver mesmo”, brincou.

O advogado lembrou ainda outro caso que, segundo ele, o tornou alvo de uma brincadeira na universidade em que lecionava. “Era uma beca esvoaçante, grande. Um promotor queria me desqualificar. Começou a citar os presentes e disse: 'doutor fulano, doutor tal, doutor Marcelo Leal'. Então ele olhou e disse: 'Batman!' Quando fui dar aula no outro dia, tinha um símbolo do Batman na sala de aula”, relembra.

Ele contou ainda ter ouvido de um ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral uma versão sobre a origem da obrigatoriedade da beca no púlpito do Supremo Tribunal Federal.

“Quando o Supremo foi instalado em Brasília, não se exigia a beca. Os advogados falavam sem beca. E tinha um advogado antigo, que engordou muito, e as camisas não serviam mais nele. Um botão ficava aberto, aparecendo parte da barriga. O presidente naquela época não gostou e instituiu: a partir de agora, todo mundo usa beca. Então, esse é o motivo da obrigatoriedade. A barriga desse advogado”, contou aos risos.

http://g1.globo.com/politica/mensalao/noticia/2012/08/historias-de-togas-e-becas-alimentam-folclore-de-tribunais-veja-algumas.html

 

 

«Meter-se em camisa-de-onze-varas»

Gostaria de saber a origem da expressão «meter-se em camisa de sete varas».

 

Obrigada.

 

Salete Costa  Advogada  São Paulo, Brasil 

A expressão encontrada e registada no Dicionário de Expressões Correntes, de Orlando Neves (Editorial Notícias), é «Meter-se em camisa-de-onze-varas». Segundo o dicionário, «Estar ou ver-se numa situação aflitiva eis como se decifra, na linguagem comum, esta expressão. Depreende-se dela que uma "camisa-de-onze-varas" deveria ser algo incómodo, perigoso, terrível». Em seguida, acrescenta o seguinte: «Chamava-se em tempos "pano de varas" a um tecido grosseiro, uma espécie de saragoça. Era dele que se faziam as vestes com que os condenados, por exemplo, no tempo da Inquisição, eram levados para o suplício (...). Por sua vez, a "vara" era uma medida de comprimento correspondente à yard inglesa, a jarda. Em Portugal, um tanto diferentemente de em Inglaterra, uma vara correspondia a 1,1 metros. A utilização do "onze" na expressão é feita como um indefinido, destinado a evidenciar o tamanho que a camisa teria e a dar-lhe maior peso no realce do martírio (de resto, em outras expressões populares é comum o uso de numerais indefinidos como o onze, o sete, etc.).»

 

A mesma expressão («meter-se em camisa-de-onze-varas») aparece no Dicionário Prático de Locuções e Expressões Correntes, de Emanuel de Moura Correia e Persília de Melim Teixeira (Papiro Editora), mas não acrescenta nada ao que já foi dito: limita-se a informar de que significa «meter-se em trabalhos».

 

Carlos Marinheiro  19 de fevereiro de 2008'

 

in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/meter-se-em-camisa-de-onze-varas/22865 [consultado em 24-09-2020]

 

 

 

 

 

Vestir a carapuça – de onde vem a expressão?

 

POR ANDRÉA MOTTA

 

É  bastante comum  ouvirmos  que alguém  “vestiu a carapuça” diante uma determinada  situação; essa  expressão  significa que alguém  assumiu a culpa de algo ou considerou que  estava  sendo  acusado de  alguma coisa. De onde, afinal,  veio essa  expressão?

“Vestir a carapuça” ou “enfiar a carapuça”  significa “assumir a culpa”. Na  Idade  Média,  os  acusados  pela  Santa  Inquisição eram  obrigados   comparecer diante do tribunal  com  uma   túnica  longa e  um chapéu  pontiagudo, símbolo da  culpa do acusado –  este  chapéu era a  carapuça.

 

Andréa Motta

Professora de Língua Portuguesa e Literatura no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro. Professora voluntária de Literatura Brasileira e Redação no Pré-vestibular Comunitário Cristo Rei.

https://conversadeportugues.com.br/2009/11/vestir-a-carapuca-de-onde-vem-a-expressao/

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