Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quinta-feira, 22 de julho de 2021
O Grande Mentecapto
Tá Ruim, Mas Tá Bom
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DESPACHO DESTRAMBELHADO
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'Se não tiver voto auditável, não terá eleição', ameaça ministro da Defesa
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Marcelo Camargo/Agência Brasil
General Braga Neto, a cara do golpistaCredit...Marcelo Camargo/Agência Brasil
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Por INFORME JB, redacao@jb.com.br
Publicado em 2021-07-22 07:18:00
De acordo com informações de "O Estado de S. Paulo", o ministro da Defesa, general Braga Neto, mandou recado para o despachante de Jair Bolsonaro na Câmara, deputado Arthur Lira, ameaçando impedir a realização das eleições em 2022 com um golpe militar, caso não haja voto impresso, como quer o presidente Bolsonaro.
Diz a reportagem: "No último dia 8, uma quinta-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), recebeu um duro recado do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, por meio de um importante interlocutor político. O general pediu para comunicar, a quem interessasse, que não haveria eleições em 2022, se não houvesse voto impresso e auditável. Ao dar o aviso, o ministro estava acompanhado de chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica".
A reportagem fala que o despachante de Bolsonaro na Câmara garantiu a poucos interlocutores de confiança que "o momento é gravíssimo".
Quem viver, verá.
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ATUALIZAÇÃO DA NOTÍCIA
O ministro Braga Neto veio a público desmentir a reportagem. O "Estadão" manteve a notícia em todos os termos.
*** *** https://www.jb.com.br/pais/informe-jb/2021/07/1031664-se-nao-tiver-voto-auditavel-nao-tera-eleicao-ameaca-ministro-da-defesa.html *** ***
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Patota de Cosme
Zeca Pagodinho
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Mulher, mulher, mulher
Você não terá o meu amor
Pode tentar o que quiser
Levou o meu nome na macumba
Pra me amarrar
E tentou diversas vezes me prejudicar
Mas minha cabeça é sã
Porque Cosme é meu amigo
E pediu a seu irmão, Damião
Pra reunir a garotada
E proteger meu amanhã, meu amanhã
Na verdade, você nunca me pertenceu
E quando seguiu meus passos
Foi visando o que era meu
Você não passou de um caso
Que nasceu por um acaso
Seu amor não era eu
Seu amor não era eu
Quando teve a conclusão Que o meu pobre coração
Não abrigaria você
Passou me caluniar
Mas a patota de Cosme
Não deixou me derrubar
Não deixou me derrubar
Fonte: Musixmatch
Compositores: Carlos Espedito Sena Machado / Nilton Dos Santos Lins
*** *** https://www.vagalume.com.br/zeca-pagodinho/patota-do-cosme.html *** ***
Significado de Despacho
https://www.significados.com.br/despacho/
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Despacho representa um ato processual praticado pelo juiz, onde este pode indeferir (negar) ou deferir (aprovar) determinado pedido, processo, solicitação, etc.
Os chamados despachos de mero expediente não apresentam nenhum tipo de conteúdo decisório, por este motivo, não promovem prejuízos para as partes envolvidas em determinado processo, por exemplo.
De acordo com artigo 203 do Novo CPC (Código de Processo Civil), estão determinados os diferentes pronunciamentos do juiz, que consistem em despachos, sentenças e decisões interlocutórias.
"§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte."
Do ponto de vista religioso, um despacho pode ser considerado um tipo de ritual em oferenda à algumas divindades de origem afro-brasileira. Neste caso, o despacho é tido como sinônimo de macumba ou feitiçaria, no entanto com o propósito de causar um mal a alguém. Tradicionalmente, os despachos são colocados em encruzilhadas ou próximos de rios e cachoeiras.
De modo geral, a palavra despachar se refere a ação de expedir ou enviar algo. Também pode significar a característica da pessoa que realiza algo prontamente, ou seja, que age de modo atempado.
Conclusos para despacho
É uma expressão jurídica usada para indicar que determinado processo se encontra na posse do juiz responsável por analisá-lo. Nesta etapa, o processo ainda não está concluído.
Saiba mais sobre os significados de Conclusos para despacho e de Proferido despacho de mero expediente.
Sinônimos de despacho
Alguns dos principais sinônimos de despacho são: resolução; remessa; expedição; envio; emissão; desembaraço; agilidade; deliberação; julgamento; decisão; arbitramento; sentença; macumba; e bruxaria.
Data de atualização: 21/01/2019.
*** *** https://www.significados.com.br/despacho/ *** ***
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É preciso falar também do ato destrambelhado de Fux; não é rei absolutista
Luiz Fux não pode se ver tentado a emular com Luís XIV (retrato acima), ainda que ambos tenham uma cabeleira invocada. A corte é avessa a absolutismos. E tem de ser
Imagem: Reprodução
Reinaldo Azevedo
Colunista do UOL
14/10/2020 07h58
É claro que a decisão de Marco Aurélio, que soltou um traficante perigoso — quando poderia tê-lo mantido em prisão preventiva — cria um choque na sociedade. E os delírios punitivistas vêm à tona. Pior: se fossem todos tornados realidade, bandidos de grosso calibre continuariam a se multiplicar. Os pobres-coitados seriam os primeiros a quebrar a cara, como sempre acontece com sociedades submetidas a processos de fascistização.
Uma das vertentes fascitoides no Brasil contemporâneo ainda influentes é a Lava Jato. Seus porta-vozes estão transformando uma decisão desastrada de Marco Aurélio na evidência de que a Constituição tem de ser fraudada, com a aplicação da pena antes do trânsito em julgado. Mentem que, se não for assim, criminosos como André do Rap ficarão soltos. No post anterior, evidencio ser isso uma mentira.
A operação igualmente quer voltar ao tempo em que prisões preventivas valiam como prisões perpétuas porque precisa transformar investigados em reféns, como vem fazendo nos últimos seis anos na sua luta liberticida contra a política.
Infelizmente, o ministro Luiz Fux é um dos capturados por esse espírito. Seu discurso de posse já anunciava coisas preocupantes, quando resolveu abençoar a Lava Jato em tom de desafio, como a dizer: "Pouco me importam as transgressões que ela cometa. Em nome do combate à corrupção, vale tudo". Como revela a mais recente reportagem do site The Intercept Brasil, procuradores já ousam escolher o titular de uma vara federal.
Marco Aurélio aplicou mal o fundamento correto do Artigo 316 do Código de Processo Penal e pôs uma garantia do estado democrático e de direito na mira dos tais fascistoides. O habeas corpus não poderia ter sido concedido, ainda que o Ministério Público, para empregar expressão sua, tenha "claudicado".
Ocorre que, infelizmente, uma aberração ainda maior, do ponto de vista do Estado legal, foi cometida. E há a respeito um silêncio ou ignorante ou cumplice. Para cassar a decisão de Marco Aurélio, Fux apelou aos poderes que supostamente lhe dariam o Artigo 4º da Lei 8.437. Com a devida vênia, estamos diante de um caso flagrante de abuso de autoridade perpetrado pelo número um da nossa corte maior.
Se o instrumento a que apelou é esse, vamos ver o que ele diz:
"Compete ao presidente do tribunal, ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso, suspender, em despacho fundamentado, a execução da liminar nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento do Ministério Público ou da pessoa jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto interesse público ou de flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas."
Não duvido de que a soltura de André do Rap represente "grave lesão à ordem e à segurança públicas", mas, como resta evidente, não se trata de uma "ação movida contra o Poder Público e seus agentes". Vale dizer: a lei a que apelou o ministro não se aplica ao caso.
E quando é que um presidente do Supremo comete essa barbeiragem? Justamente quando ele não dispõe de nenhum outro instrumento legal para exercitar o mando — de resto, inútil porque a fuga já estava em curso.
É inaceitável que operadores do direito e a imprensa — ou parte considerável dela — decidam olhar para o olho lado, fazendo de conta que o presidente do STF não praticou um ato atrabiliário, ainda que se possa concordar com o seu conteúdo.
A ser assim, temos um ministro que, na Presidência do Supremo, apelará a uma competência que não tem para se impor. Convém que Fux tome cuidado com grilos falantes do caos, que estimulam o seu cesarismo.
O ministro já decidiu retirar as ações penais das turmas sem ao menos fazer uma consulta prévia a seus pares, pondo em sessão administrativa uma pauta que, embora antecipada, estava mais para um enigma do que para uma informação.
Também é o ministro que concedeu uma liminar contra a criação do juiz de garantias — vontade expressa do Congresso, dentro das prerrogativas que a Constituição assegura ao Poder —, deixando claro que não tem pressa nenhuma em levar a questão para o plenário. Ele não é juiz da Lava Jato, apesar do "In Fux We trust" de Sergio Moro.
Espero que encontre logo o caminho. Não está no Supremo como representante de um ente de razão que decidiu se colocar acima da Constituição. E não pode ele próprio se impor ao arrepio do ordenamento legal. Se qualquer lei é lei para que exerça o seu arbítrio, as coisas vão se complicar bastante, e seu mandato será tumultuado.
O erro de Marco Aurélio não dá a Fux o direito de atuar na presidência do STF como monarca absolutista que só conhece a lei da vontade.
Uma hora o tal André do Rap passa, sendo substituído por outro.
Já a degradação do Estado legal dura muito mais tempo.
Vai atuar para pacificar o país ou para incendiá-lo?
A única agenda possível a um ministro do Supremo é o triunfo da ordem legal. Religiões laicas são tão perigosas como as escatológicas quando fora do lugar.
Acredite na Constituição, ministro!
*** *** https://noticias.uol.com.br/colunas/reinaldo-azevedo/2020/10/14/e-preciso-falar-tambem-do-ato-destrambelhando-de-fux-nao-e-rei-absolutista.htm *** ***
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Casa da Dinda, de Collor, é marcada por magia negra e reforma dos jardins
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Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió
14/07/2015 13h47Atualizada em 15/07/2015 00h43
Vinte e três anos depois, a Casa da Dinda --onde mora o senador Fernando Collor (PTB-AL)--, no bairro nobre do Lago Norte, em Brasília, voltou à cena nesta terça-feira (14) após ser alvo de operação da Polícia Federal. No início dos anos 1990, o local foi pivô de polêmicas como a reforma milionária do jardins e rituais de magia negra.
No local, agentes da PF apreenderam pelo menos três carros de luxo. Foram levados uma Ferrari vermelha, um Porsche preto e uma Lamborghini prata. Curiosamente, nenhum deles consta na declaração de bens do senador na eleição de 2014, quando foi reeleito para o Senado.
A mansão é conhecida pelo luxo em seus 13 mil m² de área e fica no Lago Norte, área nobre de Brasília.
Polêmicas
Em 1992, ano de impeachment de Collor, a casa foi pivô de um escândalo nacional: uma reforma dos jardins orçada em US$ 2,5 milhões (mais de R$ 8 milhões em valor atual) teria sido bancada com dinheiro de contas fantasmas administradas pelo então tesoureiro de Collor, o empresário Paulo César Farias.
Em junho do mesmo ano, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do PC Farias identificou outro cheque fantasma, usado para a compra de uma Elba para a primeira-dama, Rosane Malta. O veículo viria a ser conhecido como o carro que levou Collor ao impeachment.
E não foi só. Segundo livro publicado em dezembro de 2014 pela ex-mulher de Collor, Rosane Malta, o então presidente também fazia rituais de magia negra na casa, com direito a matança de animais.
Quando voltou a morar em Brasília, em 2007 --ano seguinte à eleição para o Senado pelos alagoanos--, Collor chegou a dizer que não voltaria a morar no local por trazer “más lembranças”. Foi para lá que o senador se dirigiu logo após assinar o termo de renúncia.
Pouco tempo depois, porém, ele deixou o imóvel funcional do Senado e passou a viver na casa com a mulher, Caroline, e as filhas.
Moradia oficial
Foi na Casa da Dinda que Collor residiu enquanto foi presidente da República, entre 1990 e 1992. À época, ele decidiu abdicar de viver no Palácio da Alvorada porque o local estava em reforma --o então presidente disse que não teria se adaptado à Granja do Torto, a outra moradia oficial do presidente.
A casa foi comprada pelo pai de Collor, o Arnon de Mello, em 1968. Ela homenageia a mãe de Collor, dona Leda, morta em 1995 vítima de broncopneumonia.
*** *** https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/07/14/casa-da-dinda-de-collor-e-marcada-por-magia-negra-e-reforma-dos-jardins.htm *** ***
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O que é ser Cambono na Umbanda
Os Cambonos são médiuns de sustentação e são tão importantes quanto os médiuns ostensivos (de incorporação mediúnica) nos trabalhos de uma Casa Umbandista.
Eles também devem seguir certos procedimentos e ter a mesma dedicação e responsabilidade. O Cambono, médium de sustentação, é aquele trabalhador, com mediunidade ostensiva ou não, que está presente ao trabalho, mas que não participa diretamente do fenômeno nem dos procedimentos de incorporação mediúnica para atendimentos.
Como o próprio nome diz, embora não esteja envolvido diretamente no fenômeno ou na assistência, faz a sustentação energética do trabalho, mantendo o padrão vibratório elevado por meio de pensamentos e sentimentos elevados.
Ao contrário do que se pensa, os médiuns cambonos de sustentação são tão importantes quanto os médiuns de incorporação, pois são eles que ajudam a garantir segurança, firmeza e proteção para o grupo e para o trabalho, enquanto os médiuns de atendimento fazem a sua parte e desenvolvem o trabalho assistencial.
É o médium que participa nas giras de assistências como auxiliar dos Guias em terra, podendo ser designado na hora dos trabalhos, pelo Primeiro Cambono, pela Ialorixá ou pela Iabá. O cambono é a viga mestre do trabalho, sua energia é fundamental na sustentação vibracional da casa.
Ainda que muitas vezes eles passem despercebidos aos consulentes e assistência durante um trabalho, são os cambonos os grandes responsáveis pelo bom andamento de um trabalho
Ele não incorpora seus mentores, durante o atendimento da Assistência. Não pode comentar, nem contar a outras pessoas o diálogo do Guia com os Assistidos. Cambonos sãos médiuns preparados ao trabalho de auxiliar e servir os mentores e guias durante os trabalhos e também preparados para a doutrinação de espíritos menos esclarecidos, são treinados para terem uma concentração excepcional para o auxilio na firmeza do ritual.
Ele tem como responsabilidade o atendimento cuidadoso aos médiuns e às Entidades quando em atendimento, bem como facilitar o acesso a materiais solicitados pelas Entidades , além de orientar os consulentes com relação as recomendações passadas na consulta .
Outra responsabilidade sua é a anotação, bem legível, e correta das orientações do Guia, bem como do material que for solicitado.
Cambonos não são empregados de nenhum médium ,ou entidade e nem pode virar empregado particular de ninguém. Todos que tem essa função deverão ajudar a todas as entidades, não escolhendo por afinidades ou escolha pessoal.
Deve permanecer próximo a Entidade para auxiliar no que Essa solicitar , bem como passar as orientações ao consulente , acima referidas .
Para uma boa organização das atividades do Centro, ele deve anotar os trabalhos deixados no Centro com o nome do médium e Guia, assim como a data de retirada dos mesmos.
Lembrando que o Cambono, ainda não é um iniciado, nem sempre tendo condições de responder a todas as dúvidas e necessidades da assistência, assim também como ocorre com alguns médiuns desenvolvidos.
Ele é um mensageiro, um interlocutor, que facilita o bom andamento dos trabalhos.
A maioria dos médiuns, quando adentram o chão do terreiro, tornando-se filho da casa, iniciam sua trajetória cambonando durante os trabalhos e giras. É nessa fase que começa a interação do “novo” filho aos cultos , religiosidade e responsabilidade, que aos poucos vão tornando-se mais perseverantes e firmes nos propósitos de missão que a cada um é necessário.
Cada caso é peculiar de cada um, visto que como todos nós temos a missão de trabalhar em caridade pelo próximo, cada um a sua forma e ao seu tempo. Motivo este pelo qual não temos como ditar uma regra para todos que adentram a Umbanda Sagrada.
Existem casos que quando a pessoa procura o templo ou terreiro buscando auxílio, percebe-se que esta pessoa “esta madura” no sentido de desenvolvimento mediúnico e logo quando passa por consulta com a Entidade Chefe, percebe-se que começa o processo de incorporação de imediato. Em contrapartida, existe pessoas que tornam-se filhos da casa, batizam, vestem o branco e trabalham ativamente no terreiro cambonando, levando algum tempo para tornar-se um médium desenvolvido. Isto se dá pelo motivo de fórum íntimo de cada pessoa. Cada um tem a necessidade de trabalho e auxílio em suas funções com a espiritualidade, conforme ele mesmo escolheu, ou conforme sua necessidade de estudo, entendimento e integração com a espiritualidade em questão. A ansiedade é um fator que pode atrapalhar significadamente o desenvolvimento mediúnico, por isso é bom sempre lembrar-mos que a mediunidade não é mérito para ninguém e sim provação ao qual devemos corresponder com trabalho humilde e resignação.
É importante a conscientização do Cambono em aproveitar todas as oportunidades de reflexão e crescimento, pois acompanhando diversos atendimentos, e sempre pensando naquilo que também lhe diz respeito, obterá muitas reflexões produtivas ao seu crescimento espiritual.
O cambono, assim como todos os médiuns, deve estar sempre disponível e de bom humor, para receber as pessoas carinhosamente, que vão ao Centro em busca de caridade. Ele é um cartão de visitas, e deve buscar sempre exercer a caridade, com humildade. Sabendo aproveitar, o Cambono é uma das funções que oferece as maiores e melhores possibilidades de crescimento espiritual.
Fonte : Laços Espirituais
*** *** https://nanaburuque.wixsite.com/site/single-post/2017/04/18/o-que-%C3%A9-ser-cambono-na-umbanda *** ***
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Presidência adota Umbanda
Anagrama de riCo na Casa Civil
Mãe do Cambono assume no Senado como sua Suplente
72 anos e R$3milhões de renda declarada
Bom Dia
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Mãe de Ciro Nogueira assume mandato no Senado caso ele vire ministro
Eliane Nogueira é a 1ª suplente da chapa do senador piauiense, mas não deve substituí-lo na CPI da Covid
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) e sua mãe, Eliane Nogueira, durante campanha eleitoral em que ambos apoiaram a eleição da ex-presidente Dilma Rousseff.Foto: Divulgação
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MARIANA HAUBERT e NICHOLAS SHORES
21.jul.2021 (quarta-feira) - 11h56
A cadeira que Ciro Nogueira (PP-PI) deixará vaga no Senado caso ele assuma a Casa Civil, provavelmente na próxima semana, será ocupada por sua mãe, Eliane Nogueira (PP-PI). Ela é 1ª suplente na chapa que o elegeu em 2018.
Eliane, porém, não deve assumir automaticamente a vaga que será deixada por Ciro na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, da qual o senador é titular. Neste caso, Jader Barbalho (MDB-PA), que é o 1º suplente do bloco MDB, PP e Republicanos, é quem atuaria na ausência de Ciro. O grupo deve nomear um novo titular.
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Ciro é um dos principais nomes da chamada tropa de choque do governo na comissão. Caso Barbalho fique em seu lugar, a base governista sairia enfraquecida.
Cada chapa ao Senado é composta por 3 nomes: o titular, o 1º suplente e o 2º suplente e a composição desses grupos por familiares não é incomum e, tampouco, considerado ilegal.
Fonte: Poder360
Autores
MARIANA HAUBERT
REPÓRTER enviar e-mail para Mariana Haubert marihaubert
NICHOLAS SHORES
REPÓRTER enviar e-mail para Nicholas Shores shoresnico
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"TEMPOS ESTRANHOS"
Decisão de Fux é "autofagia" que "descredita o Supremo", diz Marco Aurélio
11 de outubro de 2020, 16h23
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, ao suspender liminar dada por outro ministro, "descredita" a Corte e tenta responder aos anseios populares em uma "busca desenfreada por justiçamento". A opinião é do ministro Marco Aurélio Mello, que havia concedido um Habeas Corpus a André Oliveira Macedo, o "André do Rap", acusado de tráfico internacional de drogas.
STFMinistro Marco Aurélio lembra que Fux, como presidente do Supremo, é coordenador entre pares, não superior hierárquico
No último dia 2, Marco Aurélio julgou o pedido da defesa, e, aplicou o que determina o artigo 316 do Código de Processo Penal: entendeu que André estava preso por tempo maior do que o legalmente permitido.
"O paciente está preso, sem culpa formada, desde 15 de dezembro de 2019, tendo sido a custódia mantida, em 25 de junho de 2020, no julgamento da apelação. Uma vez não constatado ato posterior sobre a indispensabilidade da medida, formalizado nos últimos 90 dias, tem-se desrespeitada a previsão legal, surgindo o excesso de prazo", afirmou o ministro na decisão.
Em agosto, o ministro já tinha acatado outro pedido de Habeas Corpus de André, pelos mesmos motivos. Ele só não foi libertado porque havia outra condenação contra ele, a que foi alvo do novo pedido de HC.
André foi solto na manhã do sábado. À noite, Fux atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República e atendeu o pedido de Suspensão de Liminar para que o acusado fosse preso novamente. Segundo o ministro, havia risco à ordem pública caso André fosse libertado. A polícia divulgou, neste domingo, que o traficante teria fugido para o Paraguai. Fux alegou que Marco Aurélio não poderia ter dado o HC porque a decisão questionada era uma liminar monocrática de ministro do Superior Tribunal de Justiça.
A questão gerou um imbróglio entre os pares. Para Marco Aurélio, o presidente não podia ter feito o que fez. "É a prática da autofagia, que só descredita o Supremo." "Evidentemente, ele não tem esse poder, mas, como os tempos são estranhos, tudo é possível", complementou o ministro.
"Disse-o bem o ministro Gilmar, na última sessão, repetindo minha fala na posse: ele é coordenador de iguais e não superior hierárquico."
"Se há um ato ilegal na manutenção de uma prisão e chega um Habeas Corpus a mim, eu devo fechar os olhos? Eu tenho 42 anos de experiência", afirmou o novo decano do tribunal. "Eu apliquei a lei porque o processo não tem capa, mas conteúdo. Eu não crio o critério de plantão, sou um guarda da Constituição."
"Eu não posso partir para o subjetivismo e critérios de plantão. A minha atuação é vinculada ao direito aprovado pelo Congresso Nacional: ali está a essência do Judiciário", afirmou o ministro, se referindo ao fato de que a redação do artigo 316 foi modificada com a aprovação da chamada lei "anticrime", aprovada no Congresso e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Para o advogado criminalista Alberto Zacharias Toron, Fux "deixa dúvidas com sua decisão". "Ele sempre sustentou que não cabe HC contra ato de ministro do STF, mas agora usa lei feita para outros fins para suspender ato de ministro, como se fosse um HC às avessas".
Debate interno
Não é a primeira vez que Fux revê decisão de ministro da Corte. Em 2018, durante as eleições, o ministro Ricardo Lewandowski havia autorizado que o ex-presidente Lula desse entrevista a jornais, mesmo na prisão. Fux, que então era vice-presidente, deu outra liminar, vetando a entrevista antes da eleição.
Ao voltar a permitir as entrevistas, já depois da disputa eleitoral, Lewandowski criticou a decisão de Fux. "É necessário concluir que a teratológica decisão proferida nos autos da SL 1.178 é nula de pleno direito, pois vai de encontro à garantia constitucional da liberdade de imprensa e, além de afrontar as regras processuais vigentes, desrespeita todos os Ministros do Supremo Tribunal Federal ao ignorar a inexistência de hierarquia jurisdicional entre seus membros e a missão institucional da Corte”, destacou.
O ministro acrescentou que o presidente do Supremo Tribunal Federal, assim como o vice, não são órgãos jurisdicionais hierarquicamente superiores a nenhum dos demais ministros da Corte.
"Apenas as funções de ordem estritamente administrativa para a organização dos trabalhos e o funcionamento do Tribunal o diferencia dos demais membros da Corte. Assim, não se admite que, por meio de Suspensão de Liminar, o presidente ou o vice se transformem em órgãos revisores das decisões jurisdicionais proferidas por seus pares", disse.
Clique aqui para ler a decisão de Fux
SL 1.395
Clique aqui para ler a liminar de Marco Aurélio
HC 191.836
Revista Consultor Jurídico, 11 de outubro de 2020, 16h23
*** *** https://www.conjur.com.br/2020-out-11/decisao-fux-desacredita-supremo-marco-aurelio ***
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Tweettadas
Azedo, Luiz Carlos
@LuizCarlosAzedo
·
3 h
Disse-o bem!
Delegado Saraiva
@DelegadoSaraiva
Espero que não tenha acontecido. Bom lembrar o disposto no Código Eleitoral Art. 175 (24): "Promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais: Pena – reclusão de um a quatro anos."
Tá Ruim, Mas Tá Bom
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https://i.ytimg.com/vi/g-ZA3f9IfWc/maxresdefault.jpg
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Tá Ruim, Mas Tá Bom
Zeca Pagodinho
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ouvirTá Ruim, Mas Tá Bom Zeca Pagodinho
Tô devendo, à dona Maria da quitanda
Tá ruim pra mim, chego até passar de banda
Pra dona Maria não me ver
Quando ela me vê, se zanga
Pra dona Maria não me ver
Quando ela me vê, se zanga
(Eu tô devendo!)
Quando chego mais a frente
Bato de frente, com seu Manuel do botequim
Que me cobra uma pinga e um torresmo
Que tá no prego a mais de um mês
Sem contar também....eu tô devendo
O aluguel do Português
Sem um qualquer....é duro de se virar
Eu envergo mais não quebro
Amanhã vai melhorar
Eu vou a luta e aturo os lamentos da Joana
Que não faz feira há semanas
E suplica ao menino Jesus
Diz que o homem do gás não perdoa
A light vai cortar a luz
Mas eu tô legal numa boa
Lá vou eu carregando essa cruz
Tá ruim mas tá bom eu tenho fé
Que a vida vai melhorar
Oi, segura as pontas seu Zé
Eu devo mais quero pagar
Dezessete e cinqüenta de leite e pão na padaria
Vinte pratas que Jorge bicheiro emprestou.lá na tendinha
O carnê da televisão que pifou na garantia
Uma vela a minha mulher acendeu de sete dias
álbum
Deixa A Vida Me Levar - Zeca Pagodinho
Gravadora: Universal Music International Ltda.
Ano: 2018
Faixa: 5
*** *** https://www.kboing.com.br/zeca-pagodinho/ta-ruim-mas-ta-bom/ *** ***
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Ricardo Bonacorci
9 de Nov de 2018
9 min para ler
Livros: O Grande Mentecapto – O segundo romance de Fernando Sabino
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O Encontro Marcado de Fernando SabinoO Encontro Marcado de Fernando Sabino
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“O Grande Mentecapto” (Record) é o segundo romance de Fernando Sabino. Depois de “O Encontro Marcado” (Record), seu romance de estreia de 1956, o escritor mineiro demorou 23 anos para produzir uma nova narrativa longa. Esse hiato temporal é justificável. No intervalo de publicação dessas obras, Sabino concentrou seu trabalho literário no desenvolvimento de crônicas e contos. Não à toa, se tornou referência nesse gênero narrativo. Entre as décadas de 1950 e 1970, ele manteve uma coluna diária no Jornal do Brasil e uma mensal na Revista Senhor. Fernando Sabino também colaborou por muitos anos com as revistas Manchete e Claudia. Esses textos serviram de matéria-prima para a maioria de suas obras literárias. Entre “O Encontro Marcado” e “O Grande Mentecapto”, Sabino lançou sete livros - todos eram coletâneas de crônicas e contos.
Publicado em 1979, “O Grande Mentecapto” conquistou, no ano seguinte, o Prêmio Jabuti, o mais importante da literatura brasileira, na categoria melhor romance. Curiosamente, a ideia de escrever este livro remonta o ano de 1946, quando Fernando Sabino tinha apenas 23 anos de idade e era ainda um recém-chegado à cidade do Rio de Janeiro. A proposta do autor era produzir uma aventura quixotesca por Minas Gerais. Enquanto acompanhava as peripécias do amalucado protagonista, o leitor poderia visitar, na ficção, algumas das mais famosas cidades do estado e teria a oportunidade de conhecer um pouco do trabalho dos principais escritores mineiros. Contudo, após iniciar a produção da obra, Sabino preferiu deixá-la guardada na gaveta por anos e anos. Somente em 10 de abril de 1979, ele retomou os trabalhos do romance. De tão ávido que estava para finalizar a história, Fernando Sabino trabalhou sem parar por 18 dias. Assim, no dia 28 de abril de 1979, “O Grande Mentecapto” estava, enfim, concluído.
Se “O Encontro Marcado” é o romance mais famoso de Sabino, “O Grande Mentecapto” é, por sua vez, o mais aclamado pela crítica. Juro que é difícil apontar qual dos dois é o melhor. Apesar de ter produzido apenas duas narrativas longas em toda a sua carreira (os outros livros do autor são coletâneas de crônicas e contos, novelas e obras infantojuvenis), Fernando Sabino é visto também como um grande romancista. Afinal de contas, seus dois únicos romances fazem parte dos cânones da literatura brasileira. Nada mal, hein? Diria que seu índice de sucesso é de 100% neste gênero narrativo.
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Fernando SabinoFernando Sabino
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Em 1989, o cineasta Oswaldo Caldeira resolveu transformar a história de “O Grande Mentecapto” em filme. No elenco do longa-metragem homônimo estavam nomes de peso do cinema nacional, como Diogo Vilela, Debora Bloch e Luiz Fernando Guimarães. A produção de Caldeira foi indicada ao prêmio de melhor filme do Festival de Gramado daquele ano. Nas décadas seguintes, o romance ganhou também versões cênicas.
“O Grande Mentecapto” é uma espécie de biografia póstuma de Geraldo Boaventura, que se dizia chamar José Geraldo Peres da Nóbrega e Silva, mas era conhecido mesmo como Geraldo Viramundo. O narrador do romance é alguém aparentemente letrado que está interessado em recontar a trajetória mambembe de Viramundo, o herói dos fracos, dos pobres e dos oprimidos. Para compor um quadro fidedigno dessa figura exótica, o narrador se utiliza de relatos coletados de pessoas simples do povo. Ele também consulta, ao longo dos anos, várias fontes bibliográficas e faz uma intensa pesquisa documental pelas cidades mineiras por onde o protagonista passou.
Geraldo nasceu em Rio Acima, cidade localizada no centro de Minas Gerais. Filho de europeus, o pai era um comerciante português e a mãe era uma dona de casa italiana, o menino cresceu aprontando inúmeras estripulias em sua cidade. A principal delas foi ter parado o trem que cruzava o município. O feito foi tão marcante que, tempos depois, a companhia férrea decidiu instalar uma estação em Rio Acima. Dessa maneira, pensaram os engenheiros da empresa, ninguém mais iria parar a locomotiva sem necessidade.
Já adolescente, Geraldo escolheu seguir o caminho da religião. Com o apoio do padre Limeira, um amigo da família, o rapaz foi encaminhado para o seminário em Mariana. Com isso, Geraldo deixou para sempre o lar dos Boaventura e a cidade de Rio Acima. Em Mariana, o protagonista continuou aprontando as suas. A pior delas foi ter “pegado” a confissão da viúva Correia Lopes sem que ela soubesse que seu confessor era um seminarista. A confusão provocada pelas revelações dos pecados da Sra. Correia Lopes acabou gerando uma revolta de grandes proporções na cidade. Como consequência, Geraldo, então com dezoito anos, foi expulso do seminário. Sem ter para onde ir, o jovem decidiu ganhar o mundo (foi aí que ele adquiriu o apelido pelo qual ficaria conhecido mais tarde).
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Viramundo passou a viver como um indigente, sem trabalho, sem posses materiais e sem residência fixa. Com quase nenhuma responsabilidade, viajava de cidade em cidade, conhecendo cada pedacinho de Minas Gerais. Em cada lugar que passava, deixava um rastro de muitas confusões e de vários apelidos curiosos. Seu biógrafo não se furtou à tarefa de listá-los: Geraldo Viramundo, Geraldo Giramundo, Geraldo Rolamundo, Geraldo Vira-Lata, Geraldo Acaba-Mundo, Geraldo Furibundo, Geraldo Virabosta, Geraldo Virabola, Geraldo Sacristia, Geraldo Epístola, Geraldo Sitibundo, Geraldo Vila Rica, Geraldo Facada, Geraldo Pancada, Geraldo Boi, Geraldo Carneiro, Geraldo Capelinha, Geraldo Uai, Geraldo Pitimba, Geraldo, o Cagado de Arara, Geraldo Passa-Quatro, Geraldo Nerval, Geraldo Pecaldo, Geraldo Ziraldo, Geraldo Sacrilégio, Geraldo Responsus, Geraldo Ingrizia, Geraldo Já Começa, Geraldo Merdakovski, General Búlgaro, Geraldo Molambo, Geraldo Melda, Geraldo Ladainha, Geraldo Capítulo, Geraldo Trindade, Geraldo Sepultura, Geraldo Eucaristia, João Geraldo, o Peregrino, Geraldo Cordeiro de Deus, Geraldo J. Nunes, Geraldo Labirinto, Geraldo Caramujo, Geraldo Pé na Cova, Geraldo Cuba, Geraldo Jacuba, Geraldo Caraminhola, Geraldo Ceca, Geraldo Meca, Geraldo Ceca em Meca, Geraldo Eira, Geraldo Beira, Geraldo sem Eira nem Beira, Geraldo Tremebundo e, como não poderia faltar, José Geraldo Peres da Nóbrega e Silva.
A peregrinação errante de Geraldo Viramundo passou por Ouro Preto (onde conheceu o amor de sua vida), Barbacena (ali quase que virou prefeito), Juiz de Fora (onde se tornou militar, integrando por algum tempo o esquadrão de Cavalaria local), São João Del Rei (estragou uma festa pomposa em homenagem ao governador), Tiradentes (onde foi preso sem ter cometido qualquer crime), Congonhas do Campo (presenciou a tragédia ocorrida com o velho Elias, seu amigo cego), Uberaba (salvou sua antiga amada do ataque de um touro bravo), Ceca em Meca (onde enfrentou o fantasma que amaldiçoava uma casa antiga) e Belo Horizonte (onde liderou uma revolta de retirantes, mendigos, prostitutas e loucos contra o governador). Por fim, retorna descuidadamente para Rio Acima, encerrando suas andanças por onde começou.
“O Grande Mentecapto” tem 236 páginas e sua narrativa está dividida em 8 capítulos. Achei a leitura desta obra rápida e fácil, além de muito agradável. Li o romance inteiro em duas noites, não gastando mais do que quatro horas ao todo.
A primeira questão que salta aos olhos do leitor acostumado com a literatura de Fernando Sabino é a diferença gritante de estilo narrativo desta obra. “O Grande Mentecapto” possui um jeitão totalmente distinto de tudo aquilo que o autor mineiro produziu ao longo de sua carreira. Juro que pensei no meio desta leitura: “Será mesmo que este é um livro de Fernando Sabino?”. Só depois de consultar novamente a capa tive certeza de estar lendo a publicação correta. O curioso é que este romance mistura elementos épicos com uma prosa galhofeira. Ele mescla também pitadas satíricas com dramas comoventes, dando um ar trágico-cômico à história. Além disso, a pretensão de Sabino, desde o início, era fazer uma rica homenagem à literatura mineira e aos grandes escritores do seu estado natal. E a obra faz isso, paradoxalmente, com uma narrativa escrachada e de exaltação à pobreza, ao ridículo e à loucura. São muitos os contrapontos presentes nas páginas deste livro.
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Achei “O Grande Mentecapto” mais parecido ao estilo, por exemplo, de “Romance da Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta” (Nova Fronteira), de Ariano Suassuna, de “O Triste Fim de Policarpo Quaresma” (Penguin), de Lima Barreto, de “Macunaíma” (Nova Fronteira), de Mário de Andrade, de “Memórias de um Sargento de Milícias” (Penguin), de Manuel Antônio de Almeida, de “O Coronel e o Lobisomem” (Companhia das Letras), de José Cândido de Carvalho, e de “Fogo Morto” (Jose Olympio), de José Lins do Rego. Ou seja, Fernando Sabino fugiu de suas próprias características e se utilizou de um tipo de narrativa muito popular e rica em nossa literatura. Para sermos justos, esse tipo de romance foi criado no início do século XVII por Miguel de Cervantes. E, a partir de então, foi reproduzido à exaustão nos quatro cantos do mundo.
Portanto, esqueça o relato fiel da realidade, os cenários urbanos, as personagens cosmopolitas e intelectualizadas, a linguagem jornalística e os conflitos de ordem psicológica que marcaram o estilo de Fernando Sabino. O que temos em “O Grande Mentecapto” é uma narrativa picaresca, tipo de literatura caracterizado pelo retrato realista e bem-humorado de um herói pobre e inteligente em meio a uma sociedade corrupta, violenta e injusta.
O protagonista de “O Grande Mentecapto”, Geraldo Viramundo, é o exemplo típico de um anti-herói. Criado em um lar amoroso e, depois, educado em um seminário religioso, ele carrega consigo bons modos e valores nobres. É honesto, consciencioso, solidário, humilde, destemido, astuto e culto. Ou seja, tem tudo para ser classificado como um herói clássico. Porém, ele é ingênuo, não tem trabalho fixo, é paupérrimo, vive a maior parte do tempo da mendicância, nunca mais procurou sua família, vive de maneira errante pelas cidades de Minas e sempre se mete em grandes confusões. Aí temos os elementos que o caracterizam como um anti-herói.
Seu comportamento refinado e sua linguagem erudita causam estranheza nas demais personagens, que parecem julgar o homem maltrapido apenas pela sua aparência (evidenciando alguns preconceitos da população). A contradição entre aparência precária e postura elevada (ele é muito inteligente também) faz as pessoas enxergarem Viramundo como um louco. Achei a personagem principal do romance muito mais ingênua do que maluca. Mesmo não querendo causar confusão por onde passava, o jeitão simplório e honesto do protagonista o tornava alvo fácil das injustiças e das malandragens de boa parte da sociedade brasileira. Assim, ele acabava provocando, querendo ou não, grandes rebuliços. Geraldo Viramundo é uma ótima personagem.
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Gostei também da contradição entre as linguagens erudita (de Viramundo e do narrador) com a popular (das demais personagens e de boa parte da narrativa). Essa mistura dá um tom maior de galhofa à história.
E por falar em texto, “O Grande Mentecapto” possui vários elementos que fazem referências às biografias e aos estudos acadêmicos (citações, notas de rodapés e bibliografia nas páginas finais). A impressão que o leitor tem é de estar lendo realmente uma biografia feita há muito tempo. Esse ar antigo da narrativa se dá, por exemplo, pelo resumo de cada capítulo já no subtítulo da seção, recurso muito utilizado pelos romances dos séculos passados.
O humor também pontua esta história do início ao fim. O tom trágico-cômico da narrativa surge em cada caso protagonizado por Geraldo Viramundo e seus amigos. As passagens engraçadas e tristes se sobrepõem o tempo inteiro. A alegria, por exemplo, do jovem protagonista de ter conseguido parar um trem em sua cidade (sendo motivo de elogios e de admiração dos adultos de Rio Acima) é sobreposta pela tragédia do menino que morreu atropelado, alguns dias depois, pela locomotiva (e, aí, os adultos do povoado se voltam contra Geraldo e sua família).
Adorei as referências literárias que são colocadas frequentemente no meio da trama pelo narrador. De algum modo, esse narrador misterioso é alguém que deseja homenagear os grandes escritores mineiros (um intuito explícito de Fernando Sabino). Às vezes mais diretamente e outras vezes de maneira mais velada, são citados os trabalhos e os estilos literários de Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos, Guimarães Rosa, Murilo Rubião, e etc. No meio dessa exaltação à literatura mineira, são lembrados também grandes autores de outros estados (Mário de Andrade, Jorge Amado, etc.) e figuras internacionais (Miguel de Cervantes, por exemplo).
Fernando SabinoFernando Sabino
O desfecho do romance é surpreendente e trágico. Cuidado que aí vem um gigantesco spoiler. Se você ainda for ler este livro, sugiro pular este parágrafo. Como se fizesse uma Via-Sacra por Minas Gerais, Geraldo Viramundo acaba voltando para Rio Alto, onde sua vida e sua história começaram. E lá, como sempre aconteceu em todos os lugares por onde passou, Viramundo é acusado injustamente de um crime. E o algoz, neste caso, é alguém da sua família, que não leva em consideração nem mesmo o grau de parentesco entre eles para solucionar o conflito. Ou seja, Geraldo é agora visto unicamente como um mendigo desprezível (até mesmo pelos Boaventura).
“O Grande Mentecapto” é um livro magistral. Como narrativa, achei este romance de Sabino melhor do que “O Encontro Marcado”. Ao menos tem mais ação, aventura, reviravoltas e um humor mais forte. Se formos comparar esta obra às suas similares nacionais do subgênero picaresco, “O Grande Mentecapto” também é superior. Esta publicação tem um texto mais direto e compreensível, o que torna sua leitura muito agradável.
Terminada as análises dos romances de Fernando Sabino, na próxima terça-feira, dia 13, retorno ao Desafio Literário para comentar uma obra infantojuvenil deste autor. O livro em questão é “O Menino no Espelho” (Record), um clássico da literatura infantil brasileira. Não perca o post do terceiro livro de Sabino que o Bonas Histórias apresenta neste mês. Até lá!
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