Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
segunda-feira, 12 de julho de 2021
INDECENTE
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Que ‘manota’!
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"...para fazer valer nosso mundo novo."
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Vinicius Torres Freire - Brasil se acomoda à ideia de golpe
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Folha de S. Paulo
Destruição institucional avança com reação tímida a ameaças de Bolsonaro e militares
Em fins de 2017, donos do dinheiro e outras elites normalizavam Jair Bolsonaro. O capitão da extrema direita não se tornou apenas uma variável política do cálculo financeiro, mas uma alternativa aceitável, a segunda opção para derrotar o PT, e foi então tratado como alguém que pudesse integrar o convívio democrático.
Em meados de 2021, corremos o risco de normalizar a ideia de golpe contra a democracia, graças à omissão, à conivência ou à militância de parte dessas elites e também a outros problemas de uma sociedade politicamente desorganizada.
Não é o caso de alertar para a gestação de um golpe de fato, da mudança de instituições pela força bruta ou do fim da possibilidade de alternância de poder. Não há condições políticas, sociais e talvez nem mesmo militares para tanto, por ora. Trata-se de notar a inclusão definitiva da promessa de golpe no projeto bolsonarista de destruição do Estado. É mais do que desgoverno. Basta dar o exemplo da tentativa de Bolsonaro de arruinar duas competências emblemáticas do país, o sistema de vacinação e o voto pela urna eletrônica. Mais do que tentativas, já há sucessos, vide a partidarização das Forças Armadas.
Além dos oficiais embarcados no governo, agora também os comandantes militares subscrevem a baderna e a subversão de Bolsonaro, que engaja a tropa com salários, boquinhas e promoção da ditadura militar e da tortura. Como será possível governos democráticos conviverem com um Partido Militar?
O risco de normalização da ideia de golpe ficou evidente na fraqueza da reação à ameaça de Bolsonaro contra a eleição de 2022 e dos militares contra o Senado. Foram três dias de arreganhos autoritários. A única reação maior veio de Luís Barroso, ministro do Supremo e presidente do TSE. Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado e colaboracionista contumaz, levou uma prensa de senadores e foi obrigado a dar uma “declaração de repúdio”.
Afora o caso de Barroso, que falou em “crime de responsabilidade”, não houve atitude enérgica e menos ainda prática contra a promoção do golpe. Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara e ora cúmplice maior de Bolsonaro, sumiu até este sábado (10) para então aparecer com a desconversa hipócrita de que “o Brasil será sempre maior do que qualquer disputa política” (para Lira, golpe é “disputa política”).
Não houve reação organizada dos partidos, afora uma nota protocolar pusilânime de legendas em geral colaboracionistas. As elites das “cartas de repúdio” e os “empresários que articulam” calaram-se e nem têm organização para reagir.
Na semana passada, articulavam apenas a derrubada de mais uma incompetência grosseira de Paulo Guedes, essa reforma grotesca e daninha do Imposto de Renda (com o que querem, também, derrubar alta de impostos para ricos, item central do “Pacto do Pato Amarelo” que ajudou a depor Dilma Rousseff).
As “ruas” estão prejudicadas pela epidemia, mas também pela divisão partidária ou eleitoreira dos protestos. Além do mais, a ruína da intermediação política tradicional desorganiza ou dificulta a mobilização contra autoritarismos e abusos. A militância microcapilarizada nas mídias sociais ou de organizações sociais muito descentralizadas não dá conta de formar um movimento prático contra a maré autoritária.
Por um motivo ou outro, o Brasil se acomoda à ideia de que é possível empurrar com a barriga a ameaça golpista, até a eleição. Bolsonaro e militares, por sua vez, promovem a ideia de que o país deve “andar na linha” se não quiser levar um tiro. Isto já é golpe, destruição institucional, crime.
*** *** https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/07/vinicius-torres-freire-brasil-se.html *** ***
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Resolução Política do Diretório Nacional do Cidadania Pelo Impeachment e a Favor das Manifestações de Rua
Bolsonaro apela a golpe para fugir da lei e acobertar esquema de corrupção na compra de vacinas, diz texto
Reunido neste sábado (10), o Diretório Nacional do Cidadania reiterou, como recomendação a todos os filiados, a defesa do impeachment do presidente Jair Bolsonaro e o apoio às manifestações de rua, respeitadas as medidas de distanciamento, uso de máscaras e álcool em gel. O Diretório Nacional também por unanimidade se posicionou contra o distritão, que significaria a decretação do fim da democracia representativa, e a favor da federação de partidos, que já foi aprovada no Senado.
O partido já havia aprovado tal indicativo pelo impeachment na Executiva Nacional e no próprio diretório, mas, diante da escalada golpista dos últimos dias e das descobertas da CPI da Covid, decidiu reforçar as articulações pelo afastamento do Chefe do Executivo. O partido considerou grave e atentatória à democracia a recente movimentação do bolsonarismo.
Primeiro, o menosprezo e o desrespeito ao Senado Federal e à CPI que investiga o esquema de roubo de vacinas no Ministério da Saúde. Investigação que, é preciso lembrar, saiu do papel graças a uma ação do Cidadania no Supremo Tribunal Federal. Segundo, a fala do presidente de que as eleições poderiam não ocorrer caso não sejam realizadas como ele gostaria, como se tal decisão a ele coubesse como um ditador de ocasião.
Terceiro, o ataque de baixíssimo nível ao ministro do STF Luís Roberto Barroso, que tem nosso respeito e admiração. Quarto, a entrevista do comandante da Aeronáutica, Carlos Baptista Junior, na qual claramente ameaça a ordem institucional tal como um militante de extrema-direita, irresponsavelmente se distanciando de seu papel constitucional.
Quinto, a ameaça de morte do advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, à jornalista Juliana Dal Piva, que investiga as rachadinhas, roubo de recursos públicos via funcionários fantasmas e devolução irregular de salários, e as ligações com as milícias. A lista é longa, contraria frontalmente os princípios do Cidadania e exige dos democratas pronta reação.
As manifestações de rua, à direita ou à esquerda, são fundamentais para a construção do impeachment e espelham a vontade da maioria dos brasileiros, cujos valores divergem daqueles de Bolsonaro, visto como despreparado, desonesto, incompetente, falso e pouco inteligente. O partido está totalmente alinhado a esses brasileiros.
E pede que todos os seus filiados, militantes e líderes se engajem nos movimentos de oposição nas ruas e na defesa do Estado Democrático. Todo apoio ao Congresso Nacional na tarefa de fiscalizar o Executivo. Todo respaldo ao STF nas atribuições a ele concedidas pela Constituição.
O Cidadania não acredita que as Forças Armadas, instituições de Estado, se deixarão usar como instrumento de um golpe, fruto do desespero de um presidente que tenta a todo custo fugir da aplicação da lei e acobertar um escabroso esquema de corrupção e roubalheira que atrasou a vacinação e levou à morte de milhares de brasileiros.
Roberto Freire
Presidente Nacional do Cidadania
*** *** https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/07/resolucao-politica-do-diretorio.html#more *** ***
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Manota se nota nas notas.
Manota se nota nas outras notas.
Manota se nota nas notas e nas outras notas.
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Cristovam Buarque* - Contaminação Moral
Blog do Noblat / Metrópoles
Às FFAA cabia respeito diante do esforço do Senado para apurar corrupção na compra de vacinas
A maior vitória dos maus é receber apoio dos bons. Assim, encobrem seus crimes, ao dilui-los entre todos de seu grupo, nivelando virtude e pecado, honestidade e crime.
Quando a corrupção de alguns de um partido é encoberta por seus correligionários, o desgaste se espalha para todos: o corrupto deixa se ser o culpado e passa a encarnar o partido inteiro. Ao não explicar contos bancários e malas com dinheiro de posse de alguns dos participantes em seus governos, o PT cometeu o erro de encobrir e paga o alto preço do desgaste: o partido inteiro acusado de corrupção por causa de alguns aliados, nem sempre de seu partido. Porque ao encobrir e negar o visível, o partido assumiu a responsabilidade da corrupção.
Ao negar a realidade de tortura cometida por alguns de seus membros, as FFAA cometeram erro semelhante. A maldade de alguns passou a ser imputada à própria instituição, vista como autora ou conivente. A mancha de alguns de seus membros se espalhou para a corporação, por um processo de contaminação moral. Até um jovem tenente que não havia nascido naquela época passa a ser visto, injustamente, como participante de crimes do passado.
Cinquenta anos depois, os comandantes das três Forças Armadas repetem este erro, não mais por encobrir tortura, mas por solidariedade com suspeitos de corrupção. O presidente da CPI, Senador Omar Aziz foi enfático ao separar das FFAA os militares suspeitos de corrupção e incompetência na gestão da saúde nos tempos do covid. O senador elogiou o conjunto das FFAA, antes de denunciar a existência nela de um pedaço podre. Insistiu que este pequeno gripo de desviados se diferencia da imensa maioria de honestos soldados brasileiros.
Às FFAA cabia respeito diante do esforço do Senado para apurar corrupção na compra de vacinas. Com todo respeito, poderiam pedir rapidez na apuração dos erros e crimes e manifestar que não toleram corrupção e que, se comprovada, os corruptos seriam expulsos, porque nelas não há espaço para pedaço podre.
Mas, no lugar disto fizeram uma dura nota contra o senador que preside os trabalhos de apuração dos fatos. A CPI prestaria um péssimo serviço ao país se protegesse um suspeito de corrupção por seu partido ou por ser militar. Seria desserviço também às FFAA, esconder crimes ou omissões de um militar, deixando que ele continue usando a farda e contaminando a imagem dos demais soldados.
A contaminação moral se espalha a todos que toleram corrupção, da mesma forma os vírus se espalham contaminando a saúde dos que não respeitam isolamento. A CPI pode ser a vacina das instituições contra o vírus da corrupçāo por seus membros.
*Cristovam Buarque foi senador, ministro e governador
*** *** https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/07/cristovam-buarque-contaminacao-moral.html *** ***
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Indecente (tradução)
Anitta
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Indecente
Um olhar te denuncia
Um perfume que te pega
Tudo está ao meu favor
Serão os meus olhos de gata
Sei que tem algo que te prende
E você quer fazer isso comigo
Na frente das pessoas
Me deixa indecente
Você se sente tão gostoso
Que ninguém te conte
Que eu sou má de verdade
Má de verdade
E você gosta da maldade, dá para perceber
Ah, eu sou má de verdade
Má de verdade
E você gosta da maldade, dá para perceber
Sou má
Má de verdade
Me olhe no rosto
Se você não é verdadeiro
É melhor que vá embora
Não poderá ficar na minha cama
Sou má
Eu sou assim
Porque não confio em ninguém
Dá pra ver que é da rua
Você quer me provar
Quer me queimar
Na frente das pessoas
Me deixa indecente
Você se sente tão gostoso
Que ninguém te conte
Que eu sou má de verdade
Má de verdade
E você gosta da maldade
Dá para perceber
Ah, eu sou má de verdade
Má de verdade
E você gosta da maldade
Dá para perceber
Você gosta do meu batom vermelho como uma rosa
Quer me beijar na boca imediatamente
Sou má, má, má, má e também sou louca
Mas ninguém me toca
Que eu sou má de verdade
Má de verdade
E você gosta da maldade, dá para perceber
Ah, eu sou má de verdade
Má de verdade
E você gosta da maldade, dá para perceber
Indecente
Una mirada te delata
Un perfume que te atrapa
Todo está a mi favor
Serán mis ojos de gata
Sé que hay algo que te ata
Y quieres hacérmelo
Delante de la gente
Me pones indecente
Lo rico que se siente
Que nadie te lo cuente
Que yo soy mala de verdad
Mala de verdad
Y a ti te gusta la maldad se te nota
Ay, yo soy mala de verdad
Mala de verdad
Y a ti te gusta la maldad se te nota
Soy mala
Mala de verdad
Mírame a la cara
Si no eres real
Mejor que te vayas
No podrás quedarte en mi cama
Soy mala
Así soy
Porque no confío en nadie
Se te nota que eres calle
Tienes ganas de probarme
Quieres quemarme
Delante de la gente
Me pones indecente
Lo rico que se siente
Que nadie te lo cuente
Que yo soy mala de verdad
Mala de verdad
Y a ti te gusta la maldad
Se te nota
Ay yo soy mala de verdad
Mala de verdad
Y a ti te gusta la maldad
Se te nota
Te gusta mi labial rojo como una rosa
De una vez quieres besarme directo a la boca
Soy mala mala mala mala y también soy loca
Pero nadie me lo toca
Que yo soy mala de verdad
Mala de verdad
Y a ti te gusta la maldad, se te nota
Ay, yo soy mala de verdad
Mala de verdad
Y a ti te gusta la maldad, se te nota
Compositores: Justin Quiles / Miguel A. Duran / Luis Melendez / Bigram Zayas / DJ Yuri Martins
*** *** https://www.vagalume.com.br/anitta/indecente-traducao.html *** ***
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