domingo, 25 de julho de 2021

ENTRE ATOS E ASPAS

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*** Rhapsody In Blue (1945) – Rhapsody in Blue Debut ***
*** EDITORIAIS O medo de Lula e Bolsonaro O Estado de S. Paulo Eles temem que haja um terceiro candidato competitivo e não perdem oportunidade de desautorizar uma candidatura de centro No mesmo dia, Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro manifestaram por meios diferentes – um no Twitter, o outro numa entrevista à rádio – o mesmo medo. Os dois temem que haja um terceiro candidato competitivo nas eleições de 2022 e não perdem oportunidade de desautorizar uma candidatura viável de centro. Além de mostrar a estreiteza de horizontes políticos que Lula e Bolsonaro querem impor à população, a tática revela a plena viabilidade de um candidato honesto, competente e equilibrado. De outra forma, Lula e Bolsonaro não estariam tão empenhados – quase que de mãos dadas, pode-se dizer – ridicularizando uma candidatura de centro. “A terceira via – escreveu Lula em sua conta no Twitter – é uma invenção dos partidos que não tem candidato. Falam em polarização... O que tem de um lado é democracia e do outro é fascismo. Quem está sem chance usa de desculpa a tal da terceira via.” E explicitando o seu receio de que haja uma reunião das forças democráticas em torno de um candidato de centro viável, o ex-presidente petista concluiu: “Seria importante que todos os partidos lançassem candidato e testassem sua força”. Como se pode ver, Lula não mudou nada. Coloca-se, nada mais, nada menos, como a própria representação da democracia e, para completar o atrevimento, rejeita a possibilidade de que exista uma outra candidatura viável para enfrentar Jair Bolsonaro. É a “democracia” nos moldes petistas – só é democrático quem apoia Luiz Inácio Lula da Silva. A tentativa petista de monopolizar a oposição a Jair Bolsonaro tem um objetivo cada dia mais explícito. A polarização com o governo Bolsonaro é uma maneira de desviar a atenção do enorme passivo de corrupção, incompetência e negacionismo que marca a história do PT. Lula não pediu desculpas à população pelos escândalos de corrupção do PT nem pelo desastre econômico que foi o governo de Dilma Rousseff. Também não explicou a razão pela qual está envolto em tantos processos penais, processos nos quais se defende por meio de questões formais. O País não ouviu até hoje do ex-presidente Lula nenhuma explicação para tantos mimos e agrados recebidos de empreiteiras. Eis o ponto central. Uma candidatura viável de centro exigirá que Lula explique o passado do PT e apresente um mínimo de propostas para o País. Já não bastará ficar falando mal de Jair Bolsonaro, como se algumas palavras de crítica por si sós pudessem lhe dar credenciais para merecer a confiança e o voto da população. Para o PT, a polarização com o bolsonarismo é uma maneira fácil de rebaixar o debate público a um nível bem baixo, sem precisar enfrentar o desastroso histórico do partido. E o mesmo ocorre com Jair Bolsonaro. O ex-capitão precisa que as opções políticas estejam restritas a um lamentável e irresponsável binarismo entre Lula e ele, para que sua reeleição tenha alguma nota de viabilidade. A simples existência de um candidato viável de centro, competente e honesto, escancara o absurdo que seria dar mais um mandato de quatro anos a quem se esforça todos os dias para ser o pior presidente da história do País. Por isso, Jair Bolsonaro tenta que o eleitor não disponha de nenhuma opção além do bolsonarismo e do lulopetismo. “Tem uma passagem bíblica que diz, seja quente ou seja frio, não seja morno. Então, terceira via, povo não engole isso aí”, disse em entrevista à Rádio Itatiaia. Felizmente, a população tem outra percepção da política, um tanto mais equilibrada. Na última pesquisa do Instituto Datafolha, 59% dos entrevistados disseram que não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro. Não há intolerância da população com o centro. A intolerância é com a irresponsabilidade, o negacionismo e o desgoverno. Em relação a uma candidatura viável de centro, Jair Bolsonaro repetiu o seu mantra. “Não vai dar certo. Não vai agregar. Não vai atrair a simpatia da população. Não existe terceira via. Está polarizado”, disse Bolsonaro, em uníssono com Lula. O medo dos dois é rigorosamente a esperança do País. *** *** https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/07/o-que-midia-pensa-editoriais-opinioes_24.html *** *** ***
*** O desapreço de Lula pela democracia O Estado de S. Paulo Lula inventa as mais estapafúrdias histórias para justificar a corrupção do PT Em entrevista ao jornal chinês Guancha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou que não tem nenhum pudor em inventar as mais estapafúrdias histórias para justificar os escândalos de corrupção envolvendo o PT e que continua submetendo tudo a seus interesses políticos. Com esse peculiar modo de agir, não se constrange em manifestar apoio a regime antidemocrático, se assim lhe for conveniente. Continua o Lula de sempre. Para o ex-presidente petista, só os ditadores de direita merecem reprovação. “A direita, que ocupa um espaço muito grande, é radical há muito tempo. O comportamento de Trump nos Estados Unidos e o comportamento do presidente Bolsonaro no Brasil são mais ou menos como o surgimento do fascismo na Itália e do nazismo na Alemanha. Esses ditadores não querem discutir com pessoas que têm ideias diferentes das suas e não acreditam em seu próprio poder”, disse. Lula, no entanto, não fez nenhuma reprovação do cerceamento das liberdades na China. A respeito do regime chinês, suas palavras foram de elogio e admiração. “A China é capaz de lutar contra o coronavírus tão rapidamente porque tem um partido político forte e um governo forte, porque o governo tem controle e poder de comando”, disse. Como se vê, Lula é capaz de ignorar a falta de eleições livres num país. Sua defesa da democracia depende das circunstâncias. O líder petista elogiou ao jornal chinês o retorno da esquerda ao poder na América Latina. Mas, ao tratar da China, esqueceu-se da importância da alternância do poder. Com Lula, tudo ganha um estranho relativismo. Ele denuncia o radicalismo de direita, mas ignora o radicalismo de seu próprio partido. Por exemplo, o PT votou contra a Constituição de 1988, justamente o marco jurídico que veio restaurar o Estado Democrático de Direito no País. “Votamos contra porque queríamos algo mais radical”, disse o líder petista nos 25 anos da Carta de 1988. Lula não é um bom defensor da democracia e da moderação, como também não é um bom narrador dos fatos. Sua versão sobre os escândalos de corrupção envolvendo o PT é simplesmente grotesca, sem nenhuma correspondência com a realidade. “Provamos que a promotoria (da Lava Jato) estava servindo ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos naquela época, e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos pretendia minar nossas leis para regulamentar a Petrobrás”, disse Lula na entrevista ao jornal chinês. Em vez de reconhecer a conivência das administrações petistas com a corrupção, Lula preferiu, na entrevista ao Guancha, recorrer a teorias da conspiração. “A única explicação que consigo encontrar para isso (a suposta interferência dos Estados Unidos na Lava Jato) é porque o Brasil estava se tornando um importante player internacional”, disse Lula. Eis o nível de comprometimento do líder petista com os fatos. Segundo Lula, o PT não fez nada de errado. “Essa é a explicação que encontrei para o impeachment da presidente Dilma Rousseff, minha prisão e as várias mentiras fabricadas contra o PT. A única explicação que posso encontrar é esta. Os Estados Unidos estão sempre intervindo na política latino-americana, são os responsáveis pelos golpes no Brasil, Chile, Uruguai e Argentina”, disse Lula ao Guancha. Lula desrespeita a memória da população quando trata os escândalos de corrupção dos governos petistas como “as várias mentiras fabricadas contra o PT”. Em vez de pedir desculpas pela gestão da coisa pública tão indiferente à lei e à ética, o líder petista coloca-se como vítima de perseguição política, promovida pelos Estados Unidos. Além disso, ao distorcer os fatos nesse patamar, Lula manifesta seu desapreço pelo regime democrático, regime este que pressupõe responsabilidade dos governantes. O líder petista não apenas distorce a história quando diz que o impeachment de Dilma Rousseff foi resultado de uma conspiração norte-americana. Lula tenta excluir sua responsabilidade pelo que o PT fez com o País, confirmando que continua sem merecer, sob nenhuma hipótese, a confiança do eleitor. *** *** https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/07/o-que-midia-pensa-opinioes-editoriais_16.html#more *** *** De 25 de setembro a 27 de outubro de 2002 a equipe de filmagem acompanhou passo a passo a campanha de Luís Inácio Lula da Silva à presidência da República. O filme revela os bastidores de um momento histórico através de material exclusivo, como conversas privadas, reuniões estratégicas, telefonemas, traslados, gravações de pronunciamentos e programas eleitorais. *** *** *** https://www.papodecinema.com.br/filmes/entreatos/ *** ***
*** João Moreira Salles, Juarez Guimarães, Heloísa Starling, Eliana Dutra e Eduardo Coutinho em debate realizado na Fafich *** Cineastas João Moreira Salles e Eduardo Coutinho participam de debate na Fafich terça-feira, 19 de abril de 2005, às 16h55 *** Dois dos mais importantes documentaristas brasileiros da atualidade participaram, na manhã desta terça-feira, 19 de abril, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), de longo debate, promovido pelo Projeto República, do departamento de História da UFMG. A platéia que lotava o auditório Sônia Viegas pôde conversar com os cineastas João Moreira Salles e Eduardo Coutinho, diretores, respectivamente, dos filmes Entreatos e Peões. Os diretores discutiram questões diversas com o público, das especificidades da arte do documentário à trajetória e representação simbólica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Completavam a mesa de discussões os professores Heloísa Starling (mediadora) e Eliana Dutra, da História, e Juarez Guimarães, da Ciência Política. Em seu depoimento, Eliana Dutra propôs, aos cineastas, uma série de questões acerca do perfil do presidente Lula e sobre as especificidades do ofício documentarista na busca por narrar e “abarcar” a realidade captada pelas lentes: “O documentário, me parece, não deseja tornar-se produto de uma ilusão, mas expressão do real vivido”, ressaltou. Sobre os sujeitos “absorvidos” pelas câmeras de Entreatos e Peões, a professora comentou que tal gênero cinematográfico pretende exercer o mínimo de intervenção sobre os fatos. “No fundo, pergunto o que há de espontâneo e ficcional nos documentários. Qual a implicação sobre o efeito do real? O que há ali: uma verdade subjetiva?”, completou. "Imagens" de Lula Em seguida às palavras de Eliana Dutra, o professor Juarez Guimarães apresentou o texto Lula: Quem?, em que busca analisar, tendo como ponto de partida os documentários de João Moreira Salles e Eduardo Coutinho, as diversas “imagens” construídas sobre o atual presidente. De um lado, ressalta, os atores sociais criam a figura do “beberrão”, do “falastrão”, da decepção. De outro, estaria o “filho autêntico do Brasil”, possível realizador da Reforma Agrária, o líder mundial capaz de estimular a luta contra a fome. Para o pesquisador, no entanto, permanece a dúvida. “Qual narrativa poderia unir as duas realidades? É evidente a dificuldade de se construir uma visão unilateral do presidente”, diz Guimarães, que enxerga os dois filmes como peças atuais da história brasileira. E opina: “Entreatos opõe e ressignifica Peões”. "Utopias concretas" Após os depoimentos, foi aberto o debate entre os cineastas e o público. O papel político-social do cinema abriu as discussões: qual seria a relação entre o fazer documentarista e o processo histórico-revolucionário? “Eu me atenho a utopias concretas. Trabalho na perspectiva do presente. Afinal, o passado é um fantasmo e o futuro, imprevisível”, comentou Eduardo Coutinho. Para ele, há pretensão exacerbada no cineasta que busca transformar o mundo. “Não busco resgatar questões milenares. Meu interesse está em fazer filmes”, completou. João Moreira Salles foi ao encontro do pensamento de Coutinho. Segundo o diretor de Entreatos, há grande pressão sobre os documentaristas: “É como se o documentário precisasse mudar o mundo. A obra, no entanto, não pode ser utilitária”, disse. Na opinião de João Moreira Salles, a responsabilidade do cineasta deve concentrar-se na qualidade do filme. “Se busco controlar os efeitos a serem alcançados pelo que filmo, passo a trabalhar em um planfleto”, ressaltou. Muita além de respostas, o recorte da realidade, proposto pelo documentário, estaria, justamente, na possibilidade de promover a ambigüidade. Não se pretende chegar a respostas, mas incitar a reflexão. Por que fazer um documentário? Muitas vezes, têm-se em mente a idéia do registro histórico. “A maioria dos documentaristas deseja tornar-se testemunha da história”, definiu Salles. No caso específico de Entreatos, que revela os bastidores da campanha política que, em 2002, levou o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República, o “documento histórico” é representado por nada menos que 170 horas de imagens brutas . Durante 30 dias, o cineasta, e sua equipe, acompanhou o ex-operário em sua via-crucis eleitoral. Ao invés dos grandes comícios, as câmeras preocuparam-se em absorver as discussões políticas, sociais e econômicas surgidas em pequenas reuniões ou em viagens de avião. “Meu desejo era realizar o documento de algo que nunca mais será visto”, diz. Em nenhum momento, houve interferência ou proibição, por parte de Lula ou de sua equipe, quanto ao uso das imagens. Salles teve acesso a tudo o que desejou. Encenação Como, no entanto, captar, através das câmeras, um certo “Lula autêntico”, “real”, que não recorre à teatralização? “Durante todo o dia, encenamos vários personagens de nós mesmos. As lentes não buscam figuras assépticas. Muitas vezes, a encenação, natural, é muito mais interessante”, disse. Eduardo Coutinho reforçou o pensamento de Salles ao relembrar o conceito de “auto-encenação”, em que os sujeitos, diante das câmeras, revelam, ou compõem, as noções que têm de si mesmos. Diante de tímidos entrevistados “anônimos”, personagens de boa parte da obra de Coutinho, o diretor confessou utilizar certa “mentirinha”: “Digo a eles que são as pessoas mais aptas a dizerem de sua própria vivência. No entanto, sabemos que, na verdade, sabemos muito pouco do que realmente somos”, completou. Preceitos éticos Ética e relação entre vida pública e privada foram temas também abordados no debate. Para João Moreira Salles, é preciso ter a noção do perigo de se utilizar a imagem individual como forma de promover causas universais. “Se o que se pretende com o documentário é lutar em prol de uma causa ampla, muitas vezes o cineasta provoca pequenos pecados. Como se a vida do indivíduo pudesse ser devassada em nome de causas coletivas”, diz. Também para Coutinho, os fins não justicam os meios: “Acho muito perigoso esse ideal leninista”, completou. Quanto à relação entre vida pública e privada, Salles ressaltou que Entreatos não buscou investigar as relações pessoais de Lula. “Procurei acompanhar a história da campanha a partir de depoimentos e conversas de bastidores que diziam de assuntos e personagens sociais e políticos, como MST ou Lech Walesa. Não me interessava a vida afetiva de Luiz Inácio Lula da Silva”, ressaltou, lembrando que apenas uma vez esteve na casa do presidente durante as filmagens: “Acompanhei a oração realizada no dia do aniversário do Lula. Foi o único momento em que ele se sentiu constrangido. Para ele, a fé é algo absolutamente particular”. *** *** https://www.ufmg.br/online/arquivos/001536.shtml *** **** Trajetória de personagens do documentário ‘Entreatos’ marca apogeu e derrocada do PT Após 14 anos, partido deixa o poder em um processo de impeachment Mariana Sanches 04/09/2016 - 04:30 ***
*** Marisa Letícia e Lula em cena do documentário Entreatos Foto: Divulgação Marisa Letícia e Lula em cena do documentário Entreatos Foto: Divulgação SÃO PAULO — Com um ar entre impaciente e irônico, José Dirceu tamborila os dedos no tampo da mesa. Tira os óculos, esfrega os olhos. Conserva ainda os cabelos mais pretos do que brancos. Tenta tirar da sala a equipe de filmagem do diretor João Moreira Salles, que gravava a reunião da cúpula de campanha à Presidência de Lula quatro dias antes do primeiro turno eleitoral de 2002. Lula venceria a eleição em um segundo turno, e as imagens de Moreira Salles virariam o documentário “Entreatos”. Quase 14 anos depois, o PT acaba de deixar o poder em um processo de impeachment, depois de ser fustigado por escândalos de corrupção como mensalão e Lava-Jato, que desmoralizaram as principais lideranças do partido. No contexto atual, as palavras ditas por Dirceu no vídeo de 2002 ganham um ar de confissão premonitória. Na cena, o então futuro chefe de gabinete de Lula Gilberto Carvalho argumenta em favor das filmagens, garantindo que as fitas seriam colocadas em um cofre ao final de todos os dias de gravação e, por isso, o que fosse dito não vazaria. Sorriso de canto de boca, Dirceu dispara: — Vai nessa. Se você soubesse onde eu estou. Se você soubesse o que eu tenho nas outras campanhas, você não falaria isso. Gilberto Carvalho, para com isso. Tem gente dentro da nossa cabeça. Hoje, Dirceu, que chegou a ser um poderoso ministro-chefe da Casa Civil até 2005, passa os dias ocupado entre as leituras de seu processo criminal e de biografias de políticos, além das caminhadas no pátio do Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde está preso há um ano. A trajetória do ex-ministro, do poder e prestígio de “Entreatos” ao ocaso político da prisão, não é um fato isolado na narrativa dos diversos personagens, entre famosos e anônimos, que figuram no filme. Os ex-ministros Antônio Palocci, Aloizio Mercadante e Guido Mantega, o cientista político André Singer, o marqueteiro Duda Mendonça, o eleitor Alfeu Dick e Silva que toma com Lula uma carona de avião, cada um deles experimentou a ascensão e a queda de seus anseios e projetos pessoais e políticos. — Desde o mensalão, a minha sensação é de ter perdido alguém da família. Fiquei muito decepcionado. Eu militei, pegava minha bandeirinha vermelha e ia para a rua, sem ganhar nada. Na minha época, não tinha mortadela. Nem a bandeira tenho mais, doei como tecido para alguma campanha de agasalho — relata Alfeu. “SÓ UM ABRAÇO DELE PODIA SALVAR MEU DIA” Seu discurso não lembra em nada o do rapaz que, entre esbaforido e encantado, contava para a câmera de Moreira Salles que perdera um voo de carreira e estava arrasado no aeroporto quando viu seu candidato despontar no saguão. — Só um abraço dele podia salvar meu dia — diz. Alfeu ganhou o afago e um assento no apertado jatinho em que Lula viajava para Porto Alegre em campanha. No mesmo voo, um bem-humorado Palocci engolia sem reclamar um morno sanduíche de frango. Em poucos meses, ele se tornaria o lastro do governo petista junto ao mercado e um dos principais formuladores econômicos da nova gestão. A carreira política, considerada brilhante até pelos opositores do PT, foi abreviada por escândalos como a quebra do sigilo bancário do caseiro que denunciara sua presença em uma casa de lobby e pela mal explicada riqueza acumulada com uma assessoria. Hoje, Palocci se encontra esporadicamente com Lula. Para isso, entra pela garagem do instituto do ex-presidente, em São Paulo. Sabe que seu capital político foi arruinado e que sua presença pode causar dissabores ao ex-presidente. DE CONSELHEIROS A CRÍTICOS DO PARTIDO Pelas sombras também anda o marqueteiro Duda Mendonça. No documentário, ele corrigia a entonação de cada frase com as quais Lula se dirigia ao eleitor, lapidando o estilo “paz e amor” que convenceria os votantes mais renitentes e o transformaria por alguns anos no Midas do marketing político. Em 2005, foi obrigado a reconhecer que seus serviços tinham sido pagos por meio de caixa dois. Retirou-se da carreira política. Em 2016, não fará nenhuma campanha. Sua derrocada abriu espaço no PT para seu ex-sócio, o jornalista João Santana, que, depois de preso, acaba de negociar delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava-Jato. Enquanto em 2002 Lula era acusado por adversários e pela imprensa internacional de representar uma ameaça vermelha no Brasil, o futuro porta-voz André Singer lhe dava um lastro acadêmico para dirimir os rumores. Ao lado de Singer, Frei Betto, que no filme faz uma reza durante a apuração dos votos, eram dois dos mais importantes conselheiros do ex-presidente. Nenhum dos dois recebe há anos um telefonema de Lula. Críticos dos rumos do partido, ambos expressam suas opiniões por meio dos jornais. Em “Entreatos”, Mantega trabalhava nos bastidores junto aos economistas e o então candidato a senador Aloizio Mercadante circulava ao lado de Lula e tentava angariar apoios entre empresários. Mais do que nas gestões de Lula, ambos se tornaram destacados homens fortes na gestão Dilma. Ministro da Fazenda, coube a Mantega arcar com o desgaste da crise econômica. Foi demitido pela presidente em campanha em 2014, durante uma entrevista. Hostilizado nas ruas, retornou à Fundação Getúlio Vargas, onde se dedica a palestras e estudos econômicos. Seu nome aparece citado por Santana e sua mulher, Mônica Moura, como um dos interlocutores com quem negociaram pagamentos irregulares de campanha. Na conta de Mercadante, chefe da Casa Civil de Dilma, foi debitado o fiasco da articulação com o Congresso Nacional no segundo governo Dilma. Fuzilado até mesmo por correligionários, submergiu. Mas se manteve fiel à ex-presidente até o final do julgamento do impeachment. Em um salão de beleza simples de São Paulo, um compenetrado barbeiro, Fernando Luiz da Silva, aparava os fios da barba de Lula enquanto ele dava entrevista a uma rádio pelo celular. Lula soterra Silva com comentários, sugeria leituras, elogiava a si mesmo e garantia que voltaria na semana seguinte como presidente eleito. Em 2016, Silva segue aparando barbas e cabelos na mesma rua em que começou, em 1994, a atender Lula. Desde 2006, quando Silva, atribulado, recusou-se a se deslocar para trabalhar para o então presidente, Lula nunca mais o procurou. Silva nega ter ficado chateado. Perguntado sobre suas opções políticas, ele é direto: — Nunca votei nele porque nunca acreditei. E hoje não acredito em ninguém. Na última eleição, anulei. E vou fazer isso na próxima também. * Colaborou Sérgio Roxo *** *** *** *** https://oglobo.globo.com/brasil/trajetoria-de-personagens-do-documentario-entreatos-marca-apogeu-derrocada-do-pt-20049283 *** *** Propaganda e Marketing em Entreatos EDGAR DE SOUSA REGO*
*** Entreatos (2004) - Momento em que Mercadante fecha a porta para ter privacidade. *** ___________ * Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em História - UDESC *** *** http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1308143256_ARQUIVO_artigoanpuh2011_entreatos_edgar.pdf *** *** DENTRO DO PODER "Entreatos", de João Moreira Salles, mostra presidente na intimidade ao longo do último mês da eleição de 2002 Filme revela bastidores da campanha de Lula FERNANDO DE BARROS E SILVA EDITOR DE BRASIL "No Brasil de hoje -esse é um dado triste-, a única figura de dimensão nacional sou eu." Estamos na reta final, a poucos dias do segundo turno da eleição presidencial de 2002. Quem fala é o futuro presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. Está a bordo de um jatinho, suado e com cabelo desalinhado, indo de Macapá, no Amapá, para Belém, no Pará. Esta é apenas uma das muitas imagens e declarações preciosas dos bastidores da campanha que conduziu Lula ao poder. Estão reunidas no documentário "Entreatos", dirigido pelo cineasta João Moreira Salles, previsto para estrear em circuito comercial em São Paulo e no Rio no dia 26. Antes disso, o filme terá sua pré-estréia na terça-feira, em São Paulo, dentro de um ciclo no qual também será apresentado pela primeira vez o filme "Peões", documentário dirigido por Eduardo Coutinho com depoimentos colhidos em 2002 de ex-metalúrgicos que conviveram com Lula durante as greves do ABC. "Entreatos" está longe de ser um retrato oficial ou oficialesco da campanha petista. Apesar da afeição inequívoca do diretor pelo personagem central, a imagem de Lula que sai do filme é controvertida e no mínimo ambígua. Além disso, o filme joga nova luz sobre muito do que se viu de lá para cá, em quase dois anos de governo. Das 240 horas de gravação que acumulou entre o final de setembro e o dia 27 de outubro, quando Lula derrotou José Serra, o cineasta privilegiou nas quase duas horas que chegarão ao público a intimidade do candidato e de seu entorno, mostrando coisas que hoje podem constranger ou incomodar o presidente e seus próximos. "Está gravando?" A percepção de que a exposição das entranhas da campanha poderia ser inconveniente ou perigosa está registrada no próprio filme. Lula e alguns auxiliares estão reunidos em torno de uma mesa redonda para discutir a estratégia para um debate na TV ainda no primeiro turno. José Dirceu toma a palavra. Mal começa a falar e percebe que está sendo filmado. "Tá gravando? De quem é esse pessoal? Do João? Que João?", pergunta Dirceu. Informam que se trata de um documentário combinado com Lula. "Vão fazer uma cena e vão embora. São de confiança", diz Duda Mendonça. E Dirceu: "Eles são de confiança, mas não existe confiança absoluta porque a fita de Lula sobre Pelotas acabou na mão dos nossos inimigos". Gilberto Carvalho argumenta: ""A fita é guardada no cofre todo dia". E Dirceu contra-ataca: "Vai nessa... Se você soubesse o que eu tenho das outras campanhas, você não falaria isso, Gilberto Carvalho". A citação refere-se à frase de Lula flagrada no intervalo de uma gravação e divulgada em 2000, segundo a qual Pelotas era "um pólo exportador de veado". O mal-estar com Dirceu é o momento mais tenso do filme, o único em que a equipe é hostilizada. Favre, macacão e álcool A espontaneidade de Lula durante as filmagens é responsável por vários momentos reveladores do documentário. No intervalo de uma gravação, o candidato pega o telefone e finge falar com o "companheiro Bush". A seguir, em "portunhol", simula falar com Eduardo Duhalde, então presidente argentino: "Olá, Duhalde, quieres Favre de vuelta? Yo mandaré". A piada com o marido de Marta Suplicy arranca risos no estúdio. Passagens jocosas e prosaicas como essa abundam no filme. Logo no início, Lula conversa no jatinho com o vice, José Alencar, sentado ao seu lado. A certa altura, diz, referindo-se ao Palácio da Alvorada: "Aquele palácio é triste porque o Fernando Henrique Cardoso nunca jogou bola. Ele não dança". "Não bebe um gole", emenda Alencar. "Não bebe um gole", repete Lula. O consumo de bebida alcoólica aparece em outro trecho, em que Lula relembra os tempos do sindicato. ""A gente tomava três, quatro doses de pinga na hora do almoço, comia em 15 minutos e ia jogar bola num sol quente [...] Não tenho um milímetro de saudade. Tenho saudade só dos amigos." É também nesta seqüência, durante a preparação para uma sessão de gravações para a TV, quando está escolhendo sua gravata, que Lula critica aqueles que condenam seu aburguesamento. "Outro dia um companheiro xiita do PT disse: "Eu prefiro o Lula de macacão, não o Lula de gravata". (...) Eu não estava presente, me contaram. Aí fui no microfone e falei: "Tem um companheiro aqui que disse que prefere o Lula de macacão. Vamos fazer o seguinte: eu dou meu macacão de graça pelo terno e gravata dele. Ele vai trabalhar numa fábrica para ver se é bom". Só fala isso quem não conhece o que é trabalhar de macacão debaixo de uma telha de Brasilit. Depois do almoço aquela porra esquenta e você fica todo suado até três horas da tarde." A obsessão de Lula com sua aparência é recorrente no filme. Logo no começo, a seis dias do primeiro turno, quando termina de fazer a barba e cortar o cabelo em São Bernardo, ele se olha no espelho e diz, sorridente: "Se minha mãe me visse assim, ia dizer "mas que baianinho jeitoso'". Duda em ação A atuação de Duda Mendonça é um capítulo à parte. A imagem do marqueteiro intuitivo e estelar, meio malandrão, sai reforçada do filme. Também ficam explícitas as técnicas de construção da imagem do candidato, o controle que exerce o aparato de propaganda sobre o político -fato sabido, mas que ganha outra dimensão quando escancarado. Duas passagens se destacam. Numa delas, Duda grava o primeiro programa de TV de Lula para o segundo turno. Dirige um auditório repleto de personalidades e petistas, ensaiando-os a fazer um gesto sincronizado com o braço e a gritar juntos a palavra "vem". No palco, estão Ciro Gomes, o novo aliado, e Alencar, além de Lula. Na platéia, perto da primeira-dama, Marisa Letícia, as futuras radicais Heloísa Helena e Luciana Genro, depois expulsas do PT, e Fernando Gabeira, que desembarcou do governo atirando. A ação de Duda lembra Silvio Santos ou Faustão. Em outra cena, Moreira Salles mostra a filha do marqueteiro, Eduarda. Ela está longe dos estúdios da Globo, onde se realiza o último debate da campanha. Acompanha sem ser vista, como num Big Brother, um grupo de eleitores que assiste ao debate numa sala. Com o celular na mão, Eduarda vai transmitindo ao vivo os resultados da pesquisa qualitativa (as reações do grupo) a Luiz Gushiken. Diz em detalhes e em tom afirmativo o que Lula deve fazer, como deve falar, o que está funcionando e o que corrigir. A seqüência é muito pedagógica. O documentário termina com uma longa filmagem do dia da vitória, realizada quase toda no hotel Meliá, em São Paulo, pela filha do senador Aloizio Mercadante, Mariana. Lula está com a família e a cúpula do PT. São cenas memoráveis, ao mesmo tempo íntimas e históricas. Dois detalhes chamam atenção quando a TV anuncia o sucessor de FHC: o choro discreto de Antonio Palocci ao fundo e o abraço formal e sem jeito que Dirceu dá no presidente eleito. ENTREATOS Direção: João Moreira Salles Produção: Brasil, 2004 Quando: terça, dia 16, às 19h Onde: Seminário Documentário e Sociedade, no Espaço Unibanco de Cinema (r. Augusta, 1.475, tel. 0/xx/11/ 3288-6780) Quanto: grátis, senhas distribuídas a partir das 18h30 Após a exibição do filme, haverá debate com Amir Labaki, Carlos Alberto de Mattos, Eduardo Coutinho e João Moreira Salles. Mediador: José Geraldo Couto PEÕES Direção: Eduardo Coutinho Produção: Brasil, 2004 Quando: segunda, dia 15, às 19h Onde: Seminário Documentário e Sociedade, no Espaço Unibanco de Cinema Quanto: grátis, senhas distribuídas a partir das 18h30 Os dois filmes entram em circuito comercial no dia 26 deste mês Texto Anterior: Para Tarso, ver gestão Lula igual à FHC é "má-fé" Próximo Texto: Crítica: O giro em falso do país e o peão que chegou lá Índice São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2004 *** *** https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1211200411.htm *** *** Entre Aspas Elio Gaspari Edição 303 por 16 de novembro de 2004 ‘Depois do resultado da eleição municipal Lula precisa redescobrir o rumo do seu governo. Como? Revendo (sozinho) ‘Entreatos’, o documentário que João Moreira Salles rodou sobre os 33 dias finais e triunfantes de sua campanha de 2002. O filme estréia dia 26, mas o Paradiso-Alvorada tem cópia. Tem muito petista que ainda não entendeu o que aconteceu com seu partido, seu governo e seu presidente. O que fazer? Ver o documentário do João. Ninguém jamais tinha visto Lula sem os lugares comuns de seu cotidiano retórico (‘nunca neste país’ ou ‘não temos o direito’, por exemplo). Salles e Walter Carvalho, o bruxo da câmera, registraram coisas que os jornalistas políticos não perceberam ou não conseguiram expressar. Lula recebeu 52 milhões de votos. Muita gente apertou 13 e teve a falta de sorte de perder o emprego. Muita gente acha que votou numa coisa e recebeu outra. Há eleitores docemente surpresos, zangados ou amargamente traídos. O que é que houve? O documentário do João mostra quem era em 2002 o cidadão que foi eleito presidente. Nenhuma das cenas ou barulhos que sua equipe (sete pessoas) presenciou podia vazar. Tiveram acesso a bastidores da campanha. Lula nada pediu. Só viu o trabalho depois de pronto. Moreira Salles filmou 240 horas, inclusive o exato momento em que caiu a ficha: o ex-sindicalista tinha sido eleito presidente da República. Há dois famosos documentários saídos de campanhas eleitorais. O ultimo é ‘The War Room’ (A Sala de Guerra), de 1993, com a cozinha da campanha de Bill Clinton. O de João Moreira Salles é melhor, por dois motivos: Lula deu-lhe mais acesso e ele soube tirar melhor partido do material que capturou. Esticando um pouco a corda, ‘Entreato’ chega a ser melhor que ‘Primary’, o pai do gênero, filmado por Robert Drew em 1960. Nele, os senadores John Kennedy e Hubert Humphrey disputam a indicação pelo partido democrata no inverno do Wisconsin. (Vendo-o, aprende-se que no mano a mano Humphrey era mais simpático que Kennedy.) Drew criou um estilo. Salles conseguiu uma proeza do jornalismo político: se algum lhe perguntar como é o Lula, talvez não saiba responder. Certamente, muitas pessoas depois de verem seu documentário poderão explicar ao próprio Moreira Salles ‘quem, e como, é o Lula’. Como ‘Olga’ dividiu o mundo entre juízes de filmes e a patuléia que compra ingressos, vai aqui uma sugestão: procure ver ‘Entreatos’ sem ler a respeito. ‘Entreatos’ é um documentário, mas também um fato político. Se a opinião dos críticos pode ser útil para o julgamento de um filme, o julgamento do fato político enriquece-se na reflexão individual. A sugestão vale porque hoje, como em 2002, há uma relação prática entre o que se acha de Lula e o futuro de quem vai ao cinema.’ Fernando de Barros e Silva ‘Filme revela bastidores da campanha de Lula’, copyright Folha de S. Paulo, 12/11/04 ‘‘No Brasil de hoje -esse é um dado triste-, a única figura de dimensão nacional sou eu.’ Estamos na reta final, a poucos dias do segundo turno da eleição presidencial de 2002. Quem fala é o futuro presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. Está a bordo de um jatinho, suado e com cabelo desalinhado, indo de Macapá, no Amapá, para Belém, no Pará. Esta é apenas uma das muitas imagens e declarações preciosas dos bastidores da campanha que conduziu Lula ao poder. Estão reunidas no documentário ‘Entreatos’, dirigido pelo cineasta João Moreira Salles, previsto para estrear em circuito comercial em São Paulo e no Rio no dia 26. Antes disso, o filme terá sua pré-estréia na terça-feira, em São Paulo, dentro de um ciclo no qual também será apresentado pela primeira vez o filme ‘Peões’, documentário dirigido por Eduardo Coutinho com depoimentos colhidos em 2002 de ex-metalúrgicos que conviveram com Lula durante as greves do ABC. ‘Entreatos’ está longe de ser um retrato oficial ou oficialesco da campanha petista. Apesar da afeição inequívoca do diretor pelo personagem central, a imagem de Lula que sai do filme é controvertida e no mínimo ambígua. Além disso, o filme joga nova luz sobre muito do que se viu de lá para cá, em quase dois anos de governo. Das 240 horas de gravação que acumulou entre o final de setembro e o dia 27 de outubro, quando Lula derrotou José Serra, o cineasta privilegiou nas quase duas horas que chegarão ao público a intimidade do candidato e de seu entorno, mostrando coisas que hoje podem constranger ou incomodar o presidente e seus próximos. ‘Está gravando?’ A percepção de que a exposição das entranhas da campanha poderia ser inconveniente ou perigosa está registrada no próprio filme. Lula e alguns auxiliares estão reunidos em torno de uma mesa redonda para discutir a estratégia para um debate na TV ainda no primeiro turno. José Dirceu toma a palavra. Mal começa a falar e percebe que está sendo filmado. ‘Tá gravando? De quem é esse pessoal? Do João? Que João?’, pergunta Dirceu. Informam que se trata de um documentário combinado com Lula. ‘Vão fazer uma cena e vão embora. São de confiança’, diz Duda Mendonça. E Dirceu: ‘Eles são de confiança, mas não existe confiança absoluta porque a fita de Lula sobre Pelotas acabou na mão dos nossos inimigos’. Gilberto Carvalho argumenta: ‘A fita é guardada no cofre todo dia’. E Dirceu contra-ataca: ‘Vai nessa… Se você soubesse o que eu tenho das outras campanhas, você não falaria isso, Gilberto Carvalho’. A citação refere-se à frase de Lula flagrada no intervalo de uma gravação e divulgada em 2000, segundo a qual Pelotas era ‘um pólo exportador de veado’. O mal-estar com Dirceu é o momento mais tenso do filme, o único em que a equipe é hostilizada. Favre, macacão e álcool A espontaneidade de Lula durante as filmagens é responsável por vários momentos reveladores do documentário. No intervalo de uma gravação, o candidato pega o telefone e finge falar com o ‘companheiro Bush’. A seguir, em ‘portunhol’, simula falar com Eduardo Duhalde, então presidente argentino: ‘Olá, Duhalde, quieres Favre de vuelta? Yo mandaré’. A piada com o marido de Marta Suplicy arranca risos no estúdio. Passagens jocosas e prosaicas como essa abundam no filme. Logo no início, Lula conversa no jatinho com o vice, José Alencar, sentado ao seu lado. A certa altura, diz, referindo-se ao Palácio da Alvorada: ‘Aquele palácio é triste porque o Fernando Henrique Cardoso nunca jogou bola. Ele não dança’. ‘Não bebe um gole’, emenda Alencar. ‘Não bebe um gole’, repete Lula. O consumo de bebida alcoólica aparece em outro trecho, em que Lula relembra os tempos do sindicato. ‘A gente tomava três, quatro doses de pinga na hora do almoço, comia em 15 minutos e ia jogar bola num sol quente […] Não tenho um milímetro de saudade. Tenho saudade só dos amigos.’ É também nesta seqüência, durante a preparação para uma sessão de gravações para a TV, quando está escolhendo sua gravata, que Lula critica aqueles que condenam seu aburguesamento. ‘Outro dia um companheiro xiita do PT disse: ‘Eu prefiro o Lula de macacão, não o Lula de gravata’. (…) Eu não estava presente, me contaram. Aí fui no microfone e falei: ‘Tem um companheiro aqui que disse que prefere o Lula de macacão. Vamos fazer o seguinte: eu dou meu macacão de graça pelo terno e gravata dele. Ele vai trabalhar numa fábrica para ver se é bom’. Só fala isso quem não conhece o que é trabalhar de macacão debaixo de uma telha de Brasilit. Depois do almoço aquela porra esquenta e você fica todo suado até três horas da tarde.’ A obsessão de Lula com sua aparência é recorrente no filme. Logo no começo, a seis dias do primeiro turno, quando termina de fazer a barba e cortar o cabelo em São Bernardo, ele se olha no espelho e diz, sorridente: ‘Se minha mãe me visse assim, ia dizer ‘mas que baianinho jeitoso’. Duda em ação A atuação de Duda Mendonça é um capítulo à parte. A imagem do marqueteiro intuitivo e estelar, meio malandrão, sai reforçada do filme. Também ficam explícitas as técnicas de construção da imagem do candidato, o controle que exerce o aparato de propaganda sobre o político -fato sabido, mas que ganha outra dimensão quando escancarado. Duas passagens se destacam. Numa delas, Duda grava o primeiro programa de TV de Lula para o segundo turno. Dirige um auditório repleto de personalidades e petistas, ensaiando-os a fazer um gesto sincronizado com o braço e a gritar juntos a palavra ‘vem’. No palco, estão Ciro Gomes, o novo aliado, e Alencar, além de Lula. Na platéia, perto da primeira-dama, Marisa Letícia, as futuras radicais Heloísa Helena e Luciana Genro, depois expulsas do PT, e Fernando Gabeira, que desembarcou do governo atirando. A ação de Duda lembra Silvio Santos ou Faustão. Em outra cena, Moreira Salles mostra a filha do marqueteiro, Eduarda. Ela está longe dos estúdios da Globo, onde se realiza o último debate da campanha. Acompanha sem ser vista, como num Big Brother, um grupo de eleitores que assiste ao debate numa sala. Com o celular na mão, Eduarda vai transmitindo ao vivo os resultados da pesquisa qualitativa (as reações do grupo) a Luiz Gushiken. Diz em detalhes e em tom afirmativo o que Lula deve fazer, como deve falar, o que está funcionando e o que corrigir. A seqüência é muito pedagógica. O documentário termina com uma longa filmagem do dia da vitória, realizada quase toda no hotel Meliá, em São Paulo, pela filha do senador Aloizio Mercadante, Mariana. Lula está com a família e a cúpula do PT. São cenas memoráveis, ao mesmo tempo íntimas e históricas. Dois detalhes chamam atenção quando a TV anuncia o sucessor de FHC: o choro discreto de Antonio Palocci ao fundo e o abraço formal e sem jeito que Dirceu dá no presidente eleito.’ Mauro Ventura ‘Diários de uma campanha’, copyright O Globo, 14/11/04 ‘O cineasta João Moreira Salles achou que estava tudo acabado quando, numa reunião privada, José Dirceu interrompeu a fala, olhou desconfiado para a câmera e perguntou: ‘ Tá gravando isso aí? De quem é esse pessoal?’. Alguém se apressa em explicar que é a equipe de João Salles, que está fazendo um documentário sobre a campanha de Lula à Presidência da República. ‘Quem é João Salles?’, quer saber o então presidente do PT, ouvindo de volta que eles são de confiança absoluta. ‘Não existe confiança absoluta porque a fita do Lula sobre Pelotas acabou na mão do nosso inimigo’, retruca, referindo-se a uma brincadeira de bastidores feita em 2000, quando o petista disse que a cidade gaúcha era pólo exportador de veados. Nem ao ouvir que as fitas são guardadas todo dia num cofre, Dirceu se dá por satisfeito: ‘Vai nessa…’ Em entrevista para divulgação do filme, o diretor revelou sua preocupação: ‘Ali eu pensei que o filme tinha acabado.’ Ao contrário do que Salles temia, as filmagens puderam continuar. E, ao contrário do que Dirceu receava, as fitas ficaram ao abrigo do público até agora. No próximo dia 26, entra em cartaz ‘Entreatos’, documentário que acompanha Lula do dia 25 de setembro até o dia da vitória, 27 de outubro de 2002, flagrando momentos de intimidade, instantes de descontração, situações tensas, reuniões estratégicas e cenas que, vistas agora, soam curiosas. Como na hora em que Lula revela uma frustração: ‘Eu nunca aprendi a batucar.’ Ao seu lado, o marqueteiro Duda Mendonça, preso recentemente numa rinha de galo, exibe talento com as mãos. ‘De marketing político eu sou uma merda, mas de briga de galo e batuque…’, brinca, no que é interrompido pelo então candidato: ‘É claro. Briga de galo não é você que briga.’ Foram filmadas 240 horas, que o montador Felipe Lacerda reduziu para 1h57m. Salles e o diretor de fotografia, Walter Carvalho, registraram momentos públicos – comícios, carreatas, entrevistas coletivas – e situações privadas – reuniões, camarins, encontros familiares. Mas, na edição final, privilegiaram as imagens mais reservadas. Parte do material deixado de fora – as cenas públicas – será incluído num futuro DVD. A última filmagem foi no dia 28: o telefonema de Bush para seu colega brasileiro. ‘A cena era ótima, mas não entrou porque concluiria o filme de modo, digamos, glorioso: o operário falando com o presidente americano. Preferi terminar de uma forma mais ambígua, com o Lula sendo engolido pela imprensa’, contou Salles. Palavrões, brincadeiras e comentários privados Os bastidores da campanha revelam muito do perfil de Lula. Salles não esconde a afeição pelo personagem, mas não deixa de fora palavrões, brincadeiras e comentários privados. Num dado momento, Lula critica com o atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci, as formalidades do cerimonial da Presidência: ‘Aqueles militares atrás de mim dando palpite, como dão lá para o Fernando Henrique Cardoso, me incomoda demais.’ Em outro momento, mais descontraído, Lula diz: ‘Aquele Palácio ( Alvorada ) é triste porque Fernando Henrique Cardoso nunca jogou bola. Ele não dança.’ O atual vice-presidente, José Alencar, completa: ‘Não bebe um gole.’ ‘Lula é, seguramente, um grande personagem, que a câmera gosta de filmar’, disse Salles. As filmagens mostram a frustração de Lula em não ter ganho no primeiro turno, a transformação do petista radical em ‘Lulinha paz e amor’, conduzida por Duda, e a irritação com o assédio dos fotógrafos – ‘Esses caras andam atrás de mim o dia inteiro, porra’. Não foi fácil acompanhar os passos do candidato. A presença da equipe era negociada a todo momento, como explicou o cineasta: ‘Entreatos’ tem uma característica de filme de guerrilha, sem luz nenhuma, entrando no avião somente com uma câmera e sem aparelhagem de som, o que explica muitas falas precisarem das legendas para ajudar na compreensão.’ A mania de Lula com o figurino está presente em várias cenas. ‘Passei 30 anos na fábrica e não me acostumei de macacão, mas ( bastaram ) três dias de gravata…’. Depois, ele diz: ‘Contrataram um costureiro famoso. O cara não acerta uma camisa minha. Todas que fazem não prestam.’ Em seguida, imita os trejeitos de um estilista e brinca: ‘O cara é chique, o cara é chique. Eu mando no meu de Jurubatuba e não falha uma.’ Também se vê a apreensão com o novo cargo. ‘É uma coisa que tá tão fora da sociologia… Não tava no livro que eu poderia chegar aonde eu cheguei. (…) O que eu sei é que a partir de segunda-feira começa uma cobrança para que eu faça tudo que eu falei esses anos todos.’ Num dos momentos mais inesperados, a equipe entrevista, num vôo, um rapaz que Walter Carvalho imaginava tratar-se de alguém íntimo do candidato, já que estava no mesmo jatinho. Nada disso. O passageiro estava no aeroporto de Florianópolis e tinha perdido o avião para Porto Alegre, quando viu Lula e disse: ‘Deixa eu te dar um abraço que eu já perdi meu dia e você é a compensação.’ Lula, por sua vez, ofereceu: ‘Então você vai com a gente.’ E lá estava o desconhecido. Pegando carona no jatinho particular que levava o futuro presidente do Brasil.’ Milton Coelho da Graça ‘Vem aí uma greve em defesa do emprego?’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 12/11/04 ‘Humberto Barreto era assessor de imprensa do ditador-presidente Ernesto Geisel e, logo no início do governo, jornalistas o procuraram para saber a respeito de uma reunião ministerial que a Rádio Corredor do Planalto anunciava para aquele dia. Barreto informou que não sabia de nenhuma reunião. Mas esta aconteceu pouco depois. Barreto foi depois ao gabinete presidencial e disse a Geisel que estava deixando o cargo porque não poderia ser assessor de imprensa sem saber com antecedência que o ministério iria se reunir. O ditador ficou surpreso e reagiu de maneira incomum em sua biografia: garantiu que isso não ocorreria mais. Essa história, contada por Élio Gaspari, me veio à lembrança com a retirada de Brasília realizada por nosso companheiro Ricardo Kotscho, embora seus motivos para deixar o Planalto sejam alegadamente outros. Ele vinha sendo suavemente ‘escanteado’ por outras figuras importantes do governo e, especialmente, os ligados à comunicação, que o consideram principal responsável por induzir o presidente Lula a aprovar e encaminhar o projeto do Conselho Federal de Jornalismo, preparado pela Fenaj e endossado pelo Ministro do Trabalho. Até hoje, nenhum jornalista sério e conhecedor do currículo combativo e democrático de Kotscho entende como ele concordou com a tentativa da Fenaj de ‘orientar’, ‘controlar’, ‘disciplinar’ e ‘punir’ profissionais dos meios de comunicação. Kotscho chegou a escrever a mais articulada e competente defesa do CFJ em artigo publicado pela Folha de São Paulo. Mas o monstrengo imaginado pelos herdeiros da pelegada do Estado Novo claramente representava um perigo muito maior para as liberdades de pensamento e expressão do que as razões apontadas por Kotscho para justificar o Conselho – embora estas existam. A saída de Kotscho ainda deixa uma indagação final: a Fenaj, cuja principal bandeira de luta para se justificar é uma ineficaz defesa do mercado de trabalho, vai ficar caladinha diante da nomeação de um não-jornalista para assumir um dos cargos mais ambicionados da profissão? Fábio Kerche nunca a exerceu nem sequer se preparou para ela. É doutor em Ciência Política.’ *** *** http://www.observatoriodaimprensa.com.br/entre-aspas/elio-gaspari-28377 *** *** *** Lula fala sobre pelotas *** *** https://www.youtube.com/watch?v=c_2csPaWL4s *** *** Para Lula, político ladrão é melhor que procuradores e juízes concursados Josias de Souza 16/09/2016 04h02 *** *** Com o luxuoso auxílio dos seus advogados, Lula desperdiça tempo numa cruzada contra Sérgio Moro. Para estigmatizá-lo, recorreu até às Nações Unidas. Denunciado, o ex-presidente passou a demonizar também o procurador da República Deltan Dallagnol e os outros "meninos" da Lava Jato. Lula procede assim por acreditar que, tachando seus investigadores de demônios, fica eximido de todo exame do mal. A começar pelo mais difícil: o autoexame. Nesta quinta-feira, no comício privê que convocou para politizar a denúncia de que foi alvo, Lula potencializou a impressão de que se tornou um típico político brasileiro— grosso modo falando. Ele discursou por uma hora e oito minutos. A certa altura, a pretexto de criticar os procuradores que têm a mania de procurar e o juiz que cultiva o hábito de julgar, Lula saiu em defesa da classe política, sua corporação. Pronunciou a seguinte frase: "Eu, de vez em quando, falo que as pessoas achincalham muito a política. Mas a profissão mais honesta é a do político. Sabe por quê? Porque todo ano, por mais ladrão que ele seja, ele tem que ir para a rua encarar o povo, e pedir voto. O concursado não. Se forma na universidade, faz um concurso e está com emprego garantido o resto da vida. O político não. Ele é chamado de ladrão, é chamado de filho da mãe, é chamado de filho do pai, é chamado de tudo, mas ele tá lá, encarando, pedindo outra vez o seu emprego". O raciocínio de Lula é límpido como água de bica. Mas vale a pena clareá-lo um pouco mais. Para o morubixaba do PT, política não é sacerdócio, mas profissão. E se parece muito com a profissão mais antiga do mundo. O político, ainda que seja um biltre, um pulha, um larápio será sempre mais honesto do que alguém capaz de molhar a camisa numa universidade para ingressar por concurso no Ministério Público ou na magistratura. Toda vilania, toda calhordice, toda ladroagem será perdoada se o político for para a rua "encarar o povo e pedir voto." De acordo com a força-tarefa de Curitiba, Lula é o "comandante máximo" da corrupção. Presidiu uma "propinocracia" urdida para assegurar o enriquecimento ilícito, a governabilidade corrompida e a perpetuação no poder. Lula abespinhou-se com a acusação de que comprou apoio congressual. "Ontem eu vi eles falarem dos partidos políticos, dos governos de coalisão, vocês sabem que muita gente que tem diploma universitário, que fez concurso, é analfabeto político", declarou. "O cara não entende do mundo da política. Não tem noção do que é um governo de coalizão. Ele não tem noção do que é um partido ser eleito com 50 deputados de 513 e que tem que montar maioria." Foi como se o pajé petista dissesse: "Num Legislativo em que todos os gatunos são pardos, mensalões e petrolões não são opcionais, mas imperativos." A esse ponto chegou o mito. Assumira o poder federal, em 2003, ostentando uma biografia que empolgava o mundo. Imaginou-se que reformaria os maus costumes. Hoje, convoca a imprensa nacional e estrangeira para informar que foi reformado por eles. E concluiu: 1) que a oligarquia política com o rabo preso no alçapão da Lava Jato é inimputável. Recebeu licença das urnas para roubar. 2) que 'governabilidade' virou uma grande negociata para justificar qualquer aliança ou malandragem destinada a fazer da discussão política uma operação de compra e venda. No fim das contas, um comício que serviria para contestar acabou confirmando as formulações dos analfabetos políticos da Lava Jato. Enquanto procura demônios de ocasião para os quais possa transferir suas culpas, Lula revela o porquê do surgimento de fenômenos como o mensalão e o petrolão. Se a urna é um sabão em pó moral, nada mais natural que políticos como Collor, Renan, Cunha e um incômodo etcétera recebessem, sob Lula, licença para plantar bananeira dentro dos cofres da Petrobras e adjacências. Lula gosta de citar sua mãe, dona Lindu, para informar que aprendeu com ela a "andar de cabeça erguida por esse país." Está claro que Lula não apreendeu os ensinamentos de sua mãe. Um governante pode até conviver com certos políticos por obrigação protocolar. Qualquer mãe entenderia isso. Mas ir atrás do Collor, adular o Cunha, entregar a viabilidade do seu governo à conveniência de tipos como Renan… Está na cara que Dellagnol e os outros "meninos" de Curitiba precisam assumir a função da mãe de Lula, denunciando-o de vez em quando, nem que seja para dizer: "Olha as companhias, meu filho. É para o seu próprio bem. Certos confortos podem acabar na cadeia." *** *** https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2016/09/16/para-lula-politico-ladrao-e-melhor-que-procuradores-e-juizes-concursados/ *** *** *** ALERTA ESPECIAL - ENTREVISTA EXCLUSIVA COM O PRESIDENTE BOLSONARO | AO VIVO | 23/04/2021 *** Presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, concede entrevista exclusiva para TV A Crítica no programa Alerta oi Especial, com o apresentador Sikera Jr. Assista a entrevista completa agora no canal: *** *** https://www.youtube.com/watch?v=yAE1dVrVYC4 *** *** Em programa de TV, Bolsonaro faz piada homofóbica e sobre asiáticos “Esse queima ou não queima?”, disse “Tudo pequenininho aí?”, questionou ***
*** Bolsonaro disse que vai ao programa "para descontrair". Reclamou da posição de presidente. Na foto, o mandatário com um homem da produção vestido de burro Reprodução/TV A Crítica - 23.abr.2021 PODER360 23.abr.2021 (sexta-feira) - 23h43 Em entrevista para uma emissora amazonense nesta 6ª feira (23.abr.2021), com apresentação de Sikêra Jr., o presidente Jair Bolsonaro fez piadas homofóbicas e xenofóbicas. “Esse queima ou não queima?”, disse sobre um assistente de produção do programa. A um homem com vestimenta japonesa, questionou: “Tá tudo pequenininho aí?”. “Sikêra, não sei não ein”, disse o presidente apontando para um homem da produção. “Eu tenho certeza”, respondeu o apresentador. “Aquele rabinho ali.. olha o rabinho dele”, afirmou Bolsonaro referindo-se ao cabelo do profissional. Poucos momentos depois, o presidente indagou Sikêra Jr. sobre um cameraman que estava vestido de samurai. “É o xing-ling”, questionou Bolsonaro, que foi convidado pelo apresentador para se apresentar ao mandatário. “Diz aí. Tudo pequenininho aí?”, disse o presidente aos risos. Veja o momento: *** *** Autores PODER360 *** *** https://www.poder360.com.br/governo/em-programa-de-tv-bolsonaro-faz-piada-homofobica-e-sobre-asiaticos/ *** *** Funcionários Públicos sui generis *** Bora pra entender mais sobre a escolha de ministros do STF: *** *** NOMEAÇÃO DE MINISTRO DO STF EM 3 PONTOS | SEGUE O FIO 21 *** Politize! Você já deve ter visto por aí que 2020 e 2021 serão anos de escolha de ministros do STF. Mas você sabe como funciona um processo de escolha de ministro ou ministra do Supremo Tribunal Federal? Afinal, por que esse cargo é escolhido por indicação do presidente da República e não por meio de concurso? Bem, para te ajudar a compreender mais esse processo, separamos 3 pontos essenciais para entender a escolha de ministros do STF. Segue o Fio sobre escolha de ministros do STF! *** 1. A INDICAÇÃO É FEITA PELO PRESIDNETE DA REPÚBLICA A DECISÃO DO PRESIDENTE NÃO É SOBERANA sistem de freios e contrapesos 2. CARACTERÍSTICAS DE UM NINISTRO DO STF CARGO VITALÍCIO 3. O PROCESSO DE ESCOLHA indicação presidencial sabatina no senado CCJ VOTA DE FORMA SECRETA A FAVOR OU CONTRA A INDICAÇÃO SE APROVADO: VOTAÇÃO NO SENADO APROVADO POR MAIORIA ABSOLUTA DOS SENADORES OU SEJA: 41 VOTOS FAVORÁVEIS SE FOR APROVADO: O CANDIDATO É NOMEADO PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA SESSÃO SOLENE QUE FORMALISA A POSSE DO MINISTRO NESSA SESSÃO O NOVO MINISTRO ASSINA UM TERMO DE COMPROMISSO BEM COMO O LIVRO DE POSSE SÓ DEPOIS DESSE RITO ELE ESTÁ APTO PARA COMEÇAR A SUA CARREIRA COMO MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. POSSE. Indicados pelo presidente da República Sabatinados e aprovados pelo Senado Federal Nomeados pelo presidente da República *** *** https://www.youtube.com/watch?v=F9oilYR0B2Y *** *** *** Barroso e Lewandowski discutem sobre benefícios da Lava Jato *** Migalhas *** *** https://www.youtube.com/watch?v=CtAjK27LcuA *** *** Antes da "Revolução" *** Roda Viva | Luiz Inácio Lula da Silva | 2002 *** Roda Viva Recebemos no Roda Viva, em 2002, o então candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O programa fez parte da série de entrevistas especiais com os candidatos que disputaram a eleição presidencial daquele ano. Participaram da bancada de entrevistadores Bob Fernandes, redator-chefe da revista Carta Capital, Sandro Valle, diretor de redação do jornal O Estado de S. Paulo; Eliane Cantanhêde, colunista do jornal Folha de S. Paulo; José Paulo Kupfer, colunista da Gazeta Mercantil; Ricardo Noblat, diretor de redação do Correio Braziliense; Rodolfo Fernandes, editor-chefe adjunto do jornal O Globo; o cientista político Carlos Novais. *** *** https://www.youtube.com/watch?v=L9HMU9s1e58 *** *** *** Roda Viva | Jair Bolsonaro | 30/07/2018 *** Roda Viva O Roda Viva recebe o candidato à Presidência da República pelo Partido Social Liberal (PSL), Jair Bolsonaro, que fala sobre seus planos para a presidência, caso venha a ser eleito. O deputado teve dois projetos de sua autoria transformados em lei, em 27 anos de atividade no Congresso Nacional. Um deles estende o benefício de isenção do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para produtos de informática. Já o outro autoriza o uso da chamada fosfoetanolamina sintética, a "pílula do câncer". Desde que chegou ao parlamento, em 1991, apresentou 171 projetos; entre eles, de decreto legislativo, lei complementar e proposta de emenda à Constituição – as chamadas PECs. Em 2014, Bolsonaro foi reeleito pela 7ª vez como deputado federal. Na bancada de entrevistadores estão Daniela Lima, editora da coluna Painel, da Folha de S.Paulo; Thaís Oyama, redatora-chefe da revista VEJA; Maria Cristina Fernandes, colunista do jornal Valor Econômico; Leonencio Nossa, repórter especial do jornal Estadão; e Bernardo Mello Franco, colunista do jornal O Globo. *** *** https://www.youtube.com/watch?v=lDL59dkeTi0 *** *** *** Malu Gaspar @malugaspar · 16 de jul Dos reconhecimentos que fazem valer todo o esforço. Obrigada, Fábio Giambiagi 👇 ***
*** *** https://twitter.com/malugaspar/status/1416124908925489155/photo/1 *** *** ***

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