segunda-feira, 11 de agosto de 2025

SAIBA A DIFERENÇA

Saiba a diferença A importunação sexual acontece quando alguém toca outra pessoa de forma íntima, sem consentimento, mas sem usar violência ou ameaça, o que diferencia esse crime do estupro. Muitas vezes, esses toques podem ser sutis e difíceis de perceber, como em casos em que uma pessoa apalpa a outra dentro de um ônibus, por exemplo. Já o assédio sexual exige uma relação de hierarquia, como no trabalho ou na escola, e envolve insistência ou pressão da parte que tem mais poder. Diferente da importunação, o assédio não precisa de toque, mas está sempre ligado a essa questão de poder e controle. Isso ocorre, por exemplo, com professores, líderes religiosos ou em relações de emprego. Assédio Importunação sexual ou flerte? Entenda quando a paquera passa dos limites Da mensagem invasiva ao beijo forçado: casos em que o flerte configura crime tiveram salto significativo. Desde 2018, alteração no Código Penal passa a punir homens que ultrapassam os limites Por Nathália Queiroz postado em 11/08/2025 02:00
📜 Panfleto afixado na Taberna da Glória Data: Segunda-feira, 11 de agosto do ano de Nosso Senhor de 2025 Local: Antiga Estrada Real, entre o Pouso Alto e o Porto de Lisboa Título: "Do perfil dos amotinados e da persistência do alarido" Ao jeito de um balanço de secos e molhados políticos Senhores fregueses, viajantes, almocreves e letrados que aqui pousam os olhos: Chegaram, pela mala de correio que sobe do Rio com destino a Minas e a Portugal, notícias de que o alvoroço recente no palácio do Congresso não foi mero destempero de ocasião, mas obra de uma irmandade de tribunos que, não contentes em discursar, resolveram fazer da casa legislativa um reduto de resistência física e simbólica. Segundo as contas bem miúdas do escrivão Bruno Carazza, há três linhagens nessa hoste: Os veteranos da tribuna, vindos de bancadas de fé ou de reformas econômicas, hoje convertidos a paladinos de um só estandarte — o do ex-presidente ora recolhido aos seus aposentos por ordem suprema. Os filhos da primeira leva bolsonarista, que já chegaram à capital de espada em riste e verbo inflamado, jurando fidelidade ao chefe em todas as marchas. A nova geração das redes e megafones, que maneja a palavra como pólvora, sempre acesa, e para quem o embate vale mais que o resultado. Mas cuidado, senhores: o que mais apresentam não são leis para o bem comum, e sim requerimentos, convocações e outros engenhos de emperrar a roda legislativa. É como se, na quitanda desta Estrada Real, o freguês viesse não para comprar farinha ou cachaça, mas para impedir que outros o fizessem. As prateleiras, assim, se enchem mais de gritos que de mantimentos. A pauta predileta dessa corporação é a administração pública — não para lhe dar eficiência, mas para lhe pedir contas e documentos — seguida de segurança e defesa, e só depois, muito de longe, assuntos de minorias e direitos humanos. Enquanto isso, o resto da casa se divide entre educação, saúde e orçamento, como convém a um parlamento que cuida de uma república. Mas esta fração barulhenta prefere o tumulto ao consenso, e se prepara, dizem as más línguas e as boas análises, para tomar o comando do Congresso, seja pela chave do voto, seja pela alavanca da força. Assim se fecha o balanço desta semana — e que o leitor, ao pagar a conta de secos e molhados, leve também a consciência de que, na dança entre convicção e responsabilidade, o minueto político pode, de um passo em falso, virar fandango de quebra-quebra. Assina O Boquineiro do Beco do Falador Em memória do linguista Fernando Venâncio, que, se cá estivesse, saberia pôr verbo fino em prosa grossa. O perfil dos amotinados no Congresso e seus riscos - Bruno Carazza
Quadro superior: "Camaradas! já faz 1 ano que, depois de ter vencido os diabos japoneses, o partido expulsou os reacionários do Kuomintang* para o mar! 12 anos de guerra e sofrimento ficaram para trás. Agora é tempo de paz, é hora da Nova China!" Quadro direito: "O presidente Mao disse: "é em uma página em branco que se escrevem os mais belos poemas." E eu digo a vocês: a China é uma página em branco na qual o partido e o povo escreverão uma história grandiosa." Quadro inferior: Pessoa 1: "O que ele tá dizendo?" Pessoa 2: "Eu também não tô entendendo muita coisa, mas ele fala bonito." Rodapé: "国民党", Partido Nacionalista, que instaurou a república em 1911.
VENDETTAS, INSURRETOS, DELINQUÊNCIAS: NÃO É O MEU SENTIR — É A MINHA CONVICÇÃO Tertúlias bucólicas na tarde — A guisa de fechamento com coda Resumo: Este artigo analisa, de forma comparativa e crítica, três situações políticas e jurídicas envolvendo ex-presidentes e seus entornos: a prisão domiciliar cautelar de Jair Bolsonaro, a prisão domiciliar definitiva de Fernando Collor de Mello e a liberdade política e judicial de Donald Trump. Em seguida, relaciona-se o impacto de uma recente nota diplomática da Embaixada dos EUA com possíveis tentativas de intervenção política, retomando memórias de golpes históricos e refletindo sobre os riscos à soberania institucional brasileira. Finaliza-se com uma coda poética e reflexiva sobre o papel da justiça. Introdução: O Brasil, em 2025, vive mais uma de suas intensas encruzilhadas político-jurídicas. A interseção entre o direito, a diplomacia, a memória histórica e o ativismo político se manifesta em episódios recentes envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu filho Eduardo Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes e uma inesperada manifestação da Embaixada dos Estados Unidos. Este trabalho busca examinar, de modo fundamentado, as implicações e os paralelos históricos e contemporâneos entre figuras-chave do poder, interno e externo, com ênfase na soberania institucional brasileira. Desenvolvimento: A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro ocorreu como medida cautelar, no âmbito de inquérito que investiga sua suposta participação em tentativa de insurreição institucional e articulações para desestabilizar a ordem constitucional. Distingue-se, no plano jurídico, da prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, determinada após trânsito em julgado pelo Supremo Tribunal Federal, com base em deterioração da saúde e em caráter definitivo, com base em condenação penal. Diferente de ambos é o caso de Donald Trump, ex-presidente dos EUA e atual ocupante do cargo, segundo narrativa simbólica propagada por aliados e canais bolsonaristas, mesmo tendo perdido a reeleição para Joe Biden. Trump mantém liberdade de atuação e organização política apesar de responder a processos judiciais, por contar com prerrogativas constitucionais robustas nos EUA, e pelo fato de não haver, até o momento, uma decisão transitada em julgado que determine qualquer restrição à sua liberdade. A nota diplomática da Embaixada dos EUA, que chama o ministro Alexandre de Moraes de “arquiteto da censura”, reacende memórias da intervenção norte-americana em golpes de Estado como os de 1964 no Brasil e 1973 no Chile. As implicações diplomáticas são graves e evidenciam uma tentativa simbólica de deslegitimar a Suprema Corte brasileira em nome de interesses políticos transnacionais. Neste caldeirão político, Eduardo Bolsonaro surge como elo entre os interesses da extrema-direita global e a radicalização da crise institucional brasileira. Ao mesmo tempo, figuras como Fernando Gabeira ressaltam, com lucidez, o colapso do sistema político e a necessidade de repactuação democrática. Como lembrança poética, o trecho de Gonçalves Dias — “Os pássaros que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá” — ilustra o paradoxo entre as promessas constitucionais e a realidade institucional do Brasil. Em eco a Ferreira Gullar, encerra-se com o epitáfio: “Justiça dentro de uma noite veloz”, pois a pressa dos acontecimentos mascara a lentidão da justiça, que, como em 1975, pode retornar em bumerangue. Conclusão: A comparação entre os três casos — Bolsonaro, Collor e Trump — revela mais do que contrastes jurídicos. Expõe uma disputa global por narrativas, onde o direito é instrumentalizado por forças políticas e a diplomacia reencena papéis esquecidos da Guerra Fria. Diante disso, é imperativo defender a autonomia das instituições brasileiras e preservar os marcos constitucionais como garantias da ordem democrática. Não há justiça possível fora da Constituição. A história mostra que o preço da negligência institucional é a repetição trágica dos mesmos erros. REFERÊNCIAS E FONTES: - Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. - Código de Processo Penal (Brasil). - Supremo Tribunal Federal - jurisprudência sobre medidas cautelares e prisões domiciliares. - Artigo de Luiz Carlos Azedo, “Intervenção da Embaixada dos EUA exuma velhos fantasmas de golpes”, publicado em 08/08/2025. - Entrevista de Fernando Gabeira ao canal MyNews, agosto de 2025. - “Poema do Exílio”, de Gonçalves Dias. - “Justiça dentro de uma noite veloz”, referência poética a Ferreira Gullar. - Reportagens da imprensa brasileira sobre a situação jurídica de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Fernando Collor de Mello. Conclusão: A comparação entre os três casos — Bolsonaro, Collor e Trump — revela mais do que contrastes jurídicos. Expõe uma disputa global por narrativas, onde o direito é instrumentalizado por forças políticas e a diplomacia reencena papéis esquecidos da Guerra Fria. Diante disso, é imperativo defender a autonomia das instituições brasileiras e preservar os marcos constitucionais como garantias da ordem democrática. Não há justiça possível fora da Constituição. A história mostra que o preço da negligência institucional é a repetição trágica dos mesmos erros. REFERÊNCIAS E FONTES: - Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. - Código de Processo Penal (Brasil). - Supremo Tribunal Federal - jurisprudência sobre medidas cautelares e prisões domiciliares. - Artigo de Luiz Carlos Azedo, “Intervenção da Embaixada dos EUA exuma velhos fantasmas de golpes”, publicado em 08/08/2025. - Entrevista de Fernando Gabeira ao canal MyNews, agosto de 2025. - “Poema do Exílio”, de Gonçalves Dias. - “Justiça dentro de uma noite veloz”, referência poética a Ferreira Gullar. - Reportagens da imprensa brasileira sobre a situação jurídica de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Fernando Collor de Mello.
cultura Belchior – histórica entrevista ao Pasquim ! O Pasquim do Beco — 14 de Agosto, Ano de Nosso Senhor de 18— Rio de Janeiro, 14 de Agosto — Dizem os supersticiosos que agosto é o mês dos naufrágios e dos golpes de espada no escuro. A mim, parece-me apenas que é o mês em que a dissimulação veste casaca nova e vai passear na Rua do Ouvidor. Ontem, num salão atapetado e perfumado (que não nomeio por decoro, ainda que o leitor curioso possa descobri-lo com um cochicho no botequim), reuniu-se curiosa constelação política: um presidente — ou imperador, segundo a fantasia de cada qual —, um imperador — ou presidente, conforme a diplomacia de ocasião —, um ex-imperador, um senador de fala grave, um deputado de fala comprida e, para dar pitada internacional, um emissário de terras onde se usa dólar e puritanismo. O assunto, oficialmente, era o destino das nações; oficiosamente, era o destino das próprias cadeiras que cada um aquentava. E, como não poderia deixar de ser, assisti à velha tautologia da vida pública: o fraco tentando passar-se por forte, o mau-caráter ensaiando trejeitos de bom-mocismo, e ambos — oh ironia das ironias! — fortalecendo precisamente aquilo que pretendiam negar. O discurso do presidente (ou imperador) foi uma joia lapidada de intenções nobres e promessas altissonantes; o do ex-imperador, um compêndio de saudades e advertências veladas; o do senador, uma peça de oratória ornamental; e o do deputado… ah, o do deputado foi uma epopeia de vinte minutos, que começou em defesa da pátria e terminou em defesa do próprio mandato. O emissário estrangeiro sorriu com a parcimônia de quem conhece o jogo e aposta apenas no cavalo que já está na frente — mesmo que manco. Feito o brinde final, percebi que, por baixo de todas aquelas palavras engomadas, corria um fio invisível, unindo os presentes numa só proposição lógica, tão simples que até um estudante de retórica poderia grafar no seu caderno: Se é fraqueza ou mau-caráter, e tenta aparentar o oposto, então continua sendo fraqueza ou mau-caráter. É o tipo de verdade que não carece de século para existir, mas que em agosto ganha perfume de agouro. E se o leitor, em 2025, achar que reconhece algum rosto nesses retratos do século passado, saiba que não é minha culpa — é apenas a tautologia trabalhando com a constância de um relógio suíço. Assina este cronista, O Pasquineiro do Beco do Ouvidor

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